Corretivos Adubos e Adubações. Prof. ELOIR MISSIO
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1 Corretivos Adubos e Adubações Prof. ELOIR MISSIO
2 ADUBAÇÃO ORGÂNICA Fertilidade dos solos e manejo da adubação de culturas. Carlos A. Bissani; Clesio Gianello; Marino J. Tedesco; Flávio A. O. Camargo. Porto Alegre. Genesis Cap. 10. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Comissão de Química e Fertilidade do Solo. Manual de recomendação de adubação e calagem para os estados do rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre. Manual internacional de fertilidade do solo. Traduzido por Alfredo Scheid Lopes. 2ª Ed. Piracicaba. Potafos Cap. 2. Apostila. Fósforo. Viçosa. Apostila. Nutrição de plantas. Cap. 6 USP
3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA Vários materiais orgânicos podem ser utilizados como fertilizante. Os estercos de animais, os resíduos de culturas e, os adubos verdes Podem também ser utilizados, obedecendo as normas a preservação da qualidade do solo e dos mananciais hídricos: O lodo de esgoto, o composto de lixo e, alguns resíduos de agroindústrias. baixa concentração de nutrientes contribuir para a agregação do solo, melhorando: a estrutura, a aeração, a drenagem e, a capacidade de armazenamento de água.
4 ADUBAÇÃO ORGÂNICA A melhoria da fertilidade do solo e o aumento da produtividade das culturas não são os únicos benefícios da reciclagem de nutrientes contidos em estercos, lodos e resíduos agroindustriais. O solo também pode ser considerado uma opção de descarte desses resíduos, conquanto sejam aplicados em quantidades proporcionais à demanda de nutrientes das plantas e nos limites previstos na legislação. Devido à composição microbiológica dos resíduos, é importante, por razões de controle sanitário dos alimentos, que os adubos orgânicos não tenham contato direto com as partes comestíveis das plantas, mormente aquelas de consumo in natura.
5 CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM ADUBOS ORGÂNICOS
6 CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM ADUBOS ORGÂNICOS
7 CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM ADUBOS ORGÂNICOS
8 CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM ADUBOS ORGÂNICOS
9 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA DE NUTRIENTES
10 CÁLCULO DAS QUANTIDADES DE NUTRIENTES A APLICAR Camas, esterco sólido, vermicomposto, composto e cinzas (Tabela 9.1): Onde: QD = A x B/100 x C/100 x D A = quantidade de material aplicado B = porcentagem de matéria seca do material C = porcentagem de nutriente na matéria seca D = índice de eficiência de cada material Estercos líquidos (Tabela 9.3): Onde: QD = A x B x D A = quantidade de material aplicado B = concentração do nutriente no produto D = índice de eficiência de cada material
11 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL O uso conjunto de resíduos orgânicos e fertilizantes minerais permite otimizar a produção pois a proporção dos nutrientes nos resíduos orgânicos muitas vezes é diferente da demanda das plantas ou da necessidade de adubação de correção do solo. Como exemplo, considerando-se a recomendação de adubação apresentada na Tabela 9.6, consistindo das culturas de trigo (1º cultivo) e de milho (2º cultivo), a programação de adubação pode ser a seguinte: a) supondo o uso de cama de frango (5-6 lotes), as quantidades de nutrientes podem ser calculadas pelos teores de N, de P 2 O 5 e de K 2 O apresentados na Tabela 9.1; b) para calcular a quantidade de adubo orgânico necessário para o suprimento de nutrientes para as culturas de trigo e de milho, pode-se fixar, por exemplo, a recomendação de potássio, a ser totalmente suprido pela cama de frango. O cálculo da quantidade de adubo que deverá ser utilizado para os dois cultivos será:
12 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL
13 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL Primeiro cultivo (trigo): K 2 O necessário = A x B/100 x C/100 x D 60 kg de K2O/ha = A x 75/100 x 3,0/100 x 1,0 A=2,7t/ha de cama de frangos. Essa quantidade de adubo orgânico fornece no primeiro cultivo 35 kg De N e 62 kg de P 2 O 5 e, ainda, 14 kg de N e 15 kg de P 2 O 5 no segundo cultivo (milho).
14 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL Segundo cultivo (milho): 50 kg de K 2 O/ha = A x 75/100 x 3,0/100 x 1,0 A = 2,2 t/há de cama de frango. Essa quantidade de cama de frango fornece 29 kg de N e 50 kg de P 2 O 5 e 50 kg de K 2 O para o milho e mais 12 kg de N e 13 kg de P 2 O 5 como efeito residual para a próxima cultura; e, c) desta forma, obtêm-se os valores totais de 35 kg de N, 62 kg de P 2 O 5 e 60kg de K 2 O, no primeiro cultivo, mais; 43 kg de N, 65 kg de P 2 O 5 e 50 kg de K 2 O no segundo cultivo; integralmente supridos pela adubação orgânica; d) a adubação nitrogenada nas culturas de trigo e de milho pode ser completada pela aplicação de N em cobertura (25 kg/ha para o trigo e 47 kg/ha para o milho). Deve-se completar também a adubação fosfatada na cultura do trigo (8 kg de P 2 O 5 /ha).
15 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL Outros resíduos orgânicos e compostos feitos com os mais diferentes materiais também podem ser utilizados na adubação. O cálculo das quantidades a aplicar apresenta duas dificuldades: a) a composição química dos materiais é muito variável; o vermicomposto, por exemplo, pode apresentar um teor de N variável entre 0,6 e 2,5% (Departamento de Solos, UFRGS); a análise prévia do material neste caso é necessária; e, b) o índice de eficiência de liberação dos nutrientes no solo pode ser muito diferente daquele especificado na Tabela 9.5
16 FERTILIZANTES ORGANO-MINERAIS Pela legislação (Brasil, 1983a,b), os adubos organo-minerais poderão conter, no máximo, 20% de umidade. O teor mínimo da soma N + P 2 O 5 +K 2 O deve ser 12%, e a matéria orgânica, 25 % (Anexo 2). são produzidos industrialmente pela mistura de fertilizantes orgânicos (estercos, turfa, lignito oxidado, lodo de esgoto etc.) e fertilizantes minerais. A escolha deste tipo de fertilizante deve ser baseada no custo das Unidades de N, de P 2 O 5 e de K 2 O.
17 MANEJO DOS ADUBOS ORGÂNICOS Os materiais orgânicos devem ser aplicados ao solo imediatamente antes da semeadura ou plantio, para: possibilitar melhor aproveitamento dos nutrientes, minimizando as perdas por escoamento superficial (em áreas sem revolvimento de solo) e por lixiviação de nitrato e; Para diminuir as perdas de nitrogênio por volatilização de amônia, os estercos devem ser aplicados em dias com temperatura baixa ou antes de uma chuva ou irrigação. Para melhorar o aproveitamento dos adubos orgânicos, recomenda-se ajustar a adubação pelo nutriente cuja quantidade seja suprida com a menor dose de adubo orgânico. Normalmente há necessidade de utilizar fertilizantes nitrogenados minerais para complementar a necessidade das plantas. Não se recomenda a utilização de resíduos orgânicos com alto teor de N na adubação de leguminosas que apresentam boa capacidade de fixar este nutriente simbioticamente.
18 MANEJO DOS ADUBOS ORGÂNICOS A utilização continuada de adubos orgânicos pode melhorar as propriedades físicas do solo (porosidade, capacidade de retenção de água) e aumentar alguns atributos químicos (CTC, teor de P e de matéria orgânica, etc). Porém o uso excessivo de adubos orgânicos proporcionará os mesmos problemas que os decorrentes do uso excessivo de fertilizantes minerais, principalmente aqueles devidos à lixiviação de nitrato e o transporte de P para cursos d'água. Além disso, muitos adubos orgânicos, especialmente os derivados de animais alimentados com ração, apresentam teor elevado de alguns micronutrientes (Fe, Zn, Cu), que são acrescentados à ração na forma de sais. Por outro lado, os adubos derivados de lodo de esgoto ou de resíduos industriais podem apresentar metais pesados indesejáveis na cadeia alimentar (Tabela 9.2). Ainda é importante lembrar que os resíduos orgânicos incompletamente compostados podem ser fonte de organismos patogênicos (fungos, bactérias, vírus, helmintos).
19 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E AGRICULTURA ORGÂNICA A adubação orgânica é a aplicação ao solo de materiais orgânicos, constituídos por resíduos (vegetais, animais, urbanos e industriais) e por adubos verdes. Já a agricultura orgânica é um método de produção, tal como a agricultura convencional. A agricultura orgânica, às vezes, é considerada como uma tecnologia de processos e não de uso de insumos, porém ambos os métodos de produção necessitam de insumos externos à propriedade. Nas normas da agricultura orgânica não é permitido o uso de fertilizantes minerais industrializados (solúveis) e da maioria dos defensivos agrícolas modernos. Tanto a agricultura orgânica como a convencional propõem um desenvolvimento agrícola sustentável, visando manter a capacidade produtiva do solo a longo prazo e a preservação dos recursos naturais.
20 ADUBAÇÃO ORGÂNICA E AGRICULTURA ORGÂNICA Geralmente apregoa-se que os alimentos produzidos organicamente são mais naturais, mais saudáveis ou mais nutritivos que os produzidos convencionalmente, no entanto os trabalhos de pesquisa no assunto ainda não comprovaram tal fato. No meio científico também há dúvidas quanto à viabilidade técnica e econômica da agricultura orgânica a longo prazo e aos possíveis efeitos do uso exclusivo de adubos orgânicos. A agricultura orgânica ocupa cerca de 17 milhões de hectares no mundo (Boletim Pecuário, 2002). Pelas limitações de adoção de algumas tecnologias, os rendimentos tendem a ser menores. Na mesma escala de produção, a agricultura orgânica demanda mais mão-de-obra, e os custos de produção são maiores que na agricultura convencional. A comercialização diferenciada desses produtos, com selo de "produto orgânico", deve ser feita conforme as normas (Brasil, 1999).
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