Aplicação de lodo de esgoto como fertilizante
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1 Aplicação de lodo de esgoto como fertilizante UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CCA Biotecnologia de Resíduos Alunos: Bárbara Pereira Borges RA: Vanessa Caroline Déssia RA: Daniel Besse RA:
2 Lodo de esgoto Lodo de esgoto é um resíduo rico em matéria orgânica gerado durante o tratamento das águas residuárias nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs). No Brasil, a disposição final do lodo geralmente é o aterro sanitário.
3 Em países da Europa e América do Norte, o lodo geralmente é incinerado, depositado em aterros sanitários ou utilizado em áreas agrícolas, dependendo das características do resíduo. Na maioria dos países existem normas que regulamentam o destino do lodo, garantindo uma disposição segura.
4 Desvantagens Além do alto custo, que pode chegar a 50 % do custo operacional de uma ETE, depositar um resíduo com elevada carga orgânica no aterro, agrava ainda mais o problema com o manejo do lixo urbano.
5 Pode ter alta composição de metais pesados, presença de centenas de compostos orgânicos tóxicos e/ou persistentes e de patógenos ou, ainda, possuir alto potencial de salinização ou de acidificação do solo. Os benefícios do uso agrícola de lodos de esgoto, que são fáceis e prontamente visíveis no desenvolvimento das plantas, podem desenvolver problemas ambientalmente dispersos (de difícil detecção) e graves,
6 Uma vez adicionados ao solo, alguns dos poluentes podem entrar na cadeia alimentar ou acumular-se no próprio solo, no ar, nas águas superficiais, nos sedimentos e nas águas subterrâneas. Tais fatores podem superar largamente as possíveis vantagens como fertilizante, colocando em risco a qualidade do solo agrícola e da cadeia alimentar.
7 Vantagens A adição ao solo parece ser a melhor opção sob o ponto de vista econômico e ambiental, uma vez que apresenta o menor custo e promove a reciclagem de matéria orgânica e nutrientes.
8 Biossólido é o nome dado ao lodo de esgoto, tratado ou processado, com características que permitam sua reciclagem de maneira racional e ambientalmente segura. A principal opção para reciclagem de biossólidos é o seu uso como condicionador de solos agrícolas.
9 Com relação aos poluentes, por exemplo, há pouco interesse em buscar a redução da sua concentração nas fontes industriais ou pontuais contaminantes do esgoto (conhecidas), uma vez que isso incorre em perda de lucro (menor volume de material orgânico). Mas há muito interesse na implantação imediata de programas de reciclagem agrícola de lodo de esgoto. Assim, a reciclagem agrícola de lodos de esgoto é muitas vezes mostrada como uma forma sustentável de gestão do resíduo, sabendo-se necessária a avaliação criteriosa dos riscos ambientais desta alternativa de disposição.
10 Em números... Entre os tantos parâmetros de economia do lodo de esgoto nos custos que representa para uma lavoura, está o fato de se realizar apenas uma aplicação, no plantio, enquanto os adubos minerais exigem até três na mesma safra. Na aplicação de 100 quilos de nitrogênio e 60 kg de fósforo, o agricultor desembolsa até R$ 240 por hectare plantado, enquanto o lodo de esgoto é distribuído de forma gratuita - o custo fica reduzido a uma aplicação anual.
11 No Brasil No Brasil o uso agrícola de biossólidos ainda não foi amplamente difundido, entretanto já faz parte de programas nacionais de controle de impactos ambientais. A temática Agricultura Sustentável discute amplamente a necessidade da recuperação de solos erodidos e empobrecidos. Uma das práticas para conservação e recuperação dos solos incentivada é o uso de lodo de esgotos domésticos em solos agrícolas, mediante a garantia de que não ocorram impactos ambientais negativos.
12 A recomendação do uso agrícola de lodos de esgoto carece, ainda, de muitas informações de pesquisa que a validem amplamente em todo o nosso território brasileiro, para que possa então ser feita aos agricultores que não querem correr riscos de contaminar suas terras e seu entorno.
13 Um debate girou em torno da comparação da sua aplicação na agricultura do país, de apenas 3% do volume gerado anualmente, contra 65% para as lavouras dos Estados Unidos. *De 26 a 28 de outubro de 2010, no VII Simpósio Interamericano de Biossólidos, realizado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC - Secretaria da Agricultura de São Paulo), Embrapa Meio Ambiente (Ministério da Agricultura) e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).
14 Processo de obtenção Ao chegar à Estação de Tratamento, o esgoto passa por um pré-tratamento para a retirada do material grosseiro. A partir daí, o esgoto passa por um processo de biodegradação, no qual os microrganismos, principalmente as bactérias, alimentam-se da matéria orgânica rica em nutrientes presentes, promovendo a sua decomposição. O processo de biodegradação ocorre naturalmente no meio ambiente. Na ETE, ele ocorre de maneira concentrada, com maior eficiência e mais acelerada. Após a biodegradação o esgoto é separado pelo processo de decantação em duas fases: líquida, que é denominada de efluente líquido, e a sólida denominada de lodo de esgoto.
15 LODO DE ESGOTO OU PRODUTO DERIVADO ESTABILIZADO: lodo de esgoto ou produto derivado que não apresenta potencial de geração de odores e atração de vetores de acordo com os níveis estabelecidos nesta norma; Lodo de esgoto ou produto derivado é submetido a processo de tratamento para redução de patógenos e correção do ph de acordo com os níveis estabelecidos, isso é realizado através da calagem do lodo, ou seja, adicionar cal para correção do ph e diminuição do número de patógenos,
16 foto
17 No caso do uso agrícola do lodo de esgoto doméstico, sua aplicação é controlada por autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), pois apesar de o lodo possuir matéria orgânica e nutrientes importantes para o crescimento das plantas, também pode conter metais pesados e compostos orgânicos É importante que o lodo seja proveniente de esgoto doméstico tratado, e não esgoto industrial.
18 As concentrações de nutrientes vegetais em lodos de esgoto variam amplamente entre localidades e tratamentos que o resíduo recebe antes de sua disposição final. Uma concentração média em nutrientes de um lodo de esgoto típico poderia ser 3,2% N, 1,4% P, 0,23% K, 2,7% Ca e 0,4% Mg, o que o aproxima muito das concentrações de nutrientes encontradas em estercos animais, por exemplo.
19 Nitrogênio O nitrogênio encontra-se no lodo de esgoto em formas protéicas, principalmente. Uma vez aplicado ao solo, esse nitrogênio orgânico contido no lodo passa a formas minerais, entre elas o nitrato, pela ação de microrganismos. As quantidades de nitrato que forem geradas no solo além da capacidade de absorção pelas raízes das plantas são pouco ou nada retidas nas partículas do solo.
20 Assim, movimentam-se com facilidade em direção a corpos d água subsuperficiais, junto com as águas de chuva, por exemplo. O risco em relação ao nitrato é possível de ser minimizado com a aplicação de doses seguras de lodos de esgoto. Essas doses devem ser determinadas com base em informações técnicas tais como: a) avaliações laboratoriais e em campo do comportamento do lodo de esgoto no solo em que será aplicado, e b) recomendações de adubação para a cultura de interesse.
21 Cultivo de milho - Embrapa As quantidades seguras, em relação ao nitrato, foram de kg/ha de lodo de esgoto, aplicadas no máximo por três anos consecutivos na mesma área. Mesmo nessa dose relativamente baixa, houve intensificação da acidez do solo, problema de ocorrência natural na maioria de nossas terras, mas de elevado custo de correção. Vários trabalhos comprovam a eficiência de resíduos de curtume como bons fertilizantes e corretivos de acidez dos solos (Konrad &
22 Doenças de plantas Uso agrícola de lodo de esgoto pode ter efeitos na ocorrência de doenças de plantas, Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), conduziu um experimento de longa duração, nos teores de metais pesados, na mineração do nitrogênio e propriedades físicas e químicas dos solos, Dois tipos de lodos, um produzido na ETE França e outro ETE Barueri,
23 Doenças em plantas No milho, com doses elevadas aumenta significativamente a incidência de podridão do colmo, causada por Fusarium. Em citrus, em doses normais melhora o desenvolvimento de mudas e reduz a podridão de raízes, conhecido como gomose, causada por Phytophthota nicotianae. No feijão, também foi observado o controle do trombamento e da podridão do colo causado pelo fungo Sclerotium rolfsii.
24 Cana-de-açúcar A utilização de lodo de esgoto na adubação de cana-de-açúcar pode substituir, em 100%, o uso do adubo mineral nitrogenado. Na cana, há o aumento de 12% da produtividade nos locais que receberam o lodo aplicado como substituto do nitrogênio e complementado com adubo contendo potássio (o lodo é pobre nesse nutriente).
25 Conclusão Nesse contexto, o estabelecimento e constante revisão de normas regulando o uso agrícola de lodo de esgoto e a continuidade dos estudos envolvendo o tema são muito importantes para garantir que uma atividade considerada ambientalmente desejável não se torne prejudicial ao próprio meio ambiente e, conseqüentemente, a nós mesmos. Estudos para as diferentes doenças das diferentes culturas.
26 Referências bibliográficas Artigo_Lodo_do_esgoto.pdf e/view/ pdf
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