BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "BuscaLegis.ccj.ufsc.br"

Transcrição

1 BuscaLegis.ccj.ufsc.br Exclusão da responsabilidade objetiva no risco do desenvolvimento Flávia Leal Vilanova* 1. INTRODUÇÃO A responsabilidade civil vem evoluindo gradativamente desde o Direito Romano até os tempos atuais para atender as necessidades emergentes de uma sociedade que tenta dia após dia atender á princípios econômicos, sociais e éticos constitucionalmente estabelecidos. E neste processo evolutivo, a responsabilidade, inicialmente amparada pelo elemento culpa associado a vontade do agente causador do dano, passou a desconsiderar tal elemento como pressuposto gerador do dever de indenizar, criando o que hoje identificamos como responsabilidade objetiva. A responsabilidade objetiva, hoje plenamente difundida e institucionalmente constituída na legislação vigente se encontra doutrinariamente amparada pela Teoria do risco, que entende ser obrigado a indenizar todo aquele que exerce qualquer atividade lucrativa por possíveis danos causados em razão da exploração desta atividade ou ainda por definição legal que estipule tal espécie de responsabilidade Onde podemos verificar a maior incidência da responsabilidade civil objetiva nos tempos atuais é no Código de Defesa do consumidor, que traz uma aplicação extensiva desta responsabilidade que não contém como um de seus pressupostos o elemento culpa, bastando para configurar o dever de indenizar o nexo de causalidade entre a atividade e o prejuízo sofrido pela vítima e o efetivo dano. 2. RESPONSABILIDADE

2 2.1. A responsabilidade civil A responsabilidade civil surge da violação de um dever jurídico, ou seja, uma conduta ativa ou passiva imposta pelo Direito positivo, uma obrigação que pode ou não acarretar em dano para outrem. Na medida em que, ocorre efetivamente o dano, surge novo dever jurídico, o de reparar o dano, classificado por Cavalieri de dever jurídico sucessivo ou secundário. O sentido etimológico e jurídico de responsabilidade se confunde, designando ambos à idéia de obrigação de reparação de danos em virtude da violação de uma obrigação originária, ou seja, uma conduta positiva ou negativa estabelecida pela ordem jurídica preexistente. Assim que, somente se pode falar em responsabilidade civil onde houve violação de dever jurídico e o dano, em outras palavras, somente se cogita responsabilidade onde houve um dever jurídico preexistente e uma obrigação descumprida. Apesar de inúmeras serem as definições sobre o conceito de responsabilidade civil todas convergem para o ponto comum de responder e determinar concretamente as condições e a dimensão que podemos considerar alguém responsável por reparar o dano causado a outrem, não podendo ser olvidado, que tal responsabilidade não se esgota na mera responsabilidade civil pura e simples, mas carrega não somente em sua conceituação como ao fim que se propõe um peso moral. E somente em razão desta dimensão ético-moral da responsabilidade civil que foi possível à evolução da uma responsabilidade justificadora tanto da responsabilidade subjetiva, quando se preocupa com a questão da vontade do agente causador do dano para identificar a culpa, quanto da responsabilidade objetiva para atender a necessidade de proteção da vítima. De acordo com Caio Mário a responsabilidade civil possui uma finalidade punitiva associada a uma necessidade, designada por ele como pedagógica, garantidora de uma solidariedade que a sociedade deve prestar a vítima através da reparação, ou seja: A responsabilidade civil consiste na efetivação da reparabilidade abstrata do dano em relação a um sujeito passivo da relação jurídica que se forma. [...] Não importa se

3 o fundamento é a culpa, ou se independe desta. Em qualquer circunstancia, onde houver subordinação de um sujeito passivo á determinação de um dever de ressarcimento, aí estará a responsabilidade civil. (CÁIO MÁRIO, 2000, p. 11) Para Cáio Mário, a questão social, denominado por ele de sentimento social ou humano, não é suficiente á ordem jurídica e nem mesmo ao lesionado, a reparação é imprescindível para ressarcir a vitima, identificando o autor do dano e oferecendo ao lesionado a satisfação do dano com sanções concretamente aplicadas. O Código civil de 2002 em seu artigo 389 determina a responsabilidade pelo descumprimento da obrigação, seja esta responsabilidade contratual ou extracontratual, estabelecendo assim nova obrigação por descumprimento da obrigação principal. Responde assim o obrigado por perdas e danos, salvo nas hipóteses de caso fortuito e força maior onde os efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. A obrigação a que se refere o código pode ter natureza voluntária ou legal, sendo a primeira criada por negócios jurídicos em função da autonomia da vontade e a segunda imposta pela lei. A obrigação de indenizar, determinada pelo artigo 927 do Código Civil de 2002, tem assim característica legal, surgindo independentemente da vontade do agente, sendo necessário para se identificar o responsável determinar o dever jurídico violado e quem o descumpriu. O problema em foco da responsabilidade civil busca saber quem deve reparar o prejuízo causado, tentando identificar também as condições e o modo como tal prejuízo será reparado. O interesse em questão tem natureza privada independente de ter infringido norma de ordem pública, exigindo a vítima indenização, estando o causador do dano obrigado a repará-lo por força do artigo 186 e 187 conjugado com o artigo 927 do Código Civil, estando os respectivos artigos abaixo transcritos: Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

4 O artigo 186 refere-se à responsabilidade advinda da culpa ou do dolo do agente causador do dano, que em razão de sua conduta, ativa ou passiva, terá o dever de indenizar. Tal artigo faz menção a responsabilidade subjetiva cuja conduta culposa do agente, o nexo causal e o dano são pressupostos da responsabilidade por ato ilícito. Aqui o elemento culpa é imprescindível para a responsabilidade civil e consequentemente o dever de indenizar. Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O artigo 187 faz referencia ao que a doutrina identifica como abuso de direito, estando o causador do dano obrigado a reparar o prejuízo caso exerça de forma arbitraria seu próprio direito, ou seja, ainda que o ato seja lícito, o agente estará excedendo os limites impostos pela lei e por isso estará obrigado a indenizar. Também neste artigo pode ser identificada à exigência do elemento culpa, sendo, portanto, condição necessária para que haja a obrigação de indenizar. Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Em verdade, o artigo 927, cria a obrigação chamada legal, que, como foi dito anteriormente, independe da vontade do agente. Assim, o simples descumprimento de uma obrigação, agindo o autor do ato danoso com culpa ou ultrapassando os limites do seu próprio direito, gerará o dever de indenizar. Para a teoria do Direito a responsabilidade nasce do fato jurídico, ou seja, do acontecimento social capaz de produzir conseqüências jurídicas a partir de condutas voluntárias ilícita, também denominada ato ilícito, que afronta o Direito ao violar o dever imposto pela norma jurídica, que é, pois, o fato gerador da responsabilidade civil.

5 No conceito de ato ilícito contém, ao menos para uma grande parte de doutrinadores, o elemento culpa, que pode ser entendida através de uma concepção moral onde o ato danoso deve ser imputado ao seu autor que violou uma regra de conduta ou tomar como ponto de partida simplesmente o fato danoso como fato social resultante de uma conduta irregular, decorrente de um comportamento negligente ou imprudente. Mas tal conceituação resultaria difícil para explicar a questão da responsabilidade objetiva, onde o elemento culpa sequer é questionado, pois: Em sede de responsabilidade subjetiva a culpa integrará esses pressupostos [pressupostos da responsabilidade], mas tratando-se de responsabilidade objetiva bastará a ilicitude em sentido amplo, a violação de um dever jurídico preexistente por conduta voluntária. (CAVALIERE, 2004, p.33) Assim para Cavaliere(2004), na responsabilidade objetiva há sempre a violação de um dever jurídico preexistente, uma obrigação originária pela prática de ato ilícito, onde qualquer responsabilização por ato lícito não configuraria a violação de um dever jurídico, mas mera obrigação legal de indenizar por ato lícito. Contudo, para ele, a conduta ilícita possui dois aspectos, o primeiro objetivo, onde tão somente á contrariedade ao direito torna a conduta ilícita e o segundo subjetivo, onde a classificação de ilícita dada a uma conduta deve levar em conta o juízo de valor feito ao seu respeito, somente possível, se houver uma conduta consciente e livre e é em tal aspecto que a existência do elemento culpa pode adquirir relevância. Não ocorre, no entanto, a obrigação de indenizar para o direito civil quando houver caso fortuito e força maior, sendo ambos entendidos como fato necessário cujos efeitos não poderiam ser evitados ou impedidos, ou seja, dano causado por ato alheio a vontade das partes ou do agente causador do dano e que tampouco derivou da negligencia, imperícia ou imprudência do mesmo. Assim, apresenta em verdade uma excludente de responsabilidade em razão de finalizar a relação de causalidade entre o ato do agente e o dano causado a vitima.

6 Há para a doutrina sobre a questão da excludente de responsabilidade uma relevante consideração a ser feita sobre a distinção entre caso fortuito e força maior, sendo o primeiro um impedimento relacionado com a pessoa do devedor ou com sua empresa, enquanto que o segundo é um acontecimento externo. Tal distinção permite estabelecer divergente tratamento para o devedor em relação ao fundamento da sua responsabilidade, visto que, se a responsabilidade for fundada na culpa, bastará o caso fortuito para eximi-lo da responsabilidade, no entanto, se for fundada no risco o caso fortuito não terá suficiente força para eximi-lo da responsabilidade de indenizar a vitima do dano, sendo indispensável que haja a força maior, denominado também como fortuito externo. Silvio Rodrigues (2003) lucidamente se posiciona frente á questão da exclusão da responsabilidade civil pelo caso fortuito e força maior da seguinte maneira: O critério para caracterizar o caso fortuito ou de força maior, que é a excludente maior da responsabilidade, fica sempre ao arbítrio do julgador. E a rigor deste variará, inexoravelmente, conforme os seus pendores e as hipóteses da causa, pois o juiz encontrará na flexibilidade da expressão caso fortuito ou de força maior uma porta para julgar por equidade e mesmo contra severidade da lei, ainda quando esta não autoriza a lançar mão daquele recurso. (RODRIGUES, 2003, p. 177). Para Rodrigues (2003) tal posicionamento possibilita ao juiz certo grau de liberdade para que possa, no caso concreto, buscar uma solução que atenda não somente ao interesse social, mas que corrija as distorções que uma apreciação estritamente objetiva e rígida pode causar A responsabilidade objetiva O primeiro passo para a substituição da teoria da culpa para a teoria objetiva foi a sustentação da infração do dever contratual de seguridade, ou seja, a responsabilidade contratual, dispensando o elemento anímico para sujeitar o ofensor a reparar o dano, estando tal entendimento considerando tão somente o dano como uma realidade objetiva, cujo o elemento vontade não é cogitado, pois:

7 [...] a teoria objetiva é uma teoria social que considera o homem como fazendo parte de uma coletividade e que o trata como uma atividade em confronto com as individualidades que o cercam. (Saleilles Les Accidentes de Travail et la Responsabilité Civile, tradução do autor, CÁIO MÁRIO, 2002, p.17). Nos tempos atuais, em termos de responsabilidade civil o ato ilícito é compreendido como tão somente a contrariedade entre a conduta e a ordem jurídica, decorrente de violação do dever jurídico preexistente. A responsabilidade objetiva esta totalmente amparada pela teoria do risco, adotada de forma genérica pelo código de 2002, segundo qual todo aquele que ao exercer atividade, cria dano para outrem, deve ser obrigado a repará-lo, independente de prova de culpa da sua conduta. A responsabilidade objetiva depende de conduta ilícita, dano e nexo causal, somente o elemento culpa é dispensado, sendo considerada irrelevante para a consideração do dever de indenizar, ou seja, a conduta culposa ou dolosa do causador do dano não possui relevância, bastando a relação de causalidade entre o dano e o ato do agente, surgindo a partir daí o dever de indenizar. A responsabilidade objetiva surgiu da dificuldade da vítima em provar a culpa do causador do dano, evoluindo de decisões de tribunais que passaram admitir uma maior facilidade na prova da culpa, posteriormente para uma admissão de uma culpa presumida, onde havia inversão do ônus da prova sem abandonar, contudo, a teoria da culpa, até chegar a admissão da responsabilidade sem culpa em determinados casos, onde o causador do dano só se exime do dever de indenizar se provar alguma causa de exclusão do nexo causal. A exclusão do nexo causal, também identificada como exclusão da responsabilidade, ocorre quando o dano decorreu de causa, ou de circunstancia que impede o cumprimento da obrigação, ou seja, pela impossibilidade de cumprimento de um dever. Trata-se de causas supervenientes que não podem ser imputadas ao agente, em razão de caso fortuito, força maior, fato exclusivo da vitima ou de terceiro.

8 Importante destacar que quando se fala de caso fortuito ou força maior está se tratando de acontecimentos inteiramente estranhos à vontade do agente e cujos efeitos não podiam ser evitados ou impedidos, trata-se, portanto, da imprevisibilidade e inevitabilidade de determinados acontecimentos. 2.3 A teoria do risco Surgida em razão do desenvolvimento industrial que acarretou diversos acidentes de trabalho e, por conseguinte trazendo a tona o problema da reparação do dano e a dificuldade de se provar a culpa das empresas pelo acidente de trabalho, assim, a teoria do risco difundiu como principal idéia ser desnecessário o elemento culpa para gerar a responsabilidade da obrigação de indenizar, que passou a não se apoiar em qualquer elemento subjetivo a respeito do comportamento do agente causador do dano, fixando-se tão somente no elemento objetivo que é a relação de causalidade entre o agente e o dano. A teoria do risco deu o fundamento necessário para a responsabilidade objetiva, sendo preciso compreender risco como perigo, como probabilidade de dano, de tal forma, quem assume uma atividade perigosa deve-lhe assumir os riscos e reparar o dano dela decorrente pela violação de um dever maior, qual seja o dever obediência ás normas técnicas e de segurança. Busca-se através desta teoria resolver o problema da causalidade, dispensando qualquer juízo de valor sobre a culpa do agente e pretendendo com isso a socialização dos riscos apoiado pelo discurso de equilíbrio econômico-social para justificar a irrelevância da culpa. Cabe salientar também que a adoção da teoria do risco é admitida de forma genérica no campo da responsabilidade civil somente quando a atividade exercida pelo agente implicar por sua natureza em risco, já para os demais casos deverá haver lei específica que indique a responsabilidade objetiva. Tal entendimento pode ser facilmente obtido pela leitura do parágrafo único do artigo 927 do código civil abaixo transcrito em sua literalidade:

9 Artigo 927, Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 3. CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 3.1. Histório do CDC A busca por satisfazer as novas necessidades de uma sociedade em constantes mudanças fez surgir a proteção especifica a direitos antes tratados de forma genérica ou que surgiram em decorrência de profundas mudanças sociais ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico e cientifico do século XX, que remeteram a transformações ainda maiores no ordenamento jurídico para tentar equilibrar as relações sociais. O código do consumidor surgiu então como fruto das necessidades emergentes desse processo de transformação para equilibrar as relações de consumo engrandecidas pela revolução industrial que ampliou a capacidade produtiva e com ela, fez surge também, novos instrumentos jurídicos para atender as exigências dessa nova realidade econômica e social, já que as soluções clássicas não atendiam a necessidade de proteção ao consumidor que exigia a Constituição de A Constituição inseriu como direito e garantia fundamental a defesa do consumidor, buscando programar uma política nacional de relação de consumo uniforme que tutelasse os interesses patrimoniais e morais de todos os consumidores através de princípios e normas de ordem pública e interesse social, promovendo assim, a defesa do consumidor ao restabelecer o equilíbrio e a igualdade nas relações de consumo que torna o consumidor vulnerável em razão das desvantagens técnica e jurídica em face do fornecedor. O código de defesa do consumidor proporcionou desta forma uma alteração na concepção de contrato que agora passa a valorizar os efeitos sociais na ordem econômica e jurídica controladas a

10 partir der uma maior intervenção estatal no setor de consumo, visando compensar as desigualdades econômicas que há na relação fornecedor-consumidor A responsabilidade no código de defesa do consumidor O fundamento da responsabilidade do fornecedor deixou de ser para o código de defesa do consumidor a conduta culposa apoiando-se tão somente no nexo causal entre o defeito do produto ou serviço e o acidente de consumo, entendo como produto defeituoso aquele que não oferece a segurança que dele, o consumidor, legitimamente espera. E novamente neste ponto que há a maior contradição para a responsabilização objetiva do fornecedor fundada no risco do desenvolvimento, porque no momento de sua concepção, o produto de fato oferece a segurança dele esperada. De acordo com o posicionamento de Marques (2004), a responsabilidade do fornecedor no CDC está concentrada no produto ou no serviço prestado, ou seja, concentrada na existência de um defeito causado pela falha de segurança ou na existência de um vício, qual seja, uma falha na adequação do produto ou serviço. Desta forma, o legislador, acompanhando a evolução do direito comparado atribuiu ao fornecedor um novo dever denominado de dever de qualidade, para o qual, os produtos e serviços devem trazer em si mesmos uma garantia de adequação do seu uso bem como uma garantia referente á sua segurança. Contudo, a noção de segurança é relativa, visto que não há, e não tem como haver, a segurança absoluta do produto, devendo o Direito atuar somente quando a insegurança ultrapassar a normalidade e a previsibilidade do risco inerente ao produto ou serviço O risco do desenvolvimento no código de defesa do consumidor Compreende-se como risco do desenvolvimento, aquele que não pode ser cientificamente conhecido no momento do lançamento do produto no mercado, sendo somente descoberto após um determinado período de uso do produto ou serviço. Trata-se de um defeito que em

11 razão do estado da ciência e tecnologia da época era não somente desconhecido como imprevisível. Um dos argumentos mais utilizados por aqueles que defendem essa posição é a impossibilidade do setor produtivo sustentar os custos dessa responsabilização, inviabilizando assim não somente a pesquisa, como o progresso científico-tecnológico. A imprevisibilidade desse risco faz com que o fornecedor não inclua seus custos no valor do produto ou serviço, sem poder sequer compartilhar esse ônus com os seus consumidores. A responsabilização objetiva do agente causador do dano pelo risco do desenvolvimento remonta os primórdios do direito Romano, na medida em que, busca no plano a recomposição do dano sem que possa distinguir exatamente a idéia de reparação de punição por buscar, antes de tudo, atingir aquele que efetivamente causou o dano sem se preocupar com as conseqüências fáticas desta solução simplista. Quando alguns autores indagam sobre a possibilidade do fornecedor se amparar no risco do desenvolvimento para eximir-se da responsabilidade do produto, muitos buscam a resposta em uma interpretação que dizem ser sistemática e teleológica do código de defesa do consumidor, afirmando que, o consumidor possui o direito intransponível de proteção à vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos considerados perigosos ou nocivos. Baseiam-se ainda os defensores da responsabilidade objetiva no risco do desenvolvimento no artigo 10 do CDC que prescreve que o fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produtos ou serviços que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade á saúde ou segurança. Outro argumento ainda utilizado na defesa da responsabilidade objetiva pelo risco do desenvolvimento é aquele que afirma que o fornecedor deve estar atualizado com novas tecnologias e descobrimentos científicos. Tal argumento é contraditório em si mesmo, visto que, o risco do desenvolvimento é justamente a impossibilidade de descobrir ou prever determinado defeito pela ciência á época da sua criação.

12 Se no caso o fornecedor, descobrindo o defeito posteriormente, não fizer as devidas adequações do produto, já estaremos tratando de outro assunto que não o risco do desenvolvimento. Neste caso, faltou por parte do fornecedor o devido dever de segurança, tendo sido negligente após o conhecimento do defeito ou da possível possibilidade de dano. Deve assim o fornecedor arcar com a responsabilidade de indenizar o consumidor por todos os eventuais dados ocorridos em razão da sua desídia. Cabe enfatizar que o risco do desenvolvimento trata do defeito que não pode ou não tem como ser descoberto e a questão que este problema levanta é sobre qual a medida da responsabilidade do fornecedor durante este lapso temporal de total possibilidade de previsão e não após o conhecimento. Contudo, no risco do desenvolvimento, a possibilidade fática do consumidor saber do grau de periculosidade do produto ou serviço é inexistente, ou seja, o fornecedor não faltou com o dever de segurança. Assim que, se há impossibilidade absoluta e geral da ciência e da técnica para descobrir a existência do defeito, não se pode exigir do fornecedor que seja responsabilizado como a justificativa que há uma possibilidade subjetiva do fornecedor na previsão deste risco, arcando com o pesado ônus do dever de indenizar A exclusão da responsabilidade objetiva Apesar do código de defesa do consumidor não mencionar a exclusão da responsabilidade por caso fortuito ou força maior, tal questão deve ser analisada para compreensão de em qual medida haveria exclusão da responsabilidade por forças alheias a vontade do fornecedor. Assim, a respeito dos acidentes de consumo, a excludente entende ser aplicável nos casos em que os danos sofridos tenham sido causados por fortuito externo, já que esta não guarda qualquer relação com a atividade do fornecedor. E sendo cabível a responsabilização do fornecedor pelo fortuito interno, entendido como fato imprevisível e inevitável ocorrido no momento da fabricação do produto, fazendo parte assim da atividade desenvolvida pelo fornecedor. Além da inexistência do defeito do produto ou serviço e do fato exclusivo da vítima ou de terceiro como excludente de responsabilidade objetiva no código de defesa do consumidor

13 outra questão que por alguns é apresentada como excludente da responsabilidade é o Risco do desenvolvimento. A maioria dos doutrinadores defende a responsabilidade do fornecedor pelo risco do desenvolvimento, entendendo esse como fortuito-interno, ou seja, como defeito imprevisível e por isso inevitável no momento de sua fabricação, não excluindo assim a responsabilidade do fornecedor porque que tal risco faria parte da sua atividade ligada ao risco do empreendimento compreendendo que todo aquele disposto a exercer qualquer atividade no mercado de consumo tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos bens e serviços fornecidos, independentemente de culpa, passando o fornecedor o garantidor do produto ou serviço e respondendo pela qualidade e segurança dos mesmos. Ademais, o entendimento do risco do desenvolvimento é que trata-se de fortuito-interno que não exclui a responsabilidade do fornecedor é reforçado pela chamada justiça distributiva, que entende ser repartido no preço do produto ou serviço os riscos inerente aos mesmos, sendo assim socializado os prejuízos entre o fornecedor e os consumidores. Ocorre que, á responsabilidade objetiva não se pode dar uma interpretação extensiva, ampliando o rol de hipóteses em que não se questiona a vontade daquele que exerce atividade para a ocorrência do efeito danoso para aferir a obrigação de indenizar, principalmente quando tal aplicação pode trazer em longo prazo um desequilíbrio socialeconômico. Assim a responsabilidade objetiva pelo risco do desenvolvimento é uma interpretação extensiva dada pelo Código de Defesa do Consumidor, visto que tal código não deixa evidente que a tal risco deve ser aplicada a responsabilidade objetiva, alem de propor que o entendimento sobre a medida da responsabilidade do agente que desenvolve atividade econômica e seu dever de indenizar deve ser auferido no caso em concreto através da ponderação de princípios constitucionais identificados no problema em questão.

14 O risco do desenvolvimento é entendido como um risco impossível de ser identificado á época da criação do produto ou serviço, ou seja, imprevisível, não contribuindo assim de nenhuma forma a vontade do fornecedor de tais produtos ou serviços para a ocorrência do dano, e mais, sequer há por parte deste a ausência do dever de segurança, um dos argumentos utilizados por aqueles que defendem a responsabilidade objetiva, ou o mesmo, agiu com imprudência, imperícia ou negligencia na fabricação de tais produtos. REFERÊNCIAS PEREIRA, Cáio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Responsabilidade Civil. V.4. 20ª. ed. São Paulo:Saraiva, CAVALIERE, Sergio Filho. Programa de Responsabilidade Civil. 5ª. ed. São Paulo: Malheiros, MARQUES, Cláudia Lima; BENJAMIN, Antônio Herman V.; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor: Arts. 1º a 74: Aspectos Materiais, Editora Revistas dos Tribunais, * Advogada. Disponível em: Acesso em: 05 jun

Responsabilidade civil do empreiteiro e do projetista. Mario Rui Feliciani

Responsabilidade civil do empreiteiro e do projetista. Mario Rui Feliciani civil do empreiteiro e do projetista Mario Rui Feliciani Este, que pode parecer um tema de pouca importância, é na verdade tema que envolve vários conceitos fundamentais de direito: O primeiro artigo de

Leia mais

Responsabilidade civil do empreiteiro e do projetista

Responsabilidade civil do empreiteiro e do projetista civil do empreiteiro e do projetista Mario Rui Feliciani Este, que pode parecer um tema de pouca importância, é na verdade tema que envolve vários conceitos fundamentais de direito: 1 O primeiro artigo

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres 1-) Responsabilidade Civil: a) Objetiva: Esta responsabilidade diz respeito a não necessidade de comprovação de culpa,

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDE CIVIL DOS ENFERMEIROS

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDE CIVIL DOS ENFERMEIROS RESPONSABILIDE CIVIL DOS ENFERMEIROS Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Aula n. 19 Módulo Responsabilidade Civil na Saúde 1 Atividade profissional dos enfermeiros (Lei n. 7.498/86, regulamentada

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL INTRODUÇÃO Elan Marcos de Matos TEIXEIRA 1 Priscila Moreira MARCONDES 2 Victor Henrique Hipólito SCHWANTES 3 Fernando do Rego Barros FILHO 4 Em principio o direito

Leia mais

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. A palavra responsabilidade deve ser entendida como restituição ou compensação de algo que foi retirado

Leia mais

Prof. Mariana M Neves DIREITO DO CONSUMIDOR

Prof. Mariana M Neves DIREITO DO CONSUMIDOR Prof. Mariana M Neves DIREITO DO CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC Ato Lesivo Dano nexo causal Código Civil Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Responsabilidade objetiva do Estado Elaine Rodrigues de Paula Reis A responsabilidade do Poder Público não existirá ou será atenuada quanto a conduta da Administração Pública não

Leia mais

Responsabilidade Civil. Paula Ferraz 2017

Responsabilidade Civil. Paula Ferraz 2017 Responsabilidade Civil Paula Ferraz 2017 O que é Responsabilidade Civil? O fundamento legal dessa obrigação encontra-se amparado no Novo Código Civil Brasileiro Lei n.º 10.406 de 10/01/2012, vigente a

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL: EVOLUÇÃO, ESPÉCIE E EFEITOS

RESPONSABILIDADE CIVIL: EVOLUÇÃO, ESPÉCIE E EFEITOS RESPONSABILIDADE CIVIL: EVOLUÇÃO, ESPÉCIE E EFEITOS Henrique Kuniyoshi MATSUNO 1 RESUMO: O presente trabalho busca estudar todos os institutos que integram a responsabilidade civil. Ao longo do texto será

Leia mais

Direito ao Risco e Responsabilidades

Direito ao Risco e Responsabilidades Direito ao Risco e Responsabilidades "Há um limite em que a razão deixa de ser razão, e a loucura ainda é razoável. Carlos Drummond de Andrade Flávia Teixeira "Todos os seres humanos nascem livres e iguais

Leia mais

PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR RESP. PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR RESP. PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR RESP. PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO www.markusnorat.com Fato do Produto FATO DEFEITO ACIDENTE DE CONSUMO Responsabilidade pelo Fato do Produto O CDC regula

Leia mais

Seus Direitos Relacionados A Danos Morais E Materiais

Seus Direitos Relacionados A Danos Morais E Materiais BuscaLegis.ccj.ufsc.br Seus Direitos Relacionados A Danos Morais E Materiais Adriano Martins Pinheiro Bacharelando em Direito Articulista e colaborador de diversos sites e jornais locais. Atuante em Escritório

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres 1-) Consignação em Pagamento Conti.: a) Judicial: Hipóteses de cabimento encontram-se perante o art. 335 do

Leia mais

Aula 5. Direito básico à segurança

Aula 5. Direito básico à segurança Página1 Curso/Disciplina: Direito do Consumidor Aula: Direito do Consumidor - 05 Professor (a): Samuel Cortês Monitor (a): Caroline Gama Aula 5 Direito básico à segurança Os consumidores têm o direito

Leia mais

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA Pressupostos da responsabilidade civil extracontratual (CC/02, art. 186) Conduta culposa Nexo causal Dano 1. A conduta - Conduta é gênero, de que são espécies:

Leia mais

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO:

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO: PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO: ATRASO NO VOO Módulo II (Contratos em Espécie) do Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor Aula n. 37 Responsabilidade do Fato do Produto

Leia mais

Professor Me. Vitor Monacelli Fachinetti Júnior Professor Me. Walter Vechiato Júnior

Professor Me. Vitor Monacelli Fachinetti Júnior Professor Me. Walter Vechiato Júnior RESPONSABILIDADE DO ENGENHEIRO CRIMINAL E CIVIL Professor Me. Vitor Monacelli Fachinetti Júnior Professor Me. Walter Vechiato Júnior RESPONSABILIDADE CRIMINAL" DOLO E CULPA responsabilidade do engenheiro,

Leia mais

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário. Dano moral e indenização. Parte I. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário. Dano moral e indenização. Parte I. Prof. Cláudio Freitas DIREITO DO TRABALHO Remuneração e Salário Dano moral e indenização. Parte I Prof. Cláudio Freitas Dano Moral e indenização - O dever primário: neminem laedere. - O dever secundário: responsabilização -

Leia mais

Aula 22. O art. 22, CDC, é aplicável às pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços públicos.

Aula 22. O art. 22, CDC, é aplicável às pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços públicos. Turma e Ano: CAM MASTER B 2015 Matéria / Aula: Direito Civil Obrigações e Contratos Aula 22 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitor: Mário Alexandre de Oliveira Ferreira Aula 22 Art. 22. Os órgãos públicos,

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CASOS DE DANOS CAUSADOS POR AGROTÓXICOS.

RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CASOS DE DANOS CAUSADOS POR AGROTÓXICOS. RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CASOS DE DANOS CAUSADOS POR AGROTÓXICOS. Fernando do Rego BARROS FILHO Karime Pereira Bednasky AGNE Patrick Ronielly dos Santos RESUMO: A responsabilidade civil se faz necessária

Leia mais

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO GT III Efetividade do Sistema de Proteção às Crianças e aos Adolescentes na América Latina. Tamires Cristina Feijó de Freitas

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Aula n. 79. Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Tema: SANGUE CONTAMINADO - RESPONSABILIDADE CIVIL

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Aula n. 79. Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Tema: SANGUE CONTAMINADO - RESPONSABILIDADE CIVIL Aula n. 79 Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Tema: SANGUE CONTAMINADO - RESPONSABILIDADE CIVIL 1 Controle da qualidade do sangue Hospitais, clínicas e médicos hematologistas respondem civilmente

Leia mais

> Responsabilidade objetiva e solidária na coleta e tratamento de dados pessoais

> Responsabilidade objetiva e solidária na coleta e tratamento de dados pessoais > Responsabilidade objetiva e solidária na coleta e tratamento de dados pessoais Comissão Especial de Proteção de Dados Pessoais Câmara dos Deputados Rafael A. F. Zanatta Brasília, 03 de maio de 2017 >

Leia mais

O QUE É O DEVER DE REPARAR O DANO. RESPONSABILIDADE CIVIL? A RESPONSABILIDADE CIVIL NADA MAIS É SENÃO:

O QUE É O DEVER DE REPARAR O DANO. RESPONSABILIDADE CIVIL? A RESPONSABILIDADE CIVIL NADA MAIS É SENÃO: UM PORTAL DA ACESSE O QUE É RESPONSABILIDADE CIVIL? A RESPONSABILIDADE CIVIL NADA MAIS É SENÃO: O DEVER DE REPARAR O DANO. POR QUE DIVULGAR ESTE TIPO DE INFORMAÇÃO PARA EMPRESÁRIOS DA CONTABILIDADE? PREVENÇÃO

Leia mais

Responsabilidade Civil Ambiental. Fernando Nabais da Furriela Advogado

Responsabilidade Civil Ambiental. Fernando Nabais da Furriela Advogado Responsabilidade Civil Ambiental Fernando Nabais da Furriela Advogado ffurriel@furriela.adv.br Legislação Ambiental Brasileira Constituição Federal Código Civil Legislação Especial Constituição Federal

Leia mais

Aula 15 Dos Atos Ilícitos: Por Marcelo Câmara

Aula 15 Dos Atos Ilícitos: Por Marcelo Câmara Aula 15 Dos Atos Ilícitos: Por Marcelo Câmara Introdução: A responsabilidade civil surge pela prática de um ato ilícito que é o conjunto de pressupostos da responsabilidade civil. Surge assim, a responsabilidade

Leia mais

ARGUMENTOS DAS DECISÕES JUDICIAIS EM FACE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO 1

ARGUMENTOS DAS DECISÕES JUDICIAIS EM FACE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO 1 ARGUMENTOS DAS DECISÕES JUDICIAIS EM FACE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO 1 Leonardo Stein 2, Eloísa Nair De Andrade Argerich 3. 1 Trabalho de conclusão do curso de Graduação em Direito

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO Responsabilidade Civil do Estado. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes

DIREITO ADMINISTRATIVO Responsabilidade Civil do Estado. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes DIREITO ADMINISTRATIVO Responsabilidade Civil do Estado Prof. Luís Gustavo Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes Periscope: @ProfLuisGustavo RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO (CF, art. 37) 6º - As pessoas

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICO- HOSPITALAR E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICO- HOSPITALAR E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICO- HOSPITALAR E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Aula patrocinada pela Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde e pela Pós- Graduação em Direito do Consumidor 1 Conceito de

Leia mais

Responsabilidade Civil. Prof. Antonio Carlos Morato

Responsabilidade Civil. Prof. Antonio Carlos Morato Responsabilidade Civil Prof. Antonio Carlos Morato Dano Estético Dano à imagem / Dano Estético (art. 5o, V e X da CF) Imagem-retrato e Imagem-Atributo V - é assegurado o direito de resposta, proporcional

Leia mais

Aula 6. Responsabilidade civil

Aula 6. Responsabilidade civil Página1 Curso/Disciplina: Direito do Consumidor Aula: Direito do Consumidor - 06 Professor (a): Samuel Cortês Monitor (a): Caroline Gama Aula 6 Responsabilidade civil Após a entrada em vigor do CDC, houve

Leia mais

ASPECTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS 1

ASPECTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS 1 ASPECTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS 1 Lilian Florentina Kraievski Ferreira 2 Michel Canuto de Sena 3 RESUMO A presente pesquisa aborda a responsabilidade civil no ordenamento jurídico

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO Aquele que procura um cirurgião plástico não o faz por necessidade, mas tão somente busca melhorar sua aparência não podendo, por óbvio, tê-la

Leia mais

RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA www.trilhante.com.br 1 RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Responsabilidade da Administração Pública Quando a administração pública é responsável juridicamente?

Leia mais

RC Profissional Objetivo do Seguro

RC Profissional Objetivo do Seguro RC Profissional Objetivo do Seguro Esta cada vez mais clara a importância e conscientização dos profissionais sobre a responsabilidade civil na prestação de serviços. A crescente judicialização das relações

Leia mais

Responsabilidade Civil e Criminal de Envolvidos nos Projetos, Execuções e Manutenções das Instalações de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio

Responsabilidade Civil e Criminal de Envolvidos nos Projetos, Execuções e Manutenções das Instalações de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio Responsabilidade Civil e Criminal de Envolvidos nos Projetos, Execuções e Manutenções das Instalações de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio 3º Fórum Nacional de Detecção, Prevenção e Combate a Incêndio

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENFERMEIRO NA GESTÃO ASSISTENCIAL

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENFERMEIRO NA GESTÃO ASSISTENCIAL RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENFERMEIRO NA GESTÃO ASSISTENCIAL DEFININDO RESPONSABILIDADE CIVIL A responsabilidade civil consiste na obrigação (vínculo obrigacional) que impende sobre aquele que causa um

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO O paciente que procura um cirurgião plástico não o faz por necessidade, mas tão somente busca melhorar sua aparência não podendo, por óbvio, tê-la piorada.

Leia mais

DIMENSÕES DOS DANOS AMBIENTAIS, JURIDICIDADE E FORMAS DE REPARAÇÃO

DIMENSÕES DOS DANOS AMBIENTAIS, JURIDICIDADE E FORMAS DE REPARAÇÃO DIMENSÕES DOS DANOS AMBIENTAIS, JURIDICIDADE E FORMAS DE REPARAÇÃO Fernanda Luiza Fontoura de Medeiros Pesquisadora do CNPq Doutora em Direito (UFSC/Coimbra) Mestre em Direito (PUCRS) Professora Adjunta

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO ACIDENTE DE TRABALHO. LANA REZENDE DOS SANTOS FACULDADE ALFREDO NASSER

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO ACIDENTE DE TRABALHO. LANA REZENDE DOS SANTOS FACULDADE ALFREDO NASSER RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO ACIDENTE DE TRABALHO LANA REZENDE DOS SANTOS FACULDADE ALFREDO NASSER lanarezende27@gmail.com ANA CELUTA F. TAVEIRA Faculdade Alfredo Nasser Mestre em Direito e

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I - Responsabilidade Civil na Saúde

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I - Responsabilidade Civil na Saúde Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I - Responsabilidade Civil na Saúde 1 Atividade profissional dos enfermeiros (Lei n. 7.498/86, regulamentada pelo Decreto n. 94.406/97). 2 Conceito

Leia mais

Com a Constituição Federal de 1988, houve uma mudança na natureza da responsabilidade do empregador em casos de acidente de trabalho.

Com a Constituição Federal de 1988, houve uma mudança na natureza da responsabilidade do empregador em casos de acidente de trabalho. APLICAÇÃO DO ART. 7º, INCISO XXVIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL X ART. 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL. Com a Constituição Federal de 1988, houve uma mudança na natureza da responsabilidade do empregador

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DOS DENTISTAS

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DOS DENTISTAS RESPONSABILIDADE CIVIL DOS DENTISTAS Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I - Aula n. 21 1 A obrigação do dentista é de resultado e de meio. Exemplo de obrigação de resultado: colocação

Leia mais

ENCONTRO 04. Ocorrência de ato ilícito. Que este ato tenha causado dano à alguém

ENCONTRO 04. Ocorrência de ato ilícito. Que este ato tenha causado dano à alguém ENCONTRO 04 1.4. Imputabilidade - A responsabilidade decorre apenas da conduta? - A reprovabilidade depende da capacidade psíquica de entendimento do agente? (Sim. - Que significa imputar? - Há como responsabilizar

Leia mais

Direito Civil. Atos Jurídicos. Professora Tatiana Marcello.

Direito Civil. Atos Jurídicos. Professora Tatiana Marcello. Direito Civil Atos Jurídicos Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Aula Civil XX LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Leia mais

16/9/2010. UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

16/9/2010. UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL AULA 3 A RESPONSABILIDADE DO INFRATOR AMBIENTAL NO ÂMBITO CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVO I- INTRODUÇÃO ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE

Leia mais

O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro. Marcelo Leoni Schmid

O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro. Marcelo Leoni Schmid O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro Marcelo Leoni Schmid marcelo@indexflorestal.com.br Aula 02 Responsabilidade civil no Direito Ambiental Brasileiro O

Leia mais

O CASO FORTUITO E A FORÇA MAIOR COMO CAUSAS DE EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO DO CONSUMIDOR.

O CASO FORTUITO E A FORÇA MAIOR COMO CAUSAS DE EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO DO CONSUMIDOR. O CASO FORTUITO E A FORÇA MAIOR COMO CAUSAS DE EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO DO CONSUMIDOR. PLINIO LACERDA MARTINS Mestre em Direito e Prof de Direito do Consumidor da FGV, UGF e Curso TRÍADE

Leia mais

RESENHAS REVIEWS RESPONSABILIDADE CIVIL DA ATIVIDADE MÉDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

RESENHAS REVIEWS RESPONSABILIDADE CIVIL DA ATIVIDADE MÉDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 248 RESENHAS REVIEWS RESPONSABILIDADE CIVIL DA ATIVIDADE MÉDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Octávio Luiz Motta Ferraz Elsevier, Rio de Janeiro, 2009 Estela Waksberg Guerrini ( * ) Não é preciso explicar

Leia mais

Curso de Direito nas Ciências Econômicas. Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

Curso de Direito nas Ciências Econômicas. Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani Curso de Direito nas Ciências Econômicas Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani 2014 1. O Direito 2 Direito é um conjunto de regras que disciplina as diversas dimensões de nossas vidas. Todos nós, na

Leia mais

AS CARACTERÍSTICAS DAS CLÁUSULAS DE FORÇA MAIOR, DA CLÁUSULA HARDSHIP E SUAS DIFERENÇAS

AS CARACTERÍSTICAS DAS CLÁUSULAS DE FORÇA MAIOR, DA CLÁUSULA HARDSHIP E SUAS DIFERENÇAS AS CARACTERÍSTICAS DAS CLÁUSULAS DE FORÇA MAIOR, DA CLÁUSULA HARDSHIP E SUAS DIFERENÇAS No presente artigo serão abordadas as características e as diferenças entre a cláusula de força maior e a cláusula

Leia mais

RELAÇÃO DE CONSUMO. objeto. consumidor. fornecedor INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CDC

RELAÇÃO DE CONSUMO. objeto. consumidor. fornecedor INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CDC RELAÇÃO DE CONSUMO objeto qualquer bem móvel, imóvel, material, imaterial, serviços, serviços públicos art. 2º, CDC art. 2º, PÚ, art. 17 e art. 29, CDC (equiparados) Serviços públicos Uti singuli - Aplica-se

Leia mais

VÍCIOS E DEFEITO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS E ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

VÍCIOS E DEFEITO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS E ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VÍCIOS E DEFEITO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS E ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Dra. Adriana Borghi Fernandes Monteiro Promotora de Justiça Coordenadora da Área do Consumidor Vício do Produto ou do Serviço CDC

Leia mais

Conceito. obrigação tanto crédito como débito

Conceito. obrigação tanto crédito como débito OBRIGAÇÕES Conceito Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. (CRG) obrigação tanto crédito

Leia mais

Direito do Consumidor Rafael da Mota Mendonça

Direito do Consumidor Rafael da Mota Mendonça Direito do Consumidor Rafael da Mota Mendonça Superior Tribunal de Justiça INFORMATIVO 619 TERCEIRA TURMA TEMA: Ação civil pública. Vício do produto. Reparação em 30 dias. Dever de sanação do comerciante,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Teoria do Inadimplemento Daniel Victor * As obrigações se extinguem naturalmente pelo seu pagamento, porém pode acontecer a inexecução, ou seja, a não satisfação do direito de crédito

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE POR ACIDENTES DE CONSUMO. Letícia Mariz de Oliveira Advogada

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE POR ACIDENTES DE CONSUMO. Letícia Mariz de Oliveira Advogada TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE POR ACIDENTES DE CONSUMO Letícia Mariz de Oliveira Advogada A Seção II (Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço), do

Leia mais

Direito do Consumidor: Responsabilidade Civil e o Dever de Indenizar

Direito do Consumidor: Responsabilidade Civil e o Dever de Indenizar Direito do Consumidor: Responsabilidade Civil e o Dever de Indenizar Formação de Servidores do PROCON RJ - 2012 AULA 01 03/07/2012 Turma RC01 Professor e Advogado. Especialista em Relações de Consumo pela

Leia mais

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO DO CONSUMIDOR Infrações Penais Prof. Francisco Saint Clair Neto O Código de Defesa do Consumidor tipificou como infração penal contra as relações de consumo os Artigos 63 a 74, sendo certo que

Leia mais

AULA 08: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. Professor Thiago Gomes

AULA 08: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. Professor Thiago Gomes AULA 08: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Professor Thiago Gomes Considerações Preliminares Obrigação de reparar danos patrimoniais em decorrência de atos de agentes públicos causados a terceiros Exaure-se

Leia mais

Responsabilidade Civil. Prof. Antonio Carlos Morato

Responsabilidade Civil. Prof. Antonio Carlos Morato Responsabilidade Civil Prof. Antonio Carlos Morato Classificação da Culpa Classificação da culpa 1 classificação quanto ao agente: Direta da pessoa imputada (ato próprio) Indireta se é ato de terceiro,

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO Introdução: A introdução significa início ou começo. Declara ao leitor (juiz e réu) o assunto que será tratado no texto jurídico. Fixa as diretrizes do assunto, facilitando

Leia mais

Responsabilidade Civil por Erro Médico

Responsabilidade Civil por Erro Médico N ehemias Domingos de Melo Responsabilidade Civil por Erro Médico Doutrina e Jurisprudência 2ª Edição Revista, atualizada e aumentada são PAULO EDITORA ATLAS S.A. - 2013 j STJ00098223 2008 by Editora Atlas

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO INTRODUÇÃO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NOVOS MEIOS DE PRODUÇÃO ACIDENTES DO TRABALHO DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO AÇÕES TRABALHISTAS RESPONDABILIDADE

Leia mais

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 3 Teoria do Tipo Penal Objetivo

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 3 Teoria do Tipo Penal Objetivo Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 3 Teoria do Tipo Penal Objetivo 1. Conceito De Tipo Penal Conceito de Tipo Penal O tipo é ferramenta fundamental para limitar o poder punitivo do Estado e

Leia mais

ERRO DE DIAGNÓSTICO Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo I Responsabilidade Civil na Saúde

ERRO DE DIAGNÓSTICO Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo I Responsabilidade Civil na Saúde AULA 11 ERRO DE DIAGNÓSTICO Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo I Responsabilidade Civil na Saúde 1. Conceito de diagnóstico 2. Conceito de prognóstico Diagnóstico é a avaliação de um médico

Leia mais

No meio do caminho tinha um cachorro

No meio do caminho tinha um cachorro No meio do caminho tinha um cachorro Autore: Jose Geraldo da Fonseca In: Diritto brasiliano Imagine que você é um motoqueiro e trabalhe com sua moto entregando pizzas, documentos, gás, água, flores, qualquer

Leia mais

ESOCIAL ASPECTOS E FUNDAMENTOS ROQUE DE CAMARGO JÚNIOR AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

ESOCIAL ASPECTOS E FUNDAMENTOS ROQUE DE CAMARGO JÚNIOR AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO ESOCIAL ASPECTOS E FUNDAMENTOS ROQUE DE CAMARGO JÚNIOR AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO O QUE É O esocial????? A QUEM CABE FISCALIZAR EMPREGADOR (PODER DIRETIVO NÃO É SÓ PUNITIVO) AUDITORIA-FISCAL DO TRABALHO

Leia mais

Direitos Básicos do Consumidor

Direitos Básicos do Consumidor Direitos Básicos do Consumidor No artigo 6º no Código de Defesa do Consumidor são trazidos os direitos básicos do consumidor, ou seja, aqueles que são direitos fundamentais ao consumidor, que servirão

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DANO ESTÉTICO DECORRENTE DO ERRO MÉDICO

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DANO ESTÉTICO DECORRENTE DO ERRO MÉDICO RESPONSABILIDADE CIVIL NO DANO ESTÉTICO DECORRENTE DO ERRO MÉDICO MARDEGAN, B. R. do N. 1 Resumo: Com o aumento da demanda pelas cirurgias plásticas, os casos de danos causados por elas também aumentaram.

Leia mais

DA RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DE ESCOTISTAS E DIRIGENTES INSTITUCIONAIS

DA RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DE ESCOTISTAS E DIRIGENTES INSTITUCIONAIS DA RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DE ESCOTISTAS E DIRIGENTES INSTITUCIONAIS Responsabilidade Civil Dever jurídico de indenizar o dano, tanto moral quanto material, imposto àquele que o causou desfazendo,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Direitos básicos do Consumidor Tatiana Leite Guerra Dominoni* 1. Arcabouço protetivo mínimo de direitos consumeristas. O Direito das Relações de Consumo cria um feixe de direitos

Leia mais

FUNDAMENTAÇÃO DE RECURSO DIREITO ADMINISTRATIVO PROVA TIPO 4 - AZUL

FUNDAMENTAÇÃO DE RECURSO DIREITO ADMINISTRATIVO PROVA TIPO 4 - AZUL FUNDAMENTAÇÃO DE RECURSO DIREITO ADMINISTRATIVO PROVA TIPO 4 - AZUL Questão 33 A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, Maria atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa

Leia mais

Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor Matéria: Cláusulas Abusivas

Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor Matéria: Cláusulas Abusivas Aula 37 Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor Matéria: Cláusulas Abusivas 1 As cláusulas abusivas não se confunde com o abuso de direito do art. 187

Leia mais

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO DO CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC Parte I Prof. Francisco Saint Clair Neto Desde os primórdios do Direito Romano, convencionou-se classificar a responsabilidade civil, quanto à origem,

Leia mais

Fontes das Obrigações: Contratos Especiais, Atos Unilaterais, Responsabilidade Civil e outras Fontes (DCV0311)

Fontes das Obrigações: Contratos Especiais, Atos Unilaterais, Responsabilidade Civil e outras Fontes (DCV0311) Fontes das Obrigações: Contratos Especiais, Atos Unilaterais, Responsabilidade Civil e outras Fontes (DCV0311) Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Departamento de Direito Civil Professor

Leia mais

GEORGIOS ALEXANDRIDIS

GEORGIOS ALEXANDRIDIS GEORGIOS ALEXANDRIDIS Leiloeiro Oficial do Estado de São Paulo e Advogado Doutor em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP (2016) Mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP (2008) Especialista

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Responsabilidade Civil do Estado Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade Civil Objetiva e Teoria Prof. Gladstone Felippo São hipóteses de exclusão de responsabilidade ou rompimento

Leia mais

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO DO CONSUMIDOR Parte IV Prof. Francisco Saint Clair Neto ASPECTOS PROCESSUAIS DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR NCPC CDC A desconsideração da personalidade jurídica

Leia mais

AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01

AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01 AULA 02 AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01 1 Resumo da aula n. 01 Informações sobre as diretrizes do curso da pós Apresentação do conteúdo programático Introdução à Responsabilidade Civil

Leia mais

Direito Civil II Direito das Obrigações

Direito Civil II Direito das Obrigações Direito Civil II Direito das Obrigações Elementos Constitutivos das Obrigações 2 Elementos Constitutivos das Obrigações Elemento Subjetivo Vimos que uma relação obrigacional possui sempre os mesmos elementos,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Responsabilidade Penal do Cirurgião-Dentista Karla dos Santos da Costa Profª: Edna Raquel Hogemann Disciplina: Direito e Bioética "Bioética - estudo interdisciplinar do conjunto

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Parte 5 Prof. Pablo Cruz Para se configurar um crime culposo deve se observar os seguintes requisitos: Conduta humana voluntária (descuidada); Inobservância de um dever objetivo de

Leia mais

Profa. Dra. Maria Hemília Fonseca A MODERNA EXECUÇÃO: PENHORA ON LINE

Profa. Dra. Maria Hemília Fonseca A MODERNA EXECUÇÃO: PENHORA ON LINE Profa. Dra. Maria Hemília Fonseca A MODERNA EXECUÇÃO: PENHORA ON LINE DANO MORAL COLETIVO NO DIREITO DO TRABALHO Conceito e Consequências Revisão de alguns conceitos ROTEIRO Dano moral coletivo no DT Conceito

Leia mais

é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de

é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual do Estado. I irresponsabilidade

Leia mais

Poder de Polícia Poder da Polícia

Poder de Polícia Poder da Polícia Poder de Polícia Poder da Polícia Limita os direitos individuais Faz surgir a chamada POLÍCIA Busca a paz pública Faz surgir a chamada POLÍCIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA Incide sobre bens, direitos, atividades

Leia mais

Direito & Cotidiano Diário dos estudantes, profissionais e curiosos do Direito.

Direito & Cotidiano Diário dos estudantes, profissionais e curiosos do Direito. Direito & Cotidiano Diário dos estudantes, profissionais e curiosos do Direito. http://direitoecotidiano.wordpress.com/ Rafael Adachi RESPONSABILIDADE DO ESTADO - Estuda o dever estatal de indenizar particulares

Leia mais

AS LACUNAS NORMATIVAS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

AS LACUNAS NORMATIVAS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES AS LACUNAS NORMATIVAS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Fernanda Azevedo FIDELIX RESUMO: O direito das obrigações é uma das maiores áreas do Direito Civil. As pessoas se vinculam a prestações reciprocas no seu

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA N. 07

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA N. 07 AULA N. 07 1 Conceito de dano moral O dano moral consiste na lesão de direitos não patrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana e direitos da personalidade. Exemplos: vida privada, intimidade, honra,

Leia mais

A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO Natália Pereira SILVA RESUMO: O contrato é um instrumento jurídico de grande importância social na modernidade, desde a criação do Código Civil de 2002 por Miguel Reale, tal

Leia mais

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 Conceito... 5 Características da Responsabilidade Internacional... 5 Formas de Responsabilidade Internacional...7 2. NATUREZA

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS

RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS AULA 16 RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS ERRO DE DIAGNÓSTICO 1. Conceito de diagnóstico 2. Conceito de prognóstico Diagnóstico é a palavra da área da medicina que significa a qualificação

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA DANO MORAL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA DANO MORAL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 1 CONCEITO DE DANO MORAL NA RELAÇÃO DE CONSUMO Dano moral e material - vício e defeito Vício: atinge o produto ou o serviço (lata de sardinha estragada) Defeito:

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Teoria do Crime Promotor de Justiça Período 2010 2016 1) COMISSÃO EXAMINADORA PROMOTOR DE JUSTIÇA MPE SP (2015) Após a leitura dos enunciados abaixo, assinale a alternativa

Leia mais

Responsabilidade Civil Objetiva do Empregador no Acidente do Trabalho Apontamentos Para Uma Teoria da Inversão do Ônus da Prova

Responsabilidade Civil Objetiva do Empregador no Acidente do Trabalho Apontamentos Para Uma Teoria da Inversão do Ônus da Prova Responsabilidade Civil Objetiva do Empregador no Acidente do Trabalho Apontamentos Para Uma Teoria da Inversão do Ônus da Prova Autore: Jose Geraldo da Fonseca In: Diritto brasiliano Em tema de acidente

Leia mais

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. II - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho. Professor: Dr. Rogério Martir

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. II - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho. Professor: Dr. Rogério Martir LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO Professor: Dr. Rogério Martir II - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino,

Leia mais