Aspectos Regulatórios e Expectativas da Supervisão. Lúcio Rodrigues Capelletto Chefe do Desup Departamento de Supervisão Bancária
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- Tiago Gama Guterres
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1 Aspectos Regulatórios e Expectativas da Supervisão Lúcio Rodrigues Capelletto Chefe do Desup Departamento de Supervisão Bancária Fórum de debates: Remuneração dos administradores de instituições financeiras IBGC
2 Agenda 1. Contextualização 2. Visão dos Reguladores e os Princípios do FSB 3. Regulação no SFN: a Res. CMN 3.921/10 4. Expectativas da Supervisão 2
3 Agenda 1. Contextualização 2. Visão dos Reguladores e os Princípios do FSB 3. Regulação no SFN: a Res. CMN 3.921/10 4. Expectativas da Supervisão 3
4 Contextualização Diminuição dos lucros Bônus elevados e crescentes Queda das cotações das ações Crise Financeira Global Revolta de investidores Debate sobre limitação dos bônus Imposição de restrições pelos reguladores 4
5 Contextualização 5
6 Contextualização 6
7 Contextualização 7
8 Contextualização Em diversos estudos, destaca-se o papel das falhas de Governança Corporativa nos colapsos bancários As falhas têm sido agrupadas em quatro grandes categorias Risk governance Remuneração e alinhamento de incentivos Independência, qualificação e composição do Conselho de Administração Envolvimento dos acionistas Fonte: ARD, L.; BERG, A. Bank Governance: Lessons from the financial crisis. World Bank Crisis Response n o 13 (2010) 8
9 Contextualização Fonte: Pesquisa KPMG Never again? Risk management in banking beyond the credit crisis (2009) 9
10 Agenda 1. Contextualização 2. Visão dos Reguladores e os Princípios do FSB 3. Regulação no SFN: a Res. CMN 3.921/10 4. Expectativas da Supervisão 10
11 Visão dos Reguladores 1999 Enhancing corporate governance for banking organisations, pelo Comitê da Basiléia 2006 Enhancing corporate governance for banking organisations, pelo Comitê da Basiléia 2009 Principles for Sound Compensation Practices e Implementation Standards, pelo FSB Compensation Principles and Standards Assessment Methodology, pelo comitê da Basiléia PRINCIPLES FOR ENHANCING CORPORATE GOVERNANCE, pelo Comitê da Basiléia (em revisão) Resolução CMN 3.921, sobre a Política de Remuneração de Administradores e Comitê de Remuneração 2011 Resolução CMN 4.019, Medidas Prudenciais, dentre outras prevê restrições à remuneração dos administradores Principles for the supervision of financial conglomerates - pelo Comitê da Basiléia. Reafirma a importância da governança corporativa, enfatizando o papel do conselho de administração e da diretoria, conflitos de interesse e política de remuneração. 11
12 Visão dos Reguladores 2012 Core principles for effective banking supervision, pelo Comitê da Basiléia, valendo destacar: Princípio 14 Governança Corporativa: O supervisor deve determinar que bancos e grupos bancários tenham robustos políticas e processos de governança corporativa abrangendo, por exemplo, direcionamento estratégico, estruturas organizacional e do grupo, ambiente de controle, responsabilidades do conselho de administração e da alta administração, e remuneração. As políticas e os processos devem ser compatíveis com o perfil de risco e com a importância sistêmica do bancos. 12
13 Visão dos Reguladores Principles for enhancing corporate governance (Comitê da Basiléia, 2010) Princípio 10 O conselho de administração deve supervisionar ativamente a elaboração do sistema de remuneração e seu funcionamento, e deve monitorar e revisar este sistema de remuneração para garantir que funcione como desejado. Princípio 11 A remuneração de um funcionário deve ser efetivamente alinhada com a prudente tomada de riscos: a remuneração deve ser ajustada para todos os tipos de risco; os pagamentos devem ser simétricos com os resultados; e o mix de dinheiro, ações e outras formas de pagamento deve ser consistente com o alinhamento a riscos. 13
14 FSB e Princípios de Remuneração Princípios do FSB divididos em três categorias: efetiva governança da remuneração; efetivo alinhamento da remuneração com a prudente tomada de risco; efetiva atuação do Supervisores Bancários e envolvimento dos stakeholders. 14
15 FSB e Princípios de Remuneração Princípios do FSB orientados especialmente às SIFI, envolvem: criação de comitês de remuneração; diferimento da remuneração variável (pelo menos 3 anos); exigência de pagamento de parte de bônus em ações (ao menos 40%); redução em bônus quando performance futura aquém do esperado (malus e clawback). Princípio 8: papel da Supervisão Supervisory review of compensation practices must be rigorous and sustained, and deficiencies must be addressed promptly with supervisory action Supervisão deve considerar os aspectos de remuneração nos seus exames e avaliações de risco das instituições financeiras 15
16 Agenda 1. Contextualização 2. Visão dos Reguladores e os Princípios do FSB 3. Regulação no SFN: a Res. CMN 3.921/10 4. Expectativas da Supervisão 16
17 Resolução CMN 3.921/10 Inclusão dos princípios de remuneração estabelecidos pelo FSB no arcabouço regulatório do SFN, com efeitos a partir de janeiro de Aderência à Res /10 faz parte do escopo das avaliações realizadas pela Supervisão Bancária, por meio de: inspeções em campo (VE - verificações especiais) SRC - Sistema de avaliação de riscos e controles acompanhamento contínuo trabalhos horizontais. 17
18 Resolução CMN 3.921/10 Definições da norma Administradores Diretores estatutários e membros do conselho de administração Conselho de Administração Responsável pela política de remuneração de administradores, devendo supervisionar o planejamento, operacionalização, controle e revisão da política. Remuneração O pagamento efetuado em espécie, ações, instrumentos baseados em ações e outros ativos, em retribuição ao trabalho prestado à instituição por administradores, compreendendo remuneração fixa e remuneração variável Remuneração Variável Constituída por bônus, participação nos lucros na forma do 1º do art. 152 da Lei nº 6.404/76, e outros incentivos associados ao desempenho 18
19 Resolução CMN 3.921/10 Política de remuneração de administradores deve ser compatível com política de gestão de riscos não incentivar comportamentos que elevem exposição ao risco acima dos níveis considerados prudentes pela instituição Administradores das áreas de controles e de gestão de riscos remuneração determinada independentemente do desempenho das áreas de negócios, de forma a não gerar conflitos de interesse medidas do desempenho baseadas na realização dos objetivos de suas próprias funções e não no desempenho das unidades por eles controladas ou avaliadas 19
20 Resolução CMN 3.921/10 riscos correntes e potenciais; Instituições que pagarem remuneração variável a seus administradores devem levar em conta, quanto ao montante e à alocação da remuneração seu resultado geral, em particular o lucro recorrente realizado; sua capacidade de geração de fluxos de caixa; ambiente econômico e tendências; bases financeiras sustentáveis de longo prazo e ajustes nos pagamentos futuros em função dos riscos assumidos, das oscilações do custo do capital e das projeções de liquidez. 20
21 Resolução CMN 3.921/10 Exigências da norma sobre remuneração dos administradores Pagamento em ações No mínimo 50% da remuneração variável deve ser paga em ações ou instrumentos baseados em ações 1. Diferimento da remuneração variável No mínimo 40% da remuneração variável deve ser diferida para pagamento futuro. Período de diferimento O período de diferimento deve ser de, no mínimo, 03 anos. Malus No caso de redução significativa do lucro recorrente realizado ou de ocorrência de resultado negativo da instituição ou da unidade de negócio durante o período de diferimento, as parcelas diferidas ainda não pagas devem ser revertidas proporcionalmente à redução no resultado. Comitê de Remuneração Companhias abertas ou que sejam obrigadas a constituir comitê de auditoria, nos termos da Res /04, devem instituir comitê de remuneração. 1. Caso a instituição não emita ações ou instrumentos baseados em ações, este pagamento deve tomar como base a variação contábil do PL, livre dos efeitos das transações realizadas com os proprietários. 21
22 Resolução CMN 3.921/10 Comitê de Remuneração reporta-se diretamente ao conselho de administração; composto por, no mínimo, 3 membros, com mandato fixo máximo de 10 anos; pelo menos um membro não administrador; membros com qualificações e experiência necessárias ao exercício de julgamento competente e independente sobre a política de remuneração da IF, inclusive sobre repercussões dessa política na gestão de riscos. elaborar relatório com periodicidade anual. 22
23 Agenda 1. Contextualização 2. Visão dos Reguladores e os Princípios do FSB 3. Regulação no SFN: a Res. CMN 3.921/10 4. Expectativas da Supervisão 23
24 Expectativas da Supervisão Bancária Foco não deve ser puramente nos aspectos usuais de remuneração. É preciso buscar o alinhamento ao risco e alinhamento de interesses numa visão de longo prazo. Integração entre a política de remuneração, a gestão de riscos, os controles internos e a cultura organizacional. Emprego de medidas de risco, na definição da remuneração variável dos administradores, em conjunto com medidas de performance. 24
25 Expectativas da Supervisão Bancária Emprego de métricas qualitativas e quantitativas para definição da remuneração variável. Comitês de remuneração com atuação ativa, tendo membros com expertise adequada à função, tanto em gestão de pessoas como em gestão de riscos. Efetiva interação do comitê com o conselho de administração, comitês de riscos e de pessoas, diretoria, áreas de gestão de riscos, de controles e de gestão de pessoas. 25
26 Expectativas da Supervisão Bancária Efetivo envolvimento do conselho de administração com as questões de remuneração. Na elaboração e na revisão da Política de Remuneração, participação das áreas de gestão de riscos e controles em conjunto com a área de gestão de pessoas. Relatórios de remuneração que representem efetivos instrumentos de divulgação ao Supervisor, devendo ser claros e precisos, sem ser muito sucintos. 26
27 Obrigado pela atenção! Lúcio Rodrigues Capelletto Chefe do Desup Departamento de Supervisão Bancária Keiichi Nakayama André Goulart Fábio Coimbra Equipe Especializada em Governança Corporativa e Resultados Departamento de Supervisão Bancária
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