CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO, EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E DO ESTRESSE HÍDRICO

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1 CRESCIMENTO DO LGODOEIRO HERÁCEO, EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E DO ESTRESSE HÍDRICO Luciana Rodrigues de raújo (UFP / lraraujo1@yahoo.com.br), Napoleão Esberard de Macêdo eltrão (Embrapa lgodão), Riselane de L.. runo (UFP), Walter Esfrain Pereira (UFP). RESUMO O algodoeiro é uma planta com hábito de crescimento indeterminado, o que leva ao surgimento de frutos junto às folhas, com órgãos vegetativos competindo com os reprodutivos ao longo da estação de crescimento pelos fotoassimilados formados. Objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento vegetativo da linhagem CNP 1-22 em função de dosagens de nitrogênio (, 7, 14, 21 e 28 kg.ha -1 ) do adubo químico e de um composto organomineral na presença e na ausência do estresse hídrico moderado. O valor máximo da área foliar foi obtido aos 75 dias na dose de 21 kg.ha -1 de N e aos 45 dias na dose de 14 kg.ha -1 de N para as plantas adubadas com adubo químico e composto organomineral, respectivamente. Para a área foliar a dose de 28 kg.ha -1 de N favoreceu os maiores valores aos 75 DE para as plantas adubadas com adubo químico, enquanto que para as plantas adubadas com composto organomineral, a dose de 21 kg.ha -1 de N foi mais eficiente. Para o diâmetro de caule as melhores doses foram as de 7 e 14 kg.ha -1 de N e a altura máxima foi alcançada com a dose de 28 kg.ha -1 de N aos 9 DE para todas as plantas. Palavras-chave: algodão, deficiência de água. HERCEOUS COTTON PLNT GROWTH, FUNCTION OF DIFFERENR DOSES OF N ND WTER STRESS STRCT Cotton plant has uncertain growth habit, and fruits can be showed with leaves, vegetative organs competing with reproductive organs during growth because of photoassimilated components formed. The objective of this work was evaluate vegetative growth of lineage CNP 1-22 in function of N levels (, 7, 14, 21 e 28 kg.ha -1 ) of chemical fertilizer and organic mineral compound at moderate water stress presence and absence. The maximum value for foliar area was obtained at 75 days in 21 kg.ha -1 of N level and 45 days at 14 kg.ha -1 N level to treated plants with chemical fertilizer and organic mineral compound, respectively. For foliar area 28 kg.ha -1 N level was better to increase values at 75 DE for treated plants with chemical fertilizer, while plants with organic mineral compound, at 21 kg.ha - 1 N level was more efficient. For stem diameter the better N levels were 7 and 14 kg.ha -1 and maximum height was obtained at 28 kg.ha -1 N level at 9 DE for all plants. Key words: cotton, water absence. INTRODUÇÃO O crescimento vegetativo e a expansão foliar, em particular podem ser severamente inibidos por níveis de nutrientes não adequados no solo (FREIRE, 24). De acordo com Magalhães (1979), a análise de crescimento é um método que descreve as condições morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo entre duas amostras sucessivas. ssim, dependendo do ciclo da cultura, este será avaliado em intervalos de tempos iguais entre si, de modo que, pelo menos seis a sete medidas sejam tomadas de cada valor primário em um grupo de plantas, por unidade experimental (SILV et al., 2). análise de crescimento não

2 destrutiva visa estudar o aumento dos fitossistemas eucarióticos, sem destruir as plantas e, assim, os mesmos indivíduos podem ser mensurados durante o ciclo biológico (SILV et al., 2). Segundo oyer (1982) há uma diminuição no crescimento com o decréscimo da água do solo, considerando o papel fundamental da água em todo o metabolismo vegetal, sendo bastante lógico esperar-se que o estresse hídrico, limite o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade das plantas cultivadas. O presente trabalho objetivou avaliar o crescimento vegetativo da linhagem de algodão herbáceo CNP 1-22 em função de dosagens de nitrogênio do adubo químico e de um composto organomineral na presença e na ausência do estresse hídrico. MTERIL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa do lgodão (CNP-EMRP), na cidade de Campina Grande-P, localizada na Zona Centro Oriental da Paraíba, no Planalto da orborema. unidade experimental constou de vasos plásticos com capacidade de 15 litros, os quais foram pintados da mesma cor (prata fosca), objetivando amenizar os efeitos dos raios solares. semeadura foi realizada a uma profundidade de 2 cm utilizando-se sementes da linhagem CNP 1-22 da fibra de cor vermelha, sendo quatro sementes por vaso. O primeiro desbaste foi feito quinze dias após a emergência, deixando-se duas plantas por vaso, sendo escolhidas as de tamanho uniforme e bem distribuídas no vaso. os 3 dias após a emergência realizou-se o segundo desbaste, ficando uma planta por vaso. Foram feitas irrigações diárias, para repor a água consumida na evapotranspiração e manter o solo próximo à capacidade de campo. O substrato utilizado foi material de Neossolo da Estação Experimental da Empresa de Pesquisa gropecuária (EMEP-P), localizada no município de Lagoa Seca. s adubações foram de fundação e em cobertura (1/3 ± 15 dias após emergência e 2/3 no período de pré-floração). O estresse hídrico foi aplicado na pré-floração, onde as diferentes plantas ficaram sem irrigação por um período de cinco dias, dificultando assim o desenvolvimento da planta, pois é nesta época que o algodão exige maior umidade do solo para que ocorra um rendimento satisfatório. O delineamento foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 2x2x5+1, cujos fatores foram dois tipos de adubo (químico e composto organomineral), dois tipos de estresse (com e sem estresse) e cinco doses de nitrogênio (, 7, 14, 21 e 28 kg.ha -1 de N) e uma testemunha absoluta, totalizando 21 tratamentos em 84 parcelas, sendo a parcela experimental uma planta/vaso. Na análise do crescimento aplicou-se o procedimento recomendado por eltrão (1998) que usa dados de altura de planta, diâmetro de caule e área foliar. s determinações da altura de plantas foram feitas utilizando-se uma trena, medindo-se a distância a partir do colo da planta até o ponto de inserção da última folha. Com a utilização de um paquímetro foi obtido o diâmetro do caule a 2 cm do colo da planta. Para medir o comprimento da nervura principal das folhas, foi utilizada uma régua. área foliar por planta foi determinada multiplicando-se os valores da área foliar/folha pelo número de folhas de cada planta. O cálculo da área foliar/folha foi feito através da seguinte equação (Grimes e Carter, 1969): Y =,4322x 2,32 ; onde: Y = área foliar/folha e X = comprimento da nervura principal da folha

3 RESULTDOS E DISCUSSÃO evolução da área foliar por folha (Fig. 1) de plantas de algodoeiro nas doses de nitrogênio estudadas apresentou valores diferenciados. análise dos dados coletados a partir do 15 DE, demonstrou que houve comportamento semelhante até o 3 dia entre as médias, em função das diferentes doses de nitrogênio, com adubo químico e composto organomineral. partir desta data, a área foliar das plantas apresentou o valor máximo aos 75 dias para as plantas adubadas com adubo químico na dose de 21 kg.ha -1 de N e aos 45 dias para as que receberam o composto organomineral na dose de N de 14 kg.ha -1, havendo a partir daí um decréscimo quando as plantas já dão sinais de senescência, ocorrendo à queda das estruturas de reprodução da planta. De acordo com elmont (24), estudando a análise de crescimento das plantas de algodoeiro e utilizando doses de promotor de crescimento (, 1, 15, 2 e 25 ml/5g de sementes) as maiores doses proporcionaram os maiores valores. Área foliar por folha (cm 2 ) N= N=7 N=14 N=21 N=28 Área foliar por folha (cm 2 ) N= N=7 N=14 N=21 N= Figura 1. Área foliar por folha do algodoeiro herbáceo, submetido a diferentes doses de nitrogênio com adubo químico () e com composto organomineral (), em condições de casa de vegetação. Campina Grande-P. 24. Para a área foliar por planta (Fig. 2), verifica-se que após 3 DE, houve uma diferenciação entre as doses de nitrogênio estudadas, tanto para plantas adubadas com adubo químico como para aquelas com composto organomineral. dose de 28 kg.ha -1 de N passou a apresentar os maiores valores nas plantas adubadas com adubo químico chegando a um valor máximo de 53. cm 2 aos 75 DE e a partir desta data, as plantas começaram a perder as folhas mais velhas, havendo um decréscimo até o final do ciclo, verificando-se ainda que aos 9 dias a dose de 21 kg.ha -1 de N superou as demais. Para as plantas adubadas com composto organomineral a dose de 21 kg.ha -1 de N foi mais eficiente aos 6 DE, decrescendo a partir desta data. Para Silva et al. (21) a área foliar por planta cresceu linearmente com as dosagens de N (,6, 12 e 18 kg/ha). O diâmetro caulinar apresentou crescimento rápido até certo ponto (6 DE), mantendo-se constante até o final do ciclo, comportamento semelhante para todas as plantas adubadas com os diferentes tipos de adubo (Fig. 3). Verifica-se ainda que as doses de 7 e 14 kg.ha -1 de N proporcionaram maior diâmetro de caule, não respondendo bem a dose máxima de 28 kg/ha de N. De

4 acordo com Silva et al. (21) o diâmetro caulinar de plantas de algodoeiro herbáceo linhagem CNP aumentou linearmente com as diferentes doses de N analisadas. Com relação a altura de plantas pode-se observar que a altura máxima foi alcançada aos 9 DE com a dose de 28 kg.ha -1 de N para todas as plantas independente do tipo de adubo utilizado (Fig. 4). Já Silva et al. (21) constatou que a maior altura de plantas foi alcançada quando se usou a dose de 18 kg de N/ha. Área foliar por planta (cm 2 ) N= N=7 N=14 N=21 N= Área foliar por planta (cm 2 ) N= N=7 N=14 N=21 N= Figura 2. Área foliar por planta do algodoeiro herbáceo, submetido a diferentes doses de nitrogênio com adubo químico () e com composto organomineral (), em condições de casa de vegetação. Campina Grande-P N= N=7 N=14 N=21 N=28 1 N= N=7 N=14 N=21 N=28 Diâmetro caulinar (cm) Diâmetro caulinar (cm) Figura 3. Diâmetro de caule de plantas do algodoeiro herbáceo, submetido a diferentes doses de nitrogênio com adubo químico () e com composto organomineral (), em condições de casa de vegetação. Campina Grande-P. 24.

5 ltura de plantas (cm) N= N=7 N=14 N=21 N= ltura de plantas (cm) N= N=7 N=14 N=21 N= Dias após emergência Figura 4. ltura de plantas do algodoeiro herbáceo, submetido a diferentes doses de nitrogênio com adubo químico () e com composto organomineral (), em condições de casa de vegetação. Campina Grande-P. 24. CONCLUSÕES 1. O valor máximo da área foliar foi obtido aos 75 dias para as plantas adubadas com adubo químico na dose de 21 kg.ha -1 de N e aos 45 dias para as que receberam o composto organomineral na dose de N de 14 kg.ha -1 ; 2. Para a área foliar por planta a dose de 28 kg.ha -1 de N favoreceu aos maiores valores aos 75 DE para as plantas adubadas com adubo químico, enquanto que para as plantas adubadas com composto organomineral, a dose de 21 kg.ha -1 de N aos 6 DE foi mais eficiente; 3. O maior diâmetro de caule foi obtido com as doses de 7 e 14 kg.ha -1 de N para os diferentes tipos de adubo; 4. dose de 28 kg.ha -1 de N proporcionou a altura máxima aos 9 DE para todas as plantas, independente do tipo de adubo utilizado. REFERÊNCIS ILIOGRÁFICS ELMONT, K. P.de C. Germinação, crescimento, desenvolvimento e produção de cultivares de algodoeiro herbáceo em função de doses de promotor de crescimento f. il. Dissertação (Mestrado em gronomia). Centro de Ciências grárias, Universidade Federal da Paraíba. reia-p. ELTRÃO, N. E.de M. nálise de crescimento não destrutiva. Campina Grande: EMRP/CNP, (oletim técnico).

6 OYER, J. S. Plant productivity and environment. Science, v. 218, p , FREIRE, M. L. F. lterações espectrais, agronômicas, de desenvolvimento e crescimento do amendoim causadas por doses de cálcio e fósforo em condições de casa-de-vegetação f., Tese (Doutorado em Recursos Naturais), Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-P. GRIMES, D. W.; CRTER, L. M. linear rule for direct nondestructive leaf area measurements. gronomy Journal, v. 61, n. 3, p MGLHÃES,. C. N. nálise quantitativa do crescimento. In: FERRI, M.G. (Coord.). Fisiologia vegetal 1. v.1. São Paulo: Edusp, p SILV, L. C.; ELTRÃO, E. de M.; MORIM NETO, M. da S. nálise de crescimento de comunidades vegetais. Campina Grande: EMRP-CNP, p. (Circular Técnica, 34). ISSN