ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

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1 ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO. Tiago Moraes Suet 1 ; Gustavo Pazzetti Ordoñez 2 ; Jairo dos Santos 3 ; Charles E. Leão 4. (1) Departamento Agronomia, FESURV, Caixa Postal 104, , Rio Verde, GO pazzetti@fesurv.br; (2) Departamento Agronomia, FESURV, Caixa Postal 104, , Rio Verde, GO (3) Rua 28, nº 500, Caixa Postal 406, Vila Carolinas, , Rio Verde, GO, jairo.dossantos@basf-as,.com.br. (4) Rua 28, nº 500, Caixa Postal 406, Vila Carolinas, , Rio Verde, GO RESUMO O ensaio foi conduzido na safra 2001/2002, na fazenda Agropecuária Nova Gálea Ltda, localizada no município de Acreúna-GO, tendo como objetivo adequar as recomendações atuais do regulador de crescimento (PIX), para a variedade de algodão Delta Opal. Utilizou-se delineamento experimental em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram representados por diferentes doses, formulações e estratégias de aplicação de regulador de crescimento: testemunha, sem aplicação de cloreto de mepiquat (CM); 1 litro de CM distribuído em quatro aplicações de 250 ml cada; 1 litro de cloreto de mepiquat-plus, distribuído em quatro aplicações de 250 ml; 1 litro de CM em duas aplicações de 500 ml; 1,2 litro de CM distribuídos em quatro aplicações de 300 ml; 1,2 litros de CM distribuídos em quatro doses crescentes a partir de 250 ml; 1,5 litro de CM também distribuídos em doses crescentes a partir de 250 ml; 1,5 litro de CM distribuídos em doses crescentes a partir de 350 ml. As análises estatísticas revelaram que a altura final de plantas e a produtividade foram significativamente influenciadas pelas diferentes doses, formulações e estratégias de aplicação de cloreto de mepiquat. A menor altura foi obtida nas plantas tratadas com 1,5 litros de CM independente de estratégia de aplicação. No entanto, a estas correspondeu o menor rendimento produtivo, assemelhando ao rendimento obtido na testemunha. Por sua vez, as maiores produtividades corresponderam às plantas tratadas com 1,2 litro de CM, adotando-se estratégia de aplicação com doses crescentes a partir de 250 ml, seguido das plantas onde adotou 1aplicação de 1,0 litro de CM distribuído em 4 aplicações de 250 ml. INTRODUÇÃO Estudos mostram que teoricamente o algodoeiro apresenta potencial para alcançar tetos produtivos mais elevados. Entretanto, existem limitações de ordem morfo-fisiológica (Beltrão et al, 1997), que comprometem a obtenção de tetos maiores, isso sem considerar que esta malvácea é uma das plantas que mais apresentam problemas fitossanitários. Isto se traduz em elevado custo produtivo, principalmente quando ocorre um crescimento exuberante das plantas, decorrente da natureza indeterminada do crescimento, o que gera microclima favorável ao desenvolvimento de pragas e doenças, dificulta o trânsito de máquinas e prejudica a eficiência do controle químico, além de resultar em maturação desuniforme (Nóbrega et al., 1999). O uso de reguladores de crescimento é sem dúvida uma alternativa de manejo para contornar esses inconvenientes. Entretanto vale ressaltar que a resposta à aplicação do fitorregulador depende de uma série de variáveis como: cultivar; época de plantio; do nível de suprimento mineral, especialmente o nitrogenado em cobertura; e também doses de regulador de crescimento. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo adequar as recomendações atuais do regulador de crescimento (PIX) sobre a produtividade e altura final de plantas para variedade do algodão Delta Opal nas condições ambientais do município de Acreúna.

2 MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido na Fazenda Nova Gálea, localizada no município de Acreúna, GO, a 604 m de altitude; W e S. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com quatro repetições. Cada bloco comportou oito tratamentos, definidos por uma testemunha e sete diferentes doses de cloreto de mepiquat (Quadro 1). A variáveis avaliadas foram: produtividade e altura final de plantas, medindo-se, para isso, a distância compreendida entre o nó cotiledonar e o ápice do caule. Excluindo o tratamento à base de 1 litro distribuído em duas aplicações de 500 ml, onde a 1ª aplicação foi realizada aos 51 dias após a emergência (DAE ), e a segunda aos 78 DAE, no restante dos tratamentos, a 1ª aplicação foi efetuada aos 39 (DAE), a 2ª aos 51 DAE; a 3ª aos 59 DAE e a última aos 78 DAE. Em todas as aplicações utilizou-se pulverizador costal pressurizado (CO 2 ), com volume de aplicação de calda de 200 l/ha. O preparo do solo foi convencional, fazendoo uso de grade aradora, em seguida efetuou-se a semeadura (30/11/2001), distribuindo-se 12 sementes por metro, previamente imunizadas. A formulação do adubo utilizada foi , na dose de 400 kg.h a-1. Em função da taxa de germinação a densidade populacional após a emergência foi de 9 plantas por metro. Além do controle químico de insetos e patógenos, também se realizou o suprimento mineral em cobertura à base de nitrogênio e potássio na dose de 140 kg/ha cada, distribuídos em três aplicações, sendo a primeira realizada aos 20 dias após emergência (DAE), a segunda aos 35 DAE e a terceira aos 55 DAE. A colheita foi realizada manualmente aos 162 DAE, sendo colhido apenas um metro linear na porção média de cada uma duas fileiras centrais em cada parcela. O algodão em caroço foi separado das brácteas, pesado, para avaliação da produtividade. Além disso, também se efetuou o monitoramento da altura final das plantas, Os dados médios foram submetidos à análise de variância e teste de médias. RESULTADOS E DISCUSSÃO Realizada a análise de variância, pode-se constatar que a altura de plantas foi significativamente influenciada, em relação a testemunha, quando utilizou-se doses de Cloreto de mepiquat entre 1,2 a 1,5 l/ha. Os dados médios deste parâmetro, revelam que a menor altura (1,08 m) foi obtida quando se usaram 1,5 litros de cloreto de mepiquat, distribuídos de forma crescente com 250 ml na primeira aplicação (1 Figura, Quadro 2). Como era de se esperar, o maior valor de altura de plantas (!,65 m), foi obtido quando não se fez uso do regulador de crescimento. Entretanto, vale ressaltar que estatisticamente a altura obtida sob essa condição não difere daquela altura registrada nas plantas que receberam 1,0 litro de CM distribuído em duas aplicações de 500 ml, e nem daquela registrada quando se usou 1,0 litro do CM distribuído em quatro aplicações de 250 ml. Estudos de pesquisa revelam que a menor altura obtida em plantas tratadas com CM decorre do menor número de nós, e também do menor comprimento dos entrenós no caule principal (Pazzetti, 2003) A análise de variância, dos dados médios da produtividade revelou que esse parâmetro foi significativamente influenciado pelas diferentes doses, formulações e épocas de aplicação de cloreto de CM (Quadro 3, O menor rendimento produtivo foi obtido quando se usaram 1,5 litros de CM, distribuídos de forma crescente a partir de 250 ml, tratamento sob o qual foi obtida a menor altura de plantas. Por outro lado, o maior rendimento produtivo correspondeu às plantas tratadas com 1,2 litro de CM aplicados em doses crescentes a partir de 250 ml, seguido do rendimento obtido nas plantas que receberam quatro aplicações seqüenciais de 250 ml da formulação CM-Plus (Figura 2).

3 A diferença produtiva entre os tratamentos que proporcionaram o maior e menor rendimento produtivo foi da ordem de 1.291,00 kg.ha -1 de algodão em caroço. Os dados do quadro 2 e da figura 2, mostram que as plantas que receberam aplicação de cloreto de mepiquat à base de 1,5 litros e de 1,2 litros distribuídos em quatro aplicações de 300 ml, atingiram rendimento produtivo significativamente menor àquele obtido nas plantas que não receberam aplicação desse regulador de crescimento. Isto, de certa forma revela que essas estratégias de aplicação, apesar de terem sido eficientes na supressão do crescimento, promoveram redução extrema do número de ramos reprodutivos. CONCLUSÕES A altura das plantas e a produtividade foram significativamente influenciadas pelas diferentes dose, formulações e épocas de aplicação do cloreto de mepiquat. A menor altura de plantas e o menor rendimento produtivo correspondeu às plantas tratadas com 1,5 litro de cloreto de mepiquat. O maior rendimento produtivo correspondeu as plantas tratadas com 1,2 litros de cloreto de mepiquat, distribuídos em doses crescentes a partir de 250 ml. Quadro 1 Relação de tratamentos à base de diferentes doses de cloreto de mepiquat. Produto Tratamento Dose (l/ha) Parcelamento Cloreto de mepiquat Testemunha 0 0 Cloreto de mepiquat 2 1 (4 x 250 ml) Cloreto de mepiquat-plus 3 1 (4 x 250 ml) Clpreto de mepiquat 4 1 (2 x 500 ml) Cloreto de mepiquat 5 1,2 (4 x 300 ml) Cloreto de mepiquat 6 1,2 ( ml) Cloreto de mepiquat 7 1,5 ( ml) Cloreto de mepiquat 8 1,5 ( ml)

4 Quadro 2 Altura final média (m) de plantas da cultivar Delta Opal sob diferentes doses e estratégias de aplicação de cloreto de mepiquat (CM). Produto Tratamento Dose (l/ha) Parcelamento (mll) Altura(M) Testemunha ,65 a CM 4 1,0 2 x 500 ml 1,55 a b CM-Plus 3 1,0 4 x 250 ml 1,37 a b c d CM 6 1, ml 1,22 b c d CM 5 1,2 4 x 300 ml 1,17 c d CM 2 1,0 4 x 250 ml 1,17 c d CM 8 1, ml 1,11 d CM 7 1, ml 1,08 d Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Quadro 3 Produtividade média (kg.ha -1 ) de algodão em caroço cultivar Delta Opal sob diferentes doses, formulações e estratégias de aplicação de cloreto de mepiquat (). Produto Tratamento Dose (l/ha) Parcelamento (ml) kg.ha -1 CM 7 1, ,13 a CM 8 1, ,93 b CM 5 1,2 4 x ,95 b Testemunha ,10 c CM 4 1,0 2 x ,43 c CM 2 1,0 4 x ,43 c CM-Plus 3 1,0 4 x ,43 d CM 6 1, ,23 e Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 a ab abcd bcd cd cd d d Figura 1 Altura final média (m) de plantas da cultivar Delta Opal sob diferentes doses e estratégias de aplicação de cloreto de mepiquat (CM).

5 a b b c c c d e Figura 2 Produtividade média (kg.ha -1 ) de algodão em caroço cultivar Delta Opal sob diferentes doses, formulações e estratégias de aplicação de cloreto de mepiquat (). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N.E. DE M.; AZEVEDO, D.M.P. de; VIEIRA, D.J.; NÓBREGA, L.B. recomendaçãoes técnicas e considerações gerais sobre o uso de herbicidas, desfolhantes e reguladores de crescimento na cultura do algodão. Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, p. (EMBRAPA- CNPA, Documentos, 48) MEDEIROS, J.C.; FREIRE, E.C.; QUEIROZ, J.C.; SANTOS, J.W.DOS et al. Resultados da pesquisa com algodão em Goiás safra 2000/2001. Campina Grande: EMBRAPA-CNPA p. (EMBRAPA-CNPA, Documentos, 84) NOBREGA, L.B.; VIEIRA, D.J.; BELTRÃO, N.E. de M.; AZEVEDO, D.M.P. de. Hormônios e regulador de crescimento e do desenvolvimento. In: BELTRÃO, N.E. de M.. O agronegocio do algodão no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia v p. PAZZETTI, G.A. Crescimento e produtividade do algodoeiro em resposta à adubação nitrogenada em cobertura e aplicação de regulador de crescimento. Goiânia GO: UFG, p il (Tese Doutorado)