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Mirela Sampaio Pais
5 Há anos
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1 COMPORTAMENTO DE UMA CULTIVAR E DE UM HÍBRIDO DE MAMONA EM AMBIENTE COM TEMPERATURA NOTURNA SUPERIOR A 30ºC, CONSIDERANDO AREA FOLIAR E NÚMERO DE FOLHAS* Robson César Albuquerque, Napoleão Esberard de Macedo Beltrãoe Lígia Rodrigues Sampaio3, UFCG, ralbuquerque_cg@yahoo.com.br; Embrapa Algodão, nbeltrão@cnpa.embrapa.br; 3UEPB, liggiasampaio@yahoo.com.br; RESUMO - Objetivando verificar os efeitos de diferentes temperaturas noturnas em dois genótipos de mamona (Ricinus communis L.), com diferentes áreas foliares, um experimento foi conduzido no ano de 006, em esquema de analise fatorial x x 3, sendo os fatores duas temperaturas noturnas ( e 30 ºC), dois genótipos ( BRS 88 e híbrido ) e três níveis de redução foliar (0, 5, e 50 % ), com três repetições. Delineamento inteiramente casualizado, tendo como unidade experimental, uma planta por vaso, com capacidade de 5 litros. Quanto à dimensão do aparelho assimilatório das plantas, verificou-se que houve significância estatística para a maioria das épocas mensuradas, para os fatores genótipos e temperaturas noturnas, e quase nenhum para a redução da área foliar, e quase nenhuma interação entre os fatores estudados. No geral a cultivar BRS 88 teve uma maior área foliar independente da temperatura noturna. Com relação ao ambiente, no inicio as plantas tiveram maior área foliar no ambiente natural de Campina Grande, porem no final, na temperatura noturna elevada, ela foi muito maior. INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta de elevada sensibilidade as mudanças do ambiente, sendo muito dependente da altitude, temperatura do ar, umidade relativa do ar e condições de umidade do solo, sendo muito exigente em oxigênio no meio edáfico. (MOSHKIN, 986; MOTA, 989; AMORIM NETO et al., 00 e BELTRÃO, 00). No zoneamento agro ecológico, considerando o risco climático, que evidencia a importância dos fatores do ambiente retro-mencionados, em especial a temperatura, que deve estar entre 0 e 30ºC, precipitação pluvial de pelo menos 500 mm e altitude de pelo menos 300 metros (MINISTERIO DA AGRICULTURA, 006). A altitude é um fator secundário de elevada complexidade, interferindo no orvalho e sua magnitude, na temperatura, umidade do ar e outros fatores. O objetivo principal alcançado por esse estudo, realizado na EMBRAPA Algodão, é o de identificar as reações morfológicas das plantas da mamoneira a ambiente com elevada temperatura noturna. MATERIAL E MÉTODOS O presente experimento foi conduzido em condições de ambiente natural e câmera de

2 crescimento pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (CNPA-EMBRAPA), na cidade de Campina Grande-PB, localizada na zona Centro Oriental do Estado da Paraíba, no Planalto da Borborema cujas coordenadas geográficas são latitude sul 7 3 e longitude oeste W.Grw, e altitude 547,56m.O experimento foi conduzido no período de fevereiro a abril de 006, cujos dados referentes à temperatura e umidade, em ambiente natural encontram-se na Tabela. Na câmara de crescimento a temperatura média permaneceu constante a 30 C e a Umidade Relativa a 70% e as plantas foram colocadas das 7:00 horas até as 5:00 horas da manhã, durante toda duração do experimento. Utilizou-se como substrato, um solo de textura arenosa, típico da região de Campina Grande, classificado como Neossolo Regolitico (Tab. ), acrescentando 0% de esterco bovino. Todas as plantas receberam uma adubação mineral equivalente a 50 kg de N/ha, sendo, 0% na fundação e 80% por cobertura aos 5 dias após a emergência. Foi adotado um delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados com três repetições, em esquema fatorial x x 3, sendo os fatores a cultivar BRS 88 e o híbrido Lira, duas temperaturas noturnas; alta (30ºC), equivalente a câmara de crescimento, e baixa (aproximadamente ºC), equivalente ao ambiente natural da Cidade de Campina Grande, e os cortes submetidos à todas as folhas de 0, 5 e 50% do seu tamanho normal, resultando em tratamentos (Tab. 3). As parcelas experimentais consistiram de um vaso de plástico com capacidade para 5 litros. Foram semeadas cinco sementes com carúncula para cima, à profundidade de 3cm, onde, aos dias após a emergência, fez-se o desbaste deixando apenas uma planta por parcela. Calculou-se a área foliar pela fórmula sugerida por Severino et al. (004), utilizando valores de largura e comprimento da nervura principal. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e o teste de Tukey para comparação de médias. A cada intervalo de sete dias, a partir de 5 dias da emergência das plântulas, elas tiveram a área foliar mensurada e o número de folhas contados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como pode ser observado na Tabela 3, verifica-se que para a maioria das épocas estudadas, os fatores estudados foram independentes, sem interações significativas. Como o esperado, o híbrido teve menor área foliar que a cultivar BRS 88, em todas as épocas, que atingiu mais do que o dobro do tamanho aos 56 dias da emergência (Tab. 4). No tocante, a temperatura noturna do ambiente, foram verificadas na câmera de crescimento, que, a partir dos 8 dias da emergência das plântulas, as plantas incrementaram a área foliar e o tamanho das mesmas. A possível explicação é que as plantas no ambiente natural (30 a 3ºC), por apresentar orvalho, entrada de energia no sistema,

3 apresentaram respiração oxidativa mitocondrial elevada, e assim para compensar o saldo fotossintético menor, a planta reagiu incrementando a área foliar. Com relação às interações verifica-se na Tabela 5, que os genótipos testados aos, 8 e 35 dias da emergência das plântulas, apresentaram diferenças significativas. Na Figura podem ser observadas plantas da mamona, cultivar BRS 88 no ambiente natural de Campina Grande, com temperaturas noturna mais amenas, em que todas floresceram dentro do tempo esperado para esta cultivar. As plantas que ficaram no ambiente da câmara de crescimento, com a temperatura noturna elevada, nenhuma entrou em processo de floração, caso da cultivar. CONCLUSÕES Os genótipos estudados no ambiente com temperatura do ar noturna em torno de 30ºC, apresenta a tendência de incrementar a área foliar; A redução na área foliar não influenciou no desenvolvimento das plantas; *Pesquisa financiada pela Petrobrás. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM NETO, M. Da S.; BELTRÃO, N. E. M.; SILVA. Clima e Solo. In.: Azevedo, D.M.P.; Lima, E.F. (eds) Brasília: Embrapa SPI, 00, p BELTRÃO, N.E.M.Cultura da mamoneira. Apostilha. Agosto 003. Campina Grande MOSHKIN, V.A. Ecology. In: MOSHKIN, V.A. (ed.). Castor. New Delhi. Amerind Publishing Co. Put. Ltd p MOTA, F. S. Meteorologia Agrícola. São Paulo: Livraria Nobel S. A p. acesso em 7/0/06 as 9:50h. SEVERINO, L.S; CARDOSO,G.D.; VALE,L. S.;SANTOS.J.W. Método para determinação da área foliar da mamoneira. In : Revista Brasileira de Oleaginosas e fibrosas. Campina Grande, v.8,n.,p.75376,jan-abr.004.

4 Figura. Visão geral do experimento, com o lote que ficou no ambiente natural de Campina Grande durante todo tempo. Campina Grande, 006. Tabela. Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar no ambiente natural de Campina Grande, Embrapa-Algodão, Campina Grande-PB, 006. VALORES TEMPERATURA MÉDIA( C) UR MÉDIA (%) DATAS Max. Min. Média -8/0 3,,6 5, /03 3,4 7,8 5,3 76-0/03 3,3,7 5,3 78-3/03 9,7,6 4, /04 9,3,7 4,7 79-0/04 9,, 4,4 8-30/04 8,7,4 4,3 80,6 Tabela. Características químicas do solo utilizado no experimento, Campina Grande-PB, 006. PH HO 5,4 ++ Ca 4, ++ Mg,5 Cmolc/dm3 Na+ 0,4 + K 5, +++ Al 4,0 Mg/dm3 P,8 % M.O.,5 Tabela 3. Resumos das análises de variância dos dados da variável área foliar da planta (cm) nas várias épocas (dias após a emergência) estudadas, em função das cultivares, temperaturas e corte foliar. Campina Grande, PB. 006 FV Cultivar (C) Temperatura(T) Corte foliar (F) CxT GL ,6** 596,38** 358,37ns 95,66ns Quadrado Médio Épocas (dias após a emergência) ,4* 5839,0ns 340,7ns 46034,08** 905,80ns 4483,84ns ,35* 9795,33ns 594,97* 3566,ns 06356,66ns 7470,76 ns 77030,7** 97033,06* ,55* 50869,04 ns ,66** 80648,96* 4490,90 ns ,96 ns

5 CxF TxF CxTxF Resíduo CV (%) 4 003,96* 36,84ns 0,53ns 567,9,50 686,34ns 4670,5 ns 990,8ns 6407,6 6, ,6ns 464,4ns 34497,70ns 5056,80, 8855,0ns 70590,39ns 946,8ns 68833,35 5,73 53,67* 5638,5 ns 7593,8 ns 80887,06 9,6 3879,64 ns 53783,79 ns 668,07 ns 93,89 7,9 ns: Não significativo pelo teste F. * : Significativo a 5 % pelo teste F. ** : Significativo a % pelo teste F. Tabela 4. Valores médios das análises de variância dos dados da variável área foliar da planta (cm) nas várias épocas (dias após a emergência) estudadas, em função das cultivares, temperaturas e corte foliar. Campina Grande, PB. 006 Fatores Épocas (dias após a emergência) Cultivar 37,98a 65,3a 688,a 66,60a 70,76a 700,36a 3080,4a 73,05b 394,6b 80,84a 566,85a 87,84b 455,90b 436,65b Temperat. A. natural 360,49a 509,7a 67,06a 449,7b 397,34a 98,46b 9,06b C. cresc. 84,54b 499,68a 836,99a 744,8a 50,6a 7,80a 595,73a Corte foliar 0 308,00a 347,49a 694,37a 684,88a 58,93a 09,40a 9,48a 5 39,5a 568,4a 877,7a 607,74a 49,95a 03,83a 68,75a ,03a 598,46a 69,9a 497,56a 346,0a 9,7a 33,96a M. Geral 3,5 504,70 754,5 596,7 449,30 078,3 58,4 Para cada fator e coluna, médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5 % de probabilidade. Tabela 5. Desdobramento da interação Cultivar (C) x Temperaturas (T), da variável área foliar por planta aos 50 e 56 dias após a emergência das plântulas. Campina Grande, PB. 006 Dias após emergência Cultivar Temperaturas ,0aB 75,5aA 540,4aA 48,bB 44,58bB 934,83aA 8 90,53aA 739,4aA

6 35 36,54aB 96,67aA 57,8aA 56,89aA Nas linhas, médias seguidas de mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste Tukey a nível de 5 % de probabilidade e o mesmo ocorre para letras minúsculas nas colunas.

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