APRENDER BRINCANDO: A importância dos jogos e das brincadeiras na superação das dificuldades de aprendizagem em conceitos matemáticos

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1 APRENDER BRINCANDO: A importância dos jogos e das brincadeiras na superação das dificuldades de aprendizagem em conceitos matemáticos MATOS, Edneia Felix de Fundepe Marília/SP SANTOS, Daniela Miranda Fernandes UNESP - Presidente Prudente cjneia_@hotmail.com Categoria: Pesquisa em andamento Eixo Temático: Jogos e brincadeiras Resumo O presente artigo emergiu das leituras e reflexões deflagradas no grupo de estudos Dilemas e Problemas em Psicopedagogia vinculado ao Curso de Psicopedagogia da Fundepe Marília/SP. Apresentamos aqui os resultados parciais de uma pesquisa em andamento, de natureza qualitativa e abordagem bibliográfica que tem como objetivo ampliar as discussões acerca da importância da utilização dos jogos e das brincadeiras como instrumentos de superação das dificuldades de aprendizagem em matemática. A utilização dos jogos e brincadeiras podem tornar as aulas mais dinâmicas, promovendo dessa maneira uma aprendizagem satisfatória. A implantação dos jogos e das brincadeiras nas aulas de matemática se justifica pela importância que o caráter lúdico possui para o desenvolvimento intelectual e a formação social da criança. Para tanto, considera-se necessário que os docentes compreendam o papel que os mesmos possuem na superação das dificuldades matemáticas. Palavra chave: Jogos e brincadeiras; Dificuldade de aprendizagem; Conceitos matemáticos. Abstract This article emerged from the ordnance readings and reflections in the study group Dilemmas and Issues in Educational Psychology linked to Psychology course of Fundepe - Marilia / SP. Here are partial results of ongoing research, qualitative and bibliographic approach that aims to broaden discussions about the importance of using games and play as overcoming instruments of mathematics learning difficulties. The use of games and activities can make classes more dynamic, promoting in this way a satisfactory learning. The deployment of games and play in math classes is justified by the importance that the playful character has for intellectual development and the child's social formation. Therefore, it is considered necessary that teachers understand the role that they have to overcome the mathematical difficulties. Keyword: Games and games; Learning difficulties; Mathematical concepts. Introdução Na atualidade os educadores têm enfrentado grandes desafios na tentativa de ensinar conceitos matemáticos, pois é crescente o número de alunos que apresentam algum tipo de

2 dificuldades nessa área. Isso se dá muitas vezes aos métodos empregados, que não possuem significação alguma, tornando assim as aulas desinteressantes e os alunos desmotivados. Como forma de motivação e superação de trágica realidade o uso de jogos e brincadeiras tem se tornado, nas últimas décadas, um instrumento bastante utilizado e pesquisado por educadores. Desse modo, a utilização do lúdico no processo de ensino e aprendizagem tem se tornado um importante instrumento na superação das dificuldades de aprendizagem de conceitos matemáticos. Para Brenelli (1996) a utilização do lúdico como prática pedagógica é muito importante, pois favorece o desenvolvimento das estruturas cognitivas. Piaget (1975) questiona a forma com que o processo de ensino e aprendizagem da matemática é desencadeado nas escolas tradicionais (modelo tecnicista). Para o autor esse modelo é marcado pelo acúmulo de informações, a pouca experimentação, os altos índices de reprovação em matemática e a grande dificuldade dos alunos em estabelecer relações lógicas nas aulas de Matemática. Segundo Piaget (1975) [...] embora seja moderno o conteúdo ensinado, a maneira de o apresentar permanece às vezes arcaica do ponto de vista psicológico, enquanto fundamentada na simples transmissão de conhecimentos, mesmo que se tente adotar (e bastante precocemente, do ponto de vista da maneira de raciocinar dos alunos) uma forma axiomática (p.19). Diante do exposto faz-se necessário que os educadores busquem a adoção de práticas pedagógicas que favoreçam o aprendizado dos conceitos matemáticos de maneira satisfatória, prazerosa e envolvente. Nessa perspectiva os jogos e as brincadeiras devem ser vistos como um subsídio no aprendizado dos conceitos matemáticos, pois por meio deles os alunos podem criar situações que lhes permitam estabelecer relações matemáticas por si mesmo, avançando para o saber dedutivo. Os jogos e as brincadeiras proporcionam situações desafiadoras, prazerosas e significativas em sala de aula, desse modo constituem-se em fatores motivadores para que o aluno se envolva no aprendizado da matemática. O trabalho com os jogos no processo de ensino e aprendizagem demanda o aprimoramento das práticas pedagógicas utilizadas durante as aulas. Souza (2002, p. 132), se reporta à importância do trabalho com jogos na sala de aula, ao enfocar que: A proposta de se trabalhar com jogos no processo ensino-aprendizagem da Matemática implica numa opção didático-metodológica por parte do professor,

3 vinculada às suas concepções de educação, de Matemática, de mundo, pois é a partir de tais concepções que se definem normas, maneiras e objetivos a serem trabalhados, coerentes com a metodologia de ensino adotada pelo professor. Ao encontro de tal premissa, Piaget e Inhelder (1974 apud Brenelli, 2005) salientam que em toda conduta humana o aspecto cognitivo é inseparável do aspecto afetivo, compreendido como ação que permeia a motivação, o interesse e o desejo, desse modo, por meio do jogo é possível impulsionar os processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Além disso, os jogos e brincadeiras privilegiam o contexto histórico ao qual o indivíduo está inserido, seus valores, sua cultura, normas entre outros. A pesquisa que respalda este trabalho é de natureza qualitativa e de abordagem bibliográfica. O presente artigo pretende apresentar resultados parciais da referida pesquisa, tendo em vista, ampliar as discussões acerca da importância dos jogos e das brincadeiras na superação das dificuldades de aprendizagem em matemática. Espera-se com tal divulgação contribuir para as pesquisas na área, tendo em vista orientar os profissionais que trabalham com dificuldades de aprendizagem em matemática. Desenvolvimento Segundo Garcia (1998, p. 217) atualmente cerca de 6% da população em idade escolar poderia ser incluída entre as pessoas com dificuldades de aprendizagem da matemática. Sendo este um dos principais desafios dos profissionais que trabalham com as dificuldades de aprendizagem. O termo dificuldade de aprendizagem matemática (DAM) tem diferentes formas de manifestação, afirma Sanchez (2004). Entre elas: - Dificuldades em relação ao desenvolvimento cognitivo e à construção da experiência matemática. - Dificuldades quanto às crenças, às atitudes, às expectativas e aos fatores emocionais acerca da matemática. - Dificuldades relativas à própria complexidade da matemática, como seu alto nível de abstração e generalização, a complexidade dos conceitos e algoritmos. - Dificuldades mais intrínsecas, como bases neurológicas, alteradas. Atrasos cognitivos generalizados ou específicos.

4 - Dificuldade originada no ensino inadequado ou insuficiente seja pela sua organização e apresentação, ou por não proporcionar elementos de motivação suficientes; seja porque os conteúdos não se ajustam às necessidades e ao nível de desenvolvimento do aluno, ou não estão adequados ao nível de abstração, ou não se treinam as habilidades prévias; seja porque a metodologia é muito pouco motivadora e eficaz. Para Bastos (2008, p.10), possuir dificuldade de aprendizagem em matemática parece ser menos importante do que possuir dificuldade de aprendizagem em leitura e escrita, pois a matemática é considerada difícil pelo senso comum. Isso faz com que o saber matemático seja considerado um privilégio para poucos. Cabe ressaltar que as principais dificuldades de aprendizagem matemática encontradas na escola na atualidade dizem respeito a alguns aspectos, que segundo Almeida (2006) influenciam o aprendizado de maneira negativa. Segundo Almeida (2006), esses aspectos são: [...] dificuldades de raciocinar de maneira coerente na interpretação de conceitos e problemas do cotidiano, dificuldade de leitura e de escrita de símbolos matemáticos e, principalmente dificuldades nas operações mentais, juntamente com a falta de curiosidade e interesse. Os professores [...] identificaram fatores externos, entre eles, a maneira de se ensinar matemática e a influencia da família nos hábitos de estudo dos alunos (p.10). Para Oliveira (2011) a falta de comunicação entre professor e aluno em sala de aula pode contribuir para o surgimento de dificuldades no aprendizado da matemática. Bastos (2008) esclarece que por traz das dificuldades com operações básicas podem existir outras específicas, como a discalculia e a acalculia. Segundo Bastos (2008, p. 67) a Academia Americana de Psiquiatria, refere-se ao termo discalculia do desenvolvimento como sendo a uma dificuldade em aprender matemática, com falhas para adquirir adequada proficiência neste domínio cognitivo. Já a acalculia significa a perda da capacidade de executar cálculos e de desenvolver o raciocínio aritmético. Diante de tais modalidades de dificuldades, este trabalho embora considere a existência de todas como relevantes, focalizará tais dificuldades associadas à metodologia pouco motivadora e eficaz. Nessa perspectiva o trabalho com os jogos e brincadeiras se faz necessário para a superação de tais dificuldades, tornando o aprendizado mais motivador e envolvente.

5 No entanto, muitos educadores ainda não reconhecem a importância dos jogos e brincadeiras como estratégia de ensino para a superação de dificuldades de aprendizagem em matemática. Segundo Bossa (1994, p.86) o jogo do ponto de vista cognitivo: [...] significa a via de acesso ao saber. No jogo, se faz próprio o conhecimento que é do outro, construindo o saber. Não pode haver construção de saber se não se joga com o conhecimento, pois o saber é a incorporação do conhecimento numa construção pessoal relacionada com o fazer. É na brincadeira que a criança se relaciona com o mundo que a rodeia, promovendo assim o processo da construção de suas aprendizagens. Quando as crianças brincam elas reproduzem esquemas do cotidiano e organizam suas projeções. Piaget (1976, p.48), esclarece que o jogo deve ser visto como uma atividade influente para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança, para ele há uma estreita relação entre os jogos e a construção da inteligência. A utilização dos jogos pode ser vista como instrumento facilitador na aprendizagem de estruturas matemáticas, que muitas vezes são de difícil assimilação (GRANDO, 2000). Nessa perspectiva Grando (2000) afirma que: A Psicologia do desenvolvimento destaca que a brincadeira e o jogo desempenham funções psicossociais, afetivas e intelectuais básicas no processo de desenvolvimento infantil. O jogo se apresenta como uma atividade dinâmica que vem satisfazer uma necessidade da criança, dentre outras, de "movimento", ação. Neste sentido, o jogo propicia um ambiente favorável ao interesse da criança, não apenas pelos objetos que o constituem, mas também pelo desafio das regras impostas por uma situação imaginará que, por sua vez, pode ser considerada como um meio para o desenvolvimento do pensamento abstrato. (p.20). Borin (1996) considera que os jogos devem ser vistos como a introdução para o ensino dos conceitos matemáticos. [...] a introdução de jogos nas aulas de Matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem. (p. 9).

6 Corrobora Starepravo (2009, p. 19) que os jogos exercem um papel importante na construção de conceitos matemáticos por se constituírem em desafios aos alunos. Para Piaget (1973) a utilização dos jogos torna-se um fator importante para a aprendizagem, pois, estimula o desenvolvimento das habilidades, em especial, as cognitivas. Kraemer (2007) enfatiza que as atividades com jogos desenvolvem o senso crítico, a criatividade, a iniciativa, a cooperação, a disciplina, a socialização e o respeito mútuo, além de desenvolver a organização, a autoconfiança, a atenção, a concentração e o raciocínio lógico-dedutivo. Na aquisição dos conceitos matemáticos, os jogos e as brincadeiras possibilitam à criança a construção de relações quantitativas ou lógicas, desenvolvendo assim seu raciocínio e a argumentação por instigar a reflexão acerca do como e do por que dos erros e dos acertos. Smole, Cândido e Diniz (2000), apontam alguns princípios norteadores para a aprendizagem significativa dos conceitos matemáticos, dentre eles: o estabelecimento de relações entre acontecimentos, conceitos, objetos e a utilização do que foi aprendido em situações diferentes. A utilização eficaz dos jogos e das brincadeiras na superação das dificuldades de aprendizagem matemática exige que os professores tenham uma ação planejada, organizada e intencional, que leve os educandos a se sentirem motivados e encorajados a trilharem tal processo de aprendizagem. Para tanto, os professores devem conhecer os jogos e as brincadeiras que irão utilizar, suas regras, possibilidades e potencialidades acerca da promoção da aprendizagem dos conceitos que se quer ensinar. Existe uma infinidade de jogos e brincadeiras que podem ser utilizados pelos professores em sala de aula para trabalhar conceitos matemáticos, entre eles: 1. Jogo: Dominó Objetivo do jogo: Compor os algarismos de diferentes maneiras, utilizando as peças do dominó. Indicação do jogo: Para escolares no final da educação infantil e alunos de 1º e 2º ano das séries iniciais do ensino fundamental; Instrução do jogo:

7 Construir com os alunos o jogo de dominó, para isso corte quadrados em uma cartolina para a confecção das peças de dominó; Recortar quatorze quadrados iguais, fazer dois conjuntos de cada número e deixar dois cartões em branco (para simbolizar o número 0). Juntar dois quadrados para formar uma peça de dominó; Para iniciar o jogo o professor deve dar comandos para os alunos, como por exemplo: Descubra de quantas maneiras diferentes se pode formar o número [...] utilizando as peças do dominó. Como por exemplo: Para formar o número cinco tem-se as possibilidades 0+5 ou 1+4 ou 2+3. Em seguida perguntar, com duas peças de dominó, de quais maneiras pode formar os números: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 12? E instigar os alunos, questionando-os: Para formar o número 11 tem alguma maneira diferente de 5 + 6? 2. Jogo: andando contra o tempo Objetivo do jogo: Trabalhar o sentido horário do relógio; Desenvolver a capacidade de subtrair quantidades de 01 a 06; Levar o aluno a desenvolver a capacidade de lidar com a incerteza e o imprevisível de sua jogada ou a jogada do seu adversário, levando em conta a probabilidade do erro ou acerto. Indicação do jogo: Para escolares a partir da 1ª série do ensino fundamental. Instrução do jogo: Construir juntamente com os alunos um relógio utilizando cartolina ou papel cartão; Recortar fichas em formato de círculos de três cores diferentes; Cada jogador deve possuir três fichas de cores diferentes; Para iniciar a jogada um dos jogadores joga o dado, em seguida efetua a subtração entre os números (sempre do maior para o menor). O resultado deve ser simbolizado em horas, para isso o aluno deve andar o relógio no sentido horário. Vence o jogo quem conseguir colocar as três fichas no número 12 do relógio. 3. Boliche

8 Objetivo do jogo: Fazer com que o aluno consiga realizar operações, mentalmente, que envolvam quantidades numéricas como subtração, adição, divisão e multiplicação. Desenvolver a capacidade de realização de cálculo mental por meio de situações do cotidiano. Desenvolvimento da agilidade mental. Indicação do jogo: Para escolares do 2º e 5º ano do ensino fundamental. Instrução do jogo: Primeiro o professor deve escolher um aluno para fazer as anotações na tabela construída para o jogo com o nome de todos os participantes; Os alunos devem escolher a operação a ser considerada no jogo (adição, subtração, multiplicação ou divisão), a operação selecionada deve ser anotada na tabela; Deve-se utilizar um dado para que se possa jogar o jogo; Cada jogador deve somar as jogadas mentalmente, quando completar a última rodada, ou seja, 20 rodadas, o resultado de cada jogador deve ser igual ao do aluno que está anotando. O aluno que anota deve ficar bem atento nas quantidades de cada participante registrando corretamente cada jogada. Vence o jogo quem obtiver o maior número de pontos. 4. Jogo: Feche a caixa Objetivo do jogo: Fazer uma combinação de números cuja soma é igual ao número que se encontra do lado direito. Indicação do Jogo: Para escolares das séries iniciais do ensino fundamental. Instrução do jogo: Cada jogador deve na sua vez fechar as caixas cuja soma seja igual ao número dado. Quem fechar o maior número de caixas ganha o jogo. É uma excelente atividade para estimular o cálculo mental. 5. Jogo Avançando Com o Resto Objetivo do jogo: Auxiliar os alunos a desenvolverem cálculos mentais com a divisão e a multiplicação, fazendo com que percebam o papel do 0, do 1 e do resto em uma divisão. Indicação do jogo: Para escolares das séries iniciais do ensino fundamental.

9 Instrução do jogo: Esse jogo é composto por um tabuleiro, um dado e duas fichas ou peões de cores diferentes. Primeiramente o professor deve dividir a turma em equipes, sendo que duas equipes jogam alternadamente. Cada equipe movimenta a sua ficha colocada, inicialmente, na casa com o número 43. Cada equipe, na sua vez, joga o dado e constrói uma divisão em que o dividendo é o número da casa onde sua ficha está e o divisor é o número de pontos obtidos no dado. Em seguida, calcula o resultado da divisão e movimenta sua ficha o número de casas igual ao resto da divisão. A equipe que, na sua vez, efetuar um cálculo errado perde a vez de jogar. Cada equipe deverá obter um resto que a faça chegar exatamente à casa marcada com FIM sem ultrapassá-la, mas se isso não for possível, ela perde a vez de jogar e fica no mesmo lugar. Vence a equipe que chegar primeiro ao espaço com a palavra FIM. Esses são apenas alguns exemplos de jogos e brincadeiras que podem ser utilizados pelos professores para ensinar os conceitos básicos matemáticos de maneira prazerosa. Considerações Finais O trabalho pedagógico com a utilização dos jogos e brincadeiras para a superação das dificuldades de aprendizagem em matemática é de suma importância, pois contribui assim para uma melhor compreensão e assimilação dos conceitos matemáticos. Assim o aluno é envolvido no processo de ensino e aprendizagem de forma prazerosa, o que minimiza as possíveis dificuldades de aprendizagem dos conceitos matemáticos. Nessa perspectiva, a ação do pedagogo deve ser intencional e bem planejada. Isso demanda uma constante lapidação formativa, tendo em vista uma atuação docente eficaz. As atividades lúdicas estimulam o desenvolvimento das crianças em vários aspectos, fazendo com que se sintam motivadas e possam interagir em sala de aula. Desse modo, ao utilizar estratégias lúdicas como metodologia de ensino, no caso os jogos e as brincadeiras em

10 sala de aula criam oportunidades que podem facilitar a compreensão do educando no que diz respeito à aquisição dos conceitos matemáticos. Sendo assim os jogos e as brincadeiras devem ocupar lugar privilegiado ao lado do processo de alfabetização matemática. Dessa maneira o lúdico deve ser trabalhado desde a educação infantil, tendo em vista que as crianças necessitam de estímulos para o seu desenvolvimento, assim o ato de brincar se torna parte integrante do contexto escolar, despertando não somente a aprendizagem, mas contribuindo para o desenvolvimento psicológico da criança. Apesar da grande importância que o lúdico representa na superação das dificuldades de aprendizagem, pesquisas apontam que ainda é pouco explorado nas escolas. Espera-se que esse trabalho possa contribuir de alguma forma para a ampliação da discussão da temática a importância dos jogos e brincadeiras na superação das dificuldades de aprendizagem dos conceitos matemáticos. Referências Bibliográficas ALMEIDA, C. S. Dificuldades de aprendizagem em matemática e a percepção dos professores em relação a fatores associados ao insucesso nesta área. Brasília: Universidade católica, BASTOS, J. A. O cérebro e a matemática. São Paulo: Edição do Autor, BRENELLI, R. P. O jogo como espaço para jogar. Campinas: Papirus, BRENELLI, R. P. O jogo como espaço para pensar. 5º Ed. Campinas, São Paulo: Papirus, BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo: IME-USP; BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas, GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, GRANDO, R. C. O Conhecimento Matemático e o Uso de Jogos na Sala de Aula. Tese de doutorado. PPGE/FE/UNICAMP. Campinas-SP, OLIVEIRA, E. A. C. Dificuldades apresentadas por alunos no ensino fundamental na disciplina de Matemática. Revista Práxis, São Paulo, ano III, n. 5, 2011.

11 PIAGET, J. Para onde vai a Educação? 3. ed. Tradução Ivette Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, PIAGET, J. Aprendizagem e conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, SANCHEZ, J. N. G. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção Psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, SANTOS, M. T. M. Vocabulário, Consciência Fonológica e Nomeação Rápida: contribuições para a ortografia e elaboração escrita (Tese de Doutorado). 295p. Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral, Universidade de São Paulo, São Paulo, SOUZA, M. F. G. Fundamentos da Educação Básica para Crianças. Volume 3, In: Módulo 2. Curso PIE Pedagogia para Professores em Exercício no Início de Escolarização. Brasília, UnB, STAREPRAVO, A. R. Mundo das ideias: jogando com a matemática, números e operações. Curitiba: Aymará, SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. ; CÂNDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre: Artes Médicas KRAEMER, M. L. Lendo, brincando e aprendendo. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.