Inclusão social aprendendo tecnologia através da produção de softwares
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- Filipe Mota Van Der Vinne
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1 Inclusão social aprendendo tecnologia através da produção de softwares CLAUDENIR MOREIRA MACHADO LÚCIA MARIA ARAÚJO MACHADO MILENE FARIAS MESA 4
2 1 - Apresentação A inclusão digital possui o papel de resgatar os excluídos digitais ao contexto da sociedade movida pelos processos de criação, produção e da informação em conhecimento. Significa incluir os excluídos digitais na sociedade da informação, por meio de políticas que visem ao seu crescimento auto-sustentável de forma colaborativa e gradual, não com medidas emergenciais e paliativas. Conseqüentemente, inclusão digital remete à busca da reflexão do mundo e da localidade, das condições de sobrevivência (emprego, alimentação, moradia, etc.), do estímulo ao conhecimento renovado e à crítica do já existente e da dimininuição das desigualdades sociais. Considerando esse cenário, este Projeto visa desenvolver, num primeiro momento, a qualificação profissional em Linha de Produção de Software para 80 estudantes do curso Técnico de Informática do CETEB, totalizando 500 horas, para cada estudante, os quais serão distribuídos em 02 (duas) turmas com carga horária média de 140 horas de capacitação e 360 horas de estágio supervisionado. Num segundo momento, este projeto irá atender a todos os estudantes dos cursos Técnicos do CETEB, possibilitando-lhes uma formação profissional diferenciada, através da criação de parcerias específicas para cada curso, que amplie as suas possibilidades de inserção no Mundo do Trabalho. O desenvolvimento desses projetos está alicerçado na estrutura administrativa e pedagógica implantada no CETEB Áureo de Oliveira Filho. Este centro de educação, que funciona desde 1980, e gerido desde 2001 pela ASCETEB, tem cada vez mais estreitado suas articulações com a Comunidade para a consecução das propostas de inovação no ensino técnico em parceria com as empresas do setor produtivo, estabelecendo novas relações de cooperação formais e informais que permitam alcançar os objetivos de formar profissionais competentes, segundo as necessidades de mão-de-obra, e atender às demandas e as expectativas sociais da sociedade. É este modelo referencial de educação profissional que proporciona as condições para que a ASCETEB proponha desenvolver a formação do NECT - Núcleo Educacional de Criação e Tecnologia fundamentado nas parcerias com empresas de referência do setor produtivo. O CETEB conta para o desenvolvimento deste programa com recursos, tais como: Projetor multimídia, Bibliografias específicas, Retroprojetores, Flip Shart, Filmadora, Máquinas Fotográfica analógica e digital, Salas de aulas amplas e arejadas, Salas de Reunião e Laboratórios de Informática, Eletrônica e Mecânica. 2
3 2 Justificativa As novas tecnologias da informação e comunicação, apesar de possibilitarem grandes e positivas oportunidades para a sociedade globalizada em geral, também parecem ameaçadoras para as populações historicamente excluídas. Esses excluídos digitais apresentam-se à margem dos meios de acesso à informação e geração de conhecimento. Com efeito, estes, estão alheios ou dificilmente se revelam aos processos de alcance das necessidades subsistenciais, de cidadania, de interação social e de consciência do mundo em volta. De fato, apesar dos incríveis avanços tecnológicos, a Era Digital provocou um impacto mínimo no desenvolvimento humano dos excluídos e não tem sido usada em um contexto que permita a solução dos grandes problemas sociais do nosso tempo. O amplo processo de modificações estruturais engendrado pela globalização do capitalismo, surgida a partir da chamada revolução tecnológica, vem recriando novos e diferentes aspectos da questão social na sociedade global. Entre os aspectos mais evidentes, a potencialização do desemprego estrutural tem acarretado o crescimento de contingentes populacionais situados fora das classes trabalhadoras (Ferreira & César, 1998) 1 Nesse cenário, a Inclusão Digital ganha novo impulso e reconhecendo-a como um processo mais amplo do que apenas ensinar a usar o computador ou seus programas, busca-se, antes de tudo, melhorar as condições de vida dos envolvidos, com ajuda da tecnologia. Outro aspecto importante, a ser evidenciado, e que cada vez mais as empresas têm procurado na informática o suporte necessário para a gerência rápida e eficaz das informações, com agilidade, minimização do trabalho e conseqüente redução de custos, eliminando barreiras competitivas para a sobrevivência no mercado, o que gera uma demanda por profissionais que levem as empresas a atingir esses objetivos. Em Feira de Santana,BA essa realidade não é diferente. De fato, a própria formação do NSI (Núcleo Setorial de Informática), constituído pelas diversas empresas do ramo da informática em Feira de Santana, atesta a viabilidade e a necessidade de se formar profissionais nesta área, visto que se trata de uma lacuna de formação a ser preenchida, um perfil profissional desejado por estas empresas e indisponível no mercado feirense. Com o objetivo de atender a esta demanda, foi criado em outubro de 2004 um curso Técnico de Informática no CETEB, com um total inicial de 200 vagas, e com uma matriz curricular abrangente, contemplando as principais áreas de atuação de informática da região: Manutenção de Microcomputadores, Desenvolvimento de Software e Redes de Computadores. Atualmente exige-se que os profissionais atuem numa filosofia de trabalho baseada em procedimentos e normas, quantificáveis e qualificáveis, indicando a necessidade de que os mesmos sejam preparados para a linha de produção, atendendo à filosofia adotada pelas empresas prestadoras de serviços do mercado. No CETEB, a ênfase nesta preparação vem sendo consolidada através de parcerias com empresas do segmento produtivo ou a partir das oportunidades de estágio fornecidas pelas mesmas. Entretanto, na Bahia, somente Salvador possui organizações com linhas de produção de software, tais como UNITECH e NETRA Tecnologia, por exemplo, as quais possuem uma demanda assustadora por profissionais de informática. 1 Ferreira, Marta Guimarães; César, Sylvia Coimbra. Assistência ao estudante abordagem operacional. Belo Horizonte: FUMP,
4 Neste sentido, considerando a demanda do mundo do trabalho, a credibilidade da Instituição e o modelo inovador com que está construída a Matriz Curricular do curso de Informática, o Ceteb busca aprimorar a formação do estudante, garantindo uma mão de obra qualificada e especializada, através da ênfase na área de Tecnologia, contando com a Netra Tecnologia como parceira. 3- Objetivos Possibilitar uma formação diferenciada e inovadora para jovens estudantes do curso de Informática desfavorecidos socialmente e oriundos da escola pública, garantindo uma apropriação de conhecimentos tecnológicos, habilidades e atitudes através de uma prática profissional, em parceria com uma fábrica de software, promovendo a inserção dos mesmos no mundo do trabalho. São objetivos específicos: Criar um novo campo de estágio, de alta qualidade no desenvolvimento de softwares, para os estudantes do curso Técnico de Informática do CETEB, na cidade de Feira de Santana. Ampliar a empregabilidade dos egressos do curso, através de uma vivência profissional diferenciada e imediata dos procedimentos de produção de softwares reais. Aplicar os conhecimentos técnicos acadêmicos no desenvolvimento de software apropriando-se das novas tecnologias avançadas de desenvolvimento de softwares. Aprofundar os conhecimentos sobre os procedimentos de produção de uma Fábrica de Software. Capacitar os estudantes no desenvolvimento de softwares dentro de normas e procedimentos de qualidade. Aplicar a experiência adquirida com a implantação do NECT e a formação de parcerias de coordenação com empresas atuantes no mercado para os demais cursos técnicos da instituição. 4 Metas Desenvolver no período de fevereiro a dezembro de horas de qualificação profissional em Linha de Produção de Software para cada estudante selecionado, distribuídos em 2 turmas de 40 alunos, do curso Técnico de Informática abrangido por este projeto. Inserir no mercado de trabalho (através de contratação dos alunos pela NETRA Tecnologia) de até 40% das pessoas capacitadas. Consolidar o NECT, através de parcerias com empresas do setor produtivo, para no mínimo 2 cursos técnicos oferecidos pelo CETEB até dezembro de 2006 (NECT Informática, NECT Design, etc). 4
5 5- Metodología Inicialmente, o CETEB selecionará 80 alunos do curso Técnico de Informática, divididos em 2 turmas de 40 alunos, sendo a 1ª com início em fevereiro e a 2ª com início em junho, para participarem dos treinamentos necessários para que possam atuar no NECT. Dentre os treinamentos, serão lecionadas 30Hs de Java Básico e 40Hs de Java Avançado sob responsabilidade do CETEB, e 40Hs de J2EE e 30Hs de Modelo de Construção de Software sob responsabilidade da NETRA Tecnologia. Após o treinamento, o CETEB e a NETRA Tecnologia definirão os procedimentos de seleção, bem como de recapacitação, os quais participarão os estudantes. Vale salientar que as atividades no NECT serão consideradas como atividades de estágio para fins de conclusão do curso. Para a implantação do NECT, o CETEB ficará responsável em fornecer as instalações físicas necessárias para o bom funcionamento do mesmo, fornecendo o espaço físico necessário, a instalação das divisórias das salas, instalações elétricas e de refrigeração, cabeamento estruturado, aquisição de equipamentos (computadores, projetor multimídia, etc.) e mobiliário, etc., bem como os custos de manutenção (água, luz, telefone) e o fornecimento dos estagiários (os próprios alunos da instituição) para a mesma. Gastos com material de expediente (papel, toner, cartuchos de tinta, etc.) ficam sob responsabilidade da NETRA Tecnologia. No processo de funcionamento do NECT, a NETRA Tecnologia ficará responsável pela coordenação das atividades a serem exercidas pelos alunos do CETEB, uma vez que os mesmos irão seguir o Modelo de Construção de Software da mesma. O CETEB ficará responsável pela monitoração das atividades dos alunos e das atividades da coordenação do NECT exercidas pela NETRA Tecnologia, garantindo assim que os estudantes executarão trabalhos relevantes e que não comprometerão as demais atividades de estudo dos mesmos na escola. Como os trabalhos a serem executados no NECT são equivalentes a um estágio, o estudante só poderá participar das atividades do NECT por no máximo 360 Hs (percentual definido para o estágio curricular no Plano de Curso). Após esse período ele deixará o NECT, e seu posto de trabalho deverá ser substituído por um novo estudante selecionado na 2ª turma de estudantes a ser capacitada, garantindo assim a rotatividade e o melhor aproveitamento dos estudantes dentro do aprendizado fornecido por essa parceria. Ao término das atividades de estágio do estudante no NECT, no qual o aluno estará apto a produzir softwares para o mercado, dentro da filosofia de trabalho adotada por uma Fábrica de Software, ficará a cargo da NETRA Tecnologia a escolha da contratação de quais técnicos desejar, uma vez que a mesma se compromete a contratar 40% dos alunos que atuaram como estagiários no NECT. 5
6 6- Cronograma de trabalho Atividades Fev/06 Mar/06 Abr/06 Mai/06 Jun/06 Jul/06 Ago/06 Set/06 Out/06 Nov/06 Dez/06 Implantação do Laboratório Treinamentos da 1º Turma Atividades de Estágio da 1º Turma Treinamentos da 2º Turma Atividades de Estágio da 2º Turma X X X X X X X X X X X X X X X X 6
7 7. Avaliação A avaliação ocorrerá durante todo processo de seleção e de capacitação quando utilizarse-á os instrumentos próprios de avaliação cognitivo e comportamental, definidos previamente pela equipe técnica e pedagógica, bem como aqueles definidos pela empresa responsável pela coordenação tecnológica do Núcleo. 8- Considerações finais Dentre os diversos resultados esperados neste projeto, podem-se destacar os seguintes benefícios: Formação de uma mão-de-obra de altíssima qualidade, uma vez que nem as pósgraduações de informática ensinam como trabalhar em uma Fábrica de Software; Fornecimento de estágio de alta qualidade para os alunos, sem comprometer as suas atividades dentro do curso, evitando assim que o mesmo seja explorado por empresários mal intencionados; Fortalecimento de parcerias do CETEB com as empresas do mercado, uma vez que será produzida uma mão-de-obra que atenda de forma imediata às necessidades das empresas; Formação de um convênio único entre escola-empresa no ensino de informática; Implantação de uma iniciativa que se estenderá para outros cursos do CETEB, uma vez que é cada vez maior a necessidade das empresas em formar mão-de-obra capaz de se integrar rapidamente a sua linha de produção. Conclusão O projeto encontra-se em andamento conforme cronograma de trabalho. A implantação do laboratório está em fase final. Dando o suporte para o treinamento da primeira turma. O próximo passo será a reunião para a definição de procedimentos de seleção e atualização pelos quais passarão os estudantes selecionados. 7
8 Referências bibliográficas ALONSO, A. (Org) Para Compreender Ciência, tecnologia y sociedad. Espanha: EVD, BRASILEIRO, Sheila Alvarenga. O computador como mediador dos processos pedagógicos. Um estudo exploratório em escolas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: UFMG, p FERRETI, Celso João et al (org.). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, p. HERNANDEZ, Fernando (Org.). Aprendendo com as Inovações nas Escolas. Artméd, LITTO, Fredric M. Repensando a Educação am Função de Mudanças Sociais e Tecnológicas Recentes. In: OLIVEIRA, Vera B. Informática em Psicopedagogia. São Paulo: Editora SENAC, P NISKIER, Arnaldo. Tecnologia Educacional: Uma Visão política Petrópolis, R.J, : vozes,1993 PACEY, A. A La cultura de la tecnologia. Cidade do México: Fondo de Cultura Econômico, SANDHOLTZ, Judith Haumare (Org). Ensinado com Tecnologia. Criando Salas de aula centradas nos Alunos. Artes Médicas, FERREIRA, Marta Guimarães; CÉSAR, Sylvia Coimbra. Assistência ao estudante abordagem operacional. Belo Horizonte: FUMP,
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