JUVENTUDE, EXCLUSÃO EDUCACIONAL E POLÍTICAS LOCAIS: O CASO DA CIDADE DO RECIFE
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- Zaira Casado Bicalho
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1 JUVENTUDE, EXCLUSÃO EDUCACIONAL E POLÍTICAS LOCAIS: O CASO DA CIDADE DO RECIFE Janete Maria Lins de Azevedo UFPE janete.lins@gmail.com Resumo: O estudo aborda a questão da exclusão da juventude, focando a realidade recifense e seus índices de escolaridade. Para tanto, problematiza o modelo de análise baseado na re-espacialização urbana por meio das Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs), procurando demonstrar sua propriedade e adequação como instrumento orientador de políticas públicas de educação para o município. Palavras-chave: juventude; políticas públicas; exclusão educacional; Recife. 1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS A questão dos jovens e das juventudes no Brasil só muito recentemente é que tem sido foco das agendas de governo e alvo de políticas governamentais, ainda que no panorama internacional venha sendo problematizada desde o final da segunda grande guerra. Entretanto, no campo das Ciências Sociais e Humanas, trata-se de uma temática sobre a qual vêm se debruçando autores clássicos e contemporâneos preocupados com as mudanças sociais, as relações intergeracionais e mesmo com as características das ondas populacionais e suas influências no tecido social 1. Como outras categorias populacionais os jovens são assim classificados a partir de uma formulação sócio-histórica a qual, mesmo tendo relação com as faixas de idade e, portanto, com características biológicas, define-se por suas dimensões econômica, política e cultural, forjadas em intrínseca relação com as representações sociais que predominam numa dada sociedade e nestas, em determinadas conjunturas específicas. No caso brasileiro, as preocupações com os jovens têm decorrido do reconhecimento do significativo contingente que eles vêm representando em relação ao total da população, bem como das condições de vulnerabilidade que atingem um alto percentual dessa faixa etária. Fenômeno que, de resto, também atinge outros contingentes da população, mas que pode assumir proporções mais agudas por seus quantitativos e na medida em que a exclusão compromete não apenas a precariedade de vida no momento presente como também vai se encarregando de construí-las e perpetuá-las em termos do futuro. 1 Dentre eles podem ser citados Karl Mannheim, Norbert Elias e Pierre Bourdieu.
2 2 De fato, ao focalizarmos as últimas projeções feitas pela Fundação IBGE, no ano de 2005 estimava-se que quase um terço da população brasileira (28,3%) se situava na faixa etária entre 15 a 29 anos, observando-se que nas regiões mais pobres esse índice médio era ainda maior: respectivamente 30,7% no Norte, 29,7% no Nordeste e 29,5% no Centro Oeste, como mostram os dados da tabela 01. Tabela 01 Brasil População Total por Região e segundo a Faixa Etária entre 15 a 29 anos REGIÃO Faixa Etária 15 a 29 anos (A) POPULAÇÃO TOTAL (B) A/B (%) TOTAL ,3 Norte ,7 Nordeste ,7 Sudeste ,5 Sul ,8 Centro-Oeste ,5 Fonte: IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas Contudo, ao tomarmos as capitais brasileiras com mais de um milhão de habitantes vamos perceber que na maior parte dessas localidades o índice médio da população jovem (aqui considerados na faixa etária entre 15 a 29 anos) ultrapassa a média nacional. Como demonstram os dados da tabela 02, Recife e Salvador (respectivamente com índices de 33,2% e 33%), Brasília e Belém (ambas com 32%) Fortaleza e Goiana (com 31,7% e 31%) e o Rio de Janeiro (com 30%) se destacam. Enquanto que se situam abaixo da média nacional Curitiba e Porto Alegre (tabela 02). Tais dados ganham um significado especial ao considerarmos que se executando algumas poucas capitais, o modo desordenado e desigual como se deu a nossa expansão urbana colocou a maior parte da população dessas áreas em situação de penúria em termos do usufruto de direitos sociais e dos respectivos equipamentos públicos. Neste sentido, há que se considerar que nesses centros urbanos se tem a convivência de altos índices de desenvolvimento e bem-estar frente a frente com significativos níveis de exclusão social, o que atinge diretamente altos contingentes da população jovem. Neste contexto, é possível observar-se que a nossa sociedade não foi capaz de desenvolver estratégias que permitissem a integração dos jovens no que concerne ao exercício pleno da cidadania, fenômeno que se exprime através das suas condições de vulnerabilidade. De fato, é nesse contingente populacional que são encontrados os piores
3 3 índices de desemprego, de evasão escolar, de violência, de falta de formação profissional, mortes por homicídio, envolvimento com o consumo de drogas e com a criminalidade. A tudo isto vem a somarem-se as mazelas decorrentes da precariedade dos processos de escolarização, bem como da precariedade do usufruto de outros direitos sociais básicos, colocando a urgência de políticas públicas que se voltem para o seu atendimento. Tabela 02 Brasil População Total das Capitais Brasileiras com mais de Um Milhão de Habitantes e segundo a Faixa Etária entre 15 a 29 anos Capital Faixa Etária 15 a 29 anos (A) POPULAÇÃO TOTAL (B) A/B (%) Belém ,0 Fortaleza ,7 Recife ,2 Salvador ,0 Belo Horizonte ,0 Rio de Janeiro ,0 São Paulo ,0 Curitiba ,0 Porto Alegre ,0 Goiânia ,0 Brasília ,0 TOTAL ,1 Fonte: IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas Não se pode desconhecer, todavia, que o tema da juventude vem ocupando espaço na agenda do governo e que iniciativas significativas foram desencadeadas nessa década de Nesse sentido, em decorrência tanto de pressões de entidades organizadas da sociedade civil, como resultado de iniciativas do legislativo e do executivo, em nível do governo federal foi criada e se iniciou a implementação de uma Política Nacional de Juventude no início de 2005 que se pretende que se torne uma política de Estado (BRASIL, 2005 e 2006). Ao mesmo tempo foram também criados o Conselho Nacional de Juventude e a Secretaria Nacional de Juventude 2. Em conseqüência, diversos estados e municípios 2 O principal programa concernente é o Programa Nacional de Inclusão de Jovens ProJovem - implantado, a partir de julho de 2005 em todas as capitais brasileiras e a partir do ano de 2007 nas cidades metropolitanas com mais de 200 mil habitantes. O seu objetivo é atender moças e rapazes na faixa etária de 18 a 24 anos de idade que terminaram a quarta série, mas não concluíram o Ensino Fundamental.. O curso tem a duração de um ano e vem proporcionando aos jovens a conclusão do ensino fundamental, o aprendizado de uma profissão e o desenvolvimento de ações comunitárias, além do incentivo mensal de R$ 100,00. Para o ano de 2008 novas
4 4 brasileiros também criaram secretarias como instrumento de viabilização de suas políticas concernentes a esse grupo etário. Não obstante, apesar do ineditismo das iniciativas, muito há ainda por se fazer, dado a magnitude do grau de vulnerabilidade de nossos jovens, bem como das intricadas relações que configuram o regime de colaboração entre os entes federados na concepção e na implementação de políticas públicas. Particularmente no que diz respeito ao segundo aspecto é que se situa o presente trabalho, ao procurar demonstrar a necessidade de atentarmos para as especificidades sócioespaciais no desenvolvimento das políticas públicas e, no caso, das políticas para a juventude. Ele tem origem no estudo consubstanciado no Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife ADHR que trata de resultados da análise das condições de inclusão/exclusão educacional da população recifense 3. O Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife ADHR foi elaborado como um instrumento de planejamento para as políticas públicas municipais, com base em dados estatísticos produzidos pela Fundação IBGE (particularmente os dados dos Censos de 1991 e 2000) e pela utilização de uma metodologia de re-espacialização (comum a todas as políticas sociais tratadas no Atlas), possibilitando que se aborde os níveis de escolarização da juventude segundo as unidades de desenvolvimento humano (UDHs) através das quais a cidade do Recife foi dividida, conforme explicitaremos em seguida. iniciativas estão projetadas devendo ser consubstanciadas no novo ProJovem, criado pela unificação de cinco programas já existentes (Agente Jovem; Saberes da Terra; ProJovem; Juventude Cidadã e Escola de Fábrica), e que deverá conter quatro subdivisões: ProJovem Urbano, ProJovem Campo, ProJovem Trabalhador e ProJovem Adolescente, ampliando a faixa de atendimento para 15 a 29 anos. 3 Cf. AZEVEDO, J. M. L. de. Padrões de Escolarização da População Recifense, in: Recife. PCR e outros. Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife, CD-Rom. Disponível também em:
5 5 2- OS JOVENS NO CONTEXTO DO ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DO RECIFE 2.1 Apontamentos Metodológicos O Recife, como outras localidades brasileiras, expressa na sua paisagem urbana a convivência face a face das desigualdades sociais na medida em que coexistem juntas a riqueza e a pobreza na configuração da sua espacialidade, fenômeno que as atuais divisões político administrativas tendem a mascarar por considerarem os indicadores sociais e econômicos a partir das situações médias. Com efeito, desde de 1988 a organização espacial recifense corresponde a 94 (noventa e quatro) bairros os quais distribuem-se por 6 (seis) Regiões Político-Administrativas (RPAs), chamadas de RPA 1, RPA 2, RPA 3, RPA 4, RPA 5 e RPA 6. A criação dessas RPAs atendeu à necessidade de formulação, execução e avaliação permanente das políticas e do planejamento governamentais. Cada Região Político-Administrativa é, por sua vez, composta por três microrregiões, e o seu desenho surgiu como um instrumento auxiliar à implantação de políticas participativas na tentativa de implementação do dialógico entre o poder público e a população, mormente as que compõem os segmentos populares. O Atlas considerou esse histórico e seus dados destacam a importância das Microrregiões para as práticas de Orçamento Participativo e de Planejamento, ao permitir o acesso a um conjunto de Índices e indicadores para esses 18 territórios microrregionais e, conseqüentemente, para as seis Regiões Político-Administrativas. Não obstante, em geral, as RPAs e suas microrregiões, por agregarem diferentes contingentes populacionais no que se refere às condições sócioeconômicas, leva a que indicadores e índices sejam alvo de distorções (BITOUN, 2005). Considerando tais especificidades é que foi construído o Atlas do Desenvolvimento Humano que, entre seus objetivos, procurou mapear desigualdades intra-urbanas 4, por meio das Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHS). No Atlas se procura fornecer a fotografia das condições de vida da população de cada área, com destaque para aspectos sociais expressos nos temas demografia/saúde, educação, renda, pobreza, habitação e vulnerabilidade. A focalização espacial das desigualdades teve por base o entendimento 4 Além das desigualdades no espaço intra-urbano recifense, o Atlas traz também dados e análises do Recife em relação ao Brasil, as principais capitais metropolitanas, à Região Nordeste e aos municípios que integram sua Região Metropolitana. Cf. Recife, 2005.
6 6 de que as condições desiguais de vida de cada área decorrem de processos históricos nos quais: segmentos populacionais no território não tiveram condições de exercer influência suficiente para que as políticas públicas se tornem mais distributivas, bem como não tiveram possibilidade de se inserir favoravelmente no mercado de trabalho. Considera-se, então, esse retrato como uma ferramenta de orientação dos atores sociais, políticos, econômicos e técnicos para que pensem suas ações no território municipal levando-se em conta suas especificidades, nas suas partes e em conjunto, definindo o objetivo comum de redução das desigualdades que afetam a coesão da comunidade municipal e travam suas possibilidades de desenvolvimento (RECIFE, 2005). Para tanto, foram definidas unidades espaciais que possuíssem um nível de homogeneidade social, chegando-se, assim, a 62 (sessenta e duas) Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH s) que nasceram de uma divisão do território municipal especialmente concebida para retratar o mais fielmente possível as desigualdades sócioespaciais existentes no Recife, por meio de procedimentos técnicos que consistiram em: reunir numa mesma base cartográfica [...] e imagética (Satélite Quickbird 2003) os limites dos setores censitários demográficos de 2000, das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), das Áreas Pobres cadastradas, de Bairros, Microrregiões e Regiões Político-Administrativas. Após a construção dessas bases, foi possível delimitar 62 UDHs representadas em mapa do sistema viário e em imagem de satélite, seguindo três critérios preferenciais: confiabilidade estatística (mínimo de 400 domicílios ocupados na amostra); homogeneidade social separando unidades compostas por agrupamentos de setores censitários correspondendo total ou predominantemente a ZEIS e outras Áreas Pobres (Áreas de Interesse Social) de outras unidades; respeito aos limites de Regiões Político-Administrativas. A maioria das Unidades de Desenvolvimento Humano é composta pelo agrupamento de setores censitários contíguos. Mas, algumas UDHs são formadas por setores censitários descontínuos, correspondendo a assentamentos dispersos mas situadas nas proximidades numa parte da cidade e que apresentam similaridades morfológicas (verificadas na imagem de satélite) e sociais (verificadas em indicadores do Censo). Outrossim, a distinção entre setores censitários correspondentes a ZEIS e outras Áreas Pobres e os outros formados de áreas mais ricas foi o principal critério norteador da delimitação das 62 Unidades (RECIFE, 2005). A divisão em Unidades de Desenvolvimento Humano constitui uma estratégia analítica e de planejamento que permite uma proximidade bastante acurada da complexidade da geografia social própria do Recife, ao priorizar a localização micro-espacial das desigualdades sociais presentes em diversas partes da cidade, entre espaços vizinhos, às vezes reunidos na mesma unidade administrativa. Assim, elas são formadas por bairros, grupos de bairros e/ou de frações de bairros, os quais dão seus nomes às UDHs seguidas das Zeis e/ou de outras Áreas Pobres que as integram.
7 7 Além disto, para efeito didático da análise, o Recife foi dividido em três anéis de acordo com critérios que incluem a formação histórica dos espaços sociogeográficos quais sejam: o Anel Periférico formado pelos morros e na planície o Anel Intermediário e o Anel Central, todos com características distintas (BITOUN, 2005), como permitem inferir os dados sobre a escolarização do segmento populacional aqui em destaque. 2.2 A Escolarização dos Jovens Recifenses Os limites desse painel nos impossibilitam tratar do conjunto de dados que são apresentados e analisados no Atlas do Recife. Sendo, assim, optamos por focar informações mais significativas que permitam apreender os liames da metodologia acima descrita. Neste sentido, principiamos por apresentar os percentuais de alunos na faixa etária de 15 a 17 anos que no ano 2000 estavam freqüentando o ensino médio. Como é passível de observação na tabela 03, o índice encontrado para o Brasil foi de 34,5% e para Recife 37,0%. Tabela 03 Percentual de Indicadores de Jovens na Faixa Etária de 15 a 17 anos Freqüentando o Ensino Médio Localidade Freqüentando o Ensino Médio Brasil 34,5 Capitais do Nordeste 35,0 Recife 37,0 Fonte: PNUD; IPEA; FJP. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil CD-ROM. Ao estabelecermos a comparação entre os dados da tabela 03 e da tabela 04, veremos que é muito divergente a realidade encontrada nas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) do Recife intra-urbano. De fato, observamos que nas cinco UDHs em que se detectou as melhores situações, os índices foram quase acima de 70 % de jovens freqüentando o ensino médio, sendo que na de número 17 o percentual foi acima de 80,0%, diferenciando-se substantivamente das médias de Recife (37%) e do Brasil (34,5%). Entretanto, os padrões das desigualdades presentes no espaço urbano se destacam ao considerarmos que na UDH de número 05 apenas 5,4% dos jovens ai residentes estavam
8 8 freqüentando o nível de ensino em epígrafe. E no conjunto das cinco com os piores desempenhos os índices de freqüência se mostraram bem distantes das médias do Recife e do Brasil (Tabelas 03 e 04). Tabela 04 Unidades de Desenvolvimento Humano do Recife onde Foram Encontrados os Cinco Maiores e Cinco Menores Percentuais de Jovens na Faixa Etária de 15 a 17 anos Freqüentando o Ensino Médio 2000 Nº da UDH Anel Bairros Componentes Percentual Melhores 17 Central Graças, Aflitos, Derby, Espinheiro 80,2 49 Central Boa Viagem Shopping 79,2 16 Intermediário Casa Forte, Parnamirim, Jaqueira e Monteiro 71,5 02 Intermediário Casa Amarela e Tamarineira 69,1 47 Central Santo Amaro, Soledade, Vila Naval e Operária 68,7 Piores 05 Central Ilha Joana Bezerra, São José Zeis Coque 5,4 01 Central Santo Amaro, Zeis: Santo Amaro e João de Barros 10,9 45 Periférico Curado / Jardim São Paulo Zeis Planeta dos 15,6 Macacos 22 Periférico Brejos: da Guabiraba e de Beberibe Zeis Casa 17,3 Amarela 62 Periférico Cohab UR5 ; Três Carneiros 17,9 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife CD-ROM Em igual direção se mostram os dados que tratam do percentual de jovens na faixa de 18 a 24 anos que em 2000 estavam freqüentando o ensino superior. Na tabela 05 temos que nesse período a média encontrada para o Recife foi de 12,5%. Todavia esse índice sofre significativas mutações quando visto através do desempenho das Unidades de Desenvolvimento Humano em que residiam os jovens. Note-se que os índices encontrados entre as 5 UDHs com melhor performance ficaram acima de 40%, bem distantes da média recifense, o mesmo acontecendo com as que apresentaram piores resultados. Dentre essas cinco, três tinham tão poucos jovens no ensino superior, o que fez com que o percentual se situasse em zero (tabela 05). Tabela 05 Unidades de Desenvolvimento Humano do Recife onde Foram Encontrados os Cinco Maiores e Cinco Menores Percentuais de Jovens na Faixa Etária de 18 a 24 anos Freqüentando o Ensino Superior 2000 Nº da UDH Anel Bairros Componentes Percentual Melhores 17 Central Graças, Aflitos, Derby, Espinheiro 57,7 49 Central Boa Viagem, Shopping 51,7 16 Intermediário Casa Forte, Parnamirim, Jaqueira e Monteiro 47,3
9 9 28 Central Madalena, Ilha do Retiro e Prado 44,9 48 Central Boa Viagem/ Pina orla Av. Herculano Bandeira 43,3 Piores 05 Central Ilha Joana Bezerra, São José Zeis Coque 0,0 22 Periférico Brejos: da Guabiraba e de Beberibe Zeis Casa Amarela 0,0 62 Periférico Cohab UR5 ; Três Carneiros 0,0 01 Central Santo Amaro, Zeis: Santo Amaro e João de Barros 0,4 46 Periférico Barro: Zeis Tejipió, Pacheco e Vila do Milagres 0,7 RECIFE 12,5 Fonte: RECIFE.Prefeitura; PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Recife Por fim, os dados da tabela 06, ao mesmo tempo em que demonstram a situação de vulnerabilidade em que se encontram significativos contingentes da população de jovens recifenses, corroboram com a idéia de que são necessárias políticas públicas que levem em conta a distribuição espacial das desigualdades nos espaços intra-urbanos. No ano de 2000 Recife tinha 40,1% dos seus jovens na faixa de 18 a 24 anos que não haviam concluído o ensino fundamental, pois possuíam menos de oito anos de estudo. Não obstante, tal média poderia mascarar a verdadeira situação detectada internamente. De um lado, tal como revelaram os indicadores até aqui apresentados, nas Unidades de Desenvolvimento Humano com melhores desempenhos os índices ficaram bem abaixo da média municipal: 14,7% para o 6º melhor e 6,5% para o primeiro (tabela 06). Tabela 06 Unidades de Desenvolvimento Humano do Recife onde Foram Encontrados os Cinco Maiores e Cinco Menores Percentuais de Jovens na Faixa Etária de 18 a 24 anos com menos de oito anos de estudo 2000 Nº da Anel Bairros Componentes Percentual UDH Melhores 17 Central Graças, Aflitos, Derby, Espinheiro 6,5 49 Central Boa Viagem, Shopping 10,0 03 Central Boa Vista, Ilha do Leite, Paissandu 12,2 28 Central Madalena, Ilha do Retiro e Prado 12,6 15 Intermediário Casa Amarela, Tamarineira 11,5 48 Central Boa Viagem/ Pina orla Av. Herculano Bandeira 14,7 Piores 05 Central Ilha Joana Bezerra, São José Zeis Coque 74,9 01 Central Santo Amaro, Zeis: Santo Amaro e João de Barros 68,8 31 Intermediário Iputinga Zeis Vila União, área pobre do Detran 60,6 22 Periférico Brejos: da Guabiraba e de Beberibe Zeis Casa Amarela 62,3 46 Periférico Barro: Zeis Tejipió, Pacheco e Vila do Milagres 65,9 RECIFE 40,1 Fonte: RECIFE.Prefeitura; PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Recife
10 10 Em contrapartida, nas UDHs com piores situações, teve-se percentuais de jovens acima de 60% que, na faixa etária em destaque não tinham tido acesso aos oito anos de escolaridade básica obrigatório. De um lado, esperamos ter deixado clara a importância de se considerar, nos espaços locais, as especificidades que tendem a cercar a distribuição das desigualdades educacionais e, de resto, sociais, nos espaços locais. De outro, mas articuladamente, que é imprescindível, para o êxito das políticas públicas tanto destinadas aos jovens, como a outros segmentos da população, a consideração dessa distribuição, visto que não só em Recife mas em muitas outras localidades se mostram bastante complexos os espaços urbanos na medida em que são grandes as distâncias sociais a pouca distância física. REFERÊNCIAS BITOUN, JAN. O Que revelam os Índices de Desenvolvimento Humano. In: RECIFE. Prefeitura et al. Desenvolvimento Humano no Recife: atlas municipal. Recife, CD-Rom. RECIFE. Prefeitura et al. Desenvolvimento Humano no Recife: atlas municipal. Recife, AZEVEDO, J. M. L. de. Padrões de Escolarização da População Recifense, in: Recife. PCR e outros. Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife, CD-Rom. (Disponível também em: ).
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