O que é a pequena burguesia?

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O que é a pequena burguesia?"

Transcrição

1 O que é a pequena burguesia? Alvaro Bianchi As noções de pequena-burguesia e classe média necessitam um tratamento teórico mais detalhado. Para a sociologia de inspiração weberiana as classes sociais são definidas tomando em consideração as oportunidades de vida permitidas pela posse de bens (WEBER, 2004, v. 2, p. 176). Este conceito se afirmou fortemente no senso comum, para o qual classe é igual a renda ou patrimônio. Para Marx e Engels, entretanto, as determinações das classes sociais não se encontram primeiramente no mercado de bens ou trabalho, elas estão na esfera da produção de riquezas. Nunca é demais lembrar que Marx escreveu no século XIX quando o processo de superação das antigas formas sociais feudais ainda não havia chegado a seu final, particularmente na Alemanha sua terra natal. Trabalhando com o material empírico fornecido pelo desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra, na qual a grande indústria se encontrava em processo de generalização, pôde antecipar tendências que apenas assomavam no continente europeu. Foi essa perspectiva europeia e oitocentista, que fez com que Marx concebesse o surgimento da pequena burguesia no contexto da transição do feudalismo ao capitalismo. Na historiografia marxista tornou-se muito conhecido o debate entre Maurice Dobb e Paul Sweezy a respeito dessa transição. Considerando o modo de produção feudal de maneira estática, Sweezy argumentou que a transição havia tido como agente motor os enclaves urbanos e a expansão do comércio de longa distância entre estes, a qual teria dissolvido a economia rural feudal (SWEEZY, 1977, p ). Dobb, por sua vez, acreditava que as forças dinâmicas da transição deveriam ser procuradas no interior da economia agrária, cujo desenvolvimento teria provocado a diferenciação do campesinato

2 e a emergência do pequeno produtor (DOBB, 1977, p ). Como argumentou John Merrington (1977), o feudalismo na Europa ocidental não era uma economia simplesmente rural e sim uma na qual a economia agrária encontrava-se fortemente imbricada com a produção e as trocas urbanas. Essa concepção mais abrangente e plástica da economia feudal é a que parece predominar no pensamento de Marx, o qual tende a ver a transição ao capitalismo como uma complexa trama de processos que se verificavam tanto no âmbito da economia rural como na vida urbana. A pequena burguesia como ator social O uso de variadas expressões para designar os pequenos comerciantes e os pequenos produtores independentes rurais e urbanos atestam essa visão abrangente e plástica. Marx e Engels utilizam três palavras diferentes em alemão, as quais com frequência são traduzidas unicamente e de maneira imprecisa por pequena burguesia: Kleinbürgerschaft, Mittelstand e Pfahlbürgerschaft. Apenas Kleinbürgerschaft tem o sentido exato de pequena burguesia. Mittelstand significa exatamente os estratos médios da sociedade e remete evidentemente aos Stände, os estamentos sociais do antigo regime predominantes ainda em muitas regiões da Alemanha na primeira metade do século XIX. A terceira expressão, Pfahlbürgerschaft, é usada pouquíssimas vezes e literalmente significa burguesia de paliçada, ou seja, os habitantes que residiam entre os muros do castelo medieval a paliçada que o circundava, os quais, geralmente, viviam do comércio. O burguês de paliçada era um pequeno comerciante na Idade Média. Esta era uma forma social da Europa do Leste e do Norte, e por essa razão foi utilizada por Marx e Engels geralmente com referência ao contexto alemão. Quando fazem referência ao processo geral de transformação das corporações medievais esses autores utilizam as palavras Kleinbürgerschaft e Mittelstand. Em A ideologia alemã esses autores utilizam a noção de

3 pequena-burguesia (Kleinbürgerschaft) a qual se distingue da grande burguesia (die große Bourgeoisie ou großbürgerlich). O nascimento dessa pequena burguesia teria ocorrido no interior das corporações medievais, ou seja, no desenvolvimento e na posterior decomposição das formas sociais tipicamente feudais, particularmente as corporações de ofício. Assim, O comércio e a manufatura criaram a grande burguesia (die große Bourgeoisie), enquanto nas corporações concentrava-se a pequena burguesia [die Kleinbürgerschaft], que então já não dominava mais nas cidades como antes, mas tinha de se curvar ao domínio dos grandes comerciantes e manufatureiros. Daí a decadência das corporações, tão logo entraram em contato com a manufatura. (MARX; ENGELS, 2007, p. 57) Esta origem da pequena burguesia no interior das corporações de ofício teria estabelecido uma importante distinção espacial. A burguesia nascente, proveniente do desenvolvimento do comércio encontraria seu lugar nas cidades marítimas, as quais tornaram-se em certa medida aburguesadas e civilizadas. Por sua vez, a maioria da pequena burguesia [die größte Kleinbürgerei] teria se concentrado nas cidades fabris [den Fabrikstädten] (MARX; ENGELS, 2007, p. 59). Marx e Engels consideravam que neste o estágio as novas relações sociais nascentes se desenvolviam sob o solo das forças produtivas e culturais previamente existentes. O velho coexistia com o novo; novas formas sociais se revelavam ao mesmo tempo que as antigas ainda existiam. O Manifesto comunista não é tão claro a respeito da origem da burguesia e da pequena burguesia. A noção de pequeno burguês [der Kleinbürger] parece ser utilizada para nomear os pequenos comerciantes que, na periferia do sistema feudal, mas a ele integrados, deram origem a uma nova burguesia. Assim, o servo, em plena servidão, conseguia tornar-se membro da comuna, da mesma forma que o pequeno burguês [der Kleinbürger], sob o jugo do absolutismo feudal, elevava-se à

4 categoria de burguês (MARX; ENGELS, 1998, p. 50). Mas nesse texto, quando fizeram referencia aos artesãos que no processo de dissolução das corporações deram lugar ao pequeno burguês, a noção utilizada não foi a de Kleinbürger mas a de Mittelstand, uma noção ausente em A ideologia alemã. Era, assim, exposto sinteticamente o processo de dissolução das corporações, de transformação da oficina em manufatura e de substituição dos mestres das corporações pela pequena burguesia: A camada média industrial [den industriellen Mittelstand] suplantou os mestres das corporações; a divisão do trabalho entre as diferentes corporações desapareceu diante da divisão do trabalho dentro da própria oficina (MARX; ENGELS, 1998, p. 41).[1] Em outras passagens essas camadas médias assumem um sentido mais amplo e passam a incorporar pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses (MARX; ENGELS, 1998, p. 49). O que parece sobressair dessas diferentes noções é que, geralmente Marx diferenciava a pequena burguesia da classe dos camponeses e que ambas fariam parte, juntamente com outros contingentes sociais, das camadas ou estratos médios da sociedade. É o que dá a entender também uma passagem escrita poucos anos mais tarde, em A luta de classes na França, na qual fez referência aos estratos intermediários da sociedade burguesa, a pequena burguesia e a classe camponesa [die mittleren Schichten der bürgerlichen Gesellschaft, Kleinbürgertum und Bauernklasse] (MARX, 2012, p. 48). Essa tensão entre os conceitos de Kleinbürgerschaft e Mittelstand revela as múltiplas origens que Marx e Engels atribuíam às novas relações sociais tipicamente capitalistas. Estas teriam se constituído por meio de uma complexa confluência histórica de formas sociais que se encontravam tanto dentro da vida social tipicamente feudal, como fora desta ou à sua margem. Em muitos casos, como nos importantes centros comerciais da Alemanha e do Norte da Itália, a pequena burguesia comercial e industrial possuíam origens bastante

5 distintas. Em outros, uma origem comum as unia imediatamente. Esse processo se desenvolveu ao longo de séculos de maneira espacialmente diferenciada. As imagens mitológicas da Idade Média como idade das trevas, construída pela historiografia burguesa do final do século XIX, são uma barreira epistemológica que impede o reconhecimento da intensa dinâmica social existente nos centros urbanos da Baixa Idade Média e das profundas mudanças provocadas pela revolução agrícola na Inglaterra do século XVI.[2] Em O Capital as várias formas de desenvolvimento da indústrias moderna são tratadas de maneira nuançada, demonstrando a inexistência de uma única via de desenvolvimento econômico e social. Liquidação e resilência Embora as diversas e complexas origens sociais essas camadas médias ou estratos intermediários se caracterizam sempre, no texto de Marx, pela posse ou o controle de pequenas parcelas dos meios de produção e pela exploração da própria força de trabalho, daquela dos membros do grupo familiar ou de um pequeno número de trabalhadores associados. O destina da pequena burguesia está fortemente associado às transformações sociais decorrentes dos processos de centralização e concentração do capital, as quais representariam uma ameaça crescente sobre a pequena burguesia: A supremacia industrial e política da burguesia ameaça à pequena burguesia das cidades [Pfahlbürgerschaft] de destruição certa de um lado, pela concentração dos capitais, de outro, pelo desenvolvimento de um proletariado revolucionário (MARX; ENGELS, 1998, p. 65)[3] Analisando os processos sociais que se verificavam tanto na Inglaterra como na Europa continental, Marx e Engels acreditaram que o desenvolvimento de novas relações sociais empurraria os membros das camadas médias em direção ao contingente social do proletariado: As camadas inferiores da classe média de outrora, os

6 pequenos industriais, pequenos comerciantes e pessoas que possuem rendas [rentiers], artesãos e camponeses [Die bisherigen kleinen Mittelstände, die kleinen Industriellen, Kaufleute und Rentiers, die Handwerker und Bauern], caem nas fileiras do proletariado: uns porque seus pequenos capitais, não lhes permitindo empregar os processos da grande indústria, sucumbiram na concorrência com os grandes capitalistas, outros porque sua habilidade profissional é depreciada pelos novos métodos de produção. (MARX; ENGELS, 1998, p. 47) Mas o resultado desse processo histórico foi mais desigual do que estes autores previram. Nos países capitalistas centrais o desenvolvimento da indústria moderna praticamente liquidou os pequenos industriais e os artesãos, camadas sociais que se tornaram cada vez mais residuais. Mas o mesmo não pode ser dito dos camponeses e dos pequenos comerciantes, grupos sociais que revelaram em alguns países uma resiliência muito superior à esperada. Referências bibliográficas BRENNER, Robert. Agrarian Class Structure and Economic Development in Pre-Industrial Europe. Past & Present, n. 70, p , DOBB, Maurice. Uma réplica. In: HILTON, Rodney et al. A transição do feudalismo para o capitalismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p MARX, Karl. As lutas de classes na França: de 1848 a São Paulo: Boitempo, MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, MERRINGTON, John. A cidade e o campo na transição para o

7 capitalismo. In: HILTON, Rodney et al. A transição do feudalismo para o capitalismno. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p SWEEZY, Paul. Uma crítica. In: HILTON, Rodney et al. A transição do feudalismo para o capitalismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: UnB, [1] Sempre que julgamos necessário para tornar mais preciso o texto modificamos a tradução citada. [2] O reconhecimento dos efeitos dessa revolução agrícola no desenvolvimento do capitalismo industrial é a base da inovadora abordagem de Robert Brenner (1976) que revolucionou os estudos sobre a transição do feudalismo para o capitalismo. [3] Como Marx deixará claro em O capital, tratam-se de dois processos e não apenas um: a centralização dos capitais, resultado da competição entre diversos capitalistas, e a concentração de capitais, resultado da expropriação da força de trabalho. Esta distinção entre concentração e centralização não se encontrava ainda desenvolvida em 1848, quando Marx e Engels redigem o Manifesto comunista.

Consciência sindical e a classe para si

Consciência sindical e a classe para si Consciência sindical e a classe para si Rodrigo Vides Vieira A classe é definida pelos homens enquanto vivem sua própria história e, no final, esta é sua única definição. (E. P. Thompson) Navegar pelas

Leia mais

I. Teorias da Transição do Feudalismo para o Capitalismo 1. O que é capitalismo? Tendência humana e natural à troca Economia neoclássica Economia mone

I. Teorias da Transição do Feudalismo para o Capitalismo 1. O que é capitalismo? Tendência humana e natural à troca Economia neoclássica Economia mone UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL II PROF. DANIEL BARREIROS 1 Transição do Feudalismo para o Capitalismo I. Teorias da Transição do Feudalismo para o

Leia mais

FILOSOFIA DO SÉCULO XIX

FILOSOFIA DO SÉCULO XIX FILOSOFIA DO SÉCULO XIX A contribuição intelectual de Marx. Sociedade compreendida como uma totalidade histórica. Sistema econômico-social, político e cultural ideológico num determinado momento histórico.

Leia mais

A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR

A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR CAPITALISMO X SOCIALISMO Economia de mercado lei da oferta e procura; Propriedade privada dos meios de produção; Obtenção de lucro; Sociedade dividida em classes sociais; Trabalho

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA P R O G R A M A D E E N S I N O CURSO: CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCIPLINA:

Leia mais

Qual é o ponto de humor da charge abaixo? SOCIALISMO

Qual é o ponto de humor da charge abaixo? SOCIALISMO Qual é o ponto de humor da charge abaixo? SOCIALISMO SOCIALISMO SOCIALISMO A História das Ideias Socialistas possui alguns cortes de importância. O primeiro deles é entre os socialistas Utópicos e os socialistas

Leia mais

Estratificação, Classes Sociais e Trabalho. Sociologia Profa. Maria Thereza Rímoli

Estratificação, Classes Sociais e Trabalho. Sociologia Profa. Maria Thereza Rímoli Estratificação, Classes Sociais e Trabalho Sociologia Profa. Maria Thereza Rímoli Estratificação social, classes sociais e trabalho Objetivos da aula: O que é estratificação? O que é classes sociais? Conceitos

Leia mais

KARL MARX E A EDUCAÇÃO. Ana Amélia, Fernando, Letícia, Mauro, Vinícius Prof. Neusa Chaves Sociologia da Educação-2016/2

KARL MARX E A EDUCAÇÃO. Ana Amélia, Fernando, Letícia, Mauro, Vinícius Prof. Neusa Chaves Sociologia da Educação-2016/2 KARL MARX E A EDUCAÇÃO Ana Amélia, Fernando, Letícia, Mauro, Vinícius Prof. Neusa Chaves Sociologia da Educação-2016/2 BIOGRAFIA Karl Heinrich Marx (1818-1883), nasceu em Trier, Alemanha e morreu em Londres.

Leia mais

É a base do desenvolvimento econômico mundial. Ocorre quando há transformação em algum bem, acabado ou semiacabado;

É a base do desenvolvimento econômico mundial. Ocorre quando há transformação em algum bem, acabado ou semiacabado; INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DAS INDÚSTRIAS 1 Atividade Industrial É a base do desenvolvimento econômico mundial desde o século XVIII; Ocorre quando há transformação em algum bem, acabado ou semiacabado; Séc.

Leia mais

MARX. Prof. Fabiano Rosa de Magalhães

MARX. Prof. Fabiano Rosa de Magalhães MARX. Prof. Fabiano Rosa de Magalhães MARX Contexto A Perspectiva socialista se desenvolvia na Europa: autores como Thomas Paine (1737-1809), William Godwin (1756-1836) e Robert Owen (1771-1858) na Inglaterra;

Leia mais

Paulo Tumasz Junior. I e II Revolução Industrial

Paulo Tumasz Junior. I e II Revolução Industrial Paulo Tumasz Junior I e II Revolução Industrial APRESENTAÇÕES Slides - Artesanato, Manufatura e Industria: APRESENTAÇÕES Slides - Período e ocorrência - Características: - Resumo: - II Revolução Industrial:

Leia mais

CAPÍTULO 2 O MUNDO DIVIDIDO PELO CRITÉRIO IDEOLÓGICO PROF. LEONAM JUNIOR COLÉGIO ARI DE SÁ CAVALCANTE 8º ANO

CAPÍTULO 2 O MUNDO DIVIDIDO PELO CRITÉRIO IDEOLÓGICO PROF. LEONAM JUNIOR COLÉGIO ARI DE SÁ CAVALCANTE 8º ANO CAPÍTULO 2 O MUNDO DIVIDIDO PELO CRITÉRIO IDEOLÓGICO PROF. LEONAM JUNIOR COLÉGIO ARI DE SÁ CAVALCANTE 8º ANO O MUNDO DIVIDIDO P. 23 Existem vários critérios para regionalizar um território. Critério ideológico:

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano Preparatório EsPCEx História Geral Aula 2 O renascimento comercial e urbano O revigoramento comercial (I) Durante a Baixa Idade Média, mudanças sociais ligadas às Cruzadas e ao crescimento demográfico

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano Preparatório EsPCEx História Geral Aula 2 O renascimento comercial e urbano O revigoramento comercial (I) Durante a Baixa Idade Média, mudanças sociais ligadas às Cruzadas e ao crescimento demográfico

Leia mais

O ANTIGO REGIME. A vida social e política na Europa Moderna

O ANTIGO REGIME. A vida social e política na Europa Moderna O ANTIGO REGIME A vida social e política na Europa Moderna CONCEITUAÇÃO A expressão Antigo Regime foi cunhada pelos historiadores para designar o conjunto de características predominantes nas sociedades

Leia mais

Revolução Industrial

Revolução Industrial Revolução Industrial A Revolução (evolução) Industrial representou o uso da maquinofatura e a maturidade capitalista, graças à abundância de capitais acumulados e também de mão de obra. 1 Fases tecnológicas

Leia mais

Marx e as Relações de Trabalho

Marx e as Relações de Trabalho Marx e as Relações de Trabalho Marx e as Relações de Trabalho 1. Leia os textos que seguem. O primeiro é de autoria do pensador alemão Karl Marx (1818-1883) e foi publicado pela primeira vez em 1867. O

Leia mais

Comparação entre as abordagens de classe marxiana e weberiana

Comparação entre as abordagens de classe marxiana e weberiana Comparação entre as abordagens de classe marxiana e weberiana 1. Semelhanças: 1a. classes são categorias historicamente determinadas (sociedades divididas em classe x sociedades de classe); 1b. propriedade

Leia mais

A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia desde a Antiguidade, mas este pensamento não tinha uma base sociológica, pois os

A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia desde a Antiguidade, mas este pensamento não tinha uma base sociológica, pois os 1º Ano Ensino Médio A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia desde a Antiguidade, mas este pensamento não tinha uma base sociológica, pois os filósofos dessa época acreditavam que Deus

Leia mais

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Origens Conceito e características Pioneirismo inglês Invenções Conseqüências:

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Origens Conceito e características Pioneirismo inglês Invenções Conseqüências: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Origens Conceito e características Pioneirismo inglês Invenções Conseqüências: 1. econômicas 2. sociais 3. políticas Educação para o Trabalho 1 Aperfeiçoamento Escravismo, feudalismo

Leia mais

CURSO DE INTRODUÇÃO AO MARXISMO ESTADO, LUTA DE CLASSES E ESTRATÉGIA SOCIALISTA

CURSO DE INTRODUÇÃO AO MARXISMO ESTADO, LUTA DE CLASSES E ESTRATÉGIA SOCIALISTA CURSO DE INTRODUÇÃO AO MARXISMO ESTADO, LUTA DE CLASSES E ESTRATÉGIA SOCIALISTA Salvador, 16 de outubro de 2010 O Estado, por conseguinte, não existiu sempre. Houve sociedades que passaram sem ele e que

Leia mais

III Curso de Introdução ao Marxismo

III Curso de Introdução ao Marxismo III Curso de Introdução ao Marxismo A crítica do capital e as contradições da sociedade burguesa Salvador 24 de abril de 2010 Sumário 1. Economia Política Clássica 2. Trabalho e Formação do Ser Social

Leia mais

TEORIAS SOCIALISTAS MOVIMENTOS OPERÁRIOS NO SÉCULO XIX.

TEORIAS SOCIALISTAS MOVIMENTOS OPERÁRIOS NO SÉCULO XIX. TEORIAS SOCIALISTAS MOVIMENTOS OPERÁRIOS NO SÉCULO XIX 1. DEFINIÇÃO Ideais críticos ao capitalismo industrial. Crítica à propriedade privada (meios de produção). Crítica à desigualdade na distribuição

Leia mais

A CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA EM MARX 1

A CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA EM MARX 1 1 A CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA EM MARX 1 Rogério José de Almeida 2 No presente trabalho, tem-se por objetivo apresentar uma breve análise da concepção de história em Marx, a qual sofreu influências de vários

Leia mais

FUNDAMENTOS DA SOCIOLOGIA. A Geografia Levada a Sério

FUNDAMENTOS DA SOCIOLOGIA.  A Geografia Levada a Sério FUNDAMENTOS DA SOCIOLOGIA 1 Eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar. Friedrich Nietzsche 2 PERFEIÇÃO Legião Urbana (1993) 3 A Sociologia É uma palavra com dois vocábulos

Leia mais

Sociologia 23/11/2015 PRODUÇÃO & MODELOS ECONÔMICOS TIPOS DE MODOS DE PRODUÇÃO

Sociologia 23/11/2015 PRODUÇÃO & MODELOS ECONÔMICOS TIPOS DE MODOS DE PRODUÇÃO Sociologia Professor Scherr PRODUÇÃO & MODELOS ECONÔMICOS TIPOS DE MODOS DE PRODUÇÃO Comunismo primitivo os homens se unem para enfrentar os desafios da natureza. Patriarcal domesticação de animais, uso

Leia mais

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 57 SOCIALISMO: UTÓPICO E CIENTÍFICO

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 57 SOCIALISMO: UTÓPICO E CIENTÍFICO HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 57 SOCIALISMO: UTÓPICO E CIENTÍFICO Fixação 1) (PUC) Na segunda metade do século XIX, surgiu o socialismo científico, cujo teórico mais importante foi Karl Heinrich Marx. São

Leia mais

Karl Marx ( ) Alunos: Érick, Lucas e Pedro Profª: Neusa

Karl Marx ( ) Alunos: Érick, Lucas e Pedro Profª: Neusa Karl Marx (1818-1883) Alunos: Érick, Lucas e Pedro Profª: Neusa Vida Nasceu em Trèves - Prússia (Reino alemão). Em 1835 e 18h36, estudou Direito, História, Filosofia, Arte, e Literatura na Universidade

Leia mais

O Marxismo de Karl Marx. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

O Marxismo de Karl Marx. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior O Marxismo de Karl Marx Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior Karl Marx (1818-1883). Obras principais: Manifesto Comunista (1847-1848). O Capital em 3 volumes.volume 1(1867) Volume 2 e 3 publicado por

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 11 Revoluções Inglesas

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 11 Revoluções Inglesas Preparatório EsPCEx História Geral Aula 11 Revoluções Inglesas Introdução (I) Período e fases 1640/1688 Revolução Inglesa, Puritana e Gloriosa Um movimento. Um processo revolucionário Superações definitivas

Leia mais

Acumulação de Capital- Dinheiro. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h>p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Acumulação de Capital- Dinheiro. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h>p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Acumulação de Capital- Dinheiro Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h>p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Acumulação Primi.va A palavra primidva é usada no sen.do de pertencer à primeira

Leia mais

LIBERDADE E POLÍTICA KARL MARX

LIBERDADE E POLÍTICA KARL MARX LIBERDADE E POLÍTICA KARL MARX MARX Nasceu em Tréveris (na época pertencente ao Reino da Prússia) em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Foi filósofo, jornalista e revolucionário

Leia mais

Teoria da História. Prof. Dr. Celso Ramos Figueiredo Filho

Teoria da História. Prof. Dr. Celso Ramos Figueiredo Filho Teoria da História Prof. Dr. Celso Ramos Figueiredo Filho Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) Matrizes filosóficas: Dialética Hegeliana (G.W.F.Hegel) Materialismo e Alienação (Ludwig Feuerbach

Leia mais

TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 1 TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O ser humano trabalha quando cria a vida ou melhora as condições de vida. O trabalho transforma a natureza O trabalho também serve a estratificação está

Leia mais

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Da Modernidade à Modernização Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Introdução Da Modernidade à Modernização: As transformações ideológicas das sociedades

Leia mais

Resumo das aulas de Filosofia 2ª série do Ensino Médio/ 1 trimestre / 2 avaliação

Resumo das aulas de Filosofia 2ª série do Ensino Médio/ 1 trimestre / 2 avaliação Resumo das aulas de Filosofia 2ª série do Ensino Médio/ 1 trimestre / 2 avaliação O modo capitalista de produção O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção

Leia mais

CAPITULO 4 SOCIOLOGIA ALEMÃ: KARL MARX E MAX WEBER

CAPITULO 4 SOCIOLOGIA ALEMÃ: KARL MARX E MAX WEBER CAPITULO 4 SOCIOLOGIA ALEMÃ: KARL MARX E MAX WEBER Karl Marx (1818-1883) Mercadoria como base das relações sociais Mercantilização: tudo vira mercadoria. Materialismo Histórico Dialético Toda e qualquer

Leia mais

ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL. Prof. Carla Hammes

ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL. Prof. Carla Hammes ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL Prof. Carla Hammes FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO Sec. V a XV Supremacia da Igreja Sistema de produção Feudal Sociedade hierarquizada HIERARQUIA OU ESTAMENTOS A sociedade medieval

Leia mais

O pensamento sociológico no séc. XIX. Sociologia Profa. Ms. Maria Thereza Rímoli

O pensamento sociológico no séc. XIX. Sociologia Profa. Ms. Maria Thereza Rímoli O pensamento sociológico no séc. XIX Sociologia Profa. Ms. Maria Thereza Rímoli Avisos Horário de Bate Papo: sextas-feiras, 17hs às 17hs:30 Atenção com o prazo de envio das respostas das atividades eletrônicas.

Leia mais

A construção do conhecimento em Sociologia

A construção do conhecimento em Sociologia A construção do conhecimento em Sociologia Senso Comum o senso comum diz respeito a princípios normativos populares - conhecimento convencional que se fundamenta na tradição, nos costumes e vivências cotidianas

Leia mais

Marx e as Relações de Trabalho

Marx e as Relações de Trabalho Marx e as Relações de Trabalho Marx e as Relações de Trabalho 1. Segundo Braverman: O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira do trabalho [...] A divisão

Leia mais

A construção do conhecimento em Sociologia

A construção do conhecimento em Sociologia A construção do conhecimento em Sociologia Senso Comum o senso comum diz respeito a princípios normativos populares - conhecimento convencional que se fundamenta na tradição, nos costumes e vivências cotidianas

Leia mais

[01 E 02 DE SETEMBRO] AULA 5. CAPITALISMO E IMPERIALISMO: A ESTRATIFICAÇÃO DA PERIFERIA

[01 E 02 DE SETEMBRO] AULA 5. CAPITALISMO E IMPERIALISMO: A ESTRATIFICAÇÃO DA PERIFERIA [01 E 02 DE SETEMBRO] AULA 5. CAPITALISMO E IMPERIALISMO: A ESTRATIFICAÇÃO DA PERIFERIA *Arrighi, G. (1997) A ilusão do desenvolvimento. Petropolis, Vozes. [Cap. 4 - A estratificação da economia mundial:

Leia mais

Aula 06 HISTORIA DA CIDADANIA

Aula 06 HISTORIA DA CIDADANIA Aula 06 HISTORIA DA CIDADANIA Sociedade e cidadania são inseparáveis, posto que a cidadania é o exercício de direitos dos cidadãos na sociedade em que vivem. Assim, dada a dinâmica e relatividade das interações

Leia mais

Estratificação Social. Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo.

Estratificação Social. Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo. Estratificação Social Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo. Ao longo da história, podemos observar sinais de desigualdades sociais em todos

Leia mais

A Europa na época das Grandes Navegações

A Europa na época das Grandes Navegações Aula 1 e 2 A Europa na época das Grandes Navegações 1 - Século XV: O Nascimento do Mundo Moderno Setor 1621 2 - A formação do Reino de Portugal 3 - A Expansão Ultramarina Europeia Aula 1 e 2 A Europa na

Leia mais

KARL MARX MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO

KARL MARX MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO KARL MARX MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO MÉTODO DE ANÁLISE * A DIALÉTICA HEGELIANA (IDEALISTA): Afirma a contradição, o conflito, como a própria substância da realidade, a qual se supera num processo

Leia mais

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO QUESTÃO 1. Renascimento comercial e urbano. O fim das invasões bárbaras na Europa, por volta do século X, trouxe certa paz ao continente. Do período que

Leia mais

Avaliação sob o prisma da ÉTICA. Descobre-se a ação de pessoas éticas, corrigindo abusos, evitando explorações e desmascarando injustiças.

Avaliação sob o prisma da ÉTICA. Descobre-se a ação de pessoas éticas, corrigindo abusos, evitando explorações e desmascarando injustiças. Slide 1 ética PROF a TATHYANE CHAVES SISTEMAS ECONÔMICOS Slide 2 SISTEMAS ECONÔMICOS Avaliação sob o prisma da ÉTICA Uma empresa pode operar simultaneamente em vários países, cada um dentro de um regime

Leia mais

A Crítica Marxista ao Processo de Trabalho no Capitalismo

A Crítica Marxista ao Processo de Trabalho no Capitalismo A Crítica Marxista ao Processo de Trabalho no Capitalismo IGOR A. ASSAF MENDES O que iremos ver nesta aula? 1 Karl Marx: Breve Histórico 2 A compreensão do mundo pelas lentes Marxistas: materialismo histórico

Leia mais

Assinale a resposta mais adequada de acordo com os nossos estudos nesta Unidade de Ensino:

Assinale a resposta mais adequada de acordo com os nossos estudos nesta Unidade de Ensino: Questão 1 Se as inovações tecnológicas modificam o ritmo de vida das pessoas, pode-se dizer que alterações no ritmo das jornadas de trabalho também têm relação com as novas tecnologias? Assinale a resposta

Leia mais

Movimentos Políticoideológicos XIX

Movimentos Políticoideológicos XIX Movimentos Políticoideológicos séc. XIX SOCIALISMO UTÓPICO Refere-se à primeira fase do pensamento socialista que se desenvolveu entre as guerras napoleônicas e as revoluções de 1848 ( Primavera dos povos

Leia mais

1. Renascimento comercial na Baixa Idade Média. Introdução

1. Renascimento comercial na Baixa Idade Média. Introdução Baixa Idade Média História da Baixa Idade Média, inovações tecnológicas, renascimento comercial, renascimento urbano, origem da burguesia, os burgos, crise do feudalismo, história medieval 1. Renascimento

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 12 As Revoluções Industriais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 12 As Revoluções Industriais Preparatório EsPCEx História Geral Aula 12 As Revoluções Industriais Introdução (I) 1789 a 1848: A Era das Revoluções Revolução Industrial e Revolução Francesa Controvérsias e conceitos Processo lento

Leia mais

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 1ª PROVA DE RECUPERAÇÃO DE GEOGRAFIA Aluno: Nº Série: 8º Turma: Data: Nota: Professora: Edvaldo Valor da Prova: 50 pontos Assinatura do responsável: Orientações

Leia mais

Revolução Industrial. Prof. Thiago

Revolução Industrial. Prof. Thiago Revolução Industrial Prof. Thiago Conceito Processo de Transformações econômicas e sociais a partir da aceleração do processo produtivo Consolidação do Modo de Produção Capitalista Evolução Técnica Artesanato

Leia mais

A nova História Antiga

A nova História Antiga A nova História Antiga 1. História Antiga: formação e crise 2. A nova História Antiga e a recente História Global: balanço e propostas 1. História Antiga: formação e crise a. História Antiga no século

Leia mais

KARL MARX -Vida, obra e contexto sociopolítico-

KARL MARX -Vida, obra e contexto sociopolítico- KARL MARX -Vida, obra e contexto sociopolítico- Catiele, Denis, Gabriela, Júlia, Nicolas e Vinícius Karl Heinrich Marx Nasceu em 5 de maio de 1818, na cidade de Treves, no sul da Prússia Renana (região

Leia mais

REVISÃO HISTÓRIA 3 EM. Prova Bimestral 2º Bimestre

REVISÃO HISTÓRIA 3 EM. Prova Bimestral 2º Bimestre REVISÃO HISTÓRIA 3 EM Prova Bimestral 2º Bimestre REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA A divisão do trabalho surgiu no período da Revolução Industrial, uma vez que o trabalho artesanal foi substituído pela

Leia mais

Karl Marx: E AS LUTAS DE CLASSES

Karl Marx: E AS LUTAS DE CLASSES Karl Marx: E AS LUTAS DE CLASSES Pontos que serão tratados nesta aula: Método sociológico de Marx: Materialismo histórico Lutas de classe: Burguesia x proletariado Alienação Ideologia Mais-valia Fetichismo

Leia mais

Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária º Nome da Disciplina / Curso CIÊNCIAS ECONÔMICAS HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL

Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária º Nome da Disciplina / Curso CIÊNCIAS ECONÔMICAS HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária 020006 1º 04 60 Turma Nome da Disciplina / Curso 2010.1 CIÊNCIAS ECONÔMICAS HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL A disciplina examina inicialmente os primórdios da Economia

Leia mais

SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO

SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO SISTEMA POLÍTICO ECONÔMICO É a maneira como uma sociedade organiza sua economia, envolvendo as relações de trabalho e a maneira como ocorrem a produção, a distribuição

Leia mais

CSO 001 Introdução à Sociologia. Aula

CSO 001 Introdução à Sociologia. Aula CSO 001 Introdução à Sociologia Aula 4 25-04-2016 dmitri.fernandes@ucf.edu.br www.auladesociologia.wordpress.com Um espectro ronda a Europa Manifesto Comunista (1848) de Marx e Engels visa a desfazer confusões

Leia mais

O ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL. Profª. Naiane Rocha GEOGRAFIA

O ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL. Profª. Naiane Rocha GEOGRAFIA O ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL Profª. Naiane Rocha GEOGRAFIA DIVISÃO DO ESPAÇO MUNDIAL Quando observamos o mapa-múndi, vemos que quase toda a superfície da Terra está dividida em Estados-Nações, existem no

Leia mais

Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS

Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS Sociedade Civil Organizada Global Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS 2018.3 Aula 5 (01/10) Internacionalismo proletário, pacifismo e nacionalismo Leitura base: MARX, Karl. Estatutos Gerais da Associação

Leia mais

CONSOLIDADOR DA SOCIOLOGIA ALEMÃ MAX WEBER ( )

CONSOLIDADOR DA SOCIOLOGIA ALEMÃ MAX WEBER ( ) CONSOLIDADOR DA SOCIOLOGIA ALEMÃ MAX WEBER (1864-1920) Via o capitalismo como expressão da modernização e da racionalização MAS acreditava que essa racionalização levaria a um mundo cada vez mais tecnicista

Leia mais

Classes sociais e Estratificação

Classes sociais e Estratificação Classes sociais e Estratificação Nunca existiu na história da humanidade uma sociedade igualitária. A desigualdade social constitui um dos fatos mais inquietantes da sociedade humana, principalmente aquele

Leia mais

O CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

O CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA O CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA CENÁRIO HISTÓRICO A Sociologia surge como conseqüência das mudanças trazidas por duas grandes revoluções do século XVIII. As mudanças trazidas pelas duas

Leia mais

MODOS DE PRODUÇÃO COMUNISMO PRIMITIVO

MODOS DE PRODUÇÃO COMUNISMO PRIMITIVO TEMAS DE SOCIOLOGIA Evolução biológica e cultural do homem. A sociedade pré-histórica. O Paleolítico Bandos e hordas de coletores e caçadores. Divisão natural do trabalho. Economia coletora e nomadismo.

Leia mais

SOCIOLOGIA. Texto Elaborado por Rafael Barossi

SOCIOLOGIA. Texto Elaborado por Rafael Barossi 1 Texto Elaborado por Rafael Barossi SOCIOLOGIA A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XVIII, na forma de resposta acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando mais integrado,

Leia mais

O Poder e a Vida Social Através da História

O Poder e a Vida Social Através da História O Poder e a Vida Social Através da História Disciplina: Sociologia Prof. Manoel dos Passos da Silva Costa 1 O PODER E A SOCIEDADE O poder consiste num conjunto de relações de força que indivíduos ou grupos

Leia mais

Boletim do Tempo Presente - ISSN Boletim do Tempo Presente, nº 11, de 01 de 2016, p. 1-5,

Boletim do Tempo Presente - ISSN Boletim do Tempo Presente, nº 11, de 01 de 2016, p. 1-5, A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO DOBB, Maurice. A Evolução do Capitalismo. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987. Por Thales Bentzen[1] O presente texto tem por objetivo construir uma análise da obra de Maurice

Leia mais

Evolução do capitalismo

Evolução do capitalismo Evolução do capitalismo EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO Prof. JÚLIO CÉSAR GABRIEL http://br.groups.yahoo.com/group/atualidadesconcursos Modo de produção Maneira como o seres humanos se organizam para produzirem

Leia mais

Curso e Colégio Específico

Curso e Colégio Específico Curso e Colégio Específico Estratificação e classes sociais e Desigualdades Sociais Disciplina: Sociologia Professor: Waldenir Estratificação e classes sociais Estratificação social: conceito É o processo

Leia mais

SOCIOLOGIA PRINCIPAIS CORRENTES.

SOCIOLOGIA PRINCIPAIS CORRENTES. SOCIOLOGIA PRINCIPAIS CORRENTES Augusto Comte 1798-1 857 Lei dos três estados: 1ª) Explicação dos fenômenos através de forças comparáveis aos homens. 2ª) Invocação de entidades abstratas (natureza). 3ª)

Leia mais

O conceito de Estado em Immanuel Wallerstein e Hans Morgenthau: alguns apontamentos teóricos

O conceito de Estado em Immanuel Wallerstein e Hans Morgenthau: alguns apontamentos teóricos O conceito de Estado em Immanuel Wallerstein e Hans Morgenthau: alguns apontamentos teóricos Tiago Alexandre Leme Barbosa 1 RESUMO O presente texto busca apresentar alguns apontamentos a respeito do conceito

Leia mais

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO E FASES DO CAPITALISMO

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO E FASES DO CAPITALISMO Professor Chicão DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO E FASES DO CAPITALISMO Temas da aula O Capitalismo Fases do desenvolvimento do Capitalismo: Comercial, Industrial, Financeiro, Informacional Globalização

Leia mais

Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) CLASSES E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) CLASSES E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL CLASSES E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL Quer levemos em conta o direito que os homens tem, depois de nascidos, à própria preservação, como nos dita a razão natural, e, portanto, ao alimento, à bebida e a tudo

Leia mais

Aula 04. Os modos de produção. 1. O processo de produção

Aula 04. Os modos de produção. 1. O processo de produção Aula 04 Os modos de produção 1. O processo de produção Todos os indivíduos que vivem em sociedade utilizam bens e serviços produzidos por ela mesma. Seja em forma de alimento ou na compra de um veículo,

Leia mais

A NECESSIDADE DO ESTUDO DO MARXISMO E DA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE

A NECESSIDADE DO ESTUDO DO MARXISMO E DA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE EDUCAÇÃO E MARXISMO A NECESSIDADE DO ESTUDO DO MARXISMO E DA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE A DOMINAÇÃO DE TEORIAS CONSERVADORAS NA ACADEMIA AS IDÉIAS DOMINANTES DE CADA ÉPOCA SÃO AS IDÉIAS DA CLASSE DOMINANTE

Leia mais

Conexões de saberes /UFAL Exercitando a imaginação sociológica Prof. Cezar Augusto

Conexões de saberes /UFAL Exercitando a imaginação sociológica Prof. Cezar Augusto Conexões de saberes /UFAL Exercitando a imaginação sociológica Prof. Cezar Augusto 1- (ENEM 2016 adaptado) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de

Leia mais

A atividade industrial

A atividade industrial A atividade industrial Estágios da produção 1 - artesanato Trabalho manual; O artesão também era o dono do meio de produção; O artesão realizava todo o processo produtivo. Estágios da produção 2 - manufatura

Leia mais

Manifesto do Partido Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels

Manifesto do Partido Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels Comunista Karl Marx e Friedrich Engels 1848 Prefácios Burgueses e Proletários A história de toda a sociedade até aqui é a história da luta de classes Superação do Modo de Produção Feudal Formação do Capitalismo

Leia mais

MATERIALISMO HISTÓRICO (Marx e Engels)

MATERIALISMO HISTÓRICO (Marx e Engels) MATERIALISMO HISTÓRICO (Marx e Engels) ...as mudanças sociais que se passam no decorrer da história de uma sociedade não são determinadas por ideias ou valores. Na verdade, essas mudanças são influenciadas

Leia mais

MANUAL DIDÁTICO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE TRABALHOS DE PESQUISA. Elaborado por: Prof. Adriano Cardoso

MANUAL DIDÁTICO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE TRABALHOS DE PESQUISA. Elaborado por: Prof. Adriano Cardoso MANUAL DIDÁTICO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE TRABALHOS DE PESQUISA Elaborado por: Prof. Adriano Cardoso ITENS OBRIGATÓRIOS PARA TRABALHO DE PESQUISA EM FORMATAÇÃO ABNT 1. Capa; 2. Folha de Rosto; 3.

Leia mais

Revolução Industrial Professor Fernando Benevides

Revolução Industrial Professor Fernando Benevides Revolução Industrial Professor Fernando Benevides REVOLUÇÃO: toda e qualquer transformação radical que atinja drasticamente os mais variados aspectos da vida de uma sociedade. Modo de produção Artesanal

Leia mais

Ideias e movimentos sociais e políticos no século XIX

Ideias e movimentos sociais e políticos no século XIX Ideias e movimentos sociais e políticos no século XIX O LIBERALISMO ECONÔMICO Adam Smith Pai da economia Obra: A riqueza das nações defesa da propriedade privada, livre iniciativa, livre contrato de trabalho,

Leia mais

Revolução Industrial I e II

Revolução Industrial I e II HISTÓRIA ORIGEM PIONERISMO INGLÊS CURIOSIDADES INVEÇÕES ENTRE OUTROS RELAÇÕES DE TRABALHO Revolução Industrial I e II Editoras/Grupo: Ana Clara, Kaline, Maria Bheatriz Sumário Pagina 3- O que foi a Revolução

Leia mais

Estratificação Social. Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo.

Estratificação Social. Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo. Estratificação Social Fronteira territorial entre o bairro Morumbi e a comunidade de Paraisópolis. Município de São Paulo. Ao longo da história, podemos observar sinais de desigualdades sociais em todos

Leia mais

INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL - FACULDADE DE ECONOMIA - FACE CURSO: CIÊNCIAS ECONÔMICAS

INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL - FACULDADE DE ECONOMIA - FACE CURSO: CIÊNCIAS ECONÔMICAS INSTITUTO DE ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E REGIONAL - FACULDADE DE ECONOMIA - FACE CURSO: CIÊNCIAS ECONÔMICAS Disciplina: HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL Carga horária: 68h 4 créditos Período letivo: 2º

Leia mais

A Primeira Revolução Industrial XVIII

A Primeira Revolução Industrial XVIII A Primeira Revolução Industrial XVIII 1.0 - Fatores condicionantes para a Revolução Industrial inglesa. 1.1 - Séculos XVI a XVIII: Inglaterra como maior potência marícma colonial. 1.2 - Ampliação dos mercados

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 5 O mercantilismo

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 5 O mercantilismo Preparatório EsPCEx História Geral Aula 5 O mercantilismo Características Mercantilismo (I) Política intervencionista Política adotada progressivamente Fortalecimento Estados Nacionais Mercantilismo NÃO

Leia mais

1º Anos IFRO. Aula: Conceitos e Objetos de Estudos

1º Anos IFRO. Aula: Conceitos e Objetos de Estudos 1º Anos IFRO Aula: Conceitos e Objetos de Estudos Contextualização Os clássicos da sociologia: 1. Émile Durkhiem 2. Max Weber 3. Karl Marx Objeto de estudo de cada teórico Principais conceitos de cada

Leia mais

Em seu início, as cidades tinham a função administrativa, política e religiosa;

Em seu início, as cidades tinham a função administrativa, política e religiosa; INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA URBANA 1 O surgimento das cidades As cidades são aglomerações humanas que surgem, crescem e se desenvolvem segundo uma dinâmica espacial, definida por circunstâncias históricas e

Leia mais

UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA. A condição operária. Condições de trabalho e modos de vida

UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA. A condição operária. Condições de trabalho e modos de vida A condição operária Condições de trabalho e modos de vida Na sociedade oitocentista, a classe operária ou o proletariado era a que apresentava piores condições de trabalho e de vida. As condições de trabalho

Leia mais

Classes e Estratificação Social. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31)

Classes e Estratificação Social. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31) Classes e Estratificação Social Quer levemos em conta o direito que os homens tem, depois de nascidos, à própria preservação, como nos dita a razão natural, e, portanto, ao alimento, à bebida e a tudo

Leia mais

Os Sociólogos Clássicos Pt.2

Os Sociólogos Clássicos Pt.2 Os Sociólogos Clássicos Pt.2 Max Weber O conceito de ação social em Weber Karl Marx O materialismo histórico de Marx Teoria Exercícios Max Weber Maximilian Carl Emil Weber (1864 1920) foi um intelectual

Leia mais

MATEMÁTICA 1ª QUESTÃO. O domínio da função = A),4 4,+ B),0] [3,+ C), 4 4, 3] [0,+ D), 4 4,0] [3,+ E), 4 [3,+ 2ª QUESTÃO

MATEMÁTICA 1ª QUESTÃO. O domínio da função = A),4 4,+ B),0] [3,+ C), 4 4, 3] [0,+ D), 4 4,0] [3,+ E), 4 [3,+ 2ª QUESTÃO MATEMÁTICA 1ª QUESTÃO O domínio da função = A),4 4,+ B),0] [3,+ C), 4 4, 3] [0,+ D), 4 4,0] [3,+ E), 4 [3,+ é 2ª QUESTÃO As equações das retas assíntotas horizontais do gráfico da função = são A) = 1 e

Leia mais

Linha do Tempo. Linha do Tempo

Linha do Tempo. Linha do Tempo Prof.. Hilário Rosa Invenção da Escrita 3200 A.C. Nasc. de Cristo Ano 1 Fim da queda de Roma Século V 476 Mundo Medieval X XI XII XIII Renascimento 1453 XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX XXI Egito, Vale do

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Introdução e Antecedentes Históricos Parte 6. Prof. Fábio Arruda

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Introdução e Antecedentes Históricos Parte 6. Prof. Fábio Arruda ADMINISTRAÇÃO GERAL Introdução e Antecedentes Históricos Parte 6 Prof. Fábio Arruda Liberalismo Econômico Influência dos Economistas Liberais A vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois

Leia mais