EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ROLANDIA - PARANÁ.

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ROLANDIA - PARANÁ. DALMA GARCIA LOPES, brasileira, solteira, diarista, portadora da Cédula de Identidade (RG) nº , inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF/MF) sob o nº , residente e domiciliada em Rolândia/PR, sito à Rua Rita Gomes, nº. 2403, neste ato representado por seu advogado abaixo firmado com escritório profissional à Rua João Wanderley, n. 81, Jd. Londrilar, CEP: nesta cidade de Londrina/PR vêm à elevada presença de Vossa Excelência, com fulcro na Lei 6.194/74 de 19 de dezembro de 1974, para propor: AÇÃO DE COBRANÇA c/c PEDIDO LIMINAR Em face de COMPANHIA MUTUAL DE SEGUROS S.A., pessoa jurídica de direito privado inscrito sob nº / , com sucursal em Londrina/Paraná, na Rua Piauí, nº. 399, 3º. Andar, Bairro Centro, CEP: , em razão dos fatos a seguir articulados:

2 I DOS FATOS: A Requerente foi vítima de acidente de trânsito ocorrido no dia 14 de dezembro de 2012, conforme prova o Boletim de Ocorrência em anexo. Em decorrência do sinistro a Autora sofreu graves ferimentos e lesões, tendo sido encaminhado para o Hospital São Rafael de Rolândia, Prontuário Médico anexado aos autos. Desta forma, o acidente deixou a Autora inapta para suas atividades habituais e laborais resultado de sua invalidez parcial. Portanto, restou ao mesmo o direito de pleitear a indenização do Seguro Obrigatório DPVAT. II DO DIREITO AO SEGURO DPVAT: O Seguro Obrigatório de Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) tem previsão legal na Lei 6.194/74, com alterações trazidas pelas Leis nº /92, Lei nº /07 e Lei nº /09. O valor do seguro é previsto na lei nº /74, no artigo 3º, com o seguinte texto: Art. 3 Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2 desta lei compreendem as indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de suplementares, nos valores que se seguem, por pessoa vitimada: I R$ ,00 ( treze mil e quinhentos reais ) no caso de morte; II até R$ ,00 (treze mil e quinhentos reais) no caso de invalidez permanente; e III até R$ 2.700,00 ( dois mil e setecentos reais) - como reembolso à vitima no caso de despesas médica e suplementares devidamente comprovadas. (NR) O documento necessário a ser apresentado cinge-se a prova do acidente e do dano decorrente, tudo independente de culpa conforme caput do artigo 5º da Lei 6.194/74 que prevê: Art. 5º O pagamento da indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente, independentemente da existência de culpa, haja ou não resseguro, abolida qualquer franquia de responsabilidade do segurado. Está provado nos autos o fato constitutivo do direito do Requerente, qual seja a invalidez permanente que o acometera em

3 decorrência do acidente automobilístico, vez que pelo procedimento administrativo foi reconhecida a sua invalidez. Sendo assim, a indenização securitária tem que ser paga, sem quaisquer outras indagações ou exigências no quantum integral previsto na Lei. Deste modo, faz jus a Requerente ao pagamento integral da indenização do seguro DPVAT, conforme o disposto na Lei n /2007, corrigido monetariamente descontado o valor recebido administrativamente. Contudo, no art. 5º, 5º da Lei 6.194/74 faz-se necessário a produção de laudo pericial a ser confeccionado pelo órgão competente, sendo assim requer que Vossa Excelência oficie o IML para agendamento do ato pericial. III DOS QUESITOS PERICIAIS: Para realização de perícia médica judicial apresentamos os seguintes quesitos: 1. A requerente possui doença/enfermidade? Qual e desde quando? Tal doença/enfermidade foi causado pelo referido acidente de trânsito sofrido, ou por ele foi agravado? 2. Do acidente de trânsito sofrido, houve ofensa à integridade física da Requerente? 3. Do acidente de trânsito sofrido, resultou debilidade permanente de membro, sentido ou função? E deformidade permanente? Em qual região do corpo? Houve dano da parte estética? 4. A debilidade/deformidade permanente ocasionada impede o Requerente de levar uma vida comum? Gera-lhe limitações? Resulta-lhe em perigo de vida? 5. O acidente de trânsito resultou em perda ou diminuição de função de algum órgão do periciado e se o quadro clínico apresenta disfunções apenas temporárias ou se o dano funcional é permanente? 6. Resultou em incapacidade para o labor? Essa incapacidade e total ou parcial? Temporária ou permanente? 7. Essa incapacidade para o trabalho vedar-lhe-á o exercício de outras profissões? É possível a readaptação profissional do Requerente?

4 8. Existe tratamento médico/cirúrgico capaz de reverter a situação do Requerente? Tal procedimento é viável e acessível às pessoas de situação financeira hipossuficiente? Tal tratamento é eficaz? Qual a porcentagem? 9. A invalidez do Requerente pode ser fixada em repercussão total, intensa, média, leve ou residual? Qual a porcentagem da invalidez? IV DA CORREÇÃO MONETÁRIA: Visivelmente o valor de R$ ,00 (Treze mil e quinhentos reais), fixados pela MP 340/2006 como dispõe o art. 3º, II da Lei 6.194/74, vem sofrendo séria defasagem, visto que desde a entrada em vigor da referida MP este valor não sofreu correção ou atualização monetária, em que pese o reajuste de 38,25% do prêmio pago. Em outros termos, se o valor indenizatório ainda tivesse como parâmetro o salário mínimo vigente, o segurado receberia a importância de R$ ,00 (vinte e oito mil novecentos e sessenta reais) a título de indenização e não apenas R$ ,00 (treze mil e quinhentos reais) fixados pela Medida Provisória nº 340, convertida na Lei nº /2007. Sendo assim o entendimento jurisprudencial tem sido para que o reajuste do valor do capital segurado de R$13.500,00 sejam pelos índices oficiais desde 29/12/2006, data da entrada em vigor da Medida Provisória 340, até a data que cessou o pagamento do seguro, ou seja, liquidação do sinistro na esfera judicial. Justiça Paranaense: Vejamos o posicionamento do Egrégio Tribunal de Apelação Cível: n.º ª CCiv.Origem: 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA Apelante: MAPFRE VERA CRUZ SEGURADORA S/A Apelado: EURIDES DE OLIVEIRA Recorrente Adesivo: EURIDES DE OLIVEIRA Recorrida Adesivo: MAPFRE VERA CRUZ SEGURADORA S/A Juiz Relator: HORÁCIO RIBAS TEIXEIRA1APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - INVALIDEZ PERMANENTE - ACIDENTE OCORRIDO APÓS A MEDIDA PROVISÓRIA 451/08 - NECESSIDADE DE APURAÇÃO DO GRAU DE INVALIDEZ - APLICAÇÃO DA TABELA ANEXA A LEI / CORREÇÃO MONETÁRIA INCIDENTE DESDE A DATA DA EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 340/2006 (29/12/06) - SUCUMBÊNCIA MÍNIMA DA RÉ - APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA E RECURSO ADESIVO CONHECIDO E PROVIDO.RELATÓRIO1.

5 (TJPR - 9ª C.Cível - AC Região Metropolitana de Londrina - Foro Central de Londrina - Rel.: Horácio Ribas Teixeira - Por maioria - - J ). APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. INVALIDEZ PERMANENTE PARCIAL COMPLETA. ACIDENTE OCORRIDO SOB A VIGÊNCIA DA MP 451/2008, CONVERTIDA NA LEI /09. APLICABILIDADE DA NOVA REDAÇÃO DO ART. 3.º DA LEI N.º 6.194/74.OBSERVÂNCIA AOS PERCENTUAIS PREVISTOS NA TABELA. VALOR PAGO A MENOR NA VIA ADMINISTRATIVA. COMPLEMENTAÇÃO DEVIDA. Em caso de cobrança de seguro obrigatório DPVAT referente à invalidez permanente parcial completa, nos acidentes de trânsito ocorridos sob a vigência da Medida Provisória 451/08, convertida na Lei n.º /09, que deu nova redação ao artigo 3.º da Lei nº 6.194/1974, deve se enquadrar o valor total indenitário à tabela anexa à lei. [...] Pois bem. Nos casos em que o sinistro ocorrer após a Medida Provisória n.º 340/2006, convertida na Lei n.º /07, a correção monetária deve incidir desde a edição da Medida, em , porquanto foi neste momento que a indenização prevista no artigo 3.º da Lei 6.194/74, foi convertida de 40 salários mínimos para o valor certo de até R$13.500,00 (treze mil e quinhentos reais). Esse é, inclusive, o entendimento desta e. Câmara [...] RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - 10ª C.Cível - AC Umuarama - Rel.: Elizabeth de F N C de Passos - Unânime - - J ). APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA.COMPLEMENTO DE INDENIZAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. INVALIDEZ PARCIAL INCOMPLETA. ENQUADRAMENTO DA PERDA (REPERCUSSÃO), NA FORMA DO INCISO II, PARÁGRAFO 1º, DO ART. 3º, II, DA LEI 6.194/74. REAJUSTE DA INDENIZAÇÃO DESDE A DATA DA EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 340/2006. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 9ª C.Cível - AC Cascavel - Rel.: Francisco Luiz Macedo Junior - Unânime - - J ). Portanto, requer que a correção monetária incida a parir da edição da MP 340/06 para a devida correção do valor a ser recebido a título indenizatório. V DA LIMINAR: A invalidez da Requerente está devidamente comprovada. Contudo, sabe-se que o artigo 5, 5 da Lei 6.194/74, exige que seja elaborado laudo de exame de lesões corporais junto ao Instituto Médico Legal, que é órgão oficial para tal mister.

6 O mesmo parágrafo traz que o IML deverá fornecer o laudo no prazo de até 90 (noventa) dias, entretanto, deve ser de conhecimento de Vossa Excelência que o Instituto Médico Legal da Comarca esta agendando pericias somente para o final do ano de Por isso, faz-se necessária a concessão da liminar para que não seja prolongado mais ainda o tempo de espera para a realização do exame de lesões corporais. Há de se observar que há risco na demora da prestação jurisdicional, pois em decorrência do tempo muitas das lesões que causaram a presente invalidez podem ser ocultadas em eventual laudo em virtude da demora, sendo assim caso não seja deferida a presente medida liminar, o Autor poderá ter uma perca significativa na graduação de sua lesão e em consequência perda do valor que lhe seria realmente devido. Assim, resta configurado o periculum in mora e o fumus boni iuris, devendo ser concedida a liminar pleiteada, determinando a expedição de ofício ao Instituto Médico Legal da Comarca Londrina, como medida de justiça. VI DOS PEDIDOS: Ante o exposto requer: a) A concessão de liminar para que seja expedido ofício ao Instituto Médico Legal da comarca, inaudita altera pars, para que seja designado dia e hora para a realização do exame de lesões corporais no Requerente; b) A citação da Requerida; c) Ao final confirmar a liminar pretendida, e ainda, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, com a condenação da Requerida ao pagamento da indenização de Seguro Obrigatório DPVAT atualizada e corrigida a indenização que virá receber, pelo índice oficial IGP/INPC, desde 29/12/2006 (data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 340/2006) e juros moratórios de 1% a.m a contar da citação, inclusive com a condenação aos ônus de sucumbência; d) O Requerente protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, além de novos documentos porventura necessários ao esclarecimento dos fatos aqui alegados; e) Em face das dificuldades econômicas e financeiras que vem enfrentando, o Requerente declara para todos os efeitos e sob as penas da Lei que não possui condições de arcar com as custas processuais e

7 honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, pelo que requer a concessão dos benefícios da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Dá-se à presente, para os devidos fins, o valor de R$ ,00 (Treze mil e quinhentos reais). Nestes termos, pede e espera deferimento. Londrina/PR, 8 de abril de 2015 ADEMIR TRIDA ALVES OAB/PR