VAINER LUCIANO BRAGANCA ACOSTA A C Ó R DÃO. Vistos, relatados e discutidos os autos.

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1 APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. DPVAT. AÇÃO DE COBRANÇA. RAZÕES DISSOCIADAS. 1. Revelando-se as razões de recurso absolutamente dissociadas da fundamentação que embasou o decisum, a petição recursal afigura-se inepta, de acordo com o disposto pelo artigo 1010 do NCPC. 2. Sucumbência recursal. Honorários advocatícios devidos pela parte autora majorados, nos termos do art. 85, 2º e 11, do NCPC. RECURSO NÃO CONHECIDO. APELAÇÃO CÍVEL Nº (Nº CNJ: ) VAINER LUCIANO BRAGANCA ACOSTA SEGURADORA LIDER CONSORCIOS SEGURO DPVAT S A QUINTA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE CAXIAS DO SUL APELANTE APELADO A C Ó R DÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em não conhecer do apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO (PRESIDENTE) E DES. LÉO ROMI PILAU JÚNIOR. Porto Alegre, 28 de setembro de DES.ª ISABEL DIAS ALME, Relatora. R ELATÓRIO 1

2 DES.ª ISABEL DIAS ALME (RELATORA) Trata-se de apelação cível interposta por VAINER LUCIANO BRAGANÇA ACOSTA contra sentença das fls , que julgou parcialmente procedente a ação de cobrança de seguro DPVAT ajuizada em desfavor de SEGURADORA LIDER CONSÓRCIOS SEGURO DPVAT, nos seguintes termos: Em face do exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE a ação de cobrança proposta por VAINER LUCIANO BRAGANÇA ACOSTA contra SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, e CONDENO a requerida no pagamento, em favor do autor, do valor de R$ 270,00, montante que deverá ser corrigido monetariamente pelo IGP-M a contar da data do pagamento administrativo e acrescido de juros de 1 % ao mês desde a citação. Com a sucumbência recíproca, condeno as partes no pagamento das custas processuais, na proporção de 1/3 à ré e 2/3 ao autor. Condeno-as, também, no pagamento de honorários advocatícios em favor dos patronos dos seus opositores, os quais arbitro em R$ 600,00 em favor do procurador da requerida, e em R$ 300,00 em favor do patrono do autor, valores que deverão ser atualizados monetariamente pelo IGP-M e acrescidos de juros de 1 % ao mês, a contar da data do trânsito em julgado da sentença, considerados os critérios do art. 85, 2º e 8º, do Código de Processo Civil. A exigibilidade destes encargos ficará suspensa em relação ao autor, em razão do deferimento da gratuidade judiciária (art. 98, 3º, do Código de Processo Civil). Em suas razões (fls ), sustenta ter ajuizado cação cautelar precedida de prévio pedido administrativo, sendo evidente a pretensão resistida por parte da ré e devendo ser reconhecido seu interesse e condenada a seguradora nos ônus sucumbenciais. Arrola jurisprudência. Discorre sobre o princípio da causalidade e pede o provimento. 2

3 A ré, nas contrarrazões das fls , suscita o não conhecimento do apelo por serem as razões dissociadas dos fundamentos da sentença. sistema informatizado. Vieram os autos conclusos para julgamento. Foram observados os dispositivos legais, considerando a adoção do É o relatório. V O T O S DES.ª ISABEL DIAS ALME (RELATORA) fundamentos da sentença. Destaco que o recurso foi interposto sob a égide do CPC de A preliminar suscitada em contrarrazões merece ser acolhida. Com efeito, as razões de apelo são absolutamente dissociadas dos Observa-se trecho da sentença da lavra do magistrado Dr. Carlos Frederico Finger lançada nos autos da ação de cobrança de seguro DPVAT, nos seguintes termos: Objetiva o autor obter a complementação da indenização do seguro DPVAT em razão do acidente sofrido no dia 02/02/2013, alegando ter recebido administrativamente somente R$ 6.682,50, quando o correto seria o valor máximo previsto na lei 6.194/74, qual seja R$ ,00. Apesar da argumentação do requerente, como o acidente ocorreu na vigência da lei /2009, fazse imperativa a graduação da invalidez informada, tal como dispõe o inciso II do art. 3º da lei 6.194/74 e orienta a Súmula 474 do STJ: a indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez. Neste caso, a seguradora enquadrou as lesões do requerente no art. 3º, 3º, II, da lei 6.194/74, classificando a sua invalidez (fls. 20 e 63) como de 3

4 leve (25 %, perda funcional de uma das mãos), média ( 50 %, perda completa da mobilidade de um dos cotovelos e um dos punhos) e residual (10 %, perda funcional de um dos membros inferiores) repercussões. Em razão disso pagou o valor de R$ 6.682,50, de acordo com a graduação previstas na tabela da lei 6.194/74. Contudo, o laudo pericial das fls. 76/79 atestou que o autor sofreu múltiplas fraturas (polegar esquerdo, antebraço direito, perna direita e lesão muscular do fêmur esquerdo) acarretando deficit permanente parcial incompleto em grau leve (25 %) da mão esquerda e parcial incompleta de grau médio (50 %) de membro superior direito. Em razão disso, verifica-se que o pagamento administrativo efetivamente foi inferior ao devido. O valor que deveria ser pago ao requerente deve equivaler a 25 % e 50 % (do máximo de 70 % de R$ ,00), para ambas as lesões (mão esquerda e membro superior) o que representa R$ 7.087,50 1. Como já satisfeita a quantia de R$ 6.817,50, ainda é devido ao autor o valor de R$ 270,00, montante que deverá ser atualizado monetariamente pelo IGP-M desde a data do pagamento administrativo (22/04/2013 fl. 64) e acrescida de juros moratórios de 1 % ao mês a contar da citação. Por fim, resta prejudicado o pedido de atualização do valor previsto na lei por falta de previsão na própria lei, omissão proposital que impõe a aplicação do valor nominal fixado pelo legislador sem qualquer tipo de acréscimo ou atualização. 1R$ 2.362,50 (25 % de R$ 9.450,00) + R$ 4.725,00 (50 % de R$ 9.450,00) = R$ 7.087,50. Portanto, acerca dos fundamentos da decisão recorrida, o autor nada discorreu no presente recurso, limitando-se a tecer considerações genéricas acerca do procedimento cautelar e do interesse de agir, situação totalmente diversa do que trata a demanda. 4

5 Por conseguinte, não tendo a parte apelante se insurgido contra os fundamentos da sentença, revelam-se as razões de recurso absolutamente dissociadas, afigurando-se inepta a petição recursal, de acordo com o disposto pelo artigo 1010 do CPC/2015. tema: Veja-se, a propósito, a jurisprudência desta e. Corte acerca do Apelação cível. Seguros. Cobertura. Apelo da parte ré. Não se conhece de recurso no qual o apelante não ataca o fundamento basilar da sentença. Razões recursais dissociadas. Inteligência do art. 514, II, do Código de Processo Civil. O art. 514 do Código de Processo Civil, ao estabelecer os requisitos da petição do recurso de apelação, exige, em seu inciso II, que o recorrente aponte os fundamentos de fato e de direito pelos quais pretende a reforma da decisão. Ausente a devida fundamentação recursal, inviável que seja ele apreciado. Pedido de pagamento de medicamentos e lanches de acompanhantes. Ausência de previsão no plano. Sentença mantida. Apelo da ré não conhecido e apelo do autor não provido. (Apelação Cível Nº , Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 11/12/2014) APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. RAZÕES DISSOCIADAS DA DECISÃO RECORR. APELO NÃO CONHECIDO. RECURSO ADESIVO. SUBORDINAÇÃO AO APELO. 1. Descabe conhecer da apelação cujas razões recursais estejam dissociadas da decisão objeto do recurso. 2. No caso em exame, os requisitos recursais previstos no art. 514, inciso II, do Código de Processo Civil, quais sejam, os fundamentos de fato e direito do recurso, estão dissociados da decisão recorrida. 3. Não conhecido o apelo, tal situação jurídica acarreta, também, o não conhecimento do recurso adesivo, porque este é subordinado aquele, nos termos do art. 500, III, do CPC. Recursos não conhecidos. (Apelação Cível Nº , Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em 24/09/2014) 5

6 Ante o exposto, não conheço do recurso interposto. Tendo em vista a sucumbência recursal, majoro os honorários advocatícios devidos pela parte autora, fixados na origem em R$ 600,00, para R$900,00 (novecentos reais), nos termos do art. 85, 8º e 11, do NCPC, suspensa a exigibilidade em razão da concessão da gratuidade ao autor. É o voto. DES. LÉO ROMI PILAU JÚNIOR - De acordo com o(a) Relator(a). DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO - Presidente - Apelação Cível nº , Comarca de Caxias do Sul: "NÃO CONHECERAM DO APELO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: CARLOS FREDERICO FINGER 6