Mulheres e (homo)erotismo: convenções e mudança social 1. Regina Facchini 2. Estudos de Gênero Pagu (Unicamp).

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1 XIV Congresso Brasileiro de Sociologia 28 a 31 de julho de 2009, Rio de Janeiro (RJ) GT20 - Sexualidades, Corporalidades e Transgressões Coordenação: Luiz Mello (UFG), Crístian Paiva (UFC), Berenice Bento (UnB) Mulheres e (homo)erotismo: convenções e mudança social 1 Regina Facchini 2 1 A pesquisa que dá origem a este paper contou com o apoio do CNPq. 2 Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora colabora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (Unicamp).

2 Introdução: sobre sexualidade e outros marcadores sociais de diferença Embora a investigação das relações entre sexualidades e outras hierarquias sociais seja tradicional nos estudos de sexualidade na antropologia brasileira, pesquisas recentes têm retomado essa perspectiva sob novos enquadramentos e procurado refletir sobre as relações que se estabelecem entre vários marcadores sociais de diferença no que diz respeito à produção de vulnerabilidades e de possibilidades de manejo de convenções sociais. As pesquisas realizadas em Paradas LGBT em diferentes capitais (Carrara et al, 2005, 2006, 2007; Facchini et al, 2007) têm apontado para variações na relação entre modalidades de discriminação e agressões, bem como de locais e autores de agressão e marcadores sociais de diferença, como gênero, sexualidade, classe, cor/ raça e geração. Estudos de natureza qualitativa têm apontado, ainda, para o fato de que a relação entre marcadores sociais de diferença não pode ser pensada a partir de uma operação de soma de opressões. Esse é o caso de um artigo de Laura Moutinho sobre como a dinâmica dos afetos e prazeres se cruza com a desigualdade social no circuito GLS carioca: os homossexuais masculinos mais escuros que moram nos subúrbios e nas favelas do Rio de Janeiro possuem um campo de manobra mais amplo do que aqueles nos quais se inserem rapazes e moças heterossexuais da região e, mesmo, as lésbicas e travestis de diferentes cores que habitam essas áreas. (Moutinho, 2006: 103). A tematização da articulação entre marcadores sociais de diferença esteve presente também nas pesquisas que realizei nos últimos anos. Os resultados de uma investigação conduzida entre 2003 e 2004 sobre saúde de mulheres que fazem sexo com mulheres (Facchini; Barbosa, 2006) apontavam que, além de experiências ou representações negativas acerca de cuidados ginecológicos, características relacionadas a classe, geração, trajetória sexual e reprodutiva e atributos de gênero influenciavam na adoção de cuidados à saúde. Não se tratava de apontar um dado marcador de diferença, ou a soma de dados marcadores, como sendo responsáveis por uma vulnerabilidade acrescida. Se mulheres mais velhas (acima dos 35 anos) que mantinham sexo exclusivamente com mulheres eram mais resistentes a procurar apoio ginecológico e estavam menos atentas às possibilidades de infecção por DST, isso podia se tornar ainda mais complicado caso a mulher tivesse menos 1

3 acesso a serviços e à informação e tivesse uma performance de gênero mais masculina. Por outro lado, jovens de estratos médios, tinham muitas dúvidas sobre possíveis riscos de infecção por DST no sexo com mulheres (especialmente no contexto do início da vida sexual com mulheres e/ou no começo de uma nova relação), mas encontravam dificuldades em situações como a de ter que ir ao ginecologista da família. No desdobramento dessas reflexões em minha pesquisa de doutorado 3, procurei explorar as relações que se estabelecem entre sexualidade e outros marcadores sociais de diferença e entre condutas eróticas, identidades e corporalidades. No que diz respeito à relação entre condutas eróticas, identidades e corporalidades, encontrei toda uma literatura produzida no campo dos estudos gays e lésbicos nacional e internacional que apontavam, a partir de um referencial construcionista social, as possíveis disjunções entre desejos, práticas e identidades que tomam por base condutas eróticas. Em busca de alternativas à cisão entre natureza e cultura identificada em tais abordagens, entrei em contato com a produção pósestruturalista. Entre as autoras que têm questionado tais cisões e dualismo encontramos Judith Butler, que assume como perspectiva um retorno à noção de matéria, não como local ou superfície, mas como um processo de materialização que se estabiliza através do tempo para produzir o efeito de fronteira, de fixidez e de superfície daquilo que nós chamamos matéria (Butler, 2002: 28 tradução livre). Nessa direção, as normas de gênero são vistas como restrições constitutivas que fazem com que os corpos se materializem como sexuados e que, ao mesmo tempo, produzem o terreno dos corpos culturalmente inteligíveis e o domínio dos corpos abjetos, impensáveis. Assim, a questão deixa de ser de que modo o gênero é constituído através de uma interpretação do sexo?, deslocando-se para através de que normas regulatórias o próprio sexo é materializado?. Butler sugere que a performatividade de gênero não pode ser teorizada separadamente da prática forçosa e reiterativa dos regimes sexuais regulatórios, retomando 3 O material analisado na tese (Facchini, 2008) foi produzido entre 2003 e 2007, a partir de observação etnográfica em 40 locais de freqüência e/ou sociabilidade de mulheres com práticas homoeróticas e de um conjunto de 38 entrevistas em profundidade com mulheres de 18 a 50 anos residentes na Grande São Paulo, cujo critério de constituição foi buscar a maior diversidade possível em termos de idade, inserção sócio-econômica, trajetória afetivo-sexual e classificações relativas à sexualidade. A fim de diversificar os estilos e identidades acessados e evitar a associação de uma comunidade a espaços delimitados (Gupta; Ferguson, 2000), realizou-se ainda observação e entrevistas com mulheres integrantes de duas redes: as jovens que se classificam como minas do rock e as freqüentadoras de um clube voltado para a prática do BDSM (bondage, disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo). 2

4 preocupações com a naturalização da heterossexualidade e da relação entre reprodução e gênero, há muito presentes no pensamento feminista (Firestone, 1976; Rubin, 1975). Apesar de formular raça como algo que se produz parcialmente como efeito da história do racismo e que tem suas fronteiras e significações construídas ao longo do tempo não só em relação ao racismo, bem como em relação à oposição ao racismo, Butler chama atenção para as dificuldades na articulação de gênero, raça e sexualidade, afirmando que pensar o poder contemporâneo em toda a sua complexidade e em todas as sua interarticulações continua sendo, apesar de sua impossibilidade, indiscutivelmente importante (Butler, 2002: 43-4; tradução livre). No entanto, cabe questionar: em que medida essa priorização da crítica a um imperativo heterossexual poderia limitar o alcance das proposições de Butler a respeito dos corpos abjetos? Por que, necessariamente, a abjeção deve ser pensada em termos da heterossexualidade compulsória ou da matriz heterossexual? A reflexão com base no material que encontrei em campo e a necessidade de refletir sobre a relação entre sexualidade e outros marcadores sociais de diferença, me aproximou de outros debates travados no campo dos estudos de gênero, especialmente a partir do trabalho de feministas negras e de Donna Haraway (2004). Outras autoras, que procuram compreender a intersecção entre classe, raça, gênero e sexualidade, também colaboraram na problematização desse aspecto nas formulações de Butler. Anne McClintock (1995) argumenta que classe, raça e gênero são categorias articuladas na medida em que não são campos distintos de experiência, isolados uns dos outros ou simplesmente justapostos, mas que existem concretamente em e através de relações com cada um dos outros. Nesse sentido, não se trata de tomá-los como redutíveis uns aos outros ou idênticos, mas reconhecer que existem a partir de relações íntimas, recíprocas e contraditórias. Avtar Brah e Ann Phoenix (2004), por sua vez, definem o conceito de interseccionalidade como designando os efeitos complexos, irredutíveis, variados e variáveis que se seguem quando múltiplos eixos de diferenciação econômicos, políticos, culturais, psíquicos, subjetivos e experienciais se intersectam em contextos históricos específicos. Avtar Brah (2006) operacionaliza o conceito de interseccionalidade pela idéia de diferença como categoria analítica, tomando diferença de modo não essencial, mas como categoria que remete à designação de outros. Sua finalidade é estudar as inter-relações das várias formas de diferenciação social, empírica e historicamente, mas sem 3

5 necessariamente derivar todas elas de uma só instância determinante (Brah, 2006, p ), evitando o reducionismo. A análise da diferença proposta por essa autora articula experiência, relações sociais, subjetividade e identidade. As formulações de McClintock e de Brah parecem se beneficiar de uma série de reflexões acerca do sujeito, da experiência, da capilaridade do poder, da contingencialidade das identidades e da articulação de eixos de diferenciação em curso nas últimas décadas no campo dos estudos de gênero. Tais formulações constituem um ponto de partida para operacionalizar, de modo menos focado no imperativo heterossexual, as importantes contribuições de Butler (2002), no que diz respeito ao rompimento de dicotomias entre corpo/mente, natureza/cultura e real/construído. Desse modo, parto de noções como sujeitos em processo (Brah, 2006) e contingencialidade (Butler, 1998) para pensar em sujeitos e identidades. A noção de materialização (Butler, 2002) é aproximada dessa formulação a fim de possibilitar a abordagem de algo como subjetividades corporificadas em processo. Tal articulação talvez seja rentável para compreender: 1) o modo como diversos marcadores sociais de diferença operam com relação na transformação do espaço em lugar e nos sistemas de classificação e convenções sociais; e, 2) como tais convenções se materializam em corpos e relações sociais. No circuito: a produção de diferença no espaço da cidade Embora de dimensões mais reduzidas, quando o comparamos com os estabelecimentos de presença majoritariamente masculina, o circuito constituído a partir dos deslocamentos de mulheres que gostam de mulheres, pela cidade, também parece ter acompanhado o movimento mais geral de expansão e diversificação do antigo gueto homossexual. O emaranhado de itinerários construídos marca e atribui sentido ao espaço da cidade, pontilhado por lugares marcados pelos significados atribuídos pelos sujeitos. Esse circuito, que ganha sua concretude contingente a partir dos sujeitos, aparece então povoado por lugares que podem ser percebidos a partir das diferenças que marcam a freqüência: há os preferidos pelas mulheres mais velhas, pelas muito jovens, outros marcados por uma freqüência mais popular e aqueles mais elitizados, os freqüentados por garotas modernas ou por minas do rock, os majoritariamente freqüentados por mulheres que 4

6 constituem casais num padrão fancha/lady e os que têm como pares predominantes casais de mulheres femininas. Assim, ainda que as dimensões desse circuito sejam reduzidas e a circulação de informações sobre ele seja restrita, quando comparado ao que se constrói a partir dos itinerários dos homens que gostam de homens, é importante enfatizar uma considerável diversidade interna 4. Mapear parcialmente esse circuito não é tarefa simples. Longe de poder dar conta dos itinerários, muitas vezes longos e não contíguos, e da fluidez resultante das contingências materiais e simbólicas que marcam as escolhas (Vega, 2007: 33), parto de algumas distinções que emergem da observação. Opto por um recorte do circuito comercial, delimitado por regiões da cidade, nas quais a trama formada pelo entrecruzamento dos itinerários descritos pelas entrevistadas se torna mais densa. Desse modo, abro mão da riqueza que poderia ser propiciada pela inclusão de espaços de sociabilidade como reuniões domésticas, bares ou campinhos de futebol próximos aos locais de moradia, terreiros de umbanda, tendas de candomblé e outros ambientes que integram os itinerários mais particulares de cada mulher ou rede investigada. A distribuição dos estabelecimentos no espaço da cidade e sua constituição em lugares por parte das entrevistadas indicam a presença de um público com diferentes características de idade, classe, atributos de gênero, modo de se vestir e formas de classificar a sexualidade e construir parcerias. O poder de consumo das freqüentadoras também auxilia a caracterizar os ambientes, além da organização, decoração e programação direcionadas à atração de determinado público. O agrupamento dessas características permitiu a delimitação do que chamei provisoriamente de áreas e sub-áreas. Duas áreas assim demarcadas se encontram em locais situados de modo distinto na geografia política da cidade (centro velho X bairros de classe média). Nas duas áreas, diferenças de classe, raça, idade e baseadas em gênero e 4 O uso das noções de itinerário e lugar neste trabalho toma de empréstimo as reflexões de Alexandre P. Vega (2007) acerca das dificuldades implicadas no uso da família epistemológica formada pelos conceitos de pedaço, trajeto, mancha, pórtico e circuito (Magnani, 2002) e a combinação do modo como tais noções são elaboradas por Augé (1994) e Leite (2002). O uso da noção de circuito advém da concepção nativa de um circuito GLS, mas a extensão do campo não permite a utilização feita por Vega (2007:34) - lugares unidos simbolicamente e visitados freqüentamente por pessoas que compartilham um estilo nem a justaposição do GLS gays, lésbicas e simpatizantes visto que essa classificação remete à constituição de um mercado internamente diferenciado a partir dos anos 1990, integrado a uma noção de visibilidade positiva comum ao mercado GLS e ao movimento GLBT (Simões e França, 2005) e que nem todos os espaços se encaixam nessas características, especialmente os estabelecimentos situados no Bixiga, gueto lésbico identificado por Perlongher (1987). Falar num circuito lésbico também não seria viável, pois muitos espaços são de freqüência mista e muitas entrevistadas rejeitam essa categoria. Provisoriamente falo num circuito, sem maiores qualificações. 5

7 sexualidade, serviram de base para a identificação de sub-áreas, que talvez pudessem corresponder à idéia de territorialidades em Perlongher (1987). Na área do centro velho, as fronteiras espaciais dessas territorialidades são mais claras, dividindo os estabelecimentos situados no entorno da Praça da República e aqueles entre a Praça Roosevelt e o Bixiga. Nessa região, o público é mais preto/pardo e mais pobre e as parcerias heterogâmicas são mais freqüentes do que nos estabelecimentos situados nos bairros de classe média. A sub-área do Bixiga caracteriza-se pela presença majoritária de mulheres de um leque de idade mais amplo dos 20 aos 40 aproximadamente, concentradas na faixa dos 30 anos - bem como de menor poder de consumo, maior presença de pretas e pardas, assim como a formação de pares a partir da distinção de atributos masculinos e femininos. Os estabelecimentos dessa sub-área apresentam menor investimento em infra-estrutura e oferecem programação muito menos articulada ao estilo predominante na sub-área da República, que é marcado pela música e pela estética associada às drag queens 5. Nos estabelecimentos do Bixiga ouve-se funk carioca, axé, samba, MPB e sertanejo romântico, com menor presença de uma versão popular de música eletrônica o house com vocais femininos chamado de drag music. Na sub-área da República, caracterizada por espaços com público majoritariamente masculino, predomina esse último estilo musical. Os poucos estabelecimentos de freqüência mista de homens e mulheres nessa sub-área são freqüentados por mulheres de até 30 anos e com um poder de consumo um pouco maior. Algo um pouco diferente dessa descrição geral ocorre em dois estabelecimentos: o Repertório Bar e a Gruta. O primeiro situa-se próximo à Praça Roosevelt, na sub-área do Bixiga, e apresenta maior sofisticação de instalações e a programação, mais dirigida à MPB do que a estilos musicais comerciais ou populares, o que parece ser decorrente das estratégias de revitalização do centro da cidade. O segundo, nas imediações da Praça da República, é uma boate que combina estilos associados à negritude, como o black e o samba, com as características mais sexualizadas da região - marcada pelos muitos locais de prostituição e estabelecimentos gays com espaço para trocas sexuais. A programação da 5 Segundo França (2006: 59): o termo designa homens que criam um personagem travestindo-se de mulheres, em determinadas ocasiões sem necessariamente transformar o corpo de forma definitiva e enfatizando o exagero da composição, ao incorporar personagens femininas de forma debochada. 6

8 boate apresenta um repertório musical baseado no samba e black music, e inclui shows de strip-tease de mulheres para mulheres. O modo como diferenciações em torno de gênero e sexualidade aparecem na área do centro velho remete a recortes de classe e geração. Entre as mais velhas, a distinção entre masculinas e femininas parece mais rígida, aderindo a padrões mais tradicionais. Entre as mais jovens, nem sempre há valorização da composição do par masculina / feminina, especialmente entre as que freqüentam os barzinhos da República e também circulam pelos estabelecimentos situados em bairros de classe média. Onde há valorização do par masculina / feminina, sobretudo nas boates locais, percebe-se que o recorte geracional vem acompanhado de significativa diferença nas masculinidades. As que se poderia incluir num perfil mais tradicional geralmente são mulheres com mais de 30 anos e trajam camisa de botão, calça social ou jeans, sapato, têm cabelos curtos com formas angulares e usam cores sóbrias. Tal aparência vem acompanhada de gestualidade e comportamento característicos: andar mais duro, gestos pausados e contidos, pouco dançam ou mal se movimentam ao dançar, ficando a maior parte do tempo, quando em atitude de paquera, nos cantos da casa, observando o movimento ou próximas à mesa de bilhar, sempre com uma bebida na mão. Também são essas mulheres que mais ocupam a sinuca e as que mais parecem levar a sério o jogo, com tacadas estudadas e ar compenetrado. Por outro lado, as mais jovens, até 20 e poucos anos, possuem um estilo mais parecido com o de rapazes da periferia : usam calças jeans largas, tênis de skatista ou de jogador de basquete, camisetas coloridas largas, algumas com correntes unindo os bolsos da frente e traseiros da calça, similares às utilizadas por rapazes para compor um estilo black, piercings no queixo e sobrancelha e tatuagens. Essas garotas têm um gestual consideravelmente mais solto, movem-se com desenvoltura pela pista de dança, de modo a lembrar o modo como rapazes dançam ritmos como black music, samba ou axé em bailes populares. Para elas, a dança é um momento privilegiado da paquera. Podem ter ou não o cabelo comprido, mas se tiverem, ele geralmente estará sob o boné, um item que parece essencial na composição do estilo, que sugere uma adaptação do vestuário e do gestual dos rapazes associados ao hip hop. Entre aquelas de cabelos curtos, há também a possibilidade 7

9 de que estejam cuidadosamente arrumados, com topetes, fios arrepiados ou com a aparência de bagunçados. O perfil das mulheres que se fazem acompanhar pelas masculinas varia pouco em termos geracionais, sendo muitas vezes só um pouco mais discreto entre as mais velhas, as mais gordinhas e entre algumas que estão acompanhadas. São mulheres cuja vestimenta e gestualidade poderiam ser classificadas como femininas, trajando calça jeans, bermudas, shorts ou saias, sempre justos e blusinhas coladas ao corpo e decotadas, muitas vezes deixando a barriga à mostra. Nos pés, sapatos ou botas de salto e sandálias. O visual completa-se com brincos e colares, que chamam a atenção, em meio aos cabelos sempre longos, muitos tingidos de loiro ou alisados e arrumados de forma a parecerem mais lisos. Essas mulheres bebem menos e, em geral, dançam com muita desenvoltura e de modo a explorar uma sensualidade feminina, que parece inspirada nas performances de dançarinas de axé ou de funk carioca, passistas de escola de samba e nas sex symbols dos vídeo-clipes de black music norte-americana. Assim como a dança e a cuidadosa composição do visual, a gestualidade parece fruto de treinamento. Isso é especialmente notável nos pares mais jovens. Se entre as femininas a dança e os gestos são minuciosamente marcados por características como delicadeza e sensualidade, entre as masculinas, o olhar, o jeito de parar o corpo, de posicionar as mãos e a cabeça, de bater o cigarro ou segurar a bebida sugerem treinamento cuidadoso. Nessa direção, as danças em pares, além de situação privilegiada de paquera, são verdadeiras performances teatrais, onde se nota não só o investimento em aprender a coreografia - é impressionante como as garotas na faixa dos 20 anos dançam bem nesses espaços - como representar machos fortes e galantes e fêmeas sensuais e fatais. A valorização da performance na dança faz com que esta se torne item especial da programação, com concursos de dança em meio ao show de drag, que normalmente atua como se fosse uma apresentadora engraçada de um programa de variedades. Nesses concursos, que acompanhei algumas vezes na Gruta, são chamadas ao palco masculinas e femininas, que são entrevistadas e convidadas a dançar: para as femininas, toca-se samba, axé ou funk e, para as masculinas, black music, para não ferir a masculinidade. As donas das performances mais perfeitas ganham aplausos, brindes e popularidade. 8

10 Nas boates freqüentadas por mulheres no centro velho, as parcerias estabelecidas são orientadas quase exclusivamente segundo o padrão masculina / feminina, com raras variações que admitem feminina / feminina, mas nunca o par masculina / masculina. Gramáticas corporais ou performances de gênero ambíguas ou que sejam menos marcadamente estilizadas para compor um par que combina masculino e feminino não são valorizadas e não despertam atração ou interesse erótico. A área marcada pela freqüência de mulheres provenientes de estratos médios estende-se por bairros que, em pesquisas demográficas, aparecem entre os que concentram as maiores rendas médias no município: Pinheiros, Jardins, Vila Madalena e Itaim Bibi. Esses bairros abrigam circuitos de lazer noturno variados, que não se restringem à freqüência homossexual, reunindo uma gama de bares e boates bastante diversificados. Os estabelecimentos freqüentados por mulheres podem ser divididos, de maneira geral, entre boates, voltadas à paquera e à busca mais ativa de parceiras e bares, onde o comportamento de paquera é menos explícito e há maior presença de casais e de mulheres mais velhas em relação às boates. Os ambientes possuem uma infra-estrutura e decoração bem mais cuidados do que os observados na área central, que praticam preços bem menos acessíveis 6. Nessa área, os estilos são mais delimitados: gírias, indumentária, preferência por corte de cabelo, tipos de maquiagem, modalidades de música e até visões políticas e valorização de campos de atuação profissional são compartilhados. Há uma primeira subdivisão, que abrange bares e boates freqüentados por mulheres de classe média e média baixa, com maior variação de idade (de cerca de 20 anos a cerca de 40 e poucos anos) e que não apresentam estilos específicos. As parcerias estabelecidas tendem a ser homogâmicas, especialmente no que diz respeito a atributos de gênero, predominam as mulheres brancas e a música passa por MPB, samba, flashback - onde hits gays ganham prioridade - e pelo tipo de música eletrônica associada às boates gays que recebem um público de estratos médios. 6 Os ingressos praticados em boates são um exemplo: enquanto a boate com freqüência mais expressiva de mulheres na área central, a Gruta, cobrava R$ 8,00 de entrada aos sábados em 2006, nos bairros de classe média, o Clube Z cobrava R$ 15,00 de ingresso e a Bubu cobrava R$ 40,00 consumíveis. Com relação a bares, o Café Vermont do centro cobrava, em 2007, R$ 3,00 de couvert artístico em qualquer dia da semana, enquanto o Vermont Itaim, situado em bairro de classe média, cobrava R$ 8,00 de couvert no projeto de samba da quarta-feira, citado na abertura deste artigo, e no final de semana os valores variavam de acordo com a atração, indo de R$ 10,00 a R$ 20,00. 9

11 Outra subdivisão inclui os itinerários marcados por menor contigüidade espacial, traçados por jovens com dois estilos: as modernas e as minas do rock. As modernas concentram-se em torno dos 20 anos e baseiam seu visual em referências predominantemente européias, valorizam a androginia e profissões na área de artes, moda e produção cultural. Elas gostam de variações de música eletrônica, de caráter menos comercial ou mais experimental ou de rock britânico. As minas do rock, integrantes de uma cena internacional conhecida como riot grrrl, são um pouco mais jovens, de 14 a pouco mais de 20 anos, organizam-se numa rede mais restrita e conectam-se a roteiros internacionais, como Portland e outras cidades dos Estados Unidos. As referências do estilo vêm da cena punk rock norte-americana e a adesão a discursos políticos acompanham outras vertentes da cena punk. Assim, a versão de feminismo das minas do rock se opõe ao machismo da cena punk e estabelece entre elas um tipo de fraternidade feminina, que tem nas relações sexuais e afetivas entre mulheres sua expressão mais valorizada. Entre elas, todas as modalidades de composição dos pares por atributo de gênero são valorizadas, inclusive pares masculina / masculina, criticados ou impensáveis em qualquer outra rede. Outro ponto de freqüência jovem é a região da Rua da Consolação, nos Jardins, reduto de homossexuais de classe média e de modernos e descolados dos anos 1990 a meados de Atualmente é freqüentado por adolescentes de classe média baixa e popular de vários estilos e descritos por França (2007a) como quase-modernos, em referência à menor habilidade em compor os elementos dos estilos em relação a seus pares de classe média. Assim como na rua Vieira de Carvalho, na República, as imediações do Bar du Bocage nos Jardins são caracterizadas pela paquera de rua e as meninas são bem mais numerosas que no centro. Os pares são na maioria compostos por femininas / femininas e por andróginas, e há pegação em público. Na Bubu, que tomamos aqui como exemplo do conjunto de lugares de freqüência mais elitizada em que estilos específicos não se apresentam, a observação do público permite afirmar que, além de uma freqüência equilibrada de homens e mulheres, há mistura de estilos. A maioria das mulheres tem por volta dos 20 anos, mas é possível encontrar algumas com mais de 30, e até 40 anos. Entre elas, há as que usam tênis, camiseta e calças jeans, as que trajam vestidos vaporosos e saltos altos, as que vestem calças jeans, saltos e blusinhas super decotadas, algumas lisas e/ou com brilhos, outras estampadas. Entre as 10

12 brancas, muito cabelo comprido e liso, brincos grandes. Entre as pretas e pardas, em geral, os cabelos evidenciavam o recurso a alguma química: cabelos tingidos em tons mais claros ou vermelhos e também alisados ou com escova. Há, também, uma presença discreta de mulheres de performance mais masculina, evidenciada por bonés, cabelos curtos e camiseta, mas que não se assemelha à composição masculina das mulheres do centro: as roupas e postura não têm o efeito de ocultar atributos femininos, como entre algumas freqüentadoras da área central, que poderiam ser tomadas como homens por observadores incautos. A maioria dos freqüentadores é branca, mas o número de mulheres pretas e pardas é superior ao de homens. Também há uma quantidade expressiva de orientais de ambos os sexos. Os seguranças, por outro lado, são todos pretos ou pardos. A interação se dá basicamente entre pessoas do mesmo grupo. Já o contato entre grupos ocorre a partir de determinadas regras, e visa unicamente a paquera. No entanto, se o sexo das pessoas é mais fácil de antever nesse espaço, é difícil inferir sua orientação sexual pela observação da indumentária e performance de gênero, dado que também é um lugar com uma presença de mulheres heterossexuais. Se as variadas parcerias eróticas acontecem, numa aparente fluidez de orientação sexual, ressalta-se o caráter visivelmente homogâmico da maior parte desses pares, a começar pelo traço de poder de consumo, que parece permitir a aparente democracia de estilos a entrada no sábado custa R$ 40,00. Além disso, os grupos e casais são formados a partir de idades semelhantes e as mulheres mais valorizadas são as que possuem uma performance mais feminina, paqueradas por outras, de performance semelhante. Este traço consiste em um aspecto relevante, quando pensamos na dinâmica de parcerias nos diferentes espaços: entre os vários contrastes que poderiam ser estabelecidos entre os locais de freqüência popular e aqueles com maior presença dos estratos médios ou médios-altos vale a pena observar uma tendência às relações homogâmicas na porção do circuito situada nos bairros de classe média e a significativa presença de parcerias heterogâmicas nos espaços do centro. Nessa direção, essas descrições corroboram o observado por outros estudos realizados recentemente em São Paulo, como de França e Simões: O Centro Antigo aparentemente absorve uma camada da população homossexual menos valorizada pelos padrões globalizados de estética, consumo e estilo de vida homossexual: congrega homens mais velhos, gordos e peludos, lésbicas masculinizadas, michês, travestis, e homossexuais considerados afeminados. Também se caracteriza pelo menor poder aquisitivo do seu público, o que se 11

13 pode aferir facilmente diante dos menores preços cobrados pelas casas noturnas. (...) Assim, em muitos sentidos, a mancha de freqüência homossexual Jardins-Paulista define-se de modo oposto à do centro da cidade. Entretanto, apesar de ser possível traçar uma oposição entre as duas manchas, não se pode delinear fronteiras absolutas entre ambas, pois mesmo dentro de cada uma há diferenças notáveis de categorias e/ou serviços, bem como considerável movimento de circulação e trocas entre elas (Simões, França, 2005: 329). Além disso, as duas manchas não conseguem abarcar, em termos territoriais, toda a variedade de espaços de sociabilidade homossexual, mesmo que os padrões nelas identificados se espalhem para além de um espaço fixo. (França, 2006a: 48) Se, ao observarmos os diversos espaços nesse circuito, é possível delinear alguns estilos, aparências, comportamentos e categorizações relacionados a gênero e sexualidade, só podemos perceber, com maior profundidade, como mulheres de diferentes estratos sócioeconômicos e idades lidam com isso a partir de seus discursos. Apesar da importância dos diversos ambientes em fazer circular categorias e cristalizar, ainda que temporariamente, determinados estilos e padrões de comportamento, há mulheres que não se inserem ou têm contatos muito pontuais com alguns dos estabelecimentos mencionados. Assim, embora instigantes por si só, os dados obtidos a partir da observação em campo ganham em amplitude e densidade, na análise do material das entrevistas. Classificações, convenções e mudança social O modo como as classificações se distribuem no conjunto de entrevistadas para minha pesquisa variou significativamente com relação a classe e a geração, marcadores que também se relacionam com a maneira como as entrevistadas percebem suas trajetórias, práticas e desejos sexuais com homens e/ou com mulheres e como lidam com o estigma. Os maiores contrastes aparecem ao compararmos mulheres acima de 30 anos de estratos populares e mulheres com menos de 30 anos de estratos médios e médios altos. Entre as mais velhas de estratos populares, entendida é a categoria mais usada e, diferente do que ocorre em outras faixas de idade ou estratos sociais, não se usa termos específicos para designar mulheres que têm ou tiveram sexo com homens. Entre as mais jovens de estratos médios ou médios altos, ganham espaço estratégias de valorização e afirmação daquilo que é estigmatizado, como no caso do uso de termos como dyke ou sapatão (entre as minas do rock), sapa (corrente entre jovens de estratos médios) e a autoclassificação como bissexual, além da recusa de rótulos, (especialmente entre parte das modernas). A popularização da categoria entendida coincide com o que parece ser seu 12

14 quase banimento do estrato social que lhe deu origem, onde deu lugar a outras que se multiplicam. Essa multiplicação parece ocorrer a partir da lógica de diferenciação apontada por Peter Fry que toma categorias de referência à sexualidade como linguagem para a expressão de outras diferenças (Fry, 1982). A popularização da categoria entendida foi apontada também por pesquisas com mulheres que se relacionam com mulheres no Rio de Janeiro (Lacombe, 2007; Aguião, 2007). As pesquisas realizadas nas Paradas do Orgulho LGBT indicam presença maior da categoria entendido(a) entre mulheres homossexuais, entre os menos escolarizados e na Parada de Pernambuco do que nas do Rio de Janeiro e São Paulo (Carrara et al, 2005, 2006, 2007). O caráter relacional e situacional das classificações envolvendo a sexualidade é apontado desde os primeiros estudos sobre (homo)sexualidades na literatura antropológica brasileira (Fry, 1982; Guimarães, 2004; Heilborn, 1996; Parker, 1994). No entanto, o aprofundamento da análise das variações classificatórias a partir de diversas convenções sociais e de vários marcadores sociais de diferença ganha ênfase numa literatura mais recente. Nessa linha, temos como exemplos a pesquisa de Sílvia Aguião (2007) entre mulheres que se relacionam como mulheres, a de Isadora Lins França (2007b; 2009) com homens que se relacionam com homens e a de Bruno Cesar Barbosa (2008) com travestis de diferentes gerações. Na análise das convenções sociais e de mudanças nessas convenções, os resultados de minha pesquisa remetem a algumas regularidades, como a rejeição a masculinizadas, especialmente as exclusivamente ativas, e a bissexuais. Consideradas a partir de seu entrecruzamento com popularização da categoria entendida, essas regularidades parecem sinalizar uma difusão para outros estratos sociais de elementos do modelo ideal moderno ou igualitário delineado por Peter Fry (1982). Isso ganha lugar num contexto em que: 1) a distinção entre hetero e homossexualidade parece estar bem estabelecida; 2) concepções igualitárias têm sido largamente divulgadas inclusive pela mídia - e apropriadas por diferentes segmentos sociais; e, 3) concepções psicologizadas sobre a homossexualidade, como assumir-se, ser resolvido(a) e ter uma boa auto-estima têm se expandido com a onda de visibilidade positiva iniciada nos anos Cerca de trinta anos depois das pesquisas que resultaram na análise de Fry sobre os sistemas de classificação da sexualidade masculina, nos deparamos com categorias como 13

15 dyke, sapa, feminina, perua, caminhoneira, bofinho, ladynha e percebemos que tais termos são mais do que gírias locais ou vocabulários específicos de grupos. Ao invés de pensá-las como variações secundárias de tipos ideais de classificação, a pesquisa que dá base a este paper procurou levar em conta suas relações com processos de diferenciação que mobilizam outros marcadores sociais de diferença, especialmente classe e idade. Algumas dessas categorias, por vezes integram determinados estilos, a partir da combinação com itens de vestuário, estética corporal, música e ideologias políticas. Imbricadas com diferenciações de classe e gênero, as diferenças de cor/ raça seguem de modo silencioso, aparecendo menos no discurso do que na delimitação de lugares e estilos: não deve ser por acaso que quase não se encontra brancas entre os bofinhos e as ladynhas que dançam samba, axé, funk e black music em boates da região central, ou que garotas orientais só tenham sido vistas nos espaços mais elitizados. No caso das jovens, em especial entre as de estratos médios e médio-altos, as categorias remetem a diferenciações de classe e geração, mas também a disputas intraclasse entre diferentes estilos e seu potencial de responder às mais diferentes demandas em torno da questão sobre qual é o tipo de mulher que gosta ou pode gostar - de outras mulheres. Se há uma proliferação de categorias que não se diferenciam a partir da oposição atividade/passividade, estas partem de gradações minuciosas de masculinidade e feminilidade para expressar diferenciações de classe e idade e compor estilos. Encontramos, ainda, modos de classificação em que orientação sexual e categorias que fazem referência a gênero ou a outras preferências eróticas se desdobram na classificação da sexualidade. Tudo parece se mover em relação a um exterior constitutivo, que lembra personagens do modelo tradicional ou hierárquico. O impacto de mudanças na homossexualidade como lugar social 7 se faz sentir especialmente nas relações estabelecidas entre as jovens de estratos médios e médios altos e seus familiares: a maior parte das garotas relatou aos pais suas preferências por parceiras 7 Tais processos têm sido apreendidos por pesquisas quantitativas organizadas em série histórica. Em resposta à pergunta em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2007: "Se você soubesse que um filho homem está namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?", apenas 57% dos entrevistados afirmaram que esse seria um problema muito grave, uma queda de 20% se comparado à realização da mesma pergunta em pesquisa do instituto Datafolha de Em relação às mulheres, 55% dos entrevistados não achariam "muito grave" se uma filha namorasse outra garota. Ver pesquisa Família Brasileira, realizada pelo Instituto Datafolha em outubro de Resultados podem ser acessados em: Acesso em 01 jun

16 do mesmo sexo e teve um acolhimento, em geral, melhor do que o esperado por elas. Entre as jovens desses estratos, individualidade e privacidade aparecem com importantes valores no âmbito familiar e a homossexualidade aparece articulada pelos familiares como um lugar social mais próximo da normalidade. No entanto, para a maior parte das mulheres acessadas nesta pesquisa (as mulheres mais velhas de estratos médios, para todas as de estratos médios baixos e para algumas das jovens de estratos populares), havia bem pouca privacidade e autonomia. Entre elas, a discrição continua a ser crucial para compatibilizar seus desejos e práticas eróticas e relações com familiares e com o mercado de trabalho. Nos bairros mais afastados do centro, encontramos mulheres mais pobres e mais escuras, que, muitas vezes, ainda têm a possibilidade de falar de si mesmas apropriada por parentes ou vizinhos. Nesses casos, o tom acusatório por meio do qual são apontadas ameaça atá-las ao estigma e implica um árduo processo de produção de si como sujeitos viáveis. Para elas, não se trata de autonomia, discrição ou, em geral, de rompimentos mais duradouros com a família. A necessidade, a solidariedade e o respeito fazem com que os laços familiares sejam de algum modo rearticulados. A inteligibilidade local é conquistada por meio: 1) da materialização dos corpos a partir de convenções que citam a heterossexualidade, mas também a deslocam; e, 2) da formação de casais a partir da diferença entre performances de gênero. Inteligíveis e respeitosas, garantem, no espaço do bairro, a possibilidade de vivenciar seus desejos sem maiores atribulações. Ao contrário do que a noção de hierarquia poderia sugerir num primeiro olhar para esses casais, o deslocamento da norma não se faz sem um preço: borrar os limites entre hetero e homossexualidade e masculinidade e feminilidade muitas vezes dificulta o acesso ao trabalho/sustento e coloca as masculinas num lugar potencialmente vulnerável em relação a suas parceiras e aos familiares destas. Desse lugar, algumas articulam elementos como medo da rejeição, afirmações de sua sensibilidade e valorização da sinceridade e do companheirismo, por oposição a longas histórias que falam de galanteios e de explorações. As mais jovens, contudo, têm deslocado essas convenções a partir de interessantes arranjos que preservam a ênfase no respeito e a formação de pares com base na distinção entre performances de gênero, mas constituem subjetividades e corpos mais que masculinos, batizados de bofinhos. A linguagem do galanteio se mantém, mas a busca 15

17 por parceiras se diversifica e incorpora algumas expectativas que garantem relações mais igualitárias, capazes de protegê-las das explorações. Relações de poder e dinâmica social: notas pra continuar Este paper se iniciou com uma reflexão sobre as relações que se estabelecem entre sexualidade e outros marcadores sociais de diferença. Durante a reflexão emergiram escolhas teóricas: 1) a crítica a dualismos (como corpo/mente, natureza/cultura), presente nas perspectivas pós-estruturalista; e, 2) a necessidade de estender a reflexão acerca da dinâmica das relações de poder na nossa sociedade para além das abordagens que tomam gênero e sexualidade como foco de tal modo a ofuscar sua articulação com outros marcadores sociais de diferença. Assim, tomamos diferença como categoria analítica (Brah, 2006), o que implica a observação e a analise contextual do modo como se produz a diferença na produção dos lugares ou no processo de designação de outros. A observação de estabelecimentos comerciais de lazer e sociabilidade, e o cotejo com as falas das entrevistadas sobre seus itinerários e sobre os lugares que freqüentam, percebemos o modo como diferenças são produzidas na constituição de lugares. A observação dos espaços de sociabilidade no circuito de lazer comercial paulistano permitiu entrever diferenciações de classe e geração atuando em sua organização, em estreita articulação com performances de gênero, sexualidade e cor/ raça. A observação levou à delimitação de duas áreas, que se encontram em locais situados de modo distinto na geografia política da cidade (centro velho X bairros de classe média). Na região central, o público freqüentador é mais escuro e mais pobre e as parcerias heterogâmicas são mais freqüentes, do que nos estabelecimentos situados nos bairros de classe média. Aprofundando a análise, notei que diferenciações de classe estão associadas ao modo como sujeitos mais claros ou mais escuros se distribuem no espaço e às estilizações corporais adotadas. Percebi, ainda, configurações específicas no modo como classe e geração se intersectam com gênero na produção de sujeitos e de corpos desejáveis em determinados lugares. A proliferação de categorias (como dyke, sapa, feminina, perua, caminhoneira, bofinho, ladynha) encontrada em campo foi interpretada como remetendo a processos de 16

18 diferenciação que mobilizam outros marcadores sociais de diferença, especialmente classe e idade, por vezes compondo determinados estilos. Imbricadas com diferenciações de classe e gênero, as diferenças de cor/ raça seguem de modo silencioso, aparecendo menos no discurso do que na delimitação de lugares e estilos. No caso das jovens, entre as de estratos médios e médios altos em especial, as categorias parecem referir diferenciações de classe e geração e disputas intraclasse entre diferentes estilos e seu potencial de responder às mais diferentes demandas em torno da questão sobre o tipo de mulher que gosta ou pode gostar - de outras mulheres. Isso sugere pensar que, assim como os estilos, essas categorias de autoclassificação, que em dados momentos podem ser enunciadas como identidades, funcionam como operadores de diferença. Dessa forma, estilos, classificações e identidades apontam tanto para possibilidades de agência fazer algo do que foi feito dos sujeitos em questão quanto para processos de diferenciação. Sugere pensar também que, se há marcadores (gênero, sexualidade, classe, raça e geração) e operadores (estilos, classificações e identidades) sociais de diferença, há também dinâmicas de operação de cada um dos marcadores. No entanto, tais dinâmicas, uma vez situadas, não podem ser tomadas como regra geral, uma vez que nenhum marcador nunca opera isoladamente e que não se trata de pensar em termos de soma ou justaposições, mas em intersecções contextualizadas (Facchini, 2008). Ao voltarmos o olhar para diferentes gerações nota-se impacto das mudanças que vêm se operando nos últimos anos no que diz respeito à homossexualidade como lugar social sobre a vida dos sujeitos. No entanto, pode-se observar que esse impacto da mudança da homossexualidade como lugar social, varia sensivelmente de acordo com a classe social. Desse modo atitude, discrição e respeito aparecem como categorias que remetem ao campo de manejo de convenções sociais acessível para mulheres colocadas em diferentes lugares nas relações sociais de poder. Para finalizar este paper retomando as reflexões sobre a intersecção entre sexualidade e outros marcadores sociais de diferença explicitadas no início, gostaria de chamar atenção para a importância que marcadores como classe e geração assumiram tanto na transformação do espaço em lugar quanto no modo como classificações e convenções sociais aparecem articuladas no grupo pesquisado. Voltando à literatura feminista, aos estudos gays e lésbicos e aos queer studies, o que podemos perceber é que tanto no 17

19 feminismo radical quanto nos queer studies há uma ênfase na articulação entre gênero e sexualidade, assim como podemos ver nas noções de heterossexualidade compulsória (Rich, 1980) e matriz heterossexual (Butler, 2003). Nos estudos de gênero de tradição marxista temos tradicionalmente a incorporação das inter-relações entre gênero e classe. A crítica das feministas negras fez com que os estudos de gênero incorporassem cor/ raça à reflexão, assim vemos surgir em autoras como Joan Scott (1995) uma demanda por compreender as articulações entre gênero, classe e raça. Ainda que trabalhando sob a perspectiva que toma diferença como categoria analítica, o que implica esperar que os marcadores significativos emirjam do contexto observado em campo, há que se observar que determinados marcadores sociais raramente são levados em conta na análise a não ser quando são tomados como tema central da pesquisa. Esse é o caso de sexualidade, que raramente é levado em conta fora dos estudos gays e lésbicos ou queer e de alguns estudos feministas, mas também é o caso de geração. Gostaria de encerrar esta reflexão chamando atenção para a importância que geração assume, sobretudo quando se trata de refletir sobre a mudança social ou sobre fenômenos envolvidos num processo de mudança social intenso, como é o caso da homossexualidade como lugar social no Brasil nos últimos anos. Mesmo na recente literatura sobre interseccionalidades, geração não aparece como um marcador social de diferença relevante. Boa parte da literatura sobre interseccionalidades está relacionada às teorias pós-coloniais, chamando a atenção para a necessidade de articular gênero não apenas a sexualidade, raça, classe, mas também a religião e nacionalidade (Piscitelli, no prelo). Embora o uso de diferença como categoria analítica permita escapar à predefinição de marcadores sociais significativos, a falta de tradição em pensar geração como um marcador relevante pode fazer com que sua importância na dinâmica social de poder seja obliterada. Assim, finalizo esta reflexão enfatizando para esse risco e a importância de não predeterminar marcadores sociais de diferença mais ou menos relevantes quando o objetivo é analisar relações sociais de poder e suas conexões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIÃO, Silvia. Aqui nem todo mundo é igual Cor, mestiçagem e homossexualidades numa favela do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

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