ENSINO E APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA: UMA PRÁTICA DIFERENCIADA NO ESTUDO DO CLIMA
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- Rafael Arruda Santiago
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1 ENSINO E APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA: UMA PRÁTICA DIFERENCIADA NO ESTUDO DO CLIMA André Ricardo dos Santos Bersani ricardo_fala@hotmail.com Acadêmico do curso de Geografia/CPTL/UFMS RESUMO O presente artigo busca concretizar o processo de ensino-aprendizagem da matéria de climatologia, numa construção compartilhada e para melhor compreensão dos conceitos climatológicos por parte dos alunos, por esta óptica foi contextualizado meios para confeccionar um material didático no qual o professor interage com o aluno utilizando seus conhecimentos e sua percepção. Não me proponho a apresentar uma receita de bolo, com todos os passos esquematicamente delineados, onde no máximo o que se exigiria do usuário seria muita atenção para não se esquecer de nenhum ingrediente e procedimento a seguir. Ao contrário, apresento uma leitura que permita o professor com sua ação pedagógica atuar na zona de desenvolvimento proximal (VYGOTSKY, 1979) do aluno. PALAVRAS-CHAVE: Ensino-Aprendizagem. Climatologia. Material Didático. Percepção. INTRODUÇÃO É sabido que o ensino da matéria que se apropria das noções de clima, tempo e seus subconjuntos com todas as suas ramificações é de grande dificuldade para o professor e não está despertando o devido interesse do aluno. Deste modo, diversos professores utilizam apenas de uma explicação memorizada baseada na maioria das vezes apenas no livro didático, que é um dos recursos disponibilizado e que acaba se tornando muitas vezes a única forma de ensino, o que leva o aluno a aprender somente para a prova e não para a vida, sem questionar o porquê de aprender o conceito de clima e os fenômenos climáticos, entre outros fatores que engloba essa temática que está 1
2 presente no cotidiano da sociedade, influenciando diretamente grande parte das atividades realizadas pelo ser humano, como a agropecuária, o lazer, o transporte e o turismo. Ensinar climatologia tanto na universidade como nas escolas de 1º e 2º grau, não é tarefa fácil, pois o clima é muitas vezes tratado como abstrato, ou seja, apenas teorizado, o que dificulta ainda mais a compreensão e o interesse em sala de aula, o que exige não só o conhecimento por parte do professor. Por isso é possível afirmar que o educador deve ter um papel ativo no ensino de seus alunos, neste aspecto a citação de Zabala é elucidativa: É ele quem dispõe as condições para que a construção que o aluno faz seja mais ampla ou mais restrita, se oriente num sentido ou noutro, através da observação dos alunos, da ajuda que lhes proporciona para que utilizem seus conhecimentos prévios, da apresentação que se faz dos conteúdos, mostrando seus elementos essenciais, relacionando-os com o que os alunos sabem e vivem proporcionando-lhes experiências para que possam explorá-los em situações diversas, avaliando a situação em seu conjunto e reconduzindo-a quando considera necessário, etc. (Zabala, 1998, p.38). Contudo também se faz necessário por parte do professor, o interesse pelo estudo do clima, interpretação, renovação dos conceitos das dinâmicas climáticas e uma prática de ensino ancorada à seqüências e materiais didáticos que levem o aluno a compreensão do assunto pela realidade em que esta inserido e pela vivencia do seu diaa-dia, ultilizando sua percepção como peça chave do processo ensino aprendizado. PLANEJAMENTO DIDÁTICO Além da concepção de que o aluno é um ser dotado de experiências, com isso, possui conhecimentos prévios que devem ser trabalhados pelo educador, este também arca com a necessidade da elaboração de planejamento, atividade essencial para que o ensino do clima seja mais bem elaborado e deixe de lado sua fragmentação. [...] fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, perceber as necessidades, re-significar o 2
3 trabalho, buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática. (VASCONCELLO, 2008, p.133). O maior contato do educando com a climatologia em seu dia-a-dia é através de sua vertente meteorológica, presente graças às inovações tecnológicas que possibilitam um estudo mais avançado para almejar resultados de previsão do tempo, de tal modo que, o aluno se depara com essa questão todos os dias em jornais, televisão e internet. Assim sendo, aproveitarei o ensejo do clima para tratar sobre meteorologia e mostrar na prática como isso se aplica e a sua relação com o clima. Desse modo, apresentar aos alunos 2 (duas) atividades. A primeira: como funcionam os principais instrumentos para a coleta de informações referente à atmosfera, tempo e a climatologia. A segunda atividade, que depois de aplicada nesta prática diferenciada servirá para que os alunos interpretem o tempo no seu dia-a-dia através de sua percepção e sensibilidade: classificação das climáticas existentes na escola por meio da observação sensível. 1ª Atividade: Primeira etapa: Apresentar a turma os instrumentos meteorológicos através de fotos e confecciona-los de forma caseira Pluviômetro, Barômetro, Anemômetro e Termômetro para ambiente (comprado, baixo custo). Segunda etapa: Dividir a turma em grupos e cada um confeccionará todos os instrumentos com materiais recicláveis. 2ª Atividade: Etapa única: trabalho de campo que oferece oportunidades de explorar os movimentos, a sensibilidade e a observação dos alunos. 1ª ATIVIDADE: PROCESSO DE METODOLOGIA E ELABORAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Para ensinar climatologia agreguei-me então para o método de aplicação da aula materiais de fácil compreensão e acesso, que podem proporcionar uma prática singular, mesclando teoria com a prática relacionando os diferentes tipos de clima, a relação com o meio ambiente, trazendo uma discussão e uma leitura dos fenômenos atmosféricos, dos diferentes climatológicos. Pensando em dinamizar as aulas e seguindo as duas 3
4 etapas do planejamento é proposto à turma a confecção desses instrumentos usando materiais recicláveis e a análise meteorológica no espaço escolar. Pluviômetro - Cortar uma garrafa PET de 2 litros na transição da parte cilíndrica da garrafa para a parte cônica. Colocar o pluviômetro num local aberto e após a coleta de chuva medir a quantidade de água de chuva precipitada. Anemômetro Materiais: raio de bicicleta, pedaço de borracha cortada em forma de circulo, copo descartável e tubo de caneta. Forme uma cruz com os raios no centro da borracha. Depois coloque os copos em cada raio no mesmo sentindo. Pinte um copo para diferenciar e facilitar na hora da contagem de voltas do anemômetro provocadas pelo vento. Na prática use-o para medir a direção e a velocidade dos ventos. 4
5 Barômetro Materiais: frasco de maionese, bexiga, canudo de refresco, barbante e cola. Corte a bexiga pela metade e cubra a boca do frasco de maionese e amarre com o barbante. Em seguida, cole o canudo no centro da membrana da bexiga. O barômetro constatará as variações da pressão exercida pela atmosfera. Quando a pressão diminuir o ponteiro (o canudo) baixará. (Baixa Pressão = Tempo ruim ). Quando aumentar a pressão, o ponteiro subirá. (Alta Pressão = Tempo Bom ). Essa abordagem gera e desperta a curiosidade e o interesse dos alunos pela climatologia, pois como argumenta Vasconcellos (2008, p.127): Não queremos um aluno conformista, passivo, sem questionamento. Desejamos que ele possa não só adquirir conhecimento, mas ser capaz de produzi-lo. A prática proposta proporcionará maior interação e faz com que o aluno desenvolva a aprendizagem com a ajuda do outro, tornando mais produtivo o trabalho em grupo, além de despertar a curiosidade em colocar aqueles equipamentos em ação o que visa transformar o procedimento em atitude ou a teoria em prática, isso tirará o livro didático debaixo do braço do professor, deixando-o um pouco de lado para ser utilizado na sua função, ou seja, apenas como auxilio. 2 ª ATIVIDADE: PERCEPÇÃO E SENSIBILIDADE DO CLIMA Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Assim, convida-se os alunos a sairem da sala de aula (acredito que provocará estimulos) e elaborar um trabalho de campo que deve ser visto como ferramenta de grande valia para a formação 5
6 dos alunos, esta metodologia tem o proposito de ultrapassar a reflexão da sala de aula. Nesta atividade que já foi empregada no ensino do clima por outro autor Fialho (2007), o aluno por intermédio de sua percepção (como já foi abordado) descreverá cada ambiente da escola, ou seja, o aluno, é o próprio instrumento climatológico, que registrará a temperatura do ar, a nebulosidade, a direção e velocidade do vento, por meio de sua sensações. (FIALHO, 2007) Isso trará maior facilidade do aluno entender os climas e como eles podem ser caracterizados pela difença dos lugares, partir do micro para aplicar ao macro, uma experiência relevante. Conferindo à ação do professor de intermediar o processo. Zabala argumenta: [...] o papel do professor adquire todo seu sentido, como favorecedor e dinamizador de todo o processo, estabelecendo os desafios individuais e coletivos e oferecendo meios que mantenham a atenção dos alunos. (ZABALA, 1998, p.75) CONSIDERAÇÕES FINAIS O primeiro interesse de elaboração desta prática surgiu por necessidade, quando foi proposto pelas professoras de prática de ensino, Patrícia Helena Mirandola Avelino e Arlinda Montalvão de Oliveira, à turma do 3 ano de geografia da UFMS na qual me fazia presente, o planejamento de aulas diferenciadas das que os alunos, neste caso de escola pública (remeto-me à neste caso, pois tanto em escolas públicas como em particulares os alunos se confrontam com a monotonia das aulas, que envolvem muitos outros elementos que não cabem aqui tratar, do que tão somente a eficiência dos professores) costumeiramente assistem durante o ano letivo. O tema sorteado para o grupo em que vazia parte foi clima, no momento recordei-me das aulas de climatologia do 2 grau e pelo o que lembrei eram nada motivadoras, daí a preocupação de como elaborar aulas de maneira singular. Após leituras e pesquisas re-elaborei algumas propostas que a partir delas montei o artigo aqui apresentado. As atividades propostas neste, estão colocadas de um modo geral, é claro que ouvem minuciosos passo a passos, mas que cabem ao professor que adotar a pratica designar. Retomo, não é pretendido que as idéias aqui elaboradas se tornem, ou sejam seguidas conforme uma receita que levará às aulas dos sonhos dos professores e sim se 6
7 tornem reflexão para novas práticas de ensino que devem envolver conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais Zabala (1998), não em uma determinada ordem, mas sim, distribuídos de forma balanceada, assim, atuaram para que o processo ensino-aprendizagem seja completo. REFERÊNCIAS FIALHO, Edson Soares. Práticas do ensino de climatologia através da observação sensível. Ágora, Santa Cruz do Sul, v. 13, n. 1, p , jan.jun OLIVEIRA, Arlinda M de & MIRANDOLA-AVELINO Patrícia H. A produção do conhecimento geográfico no Ensino de geociências: Análise dos conteúdos e a construção de materiais didáticos para os ensinos fundamental e médio. In MARTIN, Andrey M. [et al.], organizadores. Prática de ensino e de pesquisa em Historia e Geografia. Campo Grande MS. Editora UFMS, PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividade docente. 6ª ed. São Paulo: Cortez, VASCONCELLOS, Celso dos Santos, Planejamento: Projeto de Ensinoaprendizagem e Projeto Político-Padagógico elementos metodológicos para elaboração e realização, 18ª ed. São Paulo: Libertad Editora, ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar; tradução Ernani F. da F. Rosa Porto Alegre: Artmed,
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