SOBRE O OB-JETO E O ESCOPO DA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL.

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1 SOBRE O OB-JETO E O ESCOPO DA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL. Dr. Manuel Moreira da Silva 1 Resumo: O presente trabalho tem por objetivo geral retomar e explicitar a afirmação de Hegel segundo a qual a Filosofia do direito não tem que tratar o Estado como ele deve ser, mas antes ensinar como ele, concebido enquanto o universo ético, deve ser conhecido. Tal objetivo consiste, assim, numa verificação das linhas gerais da determinação hegeliana do Estado ou do universo ético enquanto objeto [Gegenstand] da Filosofia do direito, com isso o trabalho elucida, portanto, alguns aspectos ou elementos constitutivos da tentativa hegeliana de conceber e apresentar o Estado como algo racional dentro de si [in sich], nos quadros da exigência de que a Filosofia do direito tem que se manter o mais distante da construção de um Estado como este deve ser, limitando-se a ensinar como ele, o universo ético, deve ser conhecido. Caso em que, a rigor, se impõe, a título de objetivo específico, a questão de naquela exigência estar em jogo a tarefa do reconhecimento mesmo do Estado como reino da liberdade ou enquanto uma comunidade do espírito. Desse modo, o trabalho explicita o reconhecer [Erkennen] nos limites da Filosofia do direito como significando ou, antes, no significado fundamental da estrutura objetiva do reconhecer [Anerkennen] ético; portanto, não como o reconhecinento [Anerkennung] explicitado anteriormente na Fenomenologia do espírito (1807), para o assim chamado reconhecimento fenomenológico (na dialética do senhor e do escravo), mas como, logo após, no prefácio à Fenomenologia do espírito e, posteriormente, no prefácio à segunda edição da Ciência da lógica (1831), para aquilo que Hegel designa reconhecer lógico [logisches Erkennen]. Enfim, o trabalho aponta para um lugar fundamental da Filosofia do Direito nos quadros do sistema da filosofia, a explicitação de estrutura objetiva do reconhecer do Estado como elemento essencial da efetivação do conceito do Direito e, por conseguinte, da liberdade. Palavras-chave: Hegel - Filosofia do direito Estado Reconhecimento - Liberdade ON THE OB-JECT AND SCOPE OF HEGEL'S PHILOSOPHY OF RIGHT Abstract: This paper aims to retake and explain the Hegel`s statement according to which Philosophy of Right does not have to treat the State as it should be, but rather teach how he while the ethical universe, must be known. This general objective is thus a verification of the Hegelian determination of the State or ethical universe as ob-ject [Gegenstand] of the Philosophy of Right. In this manner, it elucidates some aspects or elements of the Hegelian attempt to conceive and present the State as something rational in itself [in sich] in frameworks of the exigency that the Philosophy of Right has to keep as far away from building a State like this should be, but should be limited to teach as he, while the ethical universe, must be known. In this case, strictly speaking, is imposed, as a specific objective, the question of in that exigency be at stake the task of the same recognition of the State as the kingdom of freedom or as a community of the spirit. Thus, the work explicites the recognition [Erkennen] within the limits of the Philosophy of Right while meaning, or rather in the fundamental meaning of the objective structure of ethical recognition [Anerkennen], so not as the acknowledgement [Anerkennung] previously explained in the Phenomenology of Spirit (1807), the so-called phenomenological recognition (in the dialectic of master and slave), but as soon after, in the preface to the Phenomenology of Spirit, and later, in the preface to the second edition of the Science of Logic 1 Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas Unicamp e professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná UNICENTRO/PR. Membro fundador da Sociedade Hegel Brasileira SHB, na qual exerceu, dentre outras ocupações, os cargos de Secretário de Publicações e Primeiro Secretário, e do GT-HEGEL da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia. Contato: mmdsilva@yahoo.com.br.

2 (1831), to what Hegel means logical recognition [logisches Erkennen]. Anyway, the work points to a fundamental place of the Philosophy of Right in the tables of the system of philosophy, the explicit recognition of the objective structure of the State as an essential element of the realization of the concept of Law and, therefore, freedom. Keywords: Hegel - Philosophy of Right State Recognition - Freedom Recibido: 10 de Junio, 2013 Aceptado: 20 de Agosto,

3 I. Considerações preliminares Trata-se de uma verificação das linhas gerais da determinação hegeliana do ob-jeto 2 da Filosofia do Direito, concebida como Filosofia da Liberdade e, assim, apresentada sob a forma de um silogismo da Liberdade 3. Investiga-se pois o procedimento de Hegel no início de sua Filosofia do Direito, que parte da determinação segundo a qual a ciência filosófica do Direito tem a Ideia do Direito por ob-jeto, i.é, o conceito do Direito e sua efetivação 4. Tal verificação, porém, se limita unicamente a elucidar alguns aspectos ou certos elementos constitutivos da tentativa [hegeliana] de conceber e apresentar o Estado como algo racional dentro de si [in sich]" (GPhR, HW7, 26). Logo, se concentra na exigência de que a Filosofia do Direito tem que se manter o mais distante da construção de um Estado como ele deve ser, pois a mesma não se dirige ao Estado, mas antes ensina como ele, o universo ético, deve ser conhecido [erkannt werden soll] (id). Caso em que, enfim, se trataria mais de se ensinar como o Estado deve ser reconhecido. Isso não configura, portanto, uma compreensão da referida obra enquanto uma sorte de epistemologia do Direito, entendida no sentido de uma descrição fenomenológica ou de uma conceituação abstrata do Direito, ou ainda uma ontologia do Direito no sentido de uma determinação das categorias do Direito considerado como um ente determinado. Antes disso, a verificação acima aludida consiste em tematizar em que medida a tentativa hegeliana de conceber e apresentar o Estado enquanto algo racional dentro de si pode ser assumida e mantida, ou melhor, retomada e desenvolvida em si e para si nos quadros da Filosofia do Direito, entendida como uma Filosofia da Liberdade. Trata-se pois de uma verificação do 2 Neste trabalho, o termo ob-jeto (com hífen) traduz o termo alemão Gegenstand. Isso, de modo a marcar no texto em Língua portuguesa a distinção presente em Hegel entre Gegenstand e Objekt. Este, quando for o caso, vertido por objeto. 3 Essa a temática tratada pelo autor no capítulo Sobre o silogismo da liberdade (em: Andrade; Barbosa: 2013, 55-81), da qual apresenta-se aqui, por assim dizer, um aspecto mais fundamental, a saber: a determinação do ob-jeto e do escopo da Filosofia do Direito ou, mais propriamente, do pressuposto fundamental em que estes têm lugar: o solo em que o Direito, enquanto a Liberdade, se desenvolve. Trata-se, pois, de uma tentativa de pensar a Filosofia do Direito de Hegel, não como uma aplicação, um exemplo ou uma consequência da Ciência da Lógica, mas antes como seu desenvolvimento imanente. Para uma fundamentação rigorosa do que segue, ver: (Silva, 2011). 4 Ver, (Hegel: 1970b, 29). Daqui em diante citada no corpo do texto pelas siglas GPhR, HW7, seguidas dos números das respectivas páginas para o Prefácio ou de para os parágrafos ou seções devidamente numerados (acrescidos de "A.", para as anotações do próprio Hegel ou de "Ad.", para os adendos orais deste recolhidos por seus discípulos) e, quando for o caso, das páginas correspondentes), no caso presente: (GPhR, HW7, 1). As traduções de passagens desta obra citadas no decorrer da exposição, salvo quando houver indicação expressa em contrário, são do próprio autor do presente texto. 3

4 pressuposto segundo o qual o que é racional, este é efetivo; e o que é efetivo, este é racional" (id., p. 24), tomado por Hegel como o aspecto distintivo da Ideia platônica e o eixo em torno do qual se girou, na época de Platão, a então iminente revolução do mundo (id., ibid.). Pressuposto que está na base da Ideia mesma, tal como concebida por Hegel; portanto, do conceito e de sua efetivação, cuja articulação se apresenta ao filósofo como a estrutura fundante do mundo moderno. Tal estrutura foi tematizada inicialmente na Fenomenologia do Espírito 5 e entendida no âmbito da formação da consciência natural e da sua elevação à Ciência. Caso em que o diagnóstico hegeliano da diferença entre o gênero de estudos dos tempos antigos e o dos tempos modernos implica para Hegel a sua determinação da tarefa da filosofia em geral (PhG, HW3, 13-14; 36-37) e da Filosofia do Direito em especial. De acordo com Hegel (id., 36-37), o modo de estudos dos tempos antigos tem a seguinte distinção em relação ao dos tempos modernos, a saber: aquele constituía o processo da formação propriamente dita [die eigentliche Durchbildung] da consciência natural ; razão pela qual o filósofo pode afirmar que os tempos modernos são propriamente a época da formação da consciência científica (id., 29-31). A diferença entre ambas consiste em que na primeira, experimentando-se particularmente [sich besonders versuchend] em cada aspecto de seu ser-aí, e filosofando sobre tudo o que ocorria, a consciência natural se educava [erzeugte] por completo para uma universalidade atuante (id., 37), enquanto na segunda, ao contrário, o indivíduo encontra a forma abstrata preparada (id., ibid.). Nos tempos modernos, por conseguinte, o esforço para apreender essa forma abstrata e dela se apropriar, conforme Hegel, é mais o jorrar-para-fora, não-mediatizado, do interior, e o produzir abreviado do universal como um emergir deste [universal] a partir do concreto e da multiplicidade do ser aí 6 (id., ibid). Este consiste na exterioridade cuja dissolução, ou antes, suspensão [Aufhebung] na produção abreviada do universal é requerida justamente para que, por sua vez, como o interior, o próprio universal possa emergir ou jorrar-para-fora e assim efetivar-se como tal. 5 (Hegel, 1970ª). Daqui em diante citada no corpo do texto pelas siglas PhG, HW3, com a respectiva paginação. As traduções de passagens desta obra citadas no decorrer da exposição, salvo quando houver indicação expressa em contrário, são do próprio autor do presente texto. 6 Nesta passagem, seguimos a tradução brasileira da Fenomenologia do Espírito, versão de Paulo Meneses, ainda que modificando em alguns pontos. Ver, (Hegel: 2002, 45). 4

5 Eis aí para Hegel o verdadeiro ponto de viragem do pensamento. O que, por conseguinte, se exprime na tarefa deste no sentido preciso em que, para o filósofo, em vista do que foi dito, o trabalho da filosofia em sua época não consistiria tanto em purificar o indivíduo a partir do modo sensível imediato, e em fazer dele uma substância pensada e pensante (id., ibid), mas antes consiste no oposto, mediante o suspender dos pensamentos determinados e fixos, efetivar e espiritualizar [zu verwirklichen und zu begeisten] o universal (id., ibid). Essa a tarefa que se constitui como o programa mesmo do assim chamado Idealismo absoluto, i.é, o Idealismo do conceito, conforme a descrição deste fornecida por Hegel no adendo ao parágrafo 160 da terceira edição da Enciclopédia das ciências filosóficas em compêndio (1830). Ora, a Filosofia do Direito ocupa um lugar estratégico na realização de tal programa e tem assim a tarefa específica dentre as outras ciências filosóficas de mapear justamente o solo em que a efetivação ou a espiritualização do universal ocorre; caso em que o filósofo pode afirmar que o solo do Direito é, em geral, o [elemento] espiritual e o seu lugar mais preciso e o seu ponto de partida [é] a vontade que é livre (GPhR, HW7, 4). Na medida em que, portanto, a liberdade constitui a substância e a destinação da vontade (ibid.), esta já deixou para trás as abstrações do arbítrio e da felicidade, que, enquanto a universalidade do conteúdo apenas representada, abstrata, que somente deve ser 7, permanece imersa nos quadros da consciência natural, que como tal ainda opõe o espírito teórico e o espírito prático, cujo ápice não é senão ela mesma. Por isso, somente enquanto a vontade se faz livre para si mesma como vontade livre, por conseguinte elevando-se à unidade do espírito teórico e do espírito prático (E III, 481) é que aquele solo do Direito pode se desenvolver sob a forma de sistema, como o reino da liberdade efetivada. Este, o mundo do espírito produzido a partir do próprio espírito como uma segunda natureza (GPhR, HW7, 4). II. Sentido da questão em torno de como o Estado deve ser conhecido e a tarefa da Filosofia do Direito Trata-se portanto de uma produção que não é senão uma expansão da natureza interior da eticidade mesma, não mais da eticidade natural, exterior, que se expande no espaço e no 7 Ver, (Hegel: 1970d, 300). De ora avante citada no corpo do texto pelas siglas E III, HW10, seguidas de para os parágrafos ou seções devidamente numerados (acrescidos de "A.", para as anotações de Hegel ou de "Ad.", para os seus adendos orais recolhidos por seus discípulos) e, quando for o caso, das páginas correspondentes. No caso: E III, HW10, 480. Esse também o procedimento para a citação de, (Hegel 1970c) (=E I, HW8). 5

6 tempo, por conseguinte no universo físico, e que tem por meta a felicidade, mas, antes disso, da eticidade mais propriamente espiritual. Essa cujo ponto de partida é a determinidade universal do querer nele próprio (E, III, 480), a qual, justamente por isso, se constitui como o espírito que se sabe como livre e se quer como esse seu ob-jeto e que, assim, é antes de tudo, em geral, a vontade racional ou em si a ideia, portanto somente o conceito do espírito absoluto (id., 482). O ponto de partida, aqui, portanto, é o próprio conceito, especificamente o conceito do espírito absoluto, tal como na Ciência da Lógica; na qual, ainda que sob o ponto de vista da ideia lógica, se tratava igualmente da realização daquele programa esboçado em 1807, a saber: mediante o suspender dos pensamentos determinados e fixos, efetivar e espiritualizar o universal (PhG, HW3, 37). Do ponto de vista da Filosofia do Direito, isto significa necessariamente, nas palavras de seu próprio autor, caracterizá-la como a tentativa de conceber e apresentar o Estado como algo racional dentro de si [in sich] (GPhR, HW7, 24). Vale dizer, conceber e apresentar o Estado não segundo a sua natureza exterior, subjetiva e contingente, circunscrita àqueles pensamentos determinados e fixos que o reduzem ao assim chamado Estado exterior ou do entendimento (id., 183), mas sim de acordo com a sua natureza interior, objetiva, necessária, circunscrita ao automovimento e à efetivação do conceito mesmo. Em outros termos, enfim, conforme a Ideia; i.é, a Razão como espírito autoconsciente e a Razão como efetividade existente. Justificar-se-ia assim a exigência de Hegel, mais acima aludida, de que nada pode ser mais alheio à Filosofia do Direito que a construção de um Estado como ele deve ser, dado que tal disciplina não se dirige ao Estado, mas antes ensina como ele, enquanto o universo ético, deve ser conhecido (id., 26), ou melhor, reconhecido. Quer dizer, ainda conforme o que foi dito mais acima, o que na Filosofia do Direito está em jogo é precisamente aquele princípio já estabelecido por Platão em volta do qual, para Hegel, gira-se o aspecto distintivo de sua Ideia e que é o eixo em torno do qual se girou a então iminente revolução do mundo: O que é racional, este é efetivo; e o que é efetivo, este é racional" (id., 24). Na formulação platônica, porém, sobretudo na República, na qual segundo Hegel nada se concebera essencialmente a não ser a natureza da eticidade grega, o referido princípio se mostra apenas de modo imediato e portanto em uma forma particular exterior daquela eticidade, pela qual, no entanto, ainda segundo Hegel, Platão atingira justamente o mais profundo de seu impulso mais profundo, a personalidade livre infinita (id., ibid.). Essa, agora desenvolvida na formulação hegeliana, 6

7 implica reconhecer tal princípio enquanto a convicção de toda consciência imparcial [unbefangene Bewusstsein] e como o ponto de partida da filosofia, tanto na consideração do universo espiritual como do universo natural (id., 25). Motivo por que, para o filósofo, a missão da filosofia consiste precisamente em conceber o que é, porque o que é é a Razão (id., 26). Enquanto a personalidade livre infinita é reconhecida como forma interior da eticidade e, portanto, como princípio e ponto de partida da filosofia, enquanto a tarefa desta consiste precisamente em conceber o que é, porque o que é a Razão, o lógico e o ético, ou o racional e o efetivo, se mostram como os aspectos determinantes do ob-jeto de tal ciência. Este ob-jeto enquanto o que é ou como a Razão não é senão, em termos abrangentes, a própria a personalidade livre infinita, a qual, embora seja nela mesma em si e para si, ou lógica e efetiva, é tratada na Ciência da Lógica sob o aspecto do em si e na Filosofia do Direito sob o aspecto do para si; caso em que, nestas ciências, assim como já mostrado por Hegel no prefácio à Fenomenologia do Espírito (PhG, HW3, 35), não se trata mais apenas de conhecer [erkennen] pura e simplesmente, trata-se, antes, de re-conhecer [ er-kennen ] 8 aquele ob-jeto. Essa a distinção do Bekannt e do Erkannt, tão bem conhecida mas tão pouco reconhecida pelos próprios estudiosos de Hegel, a qual, embora não se encontre repetida explicitamente na Filosofia do Direito, é agora realizada em sua plenitude, dado que já fora justificada e explicitada a partir da Fenomenologia do Espírito e da Ciência da Lógica 9, obras nas quais Hegel esclarece de modo exemplar tal distinção e a sua necessidade. Por conseguinte, esse reconhecer está, em relação ao conhecer, na mesma proporção que a autoconsciência também está para a consciência natural: esta imersa no sensível, no fenomênico, no contingente, no inefetivo, conhece, representa; aquela elevada ao inteligível, ao essencial, ao necessário, ao efetivo, reconhece, concebe. De um lado, a consciência conhece: na medida em que fixa ou abstrai as determinações-de-pensamento enquanto meramente em si, na medida em que estas se lhe aparecem e são representadas como universais abstratos. De outro, a autoconsciência reconhece, i.é, sabe: na medida em que apreende tais determinações em sua passagem (a outras 8 Grafamos aqui re-conhecer [ er-kennen ], com hífen, para designar no presente contexto um conhecimento que é na verdade um reconhecimento, mas um reconhecimento que por seu turno não é ainda o reconhecimento [Anerkennung] ético ou intersubjetivo propriamente dito, mas antes a base ou a estrutura objetiva em que este se funda e, a partir da qual, pode enfim se desenvolver. 9 Para o caso da Ciência da Lógica, veja-se, (Hegel: 1969a, 22). De ora avante citada no corpo do texto pelas siglas WdL I, HW5, com a respectiva paginação. 7

8 determinações) e em sua oposição (consigo mesmas); logo, enquanto em si e para si, na medida em que as mesmas se fazem conceitos e estes, segundo sua efetivação, Ideias. Assim, cabe à filosofia, na época moderna, ir-além do ponto de vista da primeira e assumir o ponto de vista da segunda; pois só este se apresenta apto à tarefa de efetivar e espiritualizar o universal, de tomar para si, como ob-jeto, a Ideia mesma, o conceito e sua efetivação. Não se trata aqui, portanto, de um reconhecimento como aquele que se dá ao nível da assim chamada dialética do senhor e do escravo na Fenomenologia do Espírito. Isso porque o reconhecimento [Anerkennung] aí em questão se limita a um reconhecimento ético restrito ao fenomenológico; por conseguinte a um reconhecimento que, embora ético e assim recíproco, não ocorre ainda ao nível da personalidade livre e portanto da intersubjetividade, esse no qual o reconhecimento [Anerkennung], para se realizar plenamente, exige uma estrutura objetiva, ou antes, uma plataforma que, como tal, ao nível da Lógica foi denominada reconhecer lógico e no nível da Filosofia do Direito foi identificada com o modo pelo qual o Estado deve ser conhecido oi, mais adequadamente, reconhecido. O que significa que um reconhecimento ético propriamente dito ao nível do espírito objetivo, por conseguinte da livre inteligência ou do espírito livre, só pode ser o caso, no sentido da Anerkennung 10, se, antes disso, se reconhecer [erkennen] a estrutura objetiva mesma em que aquele reconhecimento pode ser o caso. Essa a estrutura do conceito e de sua efetivação, o princípio da personalidade livre infinita que, como tal, para além do reconhecimento fenomenológico, recebe seus primeiros delineamentos nos e nos da Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio de Tem-se aí, portanto, a primeira tentativa de se pensar uma plataforma do reconhecimento intersubjetivo e precisamente numa perspectiva não-conflitual 11, dado que tem por base o puro reconhecer de si mesma da autoconsciência em seu absoluto ser-outro (PhG, HW3, 29); com isso, o ser reconhecido [erkannt sein] do conceito enquanto a personalidade livre infinita e, então, o ser-reconhecido [das Anerkanntsein] da liberdade (E III, HW10, 484). O que permite, enfim, o ser-reconhecido [Anerkanntsein] recíproco do ser-aí de minha personalidade pelas outras pessoas (E III, HW10, 490).s 10 Sobre as ocorrências do termo Anerkennung na Filosofia do Direito e o seu sentido e alcance nesta obra, vejase, o interessante artigo de Lawrenz (em: Cosmos and History: The Journal of Natural and Social Philosophy, 2007, nos. 2-3, ). 11 Para um desenvolvimento sistemático de tal perspectiva, veja, (Silva: 2011, 8.2) 8

9 O conceito em sua existência [Existenz] i.é, o conceito puro, a ser reconhecido, em sua distinção com o conceito determinando (existente apenas em nossa mente) e portanto pretensamente bem conhecido não é senão, conforme Hegel, o Eu ou a autoconsciência pura 12. Desse modo, não só ganha sentido a determinação do espírito como objeto lógico (WdL II, HW6, 496) e, assim, a sua identificação com o conceito autoconsciente, mas também a identificação da personalidade livre infinita com o que Hegel, no final da Ciência da Lógica, denomina conceito prático (id., 549). Esse, de um lado, consiste no conceito subjetivo livre que é para si e [que], por isso, tem a personalidade; de outro, assim determinado em si e para si, se mostra como conceito objetivo [objektiver Begriff] e, por conseguinte, como pessoa. Esta, por sua vez, conforme Hegel, é subjetividade átoma, impenetrável, que, porém, não é tanto singularidade excludente, mas reconhecer e universalidade para si e [que] tem em seu outro sua própria objetividade [Objektivität] por ob-jeto [Gegenstand] (id., ibid.). Trata-se aqui, para Hegel, como já se afirmou anteriormente, da difícil passagem da consciência natural ou do indivíduo empiricamente determinado, de uma pluralidade de sujeitos (indiferentes entre si como tais) resultante da contingência natural do Espírito finito, à universalidade para si e ao reconhecimento de si (como pessoa) em seu outro. Esse o elemento da oposição do conceito consigo mesmo, mas também o de sua efetivação e, por fim, o de sua instauração como Ideia. Conforme Hegel, só a Ideia, e nada mais, é efetiva; por isso, segundo ele, do que na filosofia se trata não é senão de reconhecer na aparência do temporal e do transitório a substância que é imanente e o eterno que é presente (GPhR, HW7, 25). Para isso, no entanto, faz-se necessário observar os seguintes procedimentos, que são também os momentos nos quais o racional ou a Ideia se mostra em sua efetivação: De acordo com o filósofo (id., ibid.), (a) como o racional é sinônimo da Ideia, ao entrar com a sua efetividade na existência exterior, o mesmo adquire uma riqueza infinita de formas, de aparências e de manifestações, envolve-se portanto, como as sementes, num caroço no qual a consciência primeiro se abriga mas que o conceito acaba por penetrar para surpreender a pulsação interna e senti-la bater debaixo da aparência exterior. Igualmente, (b) como são infinitas as diversas situações que surgem nesta exterioridade durante o aparecimento da essência, não cumpre à filosofia regulá-las; pois, se o fizesse, misturar-se-ia com assuntos que não lhe pertencem razão pela qual, também, ela poder dispensar-se de dar 12 Ver, (Hegel: 1969b, 253). Daqui em diante citada no corpo do texto pelas siglas WdL II, HW6, com a respectiva paginação. As traduções de passagens desta obra citadas no decorrer da exposição, salvo quando houver indicação expressa em contrário, são do próprio autor do presente texto. 9

10 conselhos sobre eles (id., ibid.). Por isso, (c) o que o conceito ensina, mostra-o a história com a mesma necessidade: é somente na maturidade da efetividade que o ideal [das Ideale] aparece em face do real [dem Realen gegenüber] e edifica-se (para si) o mesmo mundo (que este), compreendido em sua substância (ou em si), na figura de um reino intelectual (id., 28). Em suma, para Hegel, o que há entre a Razão como espírito autoconsciente e a Razão como efetividade existente [vorhandener Wirklichkeit], o que separa aquela Razão desta e nesta não a deixa encontrar a satisfação, é a cadeia de qualquer algo abstrato; que não se libertou para o conceito (id., 26). Para tal libertação, no entanto, é preciso reconhecer a Razão como a rosa na cruz do presente e, com isso, desta regozijar-se; este discernimento racional é para Hegel a reconciliação com a efetividade, que a filosofia concede àqueles que sentiram alguma vez a necessidade interior de conceber e de conservar a liberdade subjetiva no que é substancial, de não a abandonar ao contingente e particular, de situá-la no que é em si e para si (id., p ). No que segue tentaremos verificar em que medida Hegel mesmo consegue fazer jus a tal concessão. III. O modo como o Estado enquanto algo racional dentro de si deve ser conhecido 13 Comecemos por alguns esclarecimentos bastante gerais do próprio Hegel acerca da Filosofia do Direito enquanto tal. De acordo com o filósofo, uma vez que em sua mais concreta significação a forma [die Form] é a razão como conhecer que concebe e o conteúdo [der Inhalt] é a razão como a essência substancial tanto da efetividade ética quanto da natural, a identidade consciente de ambos é a Ideia filosófica (id., 27); esta, no caso da Filosofia do Direito, não é senão a Ideia do Direito, isto é, o conceito do Direito e a sua efetivação. Na medida em que para Hegel o conceito é unicamente o que tem efetividade, e isso justamente porque ele mesmo se dá esta efetividade, tudo o que não for a efetividade posta pelo conceito é ser-aí passageiro, contingência exterior, opinião, aparência sem-essência, erro, ilusão e assim por diante (id., 1, A). Por isso, no dizer do autor da Filosofia do Direito, a configuração [die Gestaltung], que o conceito se dá em sua efetivação, é para o conhecimento 13 Uma versão mais abrangente deste passo, sob o intertítulo A Ideia do Estado foi apresentada no capítulo Sobre o silogismo da Liberdade (em: Andrade; Barbosa: 2013, 55-81). 10

11 do próprio conceito o outro momento essencial da Ideia, distinto da forma, de ser apenas enquanto conceito (ibid.). Assim, conforme Hegel, a ciência filosófica do Direito tem portanto que desenvolver a Ideia, enquanto a razão de um ob-jeto, a partir do conceito; ou, o que é o mesmo, observar [sem nele intervir] o próprio desenvolvimento imanente da Coisa mesma (id., 2). Tais esclarecimentos são aqui propositalmente apresentados sob a forma de decalques do final do Prefácio e do primeiro parágrafo da Filosofia do Direito. Isso para não deixar margem à dúvida em relação ao que está em jogo para Hegel na referida obra, dado que, como se pode comprovar pela simples confrontação das traduções disponíveis e do original que lhes serve de base, não há precisamente um acordo plenamente estabelecido entre tradutores e intérpretes quanto ao que de fato e de direito está em questão no que diz respeito ao ob-jeto e ao escopo da Filosofia do Direito. Como vimos, a tarefa da Filosofia do Direito consiste sobretudo numa tentativa de conceber e apresentar o Estado como algo racional dentro de si [in sich] (id., p. 24); essa tentativa tem como seu primeiro resultado, portanto como um resultado ainda formal, a concepção do Estado enquanto a efetividade da Ideia ética, i.é, o espírito ético que, como vontade substancial manifesta, clara para si mesma, se pensa e se sabe e efetua plenamente [vollführt] o que ele sabe, e na medida em que ele sabe (id., 257). De um lado, isto significa que na Filosofia do Direito não se trata de nenhum existir em si ou interior do Estado, mas trata-se do próprio Estado como algo racional dentro de si, enquanto momento objetivo (ou para si) da efetiva identificação da consciência com o puro Si tematizado na Fenomenologia do Espírito (PhG, HW3, ; 398; 590) o Lógico ou o Racional como o ser-aí do Intrínseco (do que existe dentro de si) no pensar em jogo na Lógica (WdL I, HW5, 78), no qual o próprio puro Si agora como Pensar puro ou como Ser puro se reconhece como dentro de si, determinando-se portanto em si e para si ou como o Conceito e sua objetivação, como Ideia; no caso específico da Filosofia do Direito, a Liberdade como Ideia do Direito (GPhR, HW7, 1, 30, 33). De outro lado, em consequência do que foi dito, a expensas de afirmativas de boa parte dos comentadores, na Filosofia do Direito não pode haver elaboração alguma da lógica de tal ou tal corpo político empiricamente determinado, mas tão somente o modo pelo qual a Ideia do Direito se torna efetiva; i.é, como se dá a objetivação do conceito do Direito ou mais precisamente da Liberdade mesma. Isso porque, se ocorresse o primeiro caso, o Estado como 11

12 tal apenas teria interrompido o seu processo de compreensão, sendo assim meramente confundido com os seus momentos, sejam estes formais ou materiais, lógicos ou reais. Como não é só de um nem de outro desses momentos que se trata aqui, mas de sua unidade, há que se mostrar somente o modo como o Estado enquanto algo racional dentro de si deve ser conhecido. Ora, Hegel afirma no 258 de suas Linhas fundamentais que o Estado, como efetividade da vontade substancial, que ele tem na autoconsciência particular erguida à universalidade dele próprio, é o racional em si e para si ; o que nos permite, aqui, designá-lo enquanto o Lógico-efetivo 14. Para Hegel (id., 258), no período imediatamente seguinte, esta unidade substancial é fim-próprio absoluto imóvel, no qual a liberdade chega ao seu direito supremo, assim como este fim-último tem o direito supremo em face dos singulares, cujo dever supremo é o de ser membro do Estado. Isto significa que é dever supremo dos singulares aceder à efetividade da vontade substancial, que o Estado tem na autoconsciência particular erguida à universalidade dele próprio, bem como ao Estado mesmo, e assim, tal como o próprio Estado, por conseguinte como seus membros, determinar-se a si mesmos como o racional em si e para si; quer dizer, como o próprio Estado enquanto unidade substancial ou como o fim-próprio absoluto imóvel, no qual a liberdade chega ao seu direito supremo e a seu fim-último. Pois bem, como o Estado enquanto algo racional dentro de si determina-se como o racional em si e para si; em que instâncias ou momentos, respectivamente, ele é dentro de si [in sich], em si [an sich], para si [für sich] e em si e para si [an und für sich] e em que medida os singulares participam efetivamente de tal processo? A questão acima só pode ser respondida adequadamente caso se tenha em vista a completude do assim chamado sistema de Hegel; não como o sistema fechado inerte de muitos comentadores, mas antes em seu diálogo constante com a efetividade do Espírito ou do Racional. Neste sentido, como o Lógico-efetivo (em geral ou em sua imediatidade), o Estado se apresenta como o terceiro momento da Eticidade, que por sua vez constitui o terceiro momento do Espírito objetivo; o qual por seu turno configura-se como o segundo momento do 14 O termo Lógico-efetivo é utilizado neste trabalho para designar o Lógico ou o Racional enquanto este é compreendido em seu processo de efetivação ou de objetivação; por conseguinte, enquanto concebido como em si e para si mesmo. Isso porque, enquanto assim concebido, o Lógico-efetivo não é senão o próprio Lógico puro (que se faz ob-jeto da Lógica) tematizado em sua atividade livre e efetiva, portanto constitutiva de sua própria efetividade, tal como caracterizada por Hegel mesmo no prefácio à Filosofia do Direito (GPhR, HW7, 24) e na Anotação ao parágrafo 6 da Enciclopédia de 1830 (E I, HW8, 6, A.). 12

13 Espírito propriamente dito, terceiro momento do Lógico-real, este o segundo momento do Lógico considerado em seu primeiro modo de apresentação. Tal modo não é senão o primeiro dos assim chamados três silogismos da Filosofia, expostos ao final da Enciclopédia de 1830 (E III, HW10, ); os quais, embora interpretados diversamente pelos comentadores de Hegel, dizem respeito unicamente à totalidade lógico-especulativa, que é ao mesmo tempo pura, real e efetiva. O assim chamado primeiro silogismo da filosofia tem a estrutura L-N-E [Lógica-Natureza-Espírito] e se constitui mediante uma sequência linear, exprimindo pois cada uma das ciências fundamentais do sistema de Hegel e seus respectivos ob-jetos; a saber: a Ciência da Lógica e a Lógica mesma, a Filosofia da Natureza e a própria Natureza e, enfim, a Filosofia do Espírito e o Espírito mesmo. Por isso, no concernente ao primeiro silogismo, Vaz (1999, 380) afirma que ele se apresenta como "a primeira e mais óbvia possibilidade de leitura sistemática do Ser em sua totalidade inteligível e, do ponto de vista da condição temporal do discurso humano, a mais fácil de ser seguida". Além do primeiro silogismo, o Lógico-especulativo ainda se mostra mediante o segundo e o terceiro silogismos; respectivamente, a partir da estrutura N-E-L [Natureza, Espírito, Lógica] e da estrutura E-L-N [Espírito, Lógica, Natureza]. Neste caso, enquanto o segundo silogismo, que, por ser o ponto de vista do espírito mesmo, se mostra como um conhecimento subjetivo que, ao ter por fim a liberdade, configura-se ele próprio como o caminho mediante o qual a liberdade se produz a si própria (E III, HW10, 576), o terceiro silogismo, que é a Ideia da Filosofia, em se constituindo como a própria totalidade lógico-especulativa, perfaz-se a si mesmo como silogismo de silogismos, com o que se descobre a efetivação permanente de si mesmo, portanto como silogismo especulativo ou silogismo absoluto, que não é senão o silogismo da Liberdade 15 ou o próprio Absoluto 16. Caso em que, embora se mostre como o Lógico-efetivo em geral ou em sua imediatidade ao nível do primeiro silogismo acima considerado, o Estado pode ainda ser tematizado ao nível do segundo e do terceiro silogismos; o que é inclusive mais consistente do ponto de vista do que Hegel escreve no 258 da 15 Para uma discussão inicial deste ponto, ver, (Silva: 2000, 66-67). Ver também, (Silva, 2011, passim). 16 O termo Absoluto é aqui utilizado para designar não Deus ou qualquer outro ente concebido de modo transcendente, mas, conforme Vaz (apud Hegel: 1980, 41, nota 2), o que se mostra tal ao termo do processo dialético de seu autopensar ou a realidade total do movimento da sua automanifestação como Espírito. Isto significa que o Absoluto em questão não é senão o Saber, a Ideia ou o próprio Espírito na medida em que se exprimem sob a forma do saber de si mesmo e assim se apresentam como subjeito-objeto, a unidade imamente de sujeito e de objeto ou, mais precisamente, a unidade de sujeito-objeto subjetivo e de sujeito-objeto objetivo. Ver, a respeito, Silva, 2011, Ver também, E I, HW8, 213ss; E III, HW10, 384 Ad. 13

14 Filosofia do Direito. Por isso, dependendo do modo como se considera o Estado, pode-se tanto deformá-lo por completo quanto elevar-se à sua própria completude constituinte, i.é, compreendê-lo enquanto momento de uma totalidade muito mais ampla, concreta e complexa, em si e para si absoluta. Essa cuja tarefa, que é justamente o que aqui se pretende explicitar, não pode limitar-se unicamente aos dois primeiros silogismos; mas deve necessariamente elevar-se ao terceiro, compreendendo e por conseguinte mediando os anteriores. Se o Estado é a efetividade da Ideia ética (GPhR, HW7, 257), portanto algo racional dentro de si (id., p. 24), então ele próprio é uma Ideia, o racional em si e para si como fim-próprio absoluto imóvel, no qual a liberdade (o racional dentro de si) chega ao seu direito supremo (id., 258). Ora, enquanto o racional em si e para si, além das determinações pelas quais se configura a sua efetividade, o Estado constitui-se como suspensão das esferas ideais da família e da sociedade civil, respectivamente, o seu ser-em-si e o seu ser-posto enquanto tomados cada um meramente por si (id., 262). O que significa que a família, como a primeira raiz ética do Estado, não é senão a esfera do costume [Sitte], no qual tem o Estado a sua existência imediata [unmittelbare Existenz]; tal como a sociedade civil, enquanto passa à corporação, que, como sua segunda raiz ética (id., 255), constitui a esfera da autoconsciência do singular, do saber e da atividade do mesmo, nos quais tem o Estado a sua existência mediata [vermittelte Existenz] (id., 257). Como o racional em si e para si (id., 258), o Estado ainda não deixou de ser algo racional dentro de si (id., p. 24). Isso porque sua racionalidade em si e para si não é senão o resultado da suspensão [Aufhebung] de sua própria divisão dentro de si (id., 187, 262) que, ao ser unificada interiormente (id., 255), também suspende, a um só tempo, o seu ser-posto (a família) e o seu ser-pressuposto (a sociedade civil), com o que ele reconhece-se a si mesmo como ser-determinante 17. Tal é o conceito do Estado: o seu reconhecer-se a si mesmo como ser-determinante; não qualquer sorte ou tentativa de dar à Lógica um corpo político, de encontrar uma existência empírica que a ela corresponda ou de elaborar a lógica de tal ou tal 17 Ser-determinante refere-se aqui ao resultado de uma reflexão determinante, ou que determina, a qual, à diferença da reflexão que põe e da reflexão que pressupõe; respectivamente, não é nem a reflexão nela mesma, interior ou em si e portanto para nós ou abstrata, nem a reflexão exterior, igualmente abstrata, mas a reflexão que suspende a cisão interna do interior e do exterior da reflexão mesma, fazendo com que ela retorne dentro de si e assim se determine a si própria como tal. Ver, a respeito, WdL I, HW6, p. 32ss. 14

15 corpo político, mas o modo mesmo como o Estado, enquanto algo racional dentro de si, deve ser conhecido; por conseguinte, reconhecido. Ora, isso quer dizer que o Estado na perspectiva aqui em jogo i.é, da Filosofia do Direito concebida como Filosofia da Liberdade deve ser conhecido tão só e na medida em que ele próprio se reconhece a si mesmo como ser-determinante. Entretanto, aqui, para que não se faça violência ao texto hegeliano, é preciso ainda deixar que a própria efetivação do conceito do Estado se nos mostre como tal; isto é, que as determinações fundamentais do Estado sejam assumidas no próprio conceito deste, demonstrando assim a Ideia do mesmo. O que deverá se mostrar como a própria suspensão do Direito positivo e do Direito natural na totalidade mesma do percurso da referida obra, que se apresenta como mediação de ambos; devendo mostrar-se ainda como não constituindo nenhuma síntese do ideal e do empírico, mas sim como a unidade da identidade e da distinção (E I, HW8, 121) 18, do racional dentro de si e do natural (ou do racional fora de si), enquanto esta unidade se determina pela natureza da Coisa, ou melhor, pelo conceito. Em que medida, porém, o Estado se reconhece a si mesmo como serdeterminante; em que consiste este seu ser-determinante? Para Hegel (GPhR, HW7, 259), a Ideia do Estado: a) possui efetividade imediata e é o Estado individual [individuelle Staat] como organismo que se reporta a si mesmo [sich auf sich beziehender], é a Constituição ou direito político interno; b) passa na Relação [Verhältniss] do Estado singular com outros Estados, é o direito político externo; c) é a Ideia universal como gênero e potência absoluta em contraposição aos Estados individuais, o espírito que a si mesmo se dá sua efetividade no processo da história universal. Aqui, ao contrário do esquema tradicional "tese-antítese-síntese", da identidade reflexiva entre o interior e o exterior, de Jarczyk-Labarrière 19, assim como da dialética do silogismo indutivo "Universalidade- Particularidade-Singularidade" sugerida por Vaz 20 e que ele próprio aplica em sua Ética 18 No original: die Einheit der Identität und des Unterschiedes. 19 Conferir Jarczyk-Labarrière (1989, 258ss). Infelizmente os autores tematizam aí apenas o direito político interno; isto, sob o ponto de vista do estatuto do agir ético, discutindo-o no plano de uma comunidade de homens articulada segundo a identidade entre direitos e deveres. 20 Na verdade, Vaz (em: Síntese: 1980, no. 19, 26-27) tem bem claro que o silogismo "UPS" constitui somente uma estrutura lógica elementar, vale dizer, a estrutura de uma leitura (do sistema em geral e da Filosofia do Direito em particular) mediante o primeiro silogismo da Filosofia (cf. Vaz: 1999, 380). O que põe pelo menos este autor em dívida com o filósofo ouropretano; pois, com isso, Vaz deixa-nos aberto um caminho que, embora arriscado, pode nos conduzir a uma leitura sensata de uma obra que tem a própria Ideia absoluta como ponto de 15

16 filosófica 2 (Vaz: 2000), o modo de se conceber o Estado, agora em suas determinações fundamentais, deve consistir na retomada e na explicitação do que anteriormente designou-se silogismo da Liberdade. O que implica uma consideração das determinações fundamentais do Estado, pelo menos como tentativa, a partir do terceiro silogismo da Filosofia 21. Mesmo que Hegel não tematize de modo explícito o que designamos silogismo da Liberdade, pelo menos de acordo com as formas desenvolvidas no terceiro capítulo da primeira seção da Doutrina do Conceito e nos da Enciclopédia, suas afirmações no final da lógica objetiva [que a particularidade é a unidade imediata do universal (momento da reflexão-dentrode-si) e do singular (momento da determinidade)] e na segunda seção da Doutrina do Conceito [sobre o silogismo do Conceito] permitem não só a reconstrução e a explicitação de tal silogismo, mas também sua retomada como tal (cf. Silva, 2000, 66-67). Ora, em se tratando do modo como o Estado deve ser concebido, isto é, do conceito do Estado e de sua efetivação, nada mais justo que se recorrer ao mesmo processo mediante o qual o próprio Absoluto se faz conhecer e provar; isto significa que a estrutura lógica de tal silogismo da Liberdade deve consistir naquilo que Hegel chamou silogismo hipotético [hypothetische Schluss] (E I, HW8, 191), aqui retomado como silogismo do que é pressuposto (SUP), no qual a mediação (U) entre o posto (S) e o pressuposto (P), no plano do ser-aí ou do primeiro silogismo da Filosofia, consiste em um universal abstrato, ao passo que no da reflexão ou do segundo silogismo, consiste numa analogia e, finalmente, no plano da necessidade ou do terceiro silogismo, numa disjunção 22. É justamente aqui, ao nível dessa disjunção, que opera o que se poderia designar a partida e ponto de chegada segundo esta mesma Ideia em seu plano mais elevado, aquele do terceiro silogismo da filosofia (cf. E III, HW10, ). Não obstante, o silogismo UPS de Vaz resulta mais rigorosamente de uma interpretação autônoma já bastante elaborada do procedimento silogístico, mas não explicitada no que diz respeito à Ciência da Lógica de Hegel e de sua relação com o sistema da Filosofia; isso porque o próprio Hegel jamais se utilizara de tal silogismo, pelo menos conforme tal estrutura. Ao contrário, Vaz desenvolve sua Ética filosófica única e exclusivamente conforme o silogismo UPS, mas também aqui sem nenhuma explicitação propriamente metodológica de tal silogismo no que tange ao procedimento adotado. Veja-se, (Vaz: 2000, passim). Ver também, para a retomada e o desenvolvimento da questão a partir de Hegel: (Silva: 2011, ; 251ss). 21 Essa tentativa se apresenta como um momento do desenvolvimento interior da Ciência da Lógica concebida como Teologia especulativa, na qual a própria Lógica entendida de um lado como Ciência formal e primeira (portanto como anterior à Filosofia real em geral e à Filosofia do Direito em particular) e, de outro lado, como Ciência real ou última (que perpassa respectivamente a Filosofia real em geral e à Filosofia do Direito em especial) se faz uma Ciência una e absoluta, assumindo dentro de si como seu momento constitutivo as ciências reais e por conseguinte a Filosofia do Direito e a Teoria do Estado. Para a fundamentação da Lógica assim concebida e do lugar da Filosofia do Direito e da Teoria do Estado na mesma, veja-se, (Silva: 2011, ss). 22 Ver, a respeito, (Silva: 2011, 267, figura 10). As determinações silogísticas aqui aludidas exprimem-se nos quadros da terceira figura de cada um dos silogismos fundamentais relacionados. Contudo, a reconstrução proposta na obra citada e exemplificada em Sobre o silogismo da Liberdade (em: Andrade; Barbosa: 2013, 55-81) 16

17 dialética descendente em sentido próprio e, nela inscrita, para o que agora interessa-nos, a efetivação do conceito do Estado ou suas determinações fundamentais. Em suma, as determinações fundamentais do Estado (SUP) têm o seu ser-posto (S) no direito político interno (SPU), onde (S) constitui o poder do príncipe, (P) o poder do governo e (U) o poder legislativo. Por seu turno, seu ser-pressuposto (U), como tal inscrito no direito político externo (USP), começa objetivar-se na própria soberania para o exterior (U), o que torna o direito internacional propriamente dito e os contratos entre os estados sua mediação (S) que, como singularidade, imediatidade e negatividade se reportando a si mesma, ou identidade que se distingue e que se reúne dentro de si a partir desta diferença, abre-se (P) à história universal no tocante às relações entre Estados em tempo de guerra. Com isso, seu ser-determinante (P), a história universal (PUS), determina-se primeiramente como a forma do espírito substancial, enquanto identidade na qual a individualidade se perde na sua essência e fica injustificada para si (P); o que implica a distinção entre o ser para si como forma vivente do espírito e o seu aprofundamento dentro de si até a universalidade abstrata, ficando portanto em contradição infinita com a objetividade que o espírito também abandonou (U). O que, por seu turno, só se resolve quando esta contradição espiritual se arruína para receber em si mesma a sua verdade e essência concretas, para se reconciliar com a objetividade e para, com o espírito assim reintegrado na primeira substancialidade, regressar de tal contradição infinita (S). IV. Conclusão Nos quadros da Filosofia do Direito, o conhecer tem que ser assumido como reconhecer e este como o reconciliar-se da Razão autoconsciente com a Razão existente, com a efetividade. Esse o cerne da tentativa hegeliana de conceber e apresentar o Estado como algo racional dentro de si, distinta de toda e qualquer construção de um Estado como ele deve ser, mas voltada a ensinar como o Estado, concebido como o universo ético, deve ser conhecido ou antes reconhecido como tal. Trata-se aí, portanto, do reconhecimento de um Estado ético, cujo conhecimento não é necessariamente nem apenas teórico, nem somente prático, mas a um difere da de Hegel em alguns pontos importantes. Para a tematização de Hegel ele mesmo, veja-se, E I, HW8, 187, 190,

18 tempo teórico e prático; que, por isso, tem como ponto de partida a liberdade e como ponto de chegada o reino da liberdade. Esse cujo conhecimento não pode ser senão reconhecimento. Isto significa que, concebido e apresentado como algo racional dentro de si, o Estado só pode ser conhecido se, antes, for reconhecido como tal. Esse reconhecimento é um conhecimento, mas um conhecimento propriamente especulativo; pois o que nele está em jogo não é o fenômeno do Estado ou, em termos mais gerais, do Direito, ou mesmo certa essência abstrata destes, caso em que o Direito em geral e o Estado em particular se mostrariam, respectivamente, enquanto meros ob-jetos de uma fenomenologia ou de uma teoria formal. Assim ambos permaneceriam ao nível do Espírito teórico ou, no melhor dos casos, ao nível do Espírito prático; não acedendo portanto à esfera do Espírito livre, em que aqueles se apresentam em sua unidade enquanto vontade livre efetiva, como a vontade enquanto livre inteligência (E III, HW10, 481). Essa, como livre, por conseguinte para si enquanto tal, é ativa, produtiva, objetiva; enquanto se sabe a si mesma como livre se produz como tal, portanto se objetiva, se efetiva, se realizando enfim como Ideia. Tal realização, porém, só é o caso quando do reconhecimento [Anerkennung] da vontade, que é livre inteligência, nos quadros do assim chamado reino da liberdade ou da comunidade do espírito, bem como do reconhecimento destes por aquela. Com isso, o Estado, que é livre em si ou na personalidade livre infinita de cada pessoa, inclusive na sua própria, enquanto reconhecido [erkannt], torna-se livre em si e para si, tanto em relação às pessoas que assim se reconhecem como cidadãs desse Estado, quanto em relação a outros estados no âmbito da história do mundo, efetivando-se assim, para além desta, como o espírito absoluto mesmo. Esse que, a rigor, tem no espírito livre apenas o seu conceito e no Estado, como o espírito do mundo, a sua efetivação. 18

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