O LUGAR DO DICIONÁRIO NA LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO DE ÉMILE BENVENISTE

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1 O LUGAR DO DICIONÁRIO NA LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO DE ÉMILE BENVENISTE DAIANE NEUMANN Programa de Pós-Graduação em Letras Universidade Federal do Rio Grande do Sul Av. Bento Gonçalves, 9500 Campus do Vale Caixa postal POA RS Brasil Resumo: Émile Benveniste, no desenvolvimento de sua reflexão sobre a linguagem, buscando ultrapassar a noção saussuriana de signo como princípio único, propõe uma discussão sobre os modos de significação semântico e semiótico da língua. O modo semiótico estaria ligado ao sistema de signos, e o modo semântico, à enunciação. Proponho-me aqui a pensar o lugar ocupado pelos dicionários dentro dessa reflexão, a fim de melhor compreender sua constituição, composição e o seu papel no estudo da língua. Palavras-chave: Dicionário. Linguística da enunciação. Émile Benveniste. Abstract: Émile Benveniste searches to overtake the saussurean notion of sign as the only principle on his reflection about language. That is why he proposes a discussion about two ways of signification in the language, the semiotic and the semantic. The semiotic would be related to the system of signs, while the semantic would be related to the enunciation. I intend to think about the place of the dictionaries in this reflection in order to comprehend their constitution, composition and their role at the language studies. Keywords: Dictionary. Enunciation linguistic. Émile Benveniste. Introdução Émile Benveniste, ao longo de sua obra, discute sobre dois modos de significar da língua, os quais são denominados por ele modo semântico e modo semiótico. A grosso modo 1, o modo semiótico de significar estaria ligado ao mundo do signo, ao sistema linguístico, enquanto o modo semântico estaria relacionado à língua em uso, à enunciação, ou seja, ao uso individual que cada locutor faz desse sistema linguístico 2. 1 Apresentarei uma discussão detalhada sobre os dois modos de significar durante o desenvolvimento do artigo. 2 Essa separação entre o mundo semântico e o mundo semiótico é uma divisão metodológica, que deriva da necessidade de se estudar a língua. Não se trata, portanto, de uma divisão fenomenológica. No uso que o falante faz da língua todos os dias, esses dois domínios aparecem de forma imbricada. 1

2 Há muitas vezes, nessa discussão sobre os dois modos de significar, propostos por Émile Benveniste, a tendência a pensar que os estudiosos da língua, dentre eles, linguistas, gramáticos, dicionaristas, teriam acesso a este semiótico da língua, já que estes estariam buscando a descrição do seu sistema. Dessa forma, esses estudos apresentariam a realidade objetiva do sistema de uma língua, o que daria acesso ao funcionamento desse mundo semiótico 3. No entanto, acredito serem os dicionários, as gramáticas e os estudos descritivos, uma tentativa de alcançar esse mundo semiótico da língua e de descrevê-lo. Para empreender esse projeto, os estudiosos da língua têm acesso apenas ao mundo semântico. As produções de seus resultados, como dicionários, gramáticas e livros, nada mais são do que discursos que buscam o impossível: descrever de forma objetiva a totalidade do mundo semiótico. Por isso, defendo serem os dicionários, gramáticas e livros que se dedicam ao estudo do que é regular na língua, um discurso, um ponto de vista sobre o domínio semiótico de significação. Não abarcariam, portanto, a realidade da língua como um todo no domínio semiótico 4. Para o desenvolvimento dessa discussão, apresentarei a reflexão de Émile Benveniste sobre o modo semântico e semiótico. Segundo Ono (2007), essa problemática se refere aos artigos Os níveis de análise linguística, A forma e o sentido na linguagem e Semiologia da língua. Operarei, portanto, com a discussão de como essa questão é apresentada em cada um dos artigos acima referidos. Em seguida, discutirei sobre o papel do dicionário dentro dessa reflexão apresentada. 1. O mundo semântico e o mundo semiótico Nesta seção do trabalho, discutirei a construção proposta por Benveniste sobre os dois modos de significar, o modo semântico e o modo semiótico. Para isso, recorrerei a três textos desse teórico, Os níveis de análise linguística 5, A forma e o sentido na linguagem 6 e Semiologia da língua 7, a fim de apresentar a discussão proposta em cada um deles 8. 3 O acesso ao mundo semiótico de que falo aqui está ligado à possibilidade de torná-lo uma realidade objetivável. 4 Nessa divisão proposta por Benveniste, fica claro que o que é da ordem do repetível está ligado ao domínio semiótico, enquanto o que concerne ao domínio semântico é sempre da ordem do novo, irrepetível, único. Os dicionários, as gramáticas e os estudos linguísticos que buscam descrever a língua geralmente trabalham com o que é da ordem do repetível, por isso esses trabalhos são situados no campo de estudos com o semiótico da língua. 5 Texto publicado originalmente em Proceedings of the 9th International Congress of linguists, Cambrige, Mass., 1962, Mouton & Co., No Brasil foi publicado em Problemas de Linguística Geral pela Pontes Editora. 6 Texto publicado originalmente em Le Langage II (Sociétés de Philosophie de langue fançaise, Actes du XIII Congrès, Genève, 1966), Neuchâtel, La Baconnière, 1967, p Publicado no Brasil em Problemas de Linguística Geral II, pela Pontes Editora. 7 Texto publicado originalmente em Semiotica, La haye, Mouton & Co., (1969), I, p e 2, p Publicado no Brasil em Problemas de Linguistica Geral II, pela Pontes Editora. 8 É importante esclarecer aqui que embora Benveniste tenha afirmado no texto Semiologia da língua que há um hiato entre o modo semântico e semiótico, há leituras que postulam que o autor teria aproximado esses dois mundos no Aparelho formal da enunciação. Não entrarei em tal discussão aqui devido ao fato de que tal texto não faz parte da reflexão que proponho, além disso, há leituras como a do 2

3 1.1 Os níveis de análise linguística No texto Os níveis de análise linguística, Benveniste apresenta reflexões e discussões que concernem às preocupações propriamente linguísticas 9. Nele, o teórico apresenta seu ponto de vista sobre a análise linguística, dizendo que a noção de nível é essencial para que se possa determinar o procedimento de análise adotado. Dessa forma, para o autor, o procedimento inteiro da análise tende a delimitar os elementos através das relações que os unem. Para operar essa análise, é necessário lançar mão de duas operações que se comandam uma a outra e das quais todas as outras dependem, a operação de segmentação e de substituição. A substituição, conforme postula Benveniste, pode operar também sobre elementos não segmentáveis. Logo, se os elementos segmentáveis mínimos se identificam como fonemas, a análise pode ir além e isolar no interior do fonema traços distintivos. Chega, então, o autor, a distinguir duas classes de elementos mínimos, os que são ao mesmo tempo segmentáveis e substituíveis, os fonemas, e os que são apenas substituíveis, os traços distintivos dos fonemas. No nível hipofonemático, detém-se a análise linguística. Contudo, a segmentação e a substituição não podem aplicar-se a quaisquer porções da cadeia falada. Nas palavras de Benveniste : Na verdade, nada nos permitira definir a distribuição de um fonema, as suas latitudes combinatórias de ordem sintagmática e paradigmática, portanto a própria realidade de um fonema, se não nos referíssemos sempre a uma unidade particular do nível superior que o contém. (Benveniste, 2005, p. 131) Ou seja, para o autor, a condição essencial para que possamos definir a distribuição de um fonema é que este possa integrar um nível superior. Assim, conclui que o nível não é algo exterior à análise, mas está na análise; o nível é, portanto, um operador. Do fonema, passa-se ao nível do signo 10, que segundo o autor, pode ser identificado como uma forma livre ou uma forma conjunta (um morfema). Do signo, passe-se ao nível da frase. Para Benveniste, a frase constitui-se como um todo, e não se reduz à soma de suas partes, o sentido deste todo é repartido entre o conjunto dos constituintes. Assim, a palavra é um constituinte da frase, efetua-lhe a significação, mas filósofo Giorgio Agamben que reafirmam a postura apresentada em Semiologia da língua de que haveria um hiato entre o domínio do semântico e do semiótico. 9 Os dois tomos, Problemas de linguística geral I e II, representam compilações de textos de Émile Benveniste sobre diferentes temáticas, direcionados para diferentes públicos. Por isso, torna-se imperativo para a compreensão de sua obra atentar para essa pluralidade de temas que inquietaram esse teórico da linguagem, bem como para as diferentes áreas nas quais sua discussão esteve inserida. 10 Adiante no texto, Benveniste diz que para a comodidade da análise, negligenciará a diferença entre a forma livre e a forma conjunta e classificará os signos como uma só espécie, que coincidirá praticamente com palavra. 3

4 não tem necessariamente o sentido que possui como unidade autônoma. A palavra pode definir-se como a menor unidade significante livre, suscetível de efetuar uma frase e de ser ela mesma efetuada por fonemas. Pelo fato de serem discretas, as unidades linguísticas admitem duas espécies de relação, entre elementos de mesmo nível ou entre elementos de níveis diferentes. As primeiras foram denominadas relações distribucionais, e as segundas, relações integrativas. O limite superior seria então traçado pela frase, que comporta constituintes, mas que não pode integrar uma unidade mais alta, enquanto o limite inferior é o do merisma que não comporta nenhum constituinte de natureza linguística. Este seria então, nas palavras de Benveniste, o princípio racional que governa, nas unidades dos diferentes níveis, a relação entre FORMA e SENTIDO (2005, p. 134). Um deve definir-se pelo outro e devem articular-se juntos em toda a extensão da língua. Essas relações estão implicadas na própria estrutura dos níveis e nas funções que a elas correspondem, designadas constituintes e integrantes. Quando buscamos os constituintes das unidades, buscamos seus elementos formais; quando buscamos, por outro lado, as unidades significantes, somos levados à atividade de integração. A forma da unidade linguísica define-se, portanto, como a capacidade de dissociar-se em constituintes de nível inferior, ao passo que o sentido 11 define-se como a capacidade de integrar uma unidade de nível superior. Para Benveniste, com a frase 12 transpomos um limite, entramos num novo domínio (2005, p. 137), pois ela pode ser segmentada, mas não pode ser empregada para integrar. A frase não seria então uma classe formal que teria por unidades frasemas delimitados e oponíveis entre eles. O nível categoremático, como é chamado pelo autor o nível da frase, comportaria somente uma forma específica de enunciado linguístico, a proposição, que não constitui uma classe de unidades distintivas. Dessa forma, a proposição pode apenas preceder ou seguir outra proposição, numa relação de sequência. Não há, assim, nível linguístico além do nível categoremático. Deixa-se com a frase o domínio da língua enquanto sistema de signos e se entra em outro domínio, num outro universo, o da língua como instrumento de comunicação, cuja expressão seria o discurso. A frase pertenceria então ao discurso, seria a unidade do discurso, porém uma unidade completa que traria ao mesmo tempo sentido e referência. Sentido porque é informada de significação, referência porque se refere a uma determinada situação. É no discurso atualizado em frases que a língua se forma e se configura. Aí começa a linguagem. (2005, p. 140) Nessa discussão de Émile Benveniste no referido texto, já é possível ver se construindo a distinção que será elaborada de forma mais direta entre o modo semântico e semiótico, especialmente quando o autor afirma que com a frase deixa-se o domínio da língua enquanto sistema de signos e se entra em um outro domínio, da língua como instrumento de comunicação. Ora, o domínio da língua enquanto sistema de signos, que 11 É importante lembrar aqui que sentido, neste artigo de Benveniste, possui três acepções diferentes, o sentido concebido enquanto sentido que as unidades possuem no sistema linguístico, enquanto unidades opositivas; o sentido enquanto capacidade de integrar uma unidade de nível superior; e sentido enquanto o sentido singular, único e evanescente que se constitui em determinado uso. 12 Neste texto, é imperativo que se observe que a palavra frase é utilizada em duas acepções, enquanto sinônimo de proposição e enquanto sinônimo de discurso. 4

5 neste texto incluiria o nível merismático, morfemático, da palavra, e da frase enquanto proposição, nada mais é do que o que será denominado, nos outros dois textos que serão analisados na sequência, como o modo semiótico, ao passo que a frase, concebida enquanto instrumento de comunicação, nada mais é do que o modo semântico, sobre o qual discutirei em seguida A forma e o sentido na linguagem O texto A forma e o sentido na linguagem é dirigido a filósofos. Benveniste inicia a discussão dizendo que a exposição que fará representa um conjunto de reflexões que são preocupações suas, que não se configuram como preocupações dos linguistas em geral. Segundo ele, buscará situar e organizar as noções gêmeas de forma e sentido, afirma ainda que a análise de suas funções está fora de qualquer pressuposto filosófico. O sentido 13 seria em uma primeira aproximação, neste texto, a noção implicada pelo termo mesmo da língua como conjunto de procedimentos de comunicação identicamente compreendidos por um conjunto de locutores, enquanto a forma é ou a matéria dos elementos linguísticos quando o sentido é excluído ou o arranjo formal destes elementos no nível linguístico ao qual ele tange. Para o linguista, opor forma e sentido é uma oposição banal. A tentativa de integrar os dois elementos e esclarecê-los coloca no centro do problema a significação. Problema este que se constitui como o mais importante para Benveniste, já que de acordo com o autor a linguagem significa, tal é seu caráter primordial, sua vocação original que transcende e explica todas as funções que ela assegura no meio humano, bem antes de servir para comunicar, a linguagem serve para viver (2006, p. 222) Após o autor constatar que o estudo da significação foi minimizado ou tratado como algo marginal no estudo da língua, afirma que o fato de que a língua significa quer dizer que a significação não é qualquer coisa que lhe seja dada por acréscimo, por outra atividade, pois é de sua própria natureza significar. A linguagem não se deixa dividir, mas decompor em unidades que são elementos de base em número limitado, cada um diferente do outro, e suas unidades se agrupam para formar novas unidades, que por sua vez poderão formar outras ainda, de nível superior. Neste texto, Benveniste retoma uma discussão iniciada no texto Os níveis de análise linguística e a amplia afirmando que as unidades semióticas devem ser caracterizadas pelo duplo ponto de vista da forma e do sentido, já que o signo, unidade bilateral por natureza, se apresenta por sua vez como significante e significado. Tudo que é do domínio do semiótico tem por critério necessário e suficiente que se possa identificá-lo no interior e no uso da língua. Os signos entram, então, numa rede de relações e de oposições com outros signos que o definem, que o delimitam no interior da língua. Dessa forma, segundo o linguista, quem diz semiótico diz intralinguístico. A binariedade é a característica semiológica por excelência. Assim, os signos se dispõem sempre e somente em relação dita paradigmática. 13 É importante observar que neste texto também a palavra sentido possui mais de uma acepção e que essa primeira acepção está relacionada à primeira que aparece em Os níveis de análise linguística. 5

6 O signo e a frase são, portanto, dois mundos distintos e exigem descrições distintas. De acordo com Benveniste, se deve traçar, através da língua inteira, uma linha que distingue duas espécies e dois domínios do sentido e da forma, ainda que, eis ainda aí um dos paradoxos da linguagem, sejam os mesmos elementos que encontrem em uma e outra parte dotados, no entanto, de estatutos diferentes. Há para o autor duas maneiras de ser língua no sentido e na forma: a segunda é a língua como semiótica e a primeira língua como semântica 14. A noção semântica nos introduz: No domínio da língua em emprego e em ação vemos desta vez na língua sua função de mediadora entre o homem e o homem, entre o homem e o mundo, entre o espírito e as coisas, transmitindo a informação, comunicando a experiência, impondo adesão, suscitando a resposta, implorando, constrangendo; em resumo, organizando toda a vida dos homens. (Benveniste 2006, p. 229) Assim, a semiótica se caracteriza como uma propriedade da língua e a semântica resulta de uma atividade do locutor que coloca a língua em ação. O signo tem por parte integrante o significado, que lhe é inerente, enquanto o sentido da frase implica referência à situação de discurso e à atitude do locutor. O sentido se realiza por uma forma específica aquela do sintagma, enquanto o semiótico se define por uma relação de paradigma. Reflexão que se altera neste texto, já que em Os níveis de análise linguística, no modo semiótico parece haver o sintagma, visto que a frase é também apresentada como proposição. A frase é cada vez um acontecimento diferente, ela não existe senão no instante em que é proferida e se apaga neste instante, ou seja, é um acontecimento que desaparece. Há, segundo o autor, uma mistura sutil de liberdade no enunciado da ideia, proporcionado pelo modo semântico, e uma restrição na forma deste enunciado, proporcionado pelo modo semiótico, que é a condição de toda a atualização da linguagem. Os dois sistemas se superpõem na língua em uso. Na base, há o sistema semiótico, a organização dos signos, sobre o fundamento semiótico: a língua-discurso constrói uma semântica própria, uma significação intencionada, produzida pela sintagmatização das palavras. As palavras não contêm aí senão uma pequena parte do valor que têm enquanto signo. Neste texto a reflexão sobre os dois domínios está mais desenvolvida e há algumas ideias que vão sendo estabelecidas sobre suas características e suas formas de organização. A seguir, Benveniste discutirá sobre a propriedade da língua de possuir ao mesmo tempo o domínio semiótico e semântico, o que a diferencia dos outros sistemas de signo. 14 É importante ressaltar aqui que há também o sentido no domínio semiótico, já que como mostramos anteriormente Benveniste discute sobre o sentido referente ao sistema linguístico, assim como também há forma no domínio do semântico que é representada pela organização sintagmática, que precede de regras de organização dos enunciados da língua. 6

7 1.3 Semiologia da língua O texto Semiologia da língua revela a preocupação de Benveniste enquanto continuador de Ferdinand de Saussure de pensar sobre o lugar da língua entre os sistemas de signos. Em um primeiro momento faz uma retomada breve do trabalho de Peirce, atentando para o fato de que Saussure apresentava preocupações semelhantes. Através da discussão das propostas apresentadas pelos estudiosos, Benveniste se coloca ao lado de Saussure, pois em Saussure a reflexão procede da língua e toma a língua como objeto exclusivo. A língua é considerada por ela mesma (...), (2006, p. 45). Assim, segundo Saussure, o linguista teria uma tarefa tripla: 1. descrever sincronicamente e diacronicamente todas as línguas conhecidas; 2. depreender as leis gerais que operam nas línguas; 3. delimitar-se e definir-se a si mesma. Dessa forma, diferente de Peirce, Saussure considera o signo antes de tudo uma noção linguística, que mais largamente se estende a certas ordens de fatos humanos e sociais. Assim, todos os sistemas homólogos ao da língua têm um caráter de serem sistemas de signos, a língua seria apenas o mais importante desses sistemas. O que ligaria a linguística à semiologia seria o princípio do arbitrário do signo linguístico, por isso o objeto principal da semiologia seria o conjunto dos sistemas fundados sobre o arbitrário do signo. Benveniste se propõe então, no texto, a pensar o estatuto da língua em meio aos sistemas de signos. Para isso, o linguista busca pensar sobre os sistemas não linguísticos em um primeiro momento. Afirma então que o caráter comum a todos os sistemas e o critério de sua ligação à semiologia é sua propriedade de significar ou significância, e sua composição em unidades de significância, ou signos. Um sistema então se caracterizaria por seu modo operatório (o sentido ao qual o sistema se dirige); o domínio de validade (aquele em que o sistema se impõe e deve ser reconhecido ou obedecido); a natureza e o número dos signos (a função das condições referidas anteriormente); e, finalmente, o tipo de funcionamento (a relação que une os signos, que lhes confere função distintiva). Em seguida, Benveniste depreende dois princípios que dizem respeito às relações entre sistemas semióticos, o princípio da não-redundância entre sistemas, segundo o qual não se poderia dizer a mesma coisa pela fala e pela música, portanto, não há sinonímia entre sistemas semióticos. Do primeiro resulta um segundo que seria o fato de dois sistemas poderem ter o mesmo signo em comum sem que daí resulte sinonímia ou redundância, pois esses signos adquirem valores diferentes ao comporem sistemas diferentes. A relação estabelecida entre os sistemas semióticos deverá ser de natureza semiótica. Segundo o autor, essa relação dar-se-á então entre um sistema interpretante e um sistema interpretado. A língua será então o interpretante de todos os outros sistemas, pois os signos da sociedade podem ser integralmente interpretados pelos signos da língua, jamais o inverso. Pode-se inferir daí que os subsistemas semióticos que estão no interior da sociedade serão logicamente interpretados pela língua, já que a sociedade os contém. Benveniste faz ainda uma distinção entre unidade e signo. Para o linguista, todo signo configura-se como uma unidade, mas nem toda unidade é um signo. Apresenta o exemplo da linguagem artística em que as relações significantes são descobertas no 7

8 interior de uma composição, visto que nas artes figurativas, as cores são designadas, elas não designam nada, não remetem a nada, não sugerem nada de maneira unívoca, o artista as escolhe, dispõe-nas à vontade sobre a tela, o artista tem o poder de criar assim sua própria semiótica. Ele institui assim as oposições em traços que ele próprio torna significante em sua ordem. Há, portanto, uma diferença entre os sistemas em que a significância é posta pelo autor na obra e os sistemas em que a significância é expressa pelos elementos primeiros em estado isolado, independentemente das relações que possam contrair. É necessário cada vez descobrir a significância da arte, em que os termos são ilimitados em número, imprevisíveis por natureza, reinventados a cada obra. A significância da língua, por sua vez, é a significância mesma, logo, funda a possibilidade de toda troca e de toda comunicação e também de toda a cultura. Para Benveniste são três as relações possíveis entre sistemas semióticos: as relações de engendramento, em que um sistema pode engendrar o outro, por exemplo, o alfabeto normal engendra o alfabeto Braile; as relações de homologia, que estabelece uma correlação entre as partes de dois sistemas semióticos, por exemplo, na obra de Baudelaire os perfumes, as cores e os sons se correspondem; e, por fim, as relações de interpretância entre sistemas semióticos, em que a língua se configuraria, como já dito aqui, como o sistema interpretante de todos os outros sistemas. A língua seria o único sistema que disporia de uma língua na qual possa se categorizar e se interpretar segundo suas distinções semióticas, além de poder categorizar e interpretar todos os outros sistemas. A língua seria então a organização semiótica por excelência. Essa situação privilegiada da língua deve-se ao fato de ser um sistema que significa de maneira específica, pois é investida de dupla significância e combina dois modos distintos de significar, o modo semântico e o modo semiótico. Para Benveniste, todo o estudo semiótico consistirá em identificar as unidades, descrever suas marcas distintivas e descobrir os critérios cada vez mais sutis dessa distintividade. O signo seria chamado a afirmar com maior clareza sua própria significância em uma constelação ou em meio ao conjunto dos signos. O signo seria então puramente idêntico a si mesmo, pura alteridade em relação a qualquer outro, base significante da língua, material necessário da enunciação. Já com o semântico entraríamos no modo específico de significância que é engendrado pelo discurso, onde não é uma adição de signos que produz o sentido, mas o sentido (o intenté ) que concebido globalmente se realiza e se divide em signos particulares, que seriam as palavras. Assim, o semiótico (o signo) deve ser RECONHECIDO; o semântico (o discurso) deve ser COMPREENDIDO. (Benveniste, 2006, p. 66) O privilégio da língua é de comportar simultaneamente a significância dos signos e a significância da enunciação, dessa dupla significância é que provém o seu poder de criar um segundo nível de enunciação. Nesta faculdade metalinguística é que se encontra a origem da relação de interpretância da língua que englobaria todos os outros sistemas. Segundo Benveniste, do signo à frase não haveria transição, nem por sintagmatização nem por nenhum outro modo, um hiato os separaria. Cada um dos dois domínios exigiria seu próprio aparelho conceptual. Para o domínio semiótico, a teoria 8

9 saussuriana do signo serviria de base à pesquisa. No entanto, o domínio semântico precisaria de um novo aparelho de conceitos e de definições. Após a discussão apresentada dos textos Os níveis de análise linguística, A forma e o sentido na linguagem e Semiologia da língua, é possível perceber que a problemática desenvolvida por Benveniste decorre inicialmente da necessidade de pensar o sentido na língua, em contraposição à posição da linguística em geral, que minimizava seu estudo ou relegava-o a outras ciências. O desenvolvimento de sua reflexão levou-o a perceber que há dois domínios distintos na língua, que é o domínio do semiótico e do semântico. O primeiro estaria ligado ao sistema de signos da língua, às formas, às suas regularidades, enquanto o segundo se ligaria à enunciação, ao sentido, ao irregular, único, irrepetível. Condição esta que transformaria então a língua em o único sistema de signos que pode interpretar a si mesmo e a todos os outros sistemas de signos. A teoria saussuriana do signo seria suficiente para a base da pesquisa no domínio semiótico, enquanto o domínio semântico necessitaria de um novo aparelho de conceitos e de definições. Discutida a construção e o desenvolvimento dos dois domínios de significação propostos por Émile Benveniste, passarei à discussão sobre o lugar que ocupam os dicionários nesta reflexão. 2. O lugar do dicionário na reflexão de Émile Benveniste A distinção proposta por Benveniste é profícua para pensarmos o lugar que ocupam os dicionários no estudo da língua. Os dicionários buscam elencar o maior número de entradas existentes nesta a fim de servirem como um material de auxílio para os falantes e/ou estudantes de uma determinada língua. Para isso, operam os dicionaristas com uma descrição minuciosa da língua em questão, observam as ocorrências das palavras, o número dessas ocorrências, os diferentes sentidos, as diferentes acepções que cada palavra pode adquirir etc. Todo esse trabalho é realizado através dos textos, escritos ou falados, de uma língua, ou seja, através da análise do domínio semântico. No entanto, quando os dicionaristas buscam dicionarizar palavras de acordo com seu número de ocorrências e apresentam as acepções mais utilizadas, buscam aquilo que é regular no domínio semântico. Essa busca do regular no domínio semântico leva o estudioso da língua à tentativa de reconstruir o domínio semiótico, em que estão as formas, as regras, as regularidades da língua que são compartilhadas pela comunidade de falantes. Todavia, essa tentativa de construção do domínio semiótico não representa a totalidade desse mundo, ela é, sim, um discurso sobre esse domínio. Embora, conforme Barros (2000), o dicionário, por exemplo, produza em nossa sociedade os efeitos de sentido de registro de saber linguístico, de discurso competente sobre a língua, de discurso anônimo e neutro da coletividade, de discurso legitimador dos usos e regulador das mudanças linguísticas. Como é característico de todo o discurso, o dicionário representa um ponto de vista sobre esse domínio semiótico, ponto de vista este que será determinado pelas escolhas feitas pelo dicionarista do corpus que será analisado, das entradas que comporão o dicionário e daquelas que serão excluídas, do número de entradas que o 9

10 dicionário irá comportar, as acepções que serão apresentadas. Além disso, é notório, quando comparamos a mesma palavra-entrada em diferentes dicionários, que há marcas de subjetividade que vão aparecendo nas definições, através das escolhas lexicais, bem como das marcas que indicam formalidade, informalidade, linguagem chula, brasileirismos, gíria. De acordo com Barros (2000), os efeitos de sentido de discurso neutro e competente sobre a língua devem-se a um conjunto de estratégias discursivas as abonações e os exemplos de usuários de prestígio escolhidos; o apagamento das marcas da enunciação e o estabelecimento de um sujeito coletivo'; a escolha de acepções; modo de organização de cada verbete; a construção geral do dicionário (p. 76). É interessante observar no mesmo estudo da autora a análise que esta opera dos denominados registros chulos. Segundo a autora, chulo é definido no Aurélio como grosseiro, baixo, rude e usado pela ralé, ordinário. Assim, os usos chulos já estariam ética e esteticamente qualificados negativamente e colocados como proibidos e, portanto, fora da norma. O termo bunda [...] é no Aurélio chulo apenas na acepção brasileira de indivíduo reles, ordinário, bunda-suja, enquanto no Aulete é considerado chulo (e brasileirismo) também na acepção de nádegas (Barros, 2000, p. 95). Nesta reflexão, a autora aponta a flagrante diferença de atitudes dos dicionários quanto ao que consideram chulo, o que confirma a afirmação que fiz anteriormente de que tais marcas apresentam-se como índices de subjetividade nos dicionários. A título de ilustração, apresento três definições da palavra greve, retiradas de três diferentes dicionários on-line, que buscam exemplificar a reflexão que estamos elaborando. Dicionário Aurélio on-line: s. f. 1. Interrupção voluntária e coletiva de atividades ou funções, por parte de trabalhadores ou estudantes, como forma de protesto ou de reivindicação. 2. greve de fome: recusa em ingerir qualquer alimento como forma de protesto ou de reivindicação. 3. greve geral: paralisação concertada de atividades a nível nacional, em protesto contra determinadas políticas governamentais ou institucionais. Dicionário Michaelis on-line Greve gre.ve sf (fr grève) Aliança, acordo de operários, funcionários, estudantes etc., que recusam trabalhar ou comparecer onde devem, enquanto não lhes satisfazem as pretensões, ou não chegam a algum acordo; parede. G. de fome: o recusar-se alguém a alimentar-se, como protesto. G. dos braços caídos: paralisação do trabalho de funcionários do Estado, empregados etc., em atitude passiva, até que sejam satisfeitas suas pretensões. G. dos braços cruzados: V greve dos braços caídos. Dicionário Aulete on-line (gre.ve) sf. 1. Interrupção coletiva do trabalho ou de atividade para reivindicar algo ou protestar contra uma determinada situação; PAREDE 10

11 [F.: Do fr. grève.] Greve branca 1 Pol. Interrupção de atividades (de empresa, instituição etc.) sem que haja represálias. Greve de braços cruzados 1 Interrupção de atividades (de empresa, instituição etc.) com os grevistas presentes no local de trabalho. Greve de fome 1 Ato voluntário de não se alimentar, como forma de protesto e para atrair a atenção dos meios de comunicação ou das autoridades. Greve geral 1 Pol. Interrupção de trabalho simultaneamente em vários setores, regiões etc., como manifestação política ou como forma de reivindicação coordenada por organizações de classe. Após a leitura das definições, pode-se perceber que o dicionário Aurélio traz definições para a greve, greve de fome e greve geral; o dicionário Michaelis, greve, greve de fome, greve dos braços caídos e greve dos braços cruzados; e o dicionário Aulete, greve, greve branca, greve de braços cruzados, greve de fome, greve geral. Ou seja, os dicionários não seguem um mesmo padrão, todos eles trazem a definição da palavra-entrada greve, mas o registro de subentradas é variado, sendo o dicionário Aulete aquele que apresenta o maior número, enquanto o dicionário Aurélio apresenta o menor. Além do número de subentradas da entrada greve, é interessante perceber que a forma como é definida a palavra é próxima nos dicionários Aurélio e Aulete, e se diferencia no dicionário Michaelis. Dizer que a greve se configura como uma interrupção das atividades, do trabalho, de funções, conforme os dois primeiros dicionários, não tem o mesmo sentido de dizer que os trabalhadores se recusam a trabalhar ou comparecer onde devem, como aparece no dicionário Michaelis. Ou seja, a forma como cada um dos dicionários apresenta a definição da palavra revela a subjetividade que está implicada no uso da língua, que aqui se torna evidente na escolha lexical e na organização sintagmática da definição. Tal subjetividade revela um discurso sobre a língua, ou seja, um ponto de vista que se constrói sobre o domínio semiótico. Pode-se ainda verificar a definição dada pelos dicionários para greve de fome. Enquanto os dicionários Aurélio e Michaelis definem a subentrada como uma espécie de recusa em alimentar-se com objetivo de protestar, o dicionário Aulete define-o também como um ato voluntário de não se alimentar, como forma de protesto, mas acrescenta como forma de atrair a atenção dos meios de comunicação ou das autoridades, o que altera o sentido da palavra, delimitando-a e especificando-a mais do que os dois primeiros. Observando a subentrada greve geral, também se pode perceber que o dicionário Michaelis não registra sua existência, já as definições apresentadas no Aurélio e no Aulete são bastante diferentes: no primeiro encontramos paralisação concertada de atividades a nível nacional, em protesto contra determinadas políticas governamentais ou institucionais, enquanto no segundo, interrupção de trabalho simultaneamente em vários setores, regiões etc., como manifestação política ou como forma de reivindicação coordenada por organizações de classe. É interessante observar que na 11

12 primeira definição trata-se de uma paralisação nacional, enquanto na segunda de setores, regiões. Na primeira, o protesto se daria contra determinadas políticas governamentais ou institucionais, enquanto na segunda não se menciona contra quem seria esse protesto. Fiz uma análise breve, de apenas uma entrada, em apenas três dicionários online, a título de exemplificação, pois meu objetivo aqui, por uma questão de espaço, não é operar a uma análise exaustiva de dicionários. A pretensão foi de, após pensar a discussão proposta por Benveniste entre os modos semiótico e semântico e o lugar do dicionário nessa proposta, fazer uma breve análise para que pudéssemos vislumbrar o que foi proposto dentro dos próprios dicionários. Percebe-se então que dentro da distinção de Émile Benveniste sobre o modo semântico e semiótico, os dicionários configuram-se como discursos que pretendem reconstruir o domínio semiótico da língua, através da busca pelas regularidades do léxico e, em alguns casos, também da descrição gramatical desses itens lexicais. No entanto, nesta descrição os dicionários não conseguem tornar o modo semiótico uma realidade objetivável. As marcas de subjetividade e o caráter particular dessas descrições tornam-se evidentes quando operamos com a análise de mais de uma obra. Os dicionários configuram-se então como discursos, que apresentam um ponto de vista sobre o modo semiótico da língua, não descrevem, portanto, a totalidade de sua realidade semiótica. Atentar para essa questão nos leva à mudança de postura diante do dicionário, já que este não seria mais tratado como o lugar do saber linguístico, do discurso competente, anônimo e neutro da língua, que possui o poder de legitimar usos e regular mudanças linguísticas, mas sim como um entre outros discursos sobre o domínio semiótico da língua, que possui um ponto de vista, marcas de subjetividade. Ou seja, este deve ser tido como um complemento do saber linguístico, não como verdade absoluta sobre esse saber. Referências bibliográficas BARROS, Diana Luz Pessoa de. O discurso do dicionário. In: Alfa, São Paulo, 44: 75-96, BENVENISTE, Émile. Níveis de análise linguística. In.. Problemas de linguística geral. Campinas, SP: Pontes Editores, A forma e o sentido na linguagem. In:. Problemas de linguística geral II. Campinas, SP: Pontes Editores, Semiologia da língua. In:. Problemas de linguística geral II. Campinas, SP: Pontes Editores, Dicionário Aulete on-line. Disponível em Acessado em 25/11/2012. Dicionário Michaelis on-line. Disponível em Acessado em 25/11/

13 Dicionário do Aurélio on-line. Disponível em Acessado em 25/11/2012. ONO, Aya. La notion de enunciation chez Émile Benveniste. Limoges: Lambert- Lucas,

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