ENUNCIAÇÃO E ESTUDO DO TEXTO: UM ESBOÇO DE PRINCÍPIOS E DE CATEGORIAS DE ANÁLISE

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1 Introdução ENUNCIAÇÃO E ESTUDO DO TEXTO: UM ESBOÇO DE PRINCÍPIOS E DE CATEGORIAS DE ANÁLISE Carolina Knack 1 É sabido que, no Brasil, embora Benveniste seja frequentemente citado em bibliografia especializada, o campo de estudos em torno de sua teoria enunciativa carece de uma sistematização, sobretudo em relação à sua aplicabilidade aos estudos do texto. O texto, como objeto de análise, recebe especial atenção por parte de teorias como a Linguística Textual, a Análise do Discurso e a Semiótica, por exemplo, as quais têm desenvolvido, ao longo dos tempos, um aparato teórico-metodológico que busque dar conta da análise dos diversos aspectos que estruturam esse objeto. No que se refere às Teorias da Enunciação, podemos dizer que estas não visam a teorizar especificamente sobre a categoria texto, de modo que, ao abordá-la, deve-se operar um deslocamento dos conceitos teóricos, bem como elaborar um aparato metodológico específico para a análise textual. Dentre os estudos realizados no Brasil, em relação à enunciação e ao texto, recorre-se ao trabalho de Eduardo Guimarães. No entanto, as reflexões desse autor não se circunscrevem ao campo enunciativo; de certo modo, há apropriação da terminologia e dos conceitos do campo, sem, contudo, haver efetiva apropriação da teoria subjacente o que se evidencia pela clara intertextualidade com a Análise do Discurso, sobretudo com a perspectiva desenvolvida por Eni Orlandi. Nesse sentido, Flores et al. (2009) argumenta que os estudos enunciativos no Brasil realmente se desenvolveram via outras disciplinas do estudo da linguagem, identificando-se ora às perspectivas discursivas, ora à pragmática. Entretanto, pensamos ser possível trabalhar com texto e enunciação apenas sob o quadro teórico benvenistiano, sem considerar tais interfaces com outras áreas de estudos do texto. Conforme inicialmente destacado, na obra do linguista da enunciação não há uma preocupação com a teorização acerca da categoria texto; Benveniste tampouco postula explicitamente um modelo de análise de língua; o que temos, em sua obra, dentre outros aspectos, são reflexões acerca da presença do homem na língua, a partir das quais se delinearam as bases de um modelo de análise de língua voltado à enunciação, isto é, às marcas do homem na língua o que se convencionou chamar de teoria da enunciação. Assim, propomos a leitura de alguns artigos de Problemas de lingüística geral I e de Problemas de lingüística geral II, a saber: Estrutura das relações de pessoa no verbo (1946), A natureza dos pronomes (1956) e Da subjetividade na linguagem (1958) de PLG I; A forma e o sentido na linguagem (1967), Semiologia da língua (1969) e O aparelho formal da enunciação (1970) de PLG II 2. A partir desses artigos pensamos ser 1 Possui Graduação em Licenciatura em Letras (2007) e Especialização em Estudos Linguísticos do Texto (2009) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é mestranda em Estudos da Linguagem Teorias do Texto e do Discurso (UFRGS). Atua como professora (bolsista CAPES/REUNI) junto ao Programa de Apoio à Graduação (PAG), projeto Língua Portuguesa na UFRGS. carolknack@hotmail.com 2 Há outros artigos de Benveniste que possibilitam pensar a relação enunciação-texto; nossa reflexão inicial, no entanto, circunscreve-se aos seis artigos aqui mencionados. 94

2 possível derivar reflexões, princípios e categorias de análise para o estudo do texto movimento que representa, aqui, um primeiro esboço de reflexão; de certo modo, buscamos uma sistematização do campo no que se refere ao estudo do texto. O presente artigo, portanto, objetiva destacar e sistematizar certos conceitoschave da teoria benvenistiana que possibilitam pensar alguns princípios e categorias de análise para o estudo do texto. Para tanto, inicialmente propomos a leitura dos artigos supracitados para, em seguida, articular as relações destes com o objeto texto e tecer algumas conclusões. Um percurso teórico pelos conceitos-chave da teoria benvenistiana Em Estrutura das relações de pessoa no verbo, Benveniste (2005, p.247) propõe definir a estrutura das relações de pessoa, buscando compreender como e por quais princípios tais pessoas se opõem. Para tanto, o autor recorre primeiramente a noções da gramática árabe e, então, explica: eu designa aquele que fala e, ao dizer eu, não posso deixar de falar de mim (ibid., p.250); tu é designado por eu e não pode ser pensado fora de uma situação proposta a partir do eu (ibid., p.250); já a terceira pessoa enuncia algo sobre alguma coisa ou alguém, mas não se referindo a uma pessoa específica o elemento pessoal falta na terceira pessoa, a qual exprime justamente a não-pessoa. De fato, Benveniste aponta que as características de unicidade e de inversibilidade especificam a categoria de pessoa. Desse modo, buscando averiguar o que distingue as duas primeiras pessoas da terceira, Benveniste conclui que elas se opõem como os membros de uma correlação, a qual denomina correlação de pessoalidade: eu-tu possui marca de pessoa e ele não. Contudo, eu e tu se opõem um ao outro, o que se dá através de uma correlação especial que Benveniste denomina correlação de subjetividade o tu é definido como pessoa não subjetiva, em face da pessoa subjetiva que eu representa (ibid., p.255, grifo do autor). No artigo A natureza dos pronomes (ibid., p.277), Benveniste objetiva mostrar que os pronomes não constituem uma classe unitária e já no parágrafo inicial do artigo afirma que uns pertencem à sintaxe da língua e outros às instâncias de discurso definidas como os atos discretos e cada vez únicos pelos quais a língua é atualizada em palavra por um locutor (ibid., p.277). A partir da análise da primeira pessoa, Benveniste define as categorias de pessoa: eu é o indivíduo que enuncia a presente instância de discurso que contém a instância lingüística eu (ibid., p.279). E, inserindo a situação de locução, tem-se o tu como indivíduo alocutado na presente instância de discurso contendo a instância lingüística tu (ibid., p.279). Em virtude da referência necessária à instância de discurso, unem-se ao eu-tu alguns indicadores (de pessoa, tempo, lugar, objeto mostrado), os quais delimitam tempo, espaço e a própria pessoa contemporaneamente à instância de discurso que contém o eu. Já os enunciados que pertencem ao domínio da não-pessoa podem ter um referente objetivo que independe da instância de discurso, servindo, pois, como substitutos abreviativos. Portanto, a diferença essencial entre as categorias de pessoa e não-pessoa consiste no tipo de referência que tais categorias estabelecem: a de pessoa, situada no nível pragmático da linguagem, define-se na própria instância de discurso, remetendo a 95

3 realidades sempre únicas; já a categoria de não-pessoa pertence ao nível sintático da linguagem e tem um referente objetivo que independe da instância de discurso. Em Da subjetividade na linguagem, Benveniste (2005, p.284) problematiza, inicialmente, a noção de linguagem como instrumento de comunicação para defender que pensá-la de tal modo implica opor o homem à sua própria natureza. É a linguagem, pois, que possibilita a constituição do sujeito, porque só a linguagem fundamenta na realidade, na sua realidade que é a do ser, o conceito de ego (ibid., p.286). Assim, ao propor abordar a subjetividade na linguagem, Benveniste a define como a capacidade do locutor para se propor como sujeito (ibid., p.286). Isso somente se torna possível diante da condição dialógica, isto é, intersubjetiva. A linguagem está, então, organizada de modo que cada locutor possa apropriar-se da língua toda se designando como eu. Portanto, o primeiro ponto de apoio para a revelação da subjetividade na linguagem consiste nos pronomes pessoais. Assim como estes, os indicadores da dêixis e também a temporalidade revelam a subjetividade, visto que organizam as relações de espaço, tempo etc., em torno do sujeito que enuncia. A linguagem, então, consiste na possibilidade da subjetividade pois propõe as formas ditas vazias das quais o locutor pode apropriar-se e referir à sua pessoa, enquanto o discurso provoca a emergência da subjetividade. Benveniste ressalta que é a intersubjetividade, pois, que possibilita a comunicação linguística através do discurso, que é a língua enquanto assumida pelo homem que fala (ibid., p.293). Em A forma e o sentido na linguagem (id., 2006, p.220), o autor propõe reinterpretar a oposição forma-sentido, posicionando-se contrariamente àqueles linguistas que rejeitam o sentido; Benveniste parte do pressuposto de que forma e sentido são noções gêmeas. Seu objetivo consiste em discutir a significação: a linguagem está ligada ao exercício do discurso e, antes de qualquer coisa, a linguagem significa (ibid., p.222). Após discutir noções em torno do signo, Benveniste passa à frase, questionandose sobre sua função comunicativa. O autor ressalta que signo e frase pertencem a dois mundos distintos, fato que instaura uma divisão fundamental na língua: há para a língua duas maneiras de ser língua no sentido e na forma (ibid., p.229): a língua como semiótica e a língua como semântica. Enquanto a semiótica se caracteriza como uma propriedade da língua, a semântica resulta de uma atividade do locutor que coloca a língua em ação (ibid., p.230). No nível semântico, Benveniste afirma ser necessário considerar o referente : a referência da frase é o estado de coisas que a provoca, a situação de discurso ou de fato a que ela se reporta e que nós não podemos jamais prever ou fixar (ibid., p.231). Benveniste destaca que tanto o semiótico quanto o semântico estão em jogo na língua quando a utilizamos: na base, há o semiótico, sobre o qual a língua-discurso constrói sua semântica própria. No artigo Semiologia da língua (ibid., p.43), Benveniste discute, na primeira parte, a possibilidade de uma ciência dos signos, a Semiologia, questionando-se acerca do lugar que a língua ocupa dentre os sistemas de signos o que será detidamente discutido na segunda parte. Nesta, o autor parte de exemplos de diversos sistemas de signos, para então definir o que liga esses sistemas à Semiologia, a saber, a propriedade de significar ou significância e a composição em unidades de significância ou signos. O linguista destaca que a particularidade da língua no universo dos signos consiste em ser ela o interpretante de todos os sistemas linguísticos e os não- 96

4 linguísticos, e inclusive dela própria. A língua significa de uma maneira específica e que não está senão nela (ibid., p.64); ela possui uma dupla significância: combina o modo semiótico e o modo semântico. O semântico, modo específico de significância engendrado pelo discurso, toma necessariamente a seu encargo o conjunto dos referentes (ibid., p.65), identificando-se ao mundo da enunciação e ao universo do discurso. Além disso, enquanto o semiótico (o signo) deve ser reconhecido, o semântico (o discurso) deve ser compreendido (ibid., p.66). Benveniste destaca que este é o privilégio da língua: comportar simultaneamente a significância dos signos e a significância da enunciação. Por isso, segundo aponta, torna-se necessário ultrapassar a noção saussuriana de que do signo dependeria simultaneamente a estrutura e o funcionamento da língua. Em O aparelho formal da enunciação, Benveniste (2006, p.81) argumenta que as condições de emprego das formas e as condições de emprego da língua constituem dois mundos, duas maneiras de descrever e interpretar as coisas. No que se refere ao emprego da língua, Benveniste afirma tratar-se de um mecanismo que a afeta inteiramente, visto que a enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização (ibid., p.82), sendo o discurso uma manifestação da enunciação. Este ato individual introduz o locutor como parâmetro das condições da enunciação, a qual pode ser definida, em relação à língua, como um processo de apropriação (ibid., p.84) isso porque o locutor apropria-se do aparelho formal e enuncia-se por meio dos índices específicos e dos procedimentos acessórios. Essa relação que o locutor estabelece com a língua determina os caracteres lingüísticos da enunciação (ibid., p.82); há formas específicas que o instanciam, isto é, colocam-no em relação constante e necessária com a sua enunciação. Benveniste lista as formas específicas, as quais se constituem pelos índices de pessoa, índices de ostensão e paradigma das formas temporais. A enunciação também fornece as condições para as grandes funções sintáticas, isto é, os procedimentos acessórios, que compreendem a interrogação, a intimação, a asserção e a modalização. Texto e enunciação: articulando conceitos A partir da leitura de apenas esses seis artigos de Benveniste, o que podemos dizer sobre o estudo do texto sob tal ponto de vista teórico? Em que consiste analisar um texto para a enunciação? Que aspectos devem-se observar quando da análise sob tal perspectiva? Inicialmente, é preciso relembrar que Benveniste não propõe um modelo de análise voltado ao texto. Portanto, na leitura dos artigos, buscamos dar relevo a noções que, de certa forma, podem ser deslocadas de seu quadro teórico e empreendidas em uma reflexão acerca do objeto texto. De fato, pensamos ser possível, a partir de certos conceitos-chave da teoria de Benveniste, formular alguns princípios teóricos e categorias de análise para o estudo do texto. Primeiramente, em relação aos princípios, entendemos que estes se elaboram a partir de concepções que perpassam e/ou fundamentam a teoria benvenistiana e, portanto, ancoram as análises empreendidas a partir de determinadas categorias. Um primeiro princípio a ser estabelecido consiste no fato de a teoria da enunciação benvenistiana sustentar-se desde um ponto de vista linguístico. As análises propostas por Benveniste buscam explicitar os mecanismos da língua e seu 97

5 funcionamento, a partir da apropriação desta pelo locutor. Assumir um ponto de vista linguístico não significa restringir os estudos enunciativos à análise descritiva das formas linguísticas; as unidades da língua devem ser observadas em seu emprego e, segundo aponta o autor, analisadas sob a forma e o sentido. Benveniste, sobretudo, põe em relevo a questão da significação, pois, para ele, o próprio da linguagem é, antes de tudo, significar (Benveniste, 2006, p.222). Assim, cumpre verificar como a linguagem articula-se para produzir sentidos e que mecanismos possibilitam a semantização da língua. Flores et al. (2009, p.20) argumenta que estudar a linguagem do ponto de vista da enunciação é estudá-la do ponto de vista do sentido o núcleo é o sentido, o qual perpassa todos os níveis de análise linguística outro princípio. Tal postura será empreendida em relação à análise do texto. Mas, antes disso, é preciso explicitar o que podemos entender por texto no quadro teórico benvenistiano. O linguista afirma que o ato de enunciação gera um enunciado: o discurso. Logo, podemos conceber texto como discurso, ou seja, como produto da enunciação. Desse modo, as considerações em relação à frase 3, expressão semântica por excelência (Benveniste, op.cit., p.229), podem ser estendidas ao texto, visto ser a frase um produto da enunciação. Quanto ao seu objeto, Benveniste esclarece que não se trata do texto do enunciado, mas o próprio processo de enunciar. O enunciado, por sua vez, fornece os elementos necessários para o acesso ao processo de enunciação, visto que a relação que o locutor estabelece com a língua determina os caracteres linguísticos da enunciação. De fato, são esses caracteres, isto é, marcas, que devem ser observados quando do estudo do texto; parte-se do que está posto textualmente no enunciado para também chegar ao processo de enunciação e explicitar os mecanismos pelos quais o locutor produz sentidos. Então, o que permite ao locutor inscrever-se e marcar-se na língua? Vejamos. Ao analisar a estrutura das relações de pessoa no verbo, Benveniste conclui que todas as línguas comportam, cada qual à sua maneira, a categoria de pessoa (eu-tu) e a de não-pessoa (ele), de modo que eu, postulando um outro diante de si, assume e situa a língua toda. Cumpre verificar, quando da análise textual, como a categoria de pessoa subjetiva eu instaura-se e como instancia o outro, categoria de pessoa não-subjetiva tu, em seu dizer. Benveniste acrescenta: toda enunciação é uma alocução; logo, este outro está sempre presente. É essa realidade dialética (eu-tu) que, segundo o autor, constitui o fundamento linguístico da subjetividade, entendida como a capacidade do locutor para se propor como sujeito (Benveniste, 2005, p.286). Eis o princípio da intersubjetividade, condição para a subjetividade. Tal subjetividade pode revelar-se na língua por meio de inúmeros mecanismos e/ou categorias linguísticas. Primeiramente, podem-se observar os pronomes. Segundo Benveniste, os pronomes dividem-se em duas modalidades: uns pertencem às instâncias de discurso e apenas nestas podem ser identificados são, por exemplo, os pronomes relativos à categoria de pessoa e os demonstrativos; outros pertencem à sintaxe da língua e têm um referente objetivo que independe da instância de discurso são os do 3 Frase, em Benveniste, deve ser entendida como unidade do discurso. A frase não tem extensão limitada por critérios externos à enunciação: pode ser constituída por uma ou mais palavras; ou por um conjunto de frases, representando, na escrita, um parágrafo; ou ainda estender-se por mais de um parágrafo (Flores et al., 2009, p.67). 98

6 domínio da não-pessoa. Cabe observar como tais relações referenciais instituem-se no texto. Também as formas verbais e as variações de seu paradigma, como aspecto, tempo, gênero, pessoa etc. são solidárias da instância individual de discurso: são nela atualizadas e dela dependem, de modo que a temporalidade humana com seu aparato linguístico revela a subjetividade inerente ao exercício da linguagem. É preciso esclarecer que a teoria enunciativa de Benveniste não objetiva estudar o sujeito em si, mas justamente tais marcas linguísticas que, inscritas no enunciado, permitem reconstruir o processo de enunciação pelo qual o locutor passa a sujeito. Importa, pois, verificar o modo de dizer e não o dito, isto é, como o locutor mobiliza a língua, repertório de signos que possibilita combinações, e a engendra num discurso particular. A língua, conforme argumenta Benveniste, possui uma maneira específica de significar, uma dupla significância, que engloba os modos semiótico e semântico. Na produção do discurso, ambos estão em jogo: sobre o semiótico, a língua-discurso constrói uma semântica própria (id., 2006, p.233). Assim, enquanto no nível semiótico o sentido define-se numa relação paradigmática, no nível semântico realiza-se por uma forma específica, ou seja, num sintagma, de modo que não interessa mais o significado do signo valor genérico e conceitual que este possuía no modo semiótico, mas, sim, da palavra que, no texto, assume um sentido particular. O sentido da frase é a ideia que ela exprime e que se realiza formalmente, ou seja, se dá pelo agenciamento das palavras, pela organização sintática, pela ação de uma palavra sobre as outras. E, além disso, o sentido da frase implica referência à situação e à atitude do locutor (ibid., p.230). Aqui, cabe uma observação: por vezes, atribui-se à teoria da enunciação a contribuição em relação à abordagem de aspectos que excedem o linguístico, a saber, sujeito/locutor, alocutário e contexto situacional, na medida em que estes elementos seriam exteriores ao sistema da língua o que, por exemplo, poderia ser reforçado por proposições tais como com a frase, liga-se às coisas fora da língua (ibid., p.230). No entanto, o que se pode depreender da leitura dos artigos é que essas categorias locutor, alocutário e contexto situacional, embora, de certo modo, externas à língua, passam a ter existência somente na e pela língua. Ao mobilizar e apropriar-se da língua, o locutor estabelece relação com o outro e com o mundo via discurso, marcando na língua sua subjetividade e constituindo-se como sujeito. A noção de instância de discurso é essencial nesse sentido, pois a realidade a que se refere a enunciação é sempre uma realidade de discurso, marcada linguisticamente, e não uma realidade do mundo na medida em que a língua comporta os mecanismos que permitem a enunciação, logo, sujeito/locutor, alocutário e situação, bem como referência, estão inscritos na própria estrutura da língua e instituem-se no uso da língua; importa a realidade instaurada no e pelo texto/discurso. Por isso, o extralinguístico não encontra lugar na teoria benvenistiana. Diante disso, a análise textual deve circunscrever-se à materialidade linguística, considerando-se a realidade instaurada pelo texto, sem fazer intervir elementos externos extratexto, se assim podemos dizer. Ainda quanto à referência, Benveniste esclarece: a referência da frase é o estado de coisas que a provoca, a situação de discurso ou de fato a que ela se reporta e que nós não podemos jamais prever ou fixar (ibid., p.231). Isso porque as condições 99

7 intersubjetivas da enunciação são sempre únicas: o eu e o tu definem-se a cada instância; essa referência à instância de discurso une ao eu-tu uma série de indicadores, como os demonstrativos, os advérbios, os adjetivos indicadores da dêixis, o paradigma das formas temporais e verbais e outros termos que se organizam em torno do eu, sempre se definindo em relação ao momento da enunciação. Conforme já mencionado, cumpre verificar como se engendram tais categorias para a construção dos sentidos no texto. O artigo O aparelho formal da enunciação (ibid., p.81) sintetiza, de certa forma, muitos dos conceitos elaborados ao longo dos artigos de Benveniste e, portanto, condensa alguns dos aspectos que devem ser observados quando da análise de um texto. Benveniste argumenta que as línguas possuem um aparelho do qual o locutor apropriase para enunciar, fazendo uso, para tanto, de índices específicos e de procedimentos acessórios e, assim, constituindo-se como sujeito. No que se refere ao processo de enunciação e, aqui, também no que refere ao texto, é preciso considerar: o próprio ato, a situação em que este se realiza e os instrumentos de sua realização. Tais aspectos constituem categorias a ser observadas na análise textual. Em relação aos índices específicos e instrumentos acessórios, cabe ressaltar que estes merecem especial atenção quando da análise textual. Os índices específicos comportam os índices de pessoa eu-tu, que instanciam locutor e alocutário; de ostensão, que situam e/ou designam um objeto ao mesmo tempo em que se enuncia a instância de discurso; e de tempo, cuja forma axial é o presente, visto que coincide com o momento da enunciação. Estes índices nascem a cada enunciação e, assim, referem algo novo a cada vez que são enunciados. Já os instrumentos acessórios consistem no aparelho de funções: a interrogação consiste em uma enunciação construída para suscitar uma resposta, o que pode dar-se por formas lexicais, sintáticas, partículas, pronomes etc.; a intimação contém formas que implicam ordens, como o imperativo ou o vocativo; a asserção visa a comunicar uma certeza; e, por fim, a modalização, que inclui os modos verbais, como o optativo e o subjuntivo, os quais enunciam atitudes do enunciador em relação ao que enuncia (expectativa, desejo, apreensão), e também formas pertencentes à fraseologia, como talvez, sem dúvida, provavelmente, podendo indicar incerteza, possibilidade, indecisão etc. O aparelho formal, de fato, constitui-se num mecanismo que corrobora para colocar a língua em uso; através desse aparelho, o locutor apropria-se da língua e a semantiza, convertendo-a em discurso. Tal discurso será sempre particular, único, porque jamais pessoa/tempo/espaço poderão repetir-se. A unicidade das categorias de pessoa, tempo e espaço instaura o princípio da irrepetibilidade da enunciação, conferindo singularidade ao processo enunciativo, tanto de produção quanto de leitura de um texto. No que se refere à análise do texto, a singularidade do ato enunciativo de leitura refuta uma interpretação definitiva dos enunciados. O próprio analista produz uma leitura única, singular e, ao buscar reconstruir os sentidos do enunciado a partir das marcas nele presentes, produz uma análise também singular. O texto sempre espera por uma interpretação locutor e alocutário referem e co-referem. É Benveniste quem ressalta: o que escreve se enuncia ao escrever e, no interior de sua escrita, ele faz os indivíduos se enunciarem (ibid., p.90). 100

8 Algumas conclusões Conforme destacamos inicialmente, o texto tem sido objeto de teorias que, de longa data, têm buscado sistematizar aparatos teórico-metodológicos para abordar a estruturação desse objeto. Quanto à teoria da enunciação benvenistiana, especificamente, não podemos dizer o mesmo, pois não há, no escopo dessa teoria, uma preocupação com o estudo do texto. Cabe ressaltar, no entanto, que o viés enunciativo tem oferecido uma perspectiva de análise que, em se considerando o ponto de vista linguístico, muito tem a contribuir para abordagem dos mecanismos e funcionamento da língua em uso. Assim, a partir da leitura dos seis artigos de Benveniste, buscamos destacar alguns conceitos-chave que, em nosso entendimento, permitem derivar reflexões em relação ao objeto texto. Vale ressaltar que tais reflexões consistem num primeiro movimento de leitura, a qual objetivamos aprofundar. Os princípios e categorias de análise aqui apenas esboçados não visam a elaborar um modelo de análise a ser seguido e, sim, a sistematizar um aparato teóricometodológico que, em certa medida, está presente na obra de Benveniste. Cumpre destacar que cada analista, quando do estudo de um determinado texto, precisa compor seu aparato teórico-metodológico. O que isso significa? Cada texto, sendo singular, suscita no analista um aparato também singular; determinados aspectos enfatizados numa análise x, por exemplo, podem ser completamente irrelevantes para uma análise y. Ou seja, os princípios e as categorias, de certa forma, estão postos, mas o modo como o analista os mobiliza é particular a cada novo objeto de análise. De fato, defendemos que a teoria enunciativa benvenistiana fornece elementos que sustentam o trabalho com texto atividade que assume relevância no que se refere ao ensino de língua, já que o texto tem ocupado, crescentemente, papel de destaque em aulas de Língua Portuguesa. Referências BENVENISTE. E. Problemas de lingüística geral I. Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. Campinas, SP: Pontes Editores, BENVENISTE. E. Problemas de lingüística geral II. Trad. Eduardo Guimarães et al. Campinas, SP: Pontes Editores, FLORES, Valdir do Nascimento; BARBISAN, Leci Borges; FINATTO, Maria José Bocorny; TEIXEIRA, Marlene. Dicionário de linguística da enunciação. São Paulo: Contexto,

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