LEITURA E ESCRITA: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE TEORIAS ENUNCIATIVAS

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1 - SEPesq LEITURA E ESCRITA: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE TEORIAS ENUNCIATIVAS Ana Paula Sahagoff Doutoranda UniRitter anasahagoff@gmail.com Resumo: O presente artigo decorre de um estudo que resultará em um capítulo da tese de Doutorado Uma leitura da representação do agir docente em histórias de vida de professores, que está em andamento. A discussão do tema vem da necessidade de refletir a respeito de leitura e escrita a partir de teorias enunciativas. Trata-se de uma reflexão teórica que envolve estudos que procedem de Bakhtin e de Benveniste. O foco deste artigo recai sobre as seguintes obras: Marxismo e filosofia da linguagem, Estética da criação verbal (Bakhtin) e Problemas de linguística geral I e II (Benveniste). Bakhtin enfatiza o aspecto social da enunciação. De acordo com Bakhtin, o locutor (escritor) serve-se da língua, num dado contexto para se posicionar como sujeito. A tarefa do leitor não é apenas reconhecer e identificar as palavras, mas sim compreender sua significação em um determinado contexto concreto preciso. A significação da palavra só se realiza no processo de compreensão ativa e responsiva. A enunciação proposta por Benveniste é entendida como o colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização. O ato individual ocorre a partir de um locutor (escritor), que se enuncia, assume a palavra e, assim, implanta o outro diante de si, ou seja, a enunciação sempre é dirigida a alguém. Esse alguém é sempre um tu, ou seja, um leitor. Neste estudo, as teorias enunciativas têm a finalidade de fundamentar dois atos de interação essenciais: a leitura e a escrita. Palavras-chave: Enunciação. Escrita. Leitura. 1 Introdução Quando se fala em teorias enunciativas, os nomes mais lembrados são Bakhtin e Benveniste. Bakhtin enfatiza o aspecto social da enunciação, principalmente quando desenvolve o conceito de interação verbal, que ocorre através de enunciados, manifestados de forma oral ou escrita. Benveniste entende enunciado como resultado de um ato de enunciação, ou seja, de um ato em que um sujeito (um eu) assume a palavra e ao fazê-lo instaura o outro, o tu. A enunciação para o autor é a transformação da língua em discurso. Enquanto Bakhtin considera o contexto sociocultural da enunciação, Benveniste se preocupa em descrever as categorias linguísticas que constituem o que ele denomina de Aparelho Formal da Enunciação. Na obra Marxismo e Filosofia da Linguagem, Bakhtin (2014) afirma que tudo que é ideológico é um signo, ou seja, tudo que é ideológico remete a algo situado fora de si e possui um significado. O corpo físico não significa, pois está

2 - SEPesq na própria natureza, mas pode ser percebido como símbolo. Tudo que é ideológico possui valor semiótico. Os signos podem ser naturais, podem ser específicos e podem refletir a realidade. Os signos estão sujeitos a critérios de avaliação; correto, falso, bom, etc. Não são apenas reflexões da realidade, mas podem ser fragmentos da realidade. Para compreender um signo é necessário aproximá-lo de outros já conhecidos, pois a compreensão é uma resposta a um signo por meio de signos (BAKHTIN, 2014, p.34). Conforme o autor, essa cadeia de criatividade, na qual os signos se deslocam é única e contínua e essa cadeia ideológica estende-se de consciência individual em consciência individual através da interação social. Para que os signos possam existir é necessário que os indivíduos estejam socialmente organizados, que formem uma unidade social para constituir um sistema de signos. A consciência individual só pode ser explicada a partir do meio ideológico e social, é um fato socioideológico. A existência do signo é a materialização da comunicação e a palavra é o lado mais puro e sensível da relação social. A palavra, fenômeno ideológico por excelência, é o primeiro material da consciência individual. A palavra é produzida sem recursos, no meio individual, assim determinando a palavra como material semiótico da vida interior, da consciência (discurso interior). (BAKHTIN, 2014, p.37). A palavra constitui material para o desenvolvimento da consciência e acompanha o ato ideológico. A compreensão dos fenômenos ideológicos (peça de teatro, comportamento humano, etc) não podem operar sem o discurso interno. Os signos não-verbais, também manifestações ideológicas, banham-se no discurso e não podem ser separados dele. Nenhum signo não-verbal pode ser inteiramente substituído por palavras, pois seria impossível substituir uma composição musical por palavras apenas. No entanto, esses discursos nãoverbais se apoiam em palavras e/ou são acompanhados por elas. Nenhum signo cultural, quando compreendido e dotado de um sentido, permanece isolado: torna-se parte da unidade da consciência verbalmente constituída (BAKHTIN, 2014, p.38). A palavra possui propriedades importantes: pureza semiótica, neutralidade ideológica, implicação na comunicação e presença em todo ato consciente. A palavra não existe sem sua significação. Conforme Bakhtin (2014), todo gesto ou processo do organismo como os movimentos do corpo, a respiração, o discurso interior, a mímica, tudo que ocorre no organismo pode torna-se material para expressão psíquica, pode adquirir um valor semiótico, tornar-se expressivo. A palavra revela-se como material semiótico privilegiado para o psiquismo. O discurso interior se cruza com reações gestuais, mas a palavra é a base, fundamento da vida interior. Assim, o pensamento, desde a origem, pertence ao sistema ideológico e às suas leis. A compreensão de cada signo (interior: atividade interior ou exterior: ideológico) resulta da ligação com a situação em que ele se forma. Fato que constitui uma experiência exterior, sempre uma situação social.

3 - SEPesq Para o Benveniste (2006), a linguagem está na natureza do homem, não foi criada pelo homem, portanto não pode ser considerada um instrumento. Falar na linguagem como instrumento é pôr em oposição homem e natureza. A função da linguagem, de acordo com Benveniste, é reproduzir a realidade, ou seja, a realidade é produzida novamente por intermédio da linguagem. A linguagem reproduz o mundo, mas submetendo-o à sua própria organização. (1995, p.26). A linguagem é profundamente marcada pela expressão da subjetividade. A subjetividade é a capacidade do locutor, aquele que produz um texto, para se propor como sujeito. O despertar da consciência na criança coincide com o aprendizado da linguagem. A linguagem representa a faculdade de simbolizar, que permite ao sujeito a formação de conceitos de um objeto concreto, que é apenas um exemplar dele (fundamento da abstração). O homem, ser racional, inventa e compreende símbolos, possui faculdade de representação simbólica, fonte comum do pensamento, da linguagem. A linguagem, de acordo com Benveniste (1995), é um sistema simbólico organizado em dois planos: de um lado é um fato físico, que tem a mediação do aparelho vocal para produzir e do aparelho auditivo para perceber; de outro, estrutura imaterial, comunicação de significados, substituindo os acontecimentos ou das experiências pela sua evocação. (1995, p.30). Pensar e falar são duas atividades distintas, conforme Benveniste. O conteúdo do pensamento recebe forma na e da língua quando é enunciado. A língua é condição para realização do pensamento. A possibilidade do pensamento ligase à faculdade de linguagem, pois a língua é uma estrutura enformada de significação e pensar é manejar os símbolos da língua. (BENVENISTE, 1995, p. 80). O universo da subjetividade é o da palavra, de acordo com análises freudianas, citadas por Benveniste (1995, p.84) [...] percebeu-se que o sujeito se serve da palavra e do discurso para representar-se a si mesmo, tal como quer ver-se, tal como chama o outro para comprovar. A língua fornece o instrumento do discurso, onde o sujeito cria, se liberta, atinge o outro. Para Benveniste (1995), a língua forma um sistema. Essa ideia de língua como sistema tem origem nos ensinamentos de Ferdinand de Saussure. Cada língua tem uma organização própria, ligações dependências entre os signos, que são arbitrários, ou seja, as coisas são nomeadas sem que haja relação entre o objeto e o nome. O princípio fundamental da língua constitui um sistema do qual todas as partes são unidas por uma relação de solidariedade e de dependência. (BENVENISTE, 1995, p.104) De acordo com Benveniste (1995), a frase realiza-se através de palavras, a palavra é um constituinte da frase. O número de signos que compõem uma frase é indiferente. Os fonemas, os morfemas e as palavras existem em número finitos, enquanto as frases são infinitas. A frase, criação indefinida, variedade sem limite, é a própria vida da linguagem em ação (BENVENISTE, 1995, p.139). A palavra é um elemento sintagmático, que

4 - SEPesq constitui enunciados empíricos. A expressão do discurso é o uso da língua como instrumento de comunicação. É no discurso atualizado em frases que a língua se forma e se configura, Aí começa a linguagem. (BENVENISTE, 1995, p.140). A língua é vista, de um lado, como conjunto de signos combinados em estruturas e sistemas; e, de outro, como manifestação da comunicação viva. Esses dois lados se cruzam a todo instante. Sob uma perspectiva diferente de Bakhtin, a enunciação proposta por Benveniste é entendida como o colocar em funcionamento a língua por uma ato individual de utilização. Na enunciação está o próprio ato, as situações em que se realiza e os instrumentos de realização. O ato individual ocorre a partir de um locutor, que se enuncia. Cada locutor, de acordo com Benveniste (1995), não pode propor-se como sujeito sem implicar o outro, o outro é alguém que compartilha da mesma língua e do repertório de formas, sintaxe e conteúdos. 2 Enunciação: escrita e leitura De acordo com Bakhtin (2014), para observar o fenômeno da linguagem é necessário situar os sujeitos (locutor e receptor), o próprio som no meio social. É necessário que locutor e receptor pertençam à mesma comunidade linguística e estejam integrados na unicidade da situação social imediata. A unicidade do meio social e do contexto social imediato são condições absolutamente indispensáveis para tornar-se um fato de linguagem. O ato de fala não ocorre apenas com a presença de dois organismos vivos. O consciência subjetiva do locutor não se utiliza da língua como um sistema de formas normativas. De acordo com Bakhtin, o locutor serve-se da língua para suas necessidades enunciativas concretas (para o locutor, a construção da língua está orientada no sentido da enunciação da fala) (2014, p.95). Trata-se de utilizar a língua num dado contexto concreto. Para o locutor, o centro de gravidade da língua não reside na conformidade à norma da forma utilizada, mas na nova significação que essa forma adquire no contexto. (BAKHTIN, 2014, p.96). O que importa para o locutor não é o aspecto da forma linguística, que permanece sempre idêntica, mas o contexto, o uso do signo (variável e flexível) na situação concreta. Entende-se que locutor é aquele que utiliza a língua para produzir um discurso/texto, ou seja, aquele que escreve. O escritor vai fazer suas escolhas linguísticas de acordo com sua intenção e seu público leitor. O papel do receptor, entendido como leitor, não se resume apenas ao reconhecimento de uma forma linguística, a tarefa de descodificação não consiste em reconhecer a forma utilizada, mas compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação numa enunciação particular. (BAKHTIN, 2014, p.96). Trata-se de perceber seu caráter de novidade. O receptor também considera a forma linguística como signo variável e flexível. O elemento que torna a forma linguística um signo é a sua mobilidade específica,

5 - SEPesq é a compreensão da palavra num sentido particular. Todo ato de compreensão do receptor é uma resposta. A consciência linguística dos sujeitos (locutor e receptor), de acordo com Bakhtin (2014) nada tem a ver com um sistema abstrato de formas normativas, mas apenas com a linguagem no sentido de conjunto dos contextos possíveis de uso de cada forma particular. (p.98). A palavra não tem um sentido único do dicionário, ela parte das diversas enunciações e na da prática linguística adquire sentidos. A palavra está carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial. (BAKHTIN, 2014, p.99). A língua, no uso prático, não pode ser separada do seu conteúdo ideológico. O sentido da palavra é determinado pelo contexto. A significação não está na palavra, nem na alma do locutor, nem na alma do interlocutor. Ela é o efeito da interação do locutor e do receptor produzido através do material de um determinado complexo sonoro. (BAKHTIN, 2014, p.137). A significação só se realiza no processo de compreensão ativa e responsiva. É a corrente da comunicação verbal que fornece significação à palavra. Toda palavra comporta duas faces, procede de alguém e se dirige a alguém, ela constitui o produto da interação do locutor e do receptor. A palavra é considerada por Bakhtin (2014) uma espécie de ponte, entre locutor e interlocutor. Numa extremidade, a palavra se apoia no locutor e na outra no interlocutor, a palavra é o território comum entre eles. O locutor, em um determinado momento, é considerado o dono da palavra, ele assume a palavra. A situação social mais imediata e o meio social mais amplo determinam completamente e, por assim dizer, a partir do seu próprio interior, a estrutura da enunciação. (BAKHTIN, 2014, p.117). A situação e os participantes determinam a forma e o estilo da enunciação. A enunciação é sempre um elo na cadeia dos atos de fala. Toda enunciação, mesmo na forma imobilizada da escrita, é uma resposta a alguma coisa e é construída como tal. Não passa de um elo da cadeia dos atos de fala. (BAKHTIN, 2014, p.101). A enunciação é de natureza social. A enunciação será sempre determinada pelas condições reais e pela situação social mais imediata, [...] é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados e, mesmo que não haja um interlocutor real, este pode ser substituído pelo representante médio do grupo social ao qual pertence o locutor. (BAKHTIN, 2014, p.116). Não existe um interlocutor abstrato. O centro organizador de toda enunciação, de toda expressão, não é interior, mas exterior: está situado no meio social que envolve o indivíduo. (BAKHTIN, 2014, p.125). A realidade da língua é de natureza social. Toda enunciação faz parte de uma corrente, é apenas uma fração de uma corrente de comunicação verbal ininterrupta (concernente à vida cotidiana, à literatura, ao conhecimento, à política, etc.). (BAKHTIN, 2014, p.128). A

6 - SEPesq comunicação verbal, muitas vezes é acompanhada de gestos, cerimônias, atos simbólicos, nesses casos a comunicação verbal tem apenas um papel auxiliar. O enunciado é considerado acabado, pois entende-se que o locutor/escritor disse ou escreveu tudo aquilo que queria, em um determinado momento e em condições específicas. Esse acabamento é necessário para permitir uma resposta, que pode ser a uma simples pergunta ou a uma obra inteira. No caso da obra, o leitor se posiciona concordando ou discordando (totalmente ou parcialmente) do locutor. Apesar de permitir a criatividade e a individualidade do sujeito que fala, o enunciado não é absolutamente livre, pois ele se molda às formas estáveis da língua. De acordo com Bakhtin (2014), um livro constitui igualmente um elemento da comunicação verbal, é parte de uma discussão ideológica que responde, confirma, apoia uma ideia. O livro é objeto de discussões ativas sob a forma de diálogo e, além disso, é feito para ser apreendido de maneira ativa (2014, p.127). O discurso escrito integra uma discussão ideológica. Para Bakhtin (2014), uma obra visa à resposta do outro, busca exercer influência didática sobre o leitor, suscitar uma apreciação crítica. O autor manifesta a sua individualidade e sua visão de mundo. Uma obra escrita se apoia ou se opõe a obras anteriores, portanto a obra também é um elo na cadeia de comunicação verbal. O enunciado manifesta a posição do sujeito que fala/escreve, a individualidade e a visão de mundo, portanto, uma apreciação do locutor sobre um determinado objeto do discurso. A comunicação verbal não pode ser entendida e explicada fora da situação concreta. O discurso sempre está fundido em forma de enunciado pertencente a um determinado sujeito do discurso, e fora dessa forma não pode existir. (BAKHTIN, 2015, p.274). Conforme Bakhtin, a verdadeira substância da língua é constituída pelo fenômeno social da interação verbal que se realiza através da enunciação. A interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da língua. De modo geral, para Bakhtin, um enunciado resulta da utilização de palavras que retiramos de outros enunciados que mantêm uma equivalência com o gênero tema, estilo e composição que utilizamos. Assim, nossos enunciados estão repletos das palavras/discursos dos outros, estão repletos de ecos e lembranças de outros enunciados, de respostas a enunciados anteriores. A enunciação é um produto da interação social. Um enunciado é construído dentro dessa relação social, que é externa ao indivíduo, o que significa dizer que o meio influencia a construção do enunciado. É assim que o indivíduo, no momento em que organiza o seu enunciado, leva em consideração o contexto social em que vive, sua história e seus valores. O centro organizador de toda a enunciação não é interior, mas sim exterior, logo a enunciação é de natureza social. De acordo com Bakhtin (2015), o emprego da língua efetua-se em forma de enunciados, orais ou escritos, esses enunciados refletem as condições

7 - SEPesq específicas e as finalidades, através do conteúdo temático e estilo da linguagem (pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais e, acima de tudo por sua construção composicional). Todos esses três elementos conteúdo temático, o estilo, a construção composicional estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo de comunicação. (BAKHTIN, 2015, p.262). Esses tipos relativamente estáveis são denominados de gêneros do discurso. A diversidade de gêneros é infinita, pois eles são criados, desenvolvidos em diferentes campos. Os gêneros podem ser primários (simples) ou secundários (complexos). Os gêneros simples se formam nas comunicações imediatas, enquanto os gêneros secundários, como romances, pesquisas científicas, etc., são mais desenvolvidos e organizados. Os gêneros são, de acordo com Bakhtin (2015), correias de transmissão entre história da sociedade e história da linguagem. A língua passa a integrar a vida através de enunciados concretos (que a realizam); é igualmente através de enunciados concretos que a vida entra na língua. (BAKHTIN, 2015, p.265). Todo enunciado (oral ou escrito, primário ou secundário) é individual, pois reflete a individualidade do falante ou de quem escreve, ou seja, tem um estilo individual. Para Benveniste (1995), há duas pessoas do discurso: eu, primeira pessoa, aquele que fala; tu, segunda pessoa, aquele a quem o discurso é dirigido. O ele, aquele que está ausente, a terceira pessoa indica um enunciado sobre alguém ou sobre alguma coisa, mas não se refere a uma pessoa específica. Uma característica das pessoas eu e tu é a sua unicidade específica: o eu que enuncia, o tu ao qual eu se dirige são cada vez únicos. Ele, porém, pode ser uma infinidade de sujeitos ou nenhum. (BENVENISTE, 1995, p.252). Dessa forma, a terceira pessoa não pode ser considerada uma pessoa, sendo denominada de não-pessoa. A consciência de si mesmo só é possível pelo contraste entre o eu e o tu. O eu é sempre emprega um discurso dirigido a alguém, que será um tu. Cada eu tem a sua referência própria e corresponde cada vez a um ser único, proposto com tal (BENVENISTE, 1995, p.278). O eu e o tu se referem a realidade do discursos, o eu é a pessoa que se enuncia e só pode ser identificado na instância do discurso e somente pelo discurso. O eu só existe no momento do ato da palavra proferida. O traço que une o eu/tu são indicadores : pronomes, advérbios e locuções adverbiais. Como, por exemplo, os demonstrativos, este, esse; advérbios, aqui, agora. O importante é a relação entre o indicador (pessoa, tempo, lugar, objeto mostrado, etc.) e a presente na instância do discurso. A referência se dá em relação ao sujeito que fala. De acordo com Benveniste (1995), as formas pronominais não remetem à realidade de tempo e espaço, mas à enunciação, que é única. A linguagem disponibiliza signos vazios, que se tornam carregados de informações à medida que o locutor/escritor os utiliza

8 - SEPesq em seu discurso/texto, que os assume na instância do discurso. O eu pode ser assumido por todo locutor, com a condição que ele remeta, cada vez, apenas à instância do próprio discurso. De acordo com o autor (1995), em virtude da polaridade eu tu, indivíduo e sociedade são termos complementares, não contraditórios. É pela língua e dentro dela que indivíduo e sociedade se determinam mutuamente. A relação do homem com a natureza ou a relação do homem com outro homem, através da linguagem, estabelece a sociedade. A linguagem serve para transmitir uma ordem, uma pergunta, um anúncio e provocar reação no leitor. O homem não pode ser separado da linguagem. É um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina(...). (BENVENISTE, 1995, 285). O homem se constitui como sujeito na e pela linguagem. Para a Benveniste (1995) a subjetividade é a capacidade do locutor para se colocar como sujeito. A consciência de si só é possível pela oposição do eu x tu. O eu só será empregado quando estiver se dirigindo a um tu. O eu de Benveniste é um eu discursivo e não sujeito empírico, nem psicológico. O eu só pode ser identificado na instância do discurso, no ato do discurso individual, e que só tem referência no ato do discurso. A realidade é a realidade do discurso, no qual o eu se enuncia como sujeito. A língua está organizada de uma forma que permite que cada locutor possa se apropriar dela designando-se como eu-locutor. Benveniste (2006) distingue as condições de emprego das formas e as condições de emprego da língua. O emprego das formas remete a um conjunto de regras sintáticas nas quais as formas aparecem ou devem aparecer normalmente. O emprego da língua é um mecanismo constante que afeta a língua inteira. A enunciação é o colocar a língua em funcionamento por um ato individual de utilização. A relação do locutor com a língua, quando o sujeito toma a língua como instrumento, determina a enunciação. Na enunciação, de acordo com Benveniste (2006), consideramos o próprio ato, as situações em que ele se realiza e os instrumentos para sua realização. O ato individual pressupõe um locutor e condições necessárias para a realização da enunciação. Enquanto ato individual, o locutor se apropria do aparelho formal da língua, o locutor assume a língua e implanta o outro diante de si. Toda enunciação, explícita ou implícita, pressupõe um alocutário (um leitor). O ato individual de enunciação introduz aquele que fala em sua fala, assim cada instância do discurso constitui um centro de referência interno. O indivíduo linguístico nasce de uma enunciação. A linguagem exige e pressupõe o outro. A relação do locutor com a língua determina como ele mobiliza a língua, determina caracteres linguísticos da enunciação. Esses caracteres linguísticos marcam a relação entre o locutor e a língua e podem ser estudados sob vários aspectos, entre eles, do ponto de vista da relação vocal da língua; o mecanismo de produção; a definição da

9 - SEPesq enunciação no quadro formal de realização. Para o autor na enunciação consideraremos, sucessivamente, o próprio ato, as situações em que ele se realiza, os instrumentos de sua realização (1995, p.83). Antes da enunciação a língua é apenas possibilidade, após a língua é efetuada em uma instância de discurso, que emana de um locutor, através de uma forma sonora, que atinge um ouvinte e que suscita uma nova enunciação em resposta. 3 Conclusões Através desta pesquisa, compreende-se que a leitura deve ser considerada uma prática social, pela qual se efetiva um diálogo entre o leitor e o texto. A leitura não pode ser vista como um processo mecânico, pois o papel do leitor não é passivo, ele não apenas decodifica palavras. O leitor assume uma atitude responsiva ativa com o discurso que lhe é dirigido (oral ou escrito), pois ele não fica indiferente ao que lhe é dito. De acordo com o estudo, aquele que produz um texto se enuncia e se dirige sempre a um interlocutor/leitor (real ou fictício), portanto o texto (oral ou escrito) é sempre dirigido a alguém. O papel do interlocutor/leitor é de concordar ou discordar (totalmente ou parcialmente), completando, adaptando e, durante o processo, elaborando respostas. Não é correto considerar o papel do outro, ouvinte, apenas como um sujeito que compreende passivamente um enunciado. Todo ato de compreensão é uma resposta. A tarefa do leitor não é apenas reconhecer e identificar as palavras, mas sim, compreender sua significação em um determinado contexto concreto preciso. Em casos de gêneros secundários (romances, relatórios científicos, etc) haverá um tipo de compreensão responsiva de ação retardada. Porque cedo ou tarde, o que foi ouvido e compreendido de modo ativo encontrará um eco no discurso ou no comportamento subsequente do ouvinte (BAKHTIN, 2015, p.272). Um ouvinte passivo não corresponde ao ouvinte real da comunicação verbal. De acordo com Bakhtin, a forma e o estilo da enunciação são determinados pela situação e pelos participantes mais imediatos. Portanto, a enunciação é moldada de acordo com o contexto e a intenção de quem fala ou escreve e para quem se dirige (interlocutor). Cada vez que um sujeito produz um enunciado, ele participa de um diálogo com outros discursos. Um enunciado não existe fora dessa relação dialógica, ou seja, da relação entre discursos; ele sempre ocupa uma posição dentro do processo de comunicação. Um enunciado produzido faz parte de uma corrente de comunicação. Dessa forma, toda a enunciação oral e escrita é uma resposta à outra enunciação anterior. Qualquer enunciado está sempre em busca de uma resposta, de uma atitude responsiva do outro. Todo discurso dialoga com outro discurso, manifesto através de enunciados. Os

10 - SEPesq sentidos do texto são construídos na interação verbal, pois todo ato de compreensão é uma resposta. O enunciado, desde o início, se constrói levando em conta as atitudes responsivas, o papel do outro (leitor). O ouvinte é participante ativo da comunicação discursiva. Um traço essencial (constitutivo) do enunciado é o seu direcionamento a alguém, o seu endereçamento. (BAKHTIN, 2015, p.301). O enunciado tem autor e destinatário. O destinatário pode ser um interlocutor, uma coletividade de especialistas, um público diferenciado, um povo, o chefe, um estranho, etc. Aquele a quem eu respondo é meu destinatário, de quem, por sua vez, aguardo resposta (ou, em todo caso, uma ativa compreensão responsiva). (BAKHTIN, 2015, p.302). Para Bakhtin, quando o sujeito fala ou escreve leva em consideração o destinatário, até que ponto ele está a par da situação, suas concepções e convicções. Toda enunciação atinge um ouvinte (tu), suscitando uma nova enunciação em resposta. O locutor se apropria do aparelho formal da língua e enuncia sua posição (...) (BENVENISTE, 2006, p.84). No momento em que o indivíduo se declara locutor, ele assume a língua e implanta o outro diante de si. Toda enunciação postula um alocutário, explicito ou implicitamente. A linguagem está de tal forma organizada que permite a cada locutor apropriar-se da língua toda designando-se como eu. (BENVENISTE, 1995, p.288). Dessa forma, leitura e escrita são considerados atos de interação, pois há relações de diálogo entre escritor, texto e leitor. Referências BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 6. ed. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1992a. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992b. BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral I. 5.ed. Campinas, SP: Pontes Editores, BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral II. 2.ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2006.

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