O CRIME COMO CONSEQUÊNCIA DO SENTIMENTO DE CULPA: uma interlocução entre Direito e Psicanálise na visão de Freud e Lacan

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1 O CRIME COMO CONSEQUÊNCIA DO SENTIMENTO DE CULPA: uma interlocução entre Direito e Psicanálise na visão de Freud e Lacan CRIME AS A CONSEQUENCE OF THE GUILT FEELING: an interlocution between Law and Psychoanalysis within the vision of Freud and Lacan Assedina Pereira Esteves 1 Artigo apresentado em cumprimento parcial às exigências do Curso de Especialização em Psicanálise Teoria, Interfaces e Aplicações Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE. Orientador: Robson Campos Universidade Vale do Rio Doce Univale Curso de Especialização em Psicanálise Teoria, Interfaces e Aplicações 1 Psicóloga. Analista da Secretaria de Defesa Social. Especialista em Psicanálise Teoria, Interfaces e Aplicações. Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE. assedina@bol.com.br

2 RESUMO: Este artigo de revisão bibliográfica surgiu a partir da investigação, na via da Psicanálise postulada por Freud e Lacan, sobre o que leva um sujeito à passagem ao ato delituoso, particularmente os crimes ditos edipianos, conforme definição sugerida por Lacan, a partir do próprio discurso produzido pelo sujeito na singularidade do seu ato. Conclui-se que, pela via da Psicanálise, é pela solução particular que se pode construir uma resposta, enquanto o Direito está atrelado ainda à questões criminais na dimensão de resoluções coletivas. 1 Palavras-chave: Crime; Complexo de Édipo; Responsabilidade; Psicanálise. ABSTRACT: This article of bibliographic review arose from the investigation, according to the Psychoanalysis postulated by Freud and Lacan, concerning what leads an individual to undertake a criminal act, particularly those crimes known as Oedipal, according to definition suggested by Lacan upon the speech produced by the individual in the singularity of his act. Concluded that, through psychoanalysis, is the particular solution that we can build a response, while the law is still tied to criminal matters in the dimension of collective resolutions. Key words: crime; Oedipus complex; responsibility; psychoanalysis. Nas sociedades democráticas, o Poder Judiciário tem a função de dirimir os conflitos entre os homens. Há poucos séculos, no mundo ocidental, a Justiça passou a ser a encarregada de estabelecer os limites para manter a ordem pública, e ela o faz através da lei. O Direito Penal classifica o que é proibido nomeando como crime e quem o comete está sujeito à punição prevista pelo Estado. Dessa forma, o Direito Penal foi instituído considerando a existência de um sujeito responsável por seus atos, por isso pode-lhe ser imputada uma pena. Todos os que cometem crimes podem ser penalizados, salvo algumas exceções. Dentre elas, os portadores de doença mental, as crianças e os adolescentes considerados inimputáveis pela Justiça. Dentro deste contexto, as exceções à legislação colocam na cena jurídica outros saberes que não os tradicionais. Assim, além de outras disciplinas, a Psicanálise, cada vez mais, tem sido chamada a operar neste campo que, antes, cabia somente aos operadores do direito e à polícia.

3 2 A aplicação da Psicanálise no contexto jurídico já acontece há alguns anos no Brasil. Entretanto, a possibilidade de fazer operar o discurso psicanalítico nesse campo produz várias questões. Tanto Freud (1912/1969) quanto Lacan se interessaram pela interlocução entre o Direito e a Psicanálise. Contudo, há diferenças entre os dois na maneira de abordá-la. Freud (1912/1969), apesar de vislumbrar a prática psicanalítica no campo jurídico, não chegou a formalizar as coordenadas para que isso se efetivasse. Ele recorreu, em diversos momentos da sua obra, ao campo do Direito, principalmente, no que diz respeito aos delitos, já que ele estabelecia, como causa da lei, os crimes do parricídio e incesto. Entretanto, a abordagem freudiana em relação à lei, estruturada em torno do Complexo de Édipo e da culpa pelo parricídio decorrente dele, tornou-se uma teorização difícil de ser sustentada nos dias de hoje. Lacan (1998), por sua vez, indicou alguns caminhos para que o discurso psicanalítico pudesse operar no campo jurídico. Com Lacan, o paradigma não se coloca em torno do sentimento de culpa, mas da responsabilidade. Sendo assim, começamos por descrever o que, para Freud, deu origem ao sentimento de culpa. Freud realizou diversas modificações na teorização sobre o sentimento de culpa, entretanto, sempre centralizou sua abordagem no ato parricida. Para Freud o Complexo de Édipo é a conexão, em cada sujeito, do universal da culpabilidade. Sendo assim, o mito do parricídio expresso em seu texto Totem e tabu, no ano de 1912, destaca a existência de uma violência estrutural na história da humanidade. Houve um crime: [...] Freud supõe a existência, nos primórdios da humanidade, de um agrupamento humano denominado horda [...] A horda primeva era constituída pelo pai, seus filhos homens, e as mulheres. O pai detinha todo poder sobre a tribo. Todos, sem exceção, estavam submetidos à sua tirania. Quando os filhos cresciam, o pai os expulsava do clã. Com o passar do tempo, os homens expulsos se uniram e voltaram à tribo. Eles mataram o pai e comeram sua carne (SALUM, 2001, p. 21).

4 3 A partir do mito da horda primeva, Freud (1912/1969) descreve uma situação mítica na qual os filhos expulsos matariam e devorariam o pai tirânico colocando fim à horda patriarcal - o fato de devorarem o pai fazia com que se identificassem com ele, adquirindo parte de sua força. Entretanto, Freud destaca a presença de sentimentos ambivalentes dos irmãos perante o pai, pois, ao mesmo tempo que o odiavam - por representar um obstáculo aos seus desejos sexuais - o amavam e o admiravam. Esta ambivalência levaria a um sentimento de culpa. Dessa forma, o pai morto tornou-se mais forte do que o fora vivo. De acordo com Salum (2001) os dois crimes primordiais - parricídio e incesto deram origem à própria civilização humana. Para a psicanálise freudiana, o laço social pôde existir em decorrência desse crime primordial e da instauração da lei que foi conseqüência dele. Foi isso o que, para Freud, determinou a passagem da horda para a cultura humana. Após a morte do chamado pai primevo não houve acordo entre os irmãos, foi preciso instituir uma nova lei - não matarás. Este crime primordial deu origem a uma lei universal. O mito do Édipo foi, para Freud, uma tentativa de formalizar a inscrição da violência na subjetividade de cada um. Através desse mito, a violência passa a ser um crime cometido não somente pelos irmãos da horda, este crime é reeditado por cada sujeito neurótico. Sustenta Freud (1912/1969) que o sentimento de culpa é uma conseqüência do remorso pelo parricídio e, dessa culpa, decorrente do parricídio, originou-se a civilização, bem como suas conquistas. Assim, a relação culposa do sujeito com o pai torna-se o ponto no qual se situa toda a problemática do sujeito com o social. Freud (1930/1996) indica ainda que a preexistência de um sentimento de culpa é um elemento decisivo no desencadeamento de um impulso criminoso. Nesse sentido ele inverte os termos da opinião comum, que supõe que a culpa é um sentimento que decorre de uma transgressão, de um crime, por exemplo. Aos olhos de Freud, ao contrário, não são poucas as situações em que um terrível sentimento de culpa - parcialmente inconsciente e ligado a complexos recalcados só pode ser apaziguado quando se estabelece sua ancoragem numa ação específica, expressa pela

5 4 figura de um crime. Aqui, efetivamente, o castigo - o sofrimento neurótico - antecede ao crime, esse que vem para atenuar, sob a forma de uma realidade consumada, a força da imperiosidade fantasmática que a culpa enseja (BARRETO, 2009). Entretanto, segundo Salum (2001), Freud desenvolveu a Psicanálise em um mundo no qual era possível ver os indicativos de uma crença na autoridade da lei. O Édipo freudiano foi uma demonstração dessa crença. O sujeito neurótico - histérico ou obsessivo - mostrava, através do seu sintoma, que a lei do pai funcionava porque este falhava e, desta forma, transmitia-se a castração. O que era sentido como mal-estar era o retorno da falha do pai sobre o sujeito, produzindo sintomas. Assim, quando o ponto de referência outrora representado pela lei edipiana vacila, o mal-estar retorna, não apenas simbolicamente, através dos sintomas, mas em atuações e, em grande parte dos casos, em atos violentos que são configurados como crimes. Sabe-se que o pensamento freudiano que se estrutura em torno da culpa está muito bem assimilado pelas instituições judiciais e de certa forma, ele está de acordo com os ideais preconizados por estas instituições (SALUM, 2001). Entretanto, é necessário mudar este paradigma, o que acarreta em um desafio para o trabalho com a Psicanálise nestes lugares. Em nossos dias, muitas das atuações criminosas já não nos deixam ver a estrutura edípica e, por conseguinte, o sentimento de culpa. Pensar uma clínica com sujeitos que praticaram atos infracionais a partir da referência do Édipo conduz a uma lógica específica da direção do tratamento e implica em fazer valer um tipo de resposta sobre o ato que tinha na culpa sua coordenada. Para Morelli (2001) esse sentimento de culpa não é garantia de que o sujeito nunca venha a cometer um crime. O ato criminoso pode ser um pedido para que essa culpa seja sancionada pela lei. Pedir, dessa forma, ao Outro que se pronuncie, não seria pedir a esse Outro que se mostre não todo-poderoso? Se esse Outro se pronuncia, ele também estaria submetido às leis da linguagem, portanto, faltoso. O crime como ato de um sujeito, que introduz um ponto real sobre o qual nenhum saber existente fora deste ato será capaz de explicá-lo (ELIA, 2004, p. 71).

6 5 Elia (2004) afirma que a Psicanálise é o único campo do saber e da experiência humana que toma em conta esse ponto real e o faz operar, pois estabelece, a partir da suposição de um sujeito do inconsciente, que qualquer saber verdadeiro sobre o sujeito só pode ser produzido no dispositivo analítico, ou seja, a partir da relação do sujeito com o ato da fala. De acordo com o autor, Freud precisou recorrer ao mito do Pai primordial para indicar o lugar do sujeito. O ato de assassinar o pai funda a sociedade civilizada, a Lei, o Desejo, enfim, o campo da experiência a que se chama de Sujeito. Se o Pai da horda nunca existiu, nunca pôde ser assassinado no plano da realidade, o assassinato do Pai tornou-se condição essencial da estrutura do Sujeito, sem a qual nenhuma realidade poderá existir como realidade de e para um sujeito. O mito, portanto, que se apresenta como mito de origem da civilização, é o modo de Freud introduzir o sujeito no campo de experiência social e cultural (ELIA, 2004, p. 72). Sendo assim, o mito freudiano sobre o assassinato do pai, que descreve o processo de internalização de uma lei externa, expressa o modo como a interdição passa a simbolizar uma perda de satisfação para o sujeito. A interdição na satisfação pulsional pode ser entendida como conseqüência de nossa própria constituição como humanos, de nossa perda da orientação natural ao sermos submetidos ao sistema lingüístico (MILLER, 1997). É somente de forma mítica que o sujeito pode significar sua sensação de falta ou perda de satisfação, e é como sentimento de culpa que essa falta se expressa. A análise freudiana desse sentimento revela que ele expressa na verdade não uma falta, mas a presença e até mesmo o excesso de uma satisfação pulsional, que não é, no entanto, reconhecida pelo ego do sujeito como satisfação. Para Barreto (2009) uma das mais preciosas conquistas da cultura foi a gradual transformação da coerção por agentes externos em coerção por um agente interno, o supereu. Ao longo da história da humanidade, e de cada um em particular, os mandamentos culturais - inicialmente impostos como exigências de outros - tornam-se interiorizados, convertendo-se em exigências de uma instância psíquica do próprio sujeito. O supereu é o representante da lei paterna, que sela a renúncia à satisfação pulsional, que limita o gozo. Como autoridade interior, onipresente,

7 6 não faz diferença entre desejo e agressividade simplesmente intencionados e efetivamente realizados. Tanto a intenção como o ato é responsável pelo sentimento de culpa, vivido como malestar não explicado. Para o autor, a perda de felicidade por aumento da culpabilidade é o ônus da cultura. O sentimento de culpa é entendido por Freud como decorrente da renúncia à satisfação pulsional. Essa renúncia teria origem no medo da perda do amor do Outro de quem o sujeito é dependente. Freud denomina de supereu a instância que exige renúncia. É como expressão de uma desarmonia fundamental no interior do sujeito e em sua relação com o mundo que o termo supereu pode ser entendido. Na pulsão de morte veiculada por essa instância, Freud descobre uma radical impossibilidade de harmonia do sujeito com os ideais da civilização. É nesse sentido que ele descreverá o mal-estar, expresso sob a forma de sentimento de culpa, como intrínseco à civilização (BARRETO, 2009). De acordo com o autor, Freud traça o seguinte percurso para a constituição do supereu: ele é formado pelo resíduo das primeiras escolhas objetais feitas pelo sujeito e também pode ser caracterizado como uma formação reativa contra essas escolhas, pois estas são incestuosas, e mantê-las poderia acarretar dano ao ego, que se vê obrigado a renunciá-las. Para recalcar essas escolhas o ego introjeta a força do pai, e essa força introjetada ergue-se como uma instância (o supereu), que passa a exercer domínio sobre o próprio ego. O ego respeita e teme essa instância, pois sendo a representante da lei paterna, ela um dia o ameaçou de castração. O sentimento de culpa seria, então, uma forma de manifestação deste medo e expressaria a angústia sentida pelo ego quando não consegue se colocar à altura das exigências superegóicas e, por isto, teme ser punido (castrado) por ele, assim como temia ser punido pelo pai. O supereu vem desempenhar, portanto, o papel que era próprio à autoridade externa, exigindo renúncia pulsional e punição. A diferença entre o supereu e as autoridades externas é que o supereu é onisciente em relação aos desejos inconscientes. O resultado é que uma ameaça de infelicidade externa - perda do amor e castigo por

8 7 parte da autoridade externa - foi permutada por uma permanente infelicidade interna, pela tensão do sentimento de culpa (FREUD, 1930/1996, p. 131). Para Miller (1991) a origem do supereu, e conseqüentemente do sentimento de culpa, está diretamente vinculada com o tema da ética. O supereu surge, na verdade, em decorrência do fracasso do princípio do prazer em eliminar o fator pulsional, cujo aumento gera desprazer ao aparato psíquico. Essa instância seria a última tentativa (após o fracasso do princípio do prazer) de promover um ordenamento dos investimentos pulsionais, exigindo a renúncia pulsional em função de um bem maior, que seria o ideal do ego. Contudo, o sentimento de culpa revela que esta tentativa também fracassa. O fracasso manifesta-se da seguinte maneira: o fator pulsional não é de todo eliminado, há sempre um resíduo nessa operação que torna infinita a exigência de renúncia pulsional, e o sujeito se sente culpado por não estar à altura de responder ao ideal do ego. Freud (1930/1996) remete à pulsão de morte o fator pulsional que resiste a ser ordenado pelo princípio do prazer e que se manifesta através do supereu. Segundo Barreto, [...] Por seu intermédio se manifesta a clínica das pulsões de morte. Sua incidência na experiência psicanalítica é tão vasta e importante que podemos falar de uma clínica do supereu (2001, p. 49). É o retorno da agressividade renunciada ao ego o que constitui o supereu; a força que põe em funcionamento o supereu é derivada da pulsão de morte, que estando impedida de se manifestar no mundo externo, volta sua violência contra o próprio ego (Freud, 1930/1996). É, portanto, a própria renúncia à satisfação, em função primeiramente de uma autoridade externa e posteriormente em função do próprio supereu, que gera a sensação de culpa. A conclusão a que Freud chega é de que há uma satisfação com a própria renúncia à satisfação, pois as pulsões renunciadas pelo ego ganham no supereu uma forma de alcançar a satisfação por meio de sua severidade e agressividade contra o próprio ego. O que vai sustentar a renúncia pulsional será, portanto, uma satisfação com esta renúncia. Quanto mais se renuncia, mais o supereu exige renúncia. A instância que deveria impedir a satisfação acaba se satisfazendo com essa atividade de

9 exigir a renúncia. Quanto mais o sujeito atender a essa exigência, mais culpado ele se sentirá. De acordo com Barreto: 8 A pressão desmedida e despótica do supereu pode acossar o eu de tal maneira, que esse chega a impor a si mesmo torturante sofrimento ou até brutal violência. A passagem ao ato suicida seria o extremo, Podemos também incluir, aqui, as passagens ao ato agressivas ou homicidas. Com freqüência, são ditadas pelo imperativo inflexível de um supereu tirânico. É falsa a idéia de fraqueza do supereu do criminoso. E já em Freud está presente a idéia de que o sentimento de culpa pode ser anterior ao crime (2001, p. 49). O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que as pessoas estão dispostas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos devese levar em conta uma poderosa quota de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo e matá-lo. No início era o ato, afirma Freud (1912/1969), ao descrever o ato parricida dos filhos em Totem e tabu. A civilização originou-se, assim, de uma agressão dos filhos antes submissos, movidos pelo ódio ao chefe tirânico da horda primitiva. O crime inaugural instala o sentimento de culpa e a lei, condição indispensável para criar a falta e o laço social. Se a morte do pai instala a lei de proibição do incesto, a falta instala o desejo - condição da ética da psicanálise. Essa coincidência fundante, por sua vez, exclui radicalmente, como se pode ver, a idéia de felicidade completa no ser humano (BARRETO, 2009). É importante saber que vários psicanalistas têm se dedicado não somente à aplicação da Psicanálise no contexto jurídico, mas também têm participado da construção de políticas públicas e execução de programas que visam o tratamento da violência e do crime nos mais diversos espaços penitenciárias, cumprimento de medidas sócio-educativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, projetos comunitários, dentre outras.

10 9 Sendo assim, interessa-nos precisar qual o encaminhamento que a Psicanálise de orientação lacaniana tem adotado nestes espaços, pois, com Lacan, o paradigma não se coloca em torno do sentimento de culpa, mas da responsabilidade. Sobre a questão da responsabilidade, Mattos afirma que: Trata-se de pensar que o fato de haver algo em nós que é, essencialmente, desobediente é a causa mesma de responsabilizarmos por isso. Se tudo fosse calculável e obedecesse à nossa razão e às nossas leis de previsibilidade, bastaria uma máquina para calcular o que deveríamos fazer e, então, realizá-lo. Um cálculo preciso não exige responsabilidade, mas sim perícia. Portanto, é justamente porque as coisas não são assim que é possível pensar em responsabilidade, que é necessário nos responsabilizarmos por nossos atos e por suas conseqüências (2002, p. 9). Lacan (1998), ao fazer a releitura do Édipo freudiano a partir da noção de lei, privilegiou como cada um se coloca frente à lei do pai. Ele afirmou, em seu texto Introdução Teórica às funções da Psicanálise em Criminologia, que não existe sociedade na qual não se constitua uma lei, seja ela de costume ou de direito. Contudo, da mesma forma que há lei, há transgressão. Lacan considera que a lei faz o crime. O trabalho da Justiça, ao longo da modernidade, foi regular as relações entre os homens a partir do que não se podia fazer. Tudo pode ser permitido, menos o que está explícito como uma proibição. Por isso o crime, para Lacan, não pode ser pensado fora da relação do sujeito à lei, da conexão do sujeito ao campo do Outro (MATTOS, 2002). Segundo Morelli (2001) a instituição judiciária se integra cada vez mais com os aparelhos de uma sociedade normalizadora. À universalidade da lei se contrapõe a pretensa individualidade da norma. Assim, diante da norma, na nossa modernidade, liberdade, responsabilidade, escolha, intenção, infração, crime, se relacionam para prestar contas diante de uma normalidade. Se a lei para as instituições judiciárias funciona cada vez mais como norma e, portanto, haveria uma imposição normativa em detrimento da lei, o que diz a psicanálise da lei? Onde o seu discurso e sua práxis podem apontar questões em relação à responsabilidade?

11 10 Em seu texto sobre a criminologia, Lacan (1998) nos dirá que a máxima é a lei que faz o pecado continua a ser verdadeira. Haveria, nessa máxima, um paradoxo, a saber, a regra implica a sua transgressão. Posteriormente em seu Relatório de Roma (1953/1998) Lacan nos diz: Ninguém deve desconhecer a lei: essa fórmula, transcrita do humor de um Código de Justiça, exprime, no entanto, a verdade em que nossa experiência se fundamenta e que ela confirma. Nenhum homem a desconhece, com efeito, já que a lei do homem é a lei da linguagem, desde que as primeiras palavras presidiram os primeiros dons... (LACAN, 1998, p.273). Ora, se ninguém desconhece a lei, quando se pratica um ato infracional o sujeito estaria procurando um castigo? Toda sociedade demonstra a relação do crime à lei através dos castigos. O castigo, uma punição, é a responsabilidade. Para Lacan, punir é responsabilizar e ser responsabilizado. A obediência à lei se dá através da crença de que se pode responder frente a ela. Crer na lei é o que permite advir, como resposta, um sujeito responsável. Lacan afirma que a questão da punição social comporta um estigma que marca o sujeito para a sociedade, mas que a cura que esta espera só acontecerá se houver no sujeito uma integração de sua verdadeira responsabilidade e que em algumas situações a punição talvez seja o que ele procura. Lacan faz equivaler a responsabilidade ao castigo quando diz que "a responsabilidade, isto é, o castigo, é uma característica essencial da idéia do homem que prevalece numa dada sociedade." Imputar responsabilidade é proferir uma sentença, é castigar. É assim que em nossa sociedade, regida pelo Princípio da Razão, o Estado, com o seu aparelho de ordenamento jurídico, segundo a vontade do povo que o escolheu, através do seu conjunto de normas escritas, cumpre a sua função de regulador social, imputando responsabilidades (MORELLI, 2001, p.158). No texto Responsabilidade: medida do homem, questão para o sujeito, Morelli (2001) lembra que o Estado imputa responsabilidade que equivale a castigo, mas que é somente sob o ponto de vista coletivo, sem levar em conta a singularidade do sujeito. Entretanto, a Psicanálise não desculpabiliza o sujeito, mesmo porque sabe da importância da culpa na formação dos sintomas e na direção do tratamento. O que a Psicanálise aponta é a necessidade de uma sanção prevista por um código penal que comporte um processo que exija aparelhos sociais muito diferenciados, pois o

12 11 assentimento subjetivo é necessário à própria significação da punição. Assentir com a punição amplia as possibilidades de o sujeito resignificar o ato criminoso comportando mudanças na esfera pessoal e social. Desta forma, o sujeito estará implicado nas suas ações e conseqüências advindas de seu ato. Assim, a responsabilidade em psicanálise não diz respeito somente ao cumprimento da norma jurídica, ela está relacionada aos modos de resposta subjetiva, pois, para Lacan, o sujeito é considerado uma resposta do real. Portanto, na clínica e nas instituições que acolhem indivíduos com problemas com a lei, é necessário verificar as formas como o sujeito aparece, os modos como responde à emergência do real. O sujeito pode responder conectado ao campo do Outro, ou pode desconsiderá-lo. Esse é o ponto que deverá ser levado em conta na noção de responsabilidade, já que, para Lacan, o homem só é reconhecido por seus semelhantes através dos atos cuja responsabilidade ele assume (SALUM, 2001). Ora, reconhecer com Freud dois dos crimes mais abomináveis na nossa cultura - o parricídio e o incesto - como instituidores da humanidade e matrizes de cada sujeito; aprender com Freud o que nos ensina sobre o supereu, isso não quer dizer que tenhamos de pensar a priori que o sujeito de um ato seja prisioneiro de uma determinação, como se fosse certo que, ao praticar o ato da infração, ele não o tenha querido. Nem tampouco procurar compreender, a partir do percurso social do sujeito, o seu ato da infração, o seu crime, concluindo por uma não responsabilidade. Levar em conta a história do sujeito, o ambiente onde ele está inserido, não quer dizer tratá-lo coletivamente, não é retirá-lo da sua singularidade, não é desumanizá-lo. Lacan (1998, p.137) nos ensina que a psicanálise soluciona um dilema da teoria criminológica: ao irrealizar o crime, ela não desumaniza o criminoso. É assim que a psicanálise pode não tomar a infração sob a perspectiva do coletivo, mesmo levando em consideração os fatores sociais que, possivelmente, possam estar envolvidos nesse ato. É assim que, ao tomá-lo como sujeito, ela não desumaniza o criminoso. Se ela pode supor o parricídio como fundador da humanidade em seu aspecto cultural e o crime como certos efeitos do Édipo sobre o sujeito, ela só o

13 12 faz a partir do sujeito que se põe a falar do seu ato criminoso; da singularidade daquele que cometeu o ato e não de uma universalidade dos crimes. Ao fazer uma crítica sobre o alcance da noção de supereu nas ciências Humanas, e ao falar dos crimes determinados pelo supereu, Lacan nos diz que algumas condutas se tornam claras à luz da interpretação edipiana. É nesse contexto, do parricídio e do incesto, que podemos pensar a culpa por crimes que não cometemos. E através desse sentimento de culpa pelo crime não cometido, é que o sujeito pode evitar cometê-lo (MORELLI, 2001). Contudo, trataremos nesse momento de esclarecer como Miller faz sua leitura sobre as colocações de Freud e Lacan diante do crime e do sentimento de culpa. A responsabilidade, tal como Lacan a formula inicialmente, torna-se problemática. A princípio, ela estava referida ao campo do Outro, ao Nome-do-Pai que condicionava toda experiência do sujeito, simbolicamente determinada. Porém, a formulação sobre o Outro sofre modificações e desdobramentos ao longo da história da psicanálise de orientação lacaniana. Vejamos: Estamos na época do Outro que não existe. Essa afirmação nos indica que estamos diante de mudanças, não somente na forma dos sintomas, mas, também na configuração do crime e, por conseguinte, da possibilidade de responder diante do Outro da lei (MILLER, 1996, p.97). Assim, recapitulando, Miller (apud SALUM, 2001) diz que o Complexo de Édipo foi a maneira que Freud encontrou para falar da instauração da lei para o sujeito. A lei do pai instaurava a subjetividade como determinada pelo campo do Outro. A função paterna, neste sentido, é crucial para a psicanálise, mas há diferenças em Freud e Lacan na maneira de abordá-la. Na perspectiva freudiana o pai opera a renúncia pulsional exigida pela cultura através da ameaça de castração. Pela função paterna o incesto ficava proibido. A partir de Freud, Lacan formulou a função paterna edificada não no edipianismo, mas no significante do Nome-do-Pai. Através da instauração da metáfora paterna, a criança poderá ter acesso à significação fálica, permitindo uma ordenação do desejo. Assim, o pai era considerado por Lacan um obstáculo para a sexualidade da criança, mas, também, a possibilidade de

14 13 sua realização. Nesse sentido ocorre o que Miller considera desdobramentos na psicanálise de orientação lacaniana. Vejamos: No Seminário 5 As formações do inconsciente, fica explícito que o pai é aquele que, além de dizer não, diz sim. A instauração da lei legaliza o desejo. Antes de ser um representante automático da lei, o pai é um transgressor. A lei do pai não é a regra automática e cega, ela admite exceções, levando em conta o particular. No Seminário 10 A Angústia, Lacan prepara a pluralização do Nome-do-Pai. Ele passará a falar, não do Nome-do-Pai, mas dos Nomes-do-Pai. Trata-se de privilegiar, não o falo e a castração, mas a constituição do objeto a. A função do pai não será a de representar a lei, mas a de unir o desejo à lei. A lei do pai traça o caminho do desejo do filho através do desejo do pai como desejo do Outro. No Seminário 17 O avesso da psicanálise, Lacan retira do pai o imaginário mitológico freudiano de ser castrador e tirânico. Não é o pai que determina a castração, mas a linguagem. O pai, ele mesmo é castrado e, por isso, pode transmiti-la ao filho. Neste seminário, Lacan começa a precisar melhor a vertente real do pai. A função paterna, no sentido lacaniano, será complexificada a partir dos registros distintos - o real, o simbólico e o imaginário. O pai simbólico e o imaginário são leituras do Édipo freudiano. O pai simbólico se exerce por meio da operação do Nome-do-Pai na metáfora paterna e, por sua incidência, se inscreve a proibição. O pai imaginário tem por função privar a mãe da criança, e, através do pai real, se pode estabilizar a posição sexual (SALUM, 2001). Observa-se que estamos assistindo a uma série de remanejamentos sem limites do uso dos Nomes-do-Pai. Considerar o Nome-do-Pai entre realismo e nominalismo quer dizer que, diante do universal da função paterna, vários nomes podem ser usados para fazer funcionar esta função, muito embora, mesmo que se fizesse uma lista, isso não impediria o surgimento do universal do Nome-do- Pai. Há um realismo na função paterna: ela define um impossível. Portanto, há o real do gozo que,

15 14 cada sujeito, caso a caso, deverá nomear. O Nome-do-Pai consiste, então, na nomeação, por cada um do encontro com o impossível. A via da Psicanálise, de acordo com Drummond (2002), não é a do direito para todos, mas a via do um a um, buscando, para além das normas, o detalhe particular de cada um. A Psicanálise trata a lei para além do universal, buscando a norma do sintoma que organiza uma série de detalhes do sujeito. Assim, na relação do Direito com a Psicanálise, onde o primeiro visa o universal da responsabilidade, é pela solução particular que se pode construir a possibilidade de uma resposta. Nesse sentido, o Direito terá que ser inventado, já que a responsabilidade, para a psicanálise, não é da ordem do ideal, mas se coloca para cada um. A responsabilidade restaurada no sujeito, corresponde à esperança, que palpita em todo ser condenado, de se integrar num sentido vivido. E justamente porque a verdade que ela busca é a verdade de um sujeito, precisamente, que ela não pode fazer outra coisa senão manter a idéia da responsabilidade, sem a qual a experiência humana não comporta nenhum progresso. CONSIDERAÇÕES FINAIS Longe de esgotar o assunto, essas considerações buscam insistir na complexidade da relação Psicanálise/Direito. Se por um lado a articulação do individual, da responsabilidade de cada um, de seu processo de subjetivação, é uma constante na psicanálise, por outro, o coletivo se sobrepõe ao individual na perspectiva do Direito que cria universal da responsabilidade através de leis que regem comportamentos de forma generalizada. Nesse sentido, percebe-se que a interlocução entre o Direito e a Psicanálise ainda está distante de alcançar êxito satisfatório, quando se trata de lidar com as questões do sujeito diante do crime.

16 15 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Francisco Paes. A lei simbólica e a lei insensata: uma introdução à teoria do supereu. Lacan e a Lei, Curinga, n. 17, Psicanálise e Violência Urbana. Disponível em: < Acesso em: 30 abr DRUMMOND, Cristina. A lei e o fora da lei. As Versões do Pai, a Lei e o Fora-da-Lei. Curinga, ELIA, Luciano. O Conceito de Sujeito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, FREUD, S. Totem e tabu. In: Obras Completas de Sigmund Freud (ESB). Vol. XIII. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1912/ O Mal Estar na Civilização. In: FREUD, S. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1930/1996. Vol. XXI. LACAN, Jacques. Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. In: Escritos, Rio de janeiro: Jorge Zahar, O Seminário: livro 5. As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar O Seminário: livro 10 A angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar O seminário: livro 17 O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar MATTOS, Sérgio de. Por nossa posição como sujeitos, somos sempre responsáveis. As Versões do Pai, a Lei e o Fora-da-Lei. Curinga, MILLER, J.A. ( ). El Otro que no existe y sus comités de ética. Buenos Aires: Paidós, Freud e a teoria da cultura. In: MILLER, J-A. Lacan elucidado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

17 16. Lógicas de la vida amorosa. Buenos Aires: Manantial, MORELLI, Antonio. Responsabilidade: medida do homem; questão para o sujeito. Lacan e a Lei, Curinga, n. 17, SALUM, M.J.G.Freud e a culpa: a culpabilidade antecede o crime. Lacan e a Lei, Curinga, n. 17, 2001.

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