Resumo Aula-tema 07: A Seguridade Social: Evolução, Seguro Privado e Social, Princípio Social, Características Gerais

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1 Resumo Aula-tema 07: A Seguridade Social: Evolução, Seguro Privado e Social, Princípio Social, Características Gerais No início de sua história, a Seguridade Social abrangia apenas a Previdência Social e se desenvolveu paralela à afirmação e à conquista de vários direitos humanos de cunho social. Partem da Alemanha as primeiras iniciativas para a criação do Direito Previdenciário, com o esforço do Chanceler Otto Von Bismarck para a criação de leis como aquelas sobre os Seguros Obrigatórios de Enfermidade (1883), os Acidentes de Trabalho (1884) e a Invalidez (1889), todas direcionadas aos operários menos abastados. Sendo que, em 1911, foi criada a lei sobre o Seguro Obrigatório para Empregados, ampiiando-se o âmbito de proteção. Posteriormente, a legislação previdenciária alemã se consolidou no chamadoo Regulamento de Seguro do Reich. Inspiradas nas ideias alemãs, outras nações implementaram sistemas semelhantes, como a França (1898) e a Inglaterra (1907). Ainda, ao final da 1ª Guerra Mundial, foi criado o Tratado de Versalhes (1919), que defendia a conveniência dos Estados Nacionais em adotar o Seguro Social Obrigatório. E, em 1927, a OIT aprovou a Convenção n.º 17, sobre Indenizações por Acidentes de Trabalho. Mas é no México, em 1917, que o Seguro Social é previsto em uma Constituição pela primeira vez. Atualmente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) traz como direito fundamental da pessoa humana a proteção previdenciária. No Brasil, a Previdência Social surgiu com a Lei Elói Chaves, de 24/01/1923, que criou o Sistema Previdenciário dos Trabalhadores Ferroviários, depois estendido para outros trabalhadores, com muitas normas e diversas organizações previdenciárias para determinados setores de atividade. Em 1960 é promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social e, após muitas idas e vindas, é criado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 1990 e, em 1992, o Ministério da Previdência Social. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos

2 relativos à saúde, à previdência e à assistência social (artigo 194 da Constituição Federal). Nesse sentido, as normas de seguridade, acompanhadas das garantias que possibilitem seu efetivo cumprimento, desempenham importante papel, assegurando distribuição de renda e promovendo a justiça social na ocorrência dos riscos sociais da vida. (Souza, 2011). Seguridade pressupõe um seguro. Mas afinal de contas o que é Seguro? É um contrato pelo qual o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou coisa, contra riscos predeterminados (artigo 757 do Código Civil). O seguro pode ser classificado como privado e social. Seguro Privado é aquele em que um particular contrata uma empresa de direito privado para garantir seus interesses, cobrindo os riscos sobre a pessoa (seguro de vida) ou a coisa (seguro de automóvel). Aqui vigora a autonomia da vontade, não havendo nenhuma imposição estatal. Quem sustenta as atividades do segurador são os próprios segurados. O Seguro Social não toma as formas de um contrato, já que é imposto pelo Estado às pessoas a fim de formar uma poupança coletiva. O Seguro Social é organizado por uma instituição de direito público, tendo vários financiadores em sua base, tais como as empresas, o Estado, os próprios beneficiários, entre outros. E ele não cobre riscos ligados a bens materiais, mas apenas às necessidades pessoais. Tendo fixado o conceito de Seguro, necessário se faz entender alguns outros conceitos básicos sobre o Sistema de Seguridade Social. O modelo brasileiro de seguridade abrange o conjunto de ações destinadas à saúde, à previdência e à assistência social. Primeiro, vale ressaltar a diferença entre Assistência Social e Previdência Social. Enquanto Assistência Social consiste no dever de solidariedade de todos (Estado, sociedade e indivíduos), em que o assistido nada paga para receber o auxílio de que necessita, a Previdência Social se mostra como a reunião de recursos dos interessados para fazer frente às prováveis contingências da vida (prever para prover). Assim, a principal diferença está na contraprestatividade, já que a Previdência Social é contraprestativa, porque o

3 beneficiário contribui e, por isso recebe o benefício; e a assistência social não demanda nenhuma contribuição. Ambos, previdência e assistência social compõem um sistema maior denominado Seguridade Social. Este é o sistema de proteção social por meio do qual toda sociedade politicamente organizada protege seus membros, visando o bem comum independentemente de quem seja o alvo da proteção, trabalhador ou não. Desta forma, o objetivo da Seguridade Social é dispensar proteção às pessoas em face das contingências a que todos estão expostos, encontrando sua justificativa nas próprias razões de existência do Estado, que tutela a sociedade para atingir o bem comum. Seus motivos vão encontrar suporte na solidariedade como valor social e suas ações são ativadas quando surgem as necessidades inesperadas. Sua conservação demanda a captação antecipada de recursos na sociedade para utilização no momento oportuno. Mas esse grande sistema de auxílio social possui algumas características próprias, as quais se deve conhecer para entender melhor a seguridade. Em primeiro lugar, destaca-se o sistema de financiamento dos benefícios. Os benefícios podem ser financiados de duas maneiras: pelo sistema de Capitalização ou de Repartição. Capitalização é o sistema pelo qual se forma um capital financiador dos benefícios. Ele se assemelha aos seguros privados e traz como desvantagens a dificuldade de gestão e a depreciação do valor em face do tempo necessário para formar o capital. Já o sistema de Repartição se caracteriza pela distribuição imediata dos recursos captados, já que o pessoal ativo paga a previdência dos inativos. Seus problemas se referem ao eventual rompimento da cadeia financiador beneficiário. Mas, além do financiamento dos benefícios, deve-se verificar o plano de custeio da seguridade. Trata-se de um programa orçamentário por meio do qual se planejam os recursos financiadores do sistema. Deve-se, por um lado, definir os encargos dirigidos às empresas para não sobrecarregá-las. Por outro lado, dentre os trabalhadores deve-se definir quem serão os contribuintes. O plano de custeio deve estar inserido em um sistema de custeio, compreendendo: a) As bases de contribuição (salários, seus tetos e pisos); b) Os recolhimentos centralizados nas empresas, que são, ao mesmo tempo, contribuintes e arrecadadoras (desconto em folha de pagamento);

4 c) A relação dos obrigados ao custeio; e d) Os tipos de custeio a cargo de cada pessoa (imposto ou contribuição). Assim, a seguridade deve ser financiada por toda a sociedade: trabalhadores, empregadores (incidentemente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro), loterias, e pelo próprio Poder Público em suas três esferas (federal, estadual e municipal). A Seguridade Social é a forma de atendimento das contigências sociais, que são as situações geradoras de benefícios que, em geral, estão relacionadas à saúde, à velhice, ao desemprego, à morte, entre outras. Conforme os tipos de situações contingenciais, têm-se os tipos de benefícios. No entanto, não é apenas o Estado que pode fornecer os serviços de Seguridade Social: também existe a Seguridade Complementar. Além do sistema oficial, coexistem sistemas ligados à iniciativa privada. Isso ocorre porque o Estado não consegue, sozinho, prover de forma ideal as necessidades de toda a sociedade. Essa coexistência se constata ao se verificar que algumas empresas fornecem planos de saúde e previdência complementar a seus colaboradores de forma facultativa. Conclui-se que uma das vertentes da Seguridade Social, a Previdência Social, no Brasil se compõe de três regimes de previdência: o Regime Geral de Previdência, para os trabalhadores em geral (INSS); o Regime de Previdência do Setor Público; e o Regime de Previdência Complementar (facultativo). Conceitos Fundamentais Contingência Eventualidade, possibilidade de que algo aconteça ou não. Previdência Complementar É um método de proteção social, de caráter facultativo, que objetiva complementar, implementar ou suplementar o benefício previdenciário oficial (Souza, 2011). Ela pode ser aberta, quando aceitar contribuições de qualquer interessado, ou fechada, quando se destinar aos colaboradores de uma empresa específica.

5 Referências CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 32ª ed. São Paulo: Saraiva, NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. 36ª ed. São Paulo: LTr, SOUZA, Lilian Castro de. Direito Previdenciário. 6ª ed. São Paulo: Atlas, Site Oficial da Ministério da Previdência Social. Disponível em: ou em Acesso em 27 jun