TOXOPLASMOSE FONTES DE INFECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS REVISÃO

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1 U UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO SANDRA REGINA DIAS MONTEIRO TOXOPLASMOSE FONTES DE INFECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS REVISÃO RECIFE-PE 2009

2 SANDRA REGINA DIAS MONTEIRO TOXOPLASMOSE FONTES DE INFECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS REVISÃO Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), como exigência final para obtenção do título de especialização em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal. Orientadora: Prof.ª Msc. Edenilze Teles Romeiro UFRPE RECIFE - PE 2009

3 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca Orlando Teixeira da UFERSA M775t Monteiro, Sandra Regina Dias. Toxoplasmose fontes de infecção e contaminação dos alimentos revisão / Sandra Regina Dias Monteiro. Mossoró, f. Monografia (Especialização em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal) Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientadora: Prof. Msc. Edenilze Teles Romeiro. 1.Toxoplasmose. 2.Zoonose. 3.Transmissão. I.Título. CDD: Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva CRB15 120

4 SANDRA REGINA DIAS MONTEIRO TOXOPLASMOSE FONTES DE INFECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS REVISÃO Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), como exigência final para obtenção do título de especialização em Higiene e Inspeção dos Alimentos de Origem Animal. APROVADO EM 07/03/2009 BANCA EXAMINADORA Prof o. D.Sc. Jean Berg Alves da Silva UFERSA Prof o. D.Sc. José Domingues Fontenele Neto UFERSA D.Sc. Glenda Mônica Luna de Holanda UFERSA

5 AGRADECIMENTOS A Deus por tudo que sou e por tudo que tenho. Por não me permitir perder a fé, por ter me dado força e saúde para chegar até o fim, e pelas amizades que conquistei; Aos meus pais Edvaldo Monteiro e Socorro Monteiro, que me ensinaram a viver, e que com muita confiança, dedicação, força e amor, me proporcionaram a realização deste sonho; À minha querida orientadora e amiga Edenilze Romeiro, pela orientação, competência, confiança e pelos ensinamentos transmitidos ao longo de nossa amizade; À minha irmã de coração Glenda Holanda, por me ensinar um pouco do seu vasto conhecimento, por estar ao meu lado nos momentos felizes e difíceis, sempre com muita paciência e palavras de otimismo. Obrigada por sua amizade; Aos meus amigos de curso, em especial, Suzana Vilela, Ludmylla Valadares e Luiz André Rodrigues, pela cumplicidade na realização dos trabalhos, pelo carinho, atenção e pelos momentos de descontração, que a nossa amizade perdure; À minha amiga Ana Rosa, que sempre esteve ao meu lado nas aulas e nos trabalhos, muito obrigada por me fazer rir, por seu apoio e estímulo em todos os momentos, que continuemos amigas; Ao meu noivo Claudecí Queiroz, que soube me compreender nos momentos de estresse, sempre com muito amor, paciência e dedicação; A todos que fazem a Equalis Recife, muito obrigada pelo excelente trabalho prestado, sempre com muita dedicação, atenção e eficiência; Aos professores da Equalis, pela seriedade e pelos valiosos ensinamentos transmitidos.

6 RESUMO A Toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, e de grande importância na saúde pública e na saúde animal. O consumo de carne crua ou carne mal cozida, leite não pasteurizado e derivados de animais de produção infectados, podem ser considerados uma fonte potencialmente importante na infecção do Toxoplasma gondii para os humanos. O presente trabalho teve por objetivo discutir as fontes de infecção para os homens e animais, relatando o ciclo biológico do agente, transmissão, sinais clínicos, diagnóstico e medidas de prevenção e controle, como também a importância dos felídeos na cadeia epidemiológica. Palavras-chave: Toxoplasmose, zoonose, transmissão.

7 ABSTRACT Toxoplasmosis is a worldwide zoonosis of great importance to public and animal health. The consumption of raw or undercooked meat, non-pasteurized milk and livestock infected products, can be considered an important sources of Toxoplasma gondii for humans. The present work aims to discuss the source of infections to humans and animals, relating to the biological cycle, transmission, clinical signs, diagnosis and measures of prevention and control and the importance of felidae in the epidemiological chain. Keywords: Toxoplasmosis, zoonosis, transmission.

8 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA HISTÓRICO O AGENTE Taxonomia Características Morfológicas e Ciclo Biológico Oocistos Bradizóitos Taquizóitos ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Prevalência Transmissão Fontes de Infecção SINAIS CLÍNICOS DA TOXOPLASMOSE HUMANA Toxoplasmose Adquirida Toxoplasmose Congênita TOXOPLASMOSE ANIMAL Toxoplasmose Felina Toxoplasmose Canina Toxoplasmose Suína Toxoplasmose Caprina Toxoplasmose Ovina Toxoplasmose Bovina Toxoplasmose Equina Toxoplasmose em Aves Toxoplasmose em Animais de Caça DIAGNÓSTICO Diagnóstico Parasitológico Inoculação em Camundongo Isolamento em Culturas de Células... 30

9 Pesquisa de Antígenos Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) Diagnóstico sorológico Dye-Test Imunofluorescência Indireta Hemaglutinação Indireta Aglutinação Direta Modificada (MAT) Imunoensaio Enzimático (ELISA) MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE OBJETIVOS GERAL ESPECÍFICOS MATERIAIS E MÉTODOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 39

10 10 1 INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, já descrito desde o início do século passado (NICOLLE ; MANCEAUX, 1909). O Toxoplasma está disseminado no homem, nos animais de produção, de companhia, silvestres e provavelmente em todos os animais homeotérmicos (TENTER et al., 2000). Os felídeos silvestres ou domésticos são os hospedeiros definitivos e neles o parasita realiza a multiplicação enteroepitelial que resulta na produção e eliminação de oocistos pelas fezes que contaminam o ambiente, desempenhando assim papel fundamental na transmissão do T. gondii (DUBEY, 1977). A forma de transmissão mais comum para o homem e os animais ocorre através do consumo de carne crua ou mal cozida contendo cistos teciduais do parasita ou a ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos esporulados eliminados pelos felídeos (FRENKEL, 1990). Outras formas menos freqüentes da transmissão da doença é através de transplante de órgãos, acidentes laboratoriais, transfusão de sangue de indivíduos na fase aguda da infecção, leite de cabra não pasteurizado e ovos (AMATO NETO et al., 1995; DRESSEN, 1990). A infecção por T. gondii é geralmente assintomática, entretanto a toxoplasmose é mais grave nos casos de transmissão congênita e em indivíduos imunodeficientes (TENTER et al., 2000; BHOPALE, 2003; GROSS et al., 2004). As gestantes que nunca tiveram contato com o parasita são um importante grupo de risco. Quando adquirem a infecção durante a gestação, podem através da transmissão transplacentária, ocasionar lesões severas no feto (BROOKS, 1992; DRESSEN, 1990). A maioria dos recém nascidos infectados não apresenta sinais clínicos ao nascer, sendo freqüentes seqüelas da infecção congênita no decorrer da vida como corrioretinite, causando grave lesão ocular, podendo chegar à cegueira além de epilepsia ou deficiência mental leve (REMINGTON et al., 2006). No Brasil, o T. gondii infecta cerca de 70% da população adulta humana (NOGUEIRA et al., 1996). Em algumas regiões, 40 a 70% dos adultos sadios apresentam-se positivos para a toxoplasmose em testes sorológicos (KAWAZOE, 2005) e cerca de oito a cada crianças têm toxoplasmose congênita (MOZZATO ; SOILBELMANN PROCIANOY, 2003).

11 11 Em animais de produção tais como ovinos, suínos e caprinos a infecção pelo Toxoplasma gondii é comum e pode levar a problemas reprodutivos, que acarretam em prejuízos econômicos a seus produtores (BUXTON, 1998). Animais infectados possuem grande quantidade de cistos do parasita em diferentes órgãos e músculos e a viabilidade dos mesmos dependerá da espécie animal. Os cistos não são detectados durante a inspeção da carne nos abatedouros (DUBEY, 1988; TENTER et al., 2000). Os subprodutos da carne, como os embutidos frescais, também são importantes na transmissão do parasita ao homem caso sejam consumidos sem o tratamento térmico adequado (>67ºC) (DUBEY, 1988; DIAS et al., 2005). No leite e seus derivados o parasita permanece viável por 20 dias na temperatura de 4ºC, resistindo inclusive a processos de manufatura do queijo, por um período de 10 dias nas mesmas condições (HIRAMOTO et al., 2001). Devido o T. gondii ter uma gama de espécies que podem servir como hospedeiros intermediários e fonte de infecção para humanos e para outras espécies animais, este trabalho objetivou-se fazer um levantamento através de revisão bibliográfica para informar e esclarecer sobre estas potenciais fontes de transmissão. Principalmente a infecção pelo consumo de carne, leite e derivados contaminados, como também a importância dos felinos domésticos na epidemiologia da doença, principalmente em pequenas propriedades rurais de produção de carne, leite e derivados.

12 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 HISTÓRICO O Toxoplasma foi descoberto no início do século XX por Nicolle & Manceaux (1908) que relataram a presença de um parasita intracelular no baço e fígado de um roedor, no norte da África, chamado Ctenodactylus gundi Pallas, Eles acreditaram se tratar de uma forma particular de Leishmania, o denominado Leishmania gondii. No Brasil, Splendore (1908) observou o mesmo parasita no coelho, também comparando ao agente da leishmaniose visceral. Contudo, em 1909, os primeiros autores constataram que o protozoário citado não apresentava cinetoplasto, organela característica dos tripanossomatídeos e, portanto, tratava-se de um novo parasita. Renomeando, o parasita como Toxoplasma gondii em referência à sua evidenciação no roedor (NICOLLE ; MANCEAUX, 1909) Os primeiros relatos de Toxoplasma gondii em humanos datam de 1923, quando este parasita teria sido relacionado à ocorrência de cistos oculares em uma criança de 11 meses com hidrocefalia, por Janku, em Praga. Logo depois, em 1927, Torres no Rio de Janeiro descrevia a presença do microorganismo em cortes histológicos de musculatura cardíaca e esquelética e de cérebro de recém-nascido falecido com 29 dias de vida, iniciando especulações acerca da possibilidade de ocorrência da doença congênita causada pelo Toxoplasma. Mais tarde, Wolf & Cowen, em 1937 descreviam a doença congênita causada pelo Toxoplasma (AMATO NETO et al., 1995). Porém, a freqüência da infecção humana só foi conhecida a partir de 1948 com a introdução do clássico teste do corante de Sabin e Feldman. Esta reação contribuiu tanto para a realização de inquéritos epidemiológicos quanto para o diagnóstico sorológico da toxoplasmose. Neste mesmo ano, Fenkel inseriu a prova de sensibilidade cutânea à toxoplasmina no reconhecimento desta parasitose. A partir de 1957 foi introduzida a reação de hemaglutinação por Jacobs e Lunde e em 1962, a imunofluorescência indireta por Kelen e colaboradores (AMATO NETO et al., 1995). Jacobs et al.(1960) descreveram a primeira demonstração da presença de cistos do protozoário na carne de animais, dando considerável suporte à hipótese de que o homem poderia se infectar pelo consumo de carne mal cozida. Hutchion (1967) observou pela primeira vez as formas infectantes do Toxoplasma em fezes de gatos, ele acreditava que sua transmissão poderia ocorrer através de ovos do

13 13 nematóide Toxocara cati. Sua teoria foi descartada por Frenkel et al, (1970), ao observarem que a infectividade do T. gondii em fezes de gatos estava ligada a uma pequena estrutura, um oocisto coccidiano, elucidando o ciclo sexuado do parasita. No início da década de 80 ocorreram os primeiros registros de toxoplasmose no sistema nervoso central de pacientes com AIDS (LUFT et al.,1983). Sendo em 1984 reconhecido como patógeno oportunista nestes pacientes (LUFT et al., 1984) 2.2 O AGENTE TAXONOMIA O T. gondii pertence ao REINO Protista, SUBREINO Protozoa, FILO Apicomplexa, CLASSE Sporozoae, SUBCLASSE Coccidia, ORDEM Eucoccidiida, SUBORDEM Eimeriina, FAMÍLIA Sarcocystidade, SUBFAMÍLIA Toxoplasmatinae, GÊNERO Toxoplasma, ESPÉCIE gondii (KAWAZOE, 2005) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E CICLO BIOLÓGICO O Toxoplasma gondii, eucarioto intracelular obrigatório, já foi isolado em vários tecidos vivos e células nucleadas e, em líquidos orgânicos, como sangue, linfa, saliva, leite (colostro), exsudatos, esperma e líquido peritoneal (KAWAZOE, 2005; DINIZ et al, 1991; AMATO NETO et al., 1995). O mesmo é capaz de invadir e se multiplicar, ainda, em eritrócitos imaturos de mamíferos, cultura de células de peixes e insetos (KASPER ; MINEO, 1994), podendo ser facilmente mantido em diversas culturas celulares ou passagens em animais (PARK et al., 1993). Estruturalmente, o agente apresenta anel polar, conóide, microtúbulos, micronemas, microporo, grânulos densos, roptrias e membranas triplas (uma externa contínua e duas internas descontínuas) características próprias que o difere de outros protozoários. Cada uma destas estruturas é formada por proteínas relacionadas com a

14 14 invasão, formação do vacúolo parasitóforo e manutenção do parasita no interior da célula hospedeira (DUBEY, 1993; SMITH, 1995). O T. gondii possui ciclo biológico heteroxênico, ou seja, aquele que se desenvolve em hospedeiros definitivos (fase sexuada) representados pelos felídeos domésticos e selvagens, e em hospedeiros intermediários (fase assexuada) formado por diferentes espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios (DUBEY, 1994; ALVES et al., 1997). O ciclo sexuado inicia quando o hospedeiro definitivo ingere oocistos contendo esporozoítas ou cistos teciduais contendo bradizoítas. Os bradizoítas liberados dos cistos teciduais penetram nas células epiteliais, se diferenciam em taquizoítas e iniciam uma fase assexual de multiplicação por endodiogenia, produzindo micro e macrogametas. A fusão dos gametas produz o zigoto que secreta uma membrana cística rígida e este é eliminado com as fezes como oocisto não esporulado. A esporulação do oocisto ocorre de 1 a 5 dias, dependendo das condições de aeração e temperatura do meio ambiente. Quando oocistos são ingeridos pelos felídeos, os esporozoítas liberados apresentam inicialmente uma fase de multiplicação assexual em tecidos extra-intestinais, sendo que alguns parasitos migram para os tecidos intestinais e iniciam a fase sexual de reprodução (TENTER et al., 2000). Os felídeos eliminam oocistos de T. gondii nas fezes de 3 a 10 dias após a ingestão de bradizoítas, aproximadamente de 18 dias após a ingestão de oocistos esporulados e em torno de 13 dias após a ingestão de taquizoítas (DUBEY ; FRENKEL, 1976). Quando o hospedeiro intermediário ingere oocistos contendo esporozoítas ou cistos teciduais contendo bradizoítas, estes invadem o epitélio do intestino delgado, transformando-se em taquizoítas. Estes irão se multiplicar rapidamente e se disseminar pelo organismo. A resposta imune do hospedeiro limita a multiplicação dos taquizoítas, resultando na formação de cistos, os quais possuem em seu interior bradizoítas que se multiplicam lentamente (KASPER ; BOOTHPOYD, 1993) OOCISTOS Os oocistos são a forma infectante proveniente da reprodução sexuada do parasita (gametogonia) no interior das células do epitélio intestinal dos felídeos não-imunes. São esféricos, com aproximadamente 12,5 x 11,0µm de diâmetro, possuem uma parede dupla bastante resistente as condições ambientais. São eliminados nas fezes dos felinos ainda

15 15 imaturos, e no meio externo, sofrem esporulação tornando-se maduros, albergam em seu interior dois esporocistos, com quatro esporozoítos (KAWAZOE, 2005; DUBEY, 1993; AMATO NETO et al., 1995). Dependendo das condições de umidade, temperatura e local assombreado, são capazes de se manter infectante por até 18 meses (KAWAZOE, 2005). Um único felino pode liberar cerca de 100 milhões de oocistos com suas fezes, durante a fase aguda da infecção (JACKSON, 1989) BRADIZÓITOS Os bradizóitos são normalmente encontrados no interior dos cistos teciduais no organismo hospedeiro, caracterizando a forma crônica da infecção Morfologicamente são semelhantes aos taquizóitos com uma forma de lua crescente ou arco, com a extremidade anterior aguda e posterior arredondada (DUBEY et al., 1998). Sua forma de multiplicação é lenta dentro do cisto, a qual ocorre por endodiogenia ou endopoligenia. O tamanho do cisto de Toxoplasma é variável dependendo da célula parasitada e do número de bradizóitos no seu interior, podendo atingir até 200µm (KAWAZOE, 2005; REY, 2001). Os cistos teciduais apresentam alta afinidade por tecidos nervoso e muscular, localizando-se principalmente no sistema nervoso central, nos olhos e nos músculos cardíacos e esqueléticos, sendo encontrado com menor freqüência, em órgãos viscerais como pulmão, fígado e rins (DUBEY et al., 1998), podendo permanecer viáveis pelo resto da vida no hospedeiro (DUBEY ; FRENKEL, 1976), constituindo uma grave ameaça para indivíduos que venham a desenvolver uma imunodepressão ou que recebem tratamentos imunodepressores (REY, 2001). Os cistos teciduais são mais resistentes às enzimas digestivas (pepsina e tripsina) do que os taquizóitos (DUBEY et al., 1998), podem permanecer infectantes em carcaças refrigeradas de 1 a 4ºC por mais de três semanas e em peças congeladas entre -1 e -8ºC por mais de uma semana (DUBEY, 1988; KOTULA et al., 1991), sendo apenas mortos após congelamento da carne à temperatura de -20ºC ou aquecimento a 65ºC (AMATO NETO, 1995; DUBEY, 2000). Em alguns produtos cárneos o processamento por cura pode inviabilizar os cistos, dependendo da concentração de sal e temperatura de estocagem. Em condições laboratoriais, os cistos foram mortos quando em solução de 6% de NaCl em temperaturas que variavam

16 16 entre 4º a 20 ºC, mais resistiram por diversas semanas em solução de 0,85%, 2,0% e 3,3% de sal nas mesmas temperaturas (DUBEY, 1997) TAQUIZÓITOS Os taquizóitos são encontrados durante a fase aguda da infecção e possui importante função na transmissão vertical. Sua multiplicação ocorre dentro das células do hospedeiro por endodiogenia, um processo de brotamento interno em que duas células filhas são formadas dentro da célula-mãe, sendo então liberadas após ruptura. O mesmo é encontrado dentro do vacúolo citoplasmático (vacúolo parasitóforo) de várias células, como nas células do sistema mononuclear fagocitário, nos líquidos orgânicos, excreções, nas células hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares. Apresenta forma de arco com uma extremidade afilada e outra arredondada, medindo aproximadamente, 2 a 6µm (KAWAZOE, 2005). São sensíveis as condições ambientais, sendo pouco resistente à ação do suco gástrico, desidratação ou variação osmótica (JACOBS et al., 1960; KAWAZOE, 2005). Contudo, estudos recentes mostraram que os taquizóitos podem sobreviver por no máximo duas horas, em pepsina, além do que a inoculação oral em altas doses podem causar infecção em gatos e ratos (DUBEY et al., 1998). 2.3 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS PREVALÊNCIA A toxoplasmose é uma zoonose que acomete milhões de pessoas no mundo, tendo sido descrita, na população humana de diversos países, soroprevalências que variam de 15% a 85% na população humana (JAMES et al., 1996) Em crianças, a soroprevalência é relativamente baixa aumentando de acordo com a idade e com a exposição a mais fatores de risco no transcorrer da vida (AMENDOEIRA et al., 1999; CANTOS et al., 2000; TENTER et

17 17 al., 2000) Nos Estados Unidos da America estima-se que a prevalência da infecção para T. gondii seja de 16% a 40%, na América do Sul e América Central e Europa estima-se que a infecção seja de 50 a 80% (DUBEY et al., 1998), enquanto que na Austrália, a prevalência é de 4%; na Finlândia, 20%; Polônia, 36%; Áustria, 37%; Itália, 40%; Etiópia, 48%; Bélgica, 53%; Panamá, 63%; e em El Salvador, 75% (McCABE ; REMINGTON, 1988; ROSS et al., 1993). No Brasil, estima-se que 70% da população adulta humana esteja infectada (NOGUEIRA et al., 1996). Em algumas regiões, 40 a 70% dos adultos sadios apresentam-se positivos para a toxoplasmose em testes sorológicos (KAWAZOE, 2005). Em Recife a taxa de soroprevalência é de 64% (COÊLHO et al., 2003), em São Paulo e Minas 68%; no Rio de Janeiro, de 79%; no Rio Grande do Sul, 74,5%; e na Região Amazônica, 71% e entre indígenas brasileiros, variou de 52% a 65% (AMENDOEIRA et al., 1999). As diferenças nas taxas de prevalência para a toxoplasmose na população humana mundial são atribuídas a fatores relacionados com: localização geográfica, condições ambientais, tipos de fauna, hábitos culturais, grau de desenvolvimento do país, infra-estrutura hídrica e sanitária (REMINGTON et al., 2006) TRANSMISSÃO A transmissão do T. gondii pode ocorrer através da via oral (por ingestão de alimentos contaminados), congênita ou transplacentária. Deve-se também considerar a transmissão por transfusão de sangue ou derivados, transplante de órgãos e acidentes laboratoriais com material biológico (KAWAZOE, 2005). A infecção por via oral é a forma mais comum de transmissão para o homem e os animais. Ocorre pela ingestão de cistos teciduais em alimentos como carne crua ou mal cozida e vísceras (DUBEY ; BEATTIE, 1988; FRENKEL, 1990; DUBEY, 2000; KAWAZOE, 2005), alimentos contaminados pelos oocistos esporulados presentes no solo e também na água (DUBEY ; BEATTIE, 1988; MORRIS, 1996) e ingestão de taquizóitos encontrados no leite e em ovos contaminados podem ser considerados uma potencial forma de transmissão do parasito (TENTER et al., 2000; HIRAMOTO et al., 2001; REY, 2001). Uma das formas mais graves de transmissão tanto para os homens quanto para os animais ocorre pela via congênita ou transplacentária, onde o agente na sua fase de taquizóito passa através da barreira transplacentária para o feto, principalmente quando as fêmeas

18 18 adquirem a infecção primária durante a gestação, ou em casos de reativação da infecção devido à imunossupressão (DUBEY et al., 1994; AMENDOEIRA et al., 1999; HILL ; DUBEY, 2002; FRENKEL, 2004). Existem relatos de transmissão através da transfusão sanguínea e transplante de órgãos de um doador soropositivo e um receptor imunocomprometido (CAMARGO, 2001). Segundo Chinchilla et al. (1994), os oocistos infectantes podem ser disseminados por vetores mecânico, como: minhocas, moscas e baratas, podendo assim contaminar água e alimentos que serão consumidos pelo homem e outros animais. Pode ainda ocorrer à transmissão por via cutânea ou percutânea (pele integra ou lesionada), através de manipulação, uso de facas ou outros utensílios com carnes cruas contaminadas, além de superfícies onde são preparados os alimentos (SMITH et al., 1992) FONTES DE INFECÇÃO Vários fatores apresentam impacto na epidemiologia da infecção por T. gondii, dentre eles o tipo de manejo e produção de animais; critérios de higiene em abatedouros; processamento e tecnologia de alimentos; densidade populacional de gatos ou felinos selvagens; condições ambientais que influenciam na esporulação dos oocistos; localização geográfica; assim como os diferentes hábitos alimentares das pessoas (FREYRE et al., 1993; TENTER et al., 2000) O gato doméstico e os felinos selvagens são provavelmente a principal fonte de contaminação ambiental, pois liberam grande quantidade de oocistos permitindo assim a continuidade do ciclo biológico do parasito. Os oocistos quando esporulados sobrevivem por longo período em condições ambientais adequadas, como em solo úmido, podendo sobreviver de meses a anos (TENTER et al., 2000; DUBEY, 2004) tornando assim uma fonte de infecção para o homem quando esses são levados diretamente a boca (comum em crianças), assim como, para outros animais como roedores e aves ou quando contaminam água e alimentos (CHINCHILLA et al., 1994). Embora, o consumo de carne crua ou mal cozida e vísceras sejam considerados uma importante fonte de infecção para o homem e os animais, o tipo de carne apontada com o maior risco varia de acordo com a situação de cada região, levando-se em conta a taxa de consumo e a soroprevalência em cada espécie animal na região estudada (COOK et al., 2000).

19 19 Dentre os animais de produção os cistos teciduais são frequentemente observados em suínos, ovinos e caprinos, e menos em aves, bovinos, coelhos e eqüinos. Os bovinos e bubalinos apresentam uma maior resistência a infecção pelo Toxoplasma (TENTER et al., 2000). Alguns autores afirmam que a criação de forma extensiva dos animais de produção pode levar a uma maior chance de contaminação destes com oocistos de T. gondii no ambiente. Além disso, o interesse pelo consumo da carne de animais selvagens como javali, lebre, urso, cervídeos e cangurus, tornou-se uma fonte importante de infecção para os humanos (OLIVEIRA et al., 2004). O leite não pasteurizado de ovelhas, cabras, vacas e camelas contendo taquizoítos, podem ser potenciais fontes de infecção do T. gondii para o homem (TENTER et al., 2000; SPALDING et al., 2003). A infecção pela ingestão de leite não pasteurizado (cru), principalmente de cabras, tem sido documentada em humanos, e a transmissão via lactação de gatas infectadas para seus filhotes foi confirmada. Existem relatos de que a infecção do T. gondii também possa ocorrer através do leite humano para os bebês em fase de aleitamento (POWELL et al., 2001) SINAIS CLÍNICOS DA TOXOPLASMOSE HUMANA A toxoplasmose humana pode ser dividida em duas formas, a toxoplasmose adquirida que pode ocorre em qualquer fase da vida do individuo e a congênita que é transmitida da mãe para o filho durante a gestação TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA A toxoplasmose adquirida em pacientes imunocompetentes é normalmente de curso benigno e a infecção na maioria das vezes é assintomática. Comumente os sintomas observados são: febre, cefaléia, mialgias, sensação de fadiga e linfadenopatia cervical ou cervical/axial. Outras manifestações menos frequente são miocardite, polimiosite, pneumonite, hepatite e encefalite (TENTER et al., 2000; YAMAMOTO, et al., 2000). Entretanto, os portadores de doenças imunossupressoras (leucemias, linfomas,

20 20 agamaglobulinemia e AIDS), ou fazendo uso de drogas imunossupressoras, podendo desenvolver doença severa e algumas vezes fatal. (SÁFADI ; FARHAT, 1998). Têm sido relatados diversos casos de retinocoroidite (toxoplasmose ocular), em indivíduos com a forma adquirida. É uma consequência de uma infecção aguda com presença de taquizoítos ou crônica com a presença de cistos contendo bradizoítos localizados na retina (MARTINS et al., 1990). Os principais sintomas incluem baixa acuidade visual, embaçamento e diminuição do campo visual, hiperemia conjuntival e ciliar, dor e fotofobia (SÁFADI ; FARHAT, 1998). Em pacientes com AIDS, somados a lesões discretas ou multifocais pode estar presentes uma necrose difusa da retina associada à leve inflamação e grande número de parasitos. As lesões podem evoluir para uma cegueira parcial ou total ou podem se curar por cicatrização (KAWAZOE, 2005). A encefalite por T. gondii é frequentemente observada em mais de 40% dos pacientes com AIDS, sendo o resultado da reativação dos cistos teciduais latentes. As manifestações clínicas incluem, cefaléia, febre, anomalias focais manifestando hemiparesias (paralisia) leve até perda da capacidade de coordenação muscular, confusão mental, convulsões,letargia, que pode progredir para estupor, coma, até a morte (TORREY ; YOLKEN, 2003; KAWAZOE, 2005) TOXOPLASMOSE CONGÊNITA A toxoplasmose congênita geralmente ocorre quando a mulher é infectada com o Toxoplasma gondii durante a gestação (REMINGTON et al., 2006). No entanto, em mulheres grávidas imunocomprometida, pode reativar uma infecção adquirida antes da gestação (SCHANTZ ; McAULEY, 1991). O risco de infecção congênita é menor quando a infecção materna é no primeiro trimestre (10 a 15%) e maior quando a infecção ocorre no terceiro trimestre (60 a 90%) (DUNN et al., 1999; FOULON et al., 1999; REMINGTON et al., 2006). Contudo, a toxoplasmose congênita é mais severa quando ocorre no primeiro trimestre de gestação (DUBEY et al., 1994; AMENDOEIRA et al., 1999; HILL ; DUBEY, 2002; FRENKEL, 2004). As conseqüências da toxoplasmose congênita irão depender do período da gestação. No primeiro trimestre da gestação, ocorrerá, na maioria das vezes um aborto espontâneo devido ao parasita ter se disseminado por todos os órgãos do feto (SPALDING,

21 ; TENTER et al., 2000). No segundo trimestre pode ser observado aborto ou nascimento prematuro podendo a criança apresentar-se normal ou com uma das formas mais grave doença descrita síndrome ou tétrade de Sabin, assim caracterizada calcificações intracranianas, retinocoroidite e hidrocefalia. Quando a infecção ocorre no terceiro trimestre a criança pode nascer normal e apresentar seqüelas no decorrer da vida, como retinocoroidite, comprometimento ganglionar generalizado, edema, miocardite, anemia e trombocitopenia (SÁFADI ; FARHAT, 1998; KAWAZOE, 2005). 2.5 TOXOPLASMOSE ANIMAL O papel dos animais como reservatório e fonte de infecção é de suma importância na transmissão da toxoplasmose para os humanos, pelo fato desses animais coabitarem próximo ao homem e servirem de alimento para os mesmos (CAMARGO et al., 1995) TOXOPLASMOSE FELINA Os felinos são importantes na epidemiologia da toxoplasmose, pois são os únicos hospedeiros definitivos e apresentam a forma sexuada do parasito (LANGONI et al., 2001; DUBEY et al., 2004). A prevalência nestes animais tende a aumentar com a idade do indivíduo devido às maiores chances de exposição ao parasito com o passar dos anos. Assim como, o modo de vida, pois gatos semi-domiciliados e errantes tem o hábito de caçar (carnivorismo). Já os domiciliados geralmente são alimentados com produtos industrializados (ração), que são livres da forma viável do Toxoplasma gondii (DUBEY, 1994; NOGAMI et al., 1998; GARCIA et al., 1999; GONÇALVES NETO et al., 2003). Os felinos se infectam tanto pela ingestão de oocistos infectantes no ambiente, quanto pela ingestão de cistos teciduais presentes nos hospedeiros intermediários (TENTER, et al., 2000). Os sinais clínicos comumente observados no ciclo extraintestinal são enterite, linfonodos mesentéricos dilatados, pneumonia, encefalite, vômitos, febre, miocardite, irite, uveíte anterior e posterior, retinocoroidite, icterícia, anemia e aborto. A transmissão pode

22 22 ocorrer após ativação de cistos durante a prenhez (FREYRE ; FALCON, 1989; ARAÚJO, et al., 1998). Os filhotes com infecção transplacentária desenvolvem os sinais clínicos mais severos e geralmente morrem. Gatos infectados experimentalmente com T. gondii e com o vírus da imunodeficiência felina (VIF), apresentaram severa pneumonia e hepatite, ao passo que aqueles não infectados com VIF, desenvolveram corioretinite multifocal e uveíte anterior. Pneumonia é a manifestação mais importante em felinos com toxoplasmose (DUBEY et al., 2005). A toxoplasmose aguda pós-natal pode desenvolver-se em indivíduos aparentemente normais com a ingestão de grande número de oocistos esporulados ou bradizoítos levando a doença clínica (ARAÚJO, et al., 1998; DAVIDSON, 2000). Diversos trabalhos no mundo têm registrado a soroprevalência da toxoplasmose felina. Nos Estados Unidos foram realizados estudos no estado de Oklahoma, EUA, dos 618 gatos testados 22% foram positivos (RODGERS ; BALDWIN, 1990) e em Ohio dos 275 gatos submetidos a exame 48% foram soropositivos (DUBEY et al., 2002). Na Espanha a soroprevalência foi de 32,2% (MIRÓ et al., 2004). No Brasil, o estudo de Silva et al. (2002) constatou prevalência de 26,7% de anticorpos contra T. gondii em gatos na cidade de São Paulo. Analisando também soro de 191 gatos em três cidades paulistas e uma paranaense foi encontrado 19,4% de soropositividade (LANGONI et al., 2001). No Estado do Paraná de 58 gatos estudados 84,4% foram positivos para anticorpos contra T. gondii (DUBEY et al., 2004) TOXOPLASMOSE CANINA A Toxoplasmose canina foi descrita pela primeira vez por Melo (1910), em Turin na Itália, em uma cadela que apresentava febre, anorexia, emagrecimento, anemia, vômito e diarréia, ao realizar a necropsia foram observados edema generalizado, pequenos nódulos com parasitas nos pulmões, exsudato sero-sanguinolento no tórax, úlceras intestinais e ligeira hipertrofia de fígado, baço e gânglios mesentéricos. No Brasil, a infecção foi descrita logo em seguida por Carini (1911). Os animais jovens são mais susceptíveis à infecção do que os adultos, entretanto não existe conhecimento de sua transmissão congênita. As manifestações clínicas da toxoplasmose em cães são pneumonia, hepatite e encefalites (DUBEY ; LAPPIN, 2006). Os

23 23 cães se infectam pela ingestão de carne de outros animais contendo cistos de T. gondii (FRENKEL, 1990). Lindsay et al. (1997), demonstraram que cães infectados com oocistos esporulados, foram capazes de eliminar oocistos viáveis nas fezes, por dois dias após a infecção, sem apresentar sinais clínicos da doença. Desta forma, os cães estariam envolvidos com a transmissão mecânica de T. gondii ao homem. Neste mesmo experimento, outro grupo de cães teve seu pelame contaminado com oocistos não esporulados, para observar se estes esporulavam, não sendo detectada esporulação. Ishizuka & Yasuda (1981), realizaram um inquérito sorológico utilizando o teste de Imunofluorescência Indireta em 1256 amostras de soro de cães oriundo do centro de zoonose de São Paulo, sendo observado 63,80% de soropositividade. Navarro et al. (1997), analisaram 312 amostras séricas de cães provenientes do Hospital veterinário de Londrina-Paraná, encontraram uma prevalência de 23,40% de animais sororeagentes, pela técnica de Imunofluorescência Indireta. Meireles et al. (2004), encontram 50,5% de positividade em animais errante de áreas metropolitana de São Paulo TOXOPLASMOSE SUÍNA A toxoplasmose em suínos foi descrita por Farrel et al. (1952), em Ohio, nos Estados Unidos, em um rebanho que apresentava alta mortalidade em animais de diferentes faixas etárias. No Brasil, o primeiro relato dessa parasitose, nesta espécie, foi realizado por Silva (1959), que descreveu um caso no estado de Minas Gerais. A grande importância da toxoplasmose em suínos está relacionada com as perdas reprodutivas e suas implicações na saúde, uma vez que estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de cistos em carne crua ou mal cozida é uma fonte de transmissão importante para a população humana (FIALHO ; ARAÚJO, 2002). Os subprodutos da carne, como os embutidos, também são importantes na transmissão do parasito ao homem caso sejam consumidos sem o devido tratamento térmico (>67ºC) (DUBEY, 1996; DIAS et al., 2005). Os principais transtornos reprodutivos causados pelo Toxoplasma gondii em fêmeas suínas que se infectam pela primeira vez durante a gestação, são: aborto, natimortalidade e mumificação fetal. Entre os leitões que nasceram aparentemente normais, foram observados títulos elevados de anticorpos anti-toxoplasma (VIDOTTO ; COSTA, 1987; VIDOTTO et

24 24 al., 1987 ). Foram encontrados T. gondii viáveis em colostro e leite de fêmeas infectadas em período de aleitamento (DUBEY ; BEATTIE, 1988). A transmissão ocorre pela ingestão de água e/ou ração contaminada com oocistos presentes nas fezes de felinos, cistos em roedores, carne ou restos de alimentos infectados, ou infecção transplacentária (FRENKEL, 1990; SMITH et al., 1991; DUBEY et al., 1995; ARAÚJO, 1999). Os oocistos, provenientes das fezes de gatos, são a principal fonte de infecção para os suínos em sistema de criação com acesso a pasto. Desta forma, suínos criados em confinamento total têm menor probabilidade de se infectar pelo parasito (ASSADI-RAD et al., 1995; GAMBLE et al., 1998; TSUTSUI et al., 2003). Vidotto et al. (1987) realizaram um levantamento sorológico em suínos abatidos nos municípios da região de Londrina e apuraram uma taxa de 34,62% de soropositivos para o Toxoplasma gondii e, em estudo posterior, Vidotto et al. (1990) encontraram 37,84% de suínos sororeagentes, demonstrando o alto grau de infecção do meio ambiente por oocisto do T. gondii. Navarro et al. (1992) obtiveram um percentual de 20,26% das amostras de carne de suíno do Estado do Paraná positivas e Tsutsui et al. (2003) observaram uma prevalência de 15,35% em granjas suinícolas da mesma região. No Estado de São Paulo, Suaréz-Aranda et al. (2000), realizaram estudo em suínos abatidos em frigorífico, onde verificaram 9,6% de soropositivos TOXOPLASMOSE CAPRINA Os caprinos podem ser seriamente acometidos pelo T. gondii e a infecção causar sérios transtornos reprodutivos, como morte embrionária, morte fetal, reabsorção fetal, feto mumificado, natimortalidade, abortos ou nascimento de animais debilitados, ocasionando grande prejuízo econômico aos criadores (DUBEY, 1990). Em infecções experimentais, foi constado a eliminação do agente através do leite, saliva, urina (VITOR et al., 1991) e sêmen (DUBEY ; SHARMA, 1980), possibilitando assim a ingestão de excreções contaminadas entre animais confinados (VITOR et al., 1991). O isolamento do agente a partir de diferentes tecidos de caprinos, aparentemente saudáveis, foi descrito vários autores (HAGIWARA et al., 1978; DUBEY, 1988). Cistos tissulares permanecem viáveis por longos períodos, provavelmente, por toda a vida do

25 25 hospedeiro e se distribuem por toda musculatura animal, atingindo inclusive os fetos nos animais gestantes (DUBEY, 1980). Além dos aspectos relacionados à sanidade animal, deve-se levar em consideração o aspecto zoonótico da toxoplasmose, sendo uma infecção muito comum em humanos (DUBEY ; BEATTIE, 1988; REMINGTON et al., 2006). A eliminação do Toxoplasma gondii pelo leite de cabra (RIEMANN et al., 1975; DUBEY et al., 1980; VITOR et al., 1991) e a persistência de cistos na musculatura dos caprinos (DUBEY, 1980) mostram a importância desta parasitose na transmissão da toxoplasmose ao homem (SACKS et al., 1982; PEPIN et al., 1997). Na Zona da Mata de Pernambuco, foram avaliados plantéis de produção leiteira e comercial, sendo encontrado 42% de positividade, destes 10% de criações leiteiras e o restante (32%) de animais criados extensivamente (OLIVEIRA et al., 1995). Recentemente, Silva et al. (2003) encontraram 40, 4% soropositivos na Zona da Mata e Agreste de Pernambuco. Sella et al. (1994), com o propósito de estudar a toxoplasmose em caprinos, colheram 153 amostras de sangue de oito propriedades leiteiras, na microrregião de Londrina - Paraná, obtendo 47 animais (30, 71%) de sororeagentes. Figliuolo et al. (2004), obtiveram uma prevalência de 28,7%, em propriedades de São Paulo TOXOPLASMOSE OVINA A infecção nos ovinos ocorre especialmente com a ingestão de oocistos presentes no pasto, ração e solo contaminado (PLANT et al., 1974; COUTINHO et al., 1982). Clinicamente os ovinos são assintomáticos, porém em ovelhas imunocomprometida que adquirem a infecção durante a gestação, podem desenvolver distúrbios reprodutivos, levando a perdas econômicas consideráveis. De acordo com Blewett & Watson (1984), a toxoplasmose é a causa primária de perdas em 10% a 20% dos rebanhos com problemas de aborto e natimortos, com uma incidência anual de 1% a 2%, taxa baixa quando comparada com alta prevalência de ovinos soropositivos. Esta infecção não só resulta em significantes perdas econômicas, mas também tem implicações para saúde pública já que a presença do parasito na carne e no leite de ovelha quando

26 26 inadequadamente preparados, constituem-se em uma fonte de infecção para o homem (LUNDÈN ; UGGLA, 1992; TENTER et al., 2000; JITTAPALAPONG et al., 2005). Dubey (1990), observou cistos viáveis do parasita em diafragma, músculos e cérebro de animais infectados congenitamente. Estes cistos permaneceram viáveis, sob refrigeração, por até 15 dias, representando uma importante fonte de infecção para o homem. A prevalência da toxoplasmose entre os ovinos é avaliada, principalmente, por inquéritos sorológicos, e as taxas variam de acordo com o teste sorológico utilizado, a região e a idade dos animais (DUBEY, 1990). Os ovinos são altamente susceptíveis à infecção pelo T.gondii e tendem a manter títulos de anticorpos por período prolongado, dessa forma a detecção destes no soro dos animais são indicadores valiosos de infecção (BLEWETT ; WATSON, 1983). No Brasil, a presença de anticorpos anti-toxoplasma na espécie ovina tem sido avaliada em inquéritos sorológicos. Larson et al. (1980) no Rio Grande do Sul, relataram positividade em 39% do rebanho estudado. Pita-Gondim et al. (1999) em estudos na Bahia encontraram uma soroprevalência de 18,75% em 240 ovelhas. Em São Manuel, São Paulo, Meireles (2001) obteve uma freqüência de 31% reagentes ao T. gondii em 200 amostras de ovinos testadas através do ensaio imunoenzimático (ELISA). Silva et al. (2003) examinaram 173 amostras de soro de animais de 10 propriedades localizadas na Zona da Mata e Agreste de Pernambuco, através da reação de imunofluorescência indireta, onde os pesquisadores obtiveram um percentual de positividade de 35,3% TOXOPLASMOSE BOVINA Os bovinos são considerados relativamente resistentes a infecção pelo Toxoplasma gondii. Os cistos presentes na musculatura desses animais são menos freqüentes, e persistem por menos tempo quando comparados a outros animais (DUBEY, 1994). Apesar de o isolamento ser difícil, ele já foi encontrado na retina e diafragma de bovinos, e a transmissão congênita foi comprovada pela presença do parasito em fetos de vacas gestantes (AMATO NETO et al., 1995), no entanto, aborto e natimortalidade não têm sido relatados (ESTEBAN- REDONDO ; INNES, 1997). A infecção nos bovinos ocorre principalmente pela ingestão de oocistos presentes nos alimentos (pastagem e ração) e solo contaminado (COUTINHO et al., 1982; DUBEY, 1986). Contudo, a infecção natural é pouco relatada, mais em estudo

27 27 experimental, utilizando novilhos inoculados com oocistos de T. gondii, os cistos permaneceram viáveis na musculatura do coração, língua e fígado desses animais, por até 1191 dias pós-infecção e título de anticorpos permanece alto durante dois anos. Após esse período, o animal permanece soronegativo (DUBEY ; THULLIEZ, 1993). Em bezerros infectados experimentalmente, foram observados febre, perda de apetite, diarréia e alterações respiratórias (FAYER ; FRENKEL, 1979; COSTA ; COSTA, 1978; DUBEY, 1983). Matsuo & Husin (1996), demonstraram uma soroprevalência de 9,0 % em 200 cabeças de gado de diferentes regiões da província de Lampung na Indonésia. Suárez- Hernández et al. (2005), realizaram estudos na Província de Ciego de Ávila em Cuba, onde analisaram soros de 1473 bovinos pela técnica de Imunofluorescência Indireta., destes 882 (60%) foram reagentes ao teste para pesquisa de anticorpos anti-t. gondii. Daguer et al. (2004), pesquisaram a participação da carne bovina na epidemiologia da toxoplasmose, para tanto coletaram amostras de soro de 348 bovinos em quatro matadouros da microrregião de Pato Branco, Estado do Paraná. As amostras apresentaram 41,4% de soropositividade pela técnica de Imunofluorescência Indireta. Marana et al. (1995) preocupados com o crescente hábito de consumir leite in natura, coletaram sangue de 503 bovinos de leite oriundos de 17 rebanhos localizados ao Norte do Paraná, onde apresentaram 48,51% de sororeagentes TOXOPLASMOSE EQUINA Das espécies de animais que apresentam toxoplasmose, os eqüinos parecem ser os mais resistentes (AL-KHALIDI et al., 1979). A infecção nestes animais geralmente é assintomática, sendo esta caracterizada pela manutenção de titulo de anticorpos e presença de cistos teciduais, que representam risco de infecção em países onde é habitual o consumo da carne (DUBEY, 1985; LANGONI et al., 2007). Contudo, alguns eqüinos apresentam manifestações clínicas desta parasitose, tais como, paresia, paralisia dos membros posteriores, hiperirritabilidade, distúrbios oculares e aborto (SILVA et al. 1981; TURNER ; SAVVA, 1991). Gazeta et al. (1997), através de exames sorológicos para detecção de anticorpos anti-toxoplasma gondii em 430 animais adultos, aparentemente saudáveis, de doze municípios do Estado do Rio de Janeiro, obtiveram 4,42% de soropositivos. Naves et al.

28 28 (2005) realizaram no município de Uberlândia, Minas Gerais, um levantamento sorológico em 117 equinos da raça Mangalarga Machador procedentes de três Haras, o resultado obtido foi de 12,82% de animais sororeagentes pela técnica de Imunofluorescência Indireta TOXOPLASMOSE EM AVES A prevalência do Toxoplasma gondii em galinhas criações extensivas pode representar risco de infecção para o homem, principalmente quando estes manipulam carnes sem higiene ou por meio do consumo de carne crua ou semicozida (LITERAK ; HEJLICEK, 1993). Em estudos realizados com galinhas poedeiras e pombas experimentalmente com o parasito, Biancifiori et al. (1986), observaram a suspensão temporária da postura e morte de embriões, especialmente durante as duas primeiras semanas após a inoculação, e sinais clínicos como diarréia, incoordenação, espasmos, hepatomegalia, esplenomegalia e morte. Kaneto et al. (1997), trabalhando com inoculação experimental do T. gondii em 84 frangos de corte do Estado do Paraná a isolaram o parasito em vários órgãos, inclusive coração e musculatura esquelética, mostrando a importância desta espécie na disseminação do parasito. Garcia et al.(2000) verificaram a ocorrência de anticorpos anti-toxoplasma gondii em 155 galinhas de criações domesticas (fundo de quintal), de 32 propriedades rurais localizadas no município de Jaguapitã, Estado do Paraná, sendo encontrado 16 (10,3%) aves positivas, pela técnica de Imunofluorescência Indireta. Em um estudo a respeito do T. gondii em avestruzes de criatórios comerciais, Dubey et al. (2000) no Canadá, encontraram apenas 2,9% de animais soro-positivos, enquanto Hove & Mukaratirwa (2005), ao pesquisarem o T. gondii no soro de 50 avestruzes selvagens do Zimbabwe, encontraram 48% dos animais sororeagentes. No Rio Grande do Sul foi realizado um estudo com 74 emas de 10 criatórios comerciais, destes animais 6 (8,10%) apresentavam sorologia positiva (MAROBIN et al., 2004). O parasito também foi isolado em 7 de 30 canários de um aviário na Nova Zelândia, os quais apresentavam problemas oftálmicos, vários taquizóitos de T. gondii foram observados retina e humor vítreo (VICKERS et al., 1992). Em Perus selvagens em 21 localidades do Sudoeste dos Estados Unidos, 10%apresentaram soroprevalência para o T.

29 29 gondii. Outros grupos de aves como pombos (BIANCIFIORI et al., 1986), codornas (ALBUQUERQUE et al., 2002) e faisões (DUBEY et al., 1994) demonstraram ser susceptíveis à infecção quando experimentalmente inoculados TOXOPLASMOSE EM ANIMAIS DE CAÇA Estudos epidemiológicos de diversos surtos de toxoplasmose têm identificado que o consumo ou manuseio de carnes de animais de caça crua ou mal-cozinhada como uma fonte de infecção para o homem (Mc DONALD et al., 1990; COOK et al., 2000; ROSS et al., 2001; CARME et al., 2002; DUBEY ; JONES, 2008). Estudos sorológicos mostram 44% dos veados de cauda branca são positivos para T. gondii, no Estado do Alabama, Estados Unidos. Os veados são estritamente herbívoros e a alta prevalência do parasito nestes animais sugere contaminação ambiental com oocistos (LINDSAY et al., 1991; DUBEY ; JONES, 2008). Entre 8% a 38% dos javalis testados na Europa são soropositivos para o parasito (LUTZ, 1997; GAUSS et al., 2005; BARTOVA et al., 2006; ANTOLOVA et al., 2007). Um surto de toxoplasmose foi relatado nos países baixos, em cangurus adultos de face negra (Macropus fuliginosus melanops) em cativeiro. Dos 25 cangurus 8 (32%) foram soropositivos, através da técnica de Aglutinação Direta Modificada (MAT) (DUBEY et al., 1988). Canõn-Franco et al. (2003) encontraram anticorpos contra Toxoplasma gondi em 104 (69,8%) de 149 capivaras, utilizando a Imunofluorescência Indireta 2.6 DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico torna-se difícil, pois os sinais clínicos da toxoplasmose não são específicos e nem suficientemente característicos, podendo assim confundir a toxoplasmose com outras doenças infecciosas, sendo necessário o uso de técnicas laboratoriais para sua confirmação (HILL ; DUBEY, 2002) DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO

30 INOCULAÇÃO EM CAMUNDONGO A inoculação em camundongos utiliza o sangue do paciente, de preferência a camada leucocitária, ou sedimento do centrifugado de líquido cefalorraquiano, líquido amniótico, lavado brônquico-alveolar, suspensões de triturados de biópsia ou de placenta, que são inoculados via intraperitoneal em camundongos isogênicos (REMINGTON et al., 2006). A positividade é indicada pela soroconversão do animal e confirmada pelo achado de taquizoítos no líquido peritoneal ou, mais freqüentemente, de cistos no cérebro e outros órgãos, evidenciados em cortes de tecido por imunohistoquímica, o que, entretanto, pode exigir passagens cegas para novos camundongos, inoculados com triturados de órgãos do primeiro. Os prazos longos para a obtenção dos resultados, de 30 ou mais dias, são compensados pela alta sensibilidade do teste (CAMARGO, 2001) ISOLAMENTO EM CULTURAS DE CÉLULAS O método consiste no crescimento e isolamento do patógeno em culturas de células, para tanto, os materiais suspeitos serão semeados em culturas de células, como fibroblastos humanos ou de várias outras linhagens celulares. O desenvolvimento de T. gondii no interior das células pode ser evidenciado com facilidade por Imunofluorescência no tecido em prazos curtos de até uma semana. Porém, essa técnica é menos sensível do que a inoculação no camundongo (DEROUIN et al., 1987) PESQUISA DE ANTÍGENOS O parasito ou seus antígenos podem ser evidenciados em cortes de tecidos por Imunohistoquímica, utilizando-se anticorpos específicos e coloração imunofluorescente ou imunoenzimática. Métodos de diagnóstico Imunohistoquímico são 18 específicos e se deram a partir do desenvolvimento do método da peroxidase-antiperoxidase (PAP) (STERNBERGER

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