Equiparação dos direitos sucessórios dos conviventes aos dos cônjuges

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1 Equiparação dos direitos sucessórios dos conviventes aos dos cônjuges Resumo Andréia de Abreu Lima 2 O presente artigo tem por finalidade discutir o direito sucessório dos conviventes à luz das Leis 8.971/1994, 9.278/1996 e do Código Civil vigente, apontando suas falhas e posicionamentos doutrinários quanto à sua disciplina, para, ao final, sugerir a equiparação dos direitos sucessórios daqueles que vivem em união estável aos dos cônjuges. Até 1988, a união estável existia à margem da legislação, não sendo aceita pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro como um dos nascedouros da entidade familiar. Com a entrada em vigor da atual Constituição surgiu a necessidade de se disciplinar tal instituto. Em entra em vigor a Lei 8.971, apelidada de Lei do Companheirismo e em a Lei que, até então, eram os únicos estatutos legais que disciplinavam a união estável. Em 2003 entrou em vigor o Código Civil atual que, apesar de ter inovado em diversos aspectos, em outros deixou a desejar, sobretudo quando tratou do direito sucessório entre os conviventes, disciplinando-o, deslocadamente nas disposições gerais do Título I do Livro do Direito das Sucessões e de maneira discriminatória em relação ao novo tratamento dado ao cônjuge sobrevivente, causando, assim, um retrocesso das conquistas daqueles que vivem em união estável, quando se trata de sucessão. Diante de tratamento tão desigual, houve a reação da doutrina que, em sua maioria, critica a lei civil, nesse aspecto, e defende a necessidade de reforma. O certo é que a disciplina do CCB/2002 dada à sucessão entre conviventes foi imensamente injusta e carece de reformas. Estas são necessárias para que aos conviventes sejam destinados os mesmos direitos sucessórios a que têm direto os cônjuges, uma vez que, em relação aos deveres, estes são os mesmos, tanto para quem é casado quanto para quem, por um motivo ou outro, escolhe viver em união estável. Palavras chave: Família; União estável; Casamento; Sucessão. Introdução A sociedade está em constante transformação. Tais transformações se dão, inicialmente, no seio da família, considerada o principal centro de formação pessoa. O Direito sempre esteve atento a essas transformações sociais, sobretudo no que diz respeito ao Direito de Família, que, devido ao seu dinamismo, está em constante evolução, confrontando-se, muitas vezes, com temas controversos que exigem especial atenção do legislador. Uma das transformações pelas quais passou o Direito de Família no decorrer dos tempos foi a recepção da união estável pela Carta Magna e, posteriormente, pelo atual Código Civil. 2 Especialista em Direito Civil e Processo Civil pelo Instituto Universitário Brasileiro, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Teófilo Otoni - MG, Advogada. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

2 Percebendo a mudança do conceito de família cuja origem deixou de estar vinculada apenas ao casamento, passando a nascer também das uniões livres entre homem e mulher o legislador pátrio buscou a adequação da legislação, tentando desatrelá-la dos padrões patriarcais, moralistas e arcaicos, que enalteciam a família advinda do casamento em detrimento daquela proveniente da união estável, então, preconceituosamente, denominada concubinato. Atento às novas demandas sociais, o legislador de 1988, ao elaborar a Constituição Federal, estendeu, em seu artigo 226 3º, a proteção do Estado à união estável entre homem e mulher, passando a tratá-la como entidade familiar. Legitimando a família nascida de uma união estável, a Carta Magna reconhece que o conceito de família evoluiu, adaptando-se, assim, a uma nova realidade social. Consequentemente, urge que a família deve ser tratada sob uma ótica despreconceituosa, carecendo do amparo de uma legislação que abarque todas as suas nuances. Com a inclusão da união estável no livro do Direito de Família do Código Civil atual, nasce a necessidade de se disciplinar, no mesmo diploma legal, a sucessão entre conviventes. Entretanto, era esperado que, no mínimo, o legislador mantivesse o disposto nas leis 8.971/1994 e 9.278/1996 que, embora cheias de falhas, colocavam o companheiro sobrevivente em uma situação melhor do que a estabelecida pelo Código Civil vigente. Entretanto, o legislador de 2002 teve receio em tratar isonomicamente os conviventes e os casados. Assim, ao invés de ao menos conservar os direitos sucessórios adquiridos pelos primeiros, colocou-os em uma posição extremamente desvantajosa em relação aos casados, demonstrando, com isso, que apesar de a união estável haver sido acolhida pela Constituição Federal e disciplinada pelo Código Civil atual, o sistema legal pátrio prefere o casamento. A Constituição Federal é clara ao afirmar que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, e que para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar. Sendo assim, se a família, não importando se a sua origem é o casamento, a união estável ou qualquer outra, tem a proteção do Estado, não pode haver discriminação no tocante aos direitos sucessórios. Se o Direito deve acompanhar as mudanças sociais, por que não estender aos conviventes os mesmos direitos sucessórios que foram assegurados aos cônjuges? Não seria lógico que o legislador, que atribuiu aos conviventes a maioria dos deveres aos quais se sujeitam os casados, fizesse o mesmo em relação aos respectivos direitos? Não se pode negar a concessão dos mesmos direitos sucessórios dos cônjuges aos companheiros, sob pena de se negar a proteção do Estado à família advinda da união estável. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

3 Família: conceito e evolução histórica Há diversos relatos acerca da origem da família e da sua organização na antiguidade, bem como de sua conceituação. Buscando seu significado em dicionários de língua portuguesa, encontramos família como o conjunto de pai, mãe e filhos; pessoas do mesmo sangue, descendência; linhagem. (BUENO, 2000, p. 347). Lourival Silva Cavalcanti cita diversos conceitos de outros autores entre eles Wolf, que define família como sendo: O conjunto de pessoas ligadas entre si pelo matrimônio e pelo parentesco. Num sentido restrito, a família é um grupo cerrado de pessoas, composto de pais, filhos, apresentando certa unidade de relações jurídicas tendo comunidade de nome, economia, domicilio e nacionalidade, fortemente unido por identidade de interesse e fins morais e materiais, monarquicamente organizado sob a autoridade de chefe que é o pai. (CAVALCANTI, 2003, p. 27). Caio Mário da Silva Pereira, citado por Rodrigo da Cunha Pereira (2001, p.5) conceitua genérica e biologicamente a família como o conjunto de pessoas que descendem do mesmo tronco ancestral e ainda como o conjunto de pessoas unidas pelos laços do casamento e da filiação. O certo é que, por longos anos, a família teve sua origem somente a partir do casamento e era organizada tendo o pai como seu chefe, e este, como tal, exercia sobre seus filhos e esposa os seus poderes. Somente ele tinha legitimidade para adquirir o patrimônio da família. Os casamentos dos filhos e filhas eram arranjados de acordo com sua conveniência e vontade, ignorando-se por completo qualquer vontade dos envolvidos. A relação entre os membros da família era norteada pela submissão e, em muitos casos, pelo medo em relação ao chefe, ou seja, o centro da entidade familiar era a autoridade paterna. A Constituição Nacional de 1891 definia família como a instituição jurídica originada exclusivamente do casamento civil. Tal preceito foi reproduzido até a Carta de 1967, aliás, a última a utilizar essa definição. (CAVALCANTI, 2003 p. 27). Com a evolução dos tempos ocorreram inúmeras transformações e o pai, ainda o chefe da família, teve seu poder diminuído. Os membros então tinham o dever de obediência e não o de submissão incondicional como era anteriormente. A mulher passou a figurar ao lado do homem como peça necessária à administração da família, sua função perante ela não mais se restringia à procriação. Modernamente não se fala em pátrio poder, mas sim em poder familiar. A mulher não deve obediência ao homem, ambos devem respeitar-se mutuamente e juntos dirigir a família, com o dever de zelar pelo bem estar de sua prole. Hoje a relação entre pais e filhos não é mais norteada pelo medo ou pela exacerbada obediência e sim pelo diálogo, amor e compreensão. Há ainda as famílias monoparentais, que são aquelas formadas, além dos filhos, somente pelo pai ou pela mãe. Isso pode ocorrer devido ao fim de uma sociedade conjugal ou de uma convivência, ou ainda por terem, ou o homem ou a mulher, Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

4 optado por viver apenas com os filhos, sem constituir qualquer vínculo matrimonial ou de convivência. Como não poderíamos deixar de comentar, as famílias originam-se, ainda, das uniões homoafetivas que, mesmo sendo repelidas por boa parcela da sociedade, afloram em seu seio, e são uma realidade crescente. Ainda são grandes carecedoras de proteção do Ordenamento, embora tenham conseguido evoluir bastante em sua busca, haja visto os julgados recentes de nossos Tribunais Superiores. Em 1988 o casamento era a única forma de constituição da família perante o Ordenamento Jurídico Nacional. O Código Civil de 1916 não disciplinava a união estável, esta era tratada apenas pela jurisprudência. Com a entrada em vigor da atual Constituição Federal, o legislador, no artigo 226, 3º, definiu a entidade familiar constituída a partir da união estável entre homem e mulher, e deu a garantia da proteção do Estado a uma situação que, apesar de ser estritamente de fato, tornou-se muito comum. Em que pese a união estável não ser casamento, não se pode deixar de criticar o resquício de preconceito cultivado pela sociedade, e que reflete na legislação nacional, quando o legislador incluiu no dispositivo em questão que deve haver uma facilitação para transformar tal união em casamento, o que na pratica não ocorre. Com essa atitude, o legislador, nas entrelinhas, mostra sua preferência ao casamento em relação à união estável. Na vida prática tanto aqueles que vivem em união estável quanto os legalmente casados apresentam-se à sociedade com o mesmo aspecto, ou seja, como se casados fossem. A finalidade de ambos os institutos nada mais é que a formação da família e a proteção dos interesses da prole. Em 2003 passou a avigorar o Código Civil atual e com ele a regulamentação da união estável no livro que trata do Direito de Família. Na opinião de Rodrigo da Cunha Pereira (2003, p. 189) a grande alteração no Livro da Família, em relação ao código anterior foi a inserção da união estável (grifamos). Entretanto o legislador de 2002 incluiu, apenas cinco artigos (1.723 ao 1.727) disciplinando tal instituto, deixando de lado outras formas de entidades familiares como, por exemplo, as monoparentais e as homoafetivas, realidade presente nos nossos dias. Percebe-se, dessa forma, que a organização familiar sofreu ao longo dos anos diversas transformações, desde a forma de sua constituição até a transformação dos poderes do pai em obrigações dos pais; da possibilidade da ausência de algum membro, no que diz respeito às famílias monoparentais, à existência de famílias homoafetivas. Enfim, transformações ocorreram e a família que antes tinha como fundamento a autoridade de pai e a finalidade única de procriação, hoje tem o amor, o respeito, o companheirismo e a busca por melhores condições de vida. Hoje, vê-se a família como célula fundamental da sociedade, protegida constitucionalmente (CAVALCANTI apud Maria Helena Diniz, 2003, p. 28). Percebe-se que não se fala em autoridade paterna ou absoluta necessidade do casamento civil para sua constituição. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

5 Infelizmente há quem insista em fechar os olhos para as mudanças, em dizer que a família está em frangalhos, degradada, que a instituição não é mais respeitada, que está em ruínas, que está próxima do seu fim. Engana-se quem persevera nessa ideia. Sábias são as palavras do incomparável Caio Mário da Silva Pereira quando no volume que trata do Direito de Família das suas Instituições de Direito Civil, afirma existir uma nova concepção de família em nossos dias, que lhe confere uma nova feição. Com essa afirmativa, o mestre afasta a possibilidade de crise da família e abre espaço para vislumbrar-se a sua transformação, a sua adequação aos novos tempos e valores éticos e morais. A família sempre existirá e sempre estará sujeita às transformações sociais. Ela jamais deixará de contribuir para a formação do homem e para a transformação da sociedade. Ela é o alicerce em todos os tempos e culturas, não importando qual é a sua origem, quais e quantos são os seus membros, e sim se ela atende às necessidades daqueles que dela dependem. Seu fim, que não é previsível, certamente resultaria no fim da sociedade organizada. A recepção da união estável como origem da família pela Constituição Federal e pelo Código Civil atual As constituições pátrias sempre trouxeram em seus dispositivos a ideia rígida de possibilidade de constituição da família somente a partir do casamento civil, e qualquer outra forma de organização familiar ficava no mundo dos fatos e não merecia proteção do ordenamento jurídico nacional. Entretanto, inúmeras eram as famílias que, mesmo antes da promulgação da atual Carta Magna, eram constituídas a partir da união estável, até então denominada concubinato. O Código Civil de 1916 disciplinava somente o casamento e nada mencionava acerca da união estável, exceto no tocante à investigação de paternidade de filhos, então denominados ilegítimos, em seu artigo 363, I. Com a entrada em vigor da atual Constituição Federal, abriu-se espaço para a regulamentação da união estável como forma de constituição da família. O que antes era tratado somente pela jurisprudência passou a fazer parte da legislação nacional. Entretanto, muito se questionava se o instituto passaria a integrar o Direito de Família ou não. Para alguns não poderia tal instituto figurar no Livro da Família pertencente ao Código Civil, já que a família tinha como única origem o casamento civil e união estável não é casamento, tampouco um quase-casamento. Outros, acertadamente, afirmavam que, com o reconhecimento da união estável pelo legislador constituinte, não houve a intenção de transformar união estável em casamento, e sim de ampliar o campo do Direito de Família. A esse respeito escreve Lourival Silva Cavalcanti: O novo Direito de Família que emerge da Constituição vigente não mais se estrutura só no casamento, senão também na união estável (grifamos). Torna-se imperioso deixar assente, no entanto, à vista das disposições constitucionais, que isso não significa transformar a união estável num Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

6 quase-casamento ou dar-lhe tratamento igual ou semelhante ao matrimônio. Impõe-se uma visão de que o casamento e a união estável são institutos diversos, segundo o entendimento da própria Constituição, do que decorre a necessidade de dar-lhes disciplina jurídica que contemple essa diversidade de natureza. (CAVALCANTI, 2003, p.49). Conforme escreve Rodrigo da Cunha Pereira: O que se reivindica ao reclamar uma regulamentação para o instituto da união estável é que ele seja tratado na esfera do Direito de Família, o que não ocorria na jurisprudência brasileira, dificultando a sua mensuração em relação, principalmente, aos efeitos patrimoniais. (PEREIRA, 2001, p. 44). Com a entrada em vigor do Código Civil atual, foi atendida, ainda que de maneira insatisfatória, a necessidade de regulamentação da união estável, inserindo-a no Livro do Direito de Família. Antes da previsão do instituto da união estável pelo Código Civil vigente, nosso ordenamento jurídico contava apenas com as leis de 29/12/1994 e de 13/05/1996. A primeira regula o direito dos companheiros aos alimentos e sucessão e a segunda regulamenta o 3º do artigo 226 da Constituição da República de Alguns doutrinadores afirmam que ambas as leis foram tacitamente revogadas com a vigência do atual Código Civil, já que este passou a regular os assuntos tratados pelas leis especiais. Outros, entretanto, afirmam que os dois diplomas legais anteriores foram parcialmente revogados, uma vez que tratam de assuntos que não foram abordados pelo novo Código, como é o caso do usufruto e do direito real de habitação. Há ainda aqueles, a exemplo de Silvio de Salvo Venosa, que criticam o Código, afirmando que o legislador não utilizou a boa técnica legislativa, deixando dúvidas a respeito da manutenção ou não das leis 8.971/1994 e 9.278/1996. Parece-nos mais acertada a opinião daqueles que defendem a revogação parcial da legislação especial, defendendo sua aplicação quanto aos assuntos não tratados pelo Código vigente. A união estável e o casamento perante o Direito Sucessório Até a entrada em vigor da atual Constituição, nada era falado acerca do direito sucessório dos conviventes. Da mesma forma que o Código de 1916 que não disciplinava a união estável, não disciplinava também o direito sucessório entre os conviventes. Antes da vigência do Código Civil de 2002, o cônjuge supérstite era meeiro do de cujus e herdava somente na ausência de descendentes e ascendentes (artigo CCB/1916). A partir de 2003, com o advento do novo Código Civil, o cônjuge sobrevivente passou a figurar no rol de herdeiros necessários, inclusive com privilégios em relação aos descendentes, além de continuar tendo direito à meação. A partir do reconhecimento da união estável pela CR/88 houve a necessidade de regulamentar o direito sucessório dela decorrente. Diante dessa necessidade, em 29 de dezembro de 1994, teve inicio o cumprimento da determinação constitucional que assegura à união estável a condição de entidade familiar para efeito de proteção Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

7 estatal, com a entrada em vigor da Lei 8.971, que regulamenta o direito dos companheiros aos alimentos e à sucessão. O objetivo da referida lei é o de proteger os membros da entidade familiar nascida de uma união estável, evitando, dessa forma, que uma pessoa se dedique a outra por longo período, vivendo como se casados fossem e, ao fim da união, corra o risco de ficar materialmente desamparada, sem condições de dar prosseguimento digno à sua vida. Entretanto, em que pese ter acontecido um enorme avanço, no que tange à legislação de proteção da união estável e seus efeitos, ainda havia pontos que não eram atendidos pela então chamada Lei do Companheirismo. O legislador atento a esses pontos, em 10 de maio de 1996, deu prosseguimento à tarefa legislativa de regulamentação do artigo 226 3º da Constituição Federal, com a entrada em vigor da Lei que, além de regular os direitos aos alimentos, trata da divisão de bens, do direito real de habitação e inova ao possibilitar aos conviventes a hipótese de contratarem, por escrito, acerca da destinação dos bens adquiridos na constância da união, a título oneroso. A Lei de 10 de janeiro de 2002, Código Civil Brasileiro atual, inovou em inúmeros aspectos. Entretanto, ainda deixou a desejar, como se pode constatar no tocante à regulamentação dos direitos sucessórios entre conviventes. Além de ter sido tratado, de forma deslocada, nas disposições gerais do Título I que trata da Sucessão em Geral no Livro do Direito das Sucessões, o assunto foi abordado de maneira insatisfatória em relação ao novo tratamento dado ao cônjuge sobrevivente pelo mesmo Código. Direito sucessório dos conviventes de acordo com a Lei 8.971/1994 Conforme já exposto, a Lei 8.971/1994 foi a primeira atitude do legislador em obediência ao disposto no artigo 226 3º da Constituição Federal de Com ela estabeleceu-se o direito aos alimentos, ao usufruto dos bens deixados pelo companheiro falecido, além do direito à meação nos casos em que houvera colaboração efetiva do companheiro sobrevivente para a aquisição dos bens dos conviventes. Na presente pesquisa, interessa-nos a abordagem da questão referente ao direito sucessório. Entretanto, não podemos deixar de tecer alguns comentários acerca do artigo 1º da lei em questão, uma vez que ele estabelece, além das pessoas, as condições em que elas devem viver para que sejam tratadas como conviventes e tenham direito a suceder ao companheiro falecido. O artigo 1º da Lei 8.971/1994 estabelece quais são as pessoas que podem constituir uma união estável, os limites da possibilidade do pedido de alimentos de um ao outro, além de estabelecer a lei 5.478/1968 como dispositivo legal para reger tal possibilidade. De acordo com o referido artigo 1º, tanto o homem quanto a mulher devem ser solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos. Deve também o casal ter convivido como se casados fossem por no mínimo cinco anos ou ter prole comum, para que qualquer dos dois possa se valer da Lei de Alimentos, quando da extinção da Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

8 união, a fim de pleitear o pensionamento alimentício, persistindo esse direito enquanto o alimentado ou alimentada não constituir nova união estável ou casamento, e desde que prove a necessidade quanto a ele. Analisando conjuntamente o dispositivo comentado com o artigo 226, 3º da Constituição Federal de 1988, conclui-se que, para que se caracterize a possibilidade de fornecimento dos alimentos por um companheiro ao outro, a união desses deve ser estável, ou seja, deve estar configurada a relação afetivo-amorosa entre um homem e uma mulher, não adulterina e não incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo sob o mesmo teto ou não, constituindo família sem o vínculo do casamento civil (PEREIRA,R. 2001, pág. 29), sendo certo que os conviventes devem estar livres para, a qualquer momento, converter a união estável em casamento. Deve-se salientar que as pessoas separadas de fato e as separadas judicialmente estão impedidas para o casamento, mas não para a união estável. Nesses casos há o impedimento para a conversão da união estável em casamento, mas persiste a obrigatoriedade de pagamento de alimentos entre os conviventes. Assim, conclui-se que haverá a possibilidade de pagamento de alimentos de um companheiro a outro quando acontecer a extinção da união estável, desde que o alimentado não constitua nova união ou casamento civil e ainda demonstre a sua necessidade quanto aos alimentos. Faz-se necessário salientar que o concubinato impuro, que é aquele existente entre pessoas impedidas para o matrimônio, de acordo com o artigo do CCB/2002 e em desrespeito ao artigo do mesmo diploma legal, que tem como princípios norteadores a continuidade, a publicidade, a exclusividade e o objetivo de constituição de família, não enseja quaisquer direitos aos concubinos, sejam eles alimentícios ou sucessórios. Quanto ao lapso temporal exigido pelo artigo, não mais se aplica uma vez que hoje inexiste a necessidade de sua comprovação para a configuração da união estável. Para tal basta, além da publicidade, notoriedade e continuidade, a intenção dos conviventes de constituir família. O artigo 2º da lei ora comentada institui o direito sucessório dos companheiros. De acordo com o inciso I, o sobrevivente terá direito ao usufruto da quarta parte dos bens deixados pelo falecido se não houver filhos deste ou filhos do casal e o inciso II determina o direito ao usufruto da metade dos bens do de cujus se houver filhos comuns, independentemente do fato de restar-lhe ascendentes. O inciso III determina que na ausência de descendentes e ascendentes, o companheiro sobrevivente terá direito à totalidade da herança. De acordo com o entendimento de Caio Mário da Silva Pereira (Cf. PEREIRA, 2005, p. 540), o companheiro sobrevivente foi colocado pela Lei 8.971/1994 em terceiro lugar na ordem de vocação hereditária, sendo considerado, sob certo aspecto, como herdeiro necessário. O artigo 3º da Lei 8.971/1994 instituiu o direito à meação pra os companheiros, exigindo para tanto, a colaboração do sobrevivente quando da aquisição do bem, Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

9 sendo certo que essa colaboração não era presumida, ou seja, era necessário que fosse comprovada caso a caso. Sendo assim, persiste para o companheiro sobrevivente, além do direito à meação, o direito ao usufruto, podendo este se dar sobre a quarta parte ou sobre a metade dos bens do falecido, dependendo a determinação dessa proporção, da existência de filhos, sejam eles do casal ou apenas do falecido. Apesar de ter sido uma vitória para as pessoas que, àquela época, já viviam como se casados fossem, a Lei 8.971/1994 trouxe, em si, dificuldades e complicações para o intérprete. E, como muito bem escreve Silvio de Salvo Venosa: O legislador poderia ter optado em fazer a união estável equivalente ao casamento em matéria sucessória, mas não o fez. Preferiu estabelecer um sistema sucessório isolado, no qual o companheiro supérstite nem é equiparado ao cônjuge e nem se estabeleceram regrar claras para sua sucessão. (VENOSA, 2005, p. 158). As Modificações da Lei 9.278/1996 face ao Direito Sucessório dos Conviventes Em 1996, com a entrada em vigor da Lei 9.278, houve modificações em diversos aspectos do Direito de Família, no que diz respeito à união estável. Houve uma ampliação dos horizontes definidos na Constituição Federal de 1988, como a valorização do vínculo existente entre os conviventes, o que tornou desnecessária a determinação de um lapso temporal para a caracterização da união estável, além da alteração de algumas particularidades referentes a sua disciplina, como por exemplo, a possibilidade de os conviventes contratarem por escrito acerca de questões patrimoniais, direito não reconhecido pela lei 8.971/1994. O artigo 1º da Lei 9.278/1996 determina que é reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituir família. A atual Lei, assim estabelecendo, proporcionou a devida proteção à união estável, ao passar a considerar muito mais a intenção de conviver e constituir família que o lapso temporal antes exigido para caracterizar juridicamente o instituto. Entretanto, há opiniões em contrário, como por exemplo a de Guilherme Calmon Nogueira Gama, citado por Caio Mário da Silva Pereira, que entende ser duradoura a convivência cujo lapso temporal seja de no mínimo dois anos. Uma das grandes modificações da Lei em análise está no seu artigo 5º abaixo transcrito: Art. 5º. Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. Com essa redação fica bem claro que não há mais a necessidade de se comprovar a participação dos companheiros na aquisição de bens. A colaboração como disciplina o artigo, abrange toda espécie de coparticipação, seja ela em valores, em força de Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

10 trabalho, ou no trabalho doméstico, como, aliás, ainda acontece com parte das mulheres brasileira. Nos parágrafos desse artigo ainda há o esclarecimento quanto aos bens adquiridos antes do início da união, que não farão parte do acervo a ser partilhado quando do fim desta. Esclarece-se também que a administração dos bens do casal, salvo estipulação em contrário, será feita por ambos. Outra inovação da lei é quanto ao direito real de habitação quando da morte de um dos companheiros. Há muitas críticas a respeito do dispositivo, que permite ao companheiro sobrevivente cumular o direito ao usufruto e de habitação, enquanto que o cônjuge supérstite deveria escolher entre um e outro, não podendo somá-los, dependendo, é claro, do regime de bens adotado no casamento. O professor Zeno Veloso, que é um defensores do reconhecimento das uniões estáveis critica tal dispositivo: não posso deixar de registrar (como já fiz em outra ocasião) que o usufruto legal e o direito real de habitação foram concedidos aos companheiros com maior amplitude, sem requisitos e restrições com que foram conferidos aos cônjuges, sendo estes tratados, afinal, de forma menos liberal e benevolente, e isto, sem dúvida, é inadmissível. (VELOSO, 2004, p. 278). Percebe-se que, apesar de suas lacunas, a Lei 9.278/1996, comparada à Lei 8.971/1994, em muito melhorou a regulamentação da união estável, não só em seu aspecto patrimonial, como também no tocante a sua definição, aos deveres dos conviventes e até mesmo quanto à competência para dirimir questões relativas à matéria. Sucessão entre conviventes no Código Civil de 2002 Antes de dar início ao comentário acerca dos direitos sucessórios entre os conviventes de acordo com o Código Civil, cumpre ressaltar o que seja direito sucessório e meação. Não se pode confundir os dois institutos. O primeiro tem sua origem com a morte, enquanto que a meação decorre de uma relação patrimonial. Se os conviventes possuem um patrimônio comum, ao sobrevivente há o direito à meação, uma vez que esta já lhe pertence devido a uma relação de Direito de Família, independentemente de ser a união estável dissolvida por morte ou não. Acabando a convivência em decorrência de morte de um dos conviventes, a parte da meação pertencente ao de cujus, fica sujeita à sucessão. A esse respeito são as palavras de Zeno Veloso: Se os bens são comuns, o companheiro sobrevivente tem direito à meação. Mas este direito não tem origem na morte do outro convivente. O meeiro já é dono de sua parte ideal antes da abertura da sucessão, por outro título. Trata-se de situação que decorre do Direito de Família, não do Direito das Sucessões. A meação do falecido é que vai ser objeto de sucessão, juntamente com outros, de propriedade exclusiva, se houver. (VELOSO, 2004, p. 287). Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

11 Ressalte-se que a meação existirá se os companheiros não acordarem de maneira diferente quanto ao regime de bens na constância da união estável que, regra geral, é o da comunhão parcial de bens, a exemplo do que ocorre com o casamento. Silvio de Salvo Venosa está correto ao dizer que o mais moderno Código conseguiu ser perfeitamente inadequado ao tratar do direito sucessório dos companheiros. (VENOSA, 2005, p. 155). A sucessão entre conviventes que antes de 2003 era regulada exclusivamente pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996 passou, então, a ser regulada, também, pelo Código Civil, sendo certo que as leis anteriormente vigentes deverão ser aplicadas somente naquilo em que foi omisso o novel Código. A matéria está disciplinada, inadequadamente, no artigo do Código Civil de 2002, ou seja, nas Disposições Gerais do Direito das Sucessões, o que, aliás, deixa bem clara a intenção do legislador em tratar de maneira diferenciada os conviventes em relação aos casados, no tocante à sucessão. O referido artigo determina: Art A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. Percebe-se, ao analisar a disposição legal, que o legislador cometeu alguns desacertos em relação à sucessão entre conviventes no atual Código. Primeiramente, não tratou o diploma legal do direito ao usufruto e do direito real de habitação, que continuam sendo disciplinados pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996. Foi ainda injusto ao delimitar a participação do convivente somente nos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável e, ainda, ao diferenciar a participação do convivente de acordo com a origem dos descendentes. No inciso I, referiu-se somente aos filhos, quando deveria ter se referido aos descendentes, como fez no inciso II. Mas este não é o problema, uma vez que é assegurado aos netos, quando se tratar de pai pré-morto, herdar dos avós por representação. O que causa estranheza é o fato de haver diferenciação entre os descendentes comuns ou não. Ou seja, sendo eles do casal, o sobrevivente terá direito a uma quota equivalente àquela que, por lei, é atribuída ao filho. Em se tratando de descendentes somente do falecido (inciso II), esses serão beneficiados em relação ao companheiro sobrevivente, que terá direito à metade do que lhes for atribuído. Havendo filhos do casal e outros descendentes somente do de cujus, não traz o Código nenhuma solução, sendo certo que o bom senso manda que se aplique a mesma regra em relação a todos os descendentes, não importando qual é a sua origem. A esse respeito escreve o mestre Caio Mário: Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

12 O novo Código, estranhamente, deixa de fornecer explicita solução para a hipótese em que o companheiro seja chamado a suceder, ao mesmo tempo, com descendentes comuns (por exemplo, filho do casal) e com descendentes não comuns incorrendo, também aqui, na omissão antes detectada no tocante à disciplina da sucessão do cônjuge (v. nº. 445-A, supra, subtítulo Descendentes do Cônjuge ). Como os filhos do de cujus quer aqueles provenientes da união estável entre ele e o companheiro sobrevivo, quer os de outra qualquer origem têm os mesmos direitos sucessórios (Constituição Federal, art. 227, 6º), seria logicamente inadmissível cogitar de solução por meio da qual os critérios dos incisos I e II fossem, ambos, aplicados simultaneamente: o companheiro não poderia receber quota idêntica à dos filhos comuns, a qual também correspondes se à metade daquela atribuída aos não comuns as frações dos primeiros e dos últimos devem ser forçosamente iguais. (PEREIRA, 2005, p. 159). Conforme observa Caio Mário, tal situação não é, hoje, algo incomum na sociedade. Diversas famílias são desfeitas e novas são formadas por aqueles que anteriormente eram casados ou conviviam em união estável, não tendo, pois, motivo o legislador para omitir-se dessa forma, quanto àqueles que possuem descendentes cujo pai ou mãe não é aquele ou aquela com quem vive no momento de sua morte. A esse respeito diz o mestre: A observação dos contornos da família brasileira, aliada a alguma experiência profissional - na magistratura, na advocacia, ou em qualquer outra atividade relacionada com as questões que ora cuidamos -, revela que a hipótese ora em foco não chega a constituir raridade; dela, portanto, o legislador deveria ter cogitado expressamente, até para evitar indesejável dissídio pretoriano. (PEREIRA, 2004, p. 159). O inciso III do mesmo artigo sujeita o companheiro sobrevivente a concorrer com outros parentes sucessíveis do falecido até o quarto grau, sejam eles ascendentes ou colaterais, cabendo àquele somente 1/3 (um terço) da herança. Voltamos a salientar que, por herança, entende-se somente os bens adquiridos a título oneroso na vigência da união estável. Quanto aos ascendentes, é aceitável que sucedam ao falecido, já que, muitas vezes, são eles que dão as condições iniciais para a formação de seu patrimônio e, muitas vezes dependem dele para sobreviver. Entretanto, na poderia ter o legislador, mais uma vez, negado privilégios ao companheiro sobrevivente, ao passo que em relação ao cônjuge, estabeleceu benefícios, garantido-lhe direito à metade da herança, quando houver somente um ascendente ou, havendo mais um, forem estes a partir do segundo grau, conforme disposto o artigo do CCB/2002. Art Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. Em relação aos colaterais, o convivente também receberá um terço da herança. Essa norma é inaceitável. É inadmissível que o legislador tenha, mais uma vez, preterido ao companheiro sobrevivente em relação aos parentes do falecido. Trata-se, pois, de norma perversa, que expressa o preconceito ainda existente em relação àqueles que vivem em união estável. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

13 O legislador, mais uma vez, privilegiou a outro e não ao convivente, que pode ter passado longo período de sua vida ao lado do falecido, dando-lhe assistência, fazendolhe companhia, ajudando-o na constituição do patrimônio, ou seja, obedecendo a todos os deveres inerentes à união estável, que, infelizmente, não são levados em conta no momento da sucessão. O inciso IV estabelece que, na falta de parentes sucessíveis, terá direito, o companheiro sobrevivente, à totalidade da herança. Reafirme-se que esta totalidade obedece à regra estabelecida pelo caput do artigo do Código Civil. Sendo assim, nessa hipótese, os bens adquiridos antes da constituição da união estável, ou ainda aqueles adquiridos pelo falecido a título gratuito, serão destinados ao Poder Público municipal ou federal, conforme sua localização, de acordo com o artigo do CCB. Art Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal. É notório o tratamento discriminatório dado aos conviventes no momento da sucessão, ainda mais ao observar-se que o cônjuge é, em certos casos, herdeiro necessário e, ainda, privilegiado, enquanto o convivente não o é, podendo até mesmo ser excluído da sucessão por meio de testamento. Da exposição acima, percebe-se que o Código Civil foi bastante injusto com o convivente no momento da sucessão, tratando-o de maneira diferenciada em relação ao cônjuge, o que faz com que o dispositivo comentado necessite de reforma urgente. Proposta de reforma do artigo Diante das injustiças cometidas em relação à pessoa do companheiro pelo atual Código Civil, o Deputado Ricardo Fiúza apresentou o projeto de Lei 6.960/2002, no qual, dentre outras, pretende a reforma do artigo do novo Código, visando, com isso, uma melhoria na condição do sobrevivo. Assim é a alteração pretendida: O companheiro participará da sucessão do outro na forma seguinte: I) Em concorrência com descendentes, terá direito a uma quota equivalente à metade do que couber a cada um destes, salvo se tiver havido comunhão de bens durante a união estável e o autor da herança não houver deixado bens particulares, ou se o casamento dos companheiros tiver ocorrido, observada a situação existente no começo da convivência, fosse pelo regime da separação obrigatória (art ); II) Em concorrência com ascendentes, terá direito a uma quota equivalente à metade que couber a cada um destes. III) Em falta de descendentes e ascendentes, terá direito à totalidade da herança. Parágrafo único: ao companheiro sobrevivente, enquanto não constituir nova união ou casamento, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

14 Ao examinar o artigo do projeto de lei, que tem por finalidade sanar as atrocidades cometidas quando da redação do artigo 1.790, vê-se que em pouco ajudou. O dispositivo tem redação defeituosa e confusa, até mesmo aos olhos dos mais experientes. Todavia, deve-se admitir que apesar da confusão e de ainda haver injustiças como, por exemplo, a manutenção da limitação quanto aos bens adquiridos a título oneroso, há alguns benefícios em relação à sucessão pós-morte entre conviventes. Propôs-se o fim da distinção quanto à origem dos descendentes, passando o companheiro a concorrer com estes sempre com a metade do que lhes couber. Também prevê a extinção da concorrência com colaterais, seja qual for o grau de parentesco. O companheiro sobrevivente, ainda, concorreria com os ascendentes, recebendo metade do que couber a cada um deles. Busca também o artigo do projeto 6.960/2002, a correção da falha do artigo do Código Civil, que não concedia o direito real de habitação ao companheiro supérstite. Mesmo nesse aspecto pode-se constatar o tratamento privilegiado dado ao cônjuge também nesta proposta. Para este, não há a cessação do direito quando for cessada a viuvez, fato que não ocorre com o companheiro que, constituindo nova união estável ou casando-se, terá cessado o direito real de habitação. Infelizmente, mesmo se tivesse ocorrido a reforma proposta pelo deputado Ricardo Fiúza, levando-se em conta que o referido projeto foi arquivado em 2003, ainda restaria o preconceito com relação ao companheiro, e este continuaria sendo preterido em seus direitos sucessórios, em relação àqueles concedidos pelo novo Código ao cônjuge. É essa a opinião do desembargador Luiz Felipe Brasil Santos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: Entretanto, persiste, a nosso ver, no grave equívoco de discriminar ambas as situações, ao manter o cônjuge como herdeiro necessário e não atribuir idêntica condição ao companheiro, que além disso, continua sem ter assegurado o quinhão mínimo que é garantido ao cônjuge, quando concorre com filhos comuns. (SANTOS, 2008, p. 1). Aplicação do Artigo pelos Tribunais Brasileiros Enquanto o Legislativo não modifica as injustiças do artigo 1.790, o Judiciário vem sendo provocado para resolver algumas questões relativas a ele. Alguns tribunais pátrios, quando provocados, declararam o referido artigo constitucional, ao fundamento de que o legislador desejou o tratamento desigual destinado aos cônjuges e aos conviventes e que esta diferenciação quando da sucessão é constitucional. Entre esses estão os tribunais de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio Grande do Sul. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendia o artigo 1790 do Código Civil constitucional até Em 2012, na Arguição de Inconstitucionalidade , declarou o inciso III do artigo 1790 inconstitucional, sob o fundamento de que o mesmo viola a isonomia estabelecida pelo artigo 226, 3 da Constituição da República, entre cônjuges e conviventes. Dizendo ser incabível o Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

15 retrocesso dos direitos reconhecidos à união estável na legislação anterior ao Código Civil. Já o Tribunal de Justiça do Paraná, em vinte e cinco de julho de 2012 no julgamento de recurso de agravo de instrumento no processo , remeteu os autos ao seu Órgão Especial a fim de que este delibere acerca de possível inconstitucionalidade do inciso II do artigo do Código Civil. Em maio de 2011, foi suscitado pelo Ministro Luiz Felipe Salomão do STJ um incidente de inconstitucionalidade nos incisos III e IV, do artigo do Código Civil, no Agravo de Instrumento no Recurso Especial nº PB (2009/ ). Este incidente está em tramitação naquele Tribunal Superior e, até a presente data não foi julgado pela Corte Especial, sendo certo que alguns ministros já se manifestaram pela constitucionalidade dos incisos submetidos a julgamento. Sucessão entre cônjuges no Código Civil vigente No sistema anterior, o cônjuge era terceiro colocado na cadeia, destacando-se o fato de não ser considerado herdeiro necessário do de cujus. Passado a vigorar, o atual Código Civil trouxe vantagens aos cônjuges no que diz respeito aos direitos sucessórios. Desde 2003, o cônjuge sobrevivente figura, em alguns casos, como herdeiro necessário, sendo impossível sua exclusão de tal rol, tendo ele, inclusive, vantagens em relação aos demais herdeiros do falecido. Saliente-se que será o sobrevivente chamado a suceder somente se, na data do óbito, ainda estiver casado com o de cujus. Caso estejam separados de fato, o cônjuge supérstite somente sucederá ao falecido se tal separação tiver ocorrido há menos de dois anos. Se o lapso temporal for superior a dois anos, faz-se necessário provar que o sobrevivente não foi culpado pela separação. Além disso, se for o caso de separação judicial, o sobrevivente não sucederá. Dependendo do regime de bens, o cônjuge terá direito à meação. Além disso, também sucederá ao falecido, se for o caso, concorrendo com os descendentes e ascendentes. Se o regime de bens é o da separação obrigatória, o sobrevivente não participa da sucessão do falecido. Sendo o regime da comunhão parcial e tendo o falecido deixado bens particulares, o sobrevivente, além de meeiro, será também herdeiro, nesse último caso sobre todo o patrimônio não testado. Cumpre salientar que há uma corrente doutrinária que defende a concorrência somente no tocante aos bens particulares, sobre os quais não coube ao sobrevivente o direito de meação. Quando casado sob o regime de comunhão universal de bens, o cônjuge sobrevivente é tão somente meeiro, não tendo direito a nenhuma quota a título de herança. Tratando-se de regime de separação convencional livremente adotado pelos ainda nubentes em pacto antenupcial válido, o sobrevivente será somente herdeiro. Na falta de descendentes, o cônjuge supérstite herdará em concorrência com os ascendentes e, na ausência destes, o sobrevivente herdará sozinho todo o patrimônio, sem que isso dependa do regime de bens. Saliente-se que o cônjuge, em hipótese alguma, concorre com os colaterais, ao contrario do que ocorre com os conviventes. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

16 O cônjuge tem também o direito real de habitação sobre o imóvel residencial familiar, desde que seja o único dessa natureza a inventariar, qualquer que seja o regime de bens adotado entre os cônjuges (artigo 1.841). Cessada a viuvez, não se extingue o direito real de habitação do cônjuge sobrevivente. No regime anterior, tal direito somente era concedido ao cônjuge sobrevivente se o casamento tivesse sido realizado sob o regime de comunhão universal de bens e, ainda, somente enquanto viúvo se mantivesse, conforme preceitua o artigo 1.611, 2º, do Código Civil de 1916: Art , 2º. Ao cônjuge sobrevivente, casado sob o regime de comunhão universal, enquanto viver e permanecer viúvo, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação, relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único bem daquela natureza a inventariar. Percebe-se que, também nesse aspecto, o cônjuge foi beneficiado pelo código atual, já que, independentemente do regime de bens adotado, é garantido o direito real de habitação, que não será extinto caso cesse a viuvez. Necessidade de equiparação dos direitos sucessórios entre conviventes e cônjuges Conforme já exposto, o Código Civil revogado não trazia nenhuma disposição acerca da sucessão entre conviventes, mesmo porque não regulamentava a união estável, exceto no tocante à investigação de paternidade dos filhos ilegítimos. Tal tarefa foi dada ao legislador com a vigência da Constituição da República de A partir de 1994, a situação daqueles que escolhiam viver como se casados fossem passou a ser regulamentada pela Lei 8.971, que posteriormente foi modificada pela Lei 9.278/1996. O Código Civil atual, apesar de deixar a desejar, regulamentou a união estável, definindo-a e reconhecendo-a como entidade familiar, atribuindo aos conviventes deveres como aqueles atribuídos aos cônjuges, seguindo, de tal modo, o disposto no 3º do artigo 226 da Constituição Cidadã. Fazendo um estudo comparativo entre o casamento e a união estável, no tocante aos deveres dos cônjuges e dos conviventes, deparamo-nos com os artigos e 1.724, ambos do Código Civil, que estabelecem: Art São deveres de ambos os cônjuges: I. Fidelidade recíproca; II. Vida em comum, no mesmo domicílio conjugal; III. Mútua assistência; IV. Sustento, guarda e educação dos filhos; V. Respeito e consideração mútuos. Art As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e guarda, sustento e educação dos filhos. Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

17 Percebe-se que os conviventes obedecem a quase todos os deveres atinentes aos casados, quais sejam: em relação à pessoa do companheiro: lealdade, respeito e assistência; em relação à pessoa dos filhos: guarda sustento e educação. Existe, entretanto, a única diferença quanto aos deveres de uns e de outros. Enquanto o artigo estabelece, em seu inciso II, a necessidade de vida em comum no domicílio conjugal para os casados, o artigo não obriga os companheiros à vida sob o mesmo teto. Aliás, a Súmula 382 do Supremo Tribunal Federal (DJUSTF 08/05/1964), estabelece a desnecessidade de vida em comum sob o mesmo teto. Súmula 382: A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato. Observe-se que tal súmula fora editada no ano de 1964, quando o Direito Pátrio não reconhecia nem disciplinava a união estável, e sequer havia uma distinção entre concubinato puro e impuro. O Código atual, entretanto, optou por mantê-la vez que não estabeleceu como dever dos conviventes a vida sob o mesmo teto. Constata-se, então, que a Constituição vigente reconhece a entidade familiar originada da união estável e lhe garante a proteção do Estado. O Código Civil recepcionou tal união e disciplinou quanto a sua constituição, caracterização e quanto aos deveres dos companheiros, tratando aquele instituto de maneira similar ao casamento. Sendo assim, não há motivos para que, no tocante aos direitos sucessórios, o legislador trate o convivente de maneira tão injusta, discriminatória e diferente do tratamento dado aos casados, cometendo as injustiças do artigo 1.790, deixando, muitas vezes, o supérstite em situação precária após a morte do parceiro. Para que o legislador agisse com justiça, deveria ter elencado o convivente no rol dos herdeiros necessários do artigo do CCB, garantindo a ele os mesmos direitos sucessórios com os quais agraciou os cônjuges, de acordo com o regime de bens que tivessem optado para a vida em comum. Não é aceitável que o mesmo legislador que aceita a união estável a trate com tamanho preconceito quanto aos direitos sucessórios dela oriundos. A esse respeito são sábias as palavras do professor Zeno Veloso: Diz ainda o professor: Tanto é entidade familiar a que se funda no casamento como a que resulta da união estável, assim como é entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (CF, art. 226, 3º e 4º). As famílias constituídas por essa forma têm a mesma dignidade, a mesma importância, são merecedoras de igual respeito, consideração, acatamento. (VELOSO, 2004, p. 291). Se o princípio da igualdade obriga que se coloque no mesmo plano tanto a família constituída pelo casamento como a que decorre da convivência pública, contínua e duradoura; se o cônjuge é herdeiro, e herdeiro necessário, concorrendo, inclusive com descendentes e ascendentes do falecido, como se pode admitir tamanha discriminação no tratamento conferido aos companheiros. (VELOSO, 2004, p. 291). Sobre o mesmo assunto escreve Silvio de Salvo Venosa: Direito Izabela Hendrix Belo Horizonte vol. 9, nº 9, novembro de

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