Direito Civil VII. Direito das Sucessões

Transcrição

1 Direito Civil VII Direito das Sucessões

2 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

3 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

4 Introdução Segundo o prof. Carlos Roberto Gonçalves (CRG) a palavra sucessão, em sentido amplo, significa o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens. Por exemplo, em uma compra e venda o comprador sucede ao vendedor, adquirindo todos os direitos que pertenciam a este.

5 Introdução Assim, em sentido amplo, sucessão significa a transmissão de uma situação jurídica de uma pessoa para a outra. Esta transmissão pode ocorrer por ato inter vivos ou causa mortis. A transmissão causa mortis é a que interessa ao direito das sucessões

6 Introdução Para o prof. Carlos Maximiliano: Direito das sucessões, em sentido objetivo, é o conjunto das normas reguladoras da transmissão dos bens e obrigações de um indivíduo em consequência da sua morte.

7 Introdução O direito das sucessões disciplina a transmissão do patrimônio (o ativo e o passivo) do de cujus (ou autor da herança) a seus sucessores.

8 Introdução De cujus é uma abreviatura da expressão latina de cujus sucessione (ou hereditatis) agitur, que significa aquele de cuja sucessão (ou herança) se trata

9 Introdução Assim, o direito das sucessões de um lado, se aproxima do direito das coisas, pois versa sobre a propriedade dos bens deixados; de outro, do direito de família, porque os sucessores são, normalmente, familiares do morto.

10 Introdução CRG destaca, ainda, a importância do direito das sucessões para o direito civil, pois com a morte o homem desaparece, mas o bens permanecem, deixando em aberto a questão da (transmissão) da propriedade.

11 Introdução CRG destaca que não há dúvida quanto ao interesse da sociedade em conservar o direito hereditário como forma de aquisição da propriedade. Assim, deve-se assegurar ao indivíduo a possibilidade de transmitir seus bens a seus sucessores.

12 Introdução Isto é tão importante que a Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, nos incisos XXII e XXX, aos direitos de propriedade e de herança o status de direito fundamental.

13 CF Art. 5º, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade, nos termos seguintes:

14 CF Art. 5º (...): XXII - e garantido o direito de propriedade; (...) XXX - e garantido o direito de herança;

15 Introdução Herança é o conjunto de relações patrimoniais deixado pelo falecido. Compreende diversas relações jurídicas: bens, direitos, ações, créditos, deveres responsabilidades (ativo e passivo)

16 Introdução Aberta a sucessão, por disposição legal, a herança será considerada um bem imóvel e indivisível até o momento da partilha. A sucessão causa mortis e chamada também de sucessão hereditária.

17 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

18 Sucessão Hereditária Como visto na parte geral do Direito Civil, a existência da pessoa natural termina com a morte real. Porém, a lei prevê, ainda, a morte presumida do ausente.

19 Sucessão Hereditária Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens

20 Sucessão Hereditária Num primeiro momento a lei autoriza os herdeiros do ausente a ingressarem com o pedido de abertura de sucessão provisória. Se, depois de passados dez anos da abertura dessa sucessão, o ausente não tiver retornado, ou não se tiver confirmação de sua morte, os herdeiros poderão requerer a sucessão definitiva.

21 Sucessão Hereditária Como não se concebe direito subjetivo sem titular, no mesmo instante em que aquele falece abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros do de cujus (CC, art ).

22 Art Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

23 Sucessão Hereditária A sucessão poderá ser conduzida conforme previsão da lei, situação em que será chamada legítima. Poderá ser também ser regulada por disposição de última vontade do falecido, situação em que será chamada testamentária.

24 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

25 Princípio de Saisine A previsão do art expressa o chamado Principio de Saisine, segundo o qual é o próprio de cujus que transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança, no momento de sua morte.

26 Princípio de Saisine Segundo o prof. Zeno Veloso, a morte, a abertura da sucessão e a transmissão da herança aos herdeiros ocorrem num só momento. Assim, os herdeiros tornam-se donos da herança ainda que não saibam que o autor da sucessão morreu.

27 Princípio de Saisine Há que se destacar, porém, que o legislador conciliou a transmissão automática e por força da lei da herança, no próprio momento da morte do de cujus, com a necessidade de os herdeiros aceitarem a herança, como se verá mais adiante.

28 Princípio de Saisine Uma decorrência do Princípio da Saisine, é que a lei que irá regular a legitimação para suceder será lei vigente ao tempo da abertura da sucessão (CC, art 1.787).

29 Art Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

30 Princípio de saisine Outra consequência deste principio, consiste em que o herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que seja somente por um instante, herda os bens por este deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida

31 O que é a chamada comoriência?

32 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

33 Comoriência Uma vez que é no exato momento da morte que se abre a sucessão, a determinação do tempo certo em que ocorreu a morte pode tornar-se extremamente importante.

34 Comoriência Como foi dito, para que haja sucessão é necessário que o herdeiro sobreviva ao hereditando. Há casos, no entanto, em que ambos falecem em condições que impossibilitam precisar qual deles morreu primeiro e se ocorreu ou não a sobrevivência do herdeiro.

35 Comoriência Essas hipóteses de morte simultânea recebem a denominação de comoriência, que foi estudada na parte geral do Código Civil (art. 8º).

36 Art. 8. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-a o simultaneamente mortos.

37 Qual a importância da discussão deste assunto?

38 Comoriência Quando duas pessoas morrem em determinado acidente, interessa saber qual delas morreu primeiro, especialmente se uma for herdeira ou beneficiária da outra.

39 Comoriência O principal efeito da presunção de morte simultânea é que, não tendo havido tempo ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda do outro

40 Comoriência Assim, se em um acidente morre um casal sem descendentes e ascendentes, na impossibilidade de saber qual deles morreu primeiro, um não herda do outro. Assim, os colaterais da mulher ficarão com a meação dela; enquanto os colaterais do marido ficarão com a meação dele.

41 Comoriência Agora, se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro. O que viveu um pouco mais herdaria a meação do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus colaterais.

42 O que é a figura do espólio?

43 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

44 Espólio A massa patrimonial deixada pelo autor da herança denomina-se espólio. Trata-se de uma universalidade de bens, sem personalidade jurídica. Entretanto, o direito dá-lhe legitimidade ad causam, sendo representado ativa e passivamente pelo inventariante (CPC art. 12, V).

45 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

46 Inventariante A nomeação de um inventariante é matéria regulada no art. 990 do Código de Processo Civil

47 CPC - Art O juiz nomeará inventariante: (Lei / 10) I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou estes não puderem ser nomeados; III - qualquer herdeiro, nenhum estando na posse e administração do espólio; IV - o testamenteiro, se lhe foi confiada a administração do espólio ou toda a herança estiver distribuída em legados;

48 CPC Art O juiz nomeará inventariante: (Lei / 10) (...) V - o inventariante judicial, se houver; VI - pessoa estranha idônea, onde não houver inventariante judicial. Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo.

49 ROTEIRO Introdução Sucessão Hereditária Princípio de Saizine Comoriência Espólio Inventariante Abertura da sucessão

50 Abertura da sucessão A abertura da sucessão é também denominada delação ou devolução sucessória e beneficia os herdeiros de imediato, como visto.

51 Abertura da sucessão De acordo com o art , abre-se a sucessão no lugar do último domicílio do falecido. É esse o foro competente para o processamento do inventário, ainda que o óbito tenha ocorrido no exterior.

52 Abertura da sucessão Porém, a lei prevê exceções:. se o autor da herança não tinha domicílio certo, será aberta a sucessão no local da situação dos bens.. ou no lugar em que ocorreu o óbito, se, além disto, possuía bens em lugares diferentes

53 O que é a herança? Qualquer pessoa pode ser herdeiro do de cujus?