Objetivo: Propiciar ao aluno a compreensão das formas de extinção da personalidade jurídica da pessoa natural e suas consequencias.
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- Aurélio Van Der Vinne Santarém
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1 AULA 08 PONTO: 09 Objetivo da aula: Pessoa natural. Modos de extinção. Registro. Ausência. Curadoria. Sucessão provisória e sucessão definitiva. Tópico do plano de Ensino: Ausência. Curadoria. Sucessão provisória e sucessão definitiva. Roteiro de aula Objetivo: Propiciar ao aluno a compreensão das formas de extinção da personalidade jurídica da pessoa natural e suas consequencias. Referência Legislativa: artigos 22 ao 39 da Lei n /02 (Código Civil) Extinção da personalidade jurídica da pessoa natural Sabemos que a personalidade jurídica da pessoa natural inicia do nascimento com vida, ou seja, do ato complexo de separação dos corpos da mãe e de seu filho no exato momento da primeira troca oxicarbonica dele. Notadamente, a aquisição de personalidade jurídica traz efeitos jurídicos quais sejam, a pessoa, neste exato momento, adquire direitos e contrai deveres na esfera civil. Já sabemos também que diante do sistema protetivo da teoria das incapacidades a pessoa ao nascer somente adquire a capacidade de direito sobre a personalidade jurídica, ou seja, somente a titulação dos direitos da personalidade e não seu exercício, que perdurará até que a causa da incapacidade cesse, quer seja por falta de amadurecimento biológico (idade), mental (discernimento reduzido ou falta dele), quer seja por motivo de saúde que diminua a capacidade cognitiva da pessoa. Antes disso, o titular dos direitos da personalidade somente os exercerá por meio de seu representante (incapacidade absoluta) ou em conjunto com seu assistente (incapacidade relativa). Com efeito, cessada a causa da incapacidade o exercício pessoal dos direitos da personalidade se consolidam em seu titular que os exercerá plenamente e sem qualquer auxilio até o momento em que a personalidade jurídica se extingue.
2 O fim da personalidade jurídica da pessoa natural se dá com a morte, que pode ser real: cessação das funções vitais, ou presumida, com ou sem a declaração da ausência. O fim da personalidade jurídica implica na transmissão do patrimônio do de cujus, assim, é importante distinguir o momento da cessação da personalidade para atribuir a sucessão dos herdeiros, diante da problemática da comoriência. Morte Comoriência Presumida Real Art.7º CC Ausência cessação das funções vitais Morte real ou natural: o fim se dá com a constatação da cessação das funções vitais, cerebrais, respiratórias e circulatórias. Morte presumida sem processo de ausência: o fim se dá quando a pessoa em comprovada situação de perigo que pressuponha seu falecimento, como nas catástrofes naturais ou em campanha (guerra). Requisitos: declaração de morte presumida somente poderá ser dada por sentença após esgotadas as buscas da pessoa em estado de perigo de morte (catástrofe) ou após 2 anos do término da guerra em que o militar (sentido amplo) desapareceu.
3 Morte presumida Processo de ausência Situação de risco, art. 7º Perigo de vida, inciso I desaparecido em guerra, inciso II sentença após esgotadas as buscas sentença 2 anos após o término da guerra Do processo de ausência Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicilio sem deixar vestígios de seu paradeiro e sem deixar representante ou administrador para os seus bens. Aqueles que desaparecerem de seus domicílios deixando representantes que não quiserem ou não puderem exercer o mandato também poderão ser declarados ausentes. Diante da necessidade de acautelar os interesses do ausente o ordenamento jurídico permite que os interessados possam proteger os bens deixados pelo ausente até que ele retorne e caso não ocorra que esses bens possam ser transmitidos aos seus herdeiros após a declaração da morte presumida do ausente. Assim, constatado o desaparecimento da pessoa natural, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, o juiz dará inicio ao processo de ausência, que possui três fases: 1ª Fase: Arrecadação dos bens e nomeação de curador (art. 22 CC) 2ª Fase: Sucessão provisória (art. 26 CC) 3ª Fase: Sucessão definitiva (art. 37 e 38 CC).
4 Têm legitimidade para requerer o inicio do processo de ausência: os interessados ascendente, descendente e cônjuge, e o Ministério Público. Da 1ª fase: Curadoria do ausente - arrecadados os bens do ausente será nomeado pelo juiz alguém para administrá-los, como regra o curador será o cônjuge ou companheiro preferencialmente, na falta do cônjuge a curadoria recairá preferencialmente nesta ordem: a. Pais do ausente; b. Descendentes; c. E na falta deles o juiz nomeará uma pessoa idônea como curador dativo. A curadoria somente produz efeitos quanto aos bens do ausente, não produzindo efeitos de ordem pessoal, ou seja, nesta fase o ausente é somente uma pessoa desaparecida que poderá retornar e, portanto, sua morte ainda não foi presumida. Observação: O cônjuge do ausente não é considerado viúvo e, assim, se quiser se casar deverá promover o divorcio para somente depois da decretação da extinção da sociedade conjugal poder estabelecer nova. Após a arrecadação a curadoria se prolonga pelo período de um ano, se o ausente não deixou representante, ou por três anos, se deixou representante. Neste período, serão publicados editais de convocação do ausente a cada dois meses para que ele reapareça e assuma a administração dos bens arrecadados. Observação: Cessa a curadoria, a) pelo comparecimento do ausente; b) pela certeza da morte dele; c) pela sucessão provisória. Da 2ª fase: Sucessão provisória presentes os requisitos autorizadores do art. 26 do CC, quais sejam: lapso temporal e legitimidade, poderão os legitimados requerer a abertura da sucessão provisória. A sentença que determina a abertura da sucessão provisória só produzirá efeitos após 180 dias da sua publicação, ou seja, é dado ao ausente um prazo suplementar de seis meses para que reapareça e retome a administração de seus bens.
5 Decorrido esse prazo os bens arrecadados serão entregues aos interessados em caráter provisório e condicionado à prestação de garantias para a restituição dos bens caso o ausente reapareça, sob pena de não o fazendo não serem imitidos na posse dos bens do ausente. Isto porque ainda existe a incerteza da morte do ausente. Esta exigência somente se destina aos não herdeiros. Podem requerer a abertura provisória da sucessão do ausente: o cônjuge ou companheiro não separado, os herdeiros legais ou testamentários, os juridicamente interessados e os credores do ausente. Dos frutos: por se tratar de sucessão provisória os bens ainda pertencem ao ausente, razão pela qual a que se proteger a integridade deles em contrapartida há que se premiar aqueles que despenderem de recursos nesta missão. Assim, os frutos advindos dos bens do ausente poderão ser incorporados ao patrimônio dos sucessores provisórios nesta ordem: 1. Os ascendentes e descendentes ou cônjuge e companheiro incorporarão 100% dos frutos; 2. Os colaterais incorporarão 50% dos frutos; 3. Se o ausente reaparecer e sua ausência for injustificada perderá a sua cota parte dos frutos em favor do sucessor provisório. Cessa a sucessão provisória: a) com o reaparecimento do ausente; b) pela certeza da morte; c) pela sucessão definitiva. A sucessão provisória perdurará por 10 anos contados do transito em julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória ou após 5 anos da ultima noticia do ausente se ele contava com 80 anos de idade, levando em conta a expectativa de vida do brasileiro. Isto porque, com o passar do tempo deve-se, em atenção ao principio da segurança jurídica, tutelar também os interesses dos sucessores. Da 3ª fase: Da sucessão definitiva após os lapsos acima, será declarada a morte presumida do ausente com todos os reflexos patrimoniais, ou seja, transmissão do patrimônio aos sucessores, e pessoais. Assim, declarada a morte presumida pelo processo de ausência os vínculos conjugais também se extinguem.
6 Desaparecimento: fumus boni iures Abertura do processo de ausência Arrecadação dos bens Editais de chamamento a cada 2 meses 1 ano sem representante ou 3 anos com representante Nomeação de curador 2ª Fase: sucessão provisória Sentença só produz efeitos 180 dias após publicação Imissão na posse aos sucessores Lapso: 10 anos do transito da sentença da provisória ou 5 anos se o ausente com mais de 80 anos Frutos: 100% ao ascendentes, descendente e cônjuge e 50% ao colateral Garantias prestadas pelos não herdeiros Sucessão definitiva: declaração de morte presumida do ausente Do retorno do ausente: aberta a sucessão definitiva os bens se consolidam para os sucessores, mas de modo resolúvel, pois se ausente regressar nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva (ou quase definitiva) receberão os bens no estado em que se encontrarem, os sub-rogados e os valores por eles percebidos.
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