DIREITO CIVIL - AULA 2 TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL QUESTÕES COMENTADAS
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- Rosa Coradelli Sousa
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1 ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DE PERNAMBUCO DIREITO CIVIL - AULA 2 TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL QUESTÕES COMENTADAS 1. (FCC TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) Em relação às pessoas naturais ou às jurídicas, é correto afirmar que a) se duas ou mais pessoas naturais falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se- ão os mais velhos mortos em primeiro lugar. b) a declaração da morte presumida dependerá sempre da decretação anterior da ausência da pessoa natural. c) a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nas hipóteses em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. d) a pessoa jurídica não pode sofrer dano moral, nem estético. e) a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o efetivo exercício de suas atividades sociais ou empresariais. RESPOSTA LETRA C a) Art. 8º do CC: Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. O artigo em questão não exige que a morte tenha ocorrido no mesmo local, mas ao mesmo tempo, sendo pertinente tal regra quando os falecidos forem pessoas da mesma família, e com direito sucessórios entre si. (TARTUCE, Flávio. Direito civil, 1: Lei de introdução e parte geral 7ª ed.. São Paulo: METODO, 2011, p. 219). b) Art. 7º do CC: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
2 vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. c) Art. 6o do CC: A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. A ausência pode ser considerada como hipótese de morte presumida, decorrente do desaparecimento de pessoa natural, sem deixar corpo presente (morte real). A ausência, anteriormente, era tratada como causa de incapacidade absoluta da pessoa, agora é hipótese de inexistência por morte. Em outras palavras, ocorre nas hipóteses em que a pessoa está em local incerto e não sabido (LINS), não havendo indícios da razão do seu desaparecimento. Prevê o art do CPC que Desaparecendo alguém do seu domicílio sem deixar representante a quem caiba administrar-lhe os bens, ou deixando mandatário que não queira ou não possa continuar a exercer o mandato, declarar-se-á a sua ausência. (TARTUCE, Flávio. Direito civil, 1: Lei de introdução e parte geral 7ª ed.. São Paulo: METODO, 2011, p. 213). d) Súmula nº 227 do STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. e) Art. 45 do CC: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 2. (FCC MPE-CE - Promotor de Justiça) A respeito da personalidade e da capacidade, é correto afirmar que a) os menores de dezoito anos têm capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. b) a proteção que o Código Civil confere ao nascituro não alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade. c) os ausentes são considerados absolutamente incapazes para os atos da vida civil. d) a emancipação do maior de dezesseis anos pelos pais através de escritura pública só produz efeitos após homologação judicial, com prévia audiência do Ministério Público. e) não merece proteção a imagem de pessoa falecida porque os direitos da personalidade são intransmissíveis.
3 RESPOSTA LETRA A a) O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida com aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil. (...) O art. 1º do Novo Código Civil entrosa o conceito de capacidade com o de personalidade, ao declarar que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (grifo nosso). Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Pode-se falar que capacidade é a medida da personalidade, pois para uns ela é plena e, para outros, limitada. A que todos têm, e adquire ao nascer com vida, é a capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos. Essa espécie de capacidade é reconhecida a todos os seres humanos sem distinção. Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral, independentemente de seu grau de desenvolvimento metal. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral 10ª ed.. São Paulo: Saraiva, 2012, p ). b) Enunciado nº 01 da I Jornada de Direito Civil do STJ: "A proteção que o Código confere ao nascituro alcança o natimorto, no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura." c) Art. 6º do CC: A existência da pessoa natural termina com a morte; presumese esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Assim, a ausência é causa de inexistência por morte, e não de incapacidade absoluta. d) Art. 5º, parágrafo único, inciso I, do CC: Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e) CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI FALECIDO. Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, como se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas memórias, como bens imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí porque não se pode subtrair
4 dos filhos o direito de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em linha de normalidade, são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que mais se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula. Ademais, a imagem de pessoa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, pelo que os seus sucessores passam a ter, por direito próprio, legitimidade para postularem indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material. Primeiro recurso especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Segundo recurso especial das autoras não conhecido. Recurso da ré conhecido pelo dissídio, mas improvido. (REsp /RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 20/03/2006, p. 276) 3. (FCC MPE-CE - Promotor de Justiça) Far-se-á a averbação em registro público a) dos nascimentos, casamentos e óbitos. b) da interdição por incapacidade absoluta. c) da sentença declaratória de ausência. d) dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem, anularem ou reconhecerem a filiação. e) das sentenças que decretarem anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal. RESPOSTA LETRA E Art. 10 do CC: Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 4. (FCC DPE-MA - Defensor Público) A respeito da capacidade de direito, é correto afirmar: a) O menor de dezesseis anos é absolutamente incapaz, ao passo que a capacidade de direito plena ocorre somente aos dezoito anos.
5 b) Em relação às pessoas físicas, ocorre a partir do nascimento com vida, mas somente se prova com o registro de nascimento. c) Em relação às pessoas jurídicas, ocorre a partir do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. d) O registro civil da pessoa física possui natureza jurídica meramente declaratória, ao passo que, para as pessoas jurídicas, o registro tem efeito constitutivo. e) Para o maior de dezoito anos, pode ser afastada mediante ação de interdição, na qual se prove a total falta de discernimento do interditando, quer por doença, quer por mal congênito. RESPOSTA LETRA D a) O menor de 16 anos é absolutamente incapaz. Entretanto, é possível a antecipação da aquisição da capacidade civil pelo menor de 18 anos, de acordo com o parágrafo único do art. 5º do CC: Parágrafo único - Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. b) Nos termos da primeira parte do art. 2º do CC, a personalidade civil adquirida o momento do nascimento com vida, possuindo o registro civil de nascimento natureza eminentemente declaratória. c) Art. 45 do CC: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. e) Somente a capacidade de fato (capacidade de exercer pessoalmente os atos da vida civil) pode ser afastada mediante ação de interdição de maior de 18 anos, e não a capacidade de direito, já que esta é reconhecida a todos os seres humanos sem distinção. Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral,
6 independentemente de seu grau de desenvolvimento metal. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral 10ª ed.. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 95). 5. (MPE-PR MPE-PR - Promotor de Justiça) Assinale a alternativa correta: a) a capacidade de direito não é atribuída àqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil. b) a incapacidade de exercício não afeta a capacidade de direito, que é atributo de todo aquele dotado de personalidade jurídica. c) a antecipação da maioridade derivada do casamento gera a atribuição de plena capacidade de direito àquele menor de 18 anos que contrai núpcias, embora nada afete a sua capacidade de fato. d) o reconhecimento da personalidade jurídica da pessoa natural a partir do nascimento com vida significa afirmar que, antes do nascimento, a pessoa é dotada de capacidade de fato, mas não tem capacidade de direito. e) a interdição derivada de incapacidade absoluta enseja a suspensão da personalidade jurídica da pessoa natural, uma vez que a capacidade é a medida da personalidade. RESPOSTA LETRA B a) O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida com aptidão genérica para adquirir direito se contrair obrigações ou deveres na ordem civil. (...) O art. 1º do Novo Código Civil entrosa o conceito de capacidade com o de personalidade, ao declarar que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (grifo nosso). Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Pode-se falar que capacidade é a medida da personalidade, pois para uns ela é plena e, para outros, limitada. A que todos têm, e adquire ao nascer com vida, é a capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos. Essa espécie de capacidade é reconhecida a todos os seres humanos sem distinção. Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral, independentemente de seu grau de desenvolvimento metal. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral 10ª ed.. São Paulo: Saraiva, 2012, p ).
7 b) Nem todas as pessoas têm, contudo, a capacidade de fato, também denominada capacidade de exercício ou de ação, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Por faltarem a certas pessoas alguns requisitos materiais, como maioridade, saúde, desenvolvimento mental etc., a lei, com o intuito de protegê-las, malgrado não lhes negue a capacidade de adquirir direitos, sonega-lhes o de se autodeterminarem, de os exercer pessoal e diretamente, exigindo sempre a participação de outra pessoa, que as representa ou assiste. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral 10ª ed.. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 96). c) A emancipação pode ser conceituada com sendo o ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade, e da consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menor atinge a idade de 18 anos, para fins civis. Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser capaz. (TARTUCE, Flávio. Direito civil, 1: Lei de introdução e parte geral 7ª ed.. São Paulo: METODO, 2011, p. 160). Nessa linha, a antecipação da maioridade derivada do casamento gera a atribuição de capacidade civil àquele menor de 18 anos que contrai núpcias, afetando, portanto, a sua capacidade de fato. d) Nos termos do art. 2º do CC, a personalidade civil adquirida o momento do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Em sendo assim, o nascituro não possui capacidade quer de direito quer de fato, mas tão somente tem os seus direitos protegidos para quando, e se, nascer com vida. e) O procedimento de interdição tem por finalidade declarar a incapacidade, absoluta ou relativa, das pessoas que não podem, sozinhas, exercer os atos da vida civil, ou seja, não possuem capacidade de fato. 6. (FCC TRE-RN - Analista Judiciário - Área Judiciária) De acordo com o Código Civil brasileiro, decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória a) produzirá efeito a partir do primeiro dia útil seguinte a publicação pela imprensa. b) produzirá efeito imediatamente.
8 c) só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa. d) só produzirá efeito trinta dias depois de publicada pela imprensa. e) só produzirá efeito noventa dias depois de publicada pela imprensa. RESPOSTA LETRA C Art. 28 do CC: A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 7. (FCC TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Os descendentes que, na qualidade de herdeiros, se imitirem na posse dos bens do ausente, a) darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. b) estão desobrigados de prestar garantia, desde que provada a sua qualidade de herdeiros. c) estão desobrigados de prestar garantia, bem como de provar a qualidade de herdeiros, tratando-se de direitos presumidos legalmente. d) darão garantia da restituição deles, mediante caução em dinheiro feita através de depósito em estabelecimento bancário oficial equivalente aos quinhões respectivos. e) deverão requerer a nomeação de administrador judicial do imóvel pelo prazo mínimo de cinco anos. RESPOSTA LETRA B Art. 30, 2º, do CC: Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
9 8. (FCC TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária) José desapareceu de seu domicílio, sem dele haver notícia e sem ter deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens. Declarada a ausência e nomeado curador, foram arrecadados seus bens. Passados três anos da arrecadação, a requerimento do cônjuge, foi declarada a ausência e aberta provisoriamente sucessão, tendo o único filho feito seus todos os frutos e rendimentos dos bens que lhe couberam. Todavia, o ausente apareceu e ficou provado que a ausência foi voluntária e injustificada. Nesse caso, o a) descendente deverá devolver ao ausente todos os frutos e rendimentos recebidos, descontado os que tiver utilizado para a sua subsistência. b) descendente deverá devolver ao ausente todos os frutos e rendimentos recebidos. c) ausente perderá em favor do sucessor todos os bens que possuía na data da declaração da ausência e os respectivos frutos e rendimentos. d) descendente deverá devolver ao ausente a metade dos frutos e rendimentos recebidos. e) ausente perderá, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. RESPOSTA LETRA E Art. 33 do CC: O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 9. (FCC DPE-RS - Defensor Público) Pessoas jurídicas de direito privado, seu processo de personificação e desconsideração de sua personalidade jurídica. a) Não se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da personalidade.
10 b) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, sendo exigível, em regra, autorização estatal para a sua criação e personificação. c) Nos termos do Código Civil, a desconsideração da personalidade jurídica exige a comprovação de fraude ou abuso de direito, sendo prescindível, nesses casos, a demonstração de insolvência da pessoa jurídica, mas necessária a prova da má-fé do sócio gestor. d) É cabível a desconsideração da personalidade jurídica "inversa", visando a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. e) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não alcança as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos. RESPOSTA LETRA D a) Art. 52 do CC: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. b) Art. 45 do CC: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. c) Art. 50 do CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. d) PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO CC/02. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. POSSIBILIDADE. I A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados impede o conhecimento do recurso especial. Súmula 211/STJ. II Os embargos declaratórios têm como objetivo sanear eventual obscuridade, contradição ou omissão existentes na decisão recorrida. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal a quo pronuncia-se de forma clara e precisa sobre a questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes para embasar a decisão, como ocorrido na espécie. III A desconsideração inversa da personalidade jurídica
11 caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador. IV Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, de uma interpretação teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma. V A desconsideração da personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção somente é recomendada quando forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, no próprio processo de execução, levantar o véu da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os bens da empresa. VI À luz das provas produzidas, a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante minuciosa fundamentação, pela ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente, ao se utilizar indevidamente de sua empresa para adquirir bens de uso particular. VII Em conclusão, a r. decisão atacada, ao manter a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, afigurou-se escorreita, merecendo assim ser mantida por seus próprios fundamentos. Recurso especial não provido. (REsp /MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010) e) Enunciado nº 284 da IV Jornada de Direito Civil do STJ: Art. 50. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica. 10. (FCC TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho) Analise as afirmações abaixo. I. Sem exceções, os direitos da personalidade são intransmissíveis. II. As pessoas jurídicas não são abrangidas pela proteção dos direitos da personalidade. III. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. IV. As organizações religiosas são consideradas pessoas jurídicas de direito privado. Estão corretas as afirmações
12 a) II e IV, apenas. b) III e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. RESPOSTA LETRA B I - Art. 11 do CC: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. II - Art. 52 do CC: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. III - Art. 42 do CC: São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. IV - Art. 44, inciso IV, do CC: São pessoas jurídicas de direito privado: (...) IV - IV - as organizações religiosas;
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