UNIÃO ESTÁVEL. Profª. Danielle Nunes
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- Natália Paixão de Miranda
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1 UNIÃO ESTÁVEL Profª. Danielle Nunes 1
2 PRIMEIRAS NORMAS Decreto lei nº /1944, que reconheceu a companheira como beneficiária de indenização no caso de acidente de trabalho de que foi vítima o companheiro. 2
3 SÚMULA 380 DO STF Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum. (1964). Constituição Federal de Art. 226, 3º. Para efeitos de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 3
4 Lei 8.971/1994 Requisitos: 05 anos de convivência ou coabitação, ou existência de prole comum; (Súmula 382 do STF: A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato ); Direito a alimentos (Lei 5.478/1968); Meação dos bens adquiridos por sua colaboração. 4
5 Lei 9.278/1996 Requisitos: convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família; Direitos e deveres: respeito e consideração mútuos, assistência moral e material recíproca; guarda, sustento e educação dos filhos comuns; Mantém direito a alimentos e informa: os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos em condomínio. 5
6 Lei 9.278/1996 Conversão de união estável em casamento; A matéria passa a ser de competência exclusiva da vara de família. 6
7 Código Civil de Conceito: Art é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 7
8 Contrato de Namoro O namoro estável ou qualificado não tem objetivo de constituição de família. A UE se configura pelo comportamento socioafetivo e não vai deixar de se configurar pela existência de um contrato de namoro. 8
9 Concubinato Concubinato: (do Lat. concubinatus) É a junção de concu (coito ou cópula carnal) + binatus (com alguém). Deste modo, em sua literalidade, significa a união de pessoas com o fito do prazer meramente carnal. Modernamente, é um termo jurídico que especifica uma união não formalizada pelo casamento civil: amantes ou companheiros? 9
10 DIFERENÇA: UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO CONCUBINATO PURO Trata-se da união estável, hipótese em que os companheiros são viúvos, solteiros, divorciados ou separados de fato, judicialmente ou extrajudicialmente; desde que preenchidos os demais requisitos caracterizadores. CONCUBINATO IMPURO Convivência estabelecida entre uma pessoa ou pessoas que são impedidas de casar e que não podem ter entre si uma união estável, como é o caso da pessoa casada não separada de fato, extrajudicialmente ou judicialmente, que convive com outra. Ação de reconhecimento e dissolução de união estável Vara de Família Vara Cível. Hoje, o único efeito é a possibilidade de divisão de patrimônio, por ser uma relação obrigacional. 1
11 Art , 1º. A união estável não se constituirá se ocorrer os impedimentos do art ; não se aplicando a incidência do inciso VI (pessoas casadas) no caso de a pessoas casada se achar separada de fato ou judicialmente. Art As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. 1
12 EFEITOS PESSOAIS E PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL Deveres impostos aos companheiros: Art do CC Lealdade: guarda a relação com o dever de fidelidade (Leal + Fiel) Dever de respeito ao outro companheiro; Mútua assistência, moral, afetiva, patrimonial e espiritual; Dever de guarda, sustento e educação dos filhos. *Não se exige vida em comum no domicílio conjugal 1
13 Art Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. CONTRATO DE CONVIVÊNCIA Esse contrato serve apenas para prever qual será o regime da união estável, afastando a comunhão parcial, não tendo condão de interferir nas normas de cunho pessoal ou de ordem pública, como é o caso da própria caracterização da união estável. 1
14 Conversão de união estável em casamento Art do CC: Requerimento feito ao juiz, que dispensa o processo de habilitação se ausentes os impedimentos do art (não podem casar). A lei não possibilita conversão administrativa, pois há necessidade de autorização judicial, o que torna dificultosa a mesma, contrariando a ordem da Constituição Federal. 1
15 As corregedorias dos Tribunais de Justiça estão regulamentando a conversão mediante provimentos. Veja a notícia completa em: < nformam%20ao%20cnj%20como%20%c3%a9%20fe ita%20a%20convers%c3%a3o%20de%20uni%c3%a3 o%20est%c3%a1vel,%20conforme%20pedido%20de %20provid%C3%AAncia%20do%20Ibdfam#.UjCfOM afjzo> Acesso 11/09/13. 1
16 Estatuto das Famílias Art. 67. A união estável pode converter-se em casamento, mediante pedido formulado pelo casal ao oficial de registro civil, no qual declarem que não têm impedimentos para casar e indiquem o regime de bens que passam a adotar, dispensada a celebração. 1
17 Casamento: Efeitos a partir da celebração (ex nunc). União Estável convertida em casamento: efeitos desde o início da União Estável (ex tunc). 1
18 Concomitância entre UE e casamento Art 1723, 1º CC: é possível na prática a concomitância entre UE e Casamento (sem prazo) Art. 1642, V, CC: Cessa o regime de bens com a separação de fato há mais de cinco anos. STJ: A simples separação de fato, independente de qualquer prazo, cessa o regime de bens e o direito de herança (art. 1830, CC), pela proibição de enriquecimento sem causa (Resp /SP). Tem prevalecido nos Tribunais Superiores o entendimento de não se admitir uma relação de concomitância entre um casamento e uma união estável. Porém, deve-se acrescentar que, por outro lado, o Tribunal Gaúcho já decidiu o seguinte: 1
19 Meação ou triação Apelação. União Dúplice. União Estável. Possibilidade. A prova dos autos é robusta e firme a demonstrar a existência de união entre a autora e o de cujus em período concomitante ao casamento de papel. Reconhecimento de união dúplice. Precedentes jurisprudenciais. Os bens adquiridos na constância da união dúplice são partilhados entre a esposa, a companheira e o de cujus. Meação que se transmuda em triação, pela duplicidade de uniões. (TJRS, ApCível , 8ª Câmara Cível, Rel. Rui Portanova, j ;2007). 1
20 Outros Julgados para pesquisa: TJRS, Apelação Cível , j TJRS, Apelação Cível , j e.wsp?tmp.area=398&tmp.texto= e.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=110300&utm_so urce=agencia&utm_medium= &utm_campaign =pushsco acesso 05/07/13 2
21 Concomitância entre Uniões Estáveis: 1ª Corrente: MHDiniz, Paulo Lôbo: Há deslealdade nas relações plúrimas a impedir a caracterização da UE. Diante do desrespeito à boa-fé as companheiras poderão pleitear indenização por danos morais e materiais (todos são concubinos). Crítica: A fidelidade e respeito mútuo não constituem elementos essenciais para a caracterização da UE, mas apenas deveres dela decorrentes (art. 1724) Apesar disso, é a considerada majoritária. (STJ: 2
22 2ª Corrente: Euclides de Oliveira, Rolf Madaleno e José Fernando Simão: Deve-se aplicar ao caso as regras do casamento putativo, por ser situação análoga do que consta no artigo 1561 CC (o primeiro relacionamento é UE e os demais são uniões putativas, havendo boa-fé dos companheiros). Crítica: Apesar de parecer a posição mais justa, ela apresenta alguns problemas, tendo em vista que a UE não se iguala ao casamento, além da dificuldade em se provar a ordem temporal das uniões paralelas. 2
23 3ª Corrente: Maria Berenice Dias: As uniões constituem entidade familiar, devendo ser reconhecidos os direitos de todas as companheiras, independente de qualquer outra consideração (todas são UE). 2
24 Uniões Poliafetivas ou Poliamorismo Escritura Púbica sobre união de três pessoas: Entrevista com Pablo Stolze: Divisão de pensão entre esposa e amante: EI306,00- GO+Justica+obriga+viuva+a+dividir+pensao+do+marido+com+a +amante.html 2
25 Uniões Homoafetivas constituem entidade familiar? Existia forte divergência doutrinária sobre o tema até a tão esperada posição do STF ser declarada. A decisão do STF não é equivalente a uma lei sobre o assunto. O artigo do Código Civil estabelece a união estável heterossexual como entidade familiar. O que o Supremo fez foi estender este reconhecimento a casais homoafetivos no julgamento da ADI 4277 e da ADPF 132 em 5 de maio de
26 Após a Decisão do STF: Conversão de UE homoafetiva em casamento: En. 526 CJF: Art É possível a conversão de união estável entre pessoas do mesmo sexo em casamento, observados os requisitos exigidos para a respectiva habilitação. En. 524 CJF: Art As demandas envolvendo união estável entre pessoas do mesmo sexo constituem matéria de Direito de Família. 2
27 Possibilidade de casamento homoafetivo diretamente no CRC: K. R. O. e L. P., duas mulheres alegando que se relacionam de maneira estável há três anos, e requereram habilitação para casamento junto a dois Cartórios de Registros Civis de Porto Alegre-RS, pedido que lhes foi negado pelos respectivos titulares (...)A bem da verdade, pela Carta de 88, a família foi vista por um nova óptica, um "novo olhar, um olhar claramente humanizado", cujo foco, antes no casamento, voltou-se para a dignidade de seus membros (...)dou provimento ao recurso especial para afastar o óbice relativo à diversidade de sexos e para determinar o prosseguimento do processo de habilitação de casamento, salvo se por outro motivo as recorrentes estiverem impedidas de contrair matrimônio. (STJ- Resp /RS) 2
28 Mais sobre o tema: Luta pelo casamento civil é tão importante quanto combate à homofobia: p?id= Corregedoria de Justiça do ES: Ofício 59/2012 Resolução nº 175 CNJ (maio de 2013): obriga celebração de casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os cartórios do país. 2
29 União Estável Heteroafetiva concomitante com União Estável Homoafetiva O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existência de repercussão geral na questão constitucional alusiva à possibilidade de reconhecimento jurídico de uniões estáveis concomitantes (sendo uma delas de natureza homoafetiva e outra, de natureza heteroafetiva), com o consequente rateio de pensão por morte. (STJ- ARE ) 2
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