1) Grande parte dos créditos tributários, in casu constituídos, restou fulminada pela decadência, nos termos do art.

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1 PROCESSO Nº: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: SETENG SERVICOS TECNICOS DE ENGENHARIA LTDA - ME ADVOGADO: THALITA JULIANE COSTA CARVALHO AGRAVADO: FAZENDA NACIONAL DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA RELATÓRIO A empresa SETENG - Serviços Técnicos de Engenharia Ltda. opôs embargos de declaração ante decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 557, CPC, haja vista tratar-se de matéria que exige dilação probatória, incompatível com a via processual estreita da exceção de pré-executividade (Identificador: ) A agravante alega que a decisão foi omissa quanto à existência, in casu, de provas préconstituídas, devidamente anexadas aos presentes autos, as quais (i) se revelaram perfeitamente aptas a ensejar a análise do bom direito da Embargante, perante a instância a quo - ainda que em extensão mais restrita do que o pleiteado, daí porque a interposição do Agravo de Instrumento sob referência -, bem como (ii) se revelam perfeitamente aptas a ensejar a análise da totalidade do bom direito da Embargante, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação probatória. Em síntese, esclarece que : 1) Grande parte dos créditos tributários, in casu constituídos, restou fulminada pela decadência, nos termos do art. 156, V, do CTN; 2) Grande parcela das diferenças, entre os valores pagos (ainda que a menor) pela SETENGE e os valores por esta informados, em suas declarações, restou fulminada pelos efeitos igualmente deletérios da homologação tácita de autolançamentos, nos termos do art. 156, VII, do CTN; 3) A obscura condução do Processo Administrativo n / retira a certeza do crédito consignado na CDA n ; o que, por esta razão, enseja a extinção da Execução Fiscal n , nos termos dos arts. 586 e 618, I, ambos do CPC. É o relatório. PROCESSO Nº: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: SETENG SERVICOS TECNICOS DE ENGENHARIA LTDA - ME ADVOGADO: THALITA JULIANE COSTA CARVALHO AGRAVADO: FAZENDA NACIONAL DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA VOTO

2 Primeiramente, recebo o recurso como agravo, conforme previsto no 1º do art. 557, CPC, aplicado o princípio da fungibilidade. A exceção de pré-executividade é cabível quando atendidos simultaneamente dois requisitos, um de ordem material e outro de ordem formal, ou seja: (i) a matéria a ser analisada deve ser suscetível de conhecimento de ofício pelo juiz; e (ii) é indispensável que a decisão possa ser tomada sem necessidade de dilação probatória." (REsp /SP, julgado sob o rito do art. 543-C, do CPC, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de ). O douto julgador analisou a exceção de pré-executividade sobre ambos os aspectos, isto é, considerou tratar-se de matéria de conhecimento de ofício bem como prescindir de dilação probatória. Neste ponto, registre-se que o Magistrado acolheu parcialmente o incidente, porquanto declarou, de plano, o instituto da decadência em parte dos créditos fiscais. Acontece que, para o restante dos créditos fiscais discutidos, o Magistrado ficou impossibilitado de realizar análise a priori, dada à exigência de dilação probatória, a qual não se enquadra nos estreitos limites da exceção de pré-executividade. Ademais, o contribuinte ao aderir ao Programa de Parcelamento Especial, nos termos da Lei n.º /2009, confessou a dívida fiscal, o que, por óbvio, não impede que o Poder Judiciário reconheça e julgue a legalidade dos créditos fiscais parcelados, é o que se extrai do REsp nº /SP, confira-se : PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. Recurso Especial representativo de controvérsia (art C, 1º, do CPC). AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO COM BASE EM DECLARAÇÃO EMITIDA COM ERRO DE FATO NOTICIADO AO FISCO E NÃO CORRIGIDO. VÍCIO QUE MACULA A POSTERIOR CONFISSÃO DE DÉBITOS PARA EFEITO DE PARCELAMENTO. POSSIBILIDADE DE REVISÃO JUDICIAL. 1. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o lançamento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória (art. 145, III, c/c art. 149, IV, do CTN). 2. A este poder/dever corresponde o direito do contribuinte de retificar e ver retificada pelo Fisco a informação fornecida com erro de fato, quando dessa retificação resultar a redução do tributo devido. 3. Caso em que a Administração Tributária Municipal, ao invés de corrigir o erro de ofício, ou a pedido do administrado, como era o seu dever, optou pela lavratura de cinco autos de infração eivados de nulidade, o que forçou o contribuinte a confessar o débito e pedir parcelamento diante da necessidade premente de obtenção de certidão negativa. 4. Situação em que o vício contido nos autos de infração (erro de fato) foi transportado para a confissão de débitos feita por ocasião do pedido de parcelamento, ocasionando a invalidade da confissão. 5. A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação tributária, no que se refere aos seus aspectos jurídicos. Quanto aos aspectos fáticos sobre os quais incide a norma tributária, a regra é que não se pode rever judicialmente a confissão de dívida efetuada com o escopo de obter parcelamento de débitos tributários. No entanto, como na situação presente, a matéria de fato constante de confissão de dívida pode ser invalidada quando ocorre defeito causador de nulidade do ato jurídico (v.g. erro, dolo, simulação e fraude). Precedentes: REsp. n /RS, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em ; REsp /PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06/09/2007; REsp /RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 23/06/2009; REsp /RS, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 17/11/2009; REsp /SP, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 18/09/ Divirjo do relator para negar provimento ao recurso especial. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008 Contudo, a alegação aduzida no recurso, no sentido de que as provas reunidas seriam por demais suficientes para a demonstração inequívoca da análise da totalidade

3 do bom direito da empresa, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação probatória, não prevalece. Veja que a própria empresa cita dois argumentos que merecem exame profundo acerca de provas, quais são: " (...) 1) Grande parcela das diferenças, entre os valores pagos (ainda que a menor) pela SETENGE e os valores por esta informados, em suas declarações, restou fulminada pelos efeitos igualmente deletérios da homologação tácita de autolançamentos, nos termos do art. 156, VII, do CTN; 2) A obscura condução do Processo Administrativo n / retira a certeza do crédito consignado na CDA n ; o que, por esta razão, enseja a extinção da Execução Fiscal n , nos termos dos arts. 586 e 618, I, ambos do CPC.(...) " Ora, tais alegações, não podem ser conhecidas de plano, necessitam de instrução, que vai de encontro com a via processual eleita, ensejando para o caso os embargos à execução. Neste sentido, destaco os seguintes precedentes : AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO LIVRE DE OMISSÃO. ARTS. 219, 5o., 267, 3o., E 269, IV, TODOS DO CPC, E ART. 156, V DO CTN: PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULA 211/STJ. TRIBUTÁRIO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA, NO CASO, PARA SEU RECONHECIMENTO. SÚMULA 7/STJ. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Trata-se, na origem, de execução fiscal em que rejeitada exceção de pré-executividade fundada na alegação de prescrição, vez que a contribuinte aderiu ao parcelamento dos débitos, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário enquanto cumpridos os termos do ajuste. 2. A alegada violação ao art. 535 do CPC não ocorreu, pois a lide foi fundamentadamente resolvida nos limites propostos. As questões postas a debate foram decididas com clareza, não se justificando o manejo dos Embargos de Declaração. Ademais, o julgamento diverso do pretendido não implica ofensa à norma ora invocada. Tendo encontrado motivação suficiente, não fica o órgão julgador obrigado a responder, um a um, todos os questionamentos suscitados pelas partes, mormente se notório seu caráter de infringência do julgado. Precedente: EDcl no AgRg no AREsp /RS, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe Não houve o prequestionamento da matéria relativa aos arts. 219, 5o., 267, 3o., e 269, IV, todos do CPC, bem como do art. 156, V do CTN, ou seja, sobre eles não se manifestou o Tribunal de origem, de modo que não consta no acórdão recorrido qualquer menção a respeito de sua disciplina normativa. O prequestionamento, como requisito de admissibilidade para a abertura da instância especial, é admitido não só na forma explícita, mas, também, implícita, o que não dispensa, nos dois casos, o necessário debate acerca da matéria controvertida, o que não ocorreu. Súmula 211/STJ. Veja-se: AgRg no Ag /MS, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe Por fim, o caso é de incidência da Súmula 7/STJ. Com efeito, restou consignado no acórdão recorrido que, ao contrário do quanto afirmado pela contribuinte, em relação à primeira confissão da dívida, é inviável aferir, com a necessária segurança, quais débitos a compunham, considerado o fato de que houve posterior confissão de dívida em relação à qual inocorreu a prescrição, de modo que, na via estreita da exceção de pré-executividade, resta impossível acolher a alegação de prescrição, dada a necessidade de dilação probatória. Nesse sentido: AgRg no AREsp /AL, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe , e AgRg no AREsp /RJ, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe Agravo Regimental desprovido...emen: (AGARESP , NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:21/05/2015..DTPB:.)

4 AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARTIGO 557, 1º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ALEGADA A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MATÉRIA QUE DEMANDA DILAÇÃO PROBATÓRIA. PRETENSÃO QUE EXTRAVASA O ÂMBITO DE COGNIÇÃO DA OBJEÇÃO. AGRAVO LEGAL IMPROVIDO. 1. Por intermédio da exceção de pré-executividade, pode a parte vir a juízo argüir nulidade sem que necessite utilizar-se dos embargos à execução, uma vez que se trata de vício fundamental que priva o processo de toda e qualquer eficácia, além de ser matéria cuja cognição deve ser efetuada de ofício pelo Juiz. 2. No "pedido de revisão de débitos" formulado em 04/03/2010 a empresa informa que ingressou com pedido de parcelamento ordinário e que as três parcelas remanescentes foram alocadas no PAES. Formulou assim pedido de cancelamento da inscrição do débito em dívida ativa com fundamento na alegada suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Ora, se o débito cobrado na execução fiscal foi objeto de parcelamento, tal circunstância configurou em reconhecimento inequívoco da dívida por parte do contribuinte e implicou em confissão irrevogável e irretratável dos débitos. Por conseguinte, não há que se cogitar de suspensão de exigibilidade em razão de posterior impugnação administrativa por meio de "pedido de revisão de débitos". 3. Existe um caminho processual traçado pelo legislador que permite ao executado opôr-se à execução. São os embargos do devedor (art. 736 do Código de Processo Civil c.c. art. 16 da Lei de Execuções Fiscais) onde toda matéria interessante à defesa pode ser deduzida, ainda mais depois da reforma do Código de Processo Civil. 4. Agravo legal improvido. (AI , DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-djf3 Judicial 1 DATA:16/05/2014..FONTE_REPUBLICACAO Assim, considerando os fundamentos acima, recebo os embargos de declaração como agravo inominado, ao qual nego provimento. É como voto. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INOMINADO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. EXECUÇÃO FISCAL. PROGRAMA ESPECIAL DE PARCELAMENTO ( LEI /2009). EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO QUE ENSEJA VARIADAS DISCUSSÕES ACERCA DE SUA DECISÃO. ARGUIÇÃO DE DECADÊNCIA DOS CRÉDITOS FISCAIS. INCIDENTE PARCIALMENTE ACOLHIDO. DEMAIS QUESTÕES EXIGEM INSTRUÇÃO. A CONFISSÃO DA DÍVIDA NÃO INIBE O QUESTIONAMENTO JUDICIAL DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, NO QUE SE REFERE AOS SEUS ASPECTOS JURÍDICOS. QUANTO AOS ASPECTOS FÁTICOS SOBRE OS QUAIS INCIDE A NORMA TRIBUTÁRIA, A REGRA É QUE NÃO SE PODE REVER JUDICIALMENTE A CONFISSÃO DE DÍVIDA EFETUADA COM O ESCOPO DE OBTER PARCELAMENTO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. NO ENTANTO, COMO NA SITUAÇÃO PRESENTE, A MATÉRIA DE FATO CONSTANTE DE CONFISSÃO DE DÍVIDA PODE SER INVALIDADA QUANDO OCORRE DEFEITO CAUSADOR DE NULIDADE DO ATO JURÍDICO (RESP /SP). NA VIA ESTREITA DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, RESTA IMPOSSÍVEL ACOLHER A ALEGAÇÕES QUE EXIGEM DILAÇÃO PROBATÓRIA. Nesse sentido: AgRg no AREsp /AL, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe , e AgRg no AREsp /RJ, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA,

5 DJe Agravo Regimental desprovido...emen: (AGARESP , NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:21/05/2015..DTPB:.).DECISÃO BEM FUNDAMENTADA. AGRAVO INOMINADO IMPROVIDO. 1 - A empresa opôs embargos de declaração ante decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 557, CPC, haja vista tratar-se de matéria que exige dilação probatória, incompatível com a via processual estreita da exceção de pré-executividade (Identificador: ). 2 - A agravante alega que a decisão foi omissa quanto à existência, in casu, de provas préconstituídas, devidamente anexadas aos presentes autos, as quais (i) se revelaram perfeitamente aptas a ensejar a análise do bom direito da Embargante, perante a instância a quo - ainda que em extensão mais restrita do que o pleiteado, daí porque a interposição do Agravo de Instrumento sob referência -, bem como (ii) se revelam perfeitamente aptas a ensejar a análise da totalidade do bom direito da Embargante, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação probatória. 3 - Primeiramente, recebo o recurso como agravo, conforme previsto no 1º do art. 557, CPC, aplicado o princípio da fungibilidade. 4 - O douto julgador analisou a exceção de pré-executividade sobre ambos os aspectos, isto é, considerou tratar-se de matéria de conhecimento de ofício bem como prescindir de dilação probatória. Neste ponto, registre-se que o Magistrado acolheu parcialmente o incidente, porquanto declarou, de plano, o instituto da decadência em parte dos créditos fiscais. Acontece que, para o restante dos créditos fiscais discutidos, o Magistrado ficou impossibilitado de realizar análise a priori, dada à exigência de dilação probatória, a qual não se enquadra nos estreitos limites da exceção de pré-executividade. Ademais, o contribuinte ao aderir ao Programa de Parcelamento Especial, nos termos da Lei n.º /2009, confessou a dívida fiscal, o que, por óbvio, não impede que o Poder Judiciário reconheça e julgue a legalidade dos créditos fiscais parcelados (REsp nº /SP). 5 - Contudo, a alegação aduzida no recurso, no sentido de que as provas reunidas seriam por demais suficientes para a demonstração inequívoca da análise da totalidade do bom direito da empresa, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação probatória, não prevalece, haja vista os argumentos da empresa acerca incerteza da CDA inscrita e quanto à condução do processo administrativo. 6- Decisão mantida. 7- Embargos de declaração recebidos como Agravo inominado julgado improvido. PROCESSO Nº: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: SETENG SERVICOS TECNICOS DE ENGENHARIA LTDA - ME ADVOGADO: THALITA JULIANE COSTA CARVALHO AGRAVADO: FAZENDA NACIONAL DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA

6 EMENTA PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INOMINADO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. EXECUÇÃO FISCAL. PROGRAMA ESPECIAL DE PARCELAMENTO ( LEI /2009). EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO QUE ENSEJA VARIADAS DISCUSSÕES ACERCA DE SUA DECISÃO. ARGUIÇÃO DE DECADÊNCIA DOS CRÉDITOS FISCAIS. INCIDENTE PARCIALMENTE ACOLHIDO. DEMAIS QUESTÕES EXIGEM INSTRUÇÃO. A CONFISSÃO DA DÍVIDA NÃO INIBE O QUESTIONAMENTO JUDICIAL DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, NO QUE SE REFERE AOS SEUS ASPECTOS JURÍDICOS. QUANTO AOS ASPECTOS FÁTICOS SOBRE OS QUAIS INCIDE A NORMA TRIBUTÁRIA, A REGRA É QUE NÃO SE PODE REVER JUDICIALMENTE A CONFISSÃO DE DÍVIDA EFETUADA COM O ESCOPO DE OBTER PARCELAMENTO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. NO ENTANTO, COMO NA SITUAÇÃO PRESENTE, A MATÉRIA DE FATO CONSTANTE DE CONFISSÃO DE DÍVIDA PODE SER INVALIDADA QUANDO OCORRE DEFEITO CAUSADOR DE NULIDADE DO ATO JURÍDICO (RESP /SP). NA VIA ESTREITA DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, RESTA IMPOSSÍVEL ACOLHER A ALEGAÇÕES QUE EXIGEM DILAÇÃO PROBATÓRIA. Nesse sentido: AgRg no AREsp /AL, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe , e AgRg no AREsp /RJ, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe Agravo Regimental desprovido...emen: (AGARESP , NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:21/05/2015..DTPB:.).DECISÃO BEM FUNDAMENTADA. AGRAVO INOMINADO IMPROVIDO. 1 - A empresa opôs embargos de declaração ante decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 557, CPC, haja vista tratar-se de matéria que exige dilação probatória, incompatível com a via processual estreita da exceção de pré-executividade (Identificador: ). 2 - A agravante alega que a decisão foi omissa quanto à existência, in casu, de provas préconstituídas, devidamente anexadas aos presentes autos, as quais (i) se revelaram perfeitamente aptas a ensejar a análise do bom direito da Embargante, perante a instância a quo - ainda que em extensão mais restrita do que o pleiteado, daí porque a interposição do Agravo de Instrumento sob referência -, bem como (ii) se revelam perfeitamente aptas a ensejar a análise da totalidade do bom direito da Embargante, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação probatória. 3 - Primeiramente, recebo o recurso como agravo, conforme previsto no 1º do art. 557, CPC, aplicado o princípio da fungibilidade. 4 - O douto julgador analisou a exceção de pré-executividade sobre ambos os aspectos, isto é, considerou tratar-se de matéria de conhecimento de ofício bem como prescindir de dilação probatória. Neste ponto, registre-se que o Magistrado acolheu parcialmente o incidente, porquanto declarou, de plano, o instituto da decadência em parte dos créditos fiscais. Acontece que, para o restante dos créditos fiscais discutidos, o Magistrado ficou impossibilitado de realizar análise a priori, dada à exigência de dilação probatória, a qual não se enquadra nos estreitos limites da exceção de pré-executividade. Ademais, o contribuinte ao aderir ao Programa de Parcelamento Especial, nos termos da Lei n.º /2009, confessou a dívida fiscal, o que, por óbvio, não impede que o Poder Judiciário reconheça e julgue a legalidade dos créditos fiscais parcelados (REsp nº /SP). 5 - Contudo, a alegação aduzida no recurso, no sentido de que as provas reunidas seriam por demais suficientes para a demonstração inequívoca da análise da totalidade do bom direito da empresa, perante esta instância ad quem - sem que, para tanto, seja necessária qualquer dilação

7 probatória, não prevalece, haja vista os argumentos da empresa acerca incerteza da CDA inscrita e quanto à condução do processo administrativo. 6- Decisão mantida. 7- Embargos de declaração recebidos como Agravo inominado julgado improvido. A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo inominado. Recife, 21 de julho de (data do julgamento) Desembargador Federal Lázaro Guimarães Relator