O LIVRO DAS VIRTUDES DE SEMPRE

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1 O LIVRO DAS VIRTUDES DE SEMPRE

2 Ramiro Marques 2000 Este livro está publicado em Portugal, nas Edições Asa (2000), em Espanha, nas Edições Desclée (2002) e, no Brasil, na Landy Editora (2002) Ao meu avô, António Marques

3 Nota Biográfica Ramiro Marques nasceu em É licenciado em História pela Universidade de Lisboa (1980), Mestre em Ciências da Educação pela Universidade de Boston (1984) e Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Aveiro (1991). Possui, ainda, o título de Agregado em Educação, obtido na Universidade de Aveiro, em 1999, na sequência de provas públicas. Tem 31 livros publicados. É professor coordenador com agregação do Instituto Politécnico de Santarém e pertence ao quadro da respectiva Escola Superior de Educação. É autor de dezassete livros e co-autor de mais três livros. As suas áreas de investigação e estudo são a história das ideias pedagógicas, a ética e a axiologia educacional. Lecciona, no Instituto Politécnico de Santarém, Teorias e Modelos de Ensino, Educação e Valores e Metodologias da Investigação em Educação. É membro da direcção da AEPEC (Associação da Educação Pluridimensional e da Escola Cultural). Foi Director da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém entre Junho de 1993 e Dezembro de 1996 e presidiu ao seu Conselho Científico entre Setembro de 1997 e Setembro de 2001.

4 ÍNDICE Introdução 1. As éticas de Aristóteles 2. Educar em valores 3. A educação ética em Aristóteles 4. O bem e a felicidade 5. O prazer e a dor 6. A felicidade 7. A virtude 8. A Ética a Eudemo face aos outros tratados de ética 9. A felicidade na Ética a Eudemo 10. A virtude na Ética a Eudemo 11. O hábito e a intenção 12. A tolerância e o respeito 13. A justiça e o amor

5 14. A continência e a temperança 15. A coragem 16. A generosidade e a magnificência 17. A gentileza e a magnanimidade 18. A gentileza e a polidez 19. O autodomínio 20. A prudência 21. A inteligência e o conhecimento científico 22. A compreensão e a sabedoria 23. As emoções 24. O carácter do jovem, do adulto e do idoso Bibliografia Geral Biografia de Aristóteles

6 INTRODUÇÃO Aristóteles constitui, ainda hoje, a referência mais importante para quem queira estudar e escrever sobre ética. São-lhe atribuídas três grandes obras sobre ética: a Ética a Nicómaco (EN), a Ética a Eudemo (EE) e a Magna Moralia (MM). A estes três tratados veio juntar-se um texto, intitulado Protréptico, que não está contido no corpus aristotelicum, cuja edição de referência continua a ser a de Bekker (Berlim, 1830). Em relação à Magna Moralia, os eruditos divergem acerca da sua autoria. Há quem considere, como é o caso de René-Antoine Gauthier, que a Magna Moralia, foi escrita depois da morte do filósofo, provavelmente por um aluno do Liceu. Outros, como por exemplo, Pierre Pellegrin, colocam a hipótese de ser uma obra da juventude. Tudo indica que a Magna Moralia seja uma obra de Aristóteles, quer tenha sido escrita ou ditada directamente por ele, quer tenha sido fruto de apontamentos das suas aulas, reunidos por alunos seus. Não é só a semelhança temática e de vocabulário com as restantes éticas. Há, também, referências explícitas a outras obras de Aristóteles, como é o caso da referência à obra Os Analíticos, que surge no capítulo VI, do livro II da Magna Moralia, que trata da solução das dificuldades colocadas pela ausência de autodomínio. Os livros 4, 5 e 6 da Ética a Eudemo são comuns aos livros 5, 6 e 7 da Ética a Nicómaco. Para além disso, a Ética a Nicómaco é não apenas um tratado de maior dimensão, mas também revela uma maior maturidade filosófica e mais fineza na argumentação. De qualquer forma, é impossível conhecer o pensamento ético de Aristóteles sem uma leitura cuidada dos "três livros de ética". Os títulos das obras éticas de Aristóteles não foram, provavelmente, concebidos por Aristóteles, mas sim pelos seus editores, posteriores à sua morte, o principal dos quais, Andrónicos de Rhodes, viveu no século I a C.

7 Quando escreveu o Protréptico, Aristóteles tinha, provavelmente, um pouco mais de 30 anos. Seguiu-se-lhe a Ética a Eudemo, escrito entre os 37 e os 42 anos de idade, quando se encontrava a ensinar em Assos, na Ásia Menor e em Mitileno, na ilha de Lesbos. A Ética a Nicómaco é, sem dúvida, um escrito de maturidade. Aristóteles tê-la-á escrito, após o seu regresso a Atenas, para fundar a nova escola, o Liceu, onde ensinou, entre muitas outras matérias, ética. Em qualquer dos casos, estamos perante textos que resultam de sucessivas lições sobre ética e que foram sendo alterados e melhorados ao longo dos anos. Há bastante controvérsia acerca do título Ética a Nicómaco. Terá sido em honra do pai de Aristóteles ou em honra do seu filho, ambos com o nome de Nicómaco? O mesmo se pode dizer em relação ao título Ética a Eudemo. Terá sido em honra do discípulo de Aristóteles, chamado Eudemo de Rhodes? Ou terá sido o próprio Eudemo de Rhodes que lhe deu esse título? E qual a razão para o título de Magna Moralia, quando essa obra é mais curta do que as outras duas? Pierre Pellegrin coloca a hipótese de a Magna Moralia ser um título dado pelos editores, após a morte do filósofo, pelo facto de o livro circular em longos rolos de papiro. Quando terá a Magna Moralia sido escrita? Antes ou depois das outras éticas? A maior parte dos críticos mais recentes consideram que terá sido escrita numa altura próxima da escrita da obra Ética a Eudemo, dada a semelhança do vocabulário e do conteúdo. Há, contudo, alguns que afirmam ser um texto escrito por alunos, após as aulas dadas por Aristóteles no Liceu. A edição mais antiga que se conhece da Magna Moralia deve-se a Andrónicos de Rhodes que viveu no século I a C., e a primeira vez que a obra é citada deve-se a uma passagem num texto de Atticus, no final do século II da nossa era. A Magna Moralia, também conhecida pela Grande Moral ou pelo Grandes Livros de Ética, embora pouco editada e pouco conhecida, é uma obra de grande qualidade, que não se limita a repetir, de forma

8 mais abreviada, o que Aristóteles escreveu nas outras éticas. Há algumas novidades sobre ética que apenas aparecem na Magna Moralia: em que medida o injusto pode ser prudente?; pode-se ser injusto para com uma pessoa má?; como resolver o conflito entre duas virtudes?; é possível cair-se num excesso de virtude? Este livro tem como referências básicas três obras de Aristóteles: a Ética a Nicómaco, a Ética a Eudemo e a Magna Moralia. Todas elas, mas sobretudo as duas últimas, são desconhecidas de quase todos os professores, dos estudantes de Filosofia, de Educação e de Ética e dos restantes leitores em geral. Quando necessário, recorreu-se, também, à Retórica, sobretudo nos capítulos sobre as emoções. A obra A Política inspirou, também, o capítulo sobre a educação ética em Aristóteles. É impossível falar-se, com fundamento e exactidão, de política, de educação em valores e de educação ética sem conhecer estas importantes obras da Cultura Ocidental. Com o LIVRO DAS VIRTUDES DE SEMPRE, procurámos preencher essa lacuna, apresentando a ética aristotélica de uma forma acessível aos leitores interessados em ética e preocupados com o actual desconhecimento e ignorância face às virtudes tradicionais. A pertinência e actualidade de um livro sobre as virtudes de sempre, escrito a escassos meses da passagem para o terceiro milénio, explicam-se pelo facto de vivermos uma época de transição, de mudança e de crise. Sabemos o que estamos a deixar para trás, mas ainda não sabemos aquilo que vamos encontrar. Não temos sequer a certeza de que aquilo para que nos dirigimos a toda a pressa seja melhor do que aquilo que estamos a deixar. O que sabemos, ao certo, é que uma parte significativa das novas gerações do Mundo Ocidental está a ser criada sem ter acesso a fontes culturais seguras. A televisão, a internet e os jogos de vídeo, apesar do muito potencial educativo ainda por realizar, oferecem a essa geração uma "cultura" de mosaico, fragmentada, quantas vezes

9 ilusória e superficial. É certo que, muitas vezes, substituem o amparo da mãe ausente, numa família que já não o é verdadeiramente, ou porque andam todos, de uma lado para o outro, à procura do fermento que há-de satisfazer as necessidades dos seus consumos crescentes, ou porque se separaram de vez, trocando a segurança de um lar e um compromisso que devia ser para sempre pela chama momentânea e ilusória de novas experiências, que quase sempre se revelam enganosas e amargas. Numa época que corre atrás do fácil, do pronto-a-servir, do descartável, do lúdico a qualquer preço e dos prazeres mais fáceis e imediatos, não resta mais lugar nem sabedoria para esperar, para adiar as gratificações, para acreditar, para ter fé, para o sacrifício quando necessário, para as relações afectivas duradouras e para o respeito fiel dos compromissos. E, no entanto, estamos a viver uma época de progresso científico e tecnológico nunca antes visto. Os enormes e extraordinários progressos registados na ciência médica, na ciência farmacêutica, na engenharia biológica e nas telecomunicações estão a trazer, a cada dia que passa, novos tratamentos para antigas e novas doenças e novos processos de comunicação, cada vez mais imediatos e interactivos. Nunca como hoje, a Humanidade deteve tantos instrumentos, técnicas e conhecimentos para poder ser feliz! Mas, também, nunca como agora, a Humanidade desperdiçou tanto esse potencial de felicidade! Contudo, esse extraordinário progresso tecnológico e científico não está a ser acompanhado pelo progresso moral da Humanidade. Em certas zonas do Mundo, em particular em algumas áreas da África Sub-sahariana, e em certas áreas suburbunas das grandes cidades europeias, estamos a assistir, sem dúvida, a uma regressão moral sem precedentes, nos últimos 50 anos. Essa regressão moral surge envolta num caldo de cultura constituído pelo comércio da morte, quer através das intermináveis guerras de rapina, que minam a África negra, quer através do abuso de substâncias tóxicas, que destroem a

10 coesão social e cultural de milhões de famílias em muitas regiões europeias. A família e a escola são as instituições que maior erosão sofreram, nas últimas décadas. Os falsos profetas do novo cepticismo axiológico não cessam de dar as boas-vindas àquilo a que chamam de "novos arranjos familiares" e, na escola, não se cansam de advertir para a necessidade de substituir o estudo sério, o esforço, o sacrifício e o amor pelos clássicos por um pseudo-currículo que, de tanto se tornar flexível, corre o risco de deixar de ser substantivo. Ora, como se pode criar resistentes sem o hábito da firmeza e do esforço? E onde aprender a firmeza, a resistência e a perseverança se a família e a escola deixaram de as ensinar e a sociedade as passou a ignorar? Como é possível, num cenário desses, alimentar a coragem das novas gerações, essa virtude, sem a qual as outras virtudes não passam de meras possibilidades? Quando a ausência de firmeza, de perseverança e de coragem anda associada à incredulidade, à falta de fé, à recusa de toda a tradição e à ignorância do que vale a pena, estamos, na melhor das hipóteses, no domínio do imprevisível e da incerteza. Poderá a civilização ocidental, continuar a aumentar o seu poderio tecnológico e científico e, simultaneamente, superar a falta de firmeza, a ausência de coragem e a incredulidade crescente? Ou será que, com o 3º milénio, assistiremos a um progresso moral sem precedentes, conseguindo, por essa forma, diminuir o fosso entre os avanços científicos e a actual estagnação moral? Está fora de questão um regresso ao passado. Tal é impossível e indesejável. Não queremos reencontrar um passado que também foi marcado pela opressão e pelo obscurantismo. Queremos manter e alargar, tanto quanto possível a liberdade, mas, em simultâneo, exigimos mais respeito e mais responsabilidade. Mas, também, não podemos fazer tábua-rasa de um passado de luz e esplendor, sem esquecermos as suas zonas de sombra.

11 Ao invés, é preciso caminhar em frente, construindo sobre esse passado, melhorando-o, recusando as suas partes-sombra e acrescentando-lhe o que a verdadeira cultura, tecnologia e ciência do nosso tempo têm para dar, com o fim de lhe proporcionar mais luz. Aproveitar e utilizar bem os novos tesouros que as novíssimas tecnologias da informação conseguem levar até à nossa casa, criando conteúdos culturalmente sólidos que possam circular na internet e agucem o apetite de todos pelo contacto duradouro e íntimo com os livros. Por isso, faz todo o sentido falar das virtudes de sempre, e dar, de novo, voz a alguns grandes mestres da Sabedoria Ocidental, porque as suas palavras podem ajudar a iluminar a nossa caminhada para um futuro mais humano, mais justo, mais luminoso e mais fraterno. Este retorno aos grandes mestres da Sabedoria Ocidental não pode ser visto como uma preferência pelo etnocentrismo ou a recusa do diálogo com outras culturas. Acontece apenas que nós somos fruto de uma matriz cultural que teve o seu epicentro e deve os seus fundamentos à antiguidade greco-latina e à civilização judaico-cristã. Para compreendermos e respeitarmos os grandes mestres da Sabedoria Oriental e para dialogarmos com as outras culturas temos, em primeiro lugar, que conhecer, respeitar e amar as nossas referências culturais. Aristóteles foi um desses grandes mestres. Poderíamos ter escrito um livro sobre as virtudes de sempre recorrendo a outros grandes mestres, a Santo Agostinho, a Tomás de Aquino ou a Espinoza. Mas já não seria um livro. Seriam vários livros. Talvez se justifique, no futuro, fazê-lo, se a saúde, a vida e a inspiração o permitirem. E também se justifica cruzar a sabedoria desses mestres com a sabedoria de um Confúcio, de um Lao Tseu e de um Mencius. Esse diálogo é uma empresa necessária e urgente! A pertinência da ética aristotélica para a actualidade resulta do facto de os valores serem intrínsecos à educação, não sendo possível

12 falar de escola e de educação sem incluir os valores. Na verdade, não há educação sem uma referência intrínseca aos valores, pois o "compromisso educativo não é possível fora do compromisso com os valores" (1). Referindo-se à importância da formação axiológico-educacional de um professor, Manuel Patrício (2) refere que ela deve ser organizada para: "a) promover a reflexão teórica sobre os valores a cultivar na vida e no processo educativo escolar; b) promover a transferência dessa reflexão teórica para as situações educativas concretas e práticas em que o professor se encontra como educador profissional; c) preparar para uma vida pessoal e profissional que seja um processo de formação contínua; d) preparar para uma vida pessoal e profissional que seja axiologicamente diversificada, rica e valiosa; e) organizar situações didácticas rigorosamente provocadoras e propiciadoras da experienciação das classes de valores consideradas principais; f) conduzir a ancorar a reflexão e a prática dos valores num solo cultural e civilizacional concreto, com o universal por horizonte; g) conduzir a analisar com objectividade e realismo as possibilidades de estruturação e funcionamento pedagógicos da Escola, com vista à realização de uma educação efectivamente indutora e promotora dos valores". Para os professores, os estudantes e os leitores em geral que se estão a iniciar no estudo da ética aristotélica, aconselhamos a leitura da obra de Jean Brun (3), que contém um conjunto de excelentes capítulos sobre a filosofia do estagirita. Para a leitura de algumas obras de Aristóteles, traduzidas em português e com um bom conjunto de notas explicativas, aconselhamos algumas edições da colecção Estudos Gerais - Clássicos de Filosofia da Imprensa Nacional (4). Quer a Ética a Nicómaco quer a Ética a Eudemo procuram definir e caracterizar o Bem. Em ambas surge a noção de que "o Bem do homem consiste no bom exercício da actividade humana. E qual é

13 então essa actividade? O que distingue o homem dos outros seres vivos é a sua alma racional, será, portanto, numa certa forma de actividade dessa razão que residirá o Bem; deste modo o Bem, para o homem, consiste numa actividade da alma, e acordo com a virtude e, no caso de pluralidade de virtudes, de acordo com a mais excelente e a mais perfeita delas todas" (5). Coloca-se, então, o problema de saber o que é a virtude. Será uma paixão, uma faculdade ou uma disposição? Paixão não é, pois o medo e o ódio nunca podem ser considerados virtudes. Faculdade, também não, pois uma faculdade tanto pode ser posta ao serviço do bem como do mal. É, então, uma disposição "resultante duma deliberação voluntária, pois a inteligência humana pode ser uma verdadeira causa ao lado daquelas que vemos actuar na natureza. Para que possamos falar de virtude, é preciso então que aquele que age se encontre numa certa disposição: em primeiro lugar deve saber o que faz; depois, deve escolher livremente o acto em questão e escolhê-lo com vista a esse mesmo acto; e, em terceiro lugar, deve executá-lo numa disposição de espírito firme e inabalável" (6). A virtude é um extremo na excelência, mas é uma posição média entre dois vícios, um por excesso, outro por defeito. Para que uma acção seja boa, é necessário "que não seja preciso retirar-lhe nem acrescentar-lhe nada; assim, todo o homem prudente evita o excesso e o defeito, procura o justo equilíbrio e prefere-o, um justo equilíbrio que não seja relativo ao objecto mas relativo a nós" (7). Aristóteles deu duas grandes contribuições para a teoria ética: a primeira, é o seu teleologismo, que encara a procura da felicidade como a principal finalidade do homem. O outro contributo é a sua concepção de virtude, como meio termo entre dois extremos. Embora a teoria ética aristotélica não possa ser considerada uma ruptura com a teoria platónica, a verdade é que há alguns aspectos que as separam. Desde logo, a tese aristotélica de que a educação ética não se faz apenas por via intelectual, mas também, e sobretudo, através

14 da habituação do educando na prática da virtude. Para Aristóteles, "a prática do bem depende de: 1) umas virtudes que se conhecem e que são puramente intelectuais (nous, epistéme, sophía), de modo que, por conseguinte, são produto do ensino doutrinal; 2) outras virtudes intelectuais já menos puras (phrónesis e téchne), que devem aplicar verdades gerais a casos particulares, conhecidas pelos sentidos e dado que estes se acham sujeitos a erro, o conhecimento nem sempre as afecta e move devidamente; 3) por fim, umas virtudes morais vinculadas à acção, as quais, movendo o indivíduo no mesmo terreno em que o movem também os instintos e as paixões, podem ser vencidas por estes, sem obedecer às directrizes da razão" (8). Foi Aristóteles, e não Sócrates ou Platão, que melhor foi capaz de explicar a aparente contradição, que São Paulo, alguns séculos depois resumia dizendo "não quero o mal que faço e não faço o bem que quero". Por que é que o homem, conhecendo o bem, não é capaz de o realizar? Grande parte da Ética a Nicómaco procura explicar esta contradição. Agostinho de Hipona (9) e, mais tarde, Tomás de Aquino, dedicaram, também, longas e admiráveis páginas a este drama humano fundamental. A posição de Aristóteles, acerca do drama humano fundamental, é realista e verdadeira: para a prática do bem exige-se que as luzes da inteligência, nutrida com o ensino da ética, se juntem a uma boa disposição natural e a bons hábitos. Desta forma, Aristóteles explicita os seus dois grandes princípios da educação ética: "1) as inclinações naturais negativas podem ser contrariadas com a formação de hábitos positivos; 2) o indivíduo adquire, assim, a sua segunda natureza, de ordem cultural e moral"(10). Com estes princípios, Aristóteles ultrapassava o intelectualismo ingénuo de Sócrates e Platão e incluía na sua teoria quer a importância dos bons hábitos quer dos sentimentos, os quais tanta importância viriam a ter 23 séculos depois, na obra de Max Scheler e de outros importantes axiólogos contemporâneos.

15 A importância dada por Aristóteles à educação ética conduziu-o à defesa de uma educação pública, capaz de complementar e de substituir, quando necessário, as insuficiências da família, de modo que as novas gerações pudessem beneficiar de uma boa formação do carácter. Na obra A Política (11), Aristóteles dedica várias páginas à organização da educação, como alicerce da formação do carácter, e defende a ideia de que são necessárias leis e medidas correctivas que acompanhem e ajudem a vida ética do homem, tanto na juventude, como na maturidade e na velhice. Importa, no entanto, não exagerar a importância concedida pelo estagirita à educação pública, já que ele não cessa de referir que cabe aos pais a tarefa fundamental de encaminhar os filhos no sentido da virtude, ajudando-os, com firmeza, a formar um carácter virtuoso. No entanto, como reconhece ser essa uma tarefa muito difícil, sobretudo quando os filhos nascem com deficiências nas suas disposições naturais, obedecendo, por isso, com mais facilidade aos instintos do que à razão, Aristóteles afirma que o Estado tem o dever de ajudar e complementar o papel da família na educação ética dos filhos e de se substituir à família quando ela é incapaz de realizar tal tarefa. A ética de Aristóteles é uma ética do bem e da finalidade. Parte da ideia de que o bem do homem está em cumprir a sua finalidade, que é a felicidade. É, por isso, uma moral teleológica. Como a felicidade consiste na contemplação intelectual, no estudo teórico, portanto, as virtude principais são as dianoéticas, ou virtudes cognoscitivas, como a sabedoria e a prudência. Para Aristóteles, as virtudes éticas, ao contrário das dianoéticas, são focadas na vida activa e visam o domínio da parte sensitiva e a sua submissão ao domínio da razão. Ora, o homem que dedica a sua vida ao estudo teórico é o que se encontra mais perto de Deus, que é contemplativo, tudo sabe e supera todos os humanos em felicidade. Tomás de Aquino retomaria, séculos depois, esta tese, para defender que a suprema felicidade é a contemplação de Deus.

16 Para Aristóteles, o Bem não é uma transcendência, mas o conjunto dos bens. E ao contrário dos estóicos, afirma que o bem não é só a virtude, mas também um desfrute moderado dos prazeres materiais e humanos. É possível verificar que a ética aristotélica possui uma base estética, visto que "a razão manda fazer o bem porque isso está conforme com a ordem e com a conveniência" (12). Aristóteles considera que o bem é uma coisa bela e que se deve ser corajoso porque é belo sê-lo. A virtude é uma arte que se funda na ideia do melhor e obedece à lei da harmonia e da proporção. O eudemonismo da ética aristotélica é evidente quando o filósofo escreve que a felicidade é o maior dos bens. Contudo, a felicidade não é o mesmo que a "boa vida", mas sim a "vida boa". Mas, o filósofo não opõe "boa vida" a "vida boa". Pelo contrário, uma pessoa com uma vida digna está no caminho certo para ter uma vida bem satisfeita. Assim sendo, a felicidade pode definir-se como um "agir bem", isto é, de acordo com a virtude. Não é a sorte ou a riqueza que asseguram a felicidade, mas sim os actos virtuosos. A ideia de que a felicidade reside na vida virtuosa deixou marcas em toda a ética ocidental. Coube a Tomás de Aquino (13) a actualização da ética aristotélica à matriz cristã, acrescentando que a suma felicidade consiste na contemplação das coisas divinas. Ou seja, tanto num como noutro, é através do estudo teórico, da contemplação intelectual, que o homem atinge a maior felicidade. Num caso e noutro, estamos perante uma ética do bem e uma moral de felicidade. Numa época, como a nossa, profundamente marcada pela relativismo ético radical e por uma certa anomia moral, não é exagerado afirmar-se que a ética aristotélica pode constituir um referencial seguro e realista para a procura da felicidade e de uma vida digna. Ora, a escola e a educação em geral, embora não sendo uma panaceia, podem contribuir para ajudar os jovens a encontrarem os caminhos para a vida digna e para a felicidade. A demanda da

17 felicidade exige perseverança, esforço e capacidade de sacrifício. Precisamente aquilo que os "mass media" ocidentais mais desvalorizam. Tanto a Ética a Nicómaco e a Ética a Eudemo como a Magna Moralia (14) constituem três textos fundamentais da Cultural Ocidental e é imperdoável continuar a permitir que as novas gerações os ignorem. Este livro quer ser um modesto contributo para a divulgação do conhecimento destas três obras que fixaram os fundamentos das virtudes de sempre. As éticas de Aristóteles, a par de outras grandes obras da Sabedoria Ocidental, como a As Confissões de Santo Agostinho, a Suma Teológica de Tomás de Aquino e a Ética de Espinoza, entre muitas outras, podem ajudar as novas gerações a abandonar o cepticismo axiológico reinante, substituindo o cepticismo pelo gosto de procurar a Verdade e pelo amor à Sabedoria. Jean Guitton acentua a importância dessa grande tradição da seguinte forma: "não se trata de manter a todo o custo as partes carunchosas da tradição, mas retomar a tradição pela razão, com o legado da moral natural; toda esta fidelidade à tradição antiga greco-romana e judeo-cristã, que deu, nesta civilização ocidental, uma parte do bem que é necessário preservar: liberdade, generosidade, direitos do Homem, fraternidade, sinceridade, justiça, honra, as raízes do respeito de si e dos outros, a amizade. Recusar-se a admitir que o egoísmo e a mediocridade possam vencer contra o amor e a inteligência"(15). Numa época caracterizada pelo esfumar dos vínculos e das referências, é necessário regressar ao contacto com as Grandes Obras e buscar nelas a inspiração e a iluminação para a Vida Feliz. Neste sentido, o contacto com as Grandes Obras é como o regresso ao colo da mãe e assemelha-se ao deitar a cabeça no ombro do pai. Jean Guitton chama a atenção, da seguinte forma, para os malefícios da perda dos vínculos: "na nossa época, o que está mais em perigo são os vínculos que outrora ligavam o espírito à coisa, o homem à natureza, o filho à mãe, o cidadão à Pátria, os exercícios do espírito à

18 existência ordenada, cinzenta e esplêndida; o país, a terra, a religião vivida no tempo, a encarnação, em resumo, sob todas as suas espécies e as suas formas. E as virtudes. Não a virtude, termo vago, muitas vezes hipócrita, mas todos estes esforços em que o belo, o bem, o verdadeiro encarnam numa vida humana, criando harmonia entre os seres e as coisas. O que é refúgio, seio, socorro, retiro, floresta, bosque, terra, tudo isso tende a desaparecer. Já não temos paz, mas excessos que se sucedem e se compensam. O respeito, o pudor, a medida e a simplicidade desapareceram. E as mães" (16). É isso. O homem é o animal que mais tempo precisa para chegar à vida adulta. Nasce indefeso e fraco. Sem a protecção da mãe, sem o acompanhamento dos pais e da família, durante cerca de um quarto da sua existência média, o homem definha e morre prematuramente. E mesmo que sobreviva, nunca chega a ser Homem. Para vir a ser Homem, precisa de colo, de vínculos e de referências seguras, isto é, dos exemplos, da tradição e dos testemunhos. As Grandes Obras da Sabedoria Ocidental são o colo, os vínculos e as referências seguras para que os homens de hoje possam aspirar a ser o Homem do 3º milénio. Pudesse este livro contribuir um nadinha para que tal aconteça! Notas 1) Patrício, M. (1993). Lições de Axiologia Educacional. Lisboa: Universidade Aberta, p. 20 2) idem, p.29 3) Brun, J. (1994). Sócrates, Platão e Aristóteles. Lisboa: Publicações Dom Quixote

19 4) Aristóteles (1998). Retórica. Lisboa: INCM e Poética. Lisboa: INCM 5) Brun, J. (1994). Sócrates, Platão e Aristóteles. Lisboa: Publicações Dom Quixote, p ) idem, p ) ibidem, p ) Quintana Cabanas, J. M. (1995). Pedagogia Moral: El Desarrollo Moral Integral. Madrid: Dykinson, p ) Ver Santo Agostinho (1997). Diálogo sobre a Felicidade. Lisboa: Edições 70 e, também, As Confissões. S.Paulo: Quadrante 10) Quintana Cabanas, J. M. (1995). Pedagogia Moral: El Desarrollo Moral Integral. Madrid: Dykinson, p ) Aristóteles (1991). A Política. S. Paulo: Livraria Martins Fontes 12) Quintana Cabanas, J. M. (1995). A Pedagogia Moral : El Desrrollo Moral Integral. Madrid: Dykinson, p ) Tomás de Aquino (1953). Summa Contra los Gentiles. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos 14) Aristóteles (1995). Les Grands Livres d`éthique (Magna Moralia). Traduzido do grego por Catherine Dalimier e com introdução de Pierre Pellegrin. Évreux.Arléa

20 15) Guitton, J. e Antier, J-J. (1999). O Livro da Sabedoria e das Virtudes Reencontradas. Lisboa: Editorial Notícias, p ) Guitton, J. e Antier, J-J. (1999). O Livro da Sabedoria e das Virtudes Reencontradas. Lisboa: Editorial Notícias, p. 13

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