INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO AERÓBIO E ANAERÓBIO EM ADULTOS OBESOS
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- Isaque Regueira Silva
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1 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO AERÓBIO E ANAERÓBIO EM ADULTOS OBESOS Bruno Santos da Silva Licenciado no Curso de Educação Física. UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá bruno.santos09@hotmail.com.br Rogério Rocha Lucena Professor Mestre do Curso de Educação Física. UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá rogerio_lucena@ig.com.br RESUMO: O presente estudo analisa a influência de diferentes tipos de treino na composição de corporal de indivíduos obesos, por conta de uma grande dificuldade em combater a obesidade que vem crescendo no mundo, principalmente nos países industrializados. A obesidade pode ser causada por fatores genéticos e ambientais. O tratamento através da atividade física tem sido cada vez mais recomendado. Os estudos analisados nesta revisão foram todos utilizando métodos indiretos, como dobras cutâneas e Índice de Massa Corporal (IMC). O treinamento aeróbio continuo demonstrou mais eficiência na redução da massa corporal, já o aeróbio intervalado pareceu a melhor opção para melhora da aptidão física, e obteve um gasto calórico similar ao aeróbio continuo, o treinamento anaeróbio foi capaz de aumentar a Taxa Metabólica de Repouso (TMR) que pode induzir um déficit calórico. Além disso, o grupo que realizou o treinamento anaeróbio teve uma maior redução da massa corporal comparada ao grupo que apenas vez o acompanhamento nutricional. Para indivíduos severamente obesos, a prática de exercícios de alta intensidade não é recomendada. PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Treinamento aeróbio; Treinamento anaeróbio; Qualidade de vida. Área de conhecimento: Saúde. 1. Introdução A Obesidade é um problema de saúde pública que vem em crescente ascensão nos últimos anos em países em desenvolvimento e apesar da sua causa ser multifatorial, em quase todos os casos a intervenção com atividade física é segura. A forma mais rápida de diagnosticar uma pessoa com obesidade é através do IMC, porem por não diferenciar a massa magra da massa gorda se torna pouco eficiente quando se aplica a indivíduos fisicamente ativos. Neste caso, se faz necessário usar meios que calculam em percentual a massa magra e a massa gorda. No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), identificou que a metade dos 1
2 Brasileiros se encontram com sobre peso ou obesidade. Este fato parece que estar ligado ao fato do Brasil ter se tornado um país predominantemente industrializado. Vários tipos de treinamento são usados hoje em dia para a redução da massa corporal, dentre eles o aeróbio intervalado, que consiste em esforços submáximos seguidos de descanso, o aeróbio continuo que consiste em exercícios de intensidade moderada em maior duração possível, e os de resistência anaeróbia, de alta intensidade que leva a aumentos da massa magra e consequentemente a gasto calórico total, através do aumento da TMR. 2. Objetivo. O presente estudo tem como objetivo analisar a influência de diferentes tipos de treino na composição de corporal de indivíduos obesos, posto que há uma grande dificuldade em combater a obesidade que vem crescendo no mundo, principalmente nos países industrializados. 3. Desenvolvimento. 3.1 Obesidade. A Obesidade pode ser definida como o acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado ela pode ser causada por um desequilíbrio nutricional, distúrbios genéticos ou fatores endocrinometabólicos. (GODOY e col, 2009). Além do acúmulo de gordura corporal, é necessário que se leve em conta a distribuição da gordura, uma vez que o excesso de gordura na região abdominal é um fator agravante. (CUPPARI, 2002). Os termos obesidade e sobrepeso são muitas vezes usados de forma equivocada, o sobre peso é o peso corporal que excede um padrão préestabelecido pela sua altura, já a obesidade refere-se ao excesso de gordura corporal, medido em porcentagem ou quilo grama (WILMORE, 2001). A Obesidade tem como sua causa uma ingesta de substratos em maior quantidade do que o corpo pode utilizá-lo como energia sejam eles carboidratos proteínas ou gorduras. Esse excesso é armazenado como gordura no tecido adiposo, para que posteriormente possa ser catalisado e transformado em energia. (GUYTON E HALL, 2006). Grande parte dos estudos aplicados em grandes populações foram utilizandose apenas do peso e a altura para estimar a condição de sobre peso ou de obesidade, porem essas medidas baseiam nas médias populacionais. Portanto uma pessoa fisicamente ativa pode apresentar sobre peso mesmo tendo uma porcentagem de gordura relativamente baixa. (WILMORE E COSTIL, 2001). Há tempos acreditava-se que a obesidade era causada por problemas na secreção de alguns hormônios, resultando em falha de uma ou mais glândulas endócrinas em controlar de forma adequada a massa corporal. Em outros momentos acreditava-se que a gula era a principal causa, no primeiro caso o indivíduo não tinha controle do que acontecia em seu corpo, já no segundo era a mesma a principal culpada. (WILMORE E COSTIL, 2001). 2
3 Um dos fatores que podem levar à obesidade é a resistência à leptina. A mesma tem como função regular a sensação de saciedade através de um sinal de retroalimentação negativa que é um mecanismo de regulação a liberação de alguns hormônios quando a condição de homeostase é quebrada. Essa resistência pode estar associada a um defeito no transporte de através da barreira hematoencefálica, ou defeito nos receptores, localizados no hipotálamo. (BOUCHARD, 2003). Desta forma, pode-se observar que obesos que reduziram sua massa corporal através de dietas restritas apresentam uma fome intensa, muito maior que o normal, isso acontece, pois, o ponto de ajuste em uma pessoa obesa se situa num nível muito mais alto do que um indivíduo não obeso. (GUYTON E HALL, 2006). Fatores ambientais estão fortemente ligados à obesidade, dentre eles, a condição socioeconômica, a percepção da imagem corporal, e até mesmo o nível de educação materna. Relata-se que indivíduos com menos de 10 anos filhos de obesos tem o dobro de chances de tornarem-se obesos comparados com os indivíduos filhos de pais não obesos (BOUCHARD, 2002). 3.2 Classificação de obesidade No ano de 1998 a OMS (Organização Mundial de Saúde) propôs a classificação da massa corporal a partir do (IMC) baseando-se em cálculos do peso em quilogramas e da altura em metros elevado ao à segunda potência, com o resultado obtido através dessa formula o indivíduo é classificado de acordo com a tabela abaixo (DÂMASO, 2003). Fonte: GODOY e COL (2009 p.11) Mesmo com vários estudos feitos em grandes comunidades tanto o nível considerado muito baixo 18,5kg/m² e o nível considerado muito alto, acima de 40,0Kg/m² têm acometido apenas de 1 a 2% das amostras estudadas estão nessas duas subdivisões estabelecidas pela OMS, são particularmente relevantes para estudos clínicos de obesidade e controle de peso (BOUCHARD 2003). São consideradas pessoas obesas aquelas que têm o IMC acima de 30, com este resultado estima-se que o Indivíduo tenha em média 13,62 Kg de Peso excessivo (McARDLE, 2003). 3
4 A faixa do IMC de 20 a 24,9 é classificada como peso normal, coincide com baixos níveis de mortalidade, há um aumento na mortalidade quando o IMC chega em 25 a 27, é nesse nível que os profissionais devem intervir (MAURICE e col, 2003). Ainda que o aumento da mortalidade com o IMC 25 a 29 não seja muito grande ela é importante, pois marca a transição de sobre peso para obeso de grau I no qual a reais chances de ser acometido por doenças cardiovasculares (MAURICE e col, 2003). Um estudo feito em homens adventistas observados durante 26 anos, mostrou que indivíduos com o IMC acima de 27,5 kg/m² tiveram um risco 2 vezes maior de morte por doenças cardíacas, e 3,3 vezes mais chances de doença cardíaca coronariana, em relação a indivíduos com que apresentavam um IMC de menor de 22,3 kg/m². (BOUCHARD, 2003). No mesmo estudo foi avaliada a expectativa de vida dos indivíduos, os homens que tiveram o IMC abaixo de 22,3 viveram em média até 80.5 anos, já os que tinham o IMC igual ou superior a 27,5 kg/m² viveram em média até 75,8 anos. (BOUCHARD 2003). Outro aspecto relevante para a avaliação dos fatores de risco é o ICQ (Índice cintura quadril) através da divisão do perímetro da cintura pelo quadril podese classificar o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes, mesmo o indivíduo não apresentando obesidade (MEDEIROS e TERESA, 2005). 3.3 Meios de mensuração. A massa corporal é comumente separada em 2 Grupos, Massa gorda e Massa magra, (também conhecida como massa livre de gordura). Subtraindo-se a Massa gorda do peso corporal obtém-se a massa magra, que é composta por proteínas, água e conteúdo mineral ósseo. (CUPPARI, 2002). Em geral, é fácil reconhecer um indivíduo em condição de obesidade, porém para obter um diagnóstico preciso, se faz necessário um método de avaliação, que expresse em números a composição corporal do indivíduo. (GODOY e col, 2009). O IMC é um método de diagnosticar a obesidade simples e fácil de ser calculado. Porem esse método não é capaz de distinguir o aumento da massa gorda ou da magra, o que pode levar a equívocos quando o indivíduo avaliado apresenta um alto grau de hipertrofia (CUPPARI, 2002). Já para mensurar a obesidade em porcentagem utiliza-se as dobras cutâneas, é uma forma amplamente usada em pesquisas de campo, consiste em mediar a espessura da dobra cutânea em vários locais do corpo, em geral se usa 3 ou mais medidas para calcular a massa magra e massa gorda (WILMORE E COSTIL, 2001). A Bioimpedância utiliza-se de eletrodos que disparam uma corrente de baixa intensidade, essa corrente tende a passar mais rápido pela massa magra possibilitando o pesquisador a calcular o índice de massa gorda a partir de uma equação adequada para o pesquisado (McARDLE, 2003). Porém, essa metodologia tem suas limitações, indivíduos em estado de hipohidratação, levam a resultados menos precisos pois, nesse estado o indivíduo tem uma queda na concentração eletrolítica isso pode retardar o fluxo da corrente 4
5 levando a uma baixa na estimativa do percentual de gordura, o mesmo raciocínio pode ser levado em conta nos casos de hiper-hidratação. (McARDLE, 2003). Para DÂMASO (2003), a tomografia computadorizada pode ser considerada como padrão ouro, o aparelho emite raios X que atravessam o corpo e são captados por sensores, que geram uma imagem no computador, dessa forma o aparelho pode diferenciar qualquer tipo de tecido. Com esse método pode-se diferenciar a gordura visceral, da gordura intraabdominal, sabe-se que o volume adiposo visceral acima de 130cm² tanto em homens quanto em mulheres independente da faixa etária está fortemente ligado a síndromes metabólicas. No entanto esse método tem um alto custo e risco de irradiação, geralmente é usado em instituições de pesquisas (DÂMASO, 2003). 3.4 No Brasil. No Brasil mesmo com a instabilidade econômica, política e social, o país mudou significativamente nos últimos 50 anos, deixou de ser um país predominante rural, para um país urbano com atualmente 80% da população vivendo em grandes cidades, o que levou a um declínio da desnutrição, e um aumento da obesidade (BATISTA E RISSIN, 2003). O IBGE (2010) em sua última pesquisa identificou que 50,1% dos homens Brasileiros estão com sobre peso, entre as mulheres esse número cai para 48,0%, foi diagnosticado obesidade em 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres, também foi observado que tanto o sobre peso quanto a obesidade aumentaram de frequência de acordos com as faixas etárias, ao atingir a faixa etária de 45 a 54 anos em homens e 55 a 64 anos em mulheres, a frequência de obesidade teve um declínio nas idades subsequentes. Num estudo feito no Sul e no Nordeste do Brasil de 1976 a 1996 notou-se que a uma predominância de obesidade no Sul, e que a quantidade de pessoas obesas quase triplicou-se entre homens e mulheres acima de 20 anos do Nordeste e homens do Sudeste. Nesta última região citada houve uma redução no número de mulheres obesas entre os anos de 1989 a 1996 (BATISTA E RISSIN, 2003). A condição de sobre peso e obesidade também vária em domicílios rurais e domicílios urbanos, tanto em sobre peso quanto em obesidade os domicílios urbanos obtiveram maior percentual em homens e mulheres acima de 20 anos (IBGE 2010). O nível de escolaridade também vem sendo relacionado a condição de sobre peso e obesidade um estudo feito entre 1975 e 1989 mostrou que o número de pessoas obesas aumento em todos os níveis de ensino, já no segundo período da mesma pesquisa houve um aumento significativo da obesidade em indivíduos sem escolaridade e estabilidade ou até mesmo queda da obesidade em mulheres de média a alta escolaridade. A pesquisa conclui que houve diminuição na relação crescente de obesidade e escolaridade, em homens a esta curva vem se acentuando, e em mulheres já se observa uma relação inversa (AUGUSTO e col, 2003). 3.5 No mundo. Em geral, todos os países industrializados e até os que estão em desenvolvimento, vem encontrando uma crescente ascensão no número de 5
6 pessoas com sobre peso e obesidade, tanto em adultos quanto em crianças (BOCHARD, 2003). Esse rápido aumento no número de pessoas com sobre peso e obesidade fez com que nos últimos anos houve-se um maior interesse dos pesquisadores em investigar diferentes aspectos da obesidade, tal interesse não existia há 10 anos, pois, a obesidade não era considerada um grande problema de saúde pública (REPETTO e col, 2003). Nos Estados Unidos onde o Índice de desenvolvimento humano (IDH), é considerado muito alto, (0,914) a quantidade de pessoas obesas é a maior não só no continente americano mais também comparado a países do mundo inteiro, estima-se que 38% das pessoas acima de 18 anos, apresentam condição de obesidade, a estimativa para mulheres é de 26.7%, e para homens 38.7% (OMS, 2014). Na América do Sul os países com mais obesos são a Argentina com 23.6% e o Chile, com 23.3% de pessoas a adultas obesas, sendo eles os portadores de maior IDH na América do Sul, Chile com 0,822 e Argentina com 0,808 (OMS, 2014). Já na Europa, países como Andorra e Luxemburgo tiveram a maior estimativa de indivíduos obesos, sendo em Andorra, 21.1% dos homens e 36.1% das mulheres considerados obesos, e em Luxemburgo 19.7% dos homens e 33.9% das mulheres diagnosticados com obesidade, ambos têm o IDH, considerado muito alto (OMS, 2014). Na Ásia, o número de pessoas obesas é considerado baixo, a Tailândia o pais asiático com maior número de obesos conta com 3.2% dos homens obesos, e 9.4% das mulheres obesas, já o Maldivas segundo país com maior índice de obesos conta com 2,4% dos homens obesos, e 9.1% das mulheres, diferente dos países anteriormente citados apenas a Tailândia tem um IDH, considerado alto (0,722), já Maldivas tem um IDH considerado médio (0,698) (OMS, 2014). No continente africano os países com maior IDH também dividem o posto de maior estimativa de obesidade, Argélia com 18.8% da população obesa e IDH de 0,717 já Seicheles com 17.1% do total da população obesa e IDH de 0,756 (OMS, 2014). A Obesidade parece se firmar em países de economia mais estáveis, no entanto parece haver uma grande variação de um estado para outro dentro do mesmo país, isto parece ocorrer por causa das diferenças econômicas de cada estado, também pode-se destacar que a uma considerável diferença no número de mulheres obesas em relação aos homens (BOUCHARD, 2003). 3.6 Tipos de treinamento. O Termo treinamento é definido como um processo que favorece alterações positivas de um estado podendo ser ele físico, motor, cognitivo ou afetivo. Já o treinamento esportivo, é composto por preparo-físico, técnico tático, intelectual, psíquico e moral, do praticante, este termo não se restringe apenas a atletas, mais também a indivíduos que buscam saúde (WEINECK, 2001). Quando o treinamento é anaeróbio significa que a energia fornecida para o treino é predominantemente vinda de carboidratos e que não necessita de oxigênio 6
7 para ser produzida. Já quando se refere ao aeróbio, para a energia ser obtida são necessárias reações que envolvem o oxigênio (GUYTON E HALL, 2006). O treinamento aeróbio está ligado ao aumento do fluxo sanguíneo central e periférico e uma maior capacidade das fibras musculares de gerarem (Adenosina Trifosfato) ATP, já o Treinamento Anaeróbio, leva aumento da força e resulta em uma maior tolerância do ácido lático, durante um esforço máximo ou submáximo (WILMORE E COSTIL, 2001). O treinamento aeróbio tem como consequência não só o aumento na concentração de enzimas envolvidas no processo de oxidação, tanto de carboidratos como de gorduras, mas também no número e na área superficial das mitocôndrias. Paralelamente ao maior número de mitocôndrias, há um aumento quantidade de enzimas responsáveis pela eliminação, de metabolitos como lactato, que podem levar a sensação de fadiga, esse metabolito, é oriundo da glicólise anaeróbia que apesar de não ser predominante também se faz presente no treinamento aeróbio (WEINECK, 2001). As primeiras adaptações observadas no treinamento aeróbio são a capacidade de realizar um exercício de submáximo de forma prolongada, e o aumento do volume de oxigênio máximo (VO2máx). Observou-se que indivíduos, com alto grau de treinamento apresentam adaptações de menor magnitudes tanto no VO2máx quanto da resistência Submáxima, um estudo feito com homens adultos mostrou que houve uma melhora do VO2máx e da resistência Submáxima nas 4 primeiras semanas de treinamento (WILMORE E COSTIL, 2001). O que define a via metabólica utilizada e consequentemente o tipo de treinamento executado é o limiar anaeróbico, quando a atividade chega a certa intensidade ou duração a energia gerada para tal deixa de ser produzida de forma predominantemente aeróbica, e as vias de transferências de energias anaeróbias tornam-se predominantes (WEINECK, 2001). 3.7 Aeróbio intervalado e continuo. O treinamento Aeróbio Intervalado tem como característica um espaçamento estratégico de exercício de alta intensidade e repouso, este tipo de método faz com que o praticante consiga manter uma intensidade consideravelmente alta, desde de que respeite os períodos de repouso. Os intervalos podem ser tanto passivos (repouso recuperação) ou ativos (trabalho recuperação), geralmente o que define a duração do intervalo, é a duração do exercício, para se treinar a capacidade aeróbica recomenda-se a proporção de 1 minuto treinado para 1 de descanso ou 1 minuto de treino para 1 minuto e meio de descanso (McARDLE, 2003). O treinamento aeróbio continuo também conhecido como lento de longa distância (LLD), tem como característica um exercício de longa duração com cadencia de intensidade moderada a alta geralmente é usado 60 a 80% do VO2máx (McARDLE, 2003). BARBOSA (2014) em sua revisão de literatura sugere que o treinamento aeróbio intervalado promove não só uma redução da gordura corporal, mais também uma melhora na capacidade aeróbia, o intervalo durante as seções parece ser mais eficiente para obesos se forem feitos de maneira ativa, na mesma revisão o autor sugere que o ideal seja treinar com 60% a 70% do VO2máx, porém o 7
8 treinamento intervalado em alta intensidade obteve gasto calórico similar, com menor duração de treino. ALMIR e col (2009) em seu estudo com 30 mulheres obesas na faixa etária de 25 a 30 anos com no máximo 4 semanas de prática de atividades físicas, dividido em dois grupos 15 mulheres no grupo de treinamento aeróbio continuo e 15 no grupo de treinamento aeróbio intervalado. Para mesurar os resultados foi utilizado uma balança de plataforma filizola, e para medir as dobras cutâneas foi utilizado o protocolo de pollock, a frequência do treinamento foi de 3 vezes por semana, tanto para o treinamento intervalado quanto para o continuo, para o treinamento continuo foi escolhido a intensidade de 70% do VO 2 máx, e para o intervalado de 85% do VO²máx, na primeira fase, e na recuperação 60% do VO2máx. Após 12 semanas de treinamento chegou-se à conclusão que tanto o treinamento intervalado quanto o continuo reduziram a massa corpórea, abaixaram a porcentagem de gordura e aumentaram a massa magra, porem em todos os itens verificados as alterações foram proporcionais o que leva a conclusão que ambos os treinos, são ótimas estratégias para redução da massa corpórea. Embora a atividade física aeróbia represente uma pequena porção do gasto calórico diário ela é muito importante pois é voluntaria e pode fazer com que haja um déficit calórico, o mesmo quando tem sua intensidade controlada pode fazer com que a gordura seja usada como substrato principal (BOUCHARD, 2003). 3.8 Treinamento anaeróbio. O metabolismo corporal tem como definição a totalidade das reações químicas do corpo humano, a ingesta energética em adultos sadios geralmente é proporcional ao gasto. Mesmo quando o indivíduo se encontra em estado de repouso o corpo necessita de um mínimo de energia para manter suas funções vitais ativas, esse gasto de energia é chamado de Taxa metabólica de repouso (TMR) essa taxa é responsável por de 50 a 70% do gasto calórico diário em pessoas sedentárias (GUYTON E HALL, 2006). O treinamento da resistência anaeróbia pode ser feito através do treinamento de força convencional que consiste na realização de exercícios de contração voluntaria contra alguma resistência que pode ser o próprio corpo do praticamente, halteres ou maquinas. Este tipo de treinamento apresenta muita eficiência elevar a taxa metabólica de repouso, por meio do aumento da massa magra, estudos sugerem que o treinamento de força utilizado de 3 a 5 vezes por semana, variando de 8 a 15 exercícios com 3 séries de 8 repetições dentre as intensidades de 60 a 80% de 1RM aproximadamente 1 hora por dia num período mínimo de 08 semanas pode levar a uma diminuição de gordura que varia de 3,40% a 19,08%, estes resultados foram obtidos de indivíduos que tiveram um acompanhamento nutricional (NUNES, 2013). Já no estudo de FERNANDEZ e col (2004), utilizando adolescentes de 15 a 19 anos divido-os em grupo de treinamento aeróbio, grupo de treinamento anaeróbio e grupo controle, foi verificado o grupo que fez apenas o acompanhamento nutricional não obteve resultados expressivos comparados aos outros grupos, o grupo de treinamento anaeróbio que realizou 12 tiros de 30 segundos em bicicleta ergométrica com força e velocidade máxima e recuperação de 3 minutos, o grupo de treinamento aeróbio pedalou 50 minutos em bicicleta ergométrica em intensidade moderada. 8
9 Para BOUCHARD (2003), nos indivíduos severamente obesos não é recomendado o treinamento com pesos, e treinamentos com intensidades de alta a moderada, também, não são viáveis. Para essa população, é mais recomendável que se use exercícios de menor intensidade e com movimentos que podem ser empregados em tarefas do dia-a-dia, estes tipos de exercícios vão fazer com que o obeso tenha um estilo de vida mais independente. 4. Considerações Finais. Ambos os treinos demonstraram eficiência em diminuir a massa corpórea, porem os estudos sobre o treinamento aeróbio intervalado sugerem que há um gasto calórico similar ao continuo mesmo com uma duração menor de tempo, no entanto no que se refere à redução de massa gorda não houve diferença significante. Já o treinamento anaeróbio demonstrou maior eficácia em diminuir a massa gorda em relação ao grupo que apenas controlou a dieta, além disso demonstrou aumentar a taxa TMR, que pode levar a um déficit calórico, entretanto em indivíduos com obesidade severa é necessária uma ênfase em treinamentos com menor intensidade visto que esses obesos tem uma maior percepção de esforço, para esta classe de obesos é mais indicado exercícios que melhorem a capacidade funcional, e qualidade de vida. São necessários mais estudos colocando em teste as diversas variáveis do treinamento físico para maiores considerações sobre atividade física e redução de massa corporal em indivíduos com obesidade severa. 5. Referências Bibliográficas. ALMIR, S.J.J. FELIPE, F.L.L. COELHO, A.W. As Alterações na Composição Corporal após Treinamento Aeróbico continuo e intervalado. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, SÃO PAULO: V.03, N.13, p , JAN./FEV AUGUSTO, M.C. LISBOA, C.W. RUGANI R.C.A. A Tendência Cambiante da Relação Entre Escolaridade e Risco de Obesidade no Brasil ( ).Caderno de Saúde Pública, RIO DE JANEIRO. p.67-75, BARBOSA, C.J.P. Efeito dos Exercícios de Alta Intensidade Aeróbios e Anaeróbios na Oxidação de Gordura Corporal: Uma Revisão Sistemática. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, SÃO PAULO: V.8 N.43, p , JAN./FEV BATISTA, F.M. RISSIN, A. A Transição Nutricional No Brasil: Tendências Nutricionais e Temporais. Caderno de Saúde Pública, RIO DE JANEIRO. p , BOUCHARD, C. Atividade Física e Obesidade: 1ª ed. BARUERI: MANOLE, CUPPARI, L. Guia de Nutrição: NUTRIÇÃO CLÍNICA NO ADULTO. 1ª ED. BARUERI: MANOLE, DÂMASO, A. Obesidade: 1ª ED. RIO DE JANEIRO, GUANABARA KOOGAN,
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