IMPUGNAÇÃO AO EDITAL sobre o processo licitatório acima relacionado.

Transcrição

1 ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DA EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO CENTRO-OESTE COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA DF Pregão Presencial 050/ADCO/SBBR/2012 FERNANDO CALDAS DE SOUZA, brasileiro, advogado, solteiro, com CPF , com endereço no SCS Q.1, bloco M, salas 801/818, Brasília DF (aonde deverá receber suas intimações) apresentar: IMPUGNAÇÃO AO EDITAL sobre o processo licitatório acima relacionado.

2 DA IMPOSSIBILIDADE DE PROMOVER A LICITAÇÃO POR PREGÃO PRESENCIAL OFENSA À EFICIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Venho manifestar o meu repúdio para com a conduta da INFRAERO na elaboração de suas licitações aonde são desconsiderados os empresários e consumidores do aeroporto, em detrimento de uma priorização da maximização de lucro promovido pela INFRAERO. Como se vê no corpo do edital, a única preocupação da INFRAERO é sob o preço, mais nada. Bem verdade que outros elementos aparecem como preocupação satélite, mas nada há de essencial. É o caso, por exemplo, da proibição de contratação com quem já deve à INFRAERO, o que revela sua preocupação com a capacidade do cessionário em cumprir suas obrigações de pagar o preço exigido pelo edital. Não há limites para a contraprestação, bem como, não há qualquer exigência de acessibilidade a um preço justo para o consumidor. Não há considerações sobre a qualidade do produto ou serviço como sendo de alguma importância substancial no julgamento das propostas. A preocupação única, repete-se, é com relação ao ganho da INFRAERO. De outro ponto, não há qualquer consideração com os empresários que mantiveram a tradição no desenvolvimento da atividade empresária no aeroporto, não há qualquer consideração quanto às reclamações ou elogios perante à INFRAERO por parte dos consumidores; ou sobre o padrão de qualidade em época que foi cessionário, nem mesmo aos que ocupam áreas que são novamente licitadas para o mesmo fim. Sobre a licitação de área já ocupada para o mesmo fim, friso que aqui reflete-se a falta de consideração absoluta para com empresários e consumidores ao mesmo tempo. Quanto aos empresários, já está claro que nenhuma valoração há no edital para o

3 julgamento das propostas. Mas, para os consumidores é ainda mais agudo. Isto porque, não obstante os preços do aeroporto já serem tão elevados, há majoração dos preços quando a INFRAERO pretende realizar nova licitação da mesma área para ter o mesmo fim a atividade a ser ali desenvolvida. Por óbvio, quando a INFRAERO licita novamente esta área para o mesmo fim que já é ocupada, procura aumentar a sua contraprestação pura e simplesmente. Não há outro motivo. Assim, a haverá aumento dos preços que já são muito altos no aeroporto, ano após ano, licitação após licitação. Não se sabe aonde a INFRAERO pretende chegar com esta conduta, mas é evidente que é extremamente prejudicial à sociedade como um todo. A estrutura do aeroporto é toda voltada para a sociedade. Tudo ali existe para bem atender o passageiro, para que o serviço de transporte aéreo seja o melhor possível. Porém, o que se vê com os procedimentos licitatórios é a vedação dos olhos para o interesse de todos, fazendo prevalecer a especulação (intenção de auferir lucro) da INFRAERO. Mas, a obtenção de lucro tem sempre de ser secundária, sendo o bem-estar da sociedade a grande meta a ser atingida. Por isto, impugno o presente edital para que faça constar em seu texto alguma relevância com relação aos cidadão, como a consideração dos preços a serem praticados, como a consideração da qualidade dos serviços e tradição dos empresários de Brasília que desenvolveram esta atividade por tanto tempo. Em termos mais técnicos, há ofensa ao princípio da EFICIÊNCIA da Administração Pública. De outra sorte, ainda há que a INFRAERO não tem nada a ganhar com a licitação, somente a perder. Isto porque, a administração do aeroporto de Brasília será entregue para o consórcio INFRAMÉRICA, e ela é quem terá benefícios com

4 majoração de preços de licitação. A INFRAERO não terá qualquer benefício. Ou seja, a INFRAERO está gastando recursos públicos (financeiros e humanos) para realização de um procedimento que será de benefício a terceiro. Não faz sentido que a INFRAERO gaste o dinheiro do Estado com a promoção de licitação da qual não auferirá nenhuma vantagem econômica. Promover a retirada de quem está ocupando a área para realizar nova licitação dando à área a mesma destinação (salão de beleza unissex) é jogar dinheiro público fora. A Eficiência é o princípio mais atual e reflete uma das preocupação em obter resultados. A eficiência da Administração termina por impor o dever de economicidade para a administração pública, a racionalização dos gastos. É dever de adequação dos gastos do erário. A ofensa à este princípio se dá em dois lados. O primeiro é que a Administração pretende gastar dinheiro público promovendo uma licitação que não tem sentido, pois a área aqui licitada já está ocupada com a mesma finalidade, e desta alteração contratual só quem terá benefícios será a nova administradora do Aeroporto Internacional de Brasília (consórcio INFRAMÉRICA); o segundo é que a Eficiência tem de ser preservada em função da sociedade, e não somente dos lucros potenciais da INFRAERO. Eficiente é continuar o contrato já celebrado, sendo da nova administração o ônus de proceder por meios próprios a escolha dos que ocuparão as áreas do Aeroporto. Onerar o Estado para proceder uma licitação em favor de terceiro é esperdício. Assim, o ato é contra-eficiente economicamente. O segundo lado é o que a sociedade vem sofrendo com os altíssimos preços cobrados nos aeroportos brasileiros em virtude de a INFRAERO não prever em seu contrato o preço ao consumidor como tendo alguma relevância em seu processo licitatório.

5 Em benefício da sociedade, a licitação tem de ser cancelada, diante da falta de proteção dos consumidores com relação aos serviços prestados; ainda, para proteger o erário de desperdício promovido por uma licitação absolutamente descabida em que o Estado nada tem a ganhar (financeira ou socialmente). Diante disto, pede-se o pronto e URGENTE cancelamento da presente licitação, ou sua suspensão até que sejam corrigidas as irregularidades apontadas. Brasília - DF, 27 de abril de Fernando Caldas de Souza CPF