Reiki Shoden O Despertar

Transcrição

1 Ana Shanti Eugénio Mestre e Professora de Reiki Usui Shiki Ryoho, Karuna, Terapia Angélica, Terapia de Regressão, Templar Degree, Sacred Flames Reiki e Prismologia Ana Shanti Eugénio 1

2 Reiki é: uma técnica de imposição de mãos muito simples uma terapia para usar sempre... em qualquer lugar, altura ou circunstância uma terapia para activar, restaurar e equilibrar a energia de cada um um método de cura natural, universal um complemento da medicina tradicional uma terapia de conhecimento e crescimento pessoal uma dádiva de Amor Incondicional Advertência O sistema de cura energética e desenvolvimento humano Reiki não substitui os cuidados médicos convencionais. A informação apresentada neste manual não é proposta no sentido de substituir ou contra-indicar conselhos ou tratamentos médicos. Os praticantes deste sistema de cura energética e desenvolvimento humano Reiki não estão qualificados para emitir diagnósticos, devendo aconselhar o contacto com um médico licenciado sempre que os cuidados de saúde o exigirem. O método de Reiki apresentado neste manual é um sistema de cura energética e desenvolvimento humano composto por elementos das escolas de Reiki Usui Shiki Ryoho, Reiki Essencial, Reiki Usui Tibetano e Usui Reiki Ryoho. Os Terapeutas e Mestres de Reiki formados por Ana Eugénio são considerados Terapeutas e Mestres Independentes. Se não é iniciado no Nível I do sistema de cura Reiki e pretende usar a informação apresentada neste manual saiba que estará a perder o seu tempo. É necessária uma sintonização com esta Energia Universal para poder utilizá-la energeticamente Ana Shanti Eugénio 2

3 REI - Energia Universal Um dos aspectos mais difíceis de aceitar racionalmente pela mente humana é o facto de um simples ritual de iniciação, em que se sintonizam os canais energéticos da pessoa com a Energia Universal, torna-nos um canal dessa Energia Cósmica. Que se saiba ninguém nasce com Reiki, mas qualquer Ser vivo pode ser um canal de Reiki. É possível sintonizar pessoas em coma, crianças, outros animais e plantas. Uma vez sintonizado com Reiki tornamo-nos um canal para toda a vida. Quando recebe a sintonização Reiki o iniciado liga-se à Fonte de toda a Rei, que é descrita como: Primeira Fonte, Fonte Primordial, ou outro termo que represente a criação primária ou Energia Universal de Vida. Todos sem excepção fazemos parte dessa Fonte de Vitalidade Cósmica, contudo o Ser humano esqueceu essa ligação e hoje é necessária uma sintonização para desbloquear os seus canais energéticos. As sintonizações de Reiki têm produzido uma elevação da Consciência e um desenvolvimento do Ser humano sem precedentes na História conhecida da Humanidade. É comum os praticantes de Reiki dizerem: o Reiki mudou a minha vida. A Energia Reiki limpa e purifica o corpo físico, bem como os padrões mentais e as crenças emocionais, dissolvendo a negatividade do inconsciente. A Energia flui por todo o corpo mas sobretudo pelas mãos, por isso o Reiki baseia a sua técnica na imposição das mãos do terapeuta. Neste manual (e neste curso) encontrará um caminho de preparação organizado, progressivo e consciente. As técnicas serão um apoio, os degraus que o ajudarão a subir com paciência e resistência. Não olhe nem para baixo, nem para cima, a fim de testar os seus progressos. Não olhe demasiado para a frente... pois nada há para ver. Aceite o presente. Aceite a sensação da sua presença viva e purificada. Tenha confiança em si, deixe fluir e ponha a mente de lado. Evite analisar: sinta, experimente, aprecie... e não tenha pressa! A principal fonte de informação está dentro de si. Compreenda que um grama de prática é mais útil do que mil toneladas de teoria. Lembre-se que a melhor maneira de conhecer o chocolate é prová-lo. Para quê ler centenas de descrições do seu gosto, cor, etc? Pratique todos os dias, muito ou pouco, pratique! Ao longo dos 365 dias do ano acabará por ser uma imensidão. KI - Energia Vital O corpo de um Ser humano ou de outro Ser vivo irradia calor e energia, sendo essa energia a Energia de Vida ou Energia Vital. Esta tem tantas designações quantas as culturas existentes. Por exemplo, os Russos chamam-lhe Energia Bioplásmica, os Hunas da Polinésia Mana, os Índios Iroqueses Americanos Orenda, na Índia chamamlhe Prana e é conhecida por Baraka nos Países Islâmicos. Os chineses designam-na por Chi e na obra Tao Te King descrevem-na do seguinte modo: Porque o olhar o procura mas não o capta é considerado fugidio. Porque o ouvido presta atenção mas não o consegue ouvir é chamado de rarefeito. Porque a mão o sente mas não o pode encontrar é chamado infinitesimal. O seu nascimento não traz a luz e o seu ocaso não traz a escuridão. É chamado Chi. O Chi é uma fonte de poder omnipresente, é a força unificadora subjacente a todas as outras fontes de Energia no Universo. No Japão dá-se o nome de Ki a esta Energia Vital e é essa palavra que em conjunto com a palavra Rei designa a Energia Vital do Universo e forma o nome Reiki. Podemos definir Reiki como: Um método que permite a qualquer Ser vivo despertar dentro de si e ligar-se à Energia Universal (Rei) para com ela harmonizar a sua própria Energia Vital (Ki) assim como a de qualquer outro Ser vivo Ana Shanti Eugénio 3

4 Mikao Usui definiu-o do seguinte modo: O Reiki é uma técnica de cura espiritual e cura energética. A cura espiritual proporciona o relembrar da consciência universal, enquanto a cura energética remove os sintomas da mente que causam desordens a nível físico. Quando as doenças físicas se manifestam elas são acompanhadas de importantes mensagens para o desenvolvimento ou despertar espiritual da pessoa que as contrai. A cura energética por si só pode resolver desordens mentais que causam problemas a nível físico, contudo, a verdadeira cura não acontecerá a menos que se entenda a mensagem espiritual ligada à desordem mental. O Reiki traz harmonia ao lado energético, curando verdadeiramente a mente e o corpo, e proporcionando também mudanças ao nível da consciência. A Ki é um tipo de Energia de Vida que o corpo de qualquer Ser vivo produz, proveniente de diversas fontes como o ar, a água, os alimentos e o Sol, estando o nosso estado de saúde dependente do seu maior ou menor grau de harmonia e fluidez. As desarmonias físicas, mentais, emocionais e/ou espirituais podem obstruir a passagem da Ki em determinados locais do nosso corpo podendo originar as doenças. Quando a Ki deixa o organismo, a vida cessa. O equilíbrio da nossa Energia Ki é essencial para que o organismo tenha um funcionamento perfeito, pois está constantemente a ser desequilibrado com angústias, depressões, pensamentos e atitudes negativas, alimentação incorrecta, preocupações excessivas, falta de autoconfiança e de amor-próprio, entre muitos outros factores. Na prática diária com Reiki a nossa Energia Ki é harmonizada através da energia Rei (a Energia Universal), promovendo o equilíbrio e a melhoria da qualidade de vida em todos os níveis do nosso Ser. A aprendizagem do Reiki Na maioria das escolas no Ocidente a aprendizagem do Reiki faz-se em três níveis: No nível I (Shoden): o iniciado passa por um processo de purificação física, os canais de Energia são desbloqueados e harmonizados e são lhe ensinadas as posições mais comuns para a aplicação da Energia, ficando habilitado a tratar-se a si próprio e aos outros Seres por contacto directo. No nível II (Okuden): o aluno inicia um processo de purificação emocional e mental e é sintonizado com três símbolos sagrados (ou chaves energéticas) que lhe permitem potencializar o tratamento e que actuam no corpo físico, emocional e mental. Neste nível torna-se possível o envio da Energia no Espaço e no Tempo. No nível III (Shinpiden): o iniciado é sintonizado com o quarto símbolo, que trata o corpo espiritual e permite realizar as sintonizações. Algumas escolas dividem este nível em III-A (Mestre interior) e III-B (Professor). No Ocidente aprendem-se os três níveis e obtém-se um certificado por cada um, enquanto no Japão os praticantes vão a reuniões semanais como parte do processo de aprendizagem. É preciso ter em mente que há grandes diferenças culturais e sociais entre o Ocidente e o Oriente. É necessário saber adaptar o Reiki à nossa realidade de modo a conseguirmos encaixar o sistema, o melhor possível, no nosso dia a dia. Os 21 dias de Purificação Após as sintonizações passa-se por um período de adaptação ao Reiki. O iniciado pode sentir-se aéreo, ter sonhos muito vívidos, ou apresentar sintomas de desintoxicação Ana Shanti Eugénio 4

5 como, por exemplo: descargas intestinais, erupções cutâneas, suores, ou mesmo, libertações emocionais, sendo estes alguns dos mecanismos naturais de purificação. Ser praticante de Reiki requer uma disciplina diária (a que o corpo e a mente não estão habituados), por isso sugere-se que, após cada nível, se façam 21 dias seguidos de auto-tratamento, com gosto e não por obrigação. É claramente benéfico para um praticante de Reiki ganhar disciplina nos seus auto-tratamentos. A auto-disciplina é auto-estima. Como é aplicado? Na prática mais comum do Reiki no Ocidente o terapeuta direcciona, por intermédio das suas mãos, a energia Rei para os principais centros energéticos do corpo humano. A esses centros dá-se o nome de chacras, uma palavra oriunda de uma antiga língua sagrada: o sânscrito, a mãe das línguas indo-europeias. O sistema dos chacras é uma representação arquetípica da maturação individual através de sete fases distintas. Em cada fase adquirimos uma compreensão mais refinada do poder pessoal e espiritual, uma vez que cada chacra representa uma lição de vida ou desafio espiritual comum a todos os seres humanos. Segue-se um resumo muito breve do poder divino no interior dos sete chacras principais: Primeiro chacra: Tudo é Um Segundo chacra: Respeitar os Outros Terceiro chacra: Respeitar-se a Si Próprio Quarto chacra: O Amor é Poder Divino Quinto chacra: Submeter a Vontade Pessoal à Vontade Divina Sexto chacra: Procurar Apenas a Verdade Sétimo chacra: Viver o Momento Presente Estas sete lições espirituais orientam-nos no sentido de maior consciência. Se ignorarmos a nossa responsabilidade e precisarmos de abordar conscientemente estas sete lições a sua energia pode manifestar-se em doença. As diversas tradições espirituais orientais entendem a doença como sendo um esgotamento do poder interior, ou espírito, de uma pessoa. Chacra significa, literalmente, roda ou círculo e designa os centros energéticos do nosso corpo. É através dos chacras que se efectuam as trocas de energia vital entre o nosso organismo e o Universo. No Ocidente o terapeuta de Reiki direcciona a Energia para os sete chacras principais. O Universo, por exemplo, é um imenso chacra (a roda cósmica) que gira eternamente. Os sete chacras principais não se encontram no corpo físico (nenhuma intervenção cirúrgica os poderá descobrir), são centros subtis de energia que integram o primeiro nível do corpo astral e também podem ser designados por lótus porque, à visão clarividente, parecem flores de cores variáveis. O funcionamento dos chacras condiciona e regula a nossa forma de estar na vida. O seu equilíbrio e bom funcionamento são essenciais para um corpo e mente saudáveis. Os chacras são centros de energia subtil dos Seres vivos e o corpo do Ser humano é constituído por chacras principais, secundários e menores. Os chacras principais são sete (e a sua frequência harmónica tem as sete cores do arco-íris). Do segundo ao sexto os chacras têm vórtices à frente e atrás, enquanto o primeiro (raiz) e sétimo (coroa) são unitários. Os chacras secundários são dez e estão Ana Shanti Eugénio 5

6 nas mãos, solas dos pés, nos ombros, cotovelos e joelhos. Há ainda milhares de chacras menores por todo o corpo e as suas funções são múltiplas. Os três chacras na parte inferior do nosso corpo, que gerem as energias que recebemos da Terra, são considerados de polaridade feminina (yin, ou negativa), enquanto os três chacras na parte superior do nosso corpo, que gerem as energias que recebemos do Universo, são considerados de polaridade masculina (yang, ou positiva). O quarto chacra (o do coração) tem uma polaridade neutra. O primeiro, segundo e terceiro chacras são complementares, respectivamente do sétimo, sexto e quinto chacra. As energias que circulam entre cada par encontram-se no chacra do coração. 1º chacra da raiz - Muladhara (que significa: Suporte de Raiz) O conteúdo energético do primeiro chacra é o poder tribal. A palavra tribo é não só sinónimo de família como também de um arquétipo. A palavra tribal conota identidade de grupo, força de grupo, força de vontade e convicções de grupo. Todos estes significados constituem o conteúdo energético do nosso primeiro chacra. O primeiro chacra alicerça-nos. Localização: base da coluna vertebral (no cóccix) e irradia para baixo, na vertical. Ligação energética ao corpo físico: coluna vertebral, recto, pernas, ossos, pés e sistema imunitário. Ligação energética ao corpo emocional/mental: é o alicerce da saúde emocional e mental. É o centro energético da sobrevivência. A estabilidade emocional e psicológica provém da unidade familiar e do ambiente social. Condiciona o medo e o nosso instinto de sobrevivência. Ligação simbólica/perceptiva: a energia deste chacra manifesta-se na nossa necessidade de lógica, ordem e estrutura. Orienta-nos no tempo, no espaço e nos nossos cinco sentidos. Medos primários: medos de sobrevivência física, abandono pelo grupo e perda de ordem física. Pontos fortes primários: identidade tribal/familiar, laços e código de honra tribal, o apoio e a lealdade que dão à pessoa a sensação de segurança e ligação ao mundo físico. Frequência harmónica: cor vermelha. 2º chacra esplénico (ou sexual) - Svadisthana (A Sua Residência Especial) O segundo chacra é o chacra da parceria. A energia passa da obediência à autoridade tribal para a descoberta de outras relações que satisfaçam necessidades pessoais e físicas. Sendo ainda uma energia de um chacra inferior, que nos impele para relacionamentos com forças exteriores, o segundo chacra é uma força poderosa. Localização: abdómen inferior até à zona do umbigo (o ponto exacto varia em função dos indivíduos) irradia na horizontal, com um vórtice à frente e outro atrás do corpo. Ligação energética ao corpo físico: órgãos sexuais, intestino grosso, vértebras inferiores, pélvis, zona da anca, apêndice e bexiga. Ligação energética ao corpo emocional/mental: corresponde à nossa necessidade de relações com outras pessoas e à nossa necessidade de controlar até certo ponto a dinâmica da nossa envolvente física. Todas as ligações pelas quais mantemos o controlo das nossas vidas exteriores, tais como a autoridade, outras pessoas ou dinheiro, estão ligadas através deste chacra ao nosso campo energético e ao nosso corpo físico. As doenças originadas neste centro energético são activadas pelo medo de perder o controlo Ana Shanti Eugénio 6

7 Ligação simbólica/perceptiva: a energia deste chacra permite-nos gerar um sentido de identidade pessoal e limites psicológicos de protecção. Ao avaliarmos continuamente a nossa força pessoal relativamente ao mundo exterior e às suas forças fisicamente sedutoras, tais como: sexo, dinheiro, substâncias aditivas ou outras pessoas, a energia do segundo chacra de um ego físico saudável mantém-nos capazes de interagir com esse mundo sem termos de nos negociar ou vender. É a energia da autosuficiência, um instinto de sobrevivência por estar no mundo. Medos primários: medo de perder o controlo ou de ser controlado por outrem, através do poder dominante de acontecimentos ou condições, tais como: toxicodependência, violação, traição, impotência, perda financeira, abandono pelo nosso principal parceiro ou por colegas profissionais. Também o medo de perder a força do corpo físico. Pontos fortes primários: a capacidade e a resistência de sobreviver financeira e fisicamente à própria custa, defender-se e proteger-se, o instinto de lutar ou fugir, a capacidade de assumir riscos, o poder de recuperação de perdas, que seja de membros da família, parceiros, bens, emprego ou finanças, a capacidade de se revoltar e recomeçar a vida, a capacidade de tomada de decisão, o talento pessoal e profissional. Frequência harmónica: cor laranja. 3º chacra do plexo solar - Manipura (Cidade da Jóia Cintilante) A energia do terceiro chacra, a energia do poder pessoal e auto-estima, torna-se a vibração dominante no nosso desenvolvimento durante a puberdade. Continua a auxiliar-nos no processo de individualização, na formação de um eu, ego e personalidade, separado da identidade herdada. Localização: no plexo solar (no estômago), sensivelmente a uma distância igual entre o umbigo e a base do esterno, irradia na horizontal, com um vórtice à frente e outro atrás do corpo. Ligação energética ao corpo físico: estômago, pâncreas, glândulas supra-renais, intestino delgado, vesícula, fígado e parte central da coluna (localizada por trás do plexo solar). Ligação energética ao corpo emocional/mental: é o nosso centro de poder pessoal, o núcleo magnético da personalidade e do ego. As doenças aqui originadas são activadas por problemas relacionados com responsabilidade por si mesmo, auto-estima, medo da rejeição e hipersensibilidade à crítica. Ligação simbólica/perceptiva: o terceiro chacra medeia entre o principalmente exterior (que é característico do primeiro e segundo chacras) e a interiorização da consciência. O nosso enfoque passa de como nos relacionamos com as pessoas à nossa volta para como nos relacionamos connosco próprios e como nos compreendemos a nós próprios. Medos primários: medo de rejeição, da crítica, de parecer ridículo e de não estar à altura das suas responsabilidades, todos os medos relacionados com a aparência física, tais como o medo da obesidade, da calvície ou do envelhecimento, medo de que os outros descubram os nossos segredos. Pontos fortes primários: auto-estima, respeito por si próprio e autodisciplina, ambição, capacidade de gerar acção e capacidade de lidar com uma crise, coragem de assumir riscos, generosidade, ética e força de carácter. Frequência harmónica: cor amarela. 4º chacra do coração (ou cardíaco) - Anahata (O Som Puro da Criação) O quarto chacra é a central de energia mediana do sistema energético humano porque O Amor é Poder Divino. Sendo o chacra do meio, medeia entre o corpo e o espírito e determina a sua saúde e força. A energia deste chacra é emocional por natureza. Localização: no centro do peito (na zona do coração) irradia na horizontal, com um vórtice à frente e outro atrás do corpo Ana Shanti Eugénio 7

8 Ligação energética ao corpo físico: coração e aparelho circulatório, costelas, seios, timo, pulmões, ombros, braços, mãos e diafragma. Ligação energética ao corpo emocional/mental: corresponde às nossas percepções emocionais, que determinam a qualidade das nossas vidas muito mais do que as nossas percepções mentais. Em crianças reagimos às circunstâncias com um leque de emoções: amor, compaixão, confiança, esperança, desespero, ódio, inveja e medo. Em adultos somos desafiados a gerar no nosso íntimo um clima e uma estabilidade emocionais a partir dos quais podemos agir conscientemente e com compaixão. Ligação simbólica/perceptiva: representa a nossa capacidade de entregar tudo nas mãos de Deus. Com a sua energia aceitamos os nossos desafios emocionais como extensões de um plano divino que tem como objectivo a nossa evolução consciente. Ao libertarmos o nosso sofrimento emocional desligamo-nos da nossa necessidade de saber por que razão as coisas aconteceram como aconteceram, alcançamos um estado de tranquilidade. Para conseguir essa paz interior, contudo, temos de adoptar a energia curativa do perdão e abandonar a nossa necessidade inferior de justiça humana. Medos primários: medo da solidão, do compromisso e de seguir o próprio coração, medo ou incapacidade de se proteger emocionalmente, medo de fraqueza emocional e traição. A perda de energia do quarto chacra pode dar origem a ciúme, azedume, raiva, ódio e à incapacidade de perdoar os outros e a si próprio. Pontos fortes primários: amor, perdão, compaixão, dedicação, inspiração, esperança, confiança e capacidade de se curar a si próprio e aos outros. Frequência harmónica: cores verde (esmeralda), rosa e dourado. 5º chacra da garganta - Vishuddha (Purificado) O quinto chacra personifica os desafios de submeter a nossa própria vontade e espírito à vontade Divina. É o centro da escolha e consequência, do carma espiritual. Cada escolha que fazemos, cada pensamento e sentimento que temos, é um acto de poder que tem consequências biológicas, ambientais, sociais, pessoais e globais. Estamos onde estão os nossos pensamentos e, assim, a nossa responsabilidade pessoal inclui as nossas contribuições energéticas. O maior acto de vontade em que podemos investir os nossos espíritos é escolher viver de acordo com estas regras: - não fazer juízos (é diferente de não os emitir), - não ter expectativas, - abdicar da necessidade de saber porque as coisas acontecem como acontecem, - confiar que os acontecimentos não programados das nossas vidas são uma forma de direcção espiritual, - ter a coragem de fazer as escolhas que devem ser feitas, aceitar o que não se pode mudar e saber distinguir uma coisa da outra. Localização: garganta, irradia na horizontal, com um vórtice à frente e outro atrás do corpo. Ligação energética ao corpo físico: garganta, tiróide, traqueia, esófago, paratiróide, hipotálamo, vértebras do pescoço, boca, maxilar e dentes. Ligação energética ao corpo emocional/mental: corresponde aos inúmeros combates emocionais e mentais envolvidos na aprendizagem da natureza do poder de escolha. Toda a doença tem uma ligação ao quinto chacra, porque a escolha está envolvida em todos os detalhes das nossas vidas e, portanto, em todas as doenças. Ligação simbólica/perceptiva: o desafio simbólico do chacra da força de vontade é progredir através da maturação da vontade: da percepção tribal de que tudo e todos à nossa volta têm autoridade sobre nós, através da percepção de que só nós temos essa autoridade, até à percepção final de que a verdadeira autoridade provém de nos sintonizarmos com a vontade divina. Medos primários: existem medos relacionados com a força de vontade dentro de cada chacra, específicos desse chacra. Tememos não ter autoridade ou poder de escolha nas nossas vidas, primeiro no seio das nossas tribos, depois nas nossas relações pessoais e profissionais. E depois tememos não ter autoridade connosco próprios, Ana Shanti Eugénio 8

9 estar fora de controlo no que toca à nossa reacção à substância, ao dinheiro, ao poder, ao controlo emocional. E, finalmente, tememos a vontade divina. A noção de entregar o seu poder de escolha a uma força divina continua a ser a maior luta para o indivíduo que busca tornar-se consciente. Pontos fortes primários: fé, auto-conhecimento e autoridade pessoal, capacidade de tomar decisões sabendo que seja qual for a decisão que tomemos podemos manter a nossa palavra perante nós próprios ou outra pessoa. Frequência harmónica: cor azul claro. 6º chacra do terceiro olho (ou frontal) - Ajna (Comando ou O Absoluto Qualificado) O sexto chacra envolve as nossas capacidades mentais e de raciocínio, e a nossa apetência psicológica na avaliação das nossas convicções e atitudes. Na literatura espiritual oriental, este é o chacra do terceiro olho, o centro espiritual no qual a interacção da mente e da psique pode conduzir à visão e sabedoria intuitivas. Este é o chacra da sabedoria. Os desafios do sexto chacra são a abertura da mente, o desenvolvimento de uma mente impessoal, a recuperação do poder da pessoa das verdades falsas ou artificiais, aprender a agir sob orientação interior e distinguir entre os pensamentos motivados pela força e os motivados pelo medo e pela ilusão. Localização: no centro da testa, ligeiramente acima das sobrancelhas e irradia na horizontal, com um vórtice à frente e outro atrás do corpo. Ligação energética ao corpo físico: o cérebro e o sistema neurológico, glândula pituitária e pineal, bem como os olhos, ouvidos e nariz. Ligação energética ao corpo emocional/mental: liga-nos ao nosso corpo mental, à nossa inteligência e características psicológicas. Estas são uma combinação daquilo que sabemos e do que acreditamos ser verdadeiro, uma combinação única de factos, medos, experiências pessoais e memórias que estão continuamente activas no nosso corpo energético mental. Ligação simbólica/perceptiva: activa as lições que nos conduzem à sabedoria. Alcançamos a sabedoria através das experiências de vida e adquirindo a capacidade perceptiva discriminadora do desprendimento. Medos primários: a ausência de vontade de olhar para dentro e desenterrar os próprios medos, medo da verdade quando a razão da pessoa está toldada, medo do julgamento sólido e realista, medo de confiar em aconselhamento externo, de disciplina, medo do lado sombrio da pessoa e dos seus atributos. Pontos fortes primários: capacidade e faculdades intelectuais, avaliação de discernimentos conscientes e subconscientes, receber inspiração, gerar grandes actos de criatividade e raciocínio intuitivo, inteligência emocional. Frequência harmónica: cor azul índigo. 7º chacra da coroa - Sahasrara (Mil Pétalas ou O Absoluto Não Qualificado) O sétimo chacra é a nossa ligação à nossa natureza espiritual e a nossa capacidade de permitir que a nossa espiritualidade se torne uma parte integral das nossas vidas físicas e nos guie. É o chacra da oração. Permite-nos granjear uma intensidade de consciência interior através da meditação e da prece. Localização: no topo da cabeça e irradia para cima, na vertical. Ligação energética ao corpo físico: é o ponto de entrada da energia vital humana, que flui interminavelmente para o campo energético humano a partir do Universo, do Divino. Esta força nutre o corpo, a mente e o espírito. Distribui-se por todo o corpo físico e pelos seis chacras anteriores, unindo-os. A energia do sétimo chacra influencia a energia dos principais sistemas corporais: o sistema nervoso central, o sistema muscular e a pele Ana Shanti Eugénio 9

10 Ligação energética ao corpo emocional/mental: este chacra contém a energia que gera devoção, pensamentos inspiradores e proféticos, ideais transcendentes e ligações místicas. Ligação simbólica/perceptiva: contém a forma mais pura de energia da graça ou prana. Este chacra armazena a energia gerada pela prece e pela meditação e salvaguarda a nossa capacidade de visão simbólica. É o centro energético da perspicácia espiritual, visão e intuição muito para além da consciência humana vulgar. É o domínio místico, uma dimensão de harmonia consciente com o divino. Medos primários: medos relacionados com questões espirituais, tais como: a noite escura da alma, medos de abandono espiritual, perda de identidade e perda de ligação com a vida e as pessoas à nossa volta. Pontos fortes primários: fé na presença do divino e em tudo o que a fé representa na vida da pessoa, como orientação interior, discernimento na cura e uma qualidade de confiança que eclipsa os medos humanos comuns, devoção. Frequência harmónica: cor violeta e branco. História do Reiki - Mikao Usui Mikao Usui ( ) nasceu no Japão, a 15 de Agosto, na aldeia Taniai (hoje Miyama Cho), no distrito de Yamagata em Quioto. A sua família pertencia ao budismo taoísta e desde muito novo Mikao Usui estudou na escola de um mosteiro budista. Começou a praticar artes marciais aos 12 anos e atingiu a mais alta qualificação aos 20 anos. Também estudou Kiko (a versão japonesa do Chi Kung - uma arte oriunda da China para melhorar a saúde através de meditação, exercícios de respiração e movimento). Nas práticas do Kiko usava-se a própria energia vital para a cura de outras pessoas e Mikao Usui interrogava-se se não existiria um sistema que permitisse curar sem sofrer tal exaustão. Em adulto, os seus conhecimentos e clareza mental ajudaram-no a conseguir um emprego como secretário de Shinpei Goto, presidente do Departamento de Saúde e Segurança Social e posterior edil de Quioto. Ao longo da sua carreira administrativa Mikao Usui conheceu pessoas influentes que o apoiaram quando iniciou um negócio por conta própria. Em 1914, o negócio começou a correr mal e Usui decidiu tornar-se monge budista. E voltou ao monte Kurama, onde iniciou um dos seus retiros de 21 dias (tradição taoísta) em que jejuou, cantou, orou e meditou (uma dessas meditações poderá ter sido ficar debaixo de uma cascata com a água a cair sobre a cabeça para abrir e purificar o chacra da coroa, uma prática ainda hoje realizada). No final do retiro, em Março de 1922, aos 57 anos, Mikao Usui teve a sua experiência de Satori (Iluminação) onde ficou a saber como poderia usar a Energia para a cura sem ficar exausto e desvitalizado. Então aplicou a Energia em si próprio e na sua família abrindo, em Abril de 1922, a escola Usui Reiki Ryoho Gakkai (ou Associação de Cura Reiki Usui), que ainda existe em Tóquio. Simultaneamente, Usui começou a ensinar Reiki dividindo essa formação em seis graus (por ordem descendente). Os primeiros quatro (VI, V, IV e III)) chamavam-se Shoden, ou nível de iniciação, (que, para o Ocidente, Hawayo Takata reuniu no nível I), o quinto (II) chamava-se Okuden, ou ensino interior, e dividia-se, por sua vez, em Okuden Zenki (1ª metade) e Okuden Koko (2ª metade). O mestrado chamava-se Shinpiden (I), ou seja, ensino do mistério. Sublinhe-se que Mikao Usui não usava o título de mestre, esta designação só surgiu quando Takata começou a ensinar este nível no Ocidente, nos anos No Ocidente, o Reiki começou a ser ensinado em três graus ou níveis, embora algumas linhagens o ensinem em quatro ou mais níveis, ramificando o grau III em dois (A e B). Mikao Usui passou pela sua grande prova de fogo em 1923, num dos mais devastadores terramotos que atingiram o Japão. Ele e os seus discípulos tiveram Ana Shanti Eugénio 10

11 então a oportunidade de tratar com Reiki milhares de pessoas. Para se ter uma noção da catástrofe saliente-se que as vítimas mortais ascenderam a 140 mil. Em 1925, aos 60 anos, Usui abriu uma clínica maior e começou a viajar por todo o Japão, para difundir os ensinamentos do Reiki. Crê-se que ensinou mais de duas mil pessoas e formou dezasseis mestres. A sua preocupação era ensinar o Reiki ao maior número de pessoas e difundir este sistema de cura energética por todo o planeta. Mikao Usui morreu de um ataque de coração fulminante, em 9 de Março de 1926, durante uma das suas viagens. No seu túmulo, em Tóquio, encontra-se um memorial que relata a sua vida e o seu trabalho com o Reiki. O sistema de Usui é um conhecimento para a cura de nós próprios (a cura da alma), a sua prática baseava-se muito mais na meditação do que em posições de mãos. O acto de curar os outros nunca foi o objectivo principal do sistema de Mikao Usui. Os seus ensinamentos demoravam anos a serem assimilados, dada a sua grande natureza espiritual, e não havia nenhum nível de ensinamento final, tudo era (e é) uma continuidade. Alterações à história do Reiki É natural que todos os praticantes de Reiki nutram uma enorme simpatia e curiosidade em relação ao fundador do sistema - Mikao Usui. Do mesmo modo sempre houve interesse em conhecer-se a história do Reiki, o seu desenvolvimento e a influência da vida de Usui nas práticas do Reiki. Na sequência desta curiosidade surgiram inúmeras teorias e o Reiki chegou a ser descrito como oriundo do Tibete, da Atlântida, do Egipto ou da Lemúria. Também se disse que os fundadores originais do Reiki são mestres ascensos, seres de outras galáxias, um chinês de tempos remotos chamado Wei Chi e muitos outros. Embora algumas destas teorias possam fazer algum sentido, falta-lhes evidência histórica para serem observadas com seriedade e rigor. Nas décadas de 1980 e 1990, alguns mestres Ocidentais foram ao Japão verificar se aquilo que se dizia sobre o Reiki era verdadeiro, acendendo luzes baseadas em factos concretos (documentos escritos, entrevistas com familiares de Mikao Usui ou mesmo a pedra memorial em Tóquio). História do Reiki - Chujiro Hayashi Está escrito na pedra memorial do Dr. Usui, que o criador do Reiki terá ensinado mais de duas mil pessoas, tendo algumas delas chegado ao nível Shinpiden. No entanto, dizia-se no Ocidente (e ainda se conta em algumas escolas) que o sucessor de Mikao Usui teria sido Chujiro Hayashi ( ). Este oficial aposentado da Marinha recebeu de Mikao Usui os ensinamentos de Mestre Reiki, em 1925, com 47 anos, criando o seu próprio método Reiki Hayashi Shiki Ryoho que significa: Método de Cura Natural Reiki de Hayashi. Hayashi abriu uma clínica de cura em Tóquio onde terapeutas Reiki trabalhavam em grupo e iam também a casa de pessoas incapacitadas. Uma das pessoas que recorreu à clínica de Hayashi para se curar, em Shina No Machi, foi Hawayo Takata. Em 10 de Maio de 1941, na presença dos seus alunos, Chujiro Hayashi fez o coração parar por meios metapsíquicos e faleceu, tinha 63 anos. História do Reiki - Hawayo Takata Hawayo Kawamuru ( ) nasceu no seio de uma família de cortadores de abacaxi, na Ilha de Kauai, Hawai, em Hanamaulu. Em 1917, casou com Saichi Takata, o tesoureiro de uma plantação, e tiveram duas filhas. Saichi Takata morreu de um ataque cardíaco em Durante os cinco anos seguintes Hawayo Takata, viúva e com duas crianças pequenas, passou a ter graves problemas de saúde entre os quais esgotamentos nervosos. Entretanto, Takata teve conhecimento da clínica de Reiki de Chujiro Hayashi e, em quatro meses, estava totalmente curada, pedindo que lhe Ana Shanti Eugénio 11

12 passassem os ensinamentos. De início foi recusada porque era estrangeira. Hayashi não queria que o Reiki fosse praticado fora do Japão, mas acabou cedendo. Na Primavera de 1936, Hawayo Takata recebeu os ensinamentos de Reiki I e juntou-se aos terapeutas que trabalhavam na clínica de Chujiro Hayashi. Em 1937, recebeu os ensinamentos do Reiki II, regressando ao Hawai para inaugurar a sua primeira clínica Reiki em Kapaa. Em 1938, Chujiro Hayashi visitou-a, passou-lhe os ensinamentos de Mestra e Professora e apresentou-a como sua sucessora. Em 1939, Takata inaugurou o seu segundo centro de Reiki em Hilo. Com Hawayo Takata o Reiki espalhou-se pelo Ocidente. Depois do Hawai seguiu-se o resto dos Estados Unidos da América e, finalmente, o Canadá e a Europa. Takata viveu até aos 80 anos, sempre com uma aparência saudável e bem-disposta. História do Reiki - Ramificações A partir da morte da Sr.ª Takata em 1980 o Reiki sofreu muitas mudanças no Ocidente. Phyllis Furomoto, neta e sucessora de Takata, é hoje denominada como a Grande Mestra de Reiki Tradicional Usui. Em 1981, Phyllis fundou a associação Reiki Alliance onde continua a ensinar segundo a tradição da sua avó. Entretanto, as técnicas e métodos de ensino sofreram alterações e começaram a surgir vários ramos do Reiki em que cada um proclama ser o detentor do sistema original. O que é interessante constatar é que todos os métodos funcionam. O Usui Reiki Ryoho ensinado no Japão, na escola Usui Reiki Ryoho Gakkai, é talvez o que está mais próximo dos ensinamentos de Mikao Usui e, a pouco e pouco, esses conhecimentos estão a chegar ao Ocidente. Na Gakkai de Usui, preconiza-se o ensino do Reiki em três graus, sendo o terceiro o que dá acesso ao grau de Mestre e Professor, não sendo aceites estudantes estrangeiros. Apesar disto, uma parte dos Mestres de Reiki Ocidentais divide o terceiro grau em dois níveis: Reiki III-A para Mestres e Reiki III-B para Professores. Em 1982, a norte-americana Barbara Weber Ray (formada Mestra pela Sr.ª Takata) criou o sistema Radiance Technique, que divide a formação do Reiki em sete graus, declarando que os níveis mais altos aprofundam os ensinamentos de Takata. À semelhança de Phyllis Furomoto, Barbara Weber Ray fundou a American International Reiki Association (AIRA). Os mestres deste sistema quando chegam ao grau IV podem ensinar os graus I e II. O que contribuiu mais para estas ramificações foi o facto de Iris Ishikuro, também aluna de Takata, ter discordado dos preços praticados pela sua mestra e ter começado a ensinar o Reiki de um modo muito mais acessível. Iris Ishikuro também introduziu no Reiki práticas tibetanas. E outro apaixonado pelo Tibete, o norte-americano Arthur Robertson, acabou por adicionar-lhe mais uma série de práticas criando o seu próprio sistema: Raku Kai Reiki. Deste nasceram entretanto outros sistemas como o: Essential Reiki, Reiki Usui Tibetano, Shamballa Reiki, Reiki Tibetano, Karuna Reiki, etc, etc. A alteração mais significativa originada pelas ramificações do Reiki é o número de sintonizações praticadas em cada sistema. Mikao Usui fazia uma sintonização aos seus alunos em todas as reuniões semanais (designada Reiju), depois de receberem os primeiros ensinamentos (Shoden) e dominarem as técnicas Byosen (método de cura focalizada ou scanning: com as mãos voltadas para o corpo do paciente, em que se explora intuitivamente para detectar zonas desarmonizadas) e Reiji-Ho (significa "indicação da alma", desenvolve-se com a prática do Reiki e consiste em, simplesmente, deixar as mãos serem guiadas pela Energia para os locais onde a cura é necessária), quando recebiam os segundos ensinamentos (Okuden) e quando revelavam o desenvolvimento, equilíbrio e genuinidade necessários para os ensinamentos do Shinpiden. Quando a Sr.ª Takata veio para o Ocidente o Reiju Ana Shanti Eugénio 12

13 perdeu-se e hoje há escolas que fazem quatro, duas ou uma sintonização no Nível I; três, duas ou uma no Nível II e duas ou uma no Nível III (consoante ensinem só o Nível III, ou III-A e III-B). Apesar desta discrepância é interessante constatar como todas funcionam e como todos os iniciados se tornam canais da Energia. Estas ramificações permitiram que o Reiki ficasse acessível a um número cada vez maior de pessoas, graças ao facto de alguns mestres independentes praticarem preços mais acessíveis. O alemão Frank Arjava Petter teve acesso aos ensinamentos internos da Gakkai de Usui e investigou as origens dos símbolos do Reiki e a sua ligação com as práticas do budismo japonês (budismo Mikkyo) e do xintoísmo (uma das religiões mais fortes no Japão). A partir da descrição da vida de Mikao Usui na pedra memorial, Arjava Petter começou a procurar as tradições sobreviventes no Japão, encontrando diversas linhagens. No Ocidente pensava-se que a Sr.ª Takata era a Grande Mestra de Reiki e que o Reiki já não era ensinado no Japão, nem que havia praticantes no país, por causa da 2ª Guerra Mundial. No entanto, Arjava Petter descobriu que Mikao Usui iniciou diversos mestres, alguns deles: Eguchi, Taketomi e Gyuda (conhecido por Ushida). Estes mestres, tal como Hayashi, ensinaram novos alunos e formaram outros tantos mestres. Ao contrário do que se pensava, Hayashi formou treze ou mais mestres (para além de Hawayo Takata) e alguns deles ainda estão vivos. Princípios do Reiki Os Princípios do Reiki são um dos grandes contributos do sistema de Mikao Usui para o desenvolvimento humano. Estes Princípios foram adaptados pelo Dr. Usui a partir dos poemas waka (pensamentos) do Imperador Meiji por quem o Mikao Usui nutria grande admiração. Do texto original, encontrado no manual de Mikao Usui, descoberto por Frank Arjava Petter, consta o seguinte texto traduzido para inglês pela japonesa Chetna Kobayashi: JAPONÊS INGLÊS PORTUGUÊS Kyo Dake Wa Just Today Só por Hoje Okaru-Na Don't Be Angry Sou Calmo(a)/ Tolerante Shinpai Suna Don't Worry Confio Kansha Shite Be Grateful Sou Grato(a) Gyo-o Hage Me Work Hard Trabalho Arduamente Hito Ni Shinsetsu Ni Be Kind Sou Bondoso(a) No tempo do Dr. Usui recitavam-se estes Princípios no início das reuniões, acompanhados pelos poemas do Imperador Meiji e a meditação gassho. Mikao Usui escreveu no seu manual que os Princípios do Reiki são: O método secreto para atrair bênçãos, a medicina espiritual de muitas doenças. Só por hoje... Não me irrito, Não me preocupo, Sou grato, Trabalho arduamente (no caminho espiritual), E sou bondoso para todos os seres. De manhã e à noite, com as mãos em oração, canta-os com a tua boca e fá-los ecoar no teu coração. Método Reiki Usui para mudar a tua mente e o teu corpo para melhor Ana Shanti Eugénio 13

14 É bom lembrarmo-nos destas verdades durante o dia. "Só por hoje" é a grande lição: vive um dia de cada vez! Neste manual substituo a tradução habitual do "não me irrito" e "não me preocupo" pelo "sou calmo/tolerante" e "confio em mim" por duas razões: 1. Na língua original (em japonês) não há construções de frases pela negativa (o que significa que os cinco Princípios do Reiki são todos mensagens positivas... e nas mensagens positivas não há negações!). 2. Para entender este ponto: comece por fechar os olhos e pense num elefante. De seguida, feche novamente os olhos e não pense num elefante (quem diz elefante, diz outra coisa qualquer)! Conseguiu? Não pensou num elefante!? Compreende o efeito da negação na sua mente? Quer se diga "pense num elefante" ou "não pense num elefante" acaba sempre por pensar num, porque a nossa mente não regista a negação... limita-se a processar o resto da informação! O que significa que, quando dizemos "hoje não me irrito" ou "hoje não me preocupo" a nossa mente regista o "irrito-me" e o "preocupo-me". Em português é pouco habitual usar frases positivas! Há pouco, quando leu "nas mensagens positivas não há negações" a sua mente registou que "há negações" e, por repetirmos estas ideias tantas vezes, acabamos por criar hábitos negativos! É importante ganhar consciência do poder das palavras... todos os dias condicionamo-nos um pouco mais (ou menos) consoante o modo como verbalizamos os nossos pensamentos... Sobre o Amor Incondicional Actualmente, a ideia de Amor Incondicional está cada vez mais difundida com a crescente divulgação da medicina holística. No entanto, algumas pessoas estão simplesmente a criar novos ideais, novas regras. O Ser humano cresce e desenvolve-se envolto em regras. A maioria destas condicionantes são necessárias para interagirmos uns com os outros como nos conhecemos. As regras são simplesmente algo que se enraizou profundamente em nós, que nos limita e nos faz criar dependências. Se pensar que o seu problema é amar de mais, entenda que o seu problema é pensar. Sempre se opinou demasiado sobre o Amor. Quando pensamos, descentramo-nos da mensagem. Se pensar que o amor é um certo dizer ou um determinado fazer, está simplesmente a condicionar-se a regras. E o seu entendimento do amor é mental. Se pensa que tem de estar sempre disponível e que, por amor, de vez em quando, tem de adiar a sua vida, pense nisto: quando o faz (por amor, não é?) quem é que o está a amar? É natural que se sinta esgotado. Está a esgotar a sua capacidade de viver sem amor-próprio. É a sua ideia de que é boa pessoa, segundo o que para si é certo, que impede a cura. Como é que pode ser boa pessoa sem bondade por si próprio? Só o seu coração pode ensinar-lhe que não há dádivas de Amor sem amor-próprio. Tudo o resto são dependências. A Cura do Reiki Uma vez recebida a primeira sintonização com a energia Reiki o iniciado só precisa colocar as mãos sobre o corpo (seu ou de outra pessoa) para que a Energia flua. A Energia vai actuar em todos os níveis do corpo: físico, emocional, mental e espiritual. A Energia Reiki cura a pessoa como um Todo. Ao curar uma dor de cabeça, por exemplo, o Reiki pode curar outros órgãos a outros níveis. Caso a pessoa que está receber a Energia tenha outra doença, uma alergia por exemplo, o Reiki actuará também aí, independentemente de o terapeuta ter ou não conhecimento do facto. A cura com o Reiki complementa a medicina convencional, que normalmente só trata o corpo físico. Por exemplo, tomar uma aspirina pode aliviar uma dor de cabeça mas nada faz para combater a sua causa e, provavelmente, mais cedo ou mais tarde, a dor regressará. O Reiki não trata só a dor, trata as causas a um nível mais profundo, independentemente de o cliente as conhecer ou não Ana Shanti Eugénio 14

15 Ao longo da história do Reiki contam-se relatos de sucesso em casos tão diversos como: problemas de coração, cancro, doenças de pele, ferimentos, regeneração de ossos partidos, gripes, queimaduras, cansaço, impotência, falta de memória, complexos de inferioridade, problemas de comunicação, depressões, dores de cabeça, problemas de coluna, cólicas menstruais, efeitos de quimioterapia, toxicodependência entre muitos, muitos outros. É importante lembrarmo-nos sempre que o Reiki não é uma panaceia, nem um remédio para todos os males, mas é um sistema valioso que pode proporcionar muitas surpresas agradáveis. O corpo físico é como a parte visível de um iceberg em relação à sua gigantesca parte submersa, representada pelas outras camadas energéticas (etérica, emocional, mental e espiritual). Ele é o único receptáculo de informações concretas que nos alerta para o estado geral da saúde do nosso Ser. A tomada de consciência do corpo físico é essencial. Como poderemos ter consciência das outras camadas energéticas se não aprendermos a sentir o corpo físico? Se o escutarmos, se compreendermos a verdade escondida por detrás de um mal-estar ou de uma doença, poderemos corrigir um padrão de vida negativo e assim promover a cura. Em casos de problemas de saúde graves deve-se aconselhar sempre a consulta de um profissional de saúde licenciado e a aplicação de Reiki como complemento. O Reiki normalmente acentua os resultados da maioria dos tratamentos, reduzindo os efeitos secundários, diminuindo ou mesmo eliminando as dores, ou a ansiedade, e criando optimismo na resolução das doenças. Alguns praticantes de Reiki têm observado que, com o uso continuado, o Reiki desenvolve a sua intuição. Esta intuição reforça a empatia com o cliente durante o tratamento, significando isto que o terapeuta frequentemente se torna consciente do que está em desarmonia na pessoa que está a tratar. Se durante um tratamento intuir uma condição aparentemente séria é recomendável sugerir um check-up com um médico credenciado. Nunca faça diagnósticos a não ser que tenha carteira médica profissional os terapeutas de Reiki não são médicos. Lembre-se: nós somos um canal de Reiki, é sempre o cliente quem se cura a si próprio. Sendo salutar o desenvolvimento da intuição com o Reiki, não se deve usar a Energia como uma ferramenta de diagnóstico, tal prática é muito subjectiva e repleta dos perigos de interpretações incorrectas. Reiki e outros animais O Reiki pode ser usado para ajudar qualquer Ser vivo (outras pessoas, animais ou plantas). Verifica-se que a maioria dos animais é receptiva a esta Energia, apesar de haver casos em que esta é recusada, tal como acontece com os Seres humanos. De um modo geral, os outros animais gostam muito de receber Reiki e não são raros os que ficam muito sossegados e felizes durante o processo. Tratamentos com Reiki Sabe-se que o Dr. Usui ensinava aos seus alunos três técnicas para os ajudar a concentrarem-se nos tratamentos: o banho seco (Kenyoku), a meditação gassho e uma técnica de respiração designada Joshin Kokyuu-Ho. Kenyoku - Banho Seco Esta técnica pode fazer-se antes e depois de um tratamento a outra pessoa, ou sempre que nos sentirmos desarmonizados energeticamente, seja depois de uma discussão, quando sentimos tristeza, ou maus sentimentos persistentes Ana Shanti Eugénio 15

16 Kenyoku é uma técnica para purificar os canais energéticos. É provável que tenha a sua origem nos rituais dos sacerdotes xintoístas para purificar o corpo antes de contactar com o divino. Também no budismo existe uma sequência de movimentos muito semelhante ao Kenyoku. Tornou-se também uma técnica comum em muitas escolas de artes marciais e de Chi Kung como Ju-jitsu e Aikido. Coloque a mão direita no ombro esquerdo, com os dedos unidos e a palma da mão virada para o seu corpo, de modo a que os dedos pousem sobre o ombro, e deslize a mão na diagonal, em sentido descendente, em direcção à anca direita, tocando ligeiramente o corpo. Repita o processo com a mão esquerda, desde o ombro direito até à anca esquerda. Repita o processo com a mão direita, desde o ombro esquerdo à anca direita. Em seguida, passe a mão direita pela parte interior do braço esquerdo, desde o ombro até às pontas dos dedos. Depois passe a mão esquerda pela parte interior do braço direito, desde o ombro até às pontas dos dedos. O Kenyoku purifica o corpo e a alma. Reforça a Energia e ajuda a desligar energeticamente das situações, pessoas, pensamentos e emoções desarmonizadoras, trazendo-nos para o momento presente. As pessoas que não são praticantes de Reiki também podem usar o Kenyoku. Meditação Gassho Gassho é uma palavra japonesa que significa "duas mãos que se juntam". Esta posição é normalmente conhecida no Ocidente como posição de oração. Nas práticas do Reiki consiste em relaxar, fechar os olhos e colocar as mãos com as palmas unidas, junto ao chacra do coração, com os polegares a tocarem o centro do peito. Antes de começar um tratamento o praticante concentra a atenção no ponto onde os dedos médios se tocam, para ajudar a esquecer o mundo que o rodeia e servir de "canal" da Energia. Por outras palavras, o praticante deixa o Ego dormir, para o Reiki fluir. Nesta meditação os Princípios do Reiki são ditos mentalmente e fazem-se ecoar por todo o corpo (só por hoje sou calmo/ tolerante, confio, sou grato, trabalho arduamente e sou bondoso para todos os seres). Na meditação gassho podemos ouvir tudo o que se passa à nossa volta, todos os ruídos. Tudo faz parte da meditação, incluindo os nossos pensamentos, não os rejeitando ou julgando, aceitando-os e observando-os como parte do processo da meditação. Se, por acaso, nalgum instante nos distrairmos da meditação, voltamos à focar-nos no contacto dos dedos médios da mesma forma como começámos, não como uma obrigação mas com um sentimento de extrema gratidão. O Dr. Mikao Usui pedia aos seus alunos que fizessem esta meditação todos os dias durante cerca de 25 minutos, de manhã e à noite. Joshin Kokyuu-Ho - Técnica de Respiração A expressão japonesa Joshin Kokyuu-Ho significa literalmente "exercício de respiração para purificar a alma". Nas práticas do Reiki utiliza-se como técnica para fortalecer a própria energia, concentrá-la no tanden e aprender a deixá-la fluir pelas mãos. Esta técnica permite que o praticante se sinta enraizado e, consequentemente, seguro e estável no processo que está a executar. Se respirarmos constantemente até ao tanden tornamo-nos equilibrados e estáveis em todos os níveis do nosso Ser Ana Shanti Eugénio 16

17 Para sentir o tanden pratique o seguinte exercício: de pé, numa posição confortável, coloque os pés paralelos entre si, e afastados a uma distância equivalente à largura dos ombros, e incline-se ligeiramente para trás. Pode sentir uma solidez, uma pressão, um triângulo, ou um formigueiro - é o seu centro de gravidade: o tanden (lê-se "tantien"). Advertência: Este exercício não deve ser praticado por pessoas com tensão arterial alta ou durante a gravidez. Para a respiração Joshin Kokyuu-Ho coloque as suas mãos em gassho e comece por inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Se quiser, coloque a ponta da língua no palato mole enquanto inspira. Na inspiração sinta o Reiki (imaginando uma luz branca, ou sentindo simplesmente a Energia) a entrar pelo nariz e pelo chacra da coroa e a chegar ao tanden. Segure a respiração no tanden durante alguns segundos sem forçar. Na expiração (pela boca) sinta o Reiki a espalhar-se desde o tanden para o corpo todo, interior e exteriormente, transmutando tudo o que é negativo em positivo. Sinta como se estivesse a expirar por todas as células do seu corpo. Irradie. Quando se sentir bastante familiarizado com esta técnica de respiração pode continuar a fazê-la durante os tratamentos a outras pessoas ou mesmo no seu autotratamento. Como posicionar as mãos? As mãos posicionam-se sempre com as palmas voltadas para o corpo do cliente e os cinco dedos mantém-se unidos e estendidos para concentrar a Energia. As mãos devem estar relaxadas e de modo a não exercer nenhuma pressão. Podem estar colocadas directamente sobre o corpo ou ligeiramente acima dele (em tratamentos a pessoas do sexo oposto, nomeadamente nos chacras do coração e da raiz). Sensações nas mãos Em cada posição e em cada tratamento podem haver sensações diferentes. O terapeuta pode sentir as mãos quentes, enquanto o receptor as sente frias ou viceversa. Pode haver a sensação de calor, frio, de água a fluir, de vibrações, um ligeiro tremor, formigueiro ou mesmo dormência. O cliente pode sentir as mesmas sensações ou não. Estas sensações variam com o estado de saúde e a sensibilidade do terapeuta e podem mudar de dia para dia e de pessoa para pessoa. Algumas pessoas estão mais sensíveis ao seu corpo e sentirão mais que outras. Por vezes as sensações parecem continuar indefinidamente em determinada posição, quer dizer que aquela região necessita de mais Reiki, continue o tempo que achar necessário, tendo em conta que é mais benéfico uma série de tratamentos - geralmente quatro dias seguidos - do que insistir durante quinze minutos numa posição. Valorize sempre a sua intuição. Há praticantes de Reiki que ficam desapontados por nunca sentirem nas mãos o calor característico do Reiki, a estes cabe-me sublinhar que a Sr.ª Koyama, uma das expresidentes da Usui Reiki Ryoho Gakkai, nunca sentiu as mãos quentes e as pessoas que recebiam os seus tratamentos curavam-se de igual modo. Uma explicação para as sensações nas mãos, quando se faz um tratamento, é que o Reiki não tem características concretas. O que é sentido é a reacção do nosso corpo ao fluir da Energia. O terapeuta e a pessoa que está ser tratada têm desequilíbrios diferentes no seu corpo e o Reiki polarizará em conformidade. Daí as diferentes sensações (ou a falta delas) observadas por cada pessoa. Posições de mãos num tratamento No Ocidente, a colocação das mãos no Reiki faz-se sobre os sete chacras principais, contudo se durante um tratamento o terapeuta sentir intuitivamente que outro local precisa de tratamento não deve hesitar em fazê-lo. No trabalho com o Reiki a intuição é muito importante. Regra geral, mantêm-se as mãos cinco minutos em cada Ana Shanti Eugénio 17

18 posição, mas não é obrigatório. Por vezes, as mãos aquecem em determinada posição e passados dois ou três minutos parece que esfriam... é sinal que se deve passar para a posição seguinte (em caso de dúvidas, siga sempre a sua intuição). Durante um tratamento com Reiki não é necessário qualquer tipo de concentração. Simplesmente, coloque as mãos sobre o corpo e a Energia flui independentemente dos seus pensamentos. Se o cliente está a libertar emoções ou quer conversar sobre o que está a acontecer, é evidente que deve dar-lhe atenção. De outro modo, respeite o silêncio para proporcionar um relaxamento maior durante o processo. Efeitos aparentemente nocivos Nas últimas décadas, em que os Mestres de Reiki têm sintonizado milhões de praticantes activamente no Ocidente, não consta que tenha havido casos de efeitos negativos do Reiki. Há um grande número de casos onde, aparentemente, parece haver efeitos negativos. Pessoas sem compreensão dos processos de cura fisiológica do corpo podem interpretar mal as sensações. Quando o corpo passa por um processo de cura pode haver um curto período de tempo em que há algum desconforto... é simplesmente o organismo a desintoxicar. Por exemplo, pessoas com muito stress acumulado ou com bloqueios emocionais podem sentir uma grande agitação inicial, enquanto o corpo integra os efeitos do Reiki. Nos primeiros tratamentos alguns doentes de cancro sentem um aumento de dor na área do tumor. Uma pessoa que tenha artrite em determinada articulação pode ter um aumento de dor após os primeiros tratamentos. O Reiki irá aumentar a corrente sanguínea naquela articulação que teve má circulação durante alguns anos. O súbito aumento de circulação pode ser então algo doloroso, mas os resultados finais serão certamente surpreendentes. Lembre-se sempre que o Reiki é uma vibração de Amor Incondicional. Poderá esta Energia provocar malefícios? Não creio. O fluxo do Reiki O fluir do Reiki parece variar de acordo com o grau de desarmonia do cliente. Por exemplo, em pessoas muito doentes ou perturbadas emocionalmente o Reiki flui com mais intensidade. No entanto, o fluxo é totalmente independente das expectativas do terapeuta. Por vezes os praticantes dizem que sentem o Reiki a "desligar", mas a pessoa que está a ser tratada ainda continua a sentir fortemente o fluxo. Auto-tratamento O auto-tratamento pode ser realizado em qualquer lugar, a qualquer hora: de manhã, quando se levantar (terá um óptimo dia), depois do trabalho (para se desligar do stress e recarregar energeticamente), quando estiver a ver televisão (é só colocar as mãos sobre o corpo), antes de ir para a cama (terá uma noite de sono esplêndida) ou, se preferir, no seu local especial de meditação. Entenda que a sua auto-disciplina é autoestima. Tal como o Mikao Usui ensinava, este manual propõe doze posições: cinco na cabeça, cinco sobre os chacras da garganta, coração, plexo solar, sexual e raiz, e mais duas sobre dois chacras secundários integrados na raiz (joelhos e pés), permitindo o fluir do Reiki durante cinco minutos em cada posição, o que resulta num tratamento de 60 minutos. É muito importante praticarmos Reiki em nós próprios, todos os dias. Estas doze posições não devem ser consideradas "as correctas" porque não há posições correctas ou incorrectas. Deixe apenas a Energia fluir diariamente pelo seu corpo Ana Shanti Eugénio 18

19 1ª posição sobre o rosto (olhos e chacra da 3ª visão) 2ª posição ouvidos (equilíbrio dos hemisférios) 3ª posição testa e nuca (Nentatsu-Ho) 4ª posição nuca (selar uma afirmação) 5ª posição topo da cabeça (chacra coronário) 6ª posição pescoço (chacra da garganta) 7ª posição esterno (chacra do coração) 8ª posição acima do umbigo (plexo solar) 9ª posição abaixo do umbigo (chacra sexual) 10ª posição região púbica (chacra da raiz) 11ª posição sobre os joelhos (chacra secundário) 12ª posição plantas dos pés (chacra secundário) Ana Shanti Eugénio 19

20 Gedoku-Ho - Técnica de Desintoxicação Esta é uma técnica de desintoxicação para curar intoxicações alimentares, que pode usar em diversas circunstâncias. Pode ser utilizada depois das refeições para digerir os alimentos, ou para reduzir os efeitos secundários dos medicamentos, também se pode utilizar em problemas menstruais ou de intestinos, nomeadamente na prisão de ventre, libertando o organismo de toxinas, por exemplo. Coloque uma mão sobre o umbigo e a outra, paralela, na parte de trás do corpo, e deixe fluir Reiki para essa zona durante 13 minutos. Pode visualizar as toxinas a saírem pelas pernas do cliente (quer por parte do terapeuta, quer por parte do cliente) durante os 13 minutos, sempre que o terapeuta e/ou o cliente se lembrarem de o fazer. O terapeuta deve posicionar-se como se sentir mais confortável. Uma das coisas em que a Sr.ª Yamaguchi (aluna de Hayashi e professora de Frank Arjava Petter) insistia era no bem-estar do terapeuta quando está a dar Reiki. Nentatsu-Ho - Técnica de desprogramação A expressão japonesa Nentatsu-Ho significa "método para programação da mente subconsciente". É um método que remonta ao tempo de Mikao Usui e fazia parte dos seus ensinamentos do Shoden (Nível I). Trata-se de enviar um pensamento com a energia Reiki, para a mente da pessoa que estamos a tratar, ou para nós próprios. Algumas pessoas chama-lhe também "técnica de desprogramação". O método é muito simples, basta colocar a sua mão dominante na testa e a outra na nuca e, deixando o Reiki fluir durante cinco minutos, enviar mentalmente, com uma intenção pura, uma afirmação positiva para a mente do receptor. De seguida, coloque ambas as mãos na nuca e deixe o Reiki fluir mais alguns minutos, selando a afirmação no subconsciente. É importante deixar claro que não se está a curar com o poder da mente, mas sim a mandar uma mensagem ao subconsciente, junto com a energia Reiki. Não vale a pena forçar a afirmação pois só estará a criar tensão. Lembre-se sempre que, como em todas as técnicas de Reiki, esta é uma prática que deve ser realizada com descontracção. O Nentatsu-Ho pode também ser usado para transmitir ou integrar os cinco Princípios do Reiki, para trabalhar maus hábitos, reforçar bons comportamentos ou afirmações positivas, entre muitas outras possibilidades. Quando fizer Nentatsu-Ho a outra pessoa certifique-se que compreende o que ela pretende. Escolha sempre afirmações positivas e, durante uma pequena conversa antes do tratamento, decida com a pessoa se a afirmação que escolheu está de acordo com aquilo que ela deseja. Tratamento de outras pessoas O sítio ideal para realizar tratamentos a outras pessoas é uma marquesa. Caso não tenha possibilidade de possuir uma, utilize uma plataforma semelhante, tendo em conta que vai ficar em pé e que as suas mãos, com os braços estendidos para baixo, devem ficar à altura do corpo do receptor Ana Shanti Eugénio 20