POETAS PROCOPENSES: FLORIZA SÍNDICE E ADOLFO BOIÇA HISTÓRIA E ARTE EM 25 ANOS DE PRODUÇÃO

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1 ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR WILLIAM MADI PROJETO CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DO NORTE DO PARANÁ: MEMÓRIA E ENSINO-APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA (UEL/FAFI/NRE CORNÉLIO PROCÓPIO) POETAS PROCOPENSES: FLORIZA SÍNDICE E ADOLFO BOIÇA HISTÓRIA E ARTE EM 25 ANOS DE PRODUÇÃO (versão preliminar) FÁBIO MARCELO ALARCON IÊDA MARIA SORGI PINHAZ ELIAS LENIR APARECIDA DE MORAES DOS REIS Orientação: Regina Célia Alegro Cornélio Procópio - PR 2005

2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Objetivo Geral Objetivos Específicos Geografia História Português Justificativa Metodologia FUNDAMENTOS TEÓRICOS Conceito de Poesia A Profissão de Poeta Relações Entre Memória e História História de Vida História Oral Temática Entrevista REFERÊNCIAS

3 1 INTRODUÇÃO Se pedirmos a um habitante do município de Cornélio Procópio que cite o nome de um poeta, certamente recordará um os grandes clássicos que fizeram a história da poesia nacional ou universal, tipo Camões, Aligheri, Shakespeare, Rimbaud, Drummond, Cecília Meireles, Castro Alves, João Cabral de Melo Neto, Mário Quintana, Leminski, etc., os quais não podemos excluir pelo fato de o mundo já tê-los elevado à condição de imortais. E se falarmos para ele de Adolfo Boiça e Floriza Síndice, certamente não se lembrará, porque não ou muito pouco lhes conhece. Apesar de terem suas poesias divulgadas em alguns eventos, os poetas procopenses aqui descritos são poucos conhecidos do público, e como todo poeta, fazem esforços sobre-humanos para compor suas poesias e conseguir que sejam reconhecidas. Dom Marquis diz que publicar um livro de poesia é como atirar uma pétala de rosa no Grand Canyon e ficar esperando pelo eco. Conforme observamos na descrição teórica sobre a história dos poetas, todos os povos amam os seus poetas e não vivem sem suas poesias. Sendo assim, há um paradoxo: se os povos amam seus poetas e a poesia está presente na mente das pessoas, qual a razão para ela estar sendo sacrificada pelo meio editorial e os poetas não terem o seu trabalho reconhecido como deveria? A realização deste trabalho pretende contribuir para tornar mais conhecidas da população a vida e as obras desses dois poetas procopenses, estudando como esses dois aspectos revelam o cotidiano da cidade e região. 1.1 Objetivo Geral - Compreender a importância de dois poetas procopenses, bem como de seus trabalhos para a cultura do município e, como suas obras revelam o cotidiano da cidade no período. 1.2 Objetivos Específicos Geografia - Analisar aspectos culturais e geográficos da região, explícitas ou implícitas nas produções estudadas; - Identificar nas poesias as mudanças geográficas e culturais ocorridas no meio com o decorrer do tempo;

4 1.2.2 História - Refletir sobre as relações entre o passado e o presente do município, propiciando condições de diálogo entre essas duas dimensões de tempo. - Destacar os fatos históricos da região como ações humanas significativas em determinado período histórico Português - Ressaltar a linguagem utilizada pelos poetas. - Destacar o valor literário das obras e sua importância para Cornélio Procópio e região. 1.3 Justificativa Existem em nosso meio, personalidades que demonstram grande capacidade literária em suas produções e, infelizmente, pelo pequeno poder de divulgação e edição de suas obras ficaram no anonimato, sem atingir seu objetivo final: o público. Dentro desta perspectiva, faz-se necessária a pesquisa elucidativa de valores artísticos, históricos e geográficos desses autores, buscando revelar para a população do município de Cornélio Procópio e região, a vida e a obra desses dois poetas, justificando assim o presente projeto. 1.4 Metodologia - Leitura de poesias por parte dos alunos; - Entrevista com os autores, feita por alunos da Escola Estadual Professor William Madi, coletando depoimentos; - Transcrição das entrevistas pelos alunos;

5 - Coleta pelos alunos de relatos orais sobre o local de vida e obra dos autores; - Análise dos dados coletados pelos professores; - Análise das poesias pelos professores e alunos. 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 2.1 Conceito de Poesia Uma das mais abrangentes e interessantes definições de poesia encontrada, foi, certamente, a de William Wordsworth, poeta inglês do século passado, que disse, no prefácio de suas Baladas Líricas : Poetry is emotion recollected in tranquility, ou seja, Poesia é a emoção novamente colhida (ou recolecionada) em tranqüilidade. Nesta definição, a poesia aparece do ponto de vista não do leitor, mas do poeta, ou seja, a poesia é olhada pelo que a faz, o que, realmente nos interessa. E nos mostra os elementos básicos da coisa : primeiro, o poeta demonstra claramente suas sensações, sentindo-as, e só depois, tranqüilo, ele se lembra do que sentiu e as coloca em palavras, para transmití-las. Guilherme de Almeida ( ), um dos mais lúcidos poetas, tentou definir poesia por exclusão, dizendo que Poesia não é a rosa. E explicava : E não é mesmo. Se Poesia fosse a rosa, para que o canteiro?... Poesia é terra. Separada desta, será apenas verso, pedaço, coisa amputada que murcha, apodrece, acaba. Outra definição importante a considerar, vêm do Príncipe dos Poetas Brasileiros, Olavo Bilac, acrescentando a seguinte equação : A rosa está para a terra assim como a poesia está para o homem. Mas o homem considerado em suas funções mais altas, ou seja, o som, a idéia expressa, a emoção transmitida, o deleite da leitura e até, em alguns casos, a forma das palavras - como o pintor utiliza as cores, o escultor as formas, o músico os sons harmoniosos, etc. Todo o artista tem sua matéria-prima, seu instrumental, sua tecnologia. O escultor tem, como matériaprima, o mármore, o gesso, a areia, o ferro-velho, etc. E é com eles que trabalha, para produzir seu produto, a escultura. O pintor tem as tintas, as cores, que manipula com o pincel, os dedos, a espátula, na tela, no papel, na parede - onde expõe seu produto com enorme satisfação após acabado. O músico dispõe do som dos instrumentos musicais - alguns muito estranhos, convenhamos - que combina ou descombina para apresentar seu produto, a música. A palavra, matéria-prima do poeta, é o mais nobre dos materiais de que o homem dispõe. A palavra nasceu com a civilização e só com ela morrerá. O homem sem a palavra não é o homem. Para que possa aprender a pensar, a criança tem de aprender a entender e a manejar as palavras de sua língua. E as próprias línguas são reflexos do grau de civilização do povo que as domina e o mesmo ocorre com a poesia. Novamente citamos Wanke (1985 : 77) :

6 Quando, através de um trabalho com a palavra, escrito ou falado, o artista consegue transmitir sentimento, fazer com que o leitor, o ouvinte se sinta comovido, sublimado, arrebatado, terá ele atingido a poesia : aquela emoção recolhida pelo poeta Worsworth em um momento, e depois fixada, em outra ocasião - agora tranqüila para seus leitores. Infelizmente, se compararmos as diversas interpretações das mais diferentes correntes poéticas, cada qual tenta enaltecer e fazer vingar a própria definição, mas acabam-se criando confusões com as acepções diversas do mesmo vocábulo e, assim, temos que o termo poesia significa, também, uma composição feita de versos. O que causa maiores problemas ainda é que, além de uma poesia não conter absolutamente poesia, um trecho em prosa pode perfeitamente ser poesia pura. A Rosa-Poesia carece de ser alimentada pela Terra-Homem através da seiva da emoção da palavra. Daí uma tendência, surgida especialmente entre os modernistas e os da geração de 45, de se abandonar a palavra poesia na acepção de produto versificado para, neste caso, adotar só a palavra poema. Uma Poesia pode ser um amontoado de versos feitos intencionalmente sem poesia e pode até acontecer que o poeta, pensando estar compondo poesia - comunicação de sentimentos - está apenas fazendo um bestialógico, o que pode-se comprovar facilmente entre muitos poetas herméticos ou rebuscados. Geir Campos, tradutor e professor universitário brasileiro, cita tantos autores e definições interessantes, de pura reflexão, a fim de enriquecer o estudo e o conceito de poesia, embora, admite-se, não se pode atribuir um texto como verdadeiramente único e absolutamente ideal para quaisquer dos autores citados, apesar de, entre eles, termos muitos dos maiores nomes da poesia de todos os tempos : Poesia é, antes de tudo, comunicação, efetuada por palavras apenas, de um conteúdo psíquico (afetivo-sensório-conceitual), aceito pelo espírito como um todo, uma síntese e o definidor explica ainda que nesse conteúdo anímico predominará às vezes o sensório, outras vezes o afetivo, outras o conceitual, pois o poeta, ao expressar-se nunca transmite puros conceitos, quer dizer, nunca transmite conceitos sem mescla de sensorialidade ou sentimentalidade (Bousono in Campos, 1975: 130). Poesia é a arte de excitar a alma (Hardenberg in Campos, 1975:130). Toda verdadeira poesia é uma visão de mundo (Eliot in Campos, 1975:130). Poesia são as melhores palavras em sua melhor ordem (Coleridge in Campos, 1975 : 130). Ao fundirmos os três últimos conceitos, o próprio Campos (1975: 130) faz uma espécie de liga conceitual de elevado teor filosófico-literário, com um enfoque individual, um enfoque social e um enfoque estético da arte poética : Poesia é a arte de excitar a alma com uma visão de

7 mundo através das melhores palavras em sua melhor ordem, uma conceituação ampla e capaz de abranger inclusive as experiências de todas as escolas poéticas. Outro estudioso, Robert de Souza, em Un Débat sur La Poésie, tenta resumir o pensamento poético do Abade Henri Brémond, grande poeta e estudioso da literatura francesa, em seis itens : 1) Todo poema deve suas características essenciais a uma espécie de realidade unificadora e misteriosa; 2) não basta, nem é necessário, ler poeticamente um poema, para captar-lhe o sentido, uma vez que existe certo encantamento obscuro e independente do significado das palavras; 3) poesia não pode se reduzir a um discurso prosaico, pois constitui um meio de expressão que ultrapassa as formas comuns da prosa; 4) poesia é uma espécie de música e ao mesmo tempo não é apenas música, pois age como uma espécie de condutor de corrente pelo qual se transmite a natureza íntima da alma; 5) é a encantação que proporciona a comunicação inconsciente do estado de alma em que se encontra o poeta até o momento em que se manifesta por idéias e sentimentos, momento esse que se revive confusamente lendo o poema; 6) a poesia é uma espécie de magia mística semelhante ao estado de oração. Silveira Bueno (1996:512), em seu Minidicionário da Língua Portuguesa, define: Poesia - arte de escrever em verso; composição poética; inspiração; o que desperta sentimento do belo. E há muitas outras definições pelo caminho da pesquisa, de diferentes épocas, escolas, autores e adeptos da literatura. Portanto, conforme citado por Wanke anteriormente, de difícil entendimento. Homem e poesia, poesia e vida, vida e arte estão intimamente ligados e não há como separá-los, mesmo porque os conceitos se confundem. Somos testemunhas da influência da poesia desde os primeiros séculos até hoje, pois a poesia esteve presente em todas as épocas, em todos os povos, em todos os dias e assim deve permanecer por milhares de anos. Emerson (1994: 243), em seu livro Ensaios declara: A vida pode ser um poema lírico ou uma epopéia, bem como um poema ou um romance. Até onde o entendimento alcançar, deve-se concordar que a poesia requer inspiração, sensibilidade, vibração de nervos e sentimento. É pura imaginação e poucos foram os privilegiados ao longo dos séculos, talvez mais em séculos anteriores onde ela foi praticada com afinco, dedicação e pureza de espírito. Seu conceito é amplo e ao mesmo tempo restrito, depende da perspectiva do leitor. Como diria Maiakovski, célebre poeta russo do início do século : A Poesia começa onde existe uma tendência.

8 2.2 A Profissão de Poeta Os registros históricos consultados durante a evolução do trabalho não descartam o fato de a poesia ter sido a única fonte de ocupação e, possivelmente, de renda de muitos poetas ao longo da história humana. Na Grécia antiga, os poetas alcançavam fama e fortuna nas disputas promovidas em festivais religiosos, patrocinados freqüentemente pelo governo da época, principalmente em períodos de agitação política ou ameaça externa para distrair a população. Embora a poesia tenha sido mais valorizada como arte pelos primeiros literatos, nota-se que os grandes poetas da antigüidade sem menosprezar os talentos de cada poeta em particular - buscavam a independência financeira e aliavam-na ao gosto pela literatura e dramaticidade interpretadas através do teatro, o que poderia servir, inclusive, como forma de entreter grande parte da população sempre descontente com os seus governantes, motivo pelo qual os próprios faziam questão de estimular a constante realização dos eventos e premiar os vencedores dos concursos. Apesar da importância na antigüidade, a poesia nunca pôde ser reconhecida oficialmente em qualquer civilização ou cultura como profissão propriamente dita e sempre ficou rotulada por muitos como literatura, por outros como arte e por tantos outros como poesia mesmo, sendo esta última nem sempre classificada como arte. Diferente dos primeiros tempos, a história registra que muitos poetas obrigaram-se a viver clandestinamente ou na solidão por conta de suas poesias ditas infames, impróprias ou mesmo como ato puro de rebeldia e afronta aos governantes, e assim acabaram por merecer o repúdio incondicional ao invés do reconhecimento. Consta que o imperador romano Augusto foi um dos grandes incentivadores e patrocinadores oficiais aos escritores e poetas do seu tempo. Para assessorá-lo, recorria ao rico Caio Mecenas, um de seus amigos mais velhos e íntimos, que exercia o papel de caçador de talentos. Mecenas trouxe para o círculo imperial homens brilhantes de vários níveis da sociedade romana. Os poetas Ovídio e Propércio eram cavaleiros. O historiador Tito Lívio vinha de uma família da Gália Cisalpina, o grande poeta Virgílio era filho de um pequeno agricultor e Horácio nascera de uma família de libertos e todos eles gozavam de boa reputação e segurança financeira. Para esses homens, o patrocínio do imperador significava status social e conforto, à custa de alguma liberdade intelectual. Augusto certamente gostava quando um de seus protegidos produzia um poema épico para maior glorificação de Roma. Virgílio estava trabalhando numa obra desse tipo quando morreu, em 19 a.c. O poeta deixara ordens para que queimassem o poema, caso não conseguisse completá-lo. O imperador discordou e o mundo ganhou Eneida. Os chineses presumiam que um cavalheiro seria capaz de se expressar em verso em qualquer ocasião. A composição poética fazia parte dos concursos para o serviço público no

9 governo Tang e todos os burocratas utilizavam suas habilidade poéticas na celebração de excursões imperiais, eventos auspiciosos ou na partida de autoridades. Tais ocasiões não encorajavam a originalidade : os chineses admiravam mais o equilíbrio e a capacidade técnica. Até os grandes poetas usavam o verso como outras culturas poderiam usar um diário para registrar as minúcias do dia-a-dia, bem como as epifanias de grande significado. Por muito tempo e ainda hoje a poesia carrega o estigma de ter sido associada ao prazer da bebida, da solidão, das doenças e do sofrimento geral em razão de que muitos poetas desafogavam toda sua mágoa e tristeza nos poemas, o que poder ser comprovado nas mais diferentes correntes e escolas poéticas surgidas a partir da Antigüidade, Idade Média e Contemporânea. Apesar da dificuldade do reconhecimento da profissão, encontramos muitos autores que se declararam verdadeiros poetas profissionais. Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, mesmo tendo ganhado a vida como funcionário público e jornalista, e alegando ter se dedicado à literatura por prazer, não hesitou em afirmar no prefácio de sua Antologia Poética (1962): hoje estou aposentado nas duas atividades que exerci a vida toda, mas posso considerar-me escritor profissional, pois a fonte do meu principal sustento resulta do fato de escrever e publicar livros, que o público tem recebido com simpatia. Contudo, amargando algumas derrotas na carreira literária que influíram profundamente no estilo de compor sua poesia, desabafa toda sua dificuldade em lidar com as palavras e talvez delas prover o seu sustento, facilmente identificado em parte do poema O Lutador. A maioria dos grandes poetas, embora movidos pela paixão da arte de escrever, sempre estiveram divididos, haja vista que a profissão de poeta nunca foi capaz de se manter como meio de sustento e alimentar a esperança de ninguém, ao contrário do que ocorreu nos primeiros tempos. Diferente do que poderia ser, nenhum poeta conseguiu manter-se financeiramente pela própria poesia. Ao exercício da arte de poetar, por necessidade desenfreada da sobrevivência, a grande maioria obrigou-se a associá-la a uma atividade paralela, incondicionalmente, o que não deixa de causar indignação e espanto, uma vez que a poesia sempre esteve presente na cultura de todos os povos e todos sempre fizeram questão de enaltecer seus poetas. À exceção dos primeiros e de alguns da atualidade, dificilmente encontramos algum registro de poetas que tenham enriquecido ou simplesmente vivido bem por simples exercício de sua poesia. Sófocles, Horácio, Píndaro, Shakespeare, Auden, João Cabral de Mello Neto, Manuel Bandeira ou mesmo Drummond, a despeito de toda a fama e herança cultural acumulada para o bem da humanidade, nunca puderam orgulhar-se da poesia como meio de sobrevivência. Aos poetas sempre estiveram ligados as demais profissões como embaixador, general, professor, escritor ou mesmo cantor, motivo pelo qual podemos insinuar que a poesia não serve como referência profissional.

10 Atualmente, poucos poetas se dizem felizes e contentes com o tímido reconhecimento do público, traduzido em números. O exemplo de Augusto dos Anjos no início do século e Mário Quintana falecido há pouco tempo não deixam dúvidas de quanto a poesia é ingrata, mesmo sendo objeto de estudo e avaliação em qualquer escola ou universidade de renome. Mário Quintana, poeta gaúcho, viveu os últimos dias de sua vida vivendo de favores alheios apesar de sua vasta produção poética. Orides Fontela, poetisa paulista reconhecida pelos críticos como uma das maiores da atualidade brasileira, sofre para pagar as despesas de aluguel e manutenção de um apartamento no centro de São Paulo. Auden na Inglaterra, Eliot e Emerson nos Estados Unidos, Trakl na Polônia, Petrarca na Itália, Maiakovski na Rússia, Baudelaire e Rimbaud na França, todos eles foram vítimas do mesmo mal e em razão de toda indiferença em vida, gozam hoje de reconhecimento, respeito e consideração da crítica literária, dos estudiosos conscientes que acabaram concluindo a importância da poesia no mundo antigo, medieval e contemporâneo. O objetivo principal desse tópico, ao fazer uma analogia e tentar associar a atividade do poeta à profissão, foi demonstrar a contradição que existe no fato do público louvar a poesia em todos os tempos e ao mesmo tempo não possuir o discernimento e a crítica necessária para reverter toda injustiça que os poetas conseguem, na maioria dos casos, postumamente. Assim sucedeu com Augusto dos Anjos, Gregório de Matos Guerra, Shakespeare, Cecília Meireles e Mário Quintana, e os textos consultados não indicam que haja tendência de reversão, para tristeza dos amantes da boa poesia. Tudo leva a acreditar que a poesia não reconhecida como profissão é uma grande injustiça, difícil de ser corrigida, embora seja obrigação de todos reconhecê-la como arte pura e legítima, confiada somente aos iluminados que ousaram cultivá-la por gosto, paixão e até por necessidade de expor tudo aquilo que os mortais comuns não conseguem. Talvez seja da natureza do poeta produzir palavras difíceis e dificultar o entendimento, guardar para si mesmo aquilo que apenas ele entende num primeiro piscar de olhos, razão pela qual sua obra seja motivo de estudo e não de riquezas materiais. Emerson, em Ensaios sobre o intelecto (1994 : 228), resume o trabalho do poeta e sua perfeita relação com a natureza : O intelecto precisa ter a mesma perfeição naquilo que apreende e naquilo que produz. Por essa razão, um índice de mercúrio da eficiência intelectual é a percepção da identidade. Falamos com pessoas cultivadas que parecem ser estranhos na natureza. O poeta, cujos versos devem ser esféricos e completos, é alguém que não pode ser enganado pela natureza, não importa qual a máscara de estranheza que ela possa vestir... Hermes, Heráclito, Empédocles, Platão, Plotino, Olimpiodoro e o resto têm algo de tão vasto em sua lógica, tão primário em seu pensamento, que parece anteceder a todas as distinções ordinárias da retórica e da literatura, e ser ao mesmo tempo poesia, música, dança, astronomia e matemática.

11 2.3 Relações Entre Memória e História A discussão sobre a relação entre História e memória é um dos grandes debates teóricos que atravessa várias gerações de historiadores, pois envolve os objetivos e fundamentos do trabalho histórico. Atualmente, a maioria dos autores concorda que a memória não pode ser vista simplesmente como um processo parcial e limitado de lembrar fatos passados, de importância secundária para as ciências humanas. Trata-se da construção de referenciais sobre o passado e o presente de diferentes grupos sociais, ancorados nas tradições e intimamente associados a mudanças culturais. Há também um consenso de que a história não tem mais a pretensão de estabelecer os fatos como realmente aconteceram. No entanto, persistem uma série de diferenças com relação a como considerar a memória para a construção de uma interpretação histórica. Mesmo sem haver uma resposta definitiva, uma maneira de entender a problemática é retomar o desenvolvimento do estudo da História e como foi sendo considerada a utilização de fontes tidas como registros memorialistas, como as fontes orais, ao longo do tempo. A frase do grego Heródoto, autor daquele que é considerado o primeiro trabalho histórico da civilização ocidental, demonstra que a utilização de fontes orais como meio para se escrever História não é fenômeno recente. Falar do estudo da História é falar da origem prática da memória, do testemunho, da pergunta e da resposta, que é muito antiga e que se estende até os dias atuais. A recorrência a relatos orais para a compreensão da História foi historicamente utilizada por vários autores e de diferentes maneiras: no século XVI, temos Bernardino de Sahagún, que quis entender os povos conquistados pelos espanhóis e os entrevistou. Outro estudo que teve caráter semelhante foi o de Michelet, que fez uma pesquisa para saber a opinião que os franceses tinham sobre a sua própria revolução, no século XVIII. A utilização de relatos orais, no entanto, foi colocada em suspeição a partir do século XVIII, quando a História ganha o status de ciência e os mesmos passam a não mais ser considerados como fontes seguras para o historiador. Segundo Márcia Mansor D'Alessio, da PUC-SP, isso tem uma relação com o ideário ilumunista de fins do século XVIII, que proclama o império da razão e dissemina a crença cientificista. Para este ideário, a ciência é a única forma de conhecimento e, como tal, produz verdades únicas, absolutas e objetivas, diz a historiadora. As memórias, construídas a partir de subjetividades, não eram mais vistas como confiáveis para a produção do conhecimento científico. A historiadora Marieta de Moraes Ferreira, da UFRJ, acrescenta que esse processo continuou no século XIX, quando ocorre a institucionalização da História como disciplina universitária e uma profissionalização dos historiadores. Nesse momento, os historiadores passam a adotar um conjunto de procedimentos para se diferenciar daqueles então denominados amadores, que eram cronistas, políticos, literatos ou, como no caso da França, indivíduos ligados à Igreja Católica. A pesquisadora também esclarece que isso

12 significou a fixação sobre o que deveria ou não ser usado como fonte. Um estudo isento só poderia ser elaborado quando o historiador se distanciasse do seu objeto de pesquisa, abrindo mão de relatos parciais e cronologicamente próximos de eventos históricos. Essa História metódica e factual, centrada no estudo de "grandes eventos históricos" e "grandes personalidades", foi muito forte até a primeira metade do século XX. Seu questionamento tem como um grande referencial o surgimento da corrente historiográfica francesa dos Annales, na década de Historiadores como Marc Bloch e Lucien Febvre propuseram a diversificação de temas, mais voltados para as "pessoas comuns" e relativizaram a importância de "marcos políticos" para a escrita da História. Esse foi o primeiro passo que culminou com a diversificação do uso de fontes, englobando também a iconografia, a literatura e trabalhos artísticos. Outro questionamento importante foi em relação à noção de temporalidade da historiografia tradicional, que encerrava os fatos num espaço de tempo meramente cronológico. Inspirados em outras ciências sociais, os integrantes da escola dos Annales começaram a pensar em tempos longos da observação do real. Os conceitos de estrutura social, de Karl Marx, ou de quadros, de Halbwachs, são palavras e noções que entram para o vocabulário dos historiadores. Em outras palavras, eventos históricos deixaram de ser vistos apenas como situados em uma linha do tempo para serem problematizados em função de um contexto mais amplo de rupturas, transformações sociais e mudanças culturais. Uma vez acontecido esse rompimento, a memória pôde entrar mais facilmente no rol de preocupações dos historiadores, já que lembranças habitam, por excelência, longas durações, ou seja, estão ligadas a processos históricos mais amplos. Porém, esse processo de reflexão não implicou em uma retomada automática do trabalho com fontes orais. Isso porque é possível trabalhar com a memória a partir de monumentos, literatura e outros documentos. Muitos historiadores dos Annales, embora se propusessem a trabalhar com a História dos homens comuns, ainda viam com muita desconfiança o trabalho com testemunhos. E durante muito tempo continuou-se aceitando a idéia de que as fontes escritas possuíam uma maior objetividade que as fontes orais, o que só foi quebrado na década de 1980 e 1990, juntamente com a discussão sobre como utilizar os relatos e testemunhos para o trabalho histórico. Tal avanço foi resultado de um processo de embates teóricos iniciados na década de 1950, curiosamente motivados por uma inovação tecnológica. Neste período, foi inventado o gravador, que tornou possível armazenar, reproduzir e conservar um depoimento. A partir daí é que o termo "história oral" começa a ganhar notoriedade. No entanto, de lá para cá houve o estabelecimento de uma série de controvérsias com relação ao uso de fontes orais. Há um grupo de pesquisadores que entende que a história oral é uma disciplina, que consiste em realizar entrevistas e publicá-las, como se aquilo fosse o resultado final do trabalho histórico. Nesse caso, temos apenas um registro parcial da memória. Para outros, a história oral é uma metodologia, tratando-se de um conjunto de procedimentos usados para produzir depoimentos, que têm qualidades distintas de outras fontes orais como um programa de rádio ou uma entrevista para a televisão. Dessa forma, o trabalho histórico

13 pressupõe um conjunto de procedimentos que visa uma análise e um confronto de fontes e não apenas a publicação de uma entrevista. Muitos historiadores concordam com relação ao rigor que deve ser observado na realização de uma entrevista. Não se deve tomar a palavra de quem está respondendo como o texto da própria História. Isso porque os depoimentos envolvem esquecimentos, distorções e omissões que demandam uma pesquisa e uma interpretação para serem compreendidos e contribuírem para o trabalho histórico. Daí a necessidade das entrevistas serem complementadas pelas pesquisas com outras fontes. Nesse sentido, também é possível afirmar que a história oral faz parte de um processo maior de alargamento da possibilidade do uso de fontes para a escrita da história e de trazer para os historiadores instrumentos para lidar com a subjetividade, que está nos depoimentos, mas também nas fontes escritas. Mas seria possível afirmar que a memória de um ou mais grupos sociais, que inclui tradições, culturas, hábitos, políticas etc., passíveis de serem expressos em depoimentos, pode ser simplesmente tachada como "fonte"? Qual a separação entre memória e História? Para alguns historiadores, embora sejam distintas, o fato da memória ser denominada fonte" é fruto das mudanças historiográficas que ocorrem constantemente. Outros realçam a distinção entre ambas, enfatizando a História como um campo profissional institucional que tem princípios e formas de funcionamento, gerando um conhecimento produzido a partir de uma reflexão, de um conjunto de procedimentos e regras. No entanto, esta distinção não faz com que exista uma oposição ou um conflito entre memória e história. A memória coloca uma série de desafios sobre como deve se fazer a história, assim como a história também pode contribuir com a memória. Em regiões de conflitos étnicos, onde a memória coletiva é muito agressiva e associada a guerras, a história pode produzir uma reflexão mais crítica e mais comprometida com a objetividade. Para De Decca (1992, p ), onde cita Nora, para quem memória história se opõem constantemente: A memória é a vida, sempre guardada pelos grupos vivos e em seu nome, ela está em evoluções permanente, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a todas utilizações e manipulações, suscetível de longas latências e de súbitas revitalizações. A história é reconstrução sempre problemática e incompleta daquilo que já não é mais. A memória é um fenômeno sempre atual, uma ligação do vivido com o eterno presente; a história é uma representação do passado. Porque ela é afetiva e mágica, a memória se acomoda apenas nos detalhes que a conformam; ela se nutre de lembranças vagas, telescópicas, globais ou flutuantes, particulares ou simbólicas, sensível a toda transferência, censura ou projeção. A história, porque operação intelectual e laicizante, exige a análise e o discurso crítico. A memória se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem e no objeto.

14 A história não se liga a não ser em continuidades temporais, nas evoluções e relações de coisas. A memória é um absoluto, a história não conhece mais do que é relativo. Se a memória é uma das mais antigas noções da cultura, a idéia de uma memória social, capaz, até, de pôr à prova a memória individual, é coisa recente. Foi Maurice Halbwachs que, em 1925, inventa a expressão tornada célebre: memória coletiva. Ele busca, inicialmente, demonstrar que o social está inscrito na memória individual, assim como a memória está inscrita no coração mesmo da sociedade. Para ele, a memória mais individual é social, pois seus quadros são feitos de noções que refletem uma significação social e a visão de mundo de um grupo. O fio condutor que percorre seu livro é que a lembrança é uma reconstrução do passado a partir da representação que um grupo possui de seus interesses atuais. Halbwachs insiste, como aliás, o faz em chave literária Pedro Nava, na importância da memória familiar, memória fecunda e cuja história é feita de trocas e intercâmbios com outras famílias. Explica o autor que, mesmo se o conjunto de lembranças difere de uma família a outra, as relações entre grupos familiares são formalizadas em uma norma coletiva, uma imagem ideal de si: o espírito de família. A especificidade da memória familiar reside na acumulação simultânea de uma memória interna, feita das relações entre a família, e da memória externa, feita pelo contato com outros grupos. Nessa obra, o autor mostra que não há conflito entre a pluralidade de memórias, lembrando ainda o papel de outras memórias coletivas como a religiosa ou a de classe. Halbwachs constata, contudo, a existência de uma crise da memória diante das várias memórias coletivas da modernidade, destacando que, mais do que ontem, hoje os grupos sociais nascem, crescem e morrem em tempo muito curto para que sua própria história lhes sirva de lição e de ética. Por outro lado, ele apela à pesquisa e à construção de um lugar de memória capaz de atravessar toda a sociedade, lugar onde se possa avaliar e unificar a pluralidade das memórias coletivas. Tais lugares de memória, onde se cruzam as memórias pessoais, familiares e outras, podem ser, como demonstrou Pierre Nora, lugares materiais ou não materiais, onde se encarnam e cristalizam as memórias de uma nação: uma bandeira, um monumento, uma igreja, uma imagem, um sabor; reconstrói-se, por essas memórias, a representação que um povo faz de si mesmo. Todos os países vivem sob o reino da memória. Para os historiadores, contudo, não se trata apenas de constatar quais são os lugares desta memória, mas de encontrar, também, o modelo sobre o qual tal memória é construída. Tal como a história, a memória coletiva é, em cada momento, heterogênea, composta de vários estratos cuja sucessão traduz sua trajetória histórica intrínseca. E tal como a história, ela viveu, ao longo dos últimos séculos, transformações que a tornam muito diferente do que ela já foi. Seus extratos mais antigos já foram recobertos, marginalizados, por vezes, mesmo apagados pelas memórias trazidas pelas revoluções e outros eventos políticos, pela passagem da agricultura à indústria e aos serviços, pela passagem da indústria pesada à eletrônica, pela migração campo/cidade, pela escolarização, pelas relações entre sexos e gerações, etc.

15 Por outro lado, a memória coletiva tornou-se objeto de preocupação dos Estados que fizeram dela um instrumento nas escolas, nas cerimônias, nos museus e mesmo nos nomes de ruas. A nacionalização da memória coletiva e a sua transmissão pelo Estado são fatos importantes de nossa história. Nos últimos cinqüenta anos, uma revolução das mídias, possível graças à revolução científica dos séculos XVII e XVIII, multiplicou instrumentos de observação e medida. A fotografia, a fonografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo criaram conjuntamente uma nova memória coletiva, objetivada sob a forma de imagens, discos, filmes, fitas magnéticas, cassetes acessíveis a um público crescente. Essa revolução dos meios de comunicação permite reavivar o passado, revendo cenas, ouvindo sons, conferindo ao passado uma dimensão sensível. É um novo tipo de memória que se sobrepõem à memória escrita, assim como essa se sobrepôs à memória oral. Enquanto a história, em algumas de suas manifestações, se afasta deliberadamente da memória coletiva, muitas vezes até se opondo a esta, por seu lado, a memória coletiva não pode prescindir da história. Ora, entre história e memória coletiva não há limites muito claros. A heterogeneidade da história resulta do fato de que ela é constituída em parte pela memória coletiva, em parte pelo conhecimento mediato, resultando em duas maneiras de estabelecer laços com o passado, embora sejam estes laços de diferente natureza. 2.4 História de Vida Após a sua introdução em 1920 pela Escola de Chicago, sendo desenvolvida por Znaniescki na Polônia, a História de Vida foi preterida, segundo CHIZZOTTI (1995) pela abordagem quantitativa. A partir dos anos 60, os estudiosos da História de Vida procuram formular o seu estatuto epistemológico, estabelecendo as estratégias de análise do vivido para constituir-se em método de coleta de dados do homem concreto. Assim, para CHIZZOTTI (1995, p ) a História de Vida: é um instrumento de pesquisa que valoriza a obtenção de informações contidas na vida de uma ou de várias pessoas e pode ter forma literária tradicional como memórias, crônicas ou relatos de homens ilustres que, por si mesmos ou por encomenda própria ou de terceiros, relatam os feitos vividos pela pessoa. As formas novas valorizam a oralidade, as vidas ocultas, o testemunho vivo das épocas ou períodos históricos. (...) Podem ter forma autobiográfica, onde o autor relata suas percepções pessoais, os sentimentos íntimos que marcaram a sua experiência ou os acontecimentos vividos no contexto de sua trajetória de vida. Pode ser um discurso livre de percepções subjetivas ou recorrer a fontes documentais para fundamentar as afirmações e relatos pessoais. Destaca ainda CHIZZOTTI (1995) outra forma de relatos de vida, como a psicobiográfica, onde o autor se situa no interior de uma trama de acontecimentos aos quais atribui uma significação pessoal e diante dos quais assume uma posição particular.

16 HAGUETTE (1987) afirma que a História de Vida pode ser enfocada a partir de duas perspectivas, que estão intimamente relacionadas: a primeira, a mais usual, trata-a como um documento; a segunda, considera-a como técnica de captação de dados. Para esta autora, o uso da técnica da História Oral na produção de documentos históricos é bastante recente, ressaltando que, ao contrário de outros instrumentos de obtenção de dados utilizados nas ciências humanas, como a observação participante, a História de Vida e a entrevista, a História Oral apresenta maior complexidade para se definir com clareza e precisão, o que faz esta autora considerar que é mais fácil descrevê-la do que definí-la: Em termos gerais, poder-se-ia dizer que tudo o que é "oral", gravado e preservado pode ser considerado História Oral. Neste sentido, os discursos, as conversas telefônicas, as conferências ou qualquer outro tipo de comunicação humana que pode ser gravada, transcrita e preservada como fonte primária para uso da comunidade científica estaria dentro do rótulo da História Oral. (...) Enfim, a utilização da História Oral como técnica de coleta de dados é muito ampla. (HAGUETTE, 1987, p.80) Desta forma, HAGUETTE (1987), considera a História Oral como uma técnica de coleta de dados que se baseia no depoimento oral, gravado, obtido por meio de interação entre o pesquisador e o sujeito entrevistado. É preciso considerar que a História Oral se preocupa com o que é relevante e significativo para se compreender a dinâmica social e não com a acumulação anárquica de supostas peças de evidência que não acrescenta nada aos dados já existentes. A utilização da História Oral como forma de obter as informações do sujeito é bastante ampla, mas se deve considerar que a História Oral está voltada com o que é importante para compreender aspectos sociais e não acumular evidências fragmentadas que não contribuem aos dados já existentes. Podemos sintetizar alguns pontos fundamentais da História Oral na visão de HAGUETTE (1987, p.83): a) HO é uma técnica de coleta de dados baseada no depoimento oral, gravado, obtido através da interação entre o especialista e o entrevistado, ator social ou testemunha de acontecimentos relevantes para a compreensão da sociedade; b) a HO tem por finalidade o preenchimento de lacunas existentes nos documentos escritos, e assim, prestar serviços à comunidade científica através da socialização de seu produto; c) a HO é interdisciplinar, interessando à História, à Sociologia, à Antropologia, à ciência política e mesmo ao jornalismo; d) embora caracterizada como uma técnica, ela não prescinde da teoria que informa o objeto a ser reconstituído; e) como instrumento de captação de dados ela sofre de algumas limitações comuns a outros instrumentos de coleta. Para Alberti (1989, p.1-2) a História Oral é um método de pesquisa (histórica, antropológica, sociológica, etc) que:

17 privilegia a realização de entrevistas com pessoas que participam de, ou testemunharam acontecimentos, conjunturas, visões de mundo, como forma de se aproximar do objeto de estudo. Como conseqüência, o método da história produz fontes de consulta (as entrevistas) para outros estudos, podendo ser reunidas em um acervo aberto a pesquisadores. Para esta autora, as entrevistas gravadas e transcritas constituem-se em um documento de uma versão do passado, mas "... não mais o passado tal como efetivamente ocorreu, e sim a versão do entrevistado" (1989, p.2). A história de vida é importante como memória coletiva do passado, consciência crítica do presente e premissa da ação futura. Sem memória coletiva não há projetos nem sujeitos da história. Reconstruir a memória coletiva do grupo primário é reconstruir a sua capacidade de agir, de reviver. MEIHY (1996, p.35) afirma que a história de vida é muito mais subjetiva que objetiva. Na história de vida, relatam-se experiências vivenciadas por um sujeito individual, ou seja, determinados fatos, instantes e momentos que, para ele, são cruciais e constitutivos de uma experiência vivida, de um sentimento de duração, entendida aqui como o fluxo de emoções, sentimentos concomitantes a determinadas idéias dos quais um indivíduo pode se lembrar e atualizá-los novamente em si mesmo, depois de tê-lo vivido no tecido das relações sociais. A história de vida permite dar de volta a palavra a quem, durante muitos anos, não tinha ou tinha poucos canais de comunicação para expressar sua própria experiência humana. Através dela, procura-se um novo ponto de enraizamento social, na experiência histórica dos humildes e excluídos. Outro aspecto fundamental da história de vida é ser ela uma técnica cuja aplicação demanda longo tempo. Não é apenas uma ou duas entrevistas que se esgota no que um informante pode contar de si mesmo. Toda história de vida encerra um conjunto de depoimentos, mas devemos ressaltar que a diferença existente entre história de vida e documento está na forma específica de agir do pesquisador ao utilizar uma destas técnicas. Em relação aos critérios de história de vida, como destaca MEIHY (1996, p.39) deve-se ter claro que não são apenas os velhos que detém o monopólio do contar. Atualmente há importantes trabalhos sobre narrativas de crianças, adolescentes e jovens. 2.5 História Oral Temática Conforme MEIHY (1996, p.41) a História Oral temática quase sempre se equivale ao uso da documentação oral da mesma maneira que das fontes escritas. Valendo-se do produto da entrevista como mais um outro documento, compatível com a necessidade de

18 busca de esclarecimentos, o grau de atuação do entrevistador como condutor dos trabalhos fica muito mais explícito. Dado seu caráter específico, alerta MEIHY (1996, p.41) que a História Oral temática tem características bem diferentes da História Oral de vida. Detalhes da história pessoal do narrador apenas interessam na medida em que se revelam aspectos úteis à informação temática central. A História Oral temática admite a utilização de questionários e este tornase peça fundamental para a aquisição dos detalhes procurados. 2.6 Entrevistas Segundo HAGUETTE (1987, p.75) a entrevista pode ser definida como um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado. A entrevista é muito mais que só voz. Ela é gesto, ela é movimento, ela é observação de comportamentos e ela é também silêncio. Em síntese, a entrevista é um momento da história se fazendo. A utilização da História Oral pressupõe a existência de um programa de reconstituição histórica sobre algum tema específico. Destaca HAGUETTE (1987, p.82) que assim como a História Oral e a história de vida, a entrevista não pode ser vista em termos de suas peças individuais, ou seja, da informação de um único depoente, mas em termos do conjunto de depoimentos que informam o todo de um determinado projeto de pesquisa. Para THOMPSON (1992, p.254) entrevistar exige habilidade, destacando, no entanto, que há diferentes tipos de entrevistas, que vão desde a que se faz sob a forma de conversa amigável e informal até o sentido mais formal e controlado de perguntar, e o bom entrevistador acaba por desenvolver uma variedade do método que, para ele, produz os melhores resultados e se harmoniza com sua personalidade. Segundo MEIHY (1996, p.55) ainda que muitas pessoas confundam o ato da entrevista com a História Oral, ela deve ser vista como uma das etapas do projeto de História Oral. Para este autor a entrevista possui três etapas: a pré-entrevista, a entrevista e a pós-entrevista. MEIHY (1996, p.56) aponta vantagens e desvantagens com a realização de entrevistas em profundidade: De qualquer maneira, deve ficar claro que o narrador, de um dia para o outro, pode elaborar suas versões e assim perder a naturalidade, construindo versões distanciadas das primeiras. Da mesma forma é comum ocorrer situações em que na segunda entrevista o narrador queira mudar aspectos dados no encontro anterior.

19 3 REFERÊNCIAS BURKE, Peter. A Escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: UNESP, CAMPOS, Geir. Pequeno Dicionário da Arte Poética. 4.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, D ALÉSSIO, Márcia Mansor. Memória: leituras de M. Halbwachs e P. Nora, In: Revista Brasileira de História. São Paulo: Marco Zero/ANPUH, vol. 13, n. 25/26, pp , set. 1992/ago DE DECCA, Edgar Salvadori. :Memória e cidadania. In: SÃO PAULO (cidade). Secretaria Municipal de Cultura. Departamento do Patrimônio Histórico. O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: p HAGUETTE, T. M. F. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: UNICAMP, MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo : Loyola, NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares, In: Projeto História. São Paulo: PUC, n. 10, pp , dezembro de QUEIRÓZ, Maria Isaura Pereira de. Relatos Orais: do "indizível ao dizível". In: SIMSON, Olga de Moraes. Experimentos com histórias de vida. São Paulo: Vértice, THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. São Paulo: Paz e Terra, WANKE, Eno Teodoro. Como Fazer Trovas e Versos. 2.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.

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