Claudia Cappelli Aló. Uma Abordagem para Transparência em Processos Organizacionais Utilizando Aspectos. Tese de Doutorado

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1 Claudia Cappelli Aló Uma Abordagem para Transparência em Processos Organizacionais Utilizando Aspectos Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Informática do Departamento de Informática da PUC-Rio como parte dos requisitos parciais para obtenção do título de Doutor em Ciências - Informática. Orientador: Julio Cesar Sampaio do Prado Leite Rio de Janeiro Agosto de 2009

2 Claudia Cappelli Aló Uma Abordagem para Transparência em Processos Organizacionais Utilizando Aspectos Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Informática do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Julio Cesar Sampaio do Prado Leite Orientador Departamento de Informática PUC-Rio Prof. Rubens Nascimento Melo Departamento de Informática PUC-Rio Prof. Luis Carlos de Sá Carvalho Departamento de Administração PUC-Rio Profa. Vera Maria Benjamim Werneck Departamento de Informática - UERJ Profa. Thais Vasconcelos Batista Departamento de Informática - UFRN Prof. José Eugenio Leal Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2009.

3 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade. Claudia Cappelli Aló Graduou-se em Informática na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em Obteve o título de Mestre em Informática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ) em É pesquisadora associada no Núcleo de Pesquisa e Prática de Tecnologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Integrou o quadro de pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Software (LES) da PUC-Rio, atuando na área de Engenharia de Requisitos. Ficha Catalográfica Aló, Claudia Cappelli Uma abordagem para transparência em processos organizacionais utilizando aspectos / Claudia Cappelli Aló; orientador: Julio Cesar Sampaio do Prado Leite f. : il.; 30 cm Tese (Doutorado em Informática) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Inclui bibliografia 1. Informática Teses. 2. Transparência. 3. Transparência Organizacional. 4. Modelagem de Processos Orientada a Aspectos. 5. Aspectos de Transparência. 6. Transparência em Processos Organizacionais. Leite, Julio Cesar Sampaio do Prado. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Informática. III. Título. CDD: 004

4 Ao meu filho Ugo, minha mãe Maria e meu pai Antonio (em memória), por todo amor, ajuda e incentivo.

5 Agradecimentos Florianópolis, 30/12/2004. Viagem de férias. Passagem de ano. Ligo para casa para saber como estão as coisas e para falar com minha mãe Maria, companheira e amiga de todas as horas. Recebo a notícia de que chegou uma correspondência da PUC-Rio. Peço que ela abra e que me diga o que está escrito. Fico nervosa. Afinal, estava esperando a resposta do processo de seleção para o Doutorado. Ela lê e me diz que fui aprovada. Estava no quarto do hotel. Olhei pela janela e vi um pôr do sol lindo. Agradeci a Deus que sempre guiou meus caminhos colocando neles oportunidades como esta. Chorei. Queria abraçar todo mundo. Compartilhar com todos a minha felicidade. Ao meu lado no quarto estava Agostinho, meu companheiro que certamente viria a me ajudar muito nesta nova jornada com sua compreensão e apoio. Abracei-o ainda chorando um pouco e contei o que havia acontecido. Ele ficou feliz. Logo depois, olhando pela sacada, avistei meu filho Ugo voltando da praia. Saí do quarto, desci as escadas. Queria abraçá-lo e contar a novidade. Ele, quando soube, me deu todo apoio e disse que poderia contar com ele em todas as horas. Eu certamente iria precisar. E durante todo o meu percurso foi o que aconteceu. Mas ainda precisava falar com mais uma pessoa. Renata, minha querida amiga e companheira que me incentivou muito a enfrentar este novo desafio na minha vida. Liguei. Ela atendeu. Contei a novidade e senti que ela ficou muito feliz. Certamente dali para frente nós estaríamos ainda mais próximas. Veio o dia seguinte. Ano Novo. E naquele ano realmente vida nova. Afinal só se inicia um Doutorado uma vez. Voltei ao Rio e não via a hora de fazer a matrícula e começar o curso.

6 Finalmente o dia chegou. Novo curso, novos professores, novos amigos. Viterbo, Marcia, Luciana e Tanara, pessoas maravilhosas com quem pude conviver ao longo do curso e com quem, apesar de áreas e orientadores diferentes, criei uma grande amizade. Mas nem tudo são flores. Matérias difíceis, porém obrigatórias, tinham que ser cumpridas. O primeiro ano, um desafio conseguir permanecer no curso. Nestas horas a ajuda das amigas Flávia, Fernanda, Renata, Andrea, Vanessa, Hadeliane foi vital. Minhas queridas amigas que durante toda a jornada do curso me ajudaram muito, pois estávamos todas envolvidas em projetos de trabalho e eu precisaria me ausentar muitas vezes. A elas o meu muito obrigada. Sem elas certamente não teria sido possível. Mas isso era só o começo. Afinal ainda tinha alguns anos pela frente. Nos dois primeiros anos ainda trabalhei fortemente nos projetos em que eu estava envolvida. Estes me eram muito enriquecedores, pois me davam experiência e material que certamente seriam úteis no trabalho do Doutorado. Nestes também tive a oportunidade de contato com diversas pessoas em universidades distintas, uma delas a Profa. Thais Batista, que conheci em um destes projetos e hoje também está presente em minha banca. A ela o meu muito obrigada pelo incentivo e apoio. A partir do segundo ano passei a ter contato mais direto com meu orientador, pessoa que aprendi a admirar por seu conhecimento e novas ideias e que sempre apoiou as minhas escolhas, Prof. Julio Leite. Foi ele que me mostrou o caminho a ser seguido e, juntos, escolhemos o tema do meu trabalho. Durante o segundo ano continuei cursando algumas matérias, porém já me aprofundava no tema escolhido. Tive a oportunidade de estudar em outros Departamentos da Universidade e conheci outros professores, entre eles o Prof. Sá Carvalho, com quem discuti muito sobre organizações e processos e que hoje está presente na minha banca. Agradeço a ele pelos ensinamentos. Neste ano também foi reativado o Grupo de Engenharia de Requisitos. Nele conheci pessoas muito interessantes como Pádua, Eduardo, Filipe, Herbet e Elizabeth, que me ajudaram e com quem discuti muitas vezes sobre o tema escolhido. Agradeço a todos pela colaboração. Além deles a Profa. Vera Werneck, que faz parte do grupo e que hoje está presente na minha banca, também merece meu agradecimento. O trabalho começou a tomar corpo. Tivemos as primeiras publicações. Estava tudo indo bem e eu estava radiante. Acreditava no tema escolhido, na importância de meu estudo para a comunidade acadêmica e na sua aplicação no contexto das

7 organizações. Precisava me dedicar mais ao Doutorado, mas neste período, meu pai, Antonio, adoeceu. Foi difícil, pois sabia que era uma doença terminal. Queria ficar com ele o máximo de tempo possível, mas isso me faria muitas vezes relegar o estudo ao segundo plano. O tempo passou muito rápido. O final do terceiro ano chegou e meu pai se foi. Sinto muito sua falta, mas tenho certeza de que está feliz por saber que consegui chegar ao fim deste trabalho. Ele sempre me apoiou muito. Finalmente o quarto ano. Precisava correr, pois os prazos finais começavam a dar sinais. Pesquisa para terminar, estudos de caso para fazer, artigos para publicar, projetos para participar.faltava muito e o tempo era pouco. Esforcei-me. Aumentei muito minha dedicação. Trabalhei. Atrasei um pouquinho, mas finalmente, cheguei ao final do trabalho. Agora faltavam os preparativos para a defesa. Fechar o trabalho, revisar, escolher a banca. Nesta fase conheci o Prof. Rubens que hoje está fazendo parte da minha banca. A ele meus agradecimentos. Tudo pronto. Gostei muito do que fiz. Tenho planos para o futuro. Espero ter novas oportunidades. Mas por hora só tenho mesmo a agradecer a todos por tudo e esperar que tudo dê certo. Agradecimento especial ao CNPq pela bolsa concedida para apoio ao desenvolvimento deste trabalho.

8 Resumo Aló, Claudia Cappelli; Leite, Julio Cesar Sampaio do Prado. Uma Abordagem para Transparência em Processos Organizacionais Utilizando Aspectos. Rio de Janeiro, p. Tese de Doutorado Departamento de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Transparência tem sido por tempos um anseio das sociedades democráticas. O direito de ser informado e de ter acesso à informação tem sido um problema importante nas sociedades modernas. A demanda por verdades baseadas na transparência tem aumentado no contexto das transformações globais. A importância da abertura do fluxo de informações está criando uma sociedade aberta na qual o objetivo é o estabelecimento de uma sociedade democrática com cidadãos engajados capazes de entender e acessar as informações disponíveis (Holzner, 2006). Entretanto, não é suficiente para uma organização desejar ser transparente. As organizações precisam saber o que é transparência e como elas podem inserir este conceito no seu negócio. Esta tese define transparência e a forma de aplicá-la aos processos de negócio utilizando-os como meio de explicitar a transparência dentro de organizações. Para isso, propõe uma abordagem orientada a aspectos que permita introduzir características de transparência nos processos organizacionais através da construção de políticas e padrões, e da inserção de elementos nos modelos de processos organizacionais com uso de um catálogo de transparência. Para validar a proposta da definição de transparência, foi conduzida uma análise de processos organizacionais através de dois levantamentos utilizando questionários. Para a validação da abordagem proposta, foi realizado um estudo de caso a partir de processos de negócio de uma organização real. Este estudo de caso permitiu a obtenção de alguns resultados preliminares sobre a aplicabilidade e viabilidade do uso desta abordagem. Palavras-chave Transparência, Transparência Organizacional, Modelagem de Processos Orientada a Aspectos, Aspectos de Transparência, Transparência em Processos Organizacionais.

9 Abstract Aló, Claudia Cappelli; Leite, Julio Cesar Sampaio do Prado (Advisor). An approach for Business Processes Transparency Using Aspects. Rio de Janeiro, p. Doctoral Thesis Departamento de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Transparency has been a desire of democratic societies for a long time. The right to be informed and have access to information has been a major problem in modern societies. The demand for truth based on transparency has increased in the context of global change. The importance of openness in the flow of information is creating an open society in which the very idea is to establish a democratic society with engaged citizens able to understand and use the information that is accessible to them (Holzner, 2006). However, it is not sufficient for an organization to wish to be transparent. Organizations need to know what transparency is and how they can apply this concept to their business. This thesis defines transparency and a way of using it in business processes, using these processes as a means of making explicit the transparency within organizations. An aspect oriented approach is proposed in order to allow the introduction of transparency characteristics into business processes. Policies and standards are proposed as well as a technique for inserting new elements into the business processes using a transparency catalog. In order to validate the proposed definition of transparency, an analysis of organizational processes, using two surveys, was performed. A case study, using the business processes from of a real organization, was performed to validate the proposed approach. This case study produced some preliminary results on the applicability and feasibility of using this approach. Keywords Transparency, Organizational Transparency, Aspect Oriented Business Process Model, Transparency Aspects, Business Process Transparency.

10 Sumário 1. Introdução Motivação Caracterização do Problema Enfoque da Solução Organização da Tese Transparência Características Gerais de Transparência Organização das características Graus de Transparência O levantamento realizado A versão final do SIG Transparência Organizacional Trabalhos Relacionados - Transparência no contexto das organizações Definição de Transparência Organizacional O Catálogo de Transparência Classificando as operacionalizações Aplicação das operacionalizações a processos na web Análise das contribuições Uso do PCT Inserção de práticas de transparência em processos organizacionais Transparência - Uma Característica Transversal O Paradigma de Aspectos Trabalhos Relacionados Processos Organizacionais Orientados a Aspectos Aplicando o modelo apresentado para a inserção de características de transparência em modelos de processos organizacionais Estudo de Caso Objetivos Etapas do Estudo de Caso Formulação do Problema Definição da Unidade-Caso Determinação do número de casos Elaboração do Protocolo 126

11 5.7 Operacionalização das características de transparência nos modelos de processo (unidades-caso) Respostas às questões elaboradas Conclusão Contextualização Resumo Trabalhos relacionados em transparência Estudos relacionados para a sistematização da definição de transparência Trabalhos relacionados em aspectos A avaliação da definição de transparência através de levantamentos O Estudo de Caso aplicação da abordagem de modelagem de processos orientada a aspectos Contribuições Limitações Trabalhos Futuros Referências 168 Apêndice A Levantamento Baseado em Revisão Sistemática 179 Apêndice B Revisão do SIG de transparência junto ao Grupo de Engenharia de Requisitos da PUC 189 Apêndice C Levantamento para validação do SIG e dos Graus de Transparência 193 Apêndice D Questionário para verificação da Transparência de Processos Organizacionais através de sites da Web 204 Apêndice E Questionário para verificação da Transparência em Processos Organizacionais 258 Apêndice F Símbolos do Léxico relacionados à transparência organizacional 303 Anexo I Modelos de Processos utilizados no Estudo de Caso 304

12 Lista de Figuras Figura Identificação de interdependências implícitas de softgoals (Chung, 2000) 26 Figura O SIG de transparência Versão 1 (Cappelli, 2007) 28 Figura 2.3 O SIG de transparência Versão 2 30 Figura Degraus da Transparência (Cappelli, 2008; Leite, 2008) 31 Figura 2.5 O SIG de transparência Versão 3 (Cappelli, 2008) 34 Figura O SIG de Transparência Versão Final 36 Figura 3.1 Notícias de transparência coletadas na web entre 12/05 e 23/05/ Figura Transparência Organizacional 49 Figura Acessibilidade 50 Figura 3.4 Acurácia 50 Figura 3.5 Adaptabilidade 51 Figura 3.6 Amigabilidade 51 Figura 3.7 Atualidade 52 Figura 3.8 Auditabilidade 52 Figura 3.9 Clareza 53 Figura 3.10 Comparabilidade 53 Figura 3.11 Completeza 54 Figura 3.12 Composição 54 Figura 3.13 Concisão 55 Figura 3.14 Consistência 55 Figura 3.15 Controle 56 Figura 3.16 Corretude 56 Figura 3.17 Dependência 57 Figura 3.18 Desempenho 57 Figura 3.19 Detalhamento 58 Figura 3.20 Disponibilidade 58 Figura 3.21 Divisibilidade 59 Figura 3.22 Entendimento 59 Figura 3.23 Explicação 60 Figura 3.24 Informativo 61 Figura 3.25 Integridade 61 Figura 3.26 Intuitividade 62 Figura 3.27 Operabilidade 62 Figura 3.28 Portabilidade 63 Figura 3.29 Publicidade 63 Figura 3.30 Rastreabilidade 64 Figura 3.31 Simplicidade 65 Figura 3.32 Uniformidade 65 Figura 3.33 Usabilidade 66 Figura 3.34 Validade 66 Figura 3.35 Verificabilidade 67 Figura 3.36 SIG de Transparência com contribuições em rede entre características 75 Figura Fórmulas para comparar os construtos 77 Figura SIG de Transparência (Final) com contribuições entre critérios 84 Figura 3.39 Léxico do relacionamento entre uniformidade e clareza 84

13 Figura 3.40 Léxico do relacionamento entre simplicidade, completeza e concisão 85 Figura 3.41 Léxico do relacionamento entre concisão e completeza 85 Figura 3.42 Léxico do relacionamento entre corretude e integridade 85 Figura 3.43 Léxico do relacionamento entre dependência e rastreabilidade 85 Figura 4.1 Abordagem tradicional de modelagem 88 Figura Metamodelo de integração de características transversais (Silva, 2006) 96 Figura 4.3 Componentes usados para integrar relacionamentos transversais em modelos de processos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) 97 Figura 4.4 Sintaxe de LMPOA (adaptado de Silva (Silva, 2006)) 98 Figura 4.5 Modelo conceitual da linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) 99 Figura 4.6 Sintaxe do Relacionamento Transversal 101 Figura 4.7 Características transversais e seus relacionamentos com demais elementos 106 Figura 4.8 Exemplo de Aspecto Obter Formulário Solicitação Mudança 107 Figura 4.9 Exemplo de Aspecto Enviar Solicitação de Mudança 107 Figura 4.10 Exemplo de Aspecto Formulário Solicitação Mudanças 107 Figura 4.11 Exemplo de Aspecto Dados Requisição 108 Figura 4.12 Composição das características transversais (Cappelli, 2009b) 109 Figura 4.13 Composição das características transversais Formato Texto (Cappelli, 2009b) 109 Figura 4.14 Visão de Documentos As atividades que utilizam o documento 110 Figura 4.15 Visão de Dados As atividades que utilizam um conjunto de informações 110 Figura 4.16 Visão de Atividades Repetição 111 Figura 4.17 Visão de Atividades Principais 111 Figura 4.18 Processo Inserir Aspectos de Transparência em Processos 113 Figura 4.19 Componentes usados para integrar transparência em modelos de processos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) 114 Figura 4.20 Processo Genérico de Contratação de Software (adaptado de (Magdaleno, 2006)) 115 Figura 4.21 Aspectos Transversais do Processo Gerir Contratação de Software 117 Figura 4.22 Processo Genérico de Gerir Contratação de Software com elementos de transparência 121 Figura 4.23 Controlabilidade - Visualização dos pontos de controle no processo 122 Figura 4.24 Integridade - Visualização dos pontos de uso das fontes de informação do processo 122 Figura 4.25 Explicação - Visualização dos pontos de tomada de decisão no processo e suas justificativas 123 Figura 5.1 Processo Levantar Informações do Estudo de Caso 130 Figura 5.2 Processo Preparar Intervenção de Manutenção com aspectos 141 Figura 5.3 Processo Preparar Intervenção de Investimento com aspectos 146 Figura 5.4 Processo Acompanhar Intervenção com aspectos 151

14 Lista de Tabelas e Quadros Tabela Características Transparência X Lista Características NFR 27 Tabela Definições das características do NFR Framework Versão 1 27 Tabela 2.3 Definições das características do NFR Framework Versão 2 29 Tabela 2.4 Definições das características do NFR Framework Versão Final 35 Tabela 3.1 Implementação das Operacionalizações parte 1 69 Tabela 3.2 Implementação das Operacionalizações parte 2 70 Tabela 3.3 Implementação das Operacionalizações parte 3 71 Tabela Resultado da aplicação do questionário sobre sites na web parte 1 72 Tabela Resultado da aplicação do questionário sobre sites na web parte 2 73 Tabela Um exemplo de repertory grid (Ford, 1991) 76 Tabela Respostas do melhor caso em cada uma das características 78 Tabela Respostas do pior caso em cada uma das características 79 Tabela Respostas do melhor caso em cada uma das características Binário 80 Tabela Respostas do pior caso em cada uma das características - Binário 80 Tabela 3.11 Relacionamentos entre construtos do melhor caso 81 Tabela 3.12 Relacionamentos entre construtos do pior caso 82 Tabela 4.1 Regras de Composição do Relacionamento Transversal 104 Tabela 4.2 Parâmetros de Visualização 104 Tabela 4.3 Relacionamento entre os elementos do modelo 105 Tabela 5.1 Perfil dos entrevistados no estudo de caso 128 Tabela 5.2 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte Tabela 5.3 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte Tabela 5.4 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte Tabela 5.5 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte Tabela 5.6 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte Tabela 5.7 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte Tabela 5.8 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte Tabela 5.9 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte Tabela 5.10 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte Tabela 5.11 Mecanismos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Manutenção 139 Tabela 5.12 Elementos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Manutenção 139 Tabela 5.13 Mecanismos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Investimento 144 Tabela 5.14 Elementos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Investimento 144 Tabela 5.15 Mecanismos ausentes no Processo Acompanhar Intervenção 149 Tabela 5.16 Elementos ausentes no Processo Acompanhar Intervenção 149

15 Lista de Abreviaturas e Siglas ADL Arquitectural Description Language AO Aspect Oriented AO-BPM Aspect Oriented Business Process Model BASEL - Basel Committee on Banking Supervision BPM Business Pross Management BPMN Business Process Modeling Language CGU - Corregedoria Geral da União CMMI - Capability Maturity Model Integration DSOA - Desenvolvimento de Software Orientado a Aspectos EITI Extractive Industries Transparency Initiative EPC Event Process Chain EROA - Engenharia de Requisitos Orientada a Aspectos FoIA - Freedom of Information Act IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa LMPOA Linguagem de Modelagem de Processos Orientada a Aspectos LMROA Linguagem de Modelagem de Requisitos Orientada a Aspectos NFR No Functional Requirement OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PCT - Personal Construct Theory POA - Programação Orientada a Aspectos SOX - Sarbanes-Oxley TB Transparência Brasil TCC Transparência, Consciência e Cidadania TI - Transparency International Web World Wide Web

16 1. Introdução Este trabalho apresenta uma definição de transparência no contexto social, a instanciação deste conceito para o domínio das organizações, uma proposta para avaliação de características de transparência em processos organizacionais, e uma abordagem para inserção destes aspectos em processos organizacionais. Neste capítulo, expõe-se a motivação deste trabalho, citam-se problemas relacionados à transparência e à sua identificação frente aos processos organizacionais, descreve-se genericamente a solução proposta, apresentam-se, de forma sucinta, suas contribuições para finalmente definir-se a organização da tese. 1.1 Motivação A crescente demanda por verdades baseadas na transparência tem aumentado no contexto das transformações globais. A importância da abertura do fluxo de informações está criando uma sociedade aberta na qual o objetivo é o estabelecimento de uma sociedade democrática com cidadãos engajados capazes de entender e acessar as informações disponíveis (Holzner, 2006). Muitos organismos ao longo do tempo têm aprovado leis e acordos em busca de garantir transparência através dos mais diversos tipos de organizações. Iniciativas como a Lei Sarbanes-Oxley (SOX, 2002), o acordo da Basiléia - Basel Committee on Banking Supervision (BASEL, 1988) e a iniciativa EITI Extractive Industries Transparency Initiative (EITI, 2002) demonstram a intenção dos governos e das sociedades civis em obter esta transparência. A Lei Sarbanes-Oxley, conhecida também como SOX (SOX, 2002) é uma lei americana promulgada em 30/06/2002, de autoria dos senadores Paul Sarbanes e Michael Oxley. Ela afeta as empresas que possuem capital aberto e ações na Bolsa de Nova York e Nasdaq, pois para manterem suas ações nestas bolsas precisam cumprir esta lei. O motivo que a fez entrar em vigor foi a onda de escândalos corporativo-financeiros envolvendo principalmente as empresas Eron (do setor de energia) e Worldcom (do setor de telecomunicações), que provocaram prejuízos financeiros a milhares de investidores (Zhang, 2007b). O objetivo desta lei é

17 17 aperfeiçoar os controles financeiros das empresas e apresentar eficiência na governança corporativa através da transparência na gestão financeira das organizações, credibilidade na contabilidade, auditoria e segurança das informações para que sejam realmente confiáveis, evitando-se assim fraudes, fuga de investidores e novos escândalos e prejuízos. O Basel Committee on Banking Supervision (BASEL, 1988) é um acordo internacional firmado por 55 países, inclusive o Brasil, em 1988 que define princípios fundamentais de supervisão bancária, adicionados de diretrizes, padrões e recomendações. Atualmente é regido por 25 princípios essenciais que servem como referência básica para órgãos supervisores e outras autoridades públicas em todos os países. Os princípios que evidenciam a transparência foram definidos para serem aplicados por todos os países, na supervisão dos bancos de suas jurisdições. A EITI Extractive Industries Transparency Initiative (EITI, 2002) busca resolver problemas entre mineradoras e empresas petrolíferas rivais que, apoiadas pelos seus governos, frequentemente estão dispostas a tratar com quem quer que lhes assegure uma concessão, criando governos corruptos e repressores, e conflitos armados. O movimento começou há poucos anos com a campanha "Publish What You Pay" (Divulguem o que Vocês Pagam), que exigiu que empresas petrolíferas e mineradoras revelassem pagamentos efetuados a governos. Em resposta, o governo britânico lançou a "Extractives Industries Transparency Initiative (EITI)" (Iniciativa para a Transparência das Indústrias de Extração). A maioria das empresas de extração mineral atualmente faz parte desta iniciativa e já reconhece o valor e a necessidade de maior transparência neste setor. Além disso, alguns outros organismos vêm se constituindo através de iniciativas independentes. O Transparency International (TI, 1993), que busca discutir o tema da transparência e criar redes de conhecimento neste assunto, é um exemplo. No Brasil, já existem afiliados a esta rede como o TCC Transparência, Consciência e Cidadania (TCC, 1996) e o TB Transparência Brasil (TB, 2000). O Transparência, Consciência e Cidadania tem como principal objetivo a ampliação do conhecimento científico e das medidas práticas utilizadas no combate à corrupção, a promoção da transparência e da probidade administrativa, a conscientização ética e democrática, assim comoa construção da cidadania no Brasil e em outros países. Além disso, realiza estudos das relações entre accountability e democracia. O Transparência Brasil atua basicamente em

18 18 levantamentos empíricos sobre a incidência do problema da corrupção em diferentes esferas no Brasil. Para isso criou alguns instrumentos na internet para propiciar o monitoramento do fenômeno da corrupção junto aos órgãos públicos. Podemos ainda citar a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 1961), agência internacional e intergovernamental, que congrega a maior parte dos países industrializados. Esta agência estabelece, entre outras coisas, que o governo e as empresas devem garantir a disseminação de informação oportuna, regular, confiável e de excelência sobre suas atividades, estrutura, situação financeira e desempenho, além de propiciar a auditoria. Organizações como a Transparency International (TI, 1993), a CGU - Corregedoria Geral da União (CGU, 2001) e o Transparência Brasil (TB, 2000), entre outras, têm apresentado intenções para solucionar problemas da falta de transparência no setor público e, consequentemente,combater a corrupção. Outro órgão diretamente envolvido com o tema da transparência é o IBGC (IBGC, 1994). No código sobre governança corporativa deste instituto, transparência é citada como sendo mais do que a obrigação de informar", neste é dito que a administração deve cultivar o desejo de informar", sabendo que quando há boa comunicação interna e externa, particularmente espontânea, franca e rápida, o resultado é um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. No Brasil, já existem leis estabelecidas e projetos tramitando no Congresso Nacional que explicitam as intenções do governo quanto à questão de transparência das organizações públicas e privadas. O Código de Defesa do Consumidor (Collor, 1990) advoga normas de proteção e defesa do consumidor, entre eles o direito de obter informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, bem como a eficiente prestação dos serviços públicos em geral, obrigando organizações, governamentais ou privadas, a demonstrar aos seus clientes como os seus produtos e serviços são gerados e como funcionam. Mais recentemente, em 27/05/2009, foi aprovada também a Lei Complementar (Lei 131, 2009), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações sobre as execuções orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Além disso, tramita no Congresso Nacional um projeto de Lei (Projeto

19 19 de Lei, 2009) que regula o acesso às informações e sua divulgação assim como define os procedimentos para acesso às mesmas e suas restrições. Observando os exemplos citados, é notório o crescimento de movimentos, fazendo com que cada vez mais organizações públicas e privadas necessitem demonstrar transparência, uma vez que a sociedade, apoiada por leis, acordos e iniciativas de vários grupos, dia a dia aumenta esta demanda. Esta realidade impõe às organizações a necessidade do estabelecimento de mecanismos que demonstrem transparência de suas informações e processos. Porém, para que estas organizações se tornem transparentes, é necessário um real entendimento por parte de todos do que é transparência e de como institucionalizá-la numa organização. 1.2 Caracterização do Problema Transparência, de acordo com as ciências físicas (Wikipedia (optics), 2009), é dita como algo através do qual se pode ver, ou seja, algo que pode permitir ou melhorar a visão sobre determinado objeto. No contexto das organizações, é algo que pode permitir ou melhorar a visão sobre os processos e as informações de uma organização ao dar oportunidade de conhecimento sobre a mesma, reduzir a possibilidade de omissão entre os dados dos processos, possibilitar o controle sobre os produtos e serviços prestados, facilitar a investigação, e aumentar a confiança entre as organizações e a sociedade. Porém, para que se tenha qualquer iniciativa no sentido de atender às necessidades de tornar informações e processos de uma organização transparentes, faz-se necessário a resposta a algumas perguntas como: O que é informação transparente? O que é processo organizacional transparente? Como identificar se o processo e as informações são transparentes? Como explicitar transparência através de processos e informações? Percebe-se então que para a institucionalização da transparência das informações e dos processos em uma organização, faz-se necessário o

20 20 entendimento comum sobre o conceito de transparência, a existência de uma abordagem que possa identificar a aderência deste conceito à organização e uma estratégia de implementação deste conceito nos processos organizacionais. 1.3 Enfoque da Solução Na intenção de se tornar uma organização transparente, algumas empresas têm realizado iniciativas de explicitação de seus processos recentemente, de forma a permitir um melhor entendimento e análise dos mesmos, através de uma atividade denominada Modelagem de Processos de Negócio (Kettinger, 1997). Algumas organizações também utilizam a modelagem dos processos para construção de aplicações aderentes ao negócio que forneçam aos interessados as informações adequadas sobre estes. Esta abordagem, orientada à modelagem de processos como potencial para provisionar transparência do processo e de informações, foi citada também recentemente por Klotz (Klotz, 2008). A modelagem de processos de negócio fornece à organização conhecimento sobre si mesma e sobre a forma como seus produtos e serviços são gerados. Além disso, permite a explicitação da tecnologia e das aplicações que apoiam a execução dos processos e dos dados que trafegam entre estes sistemas, dando visibilidade sobre as aplicações e sobre os controles exercidos por estes. No contexto da Engenharia de Software, a atividade de modelagem de processos de negócio também já figura como um importante ponto de partida para a identificação de requisitos de sistemas (Mac Knight, 2004; Santander, 2000), pois permite a rastreabilidade entre os processos e as aplicações que os apóiam, assim como as instâncias dos processos que geram as informações. Com base nestas abordagens, que indicam os modelos de processos de negócio como uma ferramenta para tornar as organizações mais transparentes e para rastrear os processos e as aplicações que os apoiam, dando transparência também às informações geradas, entende-se que esta é uma abordagem bastante adequada para auxiliar a institucionalização de transparência nas organizações. Sendo assim, nossa hipótese pode ser resumida na forma abaixo:

21 21 A construção de uma definição de transparência de processos organizacionais e o estabelecimento de uma abordagem para sua inserção nestes processos contribuem para a transparência organizacional. No intuito de apoiar a institucionalização da transparência em organizações, pretende-se tratar o problema com a construção de uma definição para transparência no contexto social, sua sistematização no domínio de processos organizacionais através da construção de um catálogo de transparência, e a definição de uma abordagem para estabelecimento da transparência nos processos organizacionais. Transparência, por se tratar de uma característica de qualidade, foi sistematizada através da utilização do formalismo do NFR Framework (Chung, 2000) da Área de Engenharia de Requisitos. O NFR Framework foi escolhido por permitir representar relacionamentos entre características, as contribuições negativas e positivas entre elas e o nível de satisfação destas características. Quanto à abordagem de implementação deste conceito no processo organizacional, decidiu-se utilizar o paradigma de orientação a aspectos (Kiczales, 1997). Este paradigma foi escolhido por entender a transparência como uma característica que pode estar entrelaçada e espalhada nos modelos de processo e também por não necessariamente fazer parte do processo fim da organização, assemelhando-se ao conceito de aspecto. 1.4 Organização da Tese O capítulo 2 apresenta a construção da definição de transparência no contexto social, os graus de transparência que uma organização pode alcançar e o levantamento realizado para confirmação da definição de transparência proposta. O objetivo do capítulo 3 é apresentar um levantamento de trabalhos relacionados à transparência, a definição da mesma no domínio de processos organizacionais, o Catálogo de Transparência contendo as operacionalizações de cada uma de suas subcaracterísticas, a definição de mecanismos para operacionalização das características de transparência em modelos de processos organizacionais, e a derivação de relacionamentos de contribuição positiva e negativa entre as

22 22 características e subcaracterísticas de transparência através do PCT (Personal Construct Theory). O capítulo 4 descreve a abordagem construída para inserção de características de transparência nos processos organizacionais, trabalhos relacionados e a demonstração desta abordagem através de um exemplo. No capítulo 5 é descrito o estudo de caso realizado a partir de um questionário aplicado aos modelos de processos de negócio de uma organização real, com o objetivo de avaliar a abordagem proposta. Por último, o capítulo 6 apresenta as conclusões obtidas com este trabalho, descreve os relacionamentos com trabalhos apresentados nos capítulos 3 e 4, enumera as contribuições obtidas e oferece perspectivas para pesquisas futuras.

23 23 2. Transparência Este capítulo descreve o processo de construção da definição de transparência no contexto social. Apresenta o SIG de transparência composto por suas características e subcaracterísiticas e identifica graus de transparência. Ao final, apresenta o levantamento realizado para confirmação da definição de transparência e dos graus identificados. 2.1 Características Gerais de Transparência Como dito no Capítulo 1 desta tese, torna-se fundamental a definição de transparência para que este termo possa ter entendimento comum no contexto social e, consequentemente, no contexto das organizações. Objetivando esta definição, foi realizado um levantamento bibliográfico baseado na técnica de Revisão Sistemática (Biolchini, 2005; Kitchenham, 2004; Mafra, 2006), cujo protocolo utilizado e resultados obtidos estão apresentados mais detalhadamente no Apêndice A desta tese. Como resultado deste levantamento identificou-se que o termo transparência pode ter diversos significados em domínios diferentes e até no mesmo domínio. No setor público, segundo a OCDE Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OECD, 1961), transparência é um fator vital para o fortalecimento das relações entre o governo e o cidadão. Tal fator pode ser viabilizado através de informação completa, objetiva, confiável, relevante e de fácil acesso e compreensão. Outra definição encontrada e que muito se assemelha à nossa intenção foi encontrada na área de comunicação (Barbosa, 2002): Condição de abertura total dos canais de comunicação de uma organização (empresa, instituição, governo) para o público, sem qualquer cerceamento de informações. Encontrou-se ainda a definição feita nas áreas humanas e de negócios no contexto das ciências humanas (Wikipedia (humanities), 2009), em que transparência implica abertura, comunicação e prestação de contas, sendo assim uma metáfora do significado na física, em que um objeto transparente é aquele através do qual podemos ver. Na indústria de software o termo transparência qualifica o software

24 24 que trabalha muito bem e que, portanto, se torna transparente para o usuário (Microsoft, 2002) não havendo necessidade deste entender o que o software está fazendo durante sua execução. Neste caso, o termo transparência indica algo que não precisa ser visto ou entendido, o que é uma definição oposta ao que estamos buscando. Analisando estas definições, observamos em praticamente todas elas expressões como: informações completas, informações objetivas, informações confiáveis, informação de qualidade, acesso fácil à informação, compreensão da informação, canais totalmente abertos de comunicação, algo através do qual se permite ver. Todas se mostram com potencial em auxiliar a caracterização da definição de transparência. Assim, para cada uma destas características encontradas foi identificada uma definição como apresentado a seguir: a) Informação completa: Todas as informações estão disponíveis sem restrição; b) Informação objetiva: A informação responde diretamente às perguntas feitas; c) Informação confiável: A informação é correta, consistente e precisa; d) Informação de qualidade: A informação é correta, íntegra, consistente e precisa; e) Acesso fácil à informação: O mecanismo usado para acessar tem tempo de resposta e funcionalidades adequadas; f) Compreensão da informação: A informação não causa dúvidas. Todos podem compreender; g) Canais totalmente abertos de comunicação: Acesso livre e fácil às informações. 2.2 Organização das características Observando estas definições identificamos que em sua maioria referem-se a características de qualidade sobre as informações. A partir daí fomos buscar na literatura um aprofundamento sobre o tema qualidade de informação (Buckland, 1991; Casanova, 1990; Cole, 1994; Wormell, 1990) de forma a poder defini-la e estruturá-la. Além disso, buscamos também na área de Engenharia de Software,

25 25 mais especificamente na área de Bancos de Dados, trabalhos que tratassem do tema de organização de características de qualidade de informação (Jarke, 1997; Simmhan, 2007). A maioria destes trabalhos define características de qualidade para as informações mas não propõe uma estrutura formal de organização para estas características. Continuando a busca, encontramos na área de Engenharia de Requisitos um trabalho bastante apropriado para apoiar a construção da definição de transparência, pois este apresenta um método de estruturação de características de qualidade, além de formas de interpretação dos relacionamentos entre elas. Trata-se do NFR (Non-Funcional Requirements) Framework (Chung, 2000). O framework proposto por Chung define uma forma sistemática para decompor requisitos não funcionais (características de qualidade), priorizar, operacionalizar e tratar interdependências entre elas, independentemente de quais sejam. O NFR-Framework é composto basicamente por três elementos. São eles: o NFR-softgoal que representa o objetivo de qualidade que se quer atingir, a operacionalização que representa as ações a serem realizadas para institucionalização de determinado NFR-softgoal e as contribuições que mapeiam os relacionamentos entre os outros dois elementos. Estes conceitos são representados em uma estrutura denominada Softgoal Interdependency Graph (SIG). O SIG é a estrutura proposta no framework para representar e registrar as dependências entre as características de qualidade e suas operacionalizações através de um grafo, permitindo a identificação das relações de dependências entre seus elementos e suas contribuições. Um exemplo de SIG pode ser visto na Figura 2.1. Nesta estrutura também são representados os tipos de contribuição entre os elementos. Estes tipos de contribuição podem ser de BREAK, HURT, UNKNOWN, HELP e MAKE. Cada um destes tipos representa respectivamente: a) BREAK - Provê contribuição negativa suficiente para que a característica superior não seja atendida; b) HURT - Provê contribuição negativa parcial para não atendimento da característica superior; c) UNKNOWN - Provê contribuição porém não se sabe se negativa ou positiva; d) HELP - Provê contribuição positiva parcial para atendimento da característica superior; e) MAKE - Provê contribuição positiva suficiente para que a característica

26 26 superior seja atendida; Figura Identificação de interdependências implícitas de softgoals (Chung, 2000) No trabalho de Chung (Chung, 2000), além de uma organização para estruturação de características de qualidade, encontramos uma lista bastante vasta de termos que as representam e que continham a maioria das características encontradas nos demais trabalhos sobre qualidade de informação. Dentre estes, várias características identificam-se, ou através de sua definição ou de sua contribuição, com as encontradas na literatura de transparência, podendo se relacionar diretamente com elas. Com base nesta lista, realizou-se o relacionamento destes termos encontrados na literatura de qualidade da informação com as características encontradas no levantamento bibliográfico sobre o termo transparência. Na Tabela 2.1 apresentamos estes relacionamentos.

27 27 Tabela Características Transparência X Lista Características NFR Além dos relacionamentos, foram documentadas as definições para cada uma das características relacionadas. As características e suas definições podem ser vistas na Tabela 2.2. Tabela Definições das características do NFR Framework Versão 1

28 28 A partir da definição das características o primeiro SIG de transparência, apresentado na Figura 2.2, foi construído. Para sua construção as características identificadas foram agrupadas através de afinidades entre seus significados. Por exemplo, verificar, validar, rastrear, controlar e explicar são capacidades que em princípio parecem contribuir para auditabilidade (ter capacidade de exame analítico). Ou seja, para se fazer um exame analítico de um elemento é necessário que se possa fazer validação e verificação, além de ter rastreabilidade, controle e explicações sobre o elemento. O mesmo foi feito, para as outras características, gerando o agrupamento apresentado na Figura 2.2 (Cappelli, 2007). Figura O SIG de transparência Versão 1 (Cappelli, 2007) Para validar o agrupamento realizado e as características sugeridas, foi realizada uma reunião do Grupo de Engenharia de Requisitos da PUC-RJ e nesta reunião foi entregue aos participantes a lista de características apresentadas na Tabela 2.2. O levantamento realizado junto a este grupo para validação do SIG está detalhado no Apêndice B desta tese. O grupo, formado por sete pesquisadores da área de Engenharia de Requisitos, após a leitura do documento contendo as características de transparência e suas definições, indicaram individualmente se concordavam ou não com as características identificadas e sugeriam um agrupamento para as mesmas. As opiniões foram coletadas e analisadas. O critério utilizado foi o de maioria, ou seja, se a maioria concordava com a existência da característica ou se a maioria agrupava da mesma forma. Caso contrário, a característica ou o relacionamento seriam

29 29 retirados. Além disso, havia a possibilidade de inserção de novas características ou relacionamentos. No resultado deste trabalho cinco principais grupos de características foram obtidos: Acessibilidade, Usabilidade, Informativo, Entendimento e Auditabilidade, em contraponto aos quatro anteriormente propostos. Isso ocorreu pelo fato de o grupo sugerir a inserção da característica de entendimento e reorganizar algumas outras características para comporem-na. Além disso, a característica de divulgação veio substituir a de visibilidade por ser entendida pelo grupo como mais abrangente. Outro ponto importante na análise do grupo foi a discussão sobre uma mesma característica estar representada (duplicada) em dois agrupamentos. Foi consenso no grupo que cada característica deveria ser representada no SIG somente uma vez. Caso exista uma característica que possa contribuir com mais de outra característica, esta representação deve ser feita somente através de relacionamentos, sem necessidade de repetição do elemento. Este trabalho deu origem a uma nova tabela de definições (Tabela 2.3) e a um novo SIG de transparência (Figura 2.3). Tabela 2.3 Definições das características do NFR Framework Versão 2

30 30 Figura 2.3 O SIG de transparência Versão Graus de Transparência Durante a construção do SIG, percebeu-se certo grau de dependência entre os grupos criados (acessibilidade, usabilidade, informativo, entendimento e auditabilidade). Isso significa que, para características de um determinado grupo serem institucionalizadas, há necessidade de que outras, de outros grupos já tenham sido antes, ficando muitas vezes como pré-condição. Exemplificando esta afirmação, o que se percebe é que para que se consiga verificar ou validar (tornar auditável) determinado processo organizacional é necessário primeiramente que possamos compreendê-lo (tornar entendível). Por sua vez, para que possamos ter entendimento sobre este processo precisamos que ele esteja correto, completo, seja consistente (informativo) e, para isso, sua representação precisa ser uniforme, simples, fácil (usável). Além disso, nada seria possível se estes processos organizacionais não estivessem disponíveis e fossem do conhecimento de todos (acessível). Em diferentes domínios, inclusive na área de Gestão de Processos (Fisher 2004; Rosemann, 2004; Rosemann, 2005), modelos de maturidade têm sido propostos como forma de institucionalizar práticas e avaliar as organizações. Um modelo bastante difundido na área de Engenharia de Software é o Capability Maturity Model Integration (CMMI), que foi desenvolvido para avaliar a maturidade ou capacidade dos processos de desenvolvimento de software das

31 31 organizações. O CMMI é um modelo que organiza conjuntos de práticas de engenharia de software por áreas de conhecimento, para melhoria de processos de desenvolvimento. Além disso, estabelece duas formas (continuada e por nível) para se atingir um determinado padrão de qualidade nos produtos e serviços gerados pelo processo de desenvolvimento (Paulk, 1993; CMU-SEI, 2001; Fiorini, 1998; Spanyi, 2004). A organização por níveis promove a ideia de uma sequência entre a institucionalização das práticas, de modo que a organização possa atingir o mais alto grau de maturidade através de institucionalizações gradativas. Estas relações de dependência entre os cinco grupos criados nos fizeram comparar esta estrutura aos níveis de modelos de maturidade. Porém, esta estrutura não preconiza a necessidade de alcance completo de todas as características de um determinado grau para que se possa passar para um próximo, como preconizam alguns modelos de maturidade. Explicita apenas que há forte dependência entre os grupos de características, indicando que algumas características podem impossibilitar o alcance de outras caso não sejam estabelecidas. Baseado na identificação destas dependências construiu-se o que chamamos de Degraus da Transparência (Cappelli, 2008), apresentados na Figura 2.4. Figura Degraus da Transparência (Cappelli, 2008; Leite, 2008)

32 32 Cada um dos graus de transparência pode então ser estabelecido através da institucionalização do conjunto de suas características. Assim, podemos definir os graus como: GRAU 1 Acessibilidade A transparência é realizada através da capacidade de acesso. Esta capacidade é identificada através da aferição de práticas que implementam características de portabilidade, operabilidade, disponibilidade, divulgação e desempenho. GRAU 2 Usabilidade A transparência é realizada através das facilidades de uso. Esta capacidade é identificada através da aferição de práticas que implementam características de uniformidade, intuitividade, simplicidade, amigabilidade e compreensibilidade. GRAU 3 Informativo A transparência é realizada através da qualidade da informação. Esta capacidade é identificada através da aferição de práticas que implementam características de clareza, acurácia, completeza, corretude, consistência e integridade. GRAU 4 Entendimento A transparência é realizada através do entendimento. Esta capacidade é identificada através da aferição de práticas que implementam características de composição, concisão, divisibilidade, dependência, adaptabilidade e extensibilidade. GRAU 5 - Auditabilidade A transparência é realizada através da auditabilidade. Esta capacidade é identificada através da aferição de práticas que implementam características de explicação, rastreabilidade, verificabilidade, validade e controlabilidade. Similar ao que é feito com os modelos de maturidade, uma possível aplicação para esta estrutura é seu uso para identificação da institucionalização das características apresentadas num determinado domínio. Para tal se faz necessária a

33 33 definição das práticas para cada uma das características de transparência. Tais práticas são sistematizadas dentro do contexto de processos organizacionais no Capítulo 3 desta tese. 2.4 O levantamento realizado Com o objetivo de validar o SIG de Transparência (Figura 2.3) e os Degraus de Transparência (Figura 4), foi realizado um levantamento apresentado em detalhes no Apêndice C desta tese. Este levantamento foi proposto através da resposta a questionários elaborados com perguntas diretas sobre as duas figuras e aplicados a dois grupos de profissionais (pesquisadores do IFIP W.G. 2.9 e do 3º Workshop Internacional de i* em 2008). As questões elaboradas intencionavam validar se havia concordância das duas comunidades sobre a relevância das características e seu agrupamento que constituíam a definição de transparência, e sobre a organização dos graus de transparência. O resultado obtido com esta pesquisa demonstrou que a maioria dos participantes concordou com os grupos criados e com os níveis estabelecidos e, sendo assim, quanto a estes itens o SIG e os graus não foram alterados. Porém, quanto às características, algumas proposições foram feitas. Em primeiro lugar, foi sugerido por vários participantes que as características de desempenho e operabilidade deixassem de compor acessibilidade para compor usabilidade. Em segundo lugar, foi proposta a retirada da característica de extensibilidade por se entender que seria sinônimo de adaptabilidade. Uma última sugestão foi que as contribuições do grafo não fossem de AND e sim de HELP, pois por serem características de qualidade, não podemos dizer que são somente estas as suficientes para compor a definição de transparência (AND). O que podemos afirmar é que cada uma delas ajuda a satisfazer a característica de transparência (HELP). Outras colocações também foram feitas, mas estas não diziam respeito às características ou aos níveis, como por exemplo, que os relacionamentos entre características de grupos diferentes também deveriam ser representados. Não houve sugestão de inserção de novas características no SIG. O resultado do SIG após a pesquisa está apresentado na Figura 2.5 (Cappelli, 2008).

34 34 Figura 2.5 O SIG de transparência Versão 3 (Cappelli, 2008) 2.5 A versão final do SIG Durante a construção desta tese, novas publicações sobre o tema foram feitas. Algumas delas continham definições para o termo transparência, vindo inclusive a confirmar muitas das características que definimos. Holzner (Holzner, 2006) afirma que a transparência é "o valor social aberto, público e / ou individual de acesso às informações detidas e divulgadas por centros de autoridade.", cita que "a ideia de uma sociedade aberta é de uma democracia com cidadãos alertas, engajados e capazes de entender e usar as informações que estão acessíveis para eles ". Lord (Lord, 2006) diz: "A transparência é uma condição na qual as informações sobre as prioridades, capacidades e comportamentos de poderosas organizações estão amplamente disponíveis para o público mundial". Além destas, outra publicação que nos chamou bastante atenção foi o Livro Full Disclosure de Fung (Fung, 2007). Neste livro, Fung analisa oito políticas elaboradas em diferentes domínios para garantir transparência, como políticas para finanças corporativas, higiene em restaurantes, seguros de vida, rótulos de alimentos, entre outras. Neste trabalho estas políticas são julgadas de acordo com critérios que ele acredita serem necessários para que as mesmas sejam implantadas e tenham a efetividade desejada. Dentre os critérios definidos por Fung estão características que buscam garantir padrões de formatação da informação, identificação da localização da informação, qualidades que permitam

35 35 compreender as informações e interpretá-las corretamente, formas de comparação com parâmetros previamente definidos e atualidade da informação. Comparando as características agrupadas para definição de transparência às apresentadas nestas novas referências, percebeu-se que apenas duas destas características não faziam parte do SIG (Versão 3) elaborado. São elas: Comparação e Atualidade. Submeteu-se a possibilidade de inclusão destas características à análise do Grupo de Engenharia de Requisitos da PUC-RJ, participante do primeiro levantamento deste trabalho, que julgou por unanimidade que as duas características eram de extrema relevância para o conceito e que deveriam ser incorporadas, pertencendo ao grupo informativo. Estas características foram incorporadas à tabela de definições resultando na Tabela 2.4 e ao SIG apresentado em sua nova versão na Figura 2.6. Tabela 2.4 Definições das características do NFR Framework Versão Final

36 Figura O SIG de Transparência Versão Final 36

37 37 3. Transparência Organizacional Este capítulo sistematiza a definição de transparência no contexto organizacional. Apresenta o Catálogo de Transparência através das operacionalizações das características que formam o SIG de transparência e da construção do Léxico de transparência. Define mecanismos para inserção das operacionalizações de transparência em processos organizacionais e relata a verificação destas operacionalizações em processos realizados através de sites na Web. Ao final constrói, a partir da técnica de PCT (Personal Construct Theory), os relacionamentos existentes entre as características do SIG, baseado nas respostas obtidas através dos questionamentos realizados nos sites. 3.1 Trabalhos Relacionados - Transparência no contexto das organizações A crescente demanda por verdades baseadas na transparência tem aumentado no contexto das transformações globais. A importância da abertura do fluxo de informações está criando uma sociedade aberta na qual o objetivo é o estabelecimento de uma sociedade democrática com cidadãos engajados com capacidade de entender e acessar esta informação disponível (Holzner, 2006). Transparência, ou a falta dela, tem estado no topo das agendas públicas em diversos aspectos. Simples notícias presentes nas mais diversas mídias, como as apresentadas na Figura 3.1, podem demonstrar isso. A fim de garantir transparência em diversos tipos de organizações, várias iniciativas e leis têm sido definidas e postas em prática. Um primeiro exemplo é a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida também como SOX (SOX, 2002). É uma lei americana promulgada em 30/06/2002 de autoria dos senadores Paul Sarbanes e Michael Oxley. Esta lei afeta as empresas que possuem capital aberto e ações na Bolsa de NY e Nasdaq, pois para manterem-nas nestas bolsas precisam cumprir a lei. Várias empresas brasileiras estão se adequando à Lei por possuírem ações nestas bolsas também. O motivo que a fez entrar em vigor foi a onda de escândalos corporativo-financeiros envolvendo principalmente as empresas Eron (do setor de energia) e Worldcom (do setor de telecomunicações) que provocaram prejuízos

38 38 financeiros a milhares de investidores (Zhang, 2007b). Figura 3.1 Notícias de transparência coletadas na web entre 12/05 e 23/05/2009 O objetivo desta lei é aperfeiçoar os controles financeiros das empresas e apresentar eficiência na governança corporativa, a fim de evitar, através da transparência na gestão financeira das organizações, outros escândalos e prejuízos como estes, dando credibilidade na contabilidade, auditoria e segurança nas informações para que tornando-as confiáveis, evite-se o esvaziamento dos investimentos financeiros e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança a respeito da governança adequada das empresas. Esta lei visa garantir a criação de mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar suas atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios, evitar a ocorrência de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando ocorrerem. Uma de suas principais seções é a seção 404, que determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos internos para emissão de relatórios financeiros. Além disso, o auditor independente da companhia deve emitir um relatório distinto, que ateste a asserção da administração sobre a eficácia dos controles internos e dos procedimentos executados para a emissão dos relatórios financeiros. Alguns de seus principais requisitos são:

39 39 Controlar a criação, edição e versionamento dos documentos em um ambiente de acordo com os padrões ISO, para os documentos relativos à seção 404; Cadastrar os riscos associados aos processos de negócios e armazenar os desenhos de processo; Utilizar ferramentas como editor de texto e planilha eletrônica para criação e alteração dos documentos da seção 404; Publicar em múltiplos websites os conteúdos previstos na seção 404; Gerenciar todos os documentos, controlando seus períodos de retenção e distribuição; Digitalizar e armazenar todos os documentos ligados à seção 404 que estejam em papel. Um segundo exemplo é o Basel Committee on Banking Supervision (BASEL, 1988). Trata-se de um acordo internacional firmado por 55 países em 1988, inclusive o Brasil, que define princípios fundamentais de supervisão bancária, adicionados de diretrizes, padrões e recomendações para aplicação na supervisão bancária dos bancos nos países signatários. Apesar de este acordo ter como objetivo a criação de exigências mínimas de capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o risco de crédito, ele não conseguiu evitar várias falências bancárias. Em detrimento deste fato, recentemente foi feito um novo acordo conhecido como Basileia II que determina as regras de gestão de risco que os bancos têm adotado de forma a conseguirem acompanhar as mudanças operadas pelas entidades reguladoras. Estas regras visam limitar a possibilidade de ocorrência de uma crise bancária internacional, assegurando para isso que cada banco disponha de níveis de capital suficientes para realizarem as atividades que compreendem algum risco. As empresas que fornecerem mais e melhor informação, demonstrarem capacidade adequada à satisfação dos seus compromissos e apresentarem garantias adequadas serão mais bem classificadas, resultando daí poupança de capital para o banco e spreads mais baixos para as empresas. Este novo acordo é baseado em 25 princípios essenciais apresentados como referência básica para órgãos supervisores e outras autoridades públicas em todos os países e internacionalmente. Os princípios foram definidos para serem aplicados

40 40 por todos os países, na supervisão dos bancos de suas jurisdições. O objetivo destes princípios é aprofundar e tornar mais transparente o seu relacionamento com as Instituições Financeiras. Dentre estes princípios, podemos citar: Fornecer informação contábil e financeira de qualidade às Instituições Financeiras; Divulgar e atualizar regularmente informação sobre a sua atividade; Complementar a informação contábil com informação que permita a avaliação do potencial de desenvolvimento e de resultados futuros; Introduzir mecanismos de controle interno e governança eficientes. Outra iniciativa que se apresenta para a promoção da transparência, esta entre governo e organizações extrativistas, é a EITI Extractive Industries Transparency Initiative (EITI, 2002). Esta Iniciativa é uma iniciativa voluntária, apoiada por uma coligação de empresas, governos, investidores e organizações da sociedade civil. Apoia os esforços de países ricos em recursos, para uma melhor administração, através da publicação completa e da verificação dos pagamentos das empresas e dos rendimentos do governo nos setores do petróleo, gás e outros minerais. Muitos países são ricos em petróleo, gás e minerais, e estudos demonstram que quando a administração é adequada, tais recursos podem gerar grandes rendimentos que contribuem para o crescimento econômico e para a redução da pobreza no país detentor dos recursos. Porém, quando a administração é fraca, estes poderão contrariamente causar mais pobreza, corrupção e conflito por isso também chamados recursos da maldição. A EITI tem como objetivo principal desafiar esta maldição melhorando a transparência e a responsabilização. Os principais beneficiários da EITI são os governos e os cidadãos de países ricos nestes recursos. Conhecer o que os governos recebem e o que as empresas pagam é um passo importante para responsabilizar os autores de políticas para o uso dos respectivos rendimentos. Os países ricos em recursos que implementam a EITI podem se beneficiar com um melhor clima de investimentos, fornecendo um sinal mais claro aos investidores e às instituições financeiras internacionais. Os benefícios para a sociedade civil derivam do maior volume de informação no domínio público sobre as receitas que os governos geram em nome dos cidadãos, colocando maior responsabilidade sobre os governos. Para quem

41 41 desejar implementá-la, foi elaborado um Livro de Referência com orientação aos países e empresas. Foi criado também um Grupo Internacional de Conselheiros para assegurar o futuro da EITI. O grupo é liderado por Peter Eigen, fundador e CEO da organização Transparency International, e consiste em um pequeno número de representantes de países, empresas, grupos da sociedade civil, investidores e doadores que implementam a EITI. Dentre os princípios básicos da EITI, estão alguns diretamente ligados à transparência. São estes: Compreensão pública das questões das receitas e despesas do governo, de forma a ajudar no debate público e a informar a escolha de opções apropriadas e realistas para o desenvolvimento sustentável; Importância da transparência por parte dos governos e das empresas nas indústrias extrativas; Alcance de maior transparência através do respeito pelos contratos e pela legislação; Transparência financeira, que proporciona um melhor ambiente interno e externo para o investimento direto; Princípio e prática de responsabilidade governamental pela tutela dos fluxos de receitas e pelas despesas públicas perante todos os cidadãos; Estímulo a elevados níveis de transparência e responsabilidade na vida pública, na administração e no comércio; Necessidade de uma abordagem globalmente consistente e prática para a divulgação de pagamentos e receitas, que seja simples de executar e utilizar. Além destes, alguns outros organismos vêm se constituindo através de iniciativas independentes. O Transparency International (TI, 1993), que busca discutir o tema da transparência e criar redes de conhecimento neste assunto, é um exemplo. Este se apresenta como uma sociedade civil global na luta contra a corrupção cuja missão é criar um mundo livre de corrupção. Foi fundada em 1993 e desde então tem desempenhado um papel de liderança na busca da melhoria de vidas das pessoas em todo o mundo através da construção do movimento anticorrupção. É uma rede global, incluindo mais de 90 países. Estes organismos reúnem diversos atores, dentre eles governo, sociedade civil e empresas. É uma

42 42 organização não partidária que não se compromete com investigações de corrupção ou exposição individual de casos, mas às vezes trabalha em colaboração com organizações que as fazem. No Brasil, redes similares a esta como o TCC Transparência, Consciência e Cidadania (TCC, 1996) e o TB Transparência Brasil (TB, 2000) já começam a existir. O TCC é uma entidade não governamental, apartidária, independente, sem fins lucrativos, fundada em 1996 e sediada em Brasília. Seu objetivo central é realizar pesquisas, estudos e ações que contribuam para o combate à corrupção, promoção da transparência e da probidade administrativa, conscientização ética e democrática, e construção da cidadania no Brasil e em outros países. Para tanto, realiza e promove a pesquisa científica, dissemina conhecimentos através de publicações e estimula o intercâmbio entre pesquisadores. Procura também subsidiar a atuação de movimentos anticorrupção, a formulação de políticas públicas que privilegiem a responsabilidade com os gastos públicos e o apoio a todas as ações destinadas a fortalecer a conscientização da cidadania. O Transparência Brasil (TB, 2000) é uma organização independente e autônoma, fundada em abril de 2000 por um grupo de indivíduos e organizações não-governamentais comprometidos com o combate à corrupção. Suas ações se impõem através da realização de levantamentos empíricos sobre a incidência do problema da corrupção em diferentes esferas e da criação de instrumentos para propiciar o monitoramento do fenômeno da corrupção. Atualmente esta organização promove a publicação de diversas informações através dos seguintes mecanismos: Excelências. Históricos da vida pública de todos os parlamentares federais e estaduais. Noticiário sobre corrupção que os envolve, processos a que respondem na Justiça, multas recebidas por Tribunais de Contas, declarações de bens, padrões de financiamento eleitoral, frequência ao trabalho, entre outros; Às Claras. Banco de dados com informações e análises sobre o financiamento eleitoral; Deu no Jornal. Banco de dados com noticiário sobre corrupção e controle, publicado em 63 jornais e revistas de todo o país, atualizado diariamente;

43 43 Assistente Interativo de Licitações. Aplicativo que permite comparar um edital de licitação àquilo que é exigido nas leis, de forma a identificar desvios. Realizado em parceria com o Tribunal de Contas de Santa Catarina. Desempenho em Licitações nos Municípios de Santa Catarina. Análise das aquisições realizadas por todos os 293 municípios de Santa Catarina desde Realizado em parceria com o Tribunal de Contas do estado. Podemos ainda citar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (OECD, 1961), agência internacional e intergovernamental, que reúne a maior parte dos países industrializados. Esta agência estabelece, entre outras coisas, que o governo e as empresas devem garantir a disseminação de informação oportuna, regular, confiável e de excelência sobre suas atividades, estrutura, situação financeira e desempenho, além de propiciar a auditoria. A OCDE (OECD, 1961) influencia a política econômica e social de seus membros. Entre os objetivos está o de ajudar o desenvolvimento econômico e social no mundo inteiro, estimulando investimentos nos países em desenvolvimento. Foi criada em 1961, sucedendo a Organização para a Cooperação Econômica Europeia, criada em Outro órgão que, entre outras coisas, é diretamente envolvido com o tema da transparência é o IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 1994). No código sobre governança corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 1994), transparência é citada como sendo mais do que a obrigação de informar", a administração deve cultivar o desejo de informar", sabendo que quando há boa comunicação interna e externa, particularmente espontânea, franca e rápida, o resultado é um clima de confiança, tanto internamente, quanto nas relações da empresa com terceiros. A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que conduzem à criação de valor. O FoIA (Freedom of Information Act) (FoIA, 1974) é uma lei americana que prevê liberdade de informação, representando o direito de saber e indicando como os requerentes podem solicitar informações ao Governo. Mais de 85 países em todo o mundo já implementam esta legislação de alguma forma. Segundo disposto na Seção 552 desta lei, todos os cidadãos têm o direito de requerer acesso às

44 44 informações das agências federais. Todas as agências são obrigadas a apresentar as informações solicitadas desde que recebam por escrito esta solicitação. Isso só não é valido para informações sigilosas. O 22 Code of Federal Regulations (CFR) 171 (22 Code, 1974) define os procedimentos de acesso e diretrizes para disponibilidade dos registros das informações ao público. No Brasil, além do Código Civil (Civil, 2002), existe também o Código de Defesa do Consumidor estabelecido através da lei. n º 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Collor, 1990), que define normas de proteção e defesa do consumidor estabelecendo seus direitos fundamentais, entre eles o de obter informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, bem como a eficiente prestação dos serviços públicos em geral. Estas normas buscam fazer com que organizações, governamentais ou privadas, tenham que demonstrar aos seus clientes como os seus produtos e serviços são gerados e como funcionam, trazendo para estas organizações a obrigação de apresentar com extrema clareza, ou podemos dizer com "transparência", seus processos e informações, a fim de garantir lisura na produção de seus produtos e serviços. Recentemente duas notícias reforçaram ainda mais este cenário de interesse por transparência organizacional no Brasil e no mundo. A primeira delas aconteceu no Brasil em dois momentos. O primeiro em 13/05/2009, quando foi enviado ao Congresso Nacional um projeto de Lei (Projeto de Lei, 2009) que regula o acesso às informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do parágrafo 3º do art. 37 e no parágrafo 2º do art. 216 da Constituição. Este projeto regula o acesso às informações e sua divulgação, os procedimentos de acesso e as restrições de acesso. O projeto define a forma como o cidadão poderá exercer seu direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, desde que elas não sejam sigilosas. O segundo ocorreu em 27/05/2009, quando foi aprovada a Lei Complementar nº. 101 (Lei 131, 2009), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras diretrizes, a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A segunda notícia trata de uma iniciativa do Governo dos Estados Unidos que prevê que dados produzidos por agências governamentais sejam publicados em formatos abertos para utilidade pública. Para isso foi criada em 21/05/2009 uma

45 45 plataforma (Datagov, 2009) que fornece acesso a dados federais através de um catálogo de dados pesquisáveis, de modo que o cidadão comum possa ter acesso aos dados através de ferramentas em variados formatos. Além disso, algumas empresas estão promovendo, junto ao governo americano, um concurso onde os cidadãos serão capazes de criar novas aplicações (sistemas de informação) que possam ajudar os indivíduos, comunidades e empresas a acessar, classificar, visualizar e compreender os dados públicos. 3.2 Definição de Transparência Organizacional Observando as iniciativas apresentadas, é notório o crescimento de movimentos que fazem com que cada vez mais organizações públicas e privadas necessitem demonstrar transparência, uma vez que a sociedade, apoiada por leis, acordos e iniciativas de alguns grupos, dia a dia aumenta esta demanda. Esta realidade impõe às organizações a necessidade do estabelecimento de mecanismos que demonstrem transparência. Através de uma das metáforas de Morgan (Morgan, 1996), uma organização pode ser vista como uma máquina que se materializa em processos através de suas políticas, padrões e procedimentos. Podemos dizer que, para o estabelecimento da transparência organizacional, faz-se necessário estabelecermos a transparência das políticas, padrões e procedimentos que em geral se traduzem nos processos organizacionais e nas informações geradas através da execução e instanciação destes processos. Processos de negócio podem ser representados através de modelos. Estes modelos contêm informações que descrevem o funcionamento de uma organização (o que é feito, onde é feito, como é feito, quando é feito, por que é feito e quem faz). Tal descrição pode ser instrumento para o entendimento e aumento da visibilidade organizacional, sobretudo das necessidades de apoio ao fornecimento de informação. Além disso, a execução destes processos provoca a construção das informações pertinentes a suas instâncias. Neste cenário, utilizando as características de transparência apresentadas no Capítulo 2, e o fato de os processos organizacionais e suas execuções fornecerem conhecimento sobre a operação da organização e sobre suas informações, já que segundo Gonçalves (Gonçalves, 2000) empresas são grandes coleções de processos,

46 46 podemos sumarizar a definição de transparência organizacional como sendo a existência de políticas, padrões e procedimentos que visam fornecer aos interessados informações sobre a organização segundo características gerais de acesso, uso, qualidade de conteúdo, entendimento e auditabilidade adaptado de (Cappelli, 2008). Seguindo esta definição pode-se dizer que transparência do processo é a característica que possibilita ao cidadão acesso, facilidade de uso, qualidade de conteúdo, entendimento e auditoria aos/dos processos que tratam de informações de seu interesse, sob a tutela de centros de autoridade, e que transparência da informação é a característica que possibilita ao cidadão acesso, facilidade de uso, qualidade de conteúdo, entendimento e auditoria às/das informações de seu interesse, sob a tutela de centros de autoridade. 3.3 O Catálogo de Transparência Apenas a definição de transparência apresentada não é suficiente para auxiliar a organização na institucionalização da transparência. É necessário que as organizações saibam como inserir práticas em suas políticas, padrões e procedimentos que venham a permitir o estabelecimento das características de transparência durante a execução de seus processos e geração de informações. Neste ponto retornamos ao NFR Framework (Chung, 2000). Como já explicamos anteriormente, esta estrutura de organização de características de qualidade permite a definição das operacionalizações de cada um dos elementos do SIG. Uma operacionalização é uma ação a ser implementada para que o elemento do grafo seja institucionalizado de acordo com o nível de satisfação desejado. Este conjunto de operacionalizações gera como resultado um Catálogo de Transparência (Webster, 2005; Cysneiros, 2003; Cysneiros; 2005) que vem a fornecer às organizações formas de implementar transparência em seus processos, cabendo à organização escolher a mais apropriada. O NFR-framework organiza características de qualidade em catálogos, de forma hierárquica. Os catálogos são instrumentos de armazenamento de conhecimento disponíveis para reutilização e acréscimo de novos conhecimentos. Indicam alternativas de operacionalização e como muitas dessas alternativas impactam outras características (Webster; 2005; Cysneiros; 2003; Cysneiros, 2005). O

47 47 conhecimento representado em um catálogo pode ser inerente a um domínio específico, mas não impede sua adoção para análise de outros domínios. O objetivo do catálogo é auxiliar a avaliação das qualidades necessárias para o domínio em estudo. Foi usada para a elaboração desta documentação a ferramenta OME apresentada na tese de doutorado de Erik Yu (Yu; 1994). Os catálogos não são exaustivos. São estruturas para serem continuamente alimentadas de modo a conterem o maior número possível de operacionalizações para uma característica de qualidade. Além disso, cada operacionalização teve sua noção e impactos definidos através do Léxico. O Léxico auxilia a edição de elementos descritos em linguagem natural semi-estruturada (C&L PUC-Rio). Os termos utilizados no Léxico são descritos de maneira a retratar dois aspectos: a noção, i.e., denotação e o impacto, i.e., conotação. A noção representa o significado do termo e o impacto representa como o termo exerce influência no contexto em que está inserido. O Léxico também permite que cada termo tenha um ou mais sinônimos. Cada sinônimo tem sua noção e seus impactos iguais, respectivamente, à noção e aos impactos de seu termo sinônimo, mas são nomeados diferentemente. Outro elemento importante do Léxico é o princípio da circularidade pois permite um total relacionamento entre as noções e impactos dos diversos termos. Para utilização deste princípio de forma plena todos os termos utilizados para descrição da noção e dos impactos devem ter suas definições também inseridas no Léxico. Nesta trabalho, a noção de cada elemento do Léxico não foi explorada quanto à circularidade, ou seja, cada um de seus termos não foi descrito no próprio Léxico. Nossa intenção com o uso desta ferramenta foi somente construir um repositório para complementação do SIG de transparência dado que neste não há como descrever a noção de cada termo e também como se perceber os relacionamentos entre cada um dos impactos. Para a elaboração desta documentação foi utilizada a ferramenta C&L (C&L PUC-Rio). Além dos símbolos definidos no Léxico para descrever as características do SIG de transparência no contexto organizacional, suas operacionalizações e seus relacionamentos, foram definidos outros símbolos que fazem parte deste contexto e que têm relacionamento circular com as características e operacionalizações. Estes símbolos estão apresentados no Apêndice F desta tese.

48 48 Aqui apresentamos o SIG e as operacionalizações de cada uma das características que compõem o SIG de transparência aplicado ao contexto de transparência organizacional (Figura 3.3 até 3.35). Todas estão presentes na versão final do SIG de transparência (Figura 2.6). As características estão dispostas em ordem alfabética, e não na forma como aparecem organizadas no SIG de transparência de modo a facilitar a leitura. Para cada uma delas, além do SIG com as operacionalizações foi construído também o Léxico de forma a organizar de maneira estruturada todas as informações e relacionamentos entre as características e operacionalizações. No Léxico, o campo Noção contém a definição de cada uma das características que compõem o SIG de transparência e o campo Impacto contém as contribuições entre as características e operacionalizações de cada uma delas no contexto organizacional. Por estarmos tratando de transparência no contexto organizacional, foram também definidos os termos transparência organizacional, transparência de processo e transparência da informação (Figura 3.2).

49 Figura Transparência Organizacional 49

50 50 Figura Acessibilidade Figura 3.4 Acurácia

51 51 Figura 3.5 Adaptabilidade Figura 3.6 Amigabilidade

52 52 Figura 3.7 Atualidade Figura 3.8 Auditabilidade

53 53 Figura 3.9 Clareza Figura 3.10 Comparabilidade

54 54 Figura 3.11 Completeza Figura 3.12 Composição

55 55 Figura 3.13 Concisão Figura 3.14 Consistência

56 56 Figura 3.15 Controle Figura 3.16 Corretude

57 57 Figura 3.17 Dependência Figura 3.18 Desempenho

58 58 Figura 3.19 Detalhamento Figura 3.20 Disponibilidade

59 59 Figura 3.21 Divisibilidade Figura 3.22 Entendimento

60 Figura 3.23 Explicação 60

61 61 Figura 3.24 Informativo Figura 3.25 Integridade

62 62 Figura 3.26 Intuitividade Figura 3.27 Operabilidade

63 63 Figura 3.28 Portabilidade Figura 3.29 Publicidade

64 Figura 3.30 Rastreabilidade 64

65 65 Figura 3.31 Simplicidade Figura 3.32 Uniformidade

66 66 Figura 3.33 Usabilidade Figura 3.34 Validade

67 67 Figura 3.35 Verificabilidade 3.4 Classificando as operacionalizações Segundo a definição de transparência apresentada anteriormente neste Capítulo, transparência de processos organizacionais pode ser representada através de um conjunto de políticas, padrões e procedimentos definidos pela organização. Para tal é necessário que as operacionalizações sejam classificadas de modo que as organizações possam definir que mecanismos utilizar para sua implementação. Nesta tese chamamos de políticas um sistema de regras respeitantes à direção do negócio, ou seja, um conjunto de objetivos que conformam um determinado programa de ação e condicionam sua execução. Chamamos de padrões os modelos oficiais da organização, o que serve de norma para avaliação. E finalmente

68 68 chamamos de procedimentos as práticas estabelecidas e executadas ao longo dos processos organizacionais para atendimento aos padrões e políticas da organização. Entendemos que as políticas e os padrões são um conjunto de conceitos definidos pelas organizações e utilizados como regras para construção de seus processos, e que procedimentos são partes dos modelos de processos executados pelas organizações. A partir destas definições dividimos a implementação das operacionalizações em duas classes: (i) DPP Definida através de políticas e padrões e (ii) IEP Inserida na execução do processo. Na Tabela 3.1, 3.2 e 3.3 apresentamos para cada uma das operacionalizações definidas no Catálogo de Transparência as respectivas classificações. Para auxiliar ainda mais as organizações, dentro da categoria DPP dividimos políticas e padrões em alguns tipos, a saber: (i) Políticas e Padrões de Modelagem de Processos; (ii) Políticas e Padrões de Tecnologia; (iii) Políticas e Padrões de Comunicação; (iv) Políticas e Padrões de Gerência de Configuração; (v) Políticas e Padrões de Armazenamento e Disponibilização de Informação. Nos Capítulos a seguir, estas categorias serão utilizadas para definirmos a abordagem de inserção destas políticas, padrões e procedimentos na organização.

69 Tabela 3.1 Implementação das Operacionalizações parte 1 69

70 Tabela 3.2 Implementação das Operacionalizações parte 2 70

71 Tabela 3.3 Implementação das Operacionalizações parte 3 71

72 Aplicação das operacionalizações a processos na web Como citado anteriormente, o trabalho de definição das operacionalizações ocorreu em paralelo à construção do grafo e a cada alteração que o grafo sofria, as operacionalizações acompanhavam esta evolução. Porém, durante este trabalho, foi elaborado um questionário sobre uma versão intermediária do grafo e das operacionalizações (Transparência PUC-Rio 08), para ser aplicado em processos organizacionais que estivessem disponíveis através de sites da web. A intenção era adequar as operacionalizações que estavam sendo definidas. Este trabalho foi fruto de um projeto elaborado junto ao grupo de Engenharia de Requisitos durante o curso da disciplina Transparência de Software. O processo de aplicação do questionário está descrito no Apêndice D. Este trabalho teve como resultado as Tabelas 3.4 e 3.5. Tabela Resultado da aplicação do questionário sobre sites na web parte 1

73 73 Tabela Resultado da aplicação do questionário sobre sites na web parte 2 As Tabelas 3.4 e 3.5 apresentam as respostas dadas por cada um dos participantes da pesquisa. Estão organizadas através da lista de subcritérios, que se agrupam dentro dos 5 principais critérios (acessibilidade, usabilidade, informativo, entendimento, auditabilidade). Para cada um dos subcritérios foi feito (no questionário apresentado no Apêndice D) um número de perguntas variável baseadas nas possíveis formas de operacionalização de cada um deles. A intenção deste questionário não foi atribuir ao site um grau de transparência, mas sim analisá-lo para identificar principais pontos em que a transparência não estivesse sendo atendida. Indícios dos pontos fracos quanto à transparência destes sites são as notas 4 e 5 dadas pelos participantes. Notas 1 e 2 em geral demonstram que os

74 74 observadores conseguiram com determinado grau de satisfação ter suas necessidades atendidas quanto à transparência. As respostas 3 (média) teriam que ser analisadas caso a caso, porém não houve possibilidade de contato com os entrevistados para isso, uma vez que a pesquisa foi aberta na web. As respostas 6 indicam desconhecimento por parte do entrevistado, e não podem ser vistas como indicativo de falta de transparência, devendo, portanto, ser ignoradas. 3.6 Análise das contribuições Uso do PCT Além de ajudar a adequar as operacionalizações definidas, a elaboração deste questionário, apresentado no Apêndice D, nos permitiu uma análise através da qual pudemos identificar, além dos relacionamentos hierárquicos entre as características e subcaracterísticas, relacionamentos (positivos e negativos) em forma de rede entre os elementos do SIG de transparência. A realização desta análise surgiu por sugestões de alguns dos participantes do levantamento para validação do conceito de transparência (Apêndice C). Anteriormente à análise das respostas do questionário apresentado no Apêndice D, baseando-se nas definições dadas e nas perguntas elaboradas, percebeu-se algumas contribuições (positivas e negativas) em rede entre as características e subcaracterísticas de transparência. Por exemplo, a característica de Completeza é definida como a capacidade de não faltar nada do que deve ter. A característica de Concisão é definida como a capacidade de ser resumido. Analisando estas duas definições, podemos inferir que algo resumido tem chances de não ser completo, ou seja, que Concisão pode contribuir negativamente para a Completeza. Outro exemplo seria entre as características de Dependência e Rastreabilidade. Neste caso, observando suas definições que correspondem respectivamente à capacidade de identificar a relação entre as partes de um todo e capacidade de seguir o desenvolvimento de um processo ou a construção de uma informação, suas mudanças e justificativas, percebemos que a existência do conhecimento da dependência entre artefatos da organização pode ajudar na rastreabilidade dos mesmos. O mesmo raciocínio foi feito para todas as demais características dando origem a um novo SIG (Figura 3.36), agora representando também as possíveis contribuições negativas e positivas entre as características e

75 75 subcaracterísticas do SIG de Transparência. Figura 3.36 SIG de Transparência com contribuições em rede entre características A partir desta identificação de possíveis contribuições em rede entre as características e subcaracterísticas, buscou-se uma técnica que pudesse ajudar na verificação da veracidade destes possíveis relacionamentos. Foi utilizada a técnica do PCT (Personal Construct Theory), já utilizada na área de Engenharia de Software por outros pesquisadores (Gonzalez-Baixauli, 2006), que tem como principal objetivo encontrar relacionamentos entre atributos dados a determinados elementos. O PCT é uma teoria da psicologia construtivista proposta por Kelly (Kelly, 1955) que tenta explicar a visão do mundo de uma pessoa através de construtos. Um construto é um elemento do conhecimento com dois pólos opostos. Para Kelly (Kelly, 1955), o conjunto de construtos de uma pessoa e os relacionamentos entre eles resultam nos pensamentos e comportamentos desta pessoa, já que eles oferecem a possibilidade de construir hipóteses e conclusões. O avanço mais importante desta teoria se comparada a outras é que esta permite obter parte do conhecimento construído na mente das pessoas através de uma teoria com algum rigor. Sendo assim, esta teoria pode ser vista como mais precisa e as conclusões obtidas não são afetadas por pessoas externas. Kelly desenvolveu uma técnica chamada Repertory Grid baseada nesta teoria. Esta técnica permite elicitar conhecimento através da explicitação da relação entre os construtos. A técnica do Repertory Grid consiste em uma entrevista em que o sujeito da entrevista avalia um

76 76 ou mais elementos, cada um tendo uma coleção de construtos atribuídos a eles. Estes elementos podem ser abstratos ou concretos e serão julgados sob os critérios. O resultado é dado através de uma matriz em que os construtos são as linhas e os elementos são as colunas, que permite que dois elementos sejam comparados por semelhança. A Tabela 3.6 (Ford, 1991) mostra um exemplo. Tabela Um exemplo de repertory grid (Ford, 1991) O Repertory Grid possibilita a manipulação do conhecimento através do uso de estatística. A técnica que vamos utilizar é a abordagem utilizada em Ford (Ford, 1991), a qual usa lógica de confirmação para prover relacionamentos assimétricos entre construtos da matriz de dados. O processo de análise é simples: primeiramente a matriz é separada em várias matrizes binárias de acordo com os possíveis valores atribuídos aos construtos. As células destas matrizes valem 1 se este for o seu valor na matriz inicial e 0 se a célula tiver qualquer outro valor. Segundo, a partir destas matrizes binárias, os construtos existentes nas mesmas são comparados através das fórmulas 1 a 3 (Figura 3.37), em que a variável x na fórmula 1 é o vetor do construto e o valor binário do elemento j. O ψ é o valor do construto como extremely generous. Note que ele inclui o construto (generous) e seu valor (extremely). A função (i(ψ)) (ocorrência) retorna o número de ocorrências de ψ no vetor i.

77 77 incidence of Ψ i Ψ) 1 = 0 if x is a Ψ j ( j (1) otherwise ocurrence of Ψ in i( Ψ) occ ( i( Ψ)) (2) de gree of Confirmation of " All Ψ' s are Π": occ( i( Ψ) i( Π)) P( Π Ψ) = occ( i( Ψ)) (3) Figura Fórmulas para comparar os construtos Com esta abordagem podemos relacionar construtos com valores diferentes usando regras como: (Valor do Construto 1) Construto 1 implica (Valor Construto 2) Construto 2 (grau de confirmação), em que o grau de confirmação é um valor de 0 a 1 usado como indicador de veracidade da regra. Este grau de confirmação indica quantos elementos atendem à regra contra o total geral. Então pode ser usado para avaliar a validade de uma regra e identificar se deve ser considerada ou não. Se o grau de confirmação for muito alto (perto de 100%) temos fortes evidências de que existe um relacionamento entre os construtos, mas se o grau de confirmação for muito baixo (perto de 0%), teremos fortes evidências de que não há relacionamento entre os construtos. Pode haver também uma comparação através de visualização direta. Caso duas linhas sejam exatamente iguais após a conversão para binário, sem a aplicação das fórmulas, podemos dizer que há um relacionamento direto entre os construtos. Como citado anteriormente, foi realizado um levantamento cujo elemento a ser julgado era um site com seus processos e informações. Utilizamos este trabalho com o objetivo de encontrar relações entre as características que compõem o conceito de transparência, já que neste tínhamos o elemento sendo julgado (site) e os construtos (características de transparência). Na técnica do PCT temos o julgamento de um ou mais elementos através de gradações para os construtos. Para cada construto há apenas uma nota a ser atribuída. No caso deste levantamento, foi construída mais de uma questão para uma mesma característica, o que resulta em mais de uma avaliação para cada construto. Aqui precisamos fazer uma adaptação. Poderíamos usar o valor médio entre as respostas dadas por cada entrevistado para as perguntas referentes a um

78 78 mesmo construto ou poderíamos trabalhar com os extremos. No caso do PCT, precisamos dos extremos, pois são eles que nos dão os indicativos de concordância e discordância. Sendo assim, extraímos das respostas dadas os dois extremos para cada construto: o melhor e o pior caso. A Tabela 3.7 apresenta as respostas dadas para o melhor caso em cada uma das características. A Tabela 3.8 apresenta as respostas dadas para o pior caso em cada uma das características. Ambas foram extraídas diretamente da Tabela 3.4 e 3.5, apresentadas anteriormente. Tabela Respostas do melhor caso em cada uma das características

79 79 Tabela Respostas do pior caso em cada uma das características Para cada uma destas tabelas (tabelas 3.7 e 3.8) foi aplicada a primeira etapa da técnica do PCT. Nesta, o resultado é transformado em uma tabela contendo apenas 0 s (zeros) e 1 s (uns). Isso é feito para que se possa fazer a segunda etapa, que é de comparação dos resultados e identificação das semelhanças e antagonismos, seja diretamente ou com a aplicação das fórmulas. Na tabela de melhor caso, as respostas 1 foram mantidas e as demais foram zeradas. Na tabela de pior caso, as respostas 5 foram transformadas em 1 e as demais foram zeradas. Os resultados da transformação das Tabelas 3.7 e 3.8 em binárias estão apresentados nas Tabelas 3.9 e 3.10.

80 80 Tabela Respostas do melhor caso em cada uma das características Binário Tabela Respostas do pior caso em cada uma das características - Binário

81 81 Em seguida foram analisadas as duas tabelas, buscando-se identificar semelhanças e antagonismos entre construtos. O resultado desta identificação é apresentado nas Tabelas 3.11 e Tabela 3.11 Relacionamentos entre construtos do melhor caso Na Tabela 3.11, estão marcados com asteriscos os construtos que apresentaram relacionamento direto entre si. A partir das respostas do melhor caso, foi encontrada contribuição positiva entre: Simplicidade e Concisão (*), Corretude e Integridade (**), Dependência e Rastreabilidade (***), e Uniformidade e Clareza (****). Esta se identifica através das séries binárias iguais para cada um dos pares de construtos. Foi encontrada também uma contribuição negativa entre Simplicidade e Completeza, e Concisão e Completeza. Esta se identifica através de composições binárias opostas para cada um dos pares de construtos. Os construtos marcados com X significam que a resposta dada era de falta de conhecimento por parte do entrevistado, e, por isso, ficaram de fora da análise. Aplicando-se as fórmulas do PCT, foram encontrados relacionamentos próximos entre Verificabilidade, Validação e Amigabilidade, todos com somente um 1 na avaliação, e entre Divulgação, Disponibilidade e Intuitividade, todos com um único 0. Estes poderiam ser indicadores de contribuições positivas entre eles. Por outro lado, estes dois grupos de construtos podem ser observados se analisarmos cada par

82 82 entre eles (Verificabilidade e Divulgação, Verificablidade e Disponibilidade, Verificabilidade e Intuitividade, Validação e Divulgação, Validação e Disponibilidade, Validação e Intuitividade, Amigabilidade e Divulgação, Amigabilidade e Disponibilidade, Validação e Amigabilidade) como contribuições negativas, já que o primeiro de cada par possui um único 1 na avaliação e o segundo de cada par possui um único 0 na avaliação. Tabela 3.12 Relacionamentos entre construtos do pior caso Na Tabela 3.12 também estão marcados com asteriscos os construtos que apresentaram relacionamento direto entre si. A partir das respostas do pior caso, foi encontrada contribuição positiva entre: Simplicidade e Concisão (*), Corretude e Integridade (**), e Dependência e Rastreabilidade (***). Esta se identifica através das séries binárias iguais para cada um dos pares de construtos. Foi encontrada também uma contribuição negativa entre Simplicidade e Completeza, e Concisão e Completeza. Esta se identifica através de composições binárias opostas para cada um dos pares de construtos. Na análise do pior caso não foi identificada contribuição entre Uniformidade e Clareza. Os construtos marcados com X significam que a resposta dada era de falta de conhecimento por parte do

83 83 entrevistado, e, por isso, estes construtos foram excluídos da análise. Aplicando-se as fórmulas do PCT, foram encontrados relacionamentos próximos entre Divulgação, Disponibilidade, Desempenho, Uniformidade, Intuitividade, Compreensibilidade e Acurácia, todos com somente um 1. Neste não foram encontrados construtos com um único 0. Os encontrados poderiam ser indicadores de contribuições positivas entre eles. Comparando o que foi identificado através do uso da técnica do PCT ao que foi identificado anteriormente através de método de observação e comparação das descrições e perguntas feitas sobre cada construto, reparamos que algumas se confirmaram. São elas: a) Existe contribuição positiva entre Uniformidade e Clareza, porém esta contribuição é fraca, pois não se confirma na tabela do pior caso; b) Existe contribuição positiva entre Corretude e Integridade e esta é forte, pois acontece tanto no melhor caso como no pior caso; c) Existe contribuição positiva entre Dependência e Rastreabilidade e esta é forte, pois acontece tanto no melhor caso como no pior caso; d) Existe contribuição positiva entre Simplicidade e Concisão e esta é forte, pois acontece tanto no melhor caso como no pior caso; e) Existe contribuição negativa entre Simplicidade e Completeza e esta é forte, pois acontece tanto no melhor caso como no pior caso; f) Existe contribuição negativa entre Concisão e Completeza e esta é forte, pois acontece tanto no melhor caso como no pior caso. A afirmação de contribuição positiva entre Intuitividade e Clareza, e negativa entre Concisão e Clareza, não se confirmaram. Quanto às outras possíveis contribuições que se apresentaram através da aplicação das fórmulas, por se apresentarem como mais fracas (incidência de 75% ou 25%), não foram representadas no grafo. Representamos aqui apenas as características que se apresentaram como contribuições negativas e positivas diretas (100%), ou seja, através de séries binárias idênticas. Como resultado desta fase, foi obtido um SIG de Transparência com a representação das contribuições positivas e negativas entre subcritérios de diferentes grupos.

84 84 Figura SIG de Transparência (Final) com contribuições entre critérios Após a realização desta análise, incluímos as novas contribuições encontradas no Catálogo de Transparência. Como a implementação do Catálogo de Transparência foi feita com a utilização do Léxico (C&L PUC-Rio), incluímos no Impacto de cada uma das características afetadas este novo tipo de relacionamento. Os itens alterados no Léxico são apresentados nas figuras 3.39 até Figura 3.39 Léxico do relacionamento entre uniformidade e clareza

85 85 Figura 3.40 Léxico do relacionamento entre simplicidade, completeza e concisão Figura 3.41 Léxico do relacionamento entre concisão e completeza Figura 3.42 Léxico do relacionamento entre corretude e integridade Figura 3.43 Léxico do relacionamento entre dependência e rastreabilidade

86 86 4. Inserção de práticas de transparência em processos organizacionais Este capítulo apresenta a transparência como uma característica transversal e como ela pode ser introduzida na organização através de políticas, padrões e procedimentos organizacionais. Introduz o conceito de aspectos e apresenta trabalhos relacionados ao paradigma de aspectos em áreas da Engenharia de Software e sua possível extensão para a área de processos de negócio. Ao final, sugere uma abordagem orientada a aspectos para modelagem de processos organizacionais que torna viável a inserção de características de transparência nos mesmos. 4.1 Transparência - Uma Característica Transversal Segundo Cruz (Cruz, 2000; Cruz, 2003), as organizações em geral possuem dois tipos de processos: os primários e os secundários. Processos primários são todos aqueles que estão diretamente ligados à fabricação do produto que a organização tem por objetivo disponibilizar para seus clientes. Processos secundários, também chamados de processos de suporte, são todos que, como o próprio nome diz, suportam os processos primários e os próprios secundários, dando-lhes apoio para que possam existir. Carvalho (Carvalho. 1989) aborda os processos organizacionais com outra visão. Classifica os processos segundo os tipos de atividades que executam, podendo estas ser de tratamento de informação ou substantivas. As atividades de tratamento de informação são aquelas em que há consumo e/ou geração de informação, e as atividades substantivas são aquelas que tem como objetivo principal a geração de produtos físicos e que, apesar de gerarem informação de controle, são executadas com fim produtivo. Apesar da existência de diversos tipos de classificação para processos organizacionais, todos podem ser representados através de modelos de processo construídos através de linguagens de modelagem que contêm elementos como atores, atividades, fluxos de informação, regras de negócio, eventos, documentos, entre outros. Os modelos de processo são constituídos por um conjunto de atividades ou tarefas essenciais que servem para atingir seus objetivos. Porém,

87 87 junto a estes processos podem estar entrelaçadas ou espalhadas atividades, informações, atores ou outros elementos do modelo que sejam pertencentes também a outros processos. Neste caso, estes elementos, apesar de participarem do processo, não necessariamente fazem parte de seus elementos essenciais. Estas atividades, informações, atores e outros elementos do processo poderiam ser vistos como ortogonais a estes processos e portanto ser isolados dos mesmos. Considere, como exemplo, um processo para realização de atividades de gestão de mudanças dentro do contexto do desenvolvimento de software. Neste processo existem elementos (atividades, dados, documentos) que se repetem. Na Figura 4.1, representamos este processo em BPMN, sem utilizar ainda a abordagem construída. Neste exemplo usamos BPMN (BPMN, 1997) como linguagem de modelagem. Os componentes da BPMN (BPMN, 1997) utilizados neste modelo são: eventos (representados por círculos), atividades e informações (representadas por retângulos diferenciados somente pelas cores), relacionamentos (representados por fluxos), conectores lógicos (representados por um losango), e raias (onde estão definidos os atores responsáveis pelas atividades). Neste modelo, podemos observar que as atividades Obter Formulário de Solicitação de Mudança, Enviar Solicitação de Mudança, o documento Formulário de Solicitação de Mudanças e os dados Dados de Requisição aparecem em vários momentos do processo. Estas redundâncias em geral poluem o modelo, dificultando seu entendimento e visualização, e têm que ser analisadas e mantidas quando o modelo sofre alterações.

88 88 Figura 4.1 Abordagem tradicional de modelagem Transparência, como foi visto nos capítulos anteriores, é uma característica de qualidade que, através de diversas iniciativas se quer inserida no contexto das organizações através de suas operacionalizações. Na verdade, tais operacionalizações farão parte das políticas, padrões e procedimentos da organização, como dito na definição de transparência apresentada no Capítulo 2, e como apresentado na classificação das operacionalizações no Capítulo 3. As operacionalizações tratadas como DPP (Definição de Políticas e Padrões) podem ser inseridas nas organizações através de políticas e padrões, como o próprio nome diz, a serem elaboradas e seguidas pelas organizações. Já no caso de operacionalizações classificadas como IEP (Inserção Elementos no Processo), temos a necessidade de definir uma abordagem de como estas operacionalizações seriam inseridas nos modelos de processo de negócio. Ter ou não ter transparência não impacta a essência do que o processo organizacional executa, podendo a transparência ser dita como uma característica transversal. Chamamos em geral de característica transversal aquela que pode ser separada do modelo do processo, ser reutilizada em outros processos ou em outros pontos do mesmo processo. São características que estão espalhadas e entrelaçadas nos processos organizacionais. Esta característica de espalhamento e

89 89 entrelaçamento de um conceito em um determinado domínio foi estruturada na Engenharia de Software pelo Paradigma de Aspectos. 4.2 O Paradigma de Aspectos Nos últimos anos, o problema do entrelaçamento e do espalhamento de características tem sido tratado na comunidade de Engenharia de Software através do paradigma de Desenvolvimento de Software Orientado a Aspectos (DSOA) (Filman, 2005), que é baseado nos conceitos da Programação Orientada a Aspectos (POA) (Kiczales, 1997). O paradigma propõe um novo tipo de abstração denominado aspecto e novos mecanismos de composição que permitem a descrição modular e a composição de características que geralmente se encontram espalhadas e entrelaçadas (características transversais) em vários pontos de um sistema de software. Essas abordagens objetivam, sobretudo, a modularização de características transversais que dificultam as atividades de reuso e manutenção do software. Assim, DSOA (Desenvolvimento de Software Orientado a Aspectos) é uma área de pesquisa que tem como objetivo promover a separação destas características ao longo de todas as fases do desenvolvimento de software. A importância de DSOA no contexto da Engenharia de Software tem se mostrado evidente. DSOA vem obtendo atenção crescente da indústria (Sabbah, 2004; Zhang 2007a) e alcançando maior maturidade após cerca de uma década de pesquisas. Aspecto é a abstração utilizada nesta abordagem para centralizar uma determinada característica que em geral está dispersa em diversos processos. Aspectos, em geral, representam características específicas que se distinguem de funcionalidades essenciais. Nos processos que não exploram o conceito de aspectos, não há essa distinção e as características transversais definidas por Eaddy (Eaddy, 2008) ficam entrelaçadas às funcionalidades essenciais do processo. Isto torna o processo complexo, difícil de compreender e adaptar, e compromete o reuso das partes. Existem atualmente diversas abordagens orientadas a aspectos associadas a diferentes atividades do processo de desenvolvimento de software, como na área de engenharia de requisitos, arquitetura, desenho, implementação. Durante a construção desta tese foi elaborada uma proposta para uso desta abordagem em

90 90 processos de negócio (Cappelli, 2009), pois não foi encontrada qualquer proposição explícita e consolidada em termos da aplicação desta ideia de modularização de conceitos transversais no contexto de processos organizacionais. Essa proposta é uma necessidade iminente, uma vez que: (i) características necessitam ser inseridas nos processos organizacionais sem que venham a interferir no alcance do objetivo do processo, (ii) uma mesma característica pode ser aplicada a diferentes processos organizacionais (reuso), (iii) operacionalizações de características transversais podem ser pensadas independentemente dos processos organizacionais (modularidade), (iv) atualizações podem ser feitas em um único ponto do processo organizacional com reflexo nos demais, (v) a visualização de modelos de processos de forma parcial, ou seja, sob o ponto de vista de um determinado aspecto, pode auxiliar em muito as análises do processo, (vi) processos organizacionais são suportados por aplicações desenvolvidas para atender às características dos processos, e (vii) o desenvolvimento de software orientado a aspectos é uma realidade atual, indicando que os processos devem seguir o mesmo paradigma utilizado para o desenvolvimento de software. Portanto, partindo da premissa de que a separação de conceitos é um princípio de fundamental importância para tratar características transversais em processos de negócio, e que a idéia proposta pelo desenvolvimento orientado a aspectos provê separação de conceitos, promovendo reusabilidade, manutenibilidade e facilitando a compreensão e visualização, buscamos agregar o conceito de aspectos aos conceitos de processos de negócio. 4.3 Trabalhos Relacionados Na área de processos organizacionais, especificamente, não foram encontrados trabalhos associados ao paradigma de modelagem a aspectos, porém o trabalho de Charfi (Charfi, 2007), realizado no contexto de ferramentas de workflow, nos chamou a atenção. O trabalho apresenta um estudo de modularidade em workflows, mais especificamente sobre aspectos transversais e mudanças em fluxos de trabalho. O objetivo principal é a construção de uma linguagem de workflow que apóie a modularização dos aspectos transversais. O trabalho identifica limitações nas linguagens correntes de workflow para modularização de

91 91 aspectos transversais e propõe uma linguagem orientada a aspectos. Nesta proposta, outros elementos, além das atividades, como participantes, sistemas e dados de entrada e saída são considerados na separação de conceitos transversais, apesar de não serem tratados em separado na implementação da linguagem. Esta proposta reforça nosso trabalho, uma vez que ferramentas de workflow são construídas à imagem e semelhança dos processos organizacionais e para tanto necessitam que os elementos do modelo do processo em ferramentas de modelagem tenham um tratamento semelhante aos elementos do processo na ferramenta de workflow. Isso indica ainda que as atividades, os atores, os sistemas e os dados muito provavelmente serão tratados como aspectos na modelagem de processos. Na área de Engenharia de Requisitos e Arquitetura, encontramos trabalhos que, acreditamos, possam contribuir com nossa proposta. Em especial, a Engenharia de Requisitos pode nos ajudar na extensão dos conceitos de aspectos para a modelagem de processos por já citar a modelagem de processos como ferramenta fundamental para entendimento do domínio e conseqüente elicitação de requisitos (MacKnight, 2004; Fiorini, 1996). A Engenharia de Requisitos Orientada a Aspectos (EROA) representa a identificação, análise e tratamento de requisitos transversais durante a elicitação, modelagem e análise de requisitos. Nesta abordagem, o modelo de requisitos passa a ter um padrão modular adequado, evitando que características transversais fiquem espalhadas, o que facilitará a implementação em ambientes orientados a aspectos. A separação de conceitos transversais no levantamento de requisitos facilitará o rastreamento entre documentos de requisitos, arquitetura e o código, principalmente quando se utiliza orientação a aspectos em todas as fases do desenvolvimento de software. Para identificar as contribuições desta área e a forma como estas podem ser estendidas para a área de modelagem de processos, foi realizado um levantamento dos principais trabalhos já realizados. Nos trabalhos de Rashid (Rashid, 2002; Rashid, 2003) e de Sampaio (Sampaio, 2005), fala-se da importância de se identificar e tratar aspectos já na fase de análise de requisitos, separando requisitos aspectuais, requisitos não aspectuais e regras de composição. Os autores afirmam que essa modularização no início do processo de engenharia de software permite mudanças em aspectos mais cedo, facilitando a tomada de decisão pelos envolvidos durante o processo de negociação. A definição de requisitos transversais também facilita o mapeamento e a

92 92 determinação dos componentes aspectuais nos demais estágios do processo de desenvolvimento. Os trabalhos apresentam ainda um modelo genérico para identificação e especificação de requisitos aspectuais e seu mapeamento e influência nos demais estágios de desenvolvimento. Os mesmos autores apresentaram outro trabalho (Moreira, 2005), no qual comentam que as abordagens de desenvolvimento mais modernas estão propondo mecanismos de decomposição e composição, pois a maioria delas utiliza uma dimensão dominante como base para decomposição e outras como transversais. Neste trabalho, apresentam discussões sobre a característica de transversalidade e demonstram que ela não acontece somente para o caso dos requisitos não-funcionais como na maioria das abordagens. Requisitos funcionais também podem ser vistos como características transversais de partes dos sistemas. Porém, a natureza bi-dimensional das decomposições existentes não dá suporte suficiente para esta evolução. Para isso, os autores propõem um modelo de decomposição de requisitos de uma maneira uniforme, não levando em consideração sua natureza funcional ou não-funcional, podendo apoiar uma separação multidimensional. Esta abordagem trata de relacionamentos entre as características transversais. Ambas as propostas mostram-se importantes para nosso trabalho, uma vez que indicam que a descoberta e uso precoces de componentes aspectuais em requisitos facilita o uso nos demais estágios do desenvolvimento. Podemos, neste caso, instanciar para o nível de processos ao dizer que a descoberta e uso de componentes aspectuais em modelos de processos podem facilitar o uso em requisitos que, por sua vez, facilitam nos demais estágios do desenvolvimento. Sutton (Sutton, 2003) é um dos primeiros a tratar do que, na comunidade de orientação a aspectos, convencionou-se chamar de early aspects ou aspectos iniciais. Neste tipo de abordagem, o objetivo é identificar aspectos antes da programação do software. Outra proposta (Yu, 2004) apresenta um processo sistemático para descoberta de aspectos durante o refinamento de metas no contexto de engenharia de requisitos intencional. Alencar (Alencar, 2006) apresenta em seu trabalho uma série de regras para sistematizar a identificação de características transversais em modelos i* (Yu, 2004) e modularizá-las através de aspectos na intenção de reduzir complexidade. Porém, uma das propostas mais completas encontradas na literatura nesta área é o trabalho desenvolvido por Silva (Silva, 2006) em sua tese de doutorado.

93 93 Neste, a autora defende a importância de trabalhos que permitam a separação, a composição e a visualização de características durante a modelagem de requisitos. Estes mecanismos funcionam com base em uma linguagem de modelagem (LMROA) que permite a descrição antecipada de como as características estão entrelaçadas e espalhadas. Dessa forma, oferece um modelo conceitual que define um novo tipo de relacionamento, denominado relacionamento transversal, que poderá ser utilizado por diversas linguagens de modelagem de requisitos para resolver os problemas de espalhamento e entrelaçamento de características transversais. Esta abordagem apresenta um metamodelo para integração de características transversais que inclui as atividades de separação, composição e visualização como importantes para a abordagem dos problemas de espalhamento e entrelaçamento de características durante a modelagem de requisitos. Este metamodelo pode ser utilizado como base em outras fases do desenvolvimento, para definição de mecanismos práticos de redução dos danos causados pelos problemas de espalhamento e entrelaçamento. Esta proposta está diretamente ligada ao nosso trabalho, pois nossa intenção também é construir uma abordagem para integração de características transversais, só que no nível de modelos de processos organizacionais. Outra área que tem trazido contribuições para o paradigma de aspectos é a Arquitetura. Dentro desta área, pesquisadores têm estudado a integração de características transversais e linguagens de descrição arquitetural (ADL) com o objetivo de construir conhecimento sobre a modularização de aspectos arquiteturais através de extensões das ADL s. Para identificar as contribuições desta área e como estas podem ser estendidas para a área de modelagem de processos, foi obtido um levantamento dos principais trabalhos já realizados. Dois destes com contribuições importantes que poderiam ser utilizadas na extensão do conceito de aspectos para processos organizacionais. Os trabalhos de Chavez (Chavez, 2009) e Garcia (Garcia, 2006a; Garcia, 2006b) propõem que linguagens de descrição de arquitetura orientadas a aspectos passem a utilizar uma descrição de conexão menos dependente de marcações nos componentes. Ou seja, ao invés de buscar padrões sintáticos baseados na descrição dos componentes, procuram-se padrões de nível mais alto sem dependência sintática. Estes trabalhos abordam um tema importante no contexto de orientação a aspectos por tratarem de como obter maior flexibilidade na identificação de onde os

94 94 aspectos devem incidir nos componentes. Esta abordagem se aplica ao nosso trabalho uma vez que estamos trabalhando com modelos de processos, conjunto de seqüências de atividades, nos quais teremos que identificar onde os componentes incidirão. Em outro trabalho, anterior a este, Batista (Batista, 2006) faz uma reflexão sobre sete questões importantes que surgem quando estudamos a integração de características transversais e linguagens de descrição arquitetural (ADL). O objetivo é apresentar o ponto de vista dos autores sobre a exigência de extensões das ADL s existentes na modularização desses aspectos transversais. Para isso são levantadas sete questões sobre aspectos e ADL s. São elas: (i) Quais elementos em ADL podem ter características transversais em que discute quais elementos da descrição arquitetural (componentes, conectores, configurações e interfaces) podem ser afetados por características transversais; (ii) Como deve ser feita a composição em que discute a conexão entre dois componentes básicos e a conexão entre um componente básico e um transversal e como esta segunda deve ser representada em uma especificação arquitetural; (iii) Quantos pontos de junção podem ser referenciados em uma declaração em que discute quantos pontos de junção podem existir em uma declaração, sendo necessário um mecanismo de quantificação da ADL que possa unificar os pontos de junção afetados por um aspecto sem a necessidade de citar um a um; (iv) De que precisam as interfaces de aspectos em que discute se as questões (ii) e (iii) são suficientes para representar os aspectos ou se as interfaces dos componentes aspectuais também precisam de informações extras para suportar essas conexões; (v) Como devem ser as interfaces dos pontos de junção em que discute se as interfaces dos componentes afetados por aspectos necessitam ser estendidas para explicitar os join points que permitem a conexão com componentes aspectuais; (vi) Como são declaradas as mudança em interfaces em que trata da adoção do conceito de inter-type declarations no nível da especificação arquitetural, e da necessidade de especificar, no nível de arquitetura, atributos e serviços que um aspecto pode introduzir nos elementos básicos do sistema, e (vii) Como representar aspectos em que discute a questão da abstração de um aspecto, se uma nova abstração é necessária para representar um aspecto transversal ou se este aspecto pode ser representado pelas estruturas existentes para abstração dos componentes básicos na ADL em questão. Este trabalho também nos pareceu bastante importante, pois algumas destas

95 95 questões, como principalmente as (i), (ii), (iii) e (vii), deverão ser discutidas nesta tese. 4.4 Processos Organizacionais Orientados a Aspectos Processos de negócios (Ould, 2005) são constituídos a partir das políticas que definem diretrizes e objetivos da organização, padrões que definem as normas, e os conjuntos de procedimentos que definem os fluxos de trabalho existentes em uma organização e suas execuções, envolvendo as atividades realizadas, os atores que os executam, os sistemas computacionais que os apoiam e as informações que consomem e geram. Propomos o uso do paradigma de aspectos para tratarmos principalmente dos procedimentos que podem ser explicitados através de modelos de processo, ou seja, das operacionalizações classificadas no Capítulo 3 como IEP (Inseridas na Execução do Processo). As operacionalizações classificadas como DPP (Definição de Políticas e Padrões) em geral são apresentadas através de documentos que representam as políticas e padrões, e servem de apoio para definição ou execução do processo. Na literatura há várias linguagens propostas para modelagem de processos de negócio, como BPMN (BPMN, 1997), EPC (Scheer, 1990), e i* (Yu, 1994). Em geral, a maioria das notações utilizadas por estas linguagens segue alguns princípios básicos, como decomposição funcional e separação de conceitos. Segundo o princípio da decomposição funcional, a modelagem deve mapear as funções da empresa de forma hierárquica, partindo de funções macroscópicas e decompondo-as em subfunções. O princípio da separação de conceitos, por sua vez, enfatiza a necessidade de modelar o processo compondo-o a partir de elementos menores, em que cada elemento representa uma parte do domínio do problema. A fim de trazer o conceito da orientação a aspectos para processos de negócio, utilizaremos uma abordagem muito similar à que foi construída por Silva (Silva, 2006), pois entendemos que esta possui uma abordagem bastante genérica que poderia ser reutilizada em grande parte no contexto de processos. Esta abordagem consiste na construção de um metamodelo para integração das características transversais. Este metamodelo define um conjunto mínimo de atividades objetivando a inserção de características transversais e mecanismos para efetivá-las. A integração é centrada na definição de um elemento de modelagem que permite a

96 96 descrição explícita de como as características estão entrelaçadas e espalhadas. Este elemento é definido como parte de uma linguagem de modelagem, que pode ser instanciada para a utilização de diferentes métodos de modelagem. No caso de Silva (Silva, 2006), tanto a linguagem de modelagem quanto os métodos referem-se a requisitos. No nosso caso faremos referência a linguagens e métodos relacionados a processos organizacionais. O metamodelo proposto por Silva (Silva, 2006) para integração de características transversais é uma estratégia para modelagem de requisitos que provê elementos para registrar, controlar e analisar a interação transversal entre eles. A estratégia consiste em três atividades, respectivamente denominadas Separar, Compor e Visualizar, apresentadas na Figura 4.2. Estas três atividades são apresentadas como essenciais durante o processo de modelagem de requisitos porque possibilitam, respectivamente, a modularização, a junção das partes modularizadas para formar o modelo e a análise de visões (opiniões, serviços e modelos) dos módulos e do sistema inteiro. Nossa proposta é que esta mesma abordagem possa ser usada para aspectos em processos organizacionais. Na verdade, nesta outra área, o objetivo é que estes aspectos possam ser identificados e separados, depois combinados novamente aos processos e por fim visualizados da forma mais interessante para a organização. Figura Metamodelo de integração de características transversais (Silva, 2006) Para Separar, esta estratégia provê linguagem e diretrizes para que a modelagem dos elementos seja feita levando-se em consideração sua natureza transversal, ou seja, explicitando quais e de que forma alguns requisitos têm tendência a estar espalhados ou entrelaçados aos outros. Esta informação sobre transversalidade é registrada em um novo tipo de relacionamento, adicionado como

97 97 uma extensão ao modelo. Compor é um processo que combina os requisitos inicialmente modelados de maneira separada aos demais requisitos. Esta combinação é realizada pela interpretação da informação contida no relacionamento transversal e pela aplicação de regras de composição. As regras de composição definem como os elementos do relacionamento transversal são transformados, por exemplo, em sua semântica, propagando a informação nele contida. Vizualizar é uma atividade que provê alguns modelos parciais do modelo integrado, de maneira a facilitar o entendimento das características do sistema e da composição delas. De maneira semelhante à estratégia apresentada por Silva (Silva, 2006), nossa abordagem define: uma linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos (LMPOA), diretrizes de como utilizá-la, um mecanismo de composição e um mecanismo de visualização (Cappelli, 2009), apresentada na Figura 4.3. Os mecanismos utilizam regras de composição e de transformação que dependem dos construtos da linguagem. Desta forma, a separação, a composição e a visualização são centradas na linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos. Figura 4.3 Componentes usados para integrar relacionamentos transversais em modelos de processos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) LMPOA é composta por qualquer linguagem de modelagem de processos (modelo de componentes), tais como BPMN (BPMN, 1997), EPC (Scheer, 1990) e i* (Yu, 1994), um relacionamento transversal (modelo núcleo), e um modelo de joinpoints que define como os modelos de componentes e núcleo estão

98 98 relacionados. LMPOA e as diretrizes para sua utilização constituem a infra-estrutura necessária para a atividade de separação, na qual as atividades de composição e visualização são baseadas. A seguir explicamos detalhadamente cada um dos elementos da estratégia. Linguagem de Modelagem de Processos Orientada a Aspectos A estratégia proposta por Silva (Silva, 2006) em muito se assemelha à abordagem desta tese. Na forma estrutural, a diferença se apresenta basicamente no fato de esta abordagem utilizar linguagens de modelagem de processos ao invés de linguagens de modelagem de requisitos, e no fato de os mecanismos de composição e visualização, suas respectivas regras e parâmetros, e o modelo de componentes serem diferentes. A linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos (LMPOA) consiste nas seguintes partes: 1) a definição dos elementos da linguagem de modelagem de processos, por exemplo, o modelo de componentes da linguagem de modelagem de processos; 2) a definição dos elementos do modelo núcleo, neste caso, retratados pelo relacionamento transversal; 3) o modelo de joinpoints, conjunto de elementos da linguagem de modelagem de processos que podem ser afetados por um relacionamento transversal. Na Figura 4.4 e Figura 4.5, ilustramos os detalhes da sintaxe da linguagem de modelagem de processos e do modelo conceitual desta linguagem. Os elementos em cinza representam os pontos fixos da linguagem, enquanto os elementos em branco representam pontos a serem instanciados. Figura 4.4 Sintaxe de LMPOA (adaptado de Silva (Silva, 2006))

99 99 Figura 4.5 Modelo conceitual da linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) Modelo de Componentes No modelo conceitual de LMPOA (Figura 4.3), o modelo de componentes representa uma linguagem de modelagem de processos descrita por componentes e relacionamentos (linhas 1 e 2 da Figura 4.3). Desta forma, relationship e component são elementos que devem ser instanciados (linhas 3 e 4 da Figura 4.3) de acordo com o modelo de processos a ser adotado, para dar origem a uma nova linguagem de modelagem de processos orientada a aspectos. Em modelagem de processos, os elementos que em geral compõem as linguagens são processos, atividades, eventos, atores, sistemas, regras de negócio ou informações. Modelo de Joinpoints Joinpoints são elementos do modelo de componentes que podem ser afetados por aspectos (Chavez, 2003; Chavez, 2004). Em linguagens de implementação, eles podem ser estáticos ou dinâmicos: um joinpoint estático é uma localização na estrutura de um elemento, enquanto um joinpoint dinâmico é uma localização na execução de um programa. Visto que na maioria das vezes linguagens de modelagem de processos são especificações não executáveis, i.e., estáticas,

100 100 utilizamos apenas joinpoints estáticos. Na Figura 4.3, o construto joinpoint (linha 5) não tem valor definido porque depende do modelo de componentes a ser utilizado. O modelo de joinpoints na abordagem proposta será composto pelos elementos da linguagem sobre os quais poderão incidir os aspectos, ou seja, processos, atividades, eventos, atores, sistemas, regras de negócio ou informações. Modelo Núcleo: Relacionamento Transversal O relacionamento transversal representa, na linguagem de Silva (Silva, 2006), o que o aspecto representa em AspectJ. É um novo tipo de relacionamento a ser adicionado ao modelo de componentes (linha 3 da Figura 4.3). Para ser usado junto a linguagens de modelagem de processos, outro modelo núcleo foi criado. Este relacionamento herda as informações de origem e destino (pointcuts) de relacionamento, assim como as informações de tipo e dono da origem. Dentro das linguagens de modelagem de processos, os elementos modelados têm um tipo (atividade, dado, documento, entre outros), e este é um conhecimento necessário no momento da composição dos elementos, pois indica a forma de ser inserido no processo. O mesmo acontece com o dono do elemento pois, em geral, nas linguagens de modelagem de processo os elementos são de responsabilidade de um determinado ator do processo, que deve ser representado. O label do relacionamento (cross) não deve ser fixo. O label deve ter um nome que o relacione à sua origem. Sendo assim este é colocado como uma variável a ser composta no momento da modelagem. Uma regra para nomeá-lo poderia ser sempre colocar os três primeiros caracteres da característica transversal, por exemplo. Como a intenção desta abordagem é somente separar características transversais e depois compô-las novamente com o modelo, sem que sejam feitas modificações, apenas a primitiva include faz parte do modelo núcleo. Na figura 4.6 apresentamos a sintaxe do relacionamento transversal de LMPOA.

101 101 Figura 4.6 Sintaxe do Relacionamento Transversal Esta sintaxe, construída especificamente para linguagens de modelagem de processo, não foi adaptada de Silva (Silva, 2006), pois entendemos que por existirem muitas diferenças entre a representação dos elementos que compõem as linguagens de modelagem de processos dos elementos e os elementos que compõem as linguagens de requisitos, seria mais interessante definir uma nova sintaxe, obviamente utilizando os construtos do modelo núcleo. As linguagens de modelagem de requisitos são compostas por elementos que permitem construir um modelo de representação dos cenários de execução de uma aplicação de software, por exemplo, enquanto um modelo de processo permite representar a execução de um processo organizacional. A seguir detalhamos cada um dos construtos deste relacionamento. Os nomes pointcut e advice foram usados para ajudar o leitor a fazer uma associação direta a elementos conhecidos no nível de desenho e implementação. Entretanto, para esta abordagem, a semântica destes elementos foi adaptada para que eles representem a transversalidade de características no nível de modelos de processos. Pointcut Pointcuts indicam os elementos afetados por uma determinada característica. Cada pointcut é definido por um nome e uma expressão (linhas 6 e 7 da Figura 48). Expressões consistem em sentenças que usam operandos, operadores e primitivas (linhas 8 e 9). Os operandos são elementos cujos tipos estão associados aos joinpoints (linha 7). Os operadores são utilizados para agrupar um ou mais joinpoints, são eles OR, AND e NOT. As primitivas definem uma ação a ser realizada no pointcut (linha 9). No caso de modelagem de processos, definiu-se

102 102 somente a primitiva include que adiciona um ou mais elementos ao local especificado. Advice Um advice define quais elementos do modelo de origem espalham-se ou entrelaçam-se nos pointcuts. Ele registra o conjunto de elementos que representa um comportamento ou estrutura que se repete. Cada advice é formado por um tipo (after, before e around) que indica a maneira como ele afeta os pointcuts; uma expressão de pointcuts indica quais são os pointcuts em que o advice será aplicado; e o corpo define o conjunto de elementos que se espalha ou se entrelaça nos pointcuts. Diretrizes para Separação de Características Transversais A identificação de características transversais é, na maioria das vezes, realizada com base na experiência e intuição dos profissionais de modelagem da organização, tanto durante a definição de processos quanto nas atividades de desenho. Nesta tese, como em Silva (Silva, 2006), consideramos que qualquer característica pode ou não estar transversal. Não é necessário saber disto com antecedência porque elas são modeladas da mesma maneira, utilizando os elementos do modelo de componentes. O necessário é saber quando separá-las e quando utilizar o relacionamento transversal: Quando separá-las? qualquer característica que atenda a pelo menos uma das propriedades a seguir pode ser modelada separadamente: Ela está repetida muitas vezes no modelo; Ela pode ou não estar presente no processo, sem impedir a realização de seu objetivo global; Ela não faz parte do contexto do processo, é apenas uma qualidade do modelo; Ela pode ser reutilizada em outros domínios;

103 103 Ela é muito complexa, estando associada a muitos elementos do processo; Ela não se repete no modelo, mas se repete em outros modelos; Ela é independente das demais, representando um conceito bem delimitado; Quando utilizar o relacionamento transversal? de maneira geral, nos casos apresentados é recomendado o uso de relacionamentos transversais. Contudo, nossa abordagem considera que estas situações surgem durante o processo de modelagem, conforme a informação sobre o domínio e os processos é adquirida. Composição de Características Transversais Segundo Silva (Silva, 2006), nos modelos de requisitos a utilização do relacionamento transversal reduz a quantidade de relacionamentos nos mesmos, porque modulariza muitas interações em poucos relacionamentos transversais. Esta modularização é possível porque muitas vezes um conjunto de relacionamentos é repetido para associar uma característica (origem) a muitos elementos (destino). Isto por si só diminui a complexidade do modelo ou, pelo menos, aumenta a visibilidade de seus elementos. No caso de modelos de processos, o que reduz é a quantidade de elementos representados nos modelos, facilitando a visualização dos elementos essenciais ao processo e permitindo a visualização de diversas dimensões. Visto que conseguimos extrair do modelo os elementos considerados características transversais, faz-se necessário um mecanismo de composição para inseri-los nos pontos necessários do modelo. Pointcuts representam os elementos atingidos pelo mesmo relacionamento transversal, enquanto advices são elementos que se repetem. Assim, esta abordagem permite representar novas maneiras de modularização de elementos espalhados e entrelaçados devido à decomposição dominante do modelo de componentes. Porém, para a realização da composição, faz-se necessária a definição de um conjunto de regras. As regras de composição indicam como transformar o modelo e as características transversais em um modelo integrado; elas representam a semântica dos construtos do relacionamento transversal e podem variar de acordo com o modelo de componentes utilizado. Na Tabela 4.1, apresentamos as regras gerais de composição.

104 104 Tabela 4.1 Regras de Composição do Relacionamento Transversal Visualização de Características Transversais A atividade de visualização limita-se à escolha através de parâmetros aplicados aos modelos de processos, de modo que estes sejam capazes de apresentar o que for interessante para a organização. Para isso são necessárias informações sobre o que se quer visualizar, ou parâmetros de visualização. Em vários momentos da gestão de processos, como durante a análise e investigação de problemas, é importante que a organização possa ter diferentes visões dos modelos, analisando-se por diferentes ângulos a solução que será dada aos problemas. No caso da modelagem de processos, os parâmetros devem ser definidos de acordo com o interesse da organização no momento da construção ou análise do processo. Para que o mecanismo de visualização possa ser ativado, é necessário ter informado os parâmetros apresentados na tabela 4.2. A partir destas informações, é possível construir diversos tipos de modelos que atendam às necessidades da organização. Tabela 4.2 Parâmetros de Visualização

105 105 A seguir apresentamos um exemplo para ilustrar as atividades de Separação, Composição e Visualização, e o uso das diretrizes para utilização da linguagem, regras de composição e parâmetros de visualização. Exemplo Aplicando a abordagem apresentada sobre o exemplo citado no início deste Capítulo (Figura 4.1), foi realizada a primeira atividade, que é de separação dos elementos. Nesta, o primeiro passo foi a identificação de que elementos se caracterizam como aqueles que poderiam ser separados do modelo básico. Nesta separação, utilizando os critérios definidos nas diretrizes para separação, identificamos como características transversais os seguintes elementos: (i) Atividade Obter Formulário de Solicitação de Mudança ; (ii) Atividade Enviar Solicitação de Mudança ; (iii) Documento Formulário de Solicitação de Mudanças ; (iv) Informação Dados de Requisição. O segundo passo, ainda dentro da atividade de separação, foi identificar com que outro elemento do modelo cada uma destas características estava relacionada. Neste levantamento verificamos a existência das relações apresentadas na tabela 4.3. Tabela 4.3 Relacionamento entre os elementos do modelo Ao final da atividade de separação, temos a identificação de todos os elementos aspectuais (a serem suprimidos do modelo) e a lista de com que outros elementos cada um se relaciona. Esta lista de características transversais e de seus relacionamentos com diversos outros elementos são apresentados graficamente na Figura 4.7.

106 106 Figura 4.7 Características transversais e seus relacionamentos com demais elementos Iniciando a atividade de composição, foram construídos os relacionamentos transversais para cada uma das características transversais identificadas. Estes relacionamentos estão apresentados nas Figuras 4.8, 4.9, 4.10 e Os relacionamentos criados apresentam o nome do aspecto a ser inserido, os tipos de elementos da linguagem de modelagem, o nome do relacionamento transversal a ser criado, o local em que este aspecto será inserido no modelo do processo (antes, depois ou entorno de que elemento), e a ação a ser realizada para que este faça parte do modelo do processo. Nestes relacionamentos também pode-se perceber que o construto Owner não aparece. O Owner, na verdade, é o responsável pela característica transversal que, nas linguagens de modelagem de processos, se materializa na figura de um ator. Este construto será utilizado para nomear a raia da característica transversal. No caso deste exemplo, mais de um ator será responsável por uma única característica transversal, fazendo com que seja necessária a criação de um novo papel para representar este grupo de atores. Este grupo, no exemplo composto pelo Engenheiro de Software e pelo Gerente de Configuração, é representado pelo Grupo de Configuração e Software.

107 107 Figura 4.8 Exemplo de Aspecto Obter Formulário Solicitação Mudança Figura 4.9 Exemplo de Aspecto Enviar Solicitação de Mudança Figura 4.10 Exemplo de Aspecto Formulário Solicitação Mudanças

108 108 Figura 4.11 Exemplo de Aspecto Dados Requisição Em seguida, as características transversais indicadas para serem retiradas do modelo são substituídas por uma única de cada tipo/elemento, e os relacionamentos com os demais elementos são substituídos pelos relacionamentos transversais definidos. Para a execução destas atividades, deve ser utilizada a semântica de cada um dos elementos descritos no relacionamento transversal apresentada na Tabela de Regras de Composição (Tabela 4.1) da abordagem construída. Este novo modelo é apresentado na figura Para a representação do relacionamento transversal e consequente implementação da AO-BPMN, esta abordagem utiliza linhas pontilhadas. As características transversais são representadas com os mesmos elementos da linguagem de modelagem de processos escolhida, porém, estão presentes em raias ortogonais às raias do processo.

109 109 Figura 4.12 Composição das características transversais (Cappelli, 2009b) Se substituirmos as características transversais e seus relacionamentos por suas definições, teremos o que se apresenta na Figura Nesta, os aspectos são substituídos nas raias ortogonais pela descrição do relacionamento transversal, não havendo necessidade de sua representação gráfica através de linhas pontilhadas. Figura 4.13 Composição das características transversais Formato Texto (Cappelli, 2009b) A partir deste ponto, com características transversais e relacionamentos transversais definidos, podemos identificar várias formas de visualização dos modelos. Através da visualização, podem-se extrair visões parciais ou totais do modelo integrado, como visões de dados (como um determinado conjunto de informação se espalha ou se entrelaça às atividades), visões de documentos (em que

110 110 atividades os documentos são utilizados), visões de atividades que se repetem em um mesmo processo ou em processos diferentes, visão das atividades básicas do processo, dentre outras. Para isso, bastaria definir os parâmetros existentes na Tabela de Parâmetros de Visualização (Tabela 4.2). Algumas destas visões podem estão representadas nas Figuras 4.14, 4.15, 4.16, Figura 4.14 Visão de Documentos As atividades que utilizam o documento Figura 4.15 Visão de Dados As atividades que utilizam um conjunto de informações

111 111 Figura 4.16 Visão de Atividades Repetição Figura 4.17 Visão de Atividades Principais

112 Aplicando o modelo apresentado para a inserção de características de transparência em modelos de processos organizacionais No caso deste trabalho, trata-se da identificação e inserção de características de transparência em processos organizacionais. Como citado anteriormente neste Capítulo, transparência é apresentada como uma característica transversal. Nesta tese apresenta-se uma definição de transparência através da construção de um catálogo que nos indica as operacionalizações, ou seja, os procedimentos, padrões e políticas que, uma vez inseridas nos processos organizacionais, contribuem para a transparência do mesmo. Apresenta-se também o paradigma de aspectos aplicado a modelos de processos. A intenção é utilizar o paradigma de aspectos apresentado em modelos de processos para inserir as características de transparência nos processos organizacionais. Primeiramente, para definir como utilizar a abordagem proposta sobre o paradigma de aspectos em modelagem de processos para inserção de características de transparência, é preciso identificar como cada uma destas características é operacionalizada e através de que mecanismo pode ser implementada na organização. Para isso utilizam-se as Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3 apresentadas no Capítulo 3 desta tese. A partir das informações contidas nestas tabelas pode-se identificar através de que mecanismo organizacional a implementação da operacionalização da transparência deve ser feita. Entendemos que caso esta seja indicada para ser inserida como uma política ou padrão (DPP), bastaria que estas políticas ou padrões fossem definidos pela organização e que passassem a ser um elemento representável nos modelos de processo quando sua explicitação ligada especificamente a uma determinada parte do processo fosse necessária. Caso fosse definida como um procedimento/prática (IEP), se converteria em uma atividade ou em algum outro elemento pertencente à linguagem de modelagem a ser inserido no modelo do processo. Outro ponto a ser citado no caso do uso da abordagem orientada a aspectos para inserção de transparência em processos organizacionais, é o fato de neste caso específico de transparência, as características a serem trabalhadas não estarão somente espalhadas e entrelaçadas no processo, mas definidas no catálogo de transparência. Sendo assim, além de identificar e separar características que estão

113 113 entrelaçadas e espalhadas no modelo do processo, outras atividades devem ser feitas, como: (i) identificar no Catálogo de Transparência as características a serem inseridas no modelo; (ii) identificar no Catálogo de Transparência as possíveis operacionalizações de cada uma das características escolhidas; (iii) definir que elementos devem ser inseridos no processo para atender à implementação das operacionalizações selecionadas; (iv) identificar se não há qualquer contribuição negativa entre elas e, caso haja, definir qual delas será implementada; (v) definir que elementos do processo serão afetados por estes elementos transversais; (vi) definir os relacionamentos transversais. Este processo está representado na Figura Figura 4.18 Processo Inserir Aspectos de Transparência em Processos Outro ponto importante diz respeito à abordagem propriamente dita. No caso de seu uso para inserção de características de transparência, um novo elemento se apresenta: O Catálogo de Transparência. Este elemento deve ser representado como parte da atividade de separação. A representação deste elemento pode ser vista na Figura 4.19.

114 114 Figura 4.19 Componentes usados para integrar transparência em modelos de processos (adaptado de Silva (Silva, 2006)) Exemplo de inserção de características de transparência em modelos de processo utilizando LMPOA Utilizou-se como exemplo um processo genérico de Gerir Contratação de Software. As atividades existentes neste modelo são apresentadas na Figura Nesta, representou-se o processo modelado ainda sem as práticas que promovem transparência inseridas. Este processo foi modelado utilizando a notação BPMN (BPMN, 1997). Imagine que este processo seja pertencente a uma organização e esta deseja dar mais transparência ao mesmo. Neste caso, o primeiro passo da abordagem é a Separação das Características. O detalhamento de como realizar este primeiro passo está definido na Figura Neste processo, a primeira atividade a ser realizada é a análise do processo quanto à transparência, identificando as características ausentes no mesmo e, em seguida, a definição de que características de transparência se deseja inserir no processo. Em seguida é necessário utilizarmos o Catálogo de Transparência, formado pelo SIG de Transparência (Figura 2.6 apresentada no Capítulo 2), suas operacionalizações e léxicos (Figuras 3.2 a 3.35 apresentadas no Capítulo 3), as contribuições positivas e negativas entre as características (Figura 3.39 apresentada no Capítulo 3) e os mecanismos de implementação das operacionalizações (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3 apresentadas no Capítulo 3) para identificar possíveis conflitos entre as características escolhidas a serem inseridas. Neste exemplo não há conflitos. As características escolhidas foram:

115 115 Controlabilidade, através das operacionalizações de: registrar início das atividades, registrar término das atividades e registrar responsável pela atividade; Explicação, através das operacionalizações de: registrar decisões tomadas e justificar decisões adotadas; e Integridade, através das operacionalização de: apresentar fontes das informações. Todas estas operacionalizações relacionadas às características escolhidas têm como forma de implementação a criação de elementos no modelo do processo, ou seja, a inserção de novas informações, atividades, atores, entre outros elementos (tipo IEP). Não foram escolhidas operacionalizações através de Definição de Políticas e Padrões (DPP) por se tratar de um exemplo genérico sobre o qual não se tem conhecimento do contexto organizacional. Figura 4.20 Processo Genérico de Contratação de Software (adaptado de (Magdaleno, 2006)) Escolhidas as operacionalizações, é necessário definir, através de que elemento da linguagem de modelagem estas serão inseridas no modelo do processo. No caso da linguagem BPMN (BPMN, 1997), os elementos pertencentes à linguagem são: atividades, eventos, decisões, fluxos, artefatos (dados, anotações, grupos) e raias. Neste caso teremos que: oregistrar início das atividades Elemento Atividade por se tratar de uma ação; oregistrar término das atividades Elemento Atividade, por se tratar de uma ação;

116 116 oregistrar responsável pela atividade Elemento Atividade, por se tratar de uma ação; oregistrar decisões tomadas Elemento Atividade, por se tratar de uma ação; ojustificar decisões tomadas Elemento Atividade, por se tratar de uma ação; oapresentar fontes das informações Elemento Artefato (dado), por se tratar de uma informação. Em seguida, é necessário identificar quais as atividades do modelo serão afetadas por cada uma destas características. Neste caso teremos: A - Registrar início das atividades Afeta todos os elementos Atividade (1 a 10) B - Registrar término das atividades Afeta todos os elementos Atividade (1 a 10) C - Registrar responsável pela atividade Afeta todos os elementos Atividade (1 a 10) D - Registrar decisões tomadas Afeta os elementos Atividade 1, 2, 5 e 6, já que nestas atividades decisões são tomadas. E - Justificar decisões tomadas Afeta os elementos Atividade 1, 2, 5 e 6, já que nestas atividades decisões são tomadas. F - Apresentar fontes das informações Afeta os elementos Atividade 1, 2, 4, 5, 6, 8 e 9, já que nestas atividades são utilizados conjuntos de informações. Em seguida devem ser construídos os relacionamentos transversais que, juntamente com os novos elementos, serão inseridos no modelo do processo. Utilizando a abordagem orientada a aspectos para modelagem de processos, estas características transversais ficam representadas como apresentado na Figura Como já explicado na construção de nossa abordagem de modelagem de processos orientada a aspectos no Capítulo 4 desta tese, elencamos todas as características de transparência nas raias ortogonais ao processo e para cada uma delas definimos um tipo de relacionamento transversal.

117 Figura 4.21 Aspectos Transversais do Processo Gerir Contratação de Software 117

118 118 Os relacionamentos apresentados na Figura 4.21 estão descritos a seguir: Aspecto: Registrar Início Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegIniAti Onde: Before [[Elaborar Requisição de Software] AND [Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Enviar a Requisição de Software para os Candidatos] AND [Receber Propostas] AND [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato] AND [Comunicar o Resultado ao Vencedor] AND [Elaborar o Contrato] AND [Assinar o Contrato] AND [Dar início ao trabalho]] Ação: Include [Registrar (data e hora) início atividade] Aspecto: Registrar Fim Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegFimAti Onde: After [[Elaborar Requisição de Software] AND [Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Enviar a Requisição de Software para os Candidatos] AND [Receber Propostas] AND [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato] AND [Comunicar o Resultado ao Vencedor] AND [Elaborar o Contrato] AND [Assinar o Contrato] AND [Dar início ao trabalho]] Ação: Include [Registrar (data e hora) fim atividade] Aspecto: Registrar Executor Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegExeIdeAti Onde e: After [[Elaborar Requisição de Software] AND [Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Enviar a Requisição de Software para os Candidatos] AND [Receber Propostas] AND

119 119 [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato] AND [Comunicar o Resultado ao Vencedor] AND [Elaborar o Contrato] AND [Assinar o Contrato] AND [Dar início ao trabalho]] Ação: Include [Registrar executor identificação atividade] Aspecto: Registrar Decisões Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegDecTom Onde: After [[Elaborar Requisição de Software] AND [Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato]] Ação: Include [Registrar decisões tomadas] Aspecto: Justificar Decisões Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: JusDecTom Onde: After [[Elaborar Requisição de Software] AND [Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato]] Ação: Include [Justificar decisões tomadas] Aspecto: Requisição Software Tipo: Dado Declaração Transversalidade: Relacionamento: ReqSof Onde: Around [[Elaborar Requisição de Software] Ação: Include [Requisição de software] Aspecto: Critérios Avaliação Tipo: Dado Declaração Transversalidade: Relacionamento: CriAva Onde: Around [[Fazer Pré-Seleção dos Candidatos] AND [Avaliar Candidato] AND [Escolher Candidato]] Ação: Include [Critérios de Avaliação] Aspecto: Proposta Tipo: Dado

120 120 Declaração Transversalidade: Relacionamento: Pro Onde: Around [Receber Propostas] Ação: Include [Proposta] Aspecto: Contrato Tipo: Dado Declaração Transversalidade: Relacionamento: Con Onde: Around [[Elaborar o Contrato] AND [Assinar o Contrato]] Ação: Include [Contrato] Voltando à abordagem proposta no Capítulo 4 desta tese, o passo seguinte é a Composição, em que todas as características necessárias ao modelo são inseridas no mesmo. Esta atividade é realizada através da identificação do ponto de inserção de cada elemento no modelo descrito na linguagem do pointcut na definição de cada aspecto. Esta composição pode ser vista na Figura Nossa intenção neste trabalho é justamente mostrar que a Composição, como apresentada na Figura 4.22, não é interessante, por dois principais motivos: (i) inclui no processo uma série de atividades repetidas que não fazem parte das atividades essenciais; (ii) não permite que as características transversais sejam observadas parcialmente por observadores e usuários com objetivos diferenciados. A terceira parte da abordagem nos apoia justamente no sentido de exercitar visões deste modelo. No caso desta tese o interesse é mostrar que estas são as visões dos aspectos. Nosso objetivo é que estes aspectos de transparência não venham a interferir no modelo do processo organizacional, principalmente na visão de sua operação. Exemplos destas visões são apresentados nas Figuras 4.23, 4.24 e Na Figura 4.23, pode ser analisado como os aspectos de controlabilidade inseridos no modelo atuam nas atividades. Na Figura 4.24 pode ser visto onde ocorrem decisões no processo e o registro sobre estas decisões, assim como suas justificativas. Na Figura 4.25 podem ser observados itens de integridade do processo, através da apresentação das fontes de informação de cada atividade. Cada uma destas visões pode ser necessária para diferentes interessados e participantes do processo.

121 Figura 4.22 Processo Genérico de Gerir Contratação de Software com elementos de transparência 121

122 122 Figura 4.23 Controlabilidade - Visualização dos pontos de controle no processo Figura 4.24 Integridade - Visualização dos pontos de uso das fontes de informação do processo

123 Figura 4.25 Explicação - Visualização dos pontos de tomada de decisão no processo e suas justificativas 123

124 Estudo de Caso Esta tese propõe um estudo de caso exploratório como estratégia para investigar a potencialidade das questões elaboradas e da abordagem de implementação em fornecer respostas para o que se pretende pesquisar. Neste capítulo, a partir da hipótese, são definidos as questões que a pesquisa necessita avaliar, as variáveis e a coleta de informações para sua medição através de itens a serem observados e os questionários destinados aos participantes dos estudos de caso. É apresentado um planejamento do que se pretende executar, servindo como instrumento para a condução das constatações, interpretação dos resultados e conclusões. 5.1 Objetivos Esta pesquisa tem como meta propor uma definição de transparência organizacional através de características de qualidade, e sugerir uma abordagem de inserção destas características através de suas operacionalizações nos modelos de processo das organizações. Para a confirmação da definição elaborada, foram realizados dois levantamentos apresentados anteriormente nesta tese. Para a investigação da aplicabilidade e efetividade da abordagem proposta, utilizaremos um estudo de caso como estratégia. 5.2 Etapas do Estudo de Caso As etapas seguidas para construção deste estudo de caso exploratório foram baseadas nos trabalhos de Robert K. Yin (Yin, 1984) e Robert E. Stake (Stake, 2000). Segundo suas definições, um estudo de caso exploratório, em que se busca validar o que foi feito, pode ser conduzido através do seguimento dos passos abaixo: formulação do problema Escolher um tema para se avançar na pesquisa; definição da unidade-caso Indicar os critérios de seleção dos casos de acordo com o propósito da pesquisa;

125 125 determinação do número de casos Definir e justificar se os estudos de caso serão constituídos de um único ou de múltiplos casos; elaboração do protocolo Construir o documento que contém o instrumento de coleta de dados e que define a conduta a ser adotada para sua aplicação; coleta de dados Obter dados mediante procedimentos para garantir a qualidade dos resultados obtidos de modo a tornar possível a conferência da validade ao estudo, evitando que ele fique subordinado à subjetividade do pesquisador; avaliação e análise dos dados Analisar e interpretar os dados coletados; Apresentamos a seguir todas as etapas para os casos escolhidos. 5.3 Formulação do Problema Neste trabalho foi construído o conceito de Transparência do Processo Organizacional. Este conceito define um conjunto de características que permite identificar se um determinado processo organizacional está de acordo com as mesmas, podendo denominar-se transparente. Além disso, foi definida uma abordagem para implementação das operacionalizações através de políticas, padrões e procedimentos inseridos na organização por meio de definições e da inserção de elementos nos modelos de processos organizacionais. Baseados nestas definições, nossa intenção neste estudo de caso é investigar a aplicabilidade e a efetividade da abordagem apresentada para inserção de características de transparência em processos organizacionais. 5.4 Definição da Unidade-Caso As unidades-caso utilizadas neste trabalho são modelos de processo. Estes modelos referem-se a três processos (Preparar Intervenção de Manutenção, Preparar Intervenção de Investimento e Acompanhar Intervenção) executados atualmente em uma empresa petrolífera localizada no estado do Rio Grande do Norte, no Brasil. Estes processos fazem parte de um processo maior chamado

126 126 Intervir em Poços, que visa prestar serviços integrados em perfuração, avaliação e restauração de poços de petróleo em produção. Estes modelos tiveram suas representações de processo construídas em uma ferramenta de modelagem de processos (ARIS Toolset), que utiliza como representação de modelos de processos o Diagrama EPC (Event Process Chain), e seguiram a metodologia de modelagem de processos da própria organização. Estas unidades-caso podem ser classificadas como instrumentais, pois serão desenvolvidas com o propósito de auxiliar no conhecimento ou redefinição do problema. Não há, por parte desta pesquisa, interesse específico no caso, mas o mesmo se mostra útil para alcançarmos os objetivos definidos. 5.5 Determinação do número de casos Os estudos de caso podem ser constituídos tanto por um único, quanto por múltiplos casos. Neste nosso estudo teremos três casos, pois por proporcionarem evidências em vários modelos, apesar de incluídos em um mesmo contexto, podem prover uma pesquisa de melhor qualidade. Iniciaremos o estudo com três casos, mas ao longo do trabalho, caso necessário, poderemos adicionar mais algum. A inserção de novos casos pode ser feita até que novas observações não conduzam a um aumento significativo de informações. 5.6 Elaboração do Protocolo O protocolo contém os procedimentos de coleta de dados e a definição da conduta a ser adotada para sua aplicação. De acordo com Yin (Yin, 1984), este deve incluir as seguintes seções: (i) visão geral do projeto do estudo de caso; (ii) procedimentos de campo; (iii) questões do estudo de caso e (iv) relato do estudo de caso.

127 127 Visão Geral do Projeto do Estudo de Caso Conforme citado no Capítulo 1, transparência, de acordo com as ciências físicas (Wikipédia (optics), 2008), é dita como algo através do qual se pode ver, ou seja, algo que pode permitir ou melhorar a visão sobre um determinado objeto, e no nosso contexto, algo que pode permitir ou melhorar a visão sobre os processos e as informações da organização, criando oportunidade de conhecimento sobre a organização, reduzindo a possibilidade de omissão entre os dados dos processos, possibilitando o controle sobre os produtos e serviços prestados, facilitando a investigação e aumentando a confiança entre as organizações e a sociedade. Na intenção de se tornarem uma organização transparente, algumas empresas têm realizado iniciativas de explicitação de seus processos, de forma a permitir um melhor entendimento e análise dos mesmos, através de uma atividade denominada Modelagem de Processos de Negócio (Kettinger, 1997). Além disso, apoiam a construção de aplicações aderentes ao negócio que forneçam aos interessados as informações adequadas sobre os processos. A abordagem de modelagem de processos já começa a ser citada como uma ferramenta potencial para prover transparência aos processos da organização (Klotz, 2008). A modelagem de processos de negócio fornece à organização conhecimento sobre si mesma e sobre a forma como seus produtos e serviços são gerados. Além disso, permite a explicitação da tecnologia e das aplicações que apóiam a execução dos processos e dos dados que trafegam entre estes sistemas, dando visibilidade sobre as aplicações e os controles exercidos por estes. No contexto da Engenharia de Software, a atividade de modelagem de processos de negócio já figura como um importante ponto de partida para a identificação de requisitos de sistemas (Mac Knight, 2004; Santander, 2000), pois permite a rastreabilidade entre os processos e as aplicações que os apoiam. Baseados nestas abordagens, que indicam os modelos de processos de negócio como uma importante ferramenta para tornar as organizações mais transparentes e para a rastreabilidade entre os processos e as aplicações que os apoiam, entendemos que esta também seria uma abordagem bastante adequada para auxiliar a implementação de transparência nas organizações, pois para termos transparência nos processos organizacionais, acreditamos que é necessária a

128 128 transparência dos modelos dos processos e das informações geradas pelas instâncias de execução destes modelos. O objetivo deste estudo de caso é investigar a aplicabilidade e a efetividade da abordagem para inserção de características de transparência apresentadas em processos organizacionais e, como conseqüência, identificar o aumento ou não da transparência do processo organizacional. Procedimentos de Campo Os processos utilizados como unidades-caso foram obtidos junto aos representantes legais da organização onde estes estão implementados. Estes processos foram cedidos em meio magnético no formato da ferramenta em que foram modelados e no formato impresso, não sendo permitida pelos responsáveis qualquer incursão na organização. Sendo assim, o estudo de caso foi realizado à distância. Para tanto, houve necessidade de que os envolvidos no estudo de caso tivessem acesso a um microcomputador para visualização dos processos e das questões a serem respondidas. Caso fosse necessária orientação para a realização do estudo de caso, os participantes poderiam enviar um para o responsável pela pesquisa. O perfil dos entrevistados se compõe como disposto na Tabela 5.1. Tabela 5.1 Perfil dos entrevistados no estudo de caso Os participantes do estudo de caso exploratório receberam explicação sobre o conceito de transparência organizacional antes do início da pesquisa. Para isso, foi enviado a eles, juntamente com o questionário e os modelos de processo, material explicativo sobre o tema de transparência, basicamente os artigos já publicados no assunto (Cappelli, 2007; Cappelli, 2008; Leite; 2008).

129 129 Primeiramente, os representantes receberam um com um convite perguntando sobre a disponibilidade para participação na pesquisa. Foram enviados convites para 22 pessoas, das quais somente 12 responderam de forma afirmativa. Em seguida, para estes 12, foram enviados os modelos dos 3 processos (unidades-caso) e suas descrições, que podem ser vistos no Apêndice D desta tese. Juntamente com os modelos de processos, foi enviado o questionário a ser respondido sobre cada um deles. O questionário enviado pode ser visto no Apêndice E desta tese. Os participantes tinham como atividade analisar os processos recebidos de acordo com cada questão, e dar sua opinião em cada uma delas. Poderiam também fazer comentários livres sobre cada questão. Caso os participantes não tivessem conhecimento sobre o que lhes foi perguntado em alguma questão, estava prevista em todas as questões a resposta Não tenho conhecimento sobre a questão. Caso o entrevistado entendesse que a questão não se aplicava ao processo, também poderia responder Não se aplica. Ao final, as respostas às questões foram enviadas por ao responsável pela pesquisa. O grupo que responde ao questionário é composto por profissionais e pesquisadores nas áreas de Engenharia de Software, Administração de Empresas e Engenharia de Produção. Ao término da resposta aos questionários estes foram retornados e sobre estes foi aplicada a estratégia de inserção de aspectos de transparência apresentada no Capítulo 4 desta tese. Após a integração das características de transparência apontadas como inexistentes nos processos, estes foram reenviados aos entrevistados de modo que pudessem, comparando aos primeiros modelos analisados, identificar o aumento da transparência e fazer seus comentários sobre as questões do estudo de caso. Estas perguntas-alvo do estudo de caso foram envidas aos participantes por juntamente com os novos modelos de processo. Este processo está apresentado na Figura 5.1.

130 130 Figura 5.1 Processo Levantar Informações do Estudo de Caso Questões do Estudo de Caso A partir do estudo de caso exploratório realizado, nossa intenção foi obter respostas que pudessem verificar nossa hipótese apresentada no Capítulo 1 desta tese e a aplicabilidade da abordagem apresentada: Questões sobre aplicabilidade: 1) A abordagem apresentada permite inserir aspectos de transparência nos processos sem muitas dificuldades? Objetivo: Identificar itens que dificultam a modelagem de processos com aspectos Dados a serem coletados: - Problemas apontados 2) A abordagem apresentada é viável de ser utilizada pelas organizações? Objetivo: Identificar itens que impediriam o uso desta abordagem pelas organizações Dados a serem coletados: - Itens apontados 3) A abordagem poderia ser implementada por ferramentas de BPM existentes atualmente? Objetivo: Identificar se a proposta contém elementos que poderiam ser implementados em ferramentas de BPM

131 131 Dados a serem coletados: - Número de respostas afirmativas 4) A abordagem apresentada contribui positivamente para a visualização e entendimento dos modelos de processo? Objetivo: Identificar itens que possam contribuir negativamente para a visualização/entendimento dos modelos de processo Dados a serem coletados: - Itens apontados Questões para verificação da hipótese: 5) Os processos ficaram mais transparentes de acordo com a definição de transparência? Objetivo: Identificar se os itens incluídos contribuíram para atingir a definição de transparência de processos organizacionais Dados a serem coletados: - Número de respostas afirmativas 6) A existência de uma definição de transparência contribui para a transparência organizacional? Objetivo: Identificar se a existência de uma definição de transparência de processos organizacionais contribui para o estabelecimento da transparência organizacional Dados a serem coletados: - Número de respostas afirmativas 7) A existência de uma abordagem para inserção de características de transparência em modelos de processos organizacionais contribui para a transparência organizacional? Objetivo: Identificar se a existência de uma abordagem para inserção de transparência em processos organizacionais contribui para o estabelecimento da transparência organizacional Dados a serem coletados: - Número de respostas afirmativas

132 132 Relato do estudo de caso O relato deste estudo de caso exploratório é composto pelos seguintes elementos: (i) Apresentação dos Processos (unidades-caso) Anexo I; (ii) Apresentação do Questionário para verificação das características de transparência presentes/ausentes nos processos Apêndice E; (iii) Respostas dadas ao questionário sobre transparência dos processos Apêndice E; (iv) Identificação das operacionalizações a serem implementadas nos processos organizacionais para aumento da transparência dos processos (unidades-caso) Apêndice E; (v) Modelos de processos contendo as operacionalizações implantadas Capítulo 5; (vi) Respostas às questões do estudo de caso Capítulo 5; (vii) Conclusões do estudo de caso Capítulo Operacionalização das características de transparência nos modelos de processo (unidades-caso) Para a execução deste estudo de caso exploratório foi utilizado o Processo Inserir Aspectos de Transparência em Processos, que faz parte da abordagem definida no Capítulo 4 desta tese. O processo tem início com a necessidade de avaliação dos processos por parte dos entrevistados com vistas à transparência dos processos. Para isso, foram enviados os processos de negócio a serem avaliados e um questionário contendo perguntas sobre uma série de operacionalizações para transparência destes processos. Neste caso, os participantes não receberam o Catálogo de Transparência com as operacionalizações, suas contribuições positivas e negativas e classificações quanto a políticas padrões e procedimentos. As atividades de identificação das contribuições conflitantes e a definição sobre a prática ser inserida no processo através de uma DPP ou de uma IEP foram feitas pelo papel do pesquisador. Com as respostas recebidas a partir da aplicação do questionário aos processos, foram construídas as Tabelas 5.2, 5.3, 5.4, 5.5, 5.6, 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10 compostas pelas seguintes informações: nome do processo avaliado; nome do subcritério avaliado; critério/subcritério/questão respondida; número correspondente à resposta dada pelo participante; indicação de se o participante conhece ou não a organização e a pior nota atribuída entre as respostas dadas pelos participantes a uma mesma questão. A coluna subcritérios elenca todas as folhas

133 133 ou características de segundo nível do SIG de Transparência. A coluna critério/subcritério/questão refere-se aos 5 critérios principais ou de primeiro nível do SIG de Transparência (Acessibilidade, Usabilidade, Informativo, Entendimento e Auditabilidade). Os subcritérios, como já dito, referem-se a todas as folhas ou características de segundo nível do SIG de Transparência que estão dispostas na primeira coluna da tabela. As questões referem-se às perguntas descritas no questionário enviado (Apêndice E). As demais colunas são as respostas dadas pelos entrevistados às questões do questionário. As 5 primeiras colunas (A, B, C, D e E) referem-se a entrevistados que conhecem a organização. As 7 outras colunas (F, G, H, I, J, K e L) referem-se a entrevistados que não conhecem a organização. A maioria das questões permitia 5 opções de resposta sobre o processo ou (resposta de número 6) que o entrevistado dissesse que não tinha conhecimento sobre aquela questão na organização ou que a questão não se aplicava àquele processo. Os processos julgados, Preparar Intervenção de Manutenção, Preparar Intervenção de Investimento e Acompanhar Intervenção, são apresentados no Anexo I desta tese. Tabela 5.2 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte 1

134 134 Tabela 5.3 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte 2 Tabela 5.4 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Manutenção parte 3

135 135 Tabela 5.5 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte 1 Tabela 5.6 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte 2

136 136 Tabela 5.7 Avaliação Processo Preparação Intervenção de Investimento parte 3 Tabela 5.8 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte 1

137 137 Tabela 5.9 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte 2 Tabela 5.10 Avaliação Processo Acompanhar Intervenção parte 3

138 138 Em seguida foram utilizadas as Tabelas de Operacionalizações (Tabela 3.1, 3.2 e 3.3), construídas no Capítulo 3 desta tese, para identificar os mecanismos e as operacionalizações a serem implementados nos processos em cada uma das características, de modo a torná-los mais transparentes. Nesta tabela os mecanismos podem ser DPP Definição de Políticas e Padrões e EIP Elementos Inseridos no Processo. Isso significa que as operacionalizações podem ser definidas através da inserção de elementos nos modelos de processos organizacionais ou através de definição de políticas e padrões que, em alguns casos, podem também ser inseridos como elementos do modelo do processo. Em seguida foram definidos os elementos a serem inseridos de acordo com as operacionalizações, os elementos afetados de acordo com o que foi indicado pelos entrevistados, os relacionamentos transversais entre estes elementos foram construídos e, finalmente, foram inseridos os elementos nos modelos. A seguir demonstraremos como estas atividades foram realizadas para cada um dos casos estudados. Processo Preparar Intervenção de Manutenção Para o processo Preparar Intervenção de Manutenção, foi identificada ausência total ou parcial de características de Portabilidade (Tabela 5.2), Publicidade (Tabela 5.2), Uniformidade (Tabela 5.2), Intuitividade (Tabela 5.2), Simplicidade (Tabela 5.2), Desempenho (Tabela 5.3), Adaptabilidade (Tabela 5.3), Integridade (Tabela 5.3), Atualidade (Tabelas 5.3 e 5.4), Concisão (Tabela 5.4), Divisibilidade (Tabela 5.4), Dependência (Tabela 5.4), Rastreablidade (Tabela 5.4), Operabilidade (Tabela 5.2), Clareza (Tabela 5.2), Completeza (Tabela 5.2), Verificabilidade (Tabela 5.3) e Controlabilidade (Tabela 5.3). A partir desta identificação, buscou-se o mecanismo de operacionalização através das Tabelas de Operacionalizações (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) construídas no Capítulo 3 desta tese. Para algumas características, os mecanismos indicados são do tipo DPP e para outras, do tipo IEP. Para os mecanismos do tipo DPP foram indicados Políticas e Padrões a serem definidos. Para os mecanismos do tipo IEP foram identificadas as operacionalizações a serem inseridas no modelo do processo. As Tabelas 5.11 e 5.12 apresentam as operacionalizações para cada uma das características ausentes nos modelos.

139 139 Tabela 5.11 Mecanismos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Manutenção Tabela 5.12 Elementos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Manutenção Ao final desta etapa do trabalho identificamos as políticas e os padrões a serem definidos pela organização e as operacionalizações a serem inseridas nos modelos de processo. Quanto às políticas e padrões, a organização deverá definir como atuar para atendimento das mesmas. Nossa intenção neste trabalho foi somente identificá-las. Na parte de inserção de elementos nos modelos de processo, nossa proposta é que a mesma seja feita através da abordagem construída no Capítulo 4 desta tese, sendo variável apenas a escolha dos elementos a serem

140 140 inseridos em cada organização. Neste exemplo, é proposta a inserção dos seguintes elementos no modelo do processo: (i) Atividade registrar responsável data e hora; (ii) Software de acompanhamento do processo; (iii) Regras de priorização; (iv) Lista de condições de locação; (v) Padrão de Preenchimento da ordem de intervenção; (vi) Regras de avaliação; (v) Regras de empenho. Estes elementos foram definidos a partir das deficiências indicadas pelos entrevistados e das operacionalizações propostas (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) para cada uma das características. Além destes elementos, que cobrem as necessidades de Rastreabilidade, Verificabilidade e Controlabilidade, temos ainda a definição de objetivos, que abrange as necessidades de Operabilidade, Clareza e Completeza. Entendemos que estes, assim como os demais, são aspectos relacionados a cada uma das atividades, pois toda atividade tem um objetivo. Neste estudo de caso eles não serão representados, pois estamos trabalhando com a Ferramenta ARIS, que possui um tipo de diagrama diferente do diagrama de processos (EPC) para construção de modelos de objetivos. Estes modelos não nos foram fornecidos pela organização. Outros aspectos (regras, atividades, padrões) que já existem no processo se repetem em várias atividades, mas não foi foco deste trabalho remodelar o processo para retirar repetições ou explicitar todos os aspectos transversais. Nosso enfoque é usar a abordagem orientada a aspectos para inserir características de transparência sem que estas venham a interferir no modelo existente ou apareçam repetidas vezes neste modelo. Aplicando a abordagem definida no capítulo 4 desta tese ao modelo do processo de Preparação Intervenção de Manutenção, obtivemos então o modelo apresentado na Figura 5.2. Os relacionamentos transversais referentes à Figura estão definidos após a mesma.

141 Figura 5.2 Processo Preparar Intervenção de Manutenção com aspectos 141

142 142 Aspecto: Regra Empenho Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegEmp Onde: Around [Empenhar material para intervenção] Ação: Include [Regra de Empenho] Aspecto: Regra Avaliação Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegAva Onde: Around [Avaliar condições de alocação para intervenção] Ação: Include [Regra de Avaliação] Aspecto: Padrão Ordem Tipo: Padrão de Preenchimento Declaração Transversalidade: Relacionamento: PadPreOrdInt Onde: Around [Abrir ordem de Intervenção de manutenção] AND [Editar ordem de Intervenção de manutenção] Ação: Include [Padrão Preenchimento Ordem Intervenção] Aspecto: Condições Locação Tipo: Informação Declaração Transversalidade: Relacionamento: LisConLoc Onde: Around [Verificar Condições da Locação] Ação: Include [Lista de Condições de Locação] Aspecto: Regras Priorização Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegPri Onde: Around [[Verificar urgência da intervenção] AND [ Priorizar Intervenção]] Ação: Include [Regras Priorização] Aspecto: Registrar Atividade Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegResDatHor Onde: After [[Abrir ordem de Intervenção de manutenção] AND [Editar ordem de Intervenção de manutenção] AND [Empenhar material para intervenção] AND [Solicitar verificação das condições de locação] AND

143 143 [Informar condições da locação] AND [Priorizar Intervenção] AND [Liberar instalação da sonda]] Ação: Include [Registrar responsável, data e hora] Aspecto: Software Workflow Tipo: Aplicação Declaração Transversalidade: Relacionamento: SofAcoPro Onde: Around [[Verificar urgência da intervenção] AND [Solicitar verificação das condições de locação] AND [Avaliar condições de locação para intervenção] AND [Informar condições da locação] AND [Priorizar Intervenção] AND [Liberar instalação da sonda]] Ação: Include [Software de Acompanhamento do Processo] Processo Preparar Intervenção de Investimento Para o processo Preparar Intervenção de Investimento, foi identificada ausência total ou parcial de características de Portabilidade (Tabela 5.5), Publicidade (Tabela 5.5), Uniformidade (Tabela 5.5), Intuitividade (Tabela 5.5), Simplicidade (Tabela 5.5), Desempenho (Tabela 5.6), Adaptabilidade (Tabela 5.6), Integridade (Tabela 5.6), Atualidade (Tabelas 5.6 e 5.7), Concisão (Tabela 5.7), Divisibilidade (Tabela 5.7), Dependência (Tabela 5.7), Rastreablidade (Tabela 5.7), Operabilidade (Tabela 5.5), Clareza (Tabela 5.5), Completeza (Tabela 5.5), Verificabilidade (Tabela 5.6) e Controlabilidade (Tabela 5.6). A partir desta identificação, buscou-se o mecanismo de operacionalização através das Tabelas de Operacionalizações (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) construídas no Capítulo 3 desta tese. Para algumas características, os mecanismos indicados são do tipo DPP e para outras, do tipo IEP. Para os mecanismos do tipo DPP foram indicados Políticas e Padrões a serem definidos. Para os mecanismos do tipo IEP foram identificadas as operacionalizações a serem inseridas no modelo do processo. As Tabelas 5.13 e 5.14 apresentam as operacionalizações para cada uma das características ausentes nos modelos.

144 144 Tabela 5.13 Mecanismos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Investimento Tabela 5.14 Elementos ausentes no Processo Preparar Intervenção de Investimento Ao final desta etapa do trabalho, temos identificados políticas e padrões a serem definidos pela organização e as operacionalizações a serem inseridas nos modelos de processo. Quanto às políticas e padrões, a organização deverá definir como atuar para atendimento das mesmas. Nossa intenção neste trabalho foi somente identificá-las. Na parte de inserção de elementos nos modelos de processo, nossa proposta é que a mesma seja feita através da abordagem construída no Capítulo 4 desta tese, sendo variável apenas a escolha dos elementos a serem inseridos em cada organização. Neste exemplo, é proposta a inserção dos seguintes elementos no modelo do processo: (i) Atividade registrar responsável data e hora; (ii) Software de acompanhamento do processo; (iii) Regras de priorização; (iv) Lista de condições de locação; (v) Regras de avaliação; (vi) Regras de empenho. Estes elementos foram definidos a partir das deficiências indicadas pelos entrevistados e das

145 145 operacionalizações propostas (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) para cada uma das características. Além destes elementos, que abrangem as necessidades de Rastreabilidade, Verificabilidade e Controlabilidade, temos ainda a definição de objetivos, que cobre as necessidades de Operabilidade, Clareza e Completeza. Entendemos que estes, assim como os demais, são aspectos relacionados a cada uma das atividades, pois toda atividade tem um objetivo. Neste estudo de caso eles não serão representados, pois estamos trabalhando com a Ferramenta ARIS, que possui um tipo de diagrama diferente do diagrama de processos (EPC) para construção de modelos de objetivos. Estes modelos não nos foram fornecidos pela organização. Outros aspectos (regras, atividades, padrões) que já existem no processo se repetem em várias atividades, mas não foi foco deste trabalho remodelar o processo para retirar repetições ou explicitar todos os aspectos transversais. Nosso enfoque é usar a abordagem orientada a aspectos para inserir características de transparência sem que estas venham a interferir no modelo existente ou apareçam repetidamente neste modelo. Aplicando a abordagem definida no capítulo 4 desta tese ao modelo do processo de Preparação Intervenção de Investimento, obtivemos o modelo apresentado na Figura 5.3. Os relacionamentos transversais referentes à Figura estão definidos após a mesma.

146 Figura 5.3 Processo Preparar Intervenção de Investimento com aspectos 146

147 147 Aspecto: Regras Empenho Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegEmp Onde: Around [Empenhar material para intervenção] Ação: Include [Regra de Empenho] Aspecto: Regras Avaliação Tipo: Regra Declaração Transversalidade ration: Relacionamento: RegAva Onde: Around [Avaliar condições de alocação para intervenção] Ação: Include [Regra de Avaliação] Aspecto: Condições Locação Tipo: Informação Declaração Transversalidade: Relacionamento: LisConLoc Onde: Around [Verificar Condições da Locação] Ação: Include [Lista de Condições de Locação] Aspecto: Regras Priorização Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegPri Onde: Around [[Verificar urgência da intervenção] AND [ Priorizar Intervenção]] Ação: Include [Regras Priorização] Aspecto: Registrar Atividade Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegResDatHor Onde: After [[Informar período da intervenção] AND [Informar condições da locação] AND [Solicitar Limpeza da locação] AND [Solicitar recuperação da locação] AND [Solicitar verificação das condições da locação] AND [Informar equipamentos desejados no poço]] Ação: Include [Registrar responsável, data e hora] Aspecto: Software Workflow Tipo: Aplicação Declaração Transversalidade: Relacionamento: SofAcoPro Onde: Around [[Informar equipamentos desejados no poço] AND [Informar período da intervenção] AND [Avaliar condições de locação para intervenção] AND [Solicitar Limpeza da locação] AND

148 148 [Solicitar recuperação da locação] AND [Informar condições da locação] AND [Liberar instalação da sonda]] Ação: Include [Software de Acompanhamento do Processo] Processo Acompanhar Intervenção Para o processo Acompanhar Intervenção foi identificada ausência total ou parcial de características de Portabilidade (Tabela 5.8), Publicidade (Tabela 5.8), Uniformidade (Tabela 5.8), Intuitividade (Tabela 5.8), Simplicidade (Tabela 5.8), Desempenho (Tabela 5.9), Adaptabilidade (Tabela 5.9), Integridade (Tabela 5.9), Atualidade (Tabela 5.9 e 5.10), Concisão (Tabela 5.10), Divisibilidade (Tabela 5.10), Dependência (Tabela 5.10), Rastreablidade (Tabela 5.10), Operabilidade (Tabela 5.8), Clareza (Tabela 5.9), Completeza (Tabela 5.9), Verificabilidade (Tabela 5.9) e Controlabilidade (Tabela 5.9). A partir desta identificação buscou-se o mecanismo de operacionalização através das Tabelas de Operacionalizações (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) construídas no Capítulo 3 desta tese. Para algumas características, os mecanismos indicados são do tipo DPP e para outras, do tipo IEP. Para os mecanismos do tipo DPP foram indicados Políticas e Padrões a serem definidos. Para os mecanismos do tipo IEP foram identificadas as operacionalizações a serem inseridas no modelo do processo. As Tabelas 5.15 e 5.16 apresentam as operacionalizações para cada uma das características ausentes nos modelos. Ao final desta etapa do trabalho identificamos as políticas e os padrões a serem definidos pela organização e as operacionalizações a serem inseridas nos modelos de processo. Quanto às políticas e padrões, a organização deverá definir como atuar para atendimento das mesmas. Nossa intenção neste trabalho foi somente identificá-las. Na parte de inserção de elementos nos modelos de processo, nossa proposta é que a mesma seja feita através da abordagem construída no Capítulo 4 desta tese, sendo variável apenas a escolha dos elementos a serem inseridos em cada organização.

149 149 Tabela 5.15 Mecanismos ausentes no Processo Acompanhar Intervenção Tabela 5.16 Elementos ausentes no Processo Acompanhar Intervenção Neste exemplo é proposta a inserção dos seguintes elementos no modelo do processo: (i) Atividade registrar responsável data e hora; (ii) Software de acompanhamento do processo; (iii) Regras Tipos de Problemas x Soluções. Estes elementos foram definidos a partir das deficiências indicadas pelos entrevistados e das operacionalizações propostas (Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3) para cada uma das características. Além destes elementos, que cobrem as necessidades de Rastreabilidade, Verificabilidade e Controlabilidade, temos a definição de objetivos, que abrange as necessidades de Operabilidade, Clareza e Completeza. Entendemos que estes, assim como os demais, são aspectos relacionados a cada uma das atividades, pois toda atividade tem um objetivo. Neste estudo de caso eles não serão representados, pois estamos trabalhando com a Ferramenta ARIS, que possui um tipo de diagrama diferente do diagrama de processos (EPC) para construção de modelos de objetivos. Estes modelos não nos foram fornecidos pela organização.

150 150 Outros aspectos (regras, atividades, padrões) que já existem no processo se repetem em várias atividades, mas não foi foco deste trabalho remodelar o processo para retirar repetições ou explicitar todos os aspectos transversais. Nosso enfoque é usar a abordagem orientada a aspectos para inserir características de transparência sem que estas venham a interferir no modelo existente ou apareçam repetidamente neste modelo. Aplicando a abordagem definida no capítulo 4 desta tese ao modelo do processo Acompanhar Intervenção, obtivemos o modelo apresentado na Figura 5.4. Os relacionamentos transversais referentes à Figura estão definidos após a mesma.

151 Figura 5.4 Processo Acompanhar Intervenção com aspectos 151

152 152 Aspecto: Regra Problemas Soluções Tipo: Regra Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegTipProSol Onde: Around [Verificar necessidade de auxílio técnico] Ação: Include [Regra Tipos de Problemas X Soluções] Aspecto: Registrar Atividade Tipo: Atividade Declaração Transversalidade: Relacionamento: RegResDatHor Onde: After [[Elaborar planejamento diário] AND [Executar intervenção] AND [Prover auxílio ao grupo de execução da intervenção] AND [Gerar boletim diário da operação] AND [Solicitar auxílio à mesa de operações] AND [Verificar necessidade de auxílio técnico] AND [Avaliar boletim diário de operação] AND [Enviar boletim diário de operação]] Ação: Include [Registrar responsável, data e hora] Aspecto: Software Workflow Tipo: Aplicação Declaração Transversalidade: Relacionamento: SofAcoPro Onde: Around [[Elaborar planejamento diário] AND [Solicitar auxílio à mesa de operações] AND [Avaliar auxílio solicitado na intervenção] AND [Solicitar auxílio à Gerência de Engenharia de Poços] AND [Executar intervenção] AND [Enviar boletim diário de operação]] Ação: Include [Software de Acompanhamento do Processo] 5.8 Respostas às questões elaboradas Para que pudéssemos identificar se a abordagem definida nesta tese, aliada à definição de transparência, possui mecanismos capazes de permitir a inserção da transparência nos processos organizacionais e, por conseqüência, o aumento do grau de transparência organizacional, os modelos de processo, após a inserção de aspectos, foram enviados aos participantes da pesquisa. Foi pedido que os entrevistados comparassem os modelos de processos anteriormente recebidos a estes agora enviados. Juntamente com estes foram enviadas as questões do estudo

153 153 de caso. Para estas questões as respostas obtidas (de forma sumarizada) foram as seguintes: 1) A abordagem apresentada permitiu inserir aspectos de transparência nos processos com mais facilidade? 50% dos participantes disseram considerar a abordagem simples para inserção de aspectos, apesar de não terem realizado esta atividade diretamente. 2) A abordagem apresentada é viável de ser utilizada pelas organizações? 75% dos participantes disseram considerar a abordagem bastante viável de ser implementada pelas organizações, por parecer de fácil aplicação. 3) A abordagem poderia ser implementada por ferramentas de BPM existentes atualmente? 40% dos participantes (todos da área de Engenharia de Software) disseram considerar a abordagem bastante simples e que certamente poderia ser implementada pelas ferramentas de BPM existentes atualmente no mercado. 4) A abordagem apresentada contribui positivamente para a visualização e entendimento dos modelos de processo? 66% dos participantes comentaram que a existência do relacionamento transversal auxilia na não poluição do modelo do processo com elementos que se repetem. 5) Os processos ficaram mais transparentes de acordo com a definição de transparência? 85% dos participantes concordam que os processos ficaram mais transparentes, pois passaram a possuir mais informações sobre regras de negócio, padrões de preenchimento de documentos e atividades de registro de informações de controle.

154 154 6) A existência de uma definição de transparência contribui para a transparência organizacional? 90% dos participantes concordam que a existência de uma definição para transparência contribui para a transparência organizacional. 7) A existência de uma abordagem para inserção de características de transparência em modelos de processos organizacionais contribui para a transparência organizacional? 80% dos participantes concordam que a existência de uma abordagem de inserção de transparência em processos organizacionais contribui para a transparência organizacional. Além das respostas dadas, algumas outras considerações e comentários feitos pelos participantes foram identificados: 1. 50% dos participantes comentaram que a inserção de um software para acompanhamento do processo melhora a transparência do mesmo % dos participantes comentaram que o desenho dos processos com os aspectos é um pouco confuso quando se apresentam os relacionamentos transversais. Estes mesmos participantes comentaram que acharam interessante a representação das raias ortogonais para os aspectos % dos participantes que já modelaram utilizando a ferramenta ARIS e se utilizam de outros diagramas para inserção de regras e sistemas acreditam que a maior vantagem está na não inserção de atividades transversais % dos participantes comentaram que o ARIS não possui features de visualização. Ele trabalha apenas com listas para indicar qual elemento aparece em cada processo e que, portanto, esta abordagem poderia ajudar na visualização.

155 Conclusão Este capítulo faz um resumo deste trabalho, compara trabalhos relacionados, descreve as contribuições obtidas, apresenta as limitações e sugere trabalhos futuros. 6.1 Contextualização De modo geral, as organizações vêm sendo obrigadas a dar transparência de seus negócios a fim de fornecer à sociedade conhecimento que possa apoiar os cidadãos em suas ações e decisões. Para isso, existem diversas iniciativas sendo colocadas em prática, como as citadas no Capítulo 3 desta tese, para garantir a transparência ao cidadão, Porém, percebe-se que ainda não há, seja por parte destas iniciativas, ou por parte de outros órgãos regulamentadores, uma definição do que é exatamente transparência organizacional. Tal fato aumenta a dificuldade das organizações em colocar em prática este conceito. Para tanto, se faz necessário o desenvolvimento de mecanismos que possam suportar sua institucionalização nas organizações. Além disso, também não existem normas ou modelos que definam práticas ou procedimentos de como estabelecer a transparência. 6.2 Resumo Ao longo do desenvolvimento desta tese percebeu-se uma forte expectativa da sociedade quanto às questões de transparência nas organizações. Por isso foi identificada a necessidade de uma definição sistematizada de transparência, de modo que as organizações pudessem identificar o quanto este conceito estava sendo aplicado em seus respectivos contextos. Apesar de transparência possuir diversas definições em diversos contextos, no contexto social, e mais especificamente no contexto organizacional, não foi encontrada uma definição que permitisse atender a todas as exigências atuais para o termo. Além disso, investigou-se a possibilidade de explicitar a transparência nas organizações, adotando uma abordagem orientada aos processos de negócio.

156 156 Apesar de ser uma área antiga, ainda há grande interesse das organizações pela modelagem e gestão de processos. Desta forma, sugerimos como enfoque de solução o uso da abordagem orientada a processos de negócio para introduzir transparência no contexto das organizações. O objetivo é usar a iniciativa das organizações em pensar em processos como uma oportunidade para introduzir nestes a transparência de forma explícita. Por ser a transparência uma característica ortogonal aos processos, nossa abordagem não interfere diretamente no processo organizacional, apenas permite sua inserção quando necessária. Este enfoque de solução deu origem a uma proposta composta por quatro partes: a construção de uma definição para transparência no contexto social, mais especificamente no contexto de processos organizacionais; a organização de práticas para sua implementação nas organizações; um modelo que define graus de transparência; e uma abordagem orientada a aspectos que promove a identificação da existência de características de transparência na organização e sua integração nos modelos de processos organizacionais. A definição de transparência foi construída de forma empírica, tendo como inspiração definições de outros domínios. O objetivo foi apresentar e organizar as principais características existentes na literatura e adotadas pelas demais definições que pudessem ser agrupadas, tornando a definição a mais completa possível. A definição de práticas teve como objetivo a construção de um Catálogo de Transparência contendo a organização e as dependências entre as características de transparência, as contribuições positivas e negativas entre as características, as práticas (operacionalizações) para implementação de transparência nas organizações e os mecanismos de implementação para cada uma das práticas. Os graus de transparência foram definidos a partir da organização e das dependências entre as características que compõem a definição de transparência, com a intenção de permitir que as organizações pudessem identificar de forma gradativa suas práticas. O uso do paradigma de orientação a aspectos para apoiar a inserção de transparência no contexto organizacional se deu devido à sua característica transversal. A partir de uma estratégia construída para modelagem de requisitos, foi elaborada a abordagem deste trabalho para o uso deste paradigma na modelagem de processos. A sistematização da definição de transparência construída nesta tese foi submetida à apreciação de diversos grupos para validação. Para a avaliação da

157 157 abordagem construída, foi realizado um estudo de caso no qual se obteve, como resposta, a verificação da hipótese apresentada dentro do enfoque de solução deste trabalho. Esta confirmação foi feita através da identificação das respostas dos participantes do estudo de caso que confirmaram que a existência de uma sistematização para a definição do que é transparência organizacional e a existência de uma abordagem para inserção desta definição nos processos organizacionais contribuem para a transparência organizacional. 6.3 Trabalhos relacionados em transparência Todos os trabalhos a que se teve acesso, relacionados ao tema de transparência, foram apresentados no início do Capítulo 3 desta tese. Grande parte destes trabalhos relacionavam o termo transparência a conjuntos de outras características ou a definiam como um conjunto de outras características. No setor público, segundo a OCDE Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OECD, 1961), transparência significa um fator vital para o fortalecimento das relações entre o governo e o cidadão. Tal fator pode ser viabilizado através de informação completa, objetiva, confiável, relevante e de fácil acesso e compreensão. Na área de comunicação, Barbosa (Barbosa, 2002) cita transparência como: Condição de abertura total dos canais de comunicação de uma organização (empresa, instituição, governo) para o público, sem qualquer cerceamento de informações. Na área das ciências humanas (Wikipedia (humanities), 2009), transparência implica abertura, comunicação e prestação de contas, sendo assim uma metáfora de seu significado na física, em que um objeto transparente é aquele através do qual podemos ver. A partir destas definições, foram recolhidas características que nos auxiliaram na construção da definição de transparência apresentada nesta tese. Após a definição do SIG de transparência, com o acesso a referências bibliográficas mais recentes sobre o tema, algumas definições para o termo foram encontradas e vieram a confirmar as características que foram organizadas para compor a sistematização da definição de transparência. Holzner (Holzner, 2006) afirma que a transparência é "o valor social aberto, público e / ou individual de acesso às informações detidas e divulgadas por centros de autoridade", e que

158 158 sociedade aberta é uma democracia com cidadãos alertas, engajados e capazes de entender e usar as informações que estão acessíveis para eles. Lord (Lord, 2006) diz que "A transparência é uma condição na qual as informações sobre as prioridades, capacidades e comportamentos de poderosas organizações estão amplamente disponíveis para o público mundial". Nestes trabalhos, palavras como entendimento, uso e acesso são apresentadas como características do conceito de transparência e foram contempladas neste trabalho. Além destas, outra publicação que nos chamou bastante atenção foi o Livro Full Disclosure, de Fung (Fung, 2007). Neste livro, Fung analisa oito políticas elaboradas em diferentes domínios para garantir transparência. Neste trabalho julga-as de acordo com critérios que acredita serem necessários para que as mesmas sejam implantadas e tenham a efetividade desejada. Dentre os critérios definidos por Fung estão características que buscam garantir padrões de formatação da informação, identificação da localização da informação, qualidades que permitam compreender as informações e interpretá-las corretamente, formas de comparação com parâmetros previamente definidos, e atualidade da informação. Apesar do de este trabalho ter a intenção de estabelecer políticas para possibilitar a verificação da transparência, as características apresentadas pelo autor foram contempladas no conceito de transparência definido nesta tese. 6.4 Estudos relacionados para a sistematização da definição de transparência Nos Capítulos 2 e 3 desta tese, vários trabalhos relacionados com métodos e modelos para organização de características foram identificados. A intenção nestes estudos foi buscar uma forma de sistematização das características encontradas, a construção do SIG e dos graus de transparência. Na área de Engenharia de Requisitos, o NFR (Non-Funcional Requirements) Framework (Chung. 2000) se apresentou como um modelo para estruturação de características que possuem relacionamento entre si. O trabalho de Chung (Chung. 2000) define uma forma sistemática para decompor requisitos não funcionais (características de qualidade), priorizar, operacionalizar e tratar interdependências e contribuições entre elas. O autor trabalha com os conceitos de softgoal, que representa o objetivo de qualidade

159 159 que se deseja atingir e de softgoal de operacionalização, que representa as ações a serem realizadas para institucionalização de determinado softgoal. Estes conceitos são representados em uma estrutura denominada Softgoal Interdependency Graph (SIG). O SIG permite representar e registrar as dependências entre os softgoal s através de um grafo, possibilitando a identificação das relações de dependência entre seus elementos. No trabalho de Chung (Chung, 2000) encontramos também uma vasta lista de termos que representam características de qualidade. Este método de estruturação foi utilizado neste trabalho para organização dos termos que compõem o conceito de transparência, assim como seus relacionamentos, operacionalizações e contribuições positivas e negativas. Ainda na área de Engenharia de Requisitos, foi estudado o Léxico da Linguagem. O léxico auxilia a edição de elementos descritos em linguagem natural semi-estruturada (C&L PUC-Rio). Os termos utilizados no léxico são descritos de maneira a retratar dois aspectos: a noção, i.e., denotação e o impacto, i.e., conotação. A noção representa o significado do termo e o impacto representa como o termo exerce influência no contexto em que está inserido. Este trabalho foi usado como apoio para construção do Catálogo de Transparência de forma a organizar, de maneira estruturada, todas as informações e relacionamentos entre as características. Outro estudo importante realizado se insere na área de modelos de maturidade em Gestão de Processos (Fisher, 2004; Rosemann, 2004; Rosemann, 2005). Em diferentes domínios, modelos de maturidade têm sido propostos como forma de institucionalizar práticas e avaliar as organizações. Um modelo bastante difundido na área de Engenharia de Software é o Capability Maturity Model Integration (CMMI), que foi desenvolvido para avaliar a maturidade ou capacidade dos processos de desenvolvimento de software das organizações, estabelecendo duas formas (continuada e por nível) para se atingir um determinado padrão de qualidade nos produtos e serviços gerados pelo processo de desenvolvimento (Paulk, 1993; CMU-SEI, 2001; Fiorini, 1998; Spanyi, 2004). Estes estudos serviram de base para a construção dos Graus de Transparência que representam dependências existentes entre os grupos de características criados (acessibilidade, usabilidade, informativo, entendimento e auditabilidade), assim como uma estruturação referencial para indicação do grau de transparência.

160 Trabalhos relacionados em aspectos Todos os trabalhos a que se teve acesso, relacionados ao paradigma de orientação a aspectos, foram apresentados no início do Capítulo 4 desta tese. Na área de processos organizacionais, especificamente, não foram encontrados trabalhos associados ao paradigma de modelagem a aspectos. O trabalho mais próximo encontrado foi o de Charfi (Charfi, 2007), realizado no contexto de ferramentas de workflow. O trabalho apresenta um estudo de modularidade em workflows, mais especificamente, sobre aspectos transversais e mudanças em fluxos de trabalho. Esta proposta, apesar de reforçar nosso trabalho, já que ferramentas de workflow são construídas à imagem e semelhança dos processos organizacionais, não tem como foco a modelagem do workflow e sim a linguagem com que o mesmo é construído. A área de Engenharia de Requisitos já cita a modelagem de processos como ferramenta fundamental para entendimento do domínio e consequente elicitação de requisitos (Mac Knight, 2004; Fiorini, 1996). Os trabalhos de Rashid (Rashid, 2002; Rashid, 2003) e de Sampaio (Sampaio, 2005) falam da importância de se identificar e tratar aspectos já na fase de análise de requisitos, separando requisitos aspectuais, requisitos não-aspectuais e regras de composição. Moreira (Moreira, 2005) comenta que as abordagens de desenvolvimento mais modernas propõem mecanismos de decomposição e composição, apresentando discussões sobre a característica de transversalidade e demonstrando que ela não ocorre somente para o caso dos requisitos não-funcionais, ao contrário da maioria das abordagens. Sutton (Sutton, 2003) aborda o que, na comunidade de orientação a aspectos, convencionou-se chamar de early aspects ou aspectos iniciais, cujo objetivo é identificar aspectos antes da programação do software. A proposta de Alencar (Alencar, 2006) apresenta uma série de regras para sistematizar a identificação de características transversais em modelos i* e modularizá-los através de aspectos com o objetivo de reduzir sua complexidade. Estes trabalhos demonstram que cada vez mais cedo deve-se pensar de forma orientada a aspectos. Além disso, como o modelo de processo já é citado por estes como uma ferramenta essencial para elicitação de requisitos, a ideia de abordar aspectos no nível de modelagem se mostra promissora.

161 161 Na linha de como implementar aspectos em requisitos, Silva (Silva, 2006) define uma estratégia que permite a separação, a composição e a visualização de características durante a modelagem de requisitos. Estes mecanismos funcionam com base em uma linguagem de modelagem (LMROA) que permite a descrição antecipada de como as características estão entrelaçadas e espalhadas, e constrói um metamodelo para integração destas características transversais. Esta abordagem para implementação do conceito de aspectos em requisitos apresentou grande potencial para ser estendida ao domínio de processos de negócio. Outra área que nos trouxe contribuições foi o estudo de aspectos em Arquitetura de Software. Os trabalhos de Chavez (Chavez, 2009) e Garcia (Garcia 2006a; Garcia, 2006b) abordam um tema importante no contexto de orientação a aspectos por tratarem de como obter maior flexibilidade na identificação de onde os aspectos devem incidir nos componentes. Outro trabalho (Batista, 2006) anterior a este traz uma reflexão sobre questões importantes que surgem quando estudamos a integração de características transversais e linguagens de descrição arquitetural (ADL) como: (i) Quais elementos podem ter características transversais; (ii) Como deve ser feita a composição; (iii) Quantos pontos de junção podem ser referenciados em uma declaração; (iv) De que precisam as interfaces de aspectos; (v) Como devem ser as interfaces dos pontos de junção; (vi) Como são declaradas as mudança em interfaces e (vii) Como representar aspectos. Reflexões semelhantes a estas foram feitas neste trabalho para que pudéssemos definir os critérios de separação e mecanismos de composição e visualização. 6.6 A avaliação da definição de transparência através de levantamentos Para avaliação da definição de transparência construída e dos graus de transparência sugeridos, foram realizados dois levantamentos e um trabalho em grupo. Os resultados mostraram que existe uma concordância quanto à definição de transparência construída nesta tese e reforçaram sua maior abrangência se comparada às demais definições encontradas na literatura. Houve concordância também quanto aos graus de transparência sugeridos. A primeira avaliação foi realizada através de uma reunião do Grupo de

162 162 Engenharia de Requisitos da PUC-RJ. O grupo analisou as características e cada participante indicou se concordava ou não com as características identificadas, sugerindo um agrupamento para as mesmas. As opiniões foram coletadas e analisadas. Como resultado deste trabalho, foram obtidos cinco principais grupos de características: Acessibilidade, Usabilidade, Informativo, Entendimento e Auditabilidade. As proposições feitas foram incorporadas ao SIG de transparência construído. A segunda avaliação foi realizada com três grupos distintos através das respostas a questionários elaborados com perguntas diretas sobre as características do SIG de transparência. As questões elaboradas tinham como objetivo identificar se havia concordância com a existência e a ordem dos graus de transparência e com os agrupamentos e características que constituíam a definição de transparência. Nesta pesquisa, a maioria dos participantes concordou com os grupos criados e com os níveis estabelecidos, não havendo alteração dos grupos de características do SIG. Porém, quanto às características, algumas proposições foram feitas. Todas foram atendidas com a criação de um novo SIG de transparência. Outro trabalho foi realizado sobre o SIG de transparência. Este partiu da sugestão de alguns participantes às respostas dos questionários na segunda avaliação realizada. A sugestão tratava-se de indicar, também no SIG, relacionamentos de contribuição entre os elementos de cada agrupamento e investigar se além de contribuições positivas poderiam existir contribuições negativas entre eles. Este trabalho foi realizado através do uso do PCT e foram incorporados ao SIG os relacionamentos encontrados. 6.7 O Estudo de Caso aplicação da abordagem de modelagem de processos orientada a aspectos Buscando validar a abordagem proposta para inserção de características de transparência definidas no SIG em processos organizacionais através de aspectos, foi desenvolvido um estudo de caso em ambiente real que permitiu avaliar a aplicabilidade e efetividade do uso da abordagem proposta. Os resultados do estudo de caso demonstraram que é possível aplicar a abordagem em cenários reais, obtendo um modelo de processos de negócio com características de transparência. A efetividade da abordagem pôde ser avaliada com a conclusão dos estudos e a

163 163 indicação por parte dos participantes de que os processos de negócio estudados ficaram mais transparentes depois da aplicação da abordagem. Este estudo de caso não previa a execução do trabalho de modelagem das características transversais por parte dos participantes, pois a intenção era avaliar somente se a inserção das características tornava o processo mais transparente e se a forma de realizar esta inserção era aplicável. Não foi finalidade deste trabalho definir métodos de modelagem orientada a aspectos. De fato, estes resultados são evidências iniciais positivas da melhoria da transparência dos modelos de processos organizacionais através da inserção dos mecanismos apresentados (DPP e IEP) nesta tese, mas ainda não garantem que a execução dos processos dará realmente mais transparência aos interessados no processo quanto as informações geradas durante a instanciação dos mesmos. Esta confirmação só poderá ser obtida em pesquisas posteriores com a implantação e execução real do processo. 6.8 Contribuições Do ponto de vista da pesquisa em transparência, este trabalho define, no Capítulo 2, um conceito de transparência no contexto social. Este conceito apresenta e organiza as principais características existentes na literatura, fornecendo a definição da forma mais completa possível, de modo a atender às exigências feitas ao termo no contexto atual. Além disso, estas características foram organizadas em grupos chamados de graus de transparência, que podem permitir à organização identificar e organizar melhor suas práticas quanto à transparência. Outra contribuição importante, apresentada no Capítulo 3, é a construção de um Catálogo de Transparência contendo as características que formam este conceito, um conjunto de práticas (operacionalizações) que podem guiar as organizações na implementação de transparência em seus processos, os relacionamentos entre estas características e as contribuições positivas e negativas entre elas. Este catálogo também possui associado a ele um Léxico do domínio, o que permite o conhecimento sobre a noção, tipo e impacto de cada uma das características utilizadas para compor a definição de transparência apresentada nesta tese.

164 164 Ao longo deste trabalho foi construído um site (Transparência PUC-Rio 08), que está disponível e pode ser utilizado por organizações que tenham seus processos veiculados através da web para identificação de atendimento ou não às práticas de transparência propostas nesta tese. Para a pesquisa em processos de negócio, foi identificada a orientação a aspectos como uma maneira de prover transparência a processos de negócio. A abordagem apresentada promove a separação, composição e visualização de características transversais em processos organizacionais. Além disso, separa elementos que não fazem parte das atividades essenciais do processo e que se repetem, tratando-os de forma ortogonal ao processo, fazendo com que o processo possa ser entendido de maneira mais fácil e possa ser visto através de diversas lentes, dependendo da necessidade do interessado. Outro diferencial é o fato de este trabalho ser genérico o suficiente para ser implementado em qualquer linguagem de modelagem de processos com qualquer notação. Além das contribuições citadas, diversos artefatos foram construídos ao longo do desenvolvimento da tese, como o SIG de Transparência, o Catálogo de Transparência (características, operacionalizações e contribuições), o LEL Transparência (noção, impacto, relacionamentos), os Graus de Transparência e o Questionário para identificação de transparência em processos organizacionais, todos com potencial para serem utilizados em outros trabalhos. Todas as contribuições e os artefatos citados acima consolidam um referencial teórico na área de transparência, pois grande parte da literatura atual sobre transparência em processos organizacionais é fruto do relato das experiências de empresas e organizações. 6.9 Limitações Para utilização da abordagem apresentada, faz-se necessária a existência de ferramentas para apoio computacional, pois a etapa de inserção de características transversais em raias ortogonais, e principalmente de visualização, seriam muito difíceis de serem realizadas manualmente. Outra limitação encontrada foi quanto aos estudos de caso. A abordagem de identificação de critérios de transparência em processos organizacionais é bastante

165 165 extensa devido ao grande número de características que necessitam ser identificadas através das questões elaboradas Trabalhos Futuros Para a continuação dos estudos são apresentadas sugestões de temas para trabalhos futuros. A primeira possibilidade é o aprofundamento das avaliações dos modelos de processo através de novos estudos de caso que analisem outras variáveis consideradas relevantes, principalmente com a participação dos executores dos processos. Além disso, poderíamos investigar os efeitos colaterais da proposta na execução das instâncias dos novos processos no cotidiano de trabalho e observar se as informações geradas pelos mesmos também atendem às características de transparência. Outra possibilidade de trabalho futuro é a validação da dificuldade do uso da estratégia de orientação a aspectos. Para isso, no estudo de caso, deveria ser solicitado aos envolvidos que além de verificarem a aderência do processo aos conceitos de transparência também fizessem a modelagem dos mesmos inserindo os novos aspectos, permitindo análise completa do uso da abordagem. Em relação aos graus de transparência, pode-se investir na formalização das práticas da mesma forma que temos hoje em outros modelos de maturidade ou até mesmo no desenvolvimento de uma norma que pudesse ser um referencial para as organizações identificarem seu nível de transparência e se estão de acordo com os critérios estabelecidos pelo governo. Esta norma pode ser referencial também para avaliações de transparência nas organizações. Com relação ao Catálogo de Transparência, este poderia ser enriquecido com características antagônicas à transparência, como por exemplo, confidencialidade. Este tipo de característica sempre se apresenta nas discussões sobre transparência e muitas vezes é colocado como empecilho para o estabelecimento da transparência. Um estudo mais aprofundado entre os conflitos com este tipo de característica pode vir a mostrar exatamente o que uma contrapõe à outra. Além disso, ainda dentro do tema, no que se refere às contribuições positivas e negativas entre as características, o estudo de caso realizado poderia contribuir para a reavaliação das contribuições,

166 166 em uma forma de enriquecimento da mesma, confirmação dos resultados obtidos e até descoberta de possíveis contribuições entre as características. O Léxico de transparência nos deixa também oportunidades de aprofundamento e contribuições para construção de uma Ontologia de transparência que permita definir todos os relacionamentos entre todas as características pertencentes ao SIG de transparência. Outra possibilidade é o aprofundamento da pesquisa em modelagem de processos orientada a aspectos. Esta área é bastante nova e mostrou-se de muito interesse com as publicações realizadas ao longo deste trabalho. Nesta área ainda necessitam ser definidas heurísticas mais detalhadas para identificação de aspectos, assim como há lugar para a definição de métodos para utilização da abordagem proposta. O estudo de caso foi realizado utilizando a ferramenta ARIS. Desta, apenas foi utilizada a facilidade de uso de raias ortogonais em um EPC (Event Process Chain). Para representação de aspectos, outras funcionalidades se fazem necessárias, como a implementação do relacionamento transversal tanto semântica quanto sintaticamente. Além disso, poderiam existir funcionalidades mais avançadas para apoiar a visualização dos modelos criados para melhorar entendimento (ex: algoritmos que permitem focar em um ponto específico sem perder de vista o modelo global), tornando possível a visualização por tipo de aspecto, interesse, contexto, entre outros. Esta necessidade de implementação abre espaço também para a implementação dos mecanismos propostos na abordagem deste trabalho em ferramentas de código aberto, permitindo realizar estudos de caso com outras linguagens de modelagem. Relacionado à Área de Requisitos não funcionais, uma possível extensão deste trabalho poderia ser feita quanto à construção de métricas para verificação dos graus de atendimento de cada uma das características que compõem o SIG de transparência. Neste caso poderiam ser estabelecidas métricas para cada um dos cinco graus identificados ou ainda mais detalhadamente, para cada característica/operacionalização do SIG. Analisar o custo de implementação da característica de transparência nas organizações também é um trabalho futuro bastante relevante, de modo a se definir parâmetros que possam indicar até que ponto esta característica deve ser implementada sem pôr a organização em risco.

167 167 Por último, mas não menos importante, destacamos que os processos de negócio foram utilizados para potencializar a inserção do conceito de transparência nas organizações, mas que também é possível imaginar a adoção de outros recursos organizacionais para inserção de transparência. Software transparente é um exemplo.

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179 179 Apêndice A Levantamento Baseado em Revisão Sistemática Este apêndice apresenta os dados referentes ao planejamento e à execução de um levantamento bibliográfico baseado em revisão sistemática, visando identificar um conceito para Transparência. Parte do resultado obtido com este estudo pode ser visto no Capítulo 2 desta tese. Introdução Várias iniciativas têm abordado o conceito de transparência de modo a exigir que organizações se tornem transparentes. Esta tese teve como objetivo propor uma abordagem para inserção de características de transparência em processos organizacionais, de forma a contribuir para o estabelecimento da transparência organizacional. Devido a isso, foi necessária a identificação de um conceito que definisse transparência para ser tomado como base para o trabalho. Como ponto de partida para definição deste conceito, foi realizado um levantamento bibliográfico baseado em revisão sistemática. O uso dessa técnica se deu com a intenção de procurar reduzir os riscos de uma revisão informal. Segundo Mafra e Travassos (Mafra, 2006), uma revisão da literatura só pode dizer que seu resultado possuirá valor científico se conduzida de forma confiável e abrangente através de um planejamento prévio que contenha a seleção dos critérios a serem utilizados na busca.a revisão sistemática é um tipo de estudo secundário (Kitchenham, 2004), cujo processo de pesquisa segue um conjunto de passos metodologicamente bem definidos de acordo com um protocolo prévio (Biolchini, 2005) e cuja adoção procura reduzir o viés inerente a uma revisão informal (Silva Filho, 2006). Devem-se levar em consideração algumas possíveis limitações dos mecanismos de busca como: falta de recursos bibliográficos, problemas com as ferramentas de busca, falha em reconhecimento de plural e impossibilidade de acesso a conteúdos completos, tendo acesso somente aos resumos. Dieste (Dieste, 2007) recomenda, dentre outras coisas, que se a revisão sistemática deve ser exaustiva e encontrar todos os experimentos em um determinado domínio, não se deve limitar a busca apenas a publicações de renome;

180 180 dependendo do tópico ou tecnologia de interesse, publicações de outras áreas devem ser exploradas. Protocolo do Levantamento O protocolo utilizado para o estudo foi derivado dos trabalhos produzidos por Mafra (Mafra, 2006) e Silva Filho (Silva Filho, 2006). As subseções abaixo descrevem o conteúdo utilizado no levantamento. 1. Contexto Várias iniciativas têm abordado o conceito de transparência de modo a exigir que organizações se tornem transparentes. Por sua vez, estas organizações necessitam saber o que fazer para se tornarem transparentes e cumprirem as exigências da sociedade em geral. Portanto é de interesse que se identifique um conceito de transparência de modo que as organizações e a sociedade possam trabalhar na mesma direção. 2. Objetivo e Questões da Pesquisa Objetivo: Analisar publicações científicas através de um levantamento bibliográfico com o propósito de identificar conceitos de transparência nos contextos acadêmico e industrial. Questão de Pesquisa: Quais são os conceitos de transparência existentes na literatura? Intervenção: Definições do conceito de transparência. População: Livros e trabalhos publicados em conferências e periódicos com a definição do termo transparência. Resultado: A partir da identificação dos diversos conceitos de transparência, realizar um levantamento de forma a identificar as características de qualidade que os compõem. 3. Escopo da Pesquisa Para delinear o escopo da pesquisa, foram estabelecidos critérios para garantir a viabilidade da execução (custo, esforço e tempo), acessibilidade aos dados e abrangência do estudo. A pesquisa dar-se-á a partir de bibliotecas digitais

181 181 através dos seus respectivos engenhos de busca e, quando os dados não estiverem disponíveis eletronicamente, através de consultas manuais. Critérios adotados para seleção de fontes 1. Possuir engenho de busca que permita o uso de expressões lógicas ou mecanismo equivalente; 2. Incluir em sua base publicações que possuam relação direta com o tema a ser pesquisado; 3.Permitir, no caso dos engenhos de busca, acesso ao texto completo das publicações; 4. Ser uma biblioteca credenciada à PUC-RJ. Restrições A pesquisa está restrita à análise de publicações obtidas, exclusivamente, a partir das fontes selecionadas a partir dos critérios supracitados. Não haverá restrições de datas. 4. Idiomas Para realização da pesquisa foram selecionados dois idiomas: inglês e português. A escolha do idioma inglês deve-se à sua adoção pela grande maioria das publicações de livros, conferências e periódicos. 5. Métodos de Busca de Publicações As fontes digitais serão acessadas via Web, através de expressões de busca pré-estabelecidas. Caso não seja possível obter o artigo completo através dos sites de busca, os autores dos artigos poderão ser contatados via . As publicações das fontes não-digitais serão analisadas manualmente, quando disponíveis, considerando a expressão de busca definida. Expressão de Busca Para as publicações em inglês utilizar a expressão de busca abaixo: (transparency OR transparent OR transparentness OR transparence) AND (definition OR concept) Para as publicações em português utilizar a expressão de busca abaixo:

182 182 (transparência OR transparente) AND (definição OR conceito) Busca Manual Quando a consulta for manual, deve-se procurar as palavras-chave presentes na expressão de busca nos títulos e resumos das publicações. No caso de livros, buscar na introdução e nos resumos de cada capítulo, além do índice remissivo. Máquinas de Busca No caso das buscas na Web foram utilizadas as seguintes máquinas de busca: Citeseer - Editora Springer - Scopus - Google Scholar Portal da Association for Computing Machinery - Portal da IEEE Procedimentos de seleção e critérios A estratégia de busca será aplicada por um pesquisador para identificar as publicações em potencial. As publicações identificadas serão selecionadas através da verificação dos critérios de inclusão e exclusão e de qualidade estabelecidos. Seleção e catalogação preliminar dos dados coletados A seleção dos estudos dar-se-á em 2 etapas: a) Seleção e catalogação preliminar dos dados coletados: A seleção preliminar das publicações será feita a partir da aplicação da expressão de busca às fontes selecionadas. Cada publicação será catalogada em um banco de dados criado especificamente para este fim e armazenada em um repositório para análise posterior; b) Seleção dos dados relevantes (filtro): A seleção preliminar com o uso da expressão de busca não garante que todo o material coletado seja útil no contexto da pesquisa, pois a aplicação das expressões de busca é restrita ao aspecto sintático. Dessa forma, após a identificação das publicações através dos mecanismos de buscas, deve-se ler os resumos/abstracts e analisá-los seguindo os critérios de inclusão e exclusão identificados a

183 183 seguir. Na impossibilidade de classificar a publicação quanto a um dos critérios abaixo, o pesquisador deverá definir um novo critério de inclusão ou exclusão. Devem ser excluídas as publicações contidas no conjunto preliminar em que: CE-01 - As palavras-chave não estejam presentes na publicação e não haja variações destas palavras-chave (exceto plural). CE-02 - As palavras-chave da busca não apareçam no título, resumo e/ou texto da publicação (exclui-se daí o campo palavras-chave, as seções agradecimentos, biografia dos autores, referências bibliográficas e os anexos). CE-03 - Descrevam e/ou apresentem keynote speeches, tutoriais, cursos, workshops e similares. Podem ser incluídas apenas as publicações contidas no conjunto preliminar que: CI-01 Sejam livros disponíveis nas bibliotecas da PUC-RJ. CI-02 Apresentem uma definição ou explicação para o termo transparência. 7. Procedimentos para Extração dos Dados Na seleção e catalogação preliminar dos dados coletados Armazenamento das referências completas selecionadas a partir da fonte consultada no repositório de dados do estudo. Na seleção dos dados relevantes Cada referência catalogada deve ser examinada com o objetivo de ser submetida aos critérios de seleção dos filtros identificados. Os dados que atenderem aos critérios de seleção deverão ser marcados como passou no filtro. Do contrário, o registro deverá ser marcado como não passou no filtro - critério [número do critério].

184 184 Extração de Dados Os dados extraídos das publicações selecionadas deverão ser armazenados em um banco de dados e devem conter: (i) o Título; (ii) o(s) Autor(es); (iii) a Data de publicação; (iv) o Veículo de publicação; (v) Indicação da existência da definição para o conceito de transparência; (vi) Lista de características de transparência. Sumarização dos resultados Os resultados serão tabulados, devendo gerar uma lista completa de todas as características de transparência citadas no material levantado. 8. Procedimentos para Análise Análise quantitativa A análise quantitativa dar-se-á pela extração direta dos dados a partir do banco de dados com os registros dos achados. A análise quantitativa consiste em fornecer o número de publicações selecionadas para fazerem parte do estudo; Análise qualitativa A análise qualitativa deverá utilizar como base os dados quantitativos e realizar considerações com o intuito de discutir os achados com relação às questões de pesquisa declaradas. Execução O protocolo descrito na seção anterior foi a base para a execução do levantamento bibliográfico. Para a execução do planejamento realizado foram utilizadas algumas atividades propostas por Montoni (Montoni, 2007), que consistem nas seguintes atividades: Executar a Pesquisa e Analisar Resultados da Pesquisa. Os testes começaram com a expressão de busca: (transparency OR transparent OR transparentness OR transparence) e (transparência OR transparente). Em todos os instrumentos de busca foi possível rodar o protocolo definido não havendo necessidade de adaptação, e obtendo-se o resultado apresentado nas Tabelas A.1, A.2 e A.3.

185 Tabela A.1 Resultado Buscas Revisão Bibliográfica parte 1 185

186 Tabela A.2 Resultado Buscas Revisão Bibliográfica parte 2 186

187 Tabela A.3 Resultado Buscas Revisão Bibliográfica parte 3 187

188 188 Dos artigos selecionados, somente um continha efetivamente um conjunto de características que contribuem para a definição do termo transparência. O artigo citado é o Technological Support for e-democracy: History and Perspectives (Gross, 2000). Além dos artigos encontrados, foram selecionados sites. Nesta busca foram encontrados três que contribuíram para uma definição do conceito de transparência. São eles: (Leite, 2006), Wikipedia: Transparency (Optics) (Wikipedia (optics) 2009), Wikipedia: Transparency (humanities) (Wikipedia (humanities), 2009). Por último foi feito um levantamento presencial na Biblioteca Central da PUC-RJ. Nesta foram encontrados cinco livros que citavam o termo transparência e que de alguma forma o conceituavam. Os livros encontrados foram: 1) Dicionário de Computação da Microsoft (Microsoft, 2002); 2) Enciclopédia New Caxton (Caxton, 1969); 3) Dicionário de Comunicação (Barbosa, 2002); 4) O discurso cinematográfico A opacidade e a transparência (Xavier, 1977); 5) Transparência e Responsabilização no Setor Público: Fazendo Acontecer (Kondo, 2002); 6) Perspectivas para o Controle Social e a Transparência da Administração Pública (TCU, 2002); 7) O revisionismo e a relação entre fato e interpretação (Gomes, 1999). Análise dos resultados O resultado sobre o levantamento feito para o conceito de transparência identificou que este termo pode ter diversos significados em domínios diferentes, e até no mesmo domínio. Outro ponto importante foi a identificação de que todas as definições encontradas eram sempre um conjunto de características que, juntas, contribuem para o alcance da transparência. Não foi encontrada qualquer definição para o termo Transparência Organizacional.

189 189 Apêndice B Revisão do SIG de transparência junto ao Grupo de Engenharia de Requisitos da PUC Este apêndice apresenta os dados referentes ao planejamento e à execução de uma revisão do SIG de transparência junto a um grupo de entrevistados com o objetivo de confirmar a organização das características de transparência elencadas e organizadas no SIG. Parte do resultado obtido com este estudo pode ser visto no Capítulo 2. Introdução São três os principais caminhos para compreender o comportamento humano no contexto das ciências sociais empíricas (Fink, 1985): Observação: observar o comportamento que ocorre naturalmente no âmbito real; Experimento: criar situações artificiais e observar o comportamento das pessoas perante tarefas definidas para essas situações; Survey: perguntar às pessoas o que fazem (fizeram) e pensam (pensaram). Fink (Fink, 1985) define survey como método para coletar informação de pessoas acerca de suas ideias, sentimentos, planos, crenças, bem como origem social, educacional e financeira. O instrumento utilizado no survey, o questionário, pode ser definido como um conjunto de perguntas sobre um determinado tópico que não testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus interesses, aspectos de personalidade e informação biográfica (Yaremko, 1986). Este trabalho trata do desenvolvimento de um questionário para levantamento de informações. Estuda-se a ideia de transparência de processos. A abordagem é que transparência de processos é um requisito de qualidade (não funcional). Baseado nisso, este conceito foi sistematizado através de uma árvore de requisitos não funcionais e seus ramos foram organizados em conjuntos, estabelecendo níveis para eles. A seguir são definidos o problema e os objetivos desta pesquisa, a hipótese da pesquisa, a base populacional pesquisada, o contexto da pesquisa, a estrutura do questionário, o questionário aplicado, as respostas obtidas, as análises realizadas e as conclusões.

190 190 Objetivo da Pesquisa O objetivo desta pesquisa é coletar opiniões acerca dos requisitos não funcionais selecionados para compor o conceito de transparência de processos e sua organização em diferentes níveis. Hipótese A definição de transparência pode ser sistematizada através do conjunto de características apresentadas. Base Populacional A pesquisa foi aplicada ao grupo de Pesquisadores em Engenharia de Requisitos da PUC-RJ, que contém: Grupo 1 - Professores Pesquisadores Grupo 2 - Doutorandos Grupo 3 - Mestrandos Cada uma das amostras tinha o seguinte tamanho: Grupo 1 2 participantes 2 questionários respondidos Grupo 2 3 participantes 3 questionários respondidos Grupo 3 2 participantes 2 questionários respondidos Total: 7 questionários respondidos Contexto da Pesquisa Foi realizada uma reunião na qual os três grupos receberam uma lista com as características. O propósito era que indicassem se estavam de acordo ou não com a existência de cada uma das características e que propusessem um agrupamento para

191 191 as mesmas. Por tratar-se de um trabalho presencial, todos os participantes foram identificados. Estrutura A lista elaborada continha: a) Nome da característica; b) Definição da característica; c) Espaço para indicação da concordância com a existência ou não da característica; d) Espaço para indicação do agrupamento da característica. Resultado da Votação A Tabela a seguir apresenta o resultado da votação. Para cada uma das características, há a indicação do agrupamento escolhido por cada pesquisador participante. Legenda: Indica o pesquisador que votou de forma diferenciada dos demais

192 192 Análise dos resultados Como resultado deste trabalho, obtivemos cinco grupos principais de características: Acessibilidade, Usabilidade, Informativo, Entendimento e Auditabilidade, em oposição aos quatro anteriormente propostos. Foi sugerida, pelo grupo, a inserção da característica de entendimento. A característica de divulgação veio a substituir a característica de visibilidade por ser entendida pelo grupo como mais abrangente. Houve discussão sobre uma mesma característica estar representada (duplicada) em dois agrupamentos. Houve consenso no grupo de que cada característica deveria ser representada no SIG somente uma vez. Caso exista uma característica que possa contribuir com mais de um grupo, esta representação deve ser feita somente através de relacionamentos, sem necessidade de repetição do elemento característica. Este trabalho permitiu verificar que a definição de transparência pode ser sistematizada através de um conjunto de características. Este trabalho deu origem a uma nova tabela de definições (Tabela 2.3) e a um novo SIG de transparência (Figura 2.3), apresentados no Capítulo 2 desta tese.

193 193 Apêndice C Levantamento para validação do SIG e dos Graus de Transparência Este apêndice apresenta os dados referentes ao planejamento e à execução da aplicação de um questionário sobre o SIG de transparência com o objetivo de confirmar as características definidas junto a dois grupos de entrevistados para compor o conceito de transparência e a organização destas em grupos, indicando a existência de graus de transparência. Parte do resultado obtido com este estudo pode ser visto no Capítulo 2. Introdução São três os principais caminhos para compreender o comportamento humano no contexto das ciências sociais empíricas (Fink, 1985): Observação: observar o comportamento que ocorre naturalmente no âmbito real; Experimento: criar situações artificiais e observar o comportamento das pessoas ante tarefas definidas para essas situações; Survey: perguntar às pessoas o que fazem (fizeram) e pensam (pensaram). Fink (Fink, 1985) define survey como método para coletar informação de pessoas acerca de suas ideias, sentimentos, planos, crenças, bem como origem social, educacional e financeira. O instrumento utilizado no survey, o questionário, pode ser definido como um conjunto de perguntas sobre um determinado tópico que não testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus interesses, aspectos de personalidade e informação biográfica (Yaremko, 1986). Neste trabalho tratamos do desenvolvimento de um questionário para levantamento de informações. Estamos estudando a ideia de transparência de processos. Nossa abordagem é que transparência de processos é um requisito de qualidade (não funcional). Baseados nisso, mapeamos este conceito como uma árvore de requisitos não funcionais e organizamos seus ramos em conjuntos, estabelecendo níveis para eles. A seguir são definidos o problema e os objetivos desta pesquisa, a hipótese da pesquisa, a base populacional pesquisada, o contexto da pesquisa, a estrutura do questionário, o questionário aplicado, as respostas obtidas, as análises realizadas e as conclusões.

194 194 Objetivo da Pesquisa O objetivo desta pesquisa é coletar opiniões acerca das características selecionadas para compor o conceito de transparência de processos e sua organização em diferentes níveis. Hipótese O conceito de transparência de processos pode ser definido através do conjunto de características apresentadas. Há certo nível de dependência entre as características de qualidade que formam o conceito de transparência, podendo estas ser agrupadas em níveis. Base Populacional A pesquisa foi aplicada a grupos de Pesquisadores em Engenharia de Requisitos e Engenharia de Software, divididos em três grupos (tipo da amostra): Grupo 1 Pesquisadores em i* (istar) presentes no 3º Workshop Internacional de i* Grupo 2 Pesquisadores em Engenharia de Requisitos Membros do IFIP W 2.9 Grupo 3 - Pesquisadores em Engenharia de Software Cada uma das amostras tinha o seguinte tamanho: Grupo 1 30 participantes 10 questionários respondidos Grupo 2 8 participantes 2 questionários respondidos Grupo 3 6 participantes 4 questionários respondidos Total: 16 questionários respondidos Cada uma das amostras teve respectivamente 10 (dez), 2 (dois) e 4 (quatro) questionários respondidos, com um total de 16 (dezesseis) respostas.

195 195 Contexto da Pesquisa A pesquisa foi realizada com dois grupos de pesquisadores em eventos acadêmicos, e um grupo de alunos de mestrado de universidades diversas. Os questionários foram distribuídos presencialmente e por . A identificação não foi colocada como obrigatória. Alguns pesquisadores que enviaram resposta por e, por consequência, foram identificados. O questionário foi aplicado em inglês, pois os dois primeiros grupos eram compostos por pesquisadores que fazem parte de grupos acadêmicos internacionais. Estrutura O questionário elaborado foi formado pelas seguintes partes: a) Introdução Explanação sobre o estudo realizado; b) Objetivo Intenção do questionário; c) Definição do conceito de transparência Apresentação do conceito de transparência e sua composição; d) Definição dos níveis de transparência Apresentação dos níveis de transparência e de sua formação; e) Questões Perguntas objetivas e discursivas para validação do conceito e dos níveis de transparência definidos. O Questionário O questionário elaborado em inglês para atingir um número maior de pesquisadores continha o seguinte conteúdo: 1) Introduction: We have been studying the idea of software transparency. It posits that software transparency must be based on non functional requirements. As of now, we have mapped a network of non functional requirements and organized them into groups and established steps for them.

196 196 2) Objective: The objective of this questionnaire is to collect opinions about non functional requirements selected to compose software transparency concept and their presentation as different levels. 3) The Transparency Concept: Software is deemed transparent if it makes the information it deals with transparent (information transparency) and if it, itself, is transparent, that is, it informs about itself, how it works, what it does and why (process transparency). We tackle the problem of software transparency using the idea of requirements that are readable for both general stakeholders as developers stakeholders. Figure 1 depicts out transparency network. Fig. 1. Transparency Network From the transparency network we have posit an initial transparency ladder, which must be climbed as to achieve transparency. Figure 2 shows such ladder. This ladder is composed by 5 (five) steps: 1 - Accessibility, 2 - Usability, 3 - Informativeness, 4 - Understandability, 5 - Auditability.

197 197 Fig. 2. Transparency Ladder We would appreciate your effort in answering this questionnaire, since we believe it will help the better understanding of software transparency. 4) Questionnaire:

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