PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: CRISE DO SISTEMA COLONIAL E VINDA DA FAMÍLIA REAL
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- Alice Taveira Farinha
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1 PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: CRISE DO SISTEMA COLONIAL E VINDA DA FAMÍLIA REAL * Três etapas: 1) Revoltas Nativistas 2) Revoltas Emancipacionistas 3) Período Joanino Família Real no Brasil ( ) 1º ETAPA REVOLTAS NATIVISTAS * Revoltas de caráter regional e apolítica, ou seja, não reivindicavam a independência do Brasil # Movimentos contra os abusos da Metrópole # Revoltas demonstram que os colonos luso-brasileiros começam a perceber as contradições do Sistema Colonial Aclamação de Amador Bueno (SP, 1641) * 1º manifestação de caráter nativista no Brasil Colônia * O movimento reduziu-se a uma manifestação dos comerciantes paulistas preocupados com a possibilidade de que seus negócios com Buenos Aires fosses prejudicados pelo fim da União Ibérica * Como forma de protesto, os comerciantes da região aclamaram Amador Bueno o homem mais rico do lugar rei de São Paulo * Amador Bueno recusou a oferta e, dias depois, os paulistas juraram fidelidade ao novo Rei português Revolta de Beckman (MA, 1684) * Revolta entre: Colonos maranhenses x Cia. de Comércio e Jesuítas * Motivos: falta de escravos, oposição dos jesuítas à escravidão do indígena e a atuação da Cia Geral de Comércio do Estado do Maranhão (vendia produtos caros e pagava pouco pelos artigos produzidos pelos colonos - drogas do sertão, algodão, madeira e açúcar) * Líder: Joaquim e Manuel Beckman (fazendeiros) * Reivindicavam a extinção da Cia de Comércio e a expulsão dos jesuítas * O governo português não admitiu a revolta e sufocou o movimento com brutalidade, executando os líderes Guerra dos Emboabas (MG, ) * Entre Paulistas (Bandeirantes) x Emboabas (os forasteiros: estrangeiros e colonos de outras províncias) * Motivo: controle da pela exploração das minas * Os paulistas foram derrotados (principal batalha: Capão da Traição) e expulsos das Minas Gerais * Líder: Manuel Nunes Viana (forasteiro português) # Forçados a deixar a região das Minas, os bandeirantes forma em busca de novas jazidas. Em 1718, encontraram ouro em Mato Grosso, abrindo nova corrida ao metal Guerra dos Mascates (PE, ) * Entre a cidade de Olinda (senhores de engenho em crise) x a cidade de Recife (grandes comerciantes eram chamados de mascates) * Na época, Olinda era a Capital, ou seja, o centro político de PE, já Recife era o pólo econômico * Motivo: Recife é elevada à categoria de vila em 1709 e constrói seu pelourinho (símbolo do poder municipal) # Os olindenses sentem-se prejudicados, pois, não iriam mais receber impostos de Recife * Olindenses invadem Recife e destroem o pelourinho * O rei de Portugal apóia os recifenses prendendo os rebeldes e transforma Recife em Capital de Pernambuco 1
2 Revolta de Filipe dos Santos (Vila Rica MG, 1720) * Entre Mineradores x Governo português * Motivo: crescente cobrança de impostos e a criação das Casas de Fundição (que proibia a circulação de ouro em pó e o ouro já saia quintado) * Líder: Filipe dos Santos (minerador) * Revoltosos entregam ao Governador exigindo a extinção imediata das Casas de Fundição e a redução de impostos * Governador mandou invadir Vila Rica, prendeu e enforcou Felipe dos Santos 2.a Etapa Revoltas Emancipacionistas Século XVIII crise do Antigo Regime (aparecimento das idéias liberais) Caráter: libertação nacional (independência), critica as relações de poder, criticam o pacto colonial, criticam o monopólio do comércio. a) Inconfidência Mineira (1789) Motivos: Descontentamento com os impostos cobrados (derrama); com os altos preços dos produtos importados; com o controle das autoridades portuguesas à divulgação de idéias (proibição de jornais e livros na colônia). Revoltosos: filhos de garimpeiros que foram estudar na Europa (elite brasileira) são influenciados pela Independência dos EUA (1776): o grupo de intelectuais reunia-se secretamente em Vila Rica. O que defendiam os revoltosos: Regime Republicano, com capital em São João Del Rey; serviço militar obrigatório; apoio à industrialização. Libertas quae sera tamen : liberdade ainda que tardia. - um dos revoltosos denunciou a rebelião e ela foi reprimida antes que acontecesse. - os revoltosos foram presos e somente Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) foi condenado à morte. b) Conjuração Baiana/ Conjuração dos Alfaiates (1798) Motivos: transferência da capital para o RJ Salvador estava com dificuldades econômicas; difusão das idéias liberais (Revolução Francesa, Independência dos EUA e rebelião escrava no Haiti). Revoltosos: reuniam-se secretamente Cavaleiros da Luz caráter popular Promoveram motins, saques a armazéns e propriedades. O que defendiam os revoltosos: governo Republicano (democrático e livre de Portugal); aumento dos salários dos soldados; fim da escravidão e preconceito. a revolta foi denunciada por traidor. Os envolvidos foram presos. c) Revolução Pernambucana (1817) Família real já estava no Brasil. Motivos: insatisfação com a cobrança de impostos determinados por D. João VI. Revoltosos: Implantaram um novo governo (extinção de impostos, liberdade de imprensa, religião e igualdade entre os cidadãos). - Depois de dois meses, o movimento acabou vencido. 2
3 3.a Etapa Período Joanino Família Real ( ) Vinda da família real para o Brasil. Contexto Europeu - Rev. Francesa: fim do absolutismo monarquias vizinhas formam coligações antifrancesas e invadem a França, que é governada por Napoleão Bonaparte. - Como reação à invasão Napoleão derrota as coligações, nascendo o Império Napoleônico. Napoleão derruba o absolutismo nos outros países da Europa. - Império Napoleônico ameaça a Inglaterra potência terrestre potência marítima - Em 1806 Napoleão cria o decreto de Berlim: todos os países estão proibidos de fazer comércio com a Inglaterra. - O Bloqueio Continental (1806) tinha como propósito quebrar a indústria inglesa. - Portugal não adere ao Bloqueio Continental, pois tinha muitos acordos firmados com a Inglaterra. - Quando a Espanha e França firmam o Tratado de Fontenebleau (que tinha o propósito de invadir Portugal), a família real portuguesa foi transferida pelos ingleses para o Brasil. As colônias portuguesas interessavam muito aos ingleses. Transformações a) Econômicas Tratados: : Abertura dos Portos às Nações Amigas abertura dos portos aos ingleses - fim do pacto colonial, fim do regime de monopólio. - Portugal 16% - Outros países 24% Tratados de 1810 Aliança e Amizade e Navegação e Comércio : Aliança e Amizade: - imunidade jurídica (leis brasileiras e portuguesas não atingem a Inglaterra); - liberdade de moradia e culto livre aos ingleses (protestantes); - Portugal promete acabar com o tráfico negreiro em 20 anos (com a Rev. Industrial, a Inglaterra abole o trabalho escravo, que é substituído pelo trabalho assalariado); - acesso aos portos brasileiros (Brasil: base naval inglesa). Navegação e Comércio: tarifas alfandegárias no Brasil 15% - Inglaterra 16% - Portugal 24% - Outros países Obs.: Somente em 1815 as tarifas alfandegárias passam a ser de 15% tanto para a Inglaterra, como para Portugal. 3
4 Conseqüências dos Tratados: Em curto prazo: os preços dos produtos caem (mercadorias vêm direto da Inglaterra para o Brasil). Portugal é eliminado como intermediário. Em longo prazo: tarifas alfandegárias baixas (estímulo às importações déficit na balança comercial tomada de empréstimos: dívida externa não estimula a indústria nativa). 1785: D. Maria A louca impede a produção manufatureira no Brasil. D. João VI dá liberdade para as manufaturas em 01/04/1808. b) Político-Administrativas - Com a vinda da família real para o Brasil ( pessoas) o aparelho de Estado Português veio para o Brasil. Todos os ministérios vieram para cá. - A colônia comporta-se como metrópole (inversão política). 1815: Brasil eleva-se a Reino Unido a Portugal e Algarves. região ao Sul de Portugal - Rio de Janeiro: com a presença física da burocracia portuguesa, facilita-se a troca de favores entre ela e a elite brasileira. O rei confisca as casas das pessoas. A elite oferece casas aos portugueses. - Troca de favores é promíscua (poder público x poder privado). A presença da família real vai suavizar (atrasar) o processo de independência do Brasil. Como ocorre o processo de Independência? Num país normal: processo de independência = lutas (guerras de independência) + participação popular nascimento República Democrática. No Brasil: processo de independência = acordo entre as elites e D. Pedro não tem participação popular Monarquia. c) Culturais Com a vinda de D. João VI, criou-se no Brasil: - Imprensa Régia; Biblioteca Real; Jardim Botânico; Vinda da Missão Artística Francesa (1816) Debret e Rugendas; Banco do Brasil;Escola de Medicina (BA e RJ); Academia de Belas Artes; Academia Militar, e Arquivo Militar. * Política Externa: influência inglesa e marcada pelo expansionismo, ou seja, aumenta o território brasileiro. Anexação da Província Cisplatina (Uruguai) no Rio da Prata represália aos espanhóis. Em 1828 o Uruguai torna-se independente e o Brasil perde a Província Cisplatina 4
5 1816: Anexação da Guiana Francesa represália à invasão francesa. Com o Congresso de Viena, Portugal devolve os territórios franceses, no caso a Guiana Francesa. * Política Econômica - oscilante: liberalismo e mercantilismo 1817: Revolução Pernambucana última rebelião emancipacionista. 1820: Rev. do Porto Portugal em crise econômica e descontentamento popular. Burguesia comercial x Lord Beresford (inglês que ficou governando Portugal) Reivindicações da revolução: - Elaboração da Constituição; - Expulsão de Beresford; - Retorno de D. João VI ao trono português. D. João VI deixa o Brasil e entrega ao seu filho D. Pedro a regência brasileira. * Elite brasileira divide-se em duas correntes políticas: Partido Português: colonialista (comerciantes portugueses, elite conservadora do Rio de Janeiro). Partido Brasileiro: anticolonialista (elite brasileira) torna-se a corrente vitoriosa. Janeiro de 1822: com a insistência do retorno de D. Pedro a Portugal, o mesmo adere à causa brasileira da independência e fica no Brasil: Dia do Fico. Setembro de 1822: com a influência do Partido Brasileiro, D. Pedro decreta a independência do Brasil. 5
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