Tecnologia do Pará IFPA. 1 Graduando do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e
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1 GEOGRAFANDO BELÉM Isaias Gomes de Jesus Junior 1 Resumo O presente artigo vem apresentar a Tecnologia Educacional Geografando Belém. Esta Tecnologia Educacional, de princípio, foi desenvolvida para apresentar conceitos geográficos de território, paisagem e espaço; tais conteúdos devem ser assimilados por alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio em Geografia, os quais precisam compreender a importância deles e ligá-los a prática de vivência do espaço. Dentro dessa Tecnologia Educacional, também será abordada a Transversalidade através da pluralidade social onde esta atravessa o conteúdo das questões sociais, facilitando o entendimento da tecnologia contextualizada. Ex: o Meio Ambiente, a Cidadania, criando um ambiente de respeito e cordialidade, fazendo-se compreender os aspectos do cotidiano da sociedade de um modo geral, ligando o imaginário com o real, sendo que a prática da Tecnologia Educacional possibilitará o reforço dos conteúdos já ministrados na sala de aula. A Tecnologia procura relacionar Vygotsky e a Geografia, nos seguintes aspectos: a dicotomia (contradição) entre o real e o imaginário, a memorização (o espaço sempre foi daquele jeito, e por quais transformações ele já passou?) e a interação do aluno com o espaço se identificando com o local que ele habita ou se depara com algo desconhecido sobre aquele lugar ou paisagem da cidade de Belém. O ensino de Geografia por meio da Tecnologia Educacional Geografando Belém permitira que os educandos se insiram cada vez mais em ambientes interativos, dado que os inúmeros recursos tecnológicos podem tornar as aulas mais dinâmicas e motivadoras favorecendo sua participação em sala, e contribuindo para a sua aprendizagem e consequentemente para qualidade da educação. Palavras-Chave: Ensino. Geografando Belém. Tecnologia. Introdução Esta Tecnologia Educacional foi desenvolvida para apresentar conceitos geográficos de território, paisagem e espaço; tais conteúdos devem ser assimilados por alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II, que precisam compreender a importância dos mesmos e associá-los às práticas de vivência do espaço, ligando o imaginário com o real, portanto, a prática da Tecnologia Educacional possibilitará o reforço dos conteúdos já ministrados na sala de aula. A Tecnologia procura relacionar Vygotsky e a Geografia, nos seguintes aspectos: a dicotomia (contradição) entre o real e o imaginário, a memorização (o espaço sempre foi daquele jeito? por quais transformações ele já passou?) e a interação do discente com o espaço a partir de sua identificação com o local em que habita ou, mesmo quando se depara com algo desconhecido sobre aquele lugar ou paisagem da cidade de Belém. 1 Graduando do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará IFPA. gomesisaias68@yahoo.com.br
2 2 A Tecnologia Educacional estimula o lúdico e com relação à Zona de Desenvolvimento Proximal, possibilita que o conhecimento sobre esses espaços sejam consolidados. Dentro da Teoria Vygotskyana é chamado de Sóciointeracionismo, onde a criança primeiro aprende depois desenvolve; a Zona de Desenvolvimento Proximal é o momento onde o aluno já possui uma certa potencialidade para iniciar o desenvolvimento de uma determinada habilidade, mas que esta não se solidificou totalmente. É um período de transição para a criança, um amadurecimento. Jogos educativos são oportunidades para conhecimento, interação e apropriação e são fundamentais para que a criança se desenvolva. Na Tecnologia Educacional GEOGRAFANDO BELÉM, a disciplina História estará presente relacionando os pontos históricos/turísticos perpassados Na Trilha com importância do mesmo na construção do espaço; juntamente estará a prática da Língua Portuguesa na leitura das fichas que trarão informações e perguntas as quais os participantes terão que lê-las e respondê-las durante cada jogada; o uso da Matemática estará em ação a partir do arremeço dos dados para contar a quantidade de casas que cada participante terá que andar para completar o percurso do Geografando Belém; ainda teremos os conteúdos de Estudos Amazônicos que serão reforçados através de todo o trajeto percorrido. Dentro dessa Tecnologia Educacional, será abordada a Transversalidade através da pluralidade social que atravessa o conteúdo das questões sociais, facilitando o entendimento da tecnologia contextualizada. Ex: o Meio Ambiente, a Cidadania, criando um ambiente de respeito e cordialidade, fazendo-se compreender os aspectos do cotidiano da sociedade de um modo geral. Tecnologia Educacional e a Ludicidade Para elaboração desta Tecnologia Educacional tivemos como embasamento teórico o psicólogo e pesquisador Lev Vygotsky, que usava as relações sociais como uma Corrente Pedagógica; assim levamos em consideração suas teorias. Será mostrada a importância do lúdico no processo de socialização das crianças como também sua importância no processo ensino e aprendizagem, através dos jogos, dos brinquedos, das brincadeiras. Tendo como tema central o lúdico na construção do processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, que é de suma importância, fazendo deste assunto um fator primordial a ser trabalhado por todos os pedagogos, professores, comunidade, escola e familiares que tenham a intenção de educar, sabendo que isto não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas sim
3 3 ajudar a criança a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Pelo lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-se criadora e construtora de novos conhecimentos. O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar decisões e percebem melhor o mundo dos adultos. Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da educação bancária e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criança. O lúdico é a maneira como o professor dirige o brincar, desenvolvendo psicológica, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente as crianças, e por isso os espaços para se interagir são imprescindíveis nos dias de hoje. Através dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, são a partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares. Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia todos, inclusive as crianças, exercendo poder e controle através dos meios de comunicação, principalmente a televisão. Uma das alternativas para se burlar essa influencia está no lúdico, nas brincadeiras de uma forma geral, onde as crianças trabalhariam além do corpo a interação com o outro. A criança tem a característica de entrar no mundo dos sonhos, das fábulas e normalmente utiliza como ponte às brincadeiras. Quando esta brincando se expressa mostrando seu íntimo, seus sentimentos e sua afetividade. Os espaços lúdicos são ambientes férteis também para a aprendizagem e o desenvolvimento, principalmente da socialização. Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo. Para Vigotsky as crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a
4 4 criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade (VIGOTSKY, 1989, 84). Verifica-se, portanto, que as atividades lúdicas propiciam à criança a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, elas demonstram através das brincadeiras como veem e constroem o mundo, como gostariam que ele fosse, quais as suas preocupações e que problemas a estão atormentando, ou seja, expressam na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras. Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais. Ao brincar a criança conhece a si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Aí aprende e internaliza normas sociais de comportamentos e os hábitos fixados pela cultura, pela ética e pela moral. As brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e devem ser objetos de crescimento, possibilitando à criança a exploração do mundo, descobrir-se, entender-se e posicionar-se em relação a si e a sociedade de forma lúdica e natural exercitando habilidades importantes na socialização e na conduta psicomotora. Desse modo, brincando a criança vai construindo e compreendendo o mundo ao seu redor. Lembrando que as atividades lúdicas são de grande valia para o educador que souber se utilizar apropriadamente dessas atividades, sendo que o aluno será o maior beneficiado. O recurso é uma fonte de prazer e descoberta para a criança, o que poderá contribuir no processo ensino e aprendizagem; porém tal contribuição no desenvolvimento das atividades pedagógicas dependerá da concepção que se tem do recurso. O recurso metodológico não é apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino e aprendizagem e no processo de socialização das crianças. O recurso normalmente é visto por seu caráter competitivo, ou seja, uma disputa onde existem ganhadores e perdedores. Esta visão está vinculada à postura de muitos educadores, para os quais o lúdico é um ato diferente do brincar; entretanto, não podemos considerá-lo apenas como uma competição. A atividade lúdica é o berço
5 5 obrigatório das atividades sociais e intelectuais. Um dos principais objetivos da escola é proporcionar a socialização, por esse motivo não devemos isolar as crianças em suas carteiras, devemos incentivar os trabalhos em grupos, a trocas de idéias, a cooperação que acontece por ocasião das interações. Dentro da realidade brasileira qualquer instituição que tenha como objetivo potencializar atividades lúdicas ou de aprendizagem terá por si mesma um grande significado social. Isto serve de alerta aos educadores com relação à repressão corporal existente e à forma mecânica e descontextualizada como os conteúdos vêm sendo transmitidos aos educandos. O percebemos em algumas escolas, é que existe ainda uma aprendizagem apoiada em métodos mecânicos e abstratos, totalmente fora da realidade das crianças; predominando sempre durante as aulas a imobilidade, o silencio e a disciplina rígida. O professor comanda toda a ação do aluno, preocupando-se excessivamente em colocá-los enfileirados, imóveis em suas carteiras comandando os olhares das crianças para que ficassem com os olhos voltados para o quadro branco. Em tais escolas as atividades lúdicas são descartadas, ou sofrem distorções sobre a sua função; são vistas apenas como simples disputa, competição, fruto da imaginação das crianças; deixa-se de lado o valor pedagógico, a sua importância para o desenvolvimento cognitivo. Atualmente as atividades lúdicas não podem ser vistas e nem confundidas apenas como competição e nem consideradas apenas como imaginação, principalmente por educadores que lidam com crianças da educação infantil. A atividade lúdica é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras, não é apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relação entre parceiros, grupos e fortalecem relacionamentos. Através da interação a criança terá acesso à cultura, à valores éticos e morais e aos conhecimentos criados pela humanidade. Para que essa visão seja realmente difundida e aplicada há uma necessidade de reestruturação da formação e conduta profissional dos professores para que se aproveite a atividade lúdica como centro das idéias sobre o processo de socialização. Além das indagações sobre a conduta profissional dos professores, pergunta-se ainda se as escolas estão ou não preparadas para essa renovação de atitude do quadro docente? se essa renovação será bem vista e apoiada para que esta realmente obtenha sucesso? Quando o professor recorre a atividades lúdicas, ele está criando na sala de aula uma atmosfera de motivação que permite aos alunos participarem ativamente do processo ensino aprendizagem, assimilando experiências e informações, incorporando
6 6 atitudes e valores. Para que a aprendizagem ocorra de forma natural é necessário respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a bagagem espontânea de conhecimento da criança, seu mundo cultural, movimentos, atitudes, expressões, caricaturas e fantasias. Brincar e jogar são coisas simples na vida das crianças. Parecem simples, mas depois de observá-los, se verifica que a atividade lúdica está no centro de muitas idéias sobre o desenvolvimento psicológico, intelectual, emocional ou social do ser humano. O jogar e o brincar desempenham um papel fundamental na aprendizagem e no processo de socialização das crianças. Considerações Parciais No decorrer da construção desta Tecnologia Educacional, podemos empregar as bases teóricas de Lev Vygotsky, de maneira que os participantes das atividades (alunos do 6º ano do ensino fundamental) possam fazer a conexão do ensinoaprendizagem, através de signos e instrumentos, conforme a base teórica usada para sua construção. O recurso elaborado nos deu a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as teorias Vygotskyanas sempre evidenciando suas observações psicológicas e pedagógicas; entretanto, percebemos que o recurso necessita de ajustes e pode ser melhorado, a partir de sua confecção em materiais mais resistentes, para que possa ter uma maior durabilidade, possibilidade de melhor manuseio e alcance pedagógico. Referências COLL, Cesar; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jésus; Colaboradores. Desenvolvimento Psicológico e Educação 2: Psicologia da Educação Escolar. Porto Alegre: Penso, Lev Vygotsky: O Teórico do Ensino como Processo Social. Revista Nova Escola: Coleção Grandes Pensadores. Volume 1, nº 1, p , s/r. Anexos Figuras 1 e 2: Elaboração da Tecnologia Geografando Belém. Fonte: Isaias Gomes, 2013.
7 7 Figura 3: Tabuleiro da Tecnologia Fonte: Isaias Gomes, Figura 4: Aplicabilidade da Tecnologia junto aos educandos Fonte: Isaias Gomes, 2013
8 8 Figura 5: Aplicabilidade da Tecnologia junto a docentes. Fonte: Isaias Gomes, Figura 6: Geografando Belém Fonte: Isaias Gomes, 2013.
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