Professora Adjunto. Coordenador do Grupo de pesquisa em pastagens (GPP),UTFPR, PR. 5
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- Vítor Gabriel Correia
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1 VII Congresso Brasileiro de Biometeorologia, Ambiência, Comportamento e Bem-Estar Animal Responsabilidade Ambiental e Inovação VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare Environmental Responsibility and Innovation Comparação da termorregulação de vacas holandesas em sistema compost barn Joel Pizzatto 1, Frederico Márcio Corrêa Vieira 2, Rodrigo Macagnan 3, Lilian Regina Rothe Mayer 4, Nubia da Silva Oliveira 5, Jaqueline Agnes Pilatti 6 1 Acadêmico do Curso de Zootecnia Grupo GPP, UTFPR Campus de Dois Vizinhos-PR. Joelpizzatto1061@hotmail.com 2 Professor Adjunto. Coordenador do Grupo de Estudos em Biometeorologia (GEBIOMET),UTFPR, PR. fredericovieira@utfpr.edu.br 3 Acadêmico do Curso de Zootecnia- Grupo GPP, UTFPR Campus de Dois Vizinhos-PR. Rodrigo @hotmail.com 4 Professora Adjunto. Coordenador do Grupo de pesquisa em pastagens (GPP),UTFPR, PR. lilianmayer@utfpr.edu.br 5 Acadêmica do Curso de Zootecnia Grupo PENAS, UTFPR Campus de Dois Vizinhos-PR. nubiapio.zootecnia@gmail.com 6 Mestre em zootecnia, UTFPR Campus de Dois Vizinhos-PR. jaquelinepilatti@gmail.com RESUMO: Atualmente grande parte dos bovinos no Brasil e no mundo sofre com o estresse térmico que causa diversos efeitos maléficos em vacas leiteiras, gerando perdas significativas na produção, reprodução e também na imunidade dos animais. O objetivo deste trabalho foi analisar a frequência respiratória de vacas holandesas e de vacas mestiças (3/4 holandesas) em sistema compost barn. O presente estudo foi realizado no município de Dois Vizinhos, sendo situado no sudoeste do estado do Paraná. As avaliações ocorreram nos meses de março e abril do ano de Os animais do presente estudo foram divididos em 2 tratamentos, sendo 4 vacas holandesas e 4 vacas mestiças, as quais ficaram alojadas com outros animais no sistema compost barn, avaliando-se a frequência respiratória dos animais, a temperatura e umidade relativa do ar. Os dados coletados foram analisados por meio de gráficos, no programa Excel. Os valores máximos para a frequência respiratória foram de 75 mov/min e 74 mov/min, para as vacas holandesas e mestiças, respectivamente. Neste trabalho verificou-se que não houve diferença na termorregulação dos animais, pois é um ambiente homogêneo para os tratamentos. Além disso, os animais mestiços possuem maior característica da raça holandesa logo as frequências respiratórias dos animais mantiveram-se semelhantes. Palavras chaves: compost barn, termorregulação Os autores deste trabalho são os únicos responsáveis por seu conteúdo e são os detentores dos direitos autorais e de reprodução. Este trabalho não reflete necessariamente o posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Biometeorologia (SBBiomet). The authors of this paper are solely responsible for its content and are the owners of its copyright. This paper does not necessarily reflect the official position of the Brazilian Society of Biometeorology (SBBiomet). DOI: /m9.figshare VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare 1
2 Introdução Os fatores ambientais têm grandes influencias na produção animal, principalmente no que tange ao conforto térmico, o estresse por calor, é fontes de perdas significativas em sistemas de produção animal, especialmente na atividade leiteira. O Brasil, por se tratar de um país de clima tropical, apresenta caraterísticas de altos índices de umidade relativa do ar e temperatura, principalmente nas estações quentes. Estes atributos contribuem para que haja estresse térmico por calor nos animais, vistos que estes são de origem europeia, e tendem a ser mais sensíveis a altas temperaturas, visto que os mesmos tem centro de origem com condições climáticas distintas das encontradas aqui. Os bovinos leiteiros são animais homeotérmicos, cuja temperatura superficial corporal é igual á 38,6º. Esta se mantem em equilíbrio através de processos fisiológicos, tais como o balanço energético, proveniente das trocas de calor entre o animal e ambiente, sejam elas por ganho ou perda de calor (BORGES, 2010). Nesse contexto, algumas variáveis de cunho fisiológico auxiliam na verificação do estresse térmico e termorregulação animal, nestas estão inclusas a temperatura superficial corporal, frequência respiratória, batimentos cardíacos, além desses, o próprio comportamento animal, no qual podem serem alterados a ingestão de alimentos e água, aglomeração ou dispersão dos animais, dentre outros (BORGES, 2010). Todas estas são modificadas pelo organismo animal como tentativa de amenizar o estresse térmico, quando os mecanismos primários de dissipação de calor não são suficientes para que a troca calórica ocorra. Atualmente, com o a intensificação da produção de leite, é comum o investimento por parte dos produtores em sistemas de produção que propiciem melhores condições ambientais aos animais, trabalhandose para que sejam melhorados desde os aspectos de manejo até aqueles atrelados á ambiência. Nestes sistemas, geralmente caracterizados como sendo de confinamento, preconiza-se alta produção por animal em menor espaço, isto é, os animais devem produzir em um sistema fechado e não de maneira extensiva. Logo, para estas situações de produção acabam criando-se características próprias do sistema, isto é, um microclima especifico que atenda as necessidades dos animais. Entre esses sistemas tem ganhado espaço o compost barn, criado nos EUA, com difusão a partir de Com instalações confortáveis com intuito de proporcionar melhores condições de bem estar animal, esse sistema constitui-se de um galpão com cama de profundidade média em torno de 30 cm. O mesmo proporciona um ambiente confortável para os animais, com grande área de movimentação, pois consiste em um sistema de estábulo livre, sem utilização de baias ou objetos que impedem a movimentação dos animais confinados. Com temperatura umidade relativa e outras variáveis climáticas adequadas para as condições da espécie. (JANNI et al.,2007) Objetivou-se com este trabalho comparar a termorregulação de vacas em lactação de raça holandesa pura e mestiças (3/4 holandesas), bem como os efeitos surtidos no conforto térmico dos animais pelo sistema de confinamento compost barn. Materiais e métodos O presente estudo foi realizado no interior de Dois vizinhos-pr, cidade esta que possui um clima subtropical úmido ou cfa e precipitação média em torno de 2000 a 2500 mm/ ano, com uma altitude média de 556 metros acima do nível do mar, com latitudes entre e sul e longitude entre e oeste, com temperaturas nos meses frios variando de -3 até 18 C e nos meses quentes com médias em torno de 22 C. (ALVARES et al.,2013). O período experimental ocorreu nos meses de março e abril de 2017, sendo realizados 8 dias de coletas amostrais durante o período diurno; os animais utilizados no presente estudo estavam alojados no mesmo ambiente dos demais animais que não faziam parte do experimento, para que não haja interferência e nem mudanças no comportamento natural dos animais. Os animais estavam alojados em um sistema de confinamento do tipo compost barn, com o pé direito em torno de 5 metros de altura, e uma área de cama em torno de 400 m², sendo que a lotação era de 25 animais resultando em 16 m² por animal. Com sentido de orientação nordeste-sudoeste, o mesmo é equipado com dois ventiladores com pressão positiva esses controlados automaticamente (quando a temperatura interna passava 23ºC eram ligados) sem aspersão, lanternim, sem nenhuma cortina ou sombrite nas laterais. A cobertura é de telhas de zinco galvanizada sem nenhum material isolante, a sala de alimentação era separada do barracão, porém próxima, com distância, em torno de 5 metros com acessibilidade ininterrupta dos animais para a alimentação. Os bebedouros eram VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare 2
3 localizados na proximidade da sala de alimentação, garantindo que os animais praticassem a ingestão de água e após, prosseguir caminho para a cama. A cama era composta por serragem de madeira e era realizado o revolvimento da cama duas vezes ao dia, para a secagem da mesma. A prática era feita a partir de um escarificador, revirando em torno de 20 cm de cama, para a incorporação dos desejos. Aproximadamente de 45 a 60 dias o produtor fazia a compra de maravalha nova para reintegração desta sob áreas mais úmidas na cama do compost. A dieta foi ad libitum e disponibilizada três vezes ao dia, logo após as ordenhas e ao meio dia, constituída a base de volumoso e concentrado na proporção de 70:30, o volumoso era composto exclusivamente por silagem e feno, enquanto o concentrado era feito de milho e farelo de soja, a suplementação mineral era disponibilizada na própria dieta e ajustada conforme as necessidades das vacas de maior produção leiteira. As ordenhas era realizadas as 6:00 e as 17:00 horas, gerando intervalos de 11 e 13 horas entre ordenhas. Foram utilizados 8 vacas multíparas, sendo estas das raças holandesa pura e mestiças (girolandas), com período de lactação em torno de 90 a 150 dias. Os animais foram divididos em dois tratamentos, segundo suas respectivas raças: tratamento 1: vacas holandesas, com peso variando em torno de 500 quilos e média de produção 32 litros por dia; Tratamento 2: vacas mestiças, com peso variando em torno de 450 kg a 550 kg, com média de produção de 31 litros por dia.. Para a identificação dos animais, foi utilizado um material de TNT (tecido não tecido), com cores diferentes para cada tratamento. Para caracterização do ambiente térmico no interior da instalação, foram medidas temperatura (T C) e umidade relativa do ar (UR %) por meio de um sistema eletrônico de aquisição de dados, em intervalos de 40 minutos. Para aferir os dados já descritos, foi utilizado um registrador automático para coleta e armazenamento das variáveis microclimáticas. Já para a verificação da frequência respiratória (movimento/minuto), foi utilizada a observação direta, por meio da contagem dos movimentos do flanco durante o período de 15 segundos, que em seguida foram multiplicados por quatro, a fim de se obter a frequência respiratória por minuto, as observações eram feitas a uma distância media de 8 metros dos animais, não interferindo em seu comportamento sendo que elas estavam habituadas a presença humana essas também eram realizadas a cada 40 minutos (PILATTI, 2017). Em seguida os dados foram transferidos para o programa Excel, com posterior análise descritiva dos dados em gráficos. Resultados e discussão Foi observado que nas primeiras horas do dia a frequência respiratória se encontrava baixo para ambos os tratamentos, mas com uma diferença pequena sendo muito similares. No tratamento 1 era de 38 mov/min, e para o tratamento 2 foi de 43 mov/min, (conforme representados no gráficos 1 e 2 respectivamente). Isso decorreu em função dos animais estarem se alimentando no momento das aferições, em que a temperatura se encontrava próxima dos 20 C, enquanto a UR% se encontrava alta, com valores próximos dos 90%. Segundo Nããs (1989), valores de 60 a 80 % são valores ideais para situações com a T C entre 4 até 24 C. Figura 1: Variação da frequência respiratória das vacas holandesas e mestiças. VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare 3
4 Nas horas seguintes do respectivo trabalho houve um aumento significativo para a temperatura, ultrapassando a faixa ideal para os animais, enquanto na UR% ocorreu redução dos seus valores, (como representado na figura 3), porém não excede a faixa ideal dos animais esses dois fatos resultaram no aumento da frequência respiratória dos dois tratamentos, mas não demostrando muita variação entre os mesmos. Conforme a temperatura ambiente foi aumentando e saindo da zona de conforto térmico dos animais, estes necessitaram realizar maior troca de calor para com o ambiente, devido ao estresse térmico ocasionado. Logo, houve aumento na FR, como tentativa de dissipar calor, mesmo a umidade relativa do ar permanecendo dentro da faixa ideal. Posteriormente observou se que os índices de UR% manteram-se estáveis. Figura 2: representa a variação das variáveis climáticas de temperatura em graus célsius e umidade relativa. Os maiores picos da frequência respiratória ocorreram majoritariamente das 15 horas até às 17 horas para as vacas holandesas, atingindo valores de até 75 mov/min, enquanto para as vacas mestiças o valores máximos obtidos foram das 14horas20min até as 16horas30min, atingindo 74 mov./min. Essa diferença se deu pelo motivo das vacas mestiças conseguirem melhor dissipação de calor, pois possuem características fisiológicas mais apropriadas para a troca de calor com o ambiente, tais como: glândulas sudoríparas mais desenvolvidas que nos animais holandeses, e couro mais fino, facilitando a transpiração das vacas mestiças (FALCO,1991.) Os resultados mencionados acima são próximos da bibliografia, segundo Pilatti (2017), que realizou um experimento com vacas multíparas e primíparas da raça holandesas em sistema compost barn, as médias de FR/min manteram-se em torno de 58 mov/min e 54 mov/min respectivamente, e com valores máximos de 66 mov/min, sem distinção de tratamentos. VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare 4
5 Os maiores picos de T C ocorreram das 12 às 16 horas; logo após, estas foram reduzindo-se, devido ás chuvas torrenciais que ocorreram na região, havendo paralelamente aumento da UR% sendo que antes das chuvas estava com 63%, após as mesmas a UR% chegou a praticamente 85%. Os últimos horários de avaliação apresentaram uma temperatura media de 23 e umidade relativa média á 85%, a ultima está acima dos níveis ideais paras os bovinos, dificultando a troca de calor para com o ambiente, porém a temperatura está dentro da faixa de conforto térmico. Esses valores sofreram influência das chuvas que ocorreram durante os horários mais quentes do dia. A frequência respiratória para o tratamento 1 se encontrava em 59 mov/min, enquanto para o tratamento 2, estava em 62 mov/min. Esses valores são em função da UR% estar aumentando e a T C estar diminuindo, principalmente pela temperatura, a qual estava no nível ideal para os animais, assim facilitando a diminuição da frequência respiratória em relação aos horários mais quentes. Os resultados mencionados apresentaram somente um horário que esta fora da faixa de termorregulação ideal, isto é, o ambiente proporcionou conforto e um ambiente adequado para os animais ao longo do dia. Conclusão Os tratamentos não apresentaram diferenças na FR (mov./min) em relações aos horários. Nas horas mais quentes dos dias a temperatura ultrapassou o ideal para os animais, apresentando um grau de estresse térmico, levando em consideração a frequência respiratória que se elevava nestes horários. Podemos concluir com o respectivo trabalho que a frequência respiratória não foi alterada segundo seus tratamentos. Pois o sistema compost barn proporciona um ambiente ideal ou próximo ao ideal para os animais. Além disso, as vacas mestiças possuem maiores características da raça holandesa, logo as frequências respiratórias dos animais mantiveram-se semelhantes. Referências ALVARES, C.A. et al.(2013). Köppen s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. v. 22, n. 6, p BORGES, Cristiano Raphael de Albuquerque (2010) Comportamento de vacas da raça girolando, confinadas ou á pasto no estado de Pernambuco. Recife- PE FALCO, j.e.(1991). Bioclimatologia. ESAL/FAEPE. Lavras. P.56. JANNI, K.A. et al. (2007). Compost dairy barn layout and management recommendations. Applied Engineering in Agriculture, v.23, n.1. p MAIA et al. (2005) - Respiratory heat loss in Holstein Cows in a tropical environment. International Journal of Biometeorology. V.49, n.5 p NÃÃS, Irenilza de Alencar (1989) PRICINPIOS DE CONFORTO TÉRMICO NA PRODUÇÃO ANIMAL. 1 ed. São Paulo. Icone Editora Ltda. 183p. PILATTI, Jaqueline Agnes (2017) O comportamento diurno e bem-estar de vacas em sistema de confinamento compost barn. Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR. Dois Vizinhos-PR. VII Brazilian Congress of Biometeorology, Ambience, Behaviour and Animal Welfare 5
Acadêmica do Curso de Zootecnia, UTFPR Campus de Dois Vizinhos-PR. 6
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