Discurso do Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação no acto de abertura da 1ª Edição da Inter-universidade Cabo- Verdiana de Verão 26/09/2011
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- Bento Graça Farinha
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1 Discurso do Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação no acto de abertura da 1ª Edição da Inter-universidade Cabo- Verdiana de Verão 26/09/2011 Senhor Representante da OMS em Cabo Verde, Magnífico Reitor da Uni-CV, Magníficos Reitores das Universidades Participantes, Senhor Presidente da Plataforma Atlântica de Doenças Infecciosas, Senhor Embaixador do Reino da Espanha, Senhor Representante da Embaixada do Brasil, Minhas senhoras e meus senhores, Permitam-me iniciar esta alocução, saudando efusivamente todos sem excepção, mas pondo acento particular na saudação endereçada à delegação da Universidade La Laguna, (parceira desde a primeira hora, da Universidade de Cabo Verde), mais precisamente ao Director do Instituto de Enfermidades Tropicales de Canárias e também Presidente e fundador da jovem e emergente Plataforma Atlântica para el Contról e Investigación de Enfermedades Tropicales, nosso bom amigo Prof. Basílio Valadares e suas conceituadas assistentes. Isso sem esquecer a presença útil e bem-vinda entre nós do Director da Empresa Canária de comercialização de equipamentos científicos. A eles, os nossos melhores cumprimentos. Da mesma forma, seja-me permitido cumprimentar aqui os reitores e representantes das universidades cabo-verdianas envolvidas na organização deste evento. Last but not least, saudações muito calorosas também aos estudantes das diversas universidades que foram seleccionados para esta que é a primeira Universidade de Verão cabo-verdiana. Esta iniciativa do Governo que aqui e agora tem o seu início possui, em primeiro lugar, o propósito de criar uma plataforma de interacção académica, orientada para a busca de excelência, reunindo nela as universidades cabo-verdianas, o Governo e os parceiros externos. Esta primeira edição, que tem ainda o carácter experimental, é feita sob o signo do diálogo, da acção cooperativa e do trabalho partilhado. Razão porque propusemos que, em realce destas características, se chamassem a estas jornadas de Inter-Universidade de Verão, ou seja, Página 1 de 5
2 uma universidade composta de várias. Como Governo, o nosso desiderato é a fazer da Inter-universidade cabo-verdiana de verão uma instituição que funcionará todos os anos, abrindo as suas portas nos finais de Setembro, nas vésperas do ano lectivo a alunos e professores de todas as universidades cabo-verdianas. Outro propósito que subjaz à organização desta inter-universidade é a promoção da excelência e a abertura à internacionalidade. Em cada edição da nossa inter-universidade será nossa parceira uma organização estrangeira de alta craveira científica, seja ela universidade ou um centro de investigação aplicada, contanto que possua excelência no seu domínio de conhecimento. Tal opção deriva do facto de que a internacionalidade é, nos tempos que correm, a condição da excelência no ensino superior. Senhor Magnífico Reitor, Senhor Director do Instituto de Enfermidades Tropicais, Minhas senhoras e meus senhores, Ao lançarmos às universidades cabo-verdianas o repto desta interuniversidade de verão, quisemos traduzir em programas e actos a aposta do Governo de Cabo Verde na institucionalização da investigação aplicada no quadro das nossas universidades. Estamos absolutamente convictos de que sem a institucionalização da investigação científica virada para os problemas do país, as universidades cabo-verdianas não poderão cumprir satisfatoriamente a sua missão que é a de alavancar o desenvolvimento de Cabo Verde. Para que tal aconteça é importante que, superemos a fase dos enunciados ou mesmo a de queixumes, e desencadeemos processos concretos de empoderamento científico das instituições de ensino superior, apoiando-as no seu louvável esforço de capacitar o corpo docente com habilidade para realizar investigação, de criar infraestruturas científicas nomeadamente laboratoriais e de encontrar parcerias internacionais estimulantes. É isto que o Governo está a fazer ao trabalhar para a criação do Conselho Cabo-verdiano para a Ciência, Tecnologia e Inovação (C3TI), cuja vocação é financiar doutoramentos com lógica institucional, co-financiar projectos de investigação desenvolvidos em rede, apoiar a criação de laboratórios e programas Página 2 de 5
3 como os de iniciação científica que a Uni-CV vem desenvolvendo e que pretendemos estender às demais universidades. Esta iniciativa que aqui e agora lançamos, situa-se nesta direcção. Cremos que o incremento da investigação é sem dúvida dos qualificadores do Ensino Superior caboverdiano. Senhor Magnífico Reitor, Senhor Director, Minhas Senhoras e meus senhores, Foi sem dúvida pensando na investigação e na investigação aplicada aos problemas cabo-verdianos que corajosamente sugerimos às universidades aqui reunidas nesta inter-universidade que o tema desta primeira edição fosse saúde, mais precisamente, Biologia Molecular no Diagnóstico de Doenças Infecto-Contagiosas do tipo Tropical, o que foi plenamente acolhido pelo dinâmico grupo de trabalho integrado por professores das referidas universidades. São várias as razões para tal. Desde logo, o peso que este tipo de enfermidades possui ainda na nossa sociedade, pese embora os ganhos conseguidos no combate das mesmas e a nossa posição na transição epidemiológica. Doenças como malária e a dengue têm estado presentes entre nós e a capacitação de profissionais para o seu controle é imprescindível a uma boa estratégia nacional de segurança sanitária. Além disso, enquanto país não podemos pretender um forte incremento do turismo nem a constituição de uma praça financeira internacional, para só falar destes projectos que potenciam a inserção dinâmica de Cabo Verde no mercado mundial, sem um controle efectivo destas enfermidades e fazê-lo num contexto de expansão urbana e de forte mobilidade humana, como temos experimentado, só é possível no quadro de uma política esclarecida de saúde pública concebida e implementada por um número crítico de profissionais competentes. A nossa opção por este curso decorre também do facto de as ciências da vida e da saúde serem o grande desafio científico do Ensino Superior cabo-verdiano. Se, a poucos anos atrás, os cursos oferecidos no país eram dominantemente na área da educação e ciências humanas, de um tempo para cá, no entanto, tem acontecido uma verdadeira reconversão da oferta formativa, fazendo aumentar tendencialmente o Página 3 de 5
4 peso das formações no domínio das engenharias, ciências exactas bem como as da vida e da saúde. O Governo entende estimular as universidades a desenharem as suas respectivas ofertas formativas assim como o número de vagas a atribuir por curso, tendo em mente a empregabilidade e a pertinência das mesmas para o desenvolvimento do país. Este curso que tem lugar na primeira edição da interuniversidade cabo-verdiana de verão permite às universidades mobilizarem conhecimento avançado no domínio da biologia molecular, uma área sem dúvida de ponta. Magníficos Reitores, Nada disso seria possível sem a parceria activa, solidária e competente do Instituto de Enfermidades Tropicales y de Salud Pública de Canárias, promotora e líder da recente Plataforma Atlântica para el control e Investigación de Enfermidades Tropicales, com quem, em diálogo estreito com o Governo da ilha de Teneriffe, concebemos o projecto da montagem, em Cabo Verde, de um laboratório em Biologia Molecular, património científico do Governo, domiciliado na Uni-CV e à disposição dos diferentes grupos nacionais de pesquisa. Ao longo desta semana, lançaremos a primeira fase do referido laboratório, permitindo aos alunos desta inter-universidade complementarem as aulas teóricas com as práticas, usando equipamentos até agora não disponíveis como termociclador, transiluminador e outros. Devo realçar que este curso se tornou possível, graças, em primeiro lugar, ao Prof. Basílio Valadares que, mau grado as inúmeras solicitações internacionais a que está sujeito, aceitou e encontrou tempo para não só desenhar a estrutura curricular do mesmo como leccionar as aulas que a partir de agora serão ministradas, no que será coadjuvado por investigadoras do seu instituto. Sem adesão pronta dos senhores reitores e o trabalho abnegado dos seus representantes junto do MESCI esta edição da inter-universidade não passaria de intenção. Várias entidades e empresas prestaram o seu concurso para que o sonho se materializasse. A todos, muito obrigado. A pertinência desta formação bem como a sua sustentabilidade dependem muito da relação que o Ministério de Ensino Superior, Ciência e Inovação e as universidades tecerem com o Ministério da Saúde e as entidades neste Página 4 de 5
5 domínio. Por isso quisemos, representando a aliança entre a formação e a política nacional e internacional para a saúde, convidar o Prof. Barrisson, representante local da OMS, a ser o primeiro orador desta inter-universidade. Ao presidir esta sessão de abertura, não posso lembrar de uns versos de Fernando Pessoa que dizem o seguinte: Deus quer, o homem sonha e a obra nasce. Muito Obrigado! Página 5 de 5
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