3. O item da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que:

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1 Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL Em 25 de abril de Processo n : / Assunto: Estabelecimento dos limites de continuidade DEC e FEC dos conjuntos da Iguaçu Distribuidora de Energia Elétrica Ltda - IENERGIA, para o ano 2013 a I. DO OBJETIVO Apresentar os procedimentos e a metodologia utilizada para o estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade coletivos Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora DEC e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora FEC dos conjuntos de unidades consumidoras da IENERGIA, para o período de 2013 a II. DOS FATOS 2. O Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional PRODIST define os atributos que caracterizam os conjuntos de unidades consumidoras, conforme item 2.7 da seção 8.2: 2.7 Os conjuntos serão caracterizados pelos seguintes atributos: a) área em quilômetros quadrados (km 2 ); b) extensão da rede MT, segregada em urbana e rural, em quilômetros (km); c) energia consumida nos últimos 12 meses, segregada pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes, em megawatt-hora (MWh); d) número de unidades consumidoras atendidas, segregadas pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes; e) potência instalada em kilovolt-ampère (kva); f) padrão construtivo da rede (aérea ou subterrânea); g) localização (sistema isolado ou interligado). 3. O item da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que:

2 Fl. 2 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/ No estabelecimento dos limites de continuidade para os conjuntos de unidades consumidoras será aplicado o seguinte procedimento: a) seleção dos atributos relevantes para aplicação de análise comparativa; b) aplicação de análise comparativa, com base nos atributos selecionados na alínea a ; c) cálculo dos limites para os indicadores DEC e FEC dos conjuntos de unidades consumidoras de acordo com o desempenho dos conjuntos; e d) análise por parte da ANEEL, com a definição dos limites para os indicadores DEC e FEC. 4. Ainda, o item da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que: Os valores dos limites anuais dos indicadores de continuidade dos conjuntos de unidades consumidoras serão disponibilizados por meio de audiência pública e serão estabelecidos em resolução específica, de acordo com a periodicidade da revisão tarifária da distribuidora. 5. A ANEEL apresentou à IENERGIA proposta preliminar de limites para os indicadores DEC e FEC, por meio do Ofício nº 046/2011-SRD/ANEEL, de 24 de janeiro de No referido ofício também ficou estabelecido um cronograma com as etapas a serem seguidas pela Distribuidora e pela ANEEL. 6. Em 5 de março de 2012, por meio da Carta nº 512/2012, a IENERGIA se manifestou a respeito da proposta de limites para os conjuntos de consumidores da Distribuidora, apresentada por esta Superintendência. III. DA ANÁLISE 7. O objetivo desta nota técnica é apresentar os procedimentos adotados para aplicação da análise comparativa de desempenho dos conjuntos, de forma a estabelecer os limites de DEC e FEC da IENERGIA, os quais serão submetidos à audiência pública juntamente com a revisão tarifária da Distribuidora. Também será analisada a manifestação da Distribuidora quanto à proposta de limites, de forma a considerar eventuais questões diversas da área de concessão da IENERGIA, não visualizadas pelo modelo matemático. III.1 APLICAÇÃO DA ANÁLISE COMPARATIVA 8. Os limites dos indicadores coletivos DEC e FEC são considerados como referência, dadas as características do conjunto de unidades consumidoras, para uma continuidade média a ser fornecida pela distribuidora aos consumidores pertencentes ao conjunto. 9. Para o estabelecimento dos limites, foram analisados os atributos estabelecidos no item 2.7 da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST. Os atributos foram encaminhados pelas distribuidoras para cada um de seus conjuntos de unidades consumidoras. Destaca-se que os atributos representam um conjunto de informações disponíveis para um modelo matemático especificamente, um método de análise de agrupamentos. As variáveis que efetivamente servirão de entrada para o método de agrupamento serão definidas com base nos atributos disponíveis, havendo a possibilidade de formação de variáveis por

3 Fl. 3 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 combinação dos atributos. Por exemplo, pode-se compor uma variável que represente a densidade de um conjunto através da relação da energia consumida com a área. 10. Uma vez que a redundância de variáveis de entrada não é desejável em análises de agrupamento, torna-se fundamental a análise e seleção do menor número possível de variáveis que representem as características fundamentais que diferenciam os conjuntos em termos de continuidade do serviço. A seleção dessas variáveis para aplicação da análise comparativa evita a redundância de informações, o que levaria à atribuição de um peso maior para uma característica. 11. As variáveis de entrada foram selecionadas por meio de Análise Fatorial e Análise de Correlações e constam na Tabela I. O procedimento para a seleção de variáveis está detalhado na Nota Técnica nº 021/2011-SRD/ANEEL. Tabela I Variáveis utilizadas para aplicação da análise comparativa. Variável Sigla Unidade Área do Conjunto Area km² Extensão de Rede MT Urbana ERMT_Urb km Extensão de Rede MT Rural ERMT_Rur km Número de Unidades Consumidoras Total NUC Consumo Médio Classe Residencial MWh_NUC_Res MWh Consumo Médio Classe Industrial MWh_NUC_Ind MWh Consumo Médio Classe Comercial MWh_NUC_Com MWh Consumo Médio Classe Rural MWh_NUC_Rur MWh Energia Consumida por Potência Instalada MWh_kVA MWh/kVA Número de Unidades Consumidoras por Área NUC_Area km -2 Percentual de Unidades Consumidoras Classe Residencial Perc_NUC_Res % Percentual de Unidades Consumidoras Classe Industrial Perc_NUC_Ind % Percentual de Unidades Consumidoras Classe Comercial Perc_NUC_Com % 12. Estabelecidas as variáveis que irão caracterizar os conjuntos, busca-se agrupar os conjuntos semelhantes por meio de técnicas estatísticas de agrupamento. Para aplicação de qualquer método de agrupamento é necessário adotar uma medida de similaridade. A medida de similaridade adotada é a distância euclidiana. Tal medida é sensível a diferentes escalas ou magnitudes entre as variáveis, sendo necessária uma padronização dos dados. A padronização adotada (escore Z) foi obtida pela subtração da média e divisão do desvio padrão para cada variável. 13. O método de agrupamento adotado foi o dinâmico, que dado um conjunto de referência, identifica os conjuntos mais semelhantes a este por meio da distância euclidiana entre os conjuntos, considerando-se as variáveis padronizadas. Dessa forma, para cada conjunto de referência é formado um agrupamento de conjuntos que são os mais comparáveis a ele. 14. Para aplicação do método dinâmico foram adotados os parâmetros informados na Tabela II. O grau de heterogeneidade máximo permitido foi obtido conforme Equação (1).

4 Fl. 4 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 Tabela II Parâmetros do método dinâmico para os conjuntos elétricos e os treze atributos selecionados. Parâmetro Valor Heterogeneidade 20% Mínimo de Conjuntos Semelhantes 50 Número Desejável de Conjuntos Semelhantes 100 onde: j P Max( Disti ) Heterogeneidade i 100 (1) 3 k distância euclidiana do conjunto i para o conjunto j; i índice do conjunto de referência; j conjuntos próximos ao conjunto i; k número de atributos. 15. Para a obtenção dos limites de DEC e FEC foi considerada a média dos valores apurados dos conjuntos nos últimos três anos. Os conjuntos semelhantes foram ordenados de acordo com a média do DEC apurado e o percentil 20 foi aplicado para obter o limite dos conjuntos pertencentes ao sistema interligado. Já para os conjuntos que não estão conectados ao sistema interligado foi considerado o percentil 50. O mesmo procedimento foi adotado para estabelecer os limites de FEC. Os conjuntos subterrâneos foram analisados conjuntamente (considerados semelhantes), e os limites de DEC e FEC foram obtidos aplicando-se o percentil A transição dos limites já estipulados para os patamares dos limites obtidos utilizando o percentil é feita gradualmente, através de limites anuais decrescentes, calculados da seguinte forma: Limite t 0 final 0 t T se Limite 0 final (2) onde: Limite t 0 se Limite 0 final (3) T - período de transição, considerado de 8 anos; t ano em que se deseja calcular os limites; Limite t - limite a ser calculado para o ano t; Limite 0 - último limite já estabelecido para o conjunto; Limite final - limite obtido aplicando o percentil. 17. Vale ressaltar que os limites dos conjuntos são estabelecidos como valores inteiros, razão pela qual se toma o primeiro inteiro superior dos valores calculados nas equações (2) e (3).

5 Fl. 5 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 III.2 ANÁLISE DOS LIMITES PROPOSTOS PARA A IENERGIA 18. Os resultados advindos da aplicação da análise comparativa são valores iniciais, advindos de um modelo matemático. Baseado em manifestações da distribuidora e em informações diversas, realiza-se uma análise posterior à modelagem matemática para, enfim, disponibilizar os valores em Audiência Pública. Somente após a análise das contribuições os limites finais serão estabelecidos. 19. A SRD enviou à IENERGIA, por meio do Ofício nº 046/2012-SRD/ANEEL, proposta de limites para o conjunto da Distribuidora. Tal proposta foi obtida pela aplicação da metodologia comparativa, descrita na seção anterior. A IENERGIA apresentou manifestação quanto à proposta encaminhada pela SRD. 20. A Tabela III apresenta a contraproposta da IENERGIA para o conjunto de unidades consumidoras, com as alterações em relação à proposta da ANEEL em destaque. Tabela III Contraproposta de limites apresentada pela IENERGIA. Conjunto de Unidades DEC (horas) FEC (interrupções) Nº de Código Consumidoras UC's IENERGIA Legenda (variação em relação à proposta da ANEEL): Elevação de 1 ponto 21. Nessa manifestação, a Distribuidora apresentou as seguintes justificativas para propor novos limites para o conjunto IENERGIA; a) que as cargas da Distribuidora são supridas por meio da subestação Xanxere - SC, pertencente à CELESC; b) que desde 2010 a Distribuidora solicitou um novo alimentador de suprimento para aumentar a confiabilidade e flexibilidade operativa, o qual foi negado por falta de espaço; c) que a Distribuidora está com 3 (três) alimentadores de suprimento em 23 kv, com demanda de pico de 42 MVA, o que sobrecarrega o sistema e expõe a uma vulnerabilidade maior. Em condições de contingência, na perda de um alimentador, há corte de carga; d) que o novo alimentador é imprescindível para assegurar o crescimento, como também a melhoria e a manutenção dos indicadores;

6 Fl. 6 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 e) em janeiro de 2012 houve um defeito no transformador de 40 MVA que alimenta o sistema Iguaçu, o qual provocou um DEC, em janeiro de 2010, de 13,59 horas e um FEC de 4,58 interrupções, extrapolando o limite de 2012 para o DEC; f) há entendimentos com a CELESC para essa Distribuidora amplie essa subestação e, consequentemente, aumente a disponibilidade de demanda e de alimentador, com previsão para meados de 2013, o que depende exclusivamente da acessada. 22. A Distribuidora apresentou à CELESC a necessidade de mais um circuito de distribuição, para aumentar confiabilidade e flexibilidade operativa, além de aumentar a disponibilidade de demanda. Além disso, informou que está prevista a construção, pela CELESC, de mais um alimentar em meados de Portanto, considerando-se que a entrada em operação do novo alimentador vai atender às solicitações da IENERGIA, não há motivos para aceitar a proposta de aumento dos limites dos indicadores para os anos de 2014 e Desse modo, a SRD propõe a manutenção dos limites propostos para esse conjunto por meio do Ofício nº 046/2012-SRD/ANEEL. 24. A IENERGIA possui 1 (um) conjunto de unidades consumidoras em sua área de concessão. Na Tabela IV, apresentam-se valores das variáveis consideradas na análise comparativa. Tabela IV Valores das variáveis do conjunto da IENERGIA. Variável Valor AREA (km 2 ) NUC NUC/AREA (NUC/ km 2 ) 23,66 Rede_Urbana (km) 244,90 Rede_Rural (km) Consumo/NUC_Res (MWh/NUC_Res/ano) 2,09 Consumo/NUC_Ind (MWh/NUC_Ind/ano) 135,70 Consumo/NUC_Com (MWh/NUC_Com/ano) 8,59 Consumo/NUC_Rur (MWh/NUC_Rur/ano) 6,93 Perc_NUC_Res (%) 0,70 Perc_NUC_Ind (%) 0,02 Perc_NUC_Com (%) 0,11 Consumo_Potência (MWh/kVA/ano) 2,74

7 Fl. 7 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/ Na Figura 1 é apresentado o histórico de apuração e limites da IENERGIA. Percebe-se que a Distribuidora possui a apuração do indicador DEC inferior ao limite, enquanto o FEC apurado, nos últimos 2 (dois) anos da série histórica, se encontra ligeiramente superior ao limite. É importante destacar que a Distribuidora já obteve valores do FEC apurado inferiores aos respectivos limites nos 4 (quatro) primeiros anos da série. Os limites para o período de 2013 a 2016 foram obtidos considerando o número de unidades consumidoras de Figura 1 Histórico de apuração dos indicadores globais da IENERGIA. 26. Em relação aos limites propostos para o período 2013 a 2016, considerou-se uma redução média geométrica anual de 4,09% no DEC e 4,46% no FEC, tendo 2012 como referência. 27. Ademais, apresenta-se um comparativo dos limites globais da IENERGIA em relação a algumas distribuidoras de mesmo porte, localizadas na Região Sul. Os limites são apresentados nas Figuras 2 e 3. Os valores para o período de 2013 a 2016 para as distribuidoras ainda não foram estabelecidos.

8 Fl. 8 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 Figura 2 Limites de DEC de distribuidoras da Região Sul. Figura 3 Limites de FEC de distribuidoras da Região Sul.

9 Fl. 9 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/ No período 2013 a 2016 os limites propostos para a IENERGIA para o DEC e para o FEC estão na média em relação aos limites das distribuidoras analisadas. Dessa comparação, pode-se afirmar que os limites propostos para a IENERGIA estão de acordo com a regulamentação vigente e adequados à realidade da Distribuidora. 29. Na Tabela V são apresentados os limites propostos para os conjuntos da IENERGIA, para o período de 2013 a Tabela V Proposta de limites de DEC e FEC para os conjuntos de unidades consumidoras da IENERGIA. Conjunto de Unidades DEC (Horas) FEC (Nº de Interrupções) Nº de Código Consumidoras UC's IENERGIA V. DO FUNDAMENTO LEGAL 30. Os dispositivos legais aplicáveis ao caso são: V. DA CONCLUSÃO a) art. 6º da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; b) art. 2º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996; c) art. 25 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995; d) Resolução ANEEL nº 395, de 15 de dezembro de 2009; e e) Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional PRODIST. 31. Conclui-se que os limites dos indicadores DEC e FEC estabelecidos para a IENERGIA estão de acordo com a regulamentação vigente e adequada à realidade da Distribuidora.

10 Fl. 10 da Nota Técnica n 0053/2012-SRD/ANEEL, de 25/04/2012 VI. DA RECOMENDAÇÃO 32. Recomenda-se que os limites para os indicadores DEC e FEC apresentados nesta nota técnica sejam submetidos à Audiência Pública para análise e contribuição da sociedade. AILSON DE SOUZA BARBOSA Especialista em Regulação SRD DAVI VIDAL RÔLA ALMEIDA Especialista em Regulação SRD De acordo: CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição