DECISÃO MONOCRÁTICA DECISUM. CORREÇÃO MONETÁRIA. MOMENTO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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1 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO MONOCRÁTICA Apelação Cível n /001 Origem : Comarca de Alagoa Nova Relator : Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho Apelante : Gabriel Barbosa de Melo Advogados: Wamberto Balbino Sales e outros Apelada : Itaii Seguros S/A Advogado : Rostand Inácio dos Santos APELAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. INDENIZAÇÃO. CONSTATAÇÃO VÁRIAS DEBILIDADES. AFETABILIDADE VISUAL, AUDIDITIVA E PARALISIA FACIAL DO SEGURADO. IMPOSSIBILIDADE DA AFERIÇÃO DO COMPROMETIMENTO DOS SISTEMAS COMPROMETIDOS. DEVER DE APLICAÇÃO DO VALOR MÁXIMO PERMITIDO. PAGAMENTO DO IMPORTE DE R$ ,00 (TREZE MIL E QUINHENTOS REAIS). MODIFICAÇÃO DO DECISUM. CORREÇÃO MONETÁRIA. MOMENTO DE INCIDÊNCIA. EVENTO DANOSO. JUROS MORATÓRIOS. CITAÇÃO. REFORMA DA DECISÃO. INTELIGÊNCIA DO ART. 557, 1 0-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PROVIMENTO. - Dispondo a lei que as inde zaç.es serão jpagas, considerando o valor de ate R,00 (tre mi1 e.1pelaçán Ovel n" /001

2 quinhentos reais), resta cogente o atendimento a esse teto indenizatório, dada a multiplicidade de lesões e a impossibilidade de aferição exata dos órgãos atingidos. - Em ocorrendo debilidade de sistemas tão sensíveis à vida do ser humano, no caso, o sistema auditivo e visual, e, impossibilitando-se a aferição do grau de afetação desses, impõe-se, como adiantado, o arbitramento do teto do valor aplicado na Tabela SUSEP. - O art. 557, 1 2-A, do Código de Processo Civil, permite ao relator dar provimento ao recurso desde que a decisão recorrida esteja em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. Vistos. Trata-se de APELAÇÃO, fls. 176/183, interposta por Gabriel Barbosa de Melo contra decisão da Juiz de Direito da Comarca de Alagoa Nova, fls. 165/172, o qual, nos autos da Ação de Cobrança de Seguro DPVAT, proposta em desfavor da Raiá Seguros S/A, julgou: IMPROCEDENTE O PEDIDO autoral e extinguiu o processo com resolução do mérito (CPC, art. 269, inciso I) Condeno o promovente ao pagamento das custas processuais devidas ao FEPJ e em honorários advocatícios, os quais arbitr. em R$ 800,00 (oitocentos reais), e periciai exig ilidades suspensas na forma do art. 1 /50. Apelação Cível ri'

3 Inconformada com o teor do édito judicial, a parte apelante postula a reforma da sentença e reitera um esboço fático da demanda a embasar seu pleito. No mérito, aduz que a segunda perícia não foi acostada no feito, encontrando-se o Magistrado atrelado ao laudo pericial firmado por perita, quando no item de ng 03, identificou apenas sequelas residuais; a Lei nq /2009, passou a quantificar as lesões entendidas pela seguradoras como residuais em grau mínimo de 10% (dez por cento); a adoção ao princípio constitucional do devido processo legal e do juiz natural, bem como o direito à realização de uma segunda perícia, nos moldes do art. 437, do Código de Processo Civil, discorrendo, ainda, sobre a existência de um outro laudo não ter sido acostado ao feito; a seguradora, por seu turno, não apresentou qualquer prova apta a negar o acidente de trânsito sofrido pelo apelante e e de tal sinistro não tenha ocorrido invalidez; insurgindo contra a quantificação do valor a ser pago de acordo com a parte do corpo. Contrarrazões ofertadas, fls. 186/194, as quais realizaram sinopse processual, consignando as razões para a improcedência dos pedidos autorais, entre os quais a inexistência de invalidez de caráter permanente e a inaplicabilidade da Lei ri /74, afastando a cobertura no caso dos autos. A distinção entre a invalidez e a debilidade; o desprovimento do recurso, com a condenação nos consectários legais advindos da sucumbência. Feito não remetido ao Ministério Público, tendo-se em vista o não preenchimento das hipóteses elencadas no art. 82, do Código de Processo Civil, consubstanciado, ainda, no art. 169, 1Q, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. É o RELATÓRIO. DECIDO Gabriel Barbosa de Melo ajuizou Ação de Cobrança de Seguro DPVAT em face da Unibanco Seguros S/A, sucedida selo Itaú Seguros S/A, sob alegação de que faz jus à indenização proveniente do á P AT, em zão do Apelação Cível n

4 acidente ocorrido em 07 de março de 2010, por volta das 01H:20MN, quando transitava na Rodovia PB 097, zona rural de Alagoa Nova, imediações do Sítio Aldeia Velha, acarretando-lhe "paralisia parcial da face, perda sensitiva, perca da audição fortes dores de cabeça, ânsia constante de vômito dentre outras complicações de ordem cronológica", fl. 03. O Magistrado a quo julgou improcedente o pedido, pois não restou configurada invalidez permanente, restando ausente o dever de indenizar. vertente apelação, para ver reformada a sentença. Inconformado com o decisum, o autor interpôs a art. 3Q, da Lei nq 6.194/74. A matéria, em comento, é regulada pelo disposto no Dispõe a citada norma, em seu art. 5 2, que o pagamento da indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente, independentemente da existência de culpa. Assim, para pleitear indenização, a parte interessada deve fazer prova satisfatória do sinistro. Observa-se, claramente, encontra-se o acidente devidamente comprovado, através dos documentos encartados às fls. 12 e 15/35. Registre-se, ainda, restar anexado ao caderno processual, o exame pericial realizado pelo Dr. Rafael Rodrigues Holanda, fls. 101/102, tendo ficado constatado nas respostas aos quesitos a inexistência de invalidez permanente, resultando do infortúnio deformidade permanente. O laudo pericial tem por objetivo revelar, através de regras técnicas, a prova dos fatos da causa. Em palavras outras, segundo o art. 420, do Código de Processo Civil, a perícia consiste em exame, visto u avaliação, com a finalidade de valorar as coisas, fatos e dados, objetiva e conc tame te. Apelação Cível a'

5 Assim, apesar da insatisfação do promovente quanto ao Laudo Pericial, o expert nomeado pelo Juízo exerce munus público ao utilizar seus conhecimentos específicos na sua elaboração, no qual estarão contidos subsídios que poderão contribuir para o julgador decidir a lide apresentada, despiciendo a realização de nova perícia. A doutrina de Humberto Theodoro Júnior assevera: Milita em favor dos laudos oficiais expedidos pela administração pública uma presunção juris tantum de veracidade, que, segundo a jurisprudência dominante, não pode ser infirmada por simples suscitação de dúvidas. Suas conclusões, por isso, devem prevalecer até prova em contrário (In. Processo de conhecimento, vol. II forense, pág. 607). Em resposta ao segundo quesito do item 'A", o médico informou que o acidente não resultou invalidez permanente, mas deixou deformidade caracterizada pela Paralisia Facial Direita, Lagoftalmo e Risco de Contaminação Ocular devido ao não fechamento de membro, sentido ou função. Como se não bastasse, ao ser indagado sobre o percentual de eventual perda de função do corpo do autor afetada, declinou "A FACE REPRESENTA O ESPELHO DO CORPO E PODE SER VISTO PELO ESPECTADOR E APRECIAR A SUA BELEZA OU CHAMAR ATENÇÃO POR SEUS DEFEITOS. O PACIENTE APRESENTA MARCAS INDELÉVEIS CARACTERIZADA POR DEFORMIDADE PERMANENTE COM PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA, LAGOFTSALMO, PERDA FUNÇÃO LACRIMAL POR LESÃO DEFINITIVA DA GLÂNDULA LACRIMAL RISCO DE INFECÇÃO DO GLOBO OCULAR PELA SUA CAPACIDADE DE LUBRIFICAÇÃO E FECHAMENTO DIFÍCIL É AVALCIAR O GAU DO SEU DIREITO FRENTE ÀS LESÕES SOFRIDAS, MAS DO PONTO PERICIAL ESTIPULAREMOS COMO LESÃO GRAVE E G AU MÁXIMO", fls. 101/102. Apelação Ctvel n /001

6 Assim, além da deformidade, desprovida de indenização, o próprio laudo pontua várias lesões sofridas, inclusive, nos sistemas auditivo e visual e a paralisia facial. No tocante a quantificação do montante compensatório, insta arbitrá-lo no teto máximo, frente a multiplicidade de lesões. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT). COMPROVAÇÃO DO ACIDENTE, DO DANO DECORRENTE E DO NEXO CAUSAL. DEBILIDADE PERMANENTE DA FUNÇÃO DO CÉREBRO E ENFERMIDADE INCURÁVEL ATESTADAS POR LAUDO PERICIAL DO DEPARTAMENTO MÉDICO LEGAL. NÃO ESPECIFICACÃO DO GRAU DAS LESÕES SUPORTADAS. PRESUNCÃO DE INTEGRALIDADE. OUANTUM INDENIZATÓRIO ARBITRADO NO TETO MÁXIMO FIXADO PELA LEI NQ 6.194/74. PAGAMENTO DA DIFERENÇA ENTRE O VALOR PAGO EXTRAJUDICIALMENTE E O VALOR DEVIDO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE 1 2 GRAU. 1. Se o laudo pericial elaborado por médico legista do departamento médico legal não especifica o grau das lesões suportadas pela vítima do acidente automobilístico, mas afirma que esta sofre de debilidade permanente das funções do cérebro e enfermidade incurável, presume-se que a invalidez sofrida é integral e que tal ensej cebimento do teto máximo de indenização fixad. pela i nq 6.194/74 à época dos fatos. tima Apelação Cível n" /001

7 recebido parte da quantia arbitrada pela legislação de regência, fará jus apenas ao restante do valor total. 3. Recurso conhecido e improvido. Manutenção da sentença de 1Q grau. (TJES; AC ; Rel. Des. Carlos Simões Fonseca; Julg. 02/02/2010; DJES 24/03/2010) - destaquei Destarte, contatando-se a ocorrência de debilidade em funções vitais da vítima, e não sendo possível a verificação do grau de afetabilidade do órgão, outro não pode ser o caminho senão o pagamento do valor de RS ,00 (treze mil e quinhentos reais). Por haver reforma da sentença, inverto os ônus sucumbenciais e determino à seguradora o pagamento dos honorários advocatícios em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação. Outrossim, dispensável levar a matéria ao plenário, consoante preconiza o disposto no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, o qual confere poderes ao Relator para negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, por decisão monocrática. RECURSO. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO AO P. I. João Pessoa, Frederico argador Relator rega outinho Apelação Ove( n /001 7

8 TRIBUNAL Dt, Diretoria Jutil.i Registrado em PojoktlA