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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA LEI DA TV PAGA TRÊS ANOS DEPOIS: OS DESAFIOS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO Fabiana Peixoto de Sousa Orientador Prof. Luiz Eduardo Chauvet Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA LEI DA TV PAGA TRÊS ANOS DEPOIS: OS DESAFIOS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública Por: Fabiana Peixoto de Sousa

3 RESUMO Este trabalho faz um registro de um momento específico: os 3 anos subseqüentes à publicação da Lei da Lei da TV Paga (Lei /11), período de transição em que foi realizada, de forma progressiva, a implantação das obrigações impostas aos agentes econômicos que atuam na camada do conteúdo audiovisual, especificamente as programadoras e empacotadoras, e mostra de como a Agência Nacinal do Cinema (ANCINE) e o mercado se estruturaram para cumprirem as obrigações legais impostas pela lei.

4 METODOLOGIA A primeira etapa do trabalho foi a realização de uma pesquisa teórica sobre os conceitos que irão permear a análise do objeto de estudo escolhido como audiovisual, regulação, história recente das políticas públicas para o audiovisual, legislação federal sobre o audiovisual, mudanças internas na ANCINE e impactos no mercado. Como o objeto de estudo é dinâmico e está em constante transformação, também foi realizada uma busca por notícias relacionadas ao tema do trabalho em publicações e sites para acompanhar as mudanças no cenário. Todo o material pesquisado foi fichado e sistematizado. A terceira etapa foi a análise do material pesquisado a fim de alcançar o resultado proposto pela pesquisa.

5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7 CAPÍTULO I - Agências Reguladoras Audiovisual: por que regular? 15 CAPÍTULO II - A ANCINE e as políticas públicas para o audiovisual 17 CAPÍTULO III A Lei da TV Paga 22 CAPÍTULO IV A Lei da TV Paga e seus impactos na ANCINE e no mercado 4.1. Impactos na ANCINE Impactos no mercado 41 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50

6 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Mapa Estratégico da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) 35 Figura 2 Antiga estrutura organizacional da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) 36 Figura 3 Nova estrutura Organizacional da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) 37 Figura 4 - Informe de Acompanhamento do Mercado TV Paga Monitoramento de Programação 41 Figura 5 - Avaliação do Marco Regulatório da TV por Assinatura: A Lei /11 na ANCINE 41 Figura 6 - Informe de Acompanhamento de Mercado TV Paga Figura 7 - Informe de Acompanhamento de Mercado TV Paga

7 INTRODUÇÃO O valor cultural dos conteúdos audiovisuais é inestimável. Eles são um poderoso meio para expressão e compartilhamento de ideias, valores e tradições. São fonte de informação e opção de lazer. Podem criar hábitos de consumo por meio da publicidade ou influenciar grandes decisões pela repercussão do telejornalismo. São também importantes instrumentos para registro da vida cultural, social, econômica e política. O mercado audiovisual tem como pilares a produção de filmes e programas de TV. As novas mídias estão em expansão e ajudam a alavancar o setor que movimenta volumes expressivos de recursos. As políticas públicas voltadas para o audiovisual podem ter bases distintas. Alguns países ressaltam o seu valor simbólico enquanto outros priorizam o seu valor econômico. Os Estados Unidos e a União Européia, por exemplo, têm posições divergentes sobre como os conteúdos audiovisuais devem ser tratados. Nas negociações para o acordo de livre comércio negociado por eles no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) 1, os Estados Unidos defendem que as transações comerciais sejam ilimitadas. Já os países europeus são contrários à inclusão do audiovisual no acordo. Esse debate realça as diferenças entre as duas dimensões do audiovisual: a dimensão econômica e a dimensão cultural. Para os Estados Unidos, os bens e serviços audiovisuais são mercadorias comuns e devem se sujeitar às regras do livre comércio 1 Fontes: Acordo comercial UE-EUA: Parlamento Europeu define prioridades para as negociações. Parlamento Europeu UE quer proteger setor audiovisual em negociações com EUA. Exame.com. 11/06/ Pronunciamento do Secretário Orlando Senna na XII Reunião da Conferência de Autoridades Cinematográficas de Iberoamérica CACI

8 internacional. Por outro lado, países da União Européia alegam que a produção e a distribuição dos produtos audiovisuais locais dependem das restrições à importações de produtos similares e dos incentivos concedidos pelo Estado e que se os mercados internos forem submetidos à concorrência das multinacionais que operam com a vantagem da produção em larga escala e de uma distribuição global, eles serão muito enfraquecidos. Ademais, a inclusão dos bens e serviços audiovisuais no acordo contraria a política cultural vigente na Europa há mais de vinte anos, baseada no conceito de exceção cultural, que tem forte relação com a dimensão cultural. De acordo com esse conceito, o audiovisual tem natureza particular, pois veicula conteúdos, valores e modos de vida que são parte integrante da identidade cultural de um país e refletem a diversidade criativa dos indivíduos. Os bens e serviços audiovisuais devem ser tratados, portanto, como exceção nos acordos comerciais e não podem ser classificadas apenas pelos seus valores comerciais. O Brasil é signatário da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais 2 desde Para o ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil 3, a Convenção representa um novo marco no ordenamento jurídico internacional e procura estabelecer um sistema internacional de trocas de bens e serviços culturais mais equilibrado, assegurando o direito soberano dos Estados de implementarem políticas culturais de proteção e promoção de sua diversidade cultural e de garantia de acesso à diversidade cultural de todo o mundo. Assim, os Estados-Membros que são partes da Convenção podem, por exemplo, elaborar políticas regulatórias para a proteção de seu mercado de conteúdos audiovisuais, salvaguardados das obrigações impostas pelas regras da OMC. 2 Fonte: Convenção sobre a proteção e promoção da Diversidade das Expressões Culturais 3 Fonte: Cultura, diversidade e acesso - Gilberto Gil - in Diplomacia Estratégia Política n.8,

9 De acordo com o Diretor-Presidente da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), Manoel Rangel 4, o Brasil (...) tem avançado na constituição de uma política pública sistêmica para o audiovisual. É uma política que almeja integrar aspectos culturais, econômicos e de promoção da cidadania. O Brasil adota, portanto, uma posição conciliatória, que busca garantir a diversidade por meio do fomento e elaborar parâmetros para a atuação privada no mercado pro meio da regulação. Essa posição está em consonância com o quinto princípio da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, o da complementaridade dos aspectos econômicos e culturais do desenvolvimento que diz que sendo a cultura um dos motores fundamentais do desenvolvimento, os aspectos culturais deste são tão importantes quanto os seus aspectos econômicos. A Lei /11, que instituiu um novo marco regulatório para o segmento de televisão por assinatura, é um exemplo de instrumento que conjuga a regulação do mercado com o fomento à produção audiovisual. Este trabalho pretende fazer um registro de um momento específico: os 3 anos subseqüentes à publicação da Lei, período de transição em que foi realizada, de forma progressiva, a implantação das obrigações impostas aos agentes econômicos que atuam na camada do conteúdo audiovisual, especificamente as programadoras e empacotadoras. O objetivo é analisar de que forma como os agentes econômicos e a ANCINE se estruturaram para cumprirem as obrigações legais impostas pela /11. Ademais, será apresentado o modelo brasileiro de Agências Reguladoras; discutida a necessidade de regulação do mercado audiovisual; 4 Apresentação de Manoel Rangel na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Brasília, 29 de maio de

10 abordadas a dimensão cultural e a dimensão econômica do audiovisual; analisado o contexto de criação da ANCINE e da elaboração das principais políticas públicas para o audiovisual nos últimos anos e identificados os os pontos da Lei /11 com maior impacto sobre as atividades da ANCINE e dos agentes econômicos.

11 CAPÍTULO I AGÊNCIAS REGULADORAS A constatação de que o Estado é menos eficiente do que o setor privado quando desenvolve diretamente atividades econômicas, seja na prestação de serviços públicos, seja na exploração de atividades puramente econômicas gerou o processo de desestatização, iniciado na década de 90. A máquina estatal foi reduzida, com a delegação para a iniciativa privada da prestação de serviços e a produção de bens que antes eram prestados ou produzidos diretamente pelo Estado. Para garantir a prestação adequada dos serviços públicos delegados aos parceiros privados e assegurar o funcionamento adequado dos mercados, como prevenção de monopólios, definição de tarifas e regras de entrada e saída em determinados mercados, o Estado deve realizar a regulação econômica. Além disso, deve também tratar de questões como assimetrias de informação 5 e externalidades negativas 6, em áreas como meio ambiente, saúde, proteção do consumidor, segurança do trabalho, entre outras (regulação social). Tanto a regulação econômica como a regulação social poderão ser nuances de uma mesma estratégia para recuperar a eficácia do poder do Estado, seja para realizar a justiça distributiva, seja para limitar as falhas de mercado 7. Nesse modelo, a autoridade estatal é exercida por mecanismos e procedimentos menos impositivos e mais reflexivos (permeáveis à composição e ao arbitramento de interesses), o que requer maior transparência e participação na atividade regulatória. 5 Uma informação é assimétrica quando dois ou mais agentes econômicos estabelecem entre si uma transação econômica com uma das partes envolvidas e mantém uma posição de superioridade por deter informações qualitativamente e/ou quantitativamente superiores aos da outra parte. 6 Externalidades, que são os efeitos colaterais de uma decisão sobre aqueles que não participaram diretamente dela. Assim, uma externalidade representa o impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não participam da ação. Se o impacto for adverso, é chamada de externalidade negativa, se for benéfico, é chamada externalidade positiva. 7 De forma geral, a regulação é justificada pela existência de falhas de mercado, pois na presença destas, o ótimo social não é atingido, pois cada agente otimiza sua própria utilidade, refletindo, assim, uma alocação ineficiente dos recursos na economia. A tendência é que cada um queira o que é melhor para si e isso não é necessariamente o melhor para a coletividade.

12 O termo agências foi importado do direito norte-americano. Nos Estados Unidos, o termo agencies é utilizado para designar o gênero órgãos públicos, envolvendo tanto aqueles órgãos que no Brasil quis se designar como Agências Reguladoras (independent regulatory agencies ou independent regulatory commission) quanto outros órgãos não dotados de características de órgãos reguladores (o que nos EUA designam-se executive agencies). É importante ressaltar que a CF/88 não utiliza o termo Agência Reguladora e limita-se a dispor expressamente sobre a criação de dois órgãos reguladores : a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). As Agências Reguladoras instituídas até o momento no Brasil não representam novas entidades jurídicas acrescentadas à estrutura formal da Administração Pública. As leis que vêm instituindo essas agências têm lhes conferido a forma de autarquia em regime especial, entidade já disciplinada em nosso ordenamento, integrante da denominada Administração Indireta, conforme delineado pelo Decreto-Lei 200/67, e expressamente referida na CF/88. As autarquias são caracterizadas como o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. As Agências Reguladoras brasileiras são dirigidas em regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente. De acordo com a Lei 9.986/200, todos devem ser brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados. Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria são escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do Art. 52 da Constituição Federal, e têm mandato de prazo fixo.

13 Depreende-se do texto legal que a quarentena é de quatro meses contados da exoneração (mesmo a pedido, desde que cumpridos pelo menos seis meses de mandato) ou do término do seu mandato, período no qual o dirigente ficará vinculado à agência recebendo a respectiva remuneração, como se ainda estivesse no cargo. As Agências Reguladoras possuem independência ou autonomia. O Ministro de Estado competente exerce apenas a supervisão ministerial, também chamada de tutela administrativa ou controle finalístico, cujos objetivos principais são assegurar a realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade, a harmonia com a política e a programação do governo no setor de atuação da entidade, a eficiência administrativa bem como a autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade. A independência é essencial para que o regulador possa exercer suas funções de forma equidistante em relação aos interesses dos regulados (operadores econômicos), dos beneficiários da regulação (os usuários, consumidores, cidadãos) e ainda do próprio poder político, ficando protegido tanto dos interesses governamentais de ocasião, quanto dos interesses estatais relacionados ao setor regulado. Assim, as agências reguladoras devem guardar a mesma distância, ou seja, não devem beneficiar um dos atores da relação tripartite em detrimento dos outros. Eles devem ser tratados com equidade. Os instrumentos que garantem a independência são a estabilidade dos dirigentes e a ausência de controle hierárquico (inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos). Os atos e decisões proferidas pelos órgãos máximos das agências reguladoras devem ser definitivos na esfera administrativa, não devendo estar sujeitos à revisão pelo Ministério ao qual a agência se encontra vinculada. A Advocacia Geral da União já se manifestou sobre esse assunto afirmando que, de forma geral, sem entrar no detalhe de cada lei instituidora, cabe

14 recurso hierárquico impróprio das decisões das agências reguladoras quanto a suas atividades meramente administrativas ou ilegais (que ultrapassarem suas competências); por outro lado, não cabe recurso hierárquico impróprio das decisões das agências reguladoras que estejam dentro de suas competências legais, ou seja, não cabe recurso hierárquico impróprio das decisões técnicas. A independência também está relacionada com a autonomia de gestão (capacidade de organizar e gerir seus orçamentos); com a autonomia financeira (garantia de que os recursos financeiros necessários à atividade da agência não dependerão da gestão do tesouro, concretizada pelo estabelecimento de fontes próprias de recursos, se possível geradas pelo próprio exercício da atividade regulatória, como, por exemplo, taxas pelo exercício de polícia); com a liberdade para organizar seus serviços (determinar internamente como serão alocadas competências e atribuições dos agentes para exercício das atividades regulatórias, como a agência irá se distribuir regionalmente, como irá firmar contratos e convênios etc) e com o regime de pessoal compatível (regime funcional mais estável para os agentes encarregados da regulação, pois não faz sentido que os dirigentes tenham estabilidade e os demais agentes sejam demissíveis por ato de vontade quer dos dirigentes da agência, quer da administração central). É importante ressaltar que as Agências Reguladoras estão sujeitas ao controle externo (Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas) e ao controle interno (sistema de controle interno do Poder Executivo). As funções das Agências Reguladoras se caracterizam muito mais como típicas de Estado do que típicas da Administração. Essa diferença está respaldada exatamente no regime especial que a lei de criação confere a essas autarquias, uma vez que a atribuição específica de poderes que transcendem às funções administrativas normais poderá ser feita por lei ordinária. As atividades das Agências Reguladoras não se resumem aos serviços públicos desestatizados. A regulação também é exercida em setores da atividade econômica, como o setor energético, regulado pela Agência Nacional

15 do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o setor audiovisual, regulado pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE). Ademais, as Agências Reguladoras exercem a regulação sobre outras atividades sociais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por exemplo, tem como finalidade institucional a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados Audiovisual: por que regular? O audiovisual possui características de bem público. Do ponto de vista da demanda, são bens fungíveis, ou seja, o fato de um indivídio assistir a um filme ou a um programa de televisão não exclui a possibilidade de outros o fazerem também. Do ponto de vista da oferta, após o investimento na matriz original (master copy), os custos de acrescentar novos espectadores ou telespectadores são baixos, o que caracteriza a não rivalidade 8. Essas características possibilitam que o mesmo produto possa ser licenciado várias vezes, para várias janelas (cinema, TV por assinatura, vídeo doméstico, entre outros) e territórios distintos, gerando receitas ao longo do tempo. A amortização dos custos em mercados maiores e mais pujantes (maior população e riqueza) conferem vantagens competitivas importantes para as empresas produtoras desses mercados e podem inibir o investimento privado nos mercados locais. Ademais, tanto o mercado mundial quanto os mercados locais tendem à oligopolização e à verticalização. Isso pode fazer com que agentes econômicos próximos do consumo não tenham acesso conteúdos relevantes para competição e deixem de investir nas redes ou que agentes econômicos do início da cadeia não consigam acesso às redes e, sem perspectiva de 8 A não rivalidade no consumo é uma característica do bem público e está relacionada ao fato de que uma vez que o bem está disponível, o custo marginal de provê-lo, para um indivíduo adicional, é nulo.

16 carregar tais conteúdos, deixem investir nessas atividades. Em qualquer uma dessas situações, o consumidor sai prejudicado, seja pelo preço a ser pago seja pela ausência de maior diversidade e pluralidade. A regulação do mercado audiovisual deve, portanto, ter foco em conteúdos de estoque, que podem ser comercializados em vários segmentos e territórios após sua produção. Além disso, deve criar condições para que ocorra uma ampla e justa competição em todos os ssegmentos de mercado. Dessa forma, a diversidade dos conteúdos e a pluralidade de agentes ofertando esses conteúdos serão garantidas, trazendo benefícios para toda a sociedade. A Agência Nacional do Cinema (ANCINE), em sua função regulatória, atua para delimitar parâmetros à atuação privada, alterar, de forma programada os comportamentos no mercado e, coletar e tratar informações a respeito dos agentes regulados, de forma a gerar conhecimento específico. A finalidade da regulação é, portanto, a de cumprir com o interesse público por meio de metas pré-estabelecidas, sejam econômicas ou sociais. Na regulação do audiovisual, essas duas vertentes se mesclam... A regulação... é uma ação orientada para a promoção de uma economia audiovisual competitiva e equilibrada, para que cada vez mais produtos audiovisuais nacionais e independentes sejam vistos por um número maior de brasileiros, e para que o Brasil se afirme como um polo produtor, e não apenas consumidor, de conteúdos audiovisuais. 9 9 Fonte: Site ANCINE

17 CAPÍTULO II A ANCINE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O AUDIOVISUAL Em Março de 1990, por meio da Medida Provisória 151/90, o Presidente Fernando Collor de Mello extinguiu, de uma só vez, a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), o Conselho Nacional de Cinema (Concine) e a Fundação do Cinema Brasileiro (FCB), tripé de sustentação da política cinematográfica brasileira. O Ministério da Cultura foi transformado em uma secretaria do governo. Essas decisões políticas afetaram imediatamento a atividade cinematográfica no país. Enquanto a participação de mercado do filme brasileiro superou o patamar de 30% no início dos anos 80, alcançando 32,6% em 1982, menos de dez anos depois o cenário era completamente diferente. Em 1990 e 1991, um número razoável de filmes ainda foi lançado comercialmente, como resultado do período anterior. Porém, em 1992, apenas 3 filmes nacionais foram lançados no circuito comercial e a participação dos filmes nacionais no mercado foi inferior a 1%. Após reações negativas da sociedade civil e do setor cinematográfico, os mecanismos estatais de apoio à atividade cinematográfica. Em 1991, houve a publicação da Lei 8.313/91, conhecida como Lei Rouanet, que criou o PRONAC Programa Nacional de Apoio à Cultura. No ano seguinte, foi criada a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual (SDAv) no reestabelecido Ministério da Cultura. Em 1993, foi publicada a Lei 8.685/93, conhecida como Lei do Audiovisual. O apoio do Estado passou a ocorrer em uma nova base, com a criação dos mecanismos de incentivo, baseados em renúncia fiscal, em que as pessoas físicas ou jurídicas realizam o aporte de capital num determinado

18 projeto, sendo o valor abatido no imposto de renda. Dessa forma, o Estado continuava sendo o indutor do processo de produção cinematográfica, mas introduzia outros agentes no modelo, que passaram a escolher os projetos culturais a serem realizados. O fomento público, baseado no modo de funcionamento dos mecanismos de incentivo, tinha as seguintes características: foco na produção de cinema; recursos públicos aportados a fundo perdido, ou seja, o objetivo era apenas a produção da obra, via renúncia fiscal, competindo com outras demandas da sociedade e empresas que não atuavam diretamente na atividade de produção decidiam a alocação dos recursos e o foco na produção de cinema. Os dois mecanismos citados acima foram os principais responsáveis pela chamada retomada do cinema brasileiro. A produção de cinema se recuperou um pouco, mas a participação dos filmes brasileiros mal chegou à casa de dois dígitos. Após um primeiro período de euforia, houve a constatação de que apenas esses mecanismos não eram suficientes para alavancar o mercado. Em 2000, foi realizado o III Congresso Brasileiro de Cinema (CBC) e reuniu produtores, distribuidores e exibidores. A principal resolução do Congresso foi a articulação para criação de um órgão central para gerir o audiovisual brasileiro. Criada por meio da Medida Provisória 2.228/1, a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) é uma Agência Reguladora que tem como atribuições o fomento, a regulação e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil. É uma autarquia especial, vinculada desde 2003 ao Ministério da Cultura, com sede e foro no Distrito Federal e Escritório Central no Rio de Janeiro. A missão da ANCINE é desenvolver e regular o setor audiovisual em benefício da sociedade brasileira e a visão de futuro é "ser reconhecida

19 como a principal indutora do desenvolvimento sustentável e equilibrado do setor audiovisual brasileiro e da ampliação do acesso ao conteúdo audiovisual brasileiro" 10. De acordo com IKEDA: O arranjo institucional da ANCINE foi criado em consonância com um modelo de participação indireta do Estado e com a percepção de que se trata de um setor tipicamente industrial, que deve ser estimulado com uma base desenvolvimentista. A MP 2.228/1 também alterou significativamente o funcionamento do Artigo 3º da Lei do Audiovisual, alavancando o efetivo funcionamento do mecanismo, e criou dois novos mecanismos de incentivo para a atividade audiovisual: o Artigo 39 X e os FUNCINES. Após mais de uma década de concentração das políticas federais na administração de incentivos fiscais, o sistema de financiamento público para a atividade audiovisual começou a se transformar, gradativamente, tornadose mais complexo e diversificado. Em 2005, a ANCINE reintroduziu o sistema de mérito nas políticas públicas para o setor com o lançamento do Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Programa Ancine de Qualidade (PAQ), mecanismos de fomento automático baseados no desempenho artístico e econômico dos agentes do mercado. No ano seguinte, foi aprovada a Lei /06 que criou mais dois mecanismos de incentivo (os artigos 1ºA e 3ºA da Lei do Audiovisual) e o Fundo Setorial do Audiovisual, fundo público, cujos recursos são provenientes das atividades audiovisuais e possibilita que o Estado brasileiro se associe ao capital privado em projetos audiovisuais com possibilidades de bons resultados de mercado. 10 Fonte: Acesso em 01/06/2014.

20 Com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o fomento público adquire novas características: a ampliação do escopo, permitindo o investimento em conteúdos produzidos para primeira exibição em salas de cinema como também na TV aberta e na TV paga, lançamento e distribuição de filmes, construção de salas de cinema e projetos de infra-estrutura, estimulando todos os elos da cadeia produtiva; os recursos advêm das atividades audiovisuais ou de meios que possam se beneficiar economicamente dessas atividades (os recursos arrecadados com a CONDECINE são destinados ao FSA); o processo de decisão de alocação dos recursos que passa por critérios públicos e mais transparentes e há possibilidade de retorno dos rendimentos das obras audiovisuais, no mercado, ao FSA, de modo a retroalimentar o fundo e gerar novas obras (por mais de uma década, o fomento foi exclusivamente não-reembolsável). Alguns mecanismos de renúncia fiscal, a exemplo do Art. 3º da Lei nº 8.685/1993 e o Art. 39 da MP 2.228/1, ao associarem agentes do mercado audiovisual (distribuidoras e programadoras internacionais), à atividade de produção já traziam a perspectiva de a empresa produtora se preocupar com os rendimentos da obra produzida no mercado. A inclusão do mecanismo de fomento disposto no Art. 3º- A da Lei nº 8.685/1993 pela Lei /06, ao associar empresas de televisão aberta (e programadoras internacionais) à atividade de produção, acentuou a tendência de que a atividade de produção deve buscar rentabilizar-se no mercado, através dos rendimentos associados ao licenciamento das obras audiovisuais produzidas. Desde a sua primeira convocatória, em dezembro de 2008, o Fundo Setorial do Audiovisual já contemplou cerca de quatrocentos projetos de produção e distribuição para cinema e TV. Campeões de bilheteria como "Minha mãe é uma peça", "Muita calma nessa hora 2", "Somos tão jovens", "Faroeste caboclo" e "O palhaço", e obras premiadas em festivais como Hoje eu quero voltar sozinho, "Tatuagem" e "Avanti Popolo", tiveram o apoio do Fundo. Em 2013, os filmes lançados com investimentos do FSA foram responsáveis por 70% da bilheteria nacional.

21 Produções de perfis variados que chegaram às TVs aberta e por assinatura também contaram com aportes do FSA, como as séries de animação "Historietas assombradas (para crianças malcriadas)" - campeã de audiência na TV paga, segundo o Ibope - e "Osmar, a primeira fatia do pão de forma"; e séries de ficção como "As canalhas", "Três Teresas" e Amor Veríssimo. Para enfrentar o desafio de diversificar, descentralizar e expandir a oferta de serviços audiovisuais para a população, a ANCINE criou o Cinema perto de você, instituído pela Lei /12. O programa está estruturado em cinco eixos de ação, com linhas de crédito e investimento, implantação de cinemas em cidades que ainda não possuem, suspensão da exigibilidade de tributos federais incidentes sobre aquisição de equipamentos e materiais de construção destinados a projetos de implantação ou modernização de complexos; criação do sistema de controle de bilheteria, sistema regulatório que possibilitará o envio de informações confiáveis para subsidiar o planejamento do setor e, por fim, a digitalização do parque exibidor, por meio do financiamento e da utilização do modelo de VPF (Virtual Print Fee). O Fundo Setorial do Audiovisual já investiu mais de R$ 130 milhões na abertura de mais de 250 salas em todo o país. Assim, a ANCINE pretende fortalecer o segmento de exibição cinematográfica, facilitar o acesso da população às obras audiovisuais, ampliar o estrato social de frequentadores das salas de cinema e induzir a formação de novos centros regionais consumidores de cinema.

22 CAPÍTULO III A LEI DA TV PAGA Após quase cinco anos de tramitação no Congresso Nacional e da realização de várias consultas públicas, foi aprovada, em setembro de 2011, a Lei /11, que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado (complexo de atividades que permite a emissão, transmissão e recepção, por meios eletrônicos quaisquer, de imagens, acompanhadas ou não de sons, que resulta na entrega de conteúdo audiovisual exclusivamente a assinantes). A Lei, que também ficou conhecida como Lei da TV Paga, trouxe novas atribuições para a Agência, ao incluir, entre competências listadas na Medida Provisória 2.228/1, a competência de regular e fiscalizar o cumprimento dos princípios da comunicação audiovisual de acesso condicionado, das obrigações de programação, empacotamento e publicidade e das restrições ao capital total e votante das produtoras e programadoras fixados pela lei que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado. Ademais, é o primeiro marco regulatório convergente para a comunicação audiovisual no Brasil. A /11 unifica a regulamentação dos serviços de televisão por assinatura que estava dispersa em diferentes comandos legais 11 e faz uma divisão da atividade por camadas. A camada de audiovisual (atividades de programação e de empacotamento) deve ser regulada e fiscalizada pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e a camada de telecomunicação (atividade de distribuição, compreendendo tecnologia, oferta de serviço e uso das redes) deve ser regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Além 11 O Brasil tem hoje três modalidades de TV paga: TV a cabo, DTH (TV via satélite Direct-to-Home) e TV distribuída por micro-ondas (MMDS-Microwave Multipoint Distribution Services). Antes da sanção da Lei /11, cada uma delas era regida por legislações ou regulamentos diferentes e, em diversos pontos, conflitantes.

23 disso, a Lei abriu o mercado para a competição no âmbito da distribuição, permitindo que as concessionárias de telefonia utilizem suas redes para fornecer serviços de TV paga, ampliando a competição no mercado com a entrada de novos agentes. A /11 também estabeleceu princípios para a comunicação audiovisual de acesso condicionado: liberdade de expressão e de acesso à informação; promoção da diversidade cultural e das fontes de informação, produção e programação; a promoção da língua portuguesa e da cultura brasileira; estímulo à produção independente e regional; o estímulo ao desenvolvimento social e econômico do País; liberdade de iniciativa, mínima intervenção da Administração Pública e defesa da concorrência por meio da livre, justa e ampla competição e da vedação ao monopólio e oligopólio, além dos princípios estabelecidos na Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 485, de 20 de dezembro de Entre as novidades trazidas pela Lei, destaca-se a obrigatoriedade de veiculação de conteúdo audiovisual brasileiro e independente nos serviços de televisão por assinatura, tal como ocorre em vários países democráticos e com mercados audiovisuais estruturados. O sentido das cotas está em corrigir as distorções do mercado, pois hoje nossos produtos competem de forma desigual com os conteúdos internacionais, que já chegam aqui com seus custos amortizados. Trata-se de um instrumento amplamente empregado nos países europeus 12 e no Canadá, para citar exemplos. Mecanismos de fomento, como o Artigo 39 da Medida Provisória 2.228/1 e o Artigo 3º A da Lei do Audiovisual, já elevaram significativamente a presença de conteúdo brasileiro em canais estrangeiros, mas essa participação precisa ser assegurada para encorajar o investimento 12 Na Europa as cotas são de 50% de conteúdos europeus no espaço qualificado em todos os canais. Além disso, todos os canais de TV aberta ou por assinatura presentes no mercado europeu têm de ser programados em terras europeias, à exceção de canais de jornalismo internacional e canais voltados a comunidades étnicas ou linguísticas específicas (Al Jazeera, por exemplo).

24 privado em produções e canais nacionais, afirma o Diretor-Presidente da ANCINE, Manoel Rangel. 13 A Lei /11 determina que cada Canal de Espaço Qualificado (CEQ) 14 deve veicular três horas e trinta minutos por semana de conteúdos brasileiros de espaço qualificado no horário nobre de sua programação, sendo metade produzida por produtora brasileira independente 15. Essa obrigação incide sobre a atividade de programação e é chamada de Cota Canal. A Instrução Normativa 100 da ANCINE definiu que obras audiovisuais que constituem espaço qualificado são aquelas, seriadas ou não, dos tipos ficção, documentário, animação, reality show, videomusical e de variedades. O termo espaço qualificado, corresponde, de acordo com IKEDA (ref) a uma aplicação de uma distinção dos produtos audiovisuais entre conteúdos de fluxo e de estoque, classicamente atribuída a Patrice Flichy (1980). Os conteúdos de fluxo, como programas jornalísticos noticiosos, programas de auditório, televendas e eventos esportivos ao vivo, se esgotam no momento da exibição e não geram receitas adicionais para os produtores. Os conteúdos de estoque (séries, minisséries, telefilmes etc.), por outro lado, capitalizam as empresas produtoras, pois possuem potencial econômico mesmo após sua primeira exibição em um canal de televisão. Os conteúdos que integram o espaço qualificado são, portanto, equivalentes a conteúdos de estoque. 13 Fonte: Informativo da Agência Nacional do Cinema nº 51 17/08/ De acordo com a Instrução Normativa 100, Canal Brasileiro de Espaço Qualificado é todo canal de programação que, no horário nobre, veicule majoritariamente conteúdos audiovisuais que constituam espaço qualificado; 15 De acordo com a Lei 12485/11: XVIII - Produtora Brasileira: empresa que produza conteúdo audiovisual que atenda as seguintes condições, cumulativamente: a) ser constituída sob as leis brasileiras; b) ter sede e administração no País; c) 70% (setenta por cento) do capital total e votante devem ser de titularidade, direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos; d) a gestão das atividades da empresa e a responsabilidade editorial sobre os conteúdos produzidos devem ser privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos; XIX - Produtora Brasileira Independente: produtora brasileira que atenda os seguintes requisitos, cumulativamente: a) não ser controladora, controlada ou coligada a programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de radiodifusão de sons e imagens; b) não estar vinculada a instrumento que, direta ou indiretamente, confira ou objetive conferir a sócios minoritários, quando estes forem programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviços de radiodifusão de sons e imagens, direito de veto comercial ou qualquer tipo de interferência comercial sobre os conteúdos produzidos; c) não manter vínculo de exclusividade que a impeça de produzir ou comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos;

25 A Lei da TV Paga também instituiu várias obrigações para a composição dos pacotes (a chamada Cota pacote ): a cada três CEQ, ao menos um deve ser brasileiro (até o limite de doze canais brasileiros de espaço qualificado) e, da parcela mínima de CEQ brasileiros, ao menos um terço deve ser programado por programadora brasileira independente 16. A implantação dessas obrigatoriedades foram feitas gradualmente, no decorrer de três anos a partir da sanção da lei. No primeiro ano a partir de sua publicação os canais deveriam exibir uma hora e dez minutos por semana de programação nacional, metade dela independente, no horário nobre; no segundo ano, duas horas e 20 minutos; a partir do terceiro ano, três horas e 30 minutos. Como a lei foi sancionada em 12/09/2011, desde setembro de 2013 os canais estão obrigados a exibir 3 horas e 30 minutos de programação nacional por semana no horário nobre. A implantação da obrigação de veiculação de canais brasileiros de espaço qualificado nos pacotes de TV por assinatura também foi implantada de forma progressiva: 1 em cada 9 canais no primeiro ano; 1 em cada 6 canais no segundo ano (a partir de setembro de 2012) e 1 em cada 3 canais a partir do terceiro ano (a partir de setembro de 2013). Outras obrigações estabelecidas pela Lei /11 para a composição dos pacotes foram: - Entre os canais brasileiros de espaço qualificado a serem veiculados nos pacotes, ao menos 2 (dois) canais deverão veicular, no mínimo, De acordo com a Lei 12485/11: XXI - Programadora Brasileira: empresa programadora que execute suas atividades de programação no território brasileiro e que atenda, cumulativamente, as condições previstas nas alíneas a a c do inciso XVIII deste artigo e cuja gestão, responsabilidade editorial e seleção dos conteúdos do canal de programação sejam privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos; XXII - Programadora Brasileira Independente: programadora brasileira que atenda os seguintes requisitos, cumulativamente: a) não ser controladora, controlada ou coligada a empacotadora ou distribuidora; b) não manter vínculo de exclusividade que a impeça de comercializar, para qualquer empacotadora, os direitos de exibição ou veiculação associados aos seus canais de programação;

26 (doze) horas diárias de conteúdo audiovisual brasileiro produzido por produtora brasileira independente, 3 (três) das quais em horário nobre (Artigo 17-4 o ). A programadora de pelo menos um dos canais não poderá ser controlada, controladora ou coligada a concessionária de radiodifusão de sons e imagens. Esses canais ficaram conhecidos como super brasileiros ; - Nos pacotes em que for ofertado apenas 1 (um) canal brasileiro de espaço qualificado, garantir que este seja o canal super brasileiro ; - Nos pacotes em que houver canal de programação gerado por programadora brasileira que possua majoritariamente conteúdos jornalísticos no horário nobre, deverá ser ofertado pelo menos um canal adicional de programação com as mesmas características no mesmo pacote ou na modalidade avulsa de programação, sem que as suas programadoras apresentem relação de controle ou coligação entre si. Essa obrigação garante diversidade no acesso à informação. A Lei /11 ampliou expressivamente os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, ao incluir como fato gerador de Condencine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) a prestação de serviços que se utilizem de meios que possam, efetiva ou potencialmente, distribuir conteúdos audiovisuais, ou seja, passa a incidir também sobre a camada de telecomunicação. A Lei também estabeleceu que das receitas originárias do CONDECINE Telecom, no mínimo 30% deverão ser destinadas a produtoras brasileiras estabelecidas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, obedecendo a critérios que deverão incluir, entre outros, o local da produção da obra audiovisual, a residência de artistas e técnicos envolvidos na produção e a contratação, na região, de serviços técnicos a ela vinculados. Aém disso, 10% dessas receitas devem ser destinadas ao fomento da produção de conteúdo audiovisual independente veiculado primeiramente

27 nos canais comunitários, universitários e de programadoras brasileiras independentes. Outro ponto abordado pela Lei da TV paga é a participação cruzada de capitais em empresas de telecomunicações de um lado e radiodifusoras, produtoras e programadoras de outro. Ela estabelece o percentual máximo de 50% para controle ou titularidade das empresas prestadoras de serviços de telecomunicações por concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e por produtoras e programadoras e o percentual máximo (30%) para controle ou titularidade das concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e produtoras e programadoras por empresas prestadoras de serviços de telecomunicações.

28 CAPÍTULO IV A LEI DA TV PAGA E SEUS IMPACTOS NA ANCINE E NO MERCADO 4.1. Impactos na ANCINE A Lei /11 ampliou o escopo de atuação da ANCINE, incluindo entre suas competências a regulação e a fiscalização das atividades de programação e de empacotamento do serviço de acesso condicionado (TV por assinatura) e criou novas atribuições para a Agência entre as quais se destacam a regulamentação dos aspectos da nova lei relativos que necessitam de detalhamento para sua correta aplicação; o credenciamento de agentes econômicos que atuam no segmento de televisão por assinatura; a fiscalização do cumprimento de cotas de programação e empacotamento; a estruturação e ampliação de sistemas e processos de arrecadação e fiscalização relacionados à tributação da CONDECINE; a regulação da relação econômica entre os agentes que atuam nas atividades de produção, programação e empacotamento no segmento de TV Paga; a elaboração e divulgação de novos instrumentos de prestação de contas e de legitimidade da ação da Agência junto à sociedade. Para regulamentar aspectos da Lei da TV Paga, nos últimos três anos, a ANCINE elaborou as seguintes Instruções Normativas 17, que foram objeto de diversas e audiências e consultas públicas: Instrução Normativa 96/11 - Regulamenta o art. 32, II da Medida Provisória 2.228/1 e dispõe sobre o recolhimento regular da CONDECINE devida pela prestação de serviços que se utilizem de meios que possam, efetiva ou potencialmente, distribuir conteúdos audiovisuais, nos termos da lei que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado. 17 Fonte: Site ANCINE -

29 A incidência da contribuição não representou aumento da carga tributária devida pelas empresas, já que foi compensada, na própria Lei /11, pela redução de 45% para 33% do percentual incidente na base de cálculo da Taxa de Fiscalização de Funcionamento TFF. O produto da arrecadação é destinado ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para aplicação nas atividades de fomento relativas ao desenvolvimento do setor audiovisual no Brasil. Instrução Normativa 97/12 - Altera artigos da Instrução Normativa nº 60, de 17 de abril de 2007 (que dispõe sobre o procedimento administrativo para cobrança da CONDECINE em atraso, aplicação de sanções, apreciação de impugnações e recursos) e dá outras providências. Instrução Normativa 98/12 - Altera dispositivos da Instrução Normativa nº 95, de 08 de Dezembro de 2011 (que dispõe sobre o procedimento de registro de obra audiovisual publicitária). Instrução Normativa 99/12 - Altera dispositivos da Instrução Normativa nº 22, de 30 de dezembro de 2003 (que regulamenta a elaboração, a apresentação e o acompanhamento de projetos de obras audiovisuais) e dá outras providências. Instrução Normativa 100/12 Dispõe sobre a regulamentação de parâmetros gerais da Lei /11. Para o cumprimento das obrigações de veiculação de conteúdos audiovisuais em canais de espaço qualificado por parte das programadoras, a Instrução Normativa 100/12 definiu com mais clareza que tipo de conteúdo pode ser contabilizado: compreende-se por obras audiovisuais que constituem espaço qualificado as obras audiovisuais seriadas ou não seriadas dos tipos ficção, documentário, animação, reality show, videomusical e de variedades, conforme estabelecido em seus respectivos Certificados de Registro de Título (CRT). O conceito de espaço qualificado

30 serve de parâmetro para a regulamentação de vários dispositivos da Lei /11, tais como a determinação dos Canais de Espaço Qualificado e dos Canais Brasileiros de Espaço Qualificado e a contabilização da cota canal e da cota pacote. Além disso, a Instrução Normativa 100/12 enfatizou a importância da detenção, por brasileiros, do poder dirigente 18 sobre o patrimônio da obra que poderá cumprir as obrigações de veiculação nos canais de programação. O objetivo é fortalecer as produtoras brasileiras, garantindo a oportunidade de se desenvolverem a partir de receitas decorrentes das obras audiovisuais produzidas induzindo o desenvolvimento de um mercado audiovisual forte e que gere receitas para agentes econômicos brasileiros. A Instrução Normativa 100/12 também estabeleceu o horário nobre nos canais voltados para adultos (6 horas diárias, das 18h às 24h) e nos canais voltados para crianças e adolescentes (7 horas diárias, das 11h às 14h e das 17h às 21h). O horário nobre serve de parâmetro para a regulamentação de vários comandos da Lei /11 como a contagem do tempo da grade horária dedicado a certos tipos de conteúdos nos Canais de Espaço Qualificado e nos Canais Brasileiros de Espaço Qualificado; o parâmetro de tempo para o cumprimento das obrigações de veiculação de conteúdos brasileiros nesses canais de programação e a determinação dos canais jornalísticos brasileiros, os quais deverão ser ofertados em blocos de dois ou mais canais. O tempo máximo destinado a obras publicitárias em cada canal de programação foi outro aspecto abordado por essa instrução normativa, que estabeleceu que deverá ser cumprido o mesmo percentual já em vigor para a televisão aberta: 25% do horário da programação diária sendo que no horário nobre, a veiculação de publicidade fica limitada a 105 minutos em canais de conteúdo infantil e adolescente e a 90 minutos nos demais canais de programação. 18 Poder dirigente sobre o patrimônio da obra audiovisual é a condição que permite ao detentor ou detentores dos direitos patrimoniais utilizar, fruir e dispor da obra, bem como explorar diretamente ou outorgar direitos para as diversas modalidades de exploração econômica da obra ou de seus elementos derivados.

31 Instrução Normativa 101/12 - Altera dispositivos da Instrução Normativa nº 91, de 01 de dezembro de 2010 (que regulamenta o registro de agente econômico) e da Instrução Normativa nº 95, de 08 de Dezembro de 2011 (que dispõe sobre o procedimento de registro de obra audiovisual publicitária). A Instrução Normativa 101/12 regulamentou o credenciamento dos agentes que exercem atividades de programação e empacotamento, assim como o registro daqueles que exercem atividades de produção, distribuição e exibição de obras cinematográficas e videofonográficas nacionais ou estrangeiras, ambos obrigatórios. Esse credenciamento é imprescindível tanto para o exercício destas atividades quanto para o acesso aos vários serviços disponibilizados pela ANCINE relativos a outras obrigações regulatórias, como requerimento de Certificado de Produto Brasileiro CPB, Registro de Títulos, envio de relatórios de acompanhamento de mercado, ou acesso a mecanismos de fomento direto e indireto. Entre as diretrizes gerais que orientaram a formulação da Instrução Normativa 101, estão a redução de trâmites burocráticos e a otimização dos processos de interação entre a ANCINE e os entes regulados, com maior eficiência regulatória. Instrução Normativa 102/12 - Altera dispositivos da Instrução Normativa nº 100, de 29 de Maio de 2012 (que dispõe sobre a regulamentação de parâmetros gerais da Lei /11) e da Instrução Normativa nº 91, de 01 de dezembro de 2010 (que regulamenta o registro de agente econômico na ANCINE previsto no art. 22, da Medida Provisória 2.228/1, de 06 de setembro de 2001). Instrução Normativa 104/12 Dispõe sobre registro de título de obra audiovisual não-publicitária e emissão de CPB (Certificado de Produto Brasileiro).

32 A Instrução Normativa 104/12 é uma revisão da IN 25/04 e buscou otimizar os procedimentos de requerimento e emissão do Certificado de Produto Brasileiro (CPB), documento necessário para reconhecer a nacionalidade brasileira da obra e estabelecer os procedimentos administrativos necessários para proceder a classificação das obras audiovisuais nos termos exigidos pela Lei /2011 e sua regulamentação, fundamental para o acompanhamento do cumprimento das cotas na TV paga. O CPB também a atesta a classificação das mesmas quanto a constituir ou não espaço qualificado e ter sido produzidas por produtoras brasileiras independentes. Instrução Normativa 105/12 - Dispõe sobre registro de título de obra audiovisual não-publicitária e emissão de CRT (Certificado de Registro de Título) A Instrução Normativa 105/12 é uma revisão da Instrução Normativa 26/04 sofisticando os procedimentos de requerimento e emissão do Certificado de Registro de Título (CRT), documentos necessário para definir o seu enquadramento tributário e consequente valor a ser recolhido a título de CONDECINE. O CRT também a atesta a classificação das obras audiovisuais estrangeiras quanto a constituir ou não espaço qualificado e informa a classificação das obras brasileiras nos termos estabelecidos em seus CPBs. Instrução Normativa 109/12 - Regula processo administrativo sancionador, apuração de infrações e aplicação de penalidades por infrações cometidas nas atividades cinematográfica, videofonográfica e de comunicação audiovisual de acesso condicionado; O estabelecimento de leis e normas para regulação aliado ao crescimento da produção nacional proporcionaram as condições necessárias para realização de um planejamento de longo prazo. O Plano

33 de Diretrizes e Metas para o Audiovisual (PDM) 19, foi elaborado pela ANCINE e aprovado pelo Conselho Superior do Cinema, em 2012, e estabelece a estratégia para o desenvolvimento da indústria do cinema e do audiovisual no Brasil até O PDM faz um diagnóstico detalhado da situação atual e identifica os principais desafios a serem enfretados: a expansão do mercado interno; a universalização do acesso aos serviços audiovisuais, por meio de uma expansão uniforme e desconcentrada, voltada para um mercado de massas; e a transformação do Brasil em centro produtor e programador de conteúdos audiovisuais. Além disso, apresenta metas concretas e mensuráveis para cada uma das doze diretrizes definidas pelo Plano. Como parte do esforço para alcançar os objetivos do PDM, a ANCINE lançou, em 2013, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (PRODAV) 20, instituído pelo artigo 4º da Lei nº , de 28 de dezembro de O Programa tem como objetivos expandir a produção independente; desenvolver arranjos produtivos regionais; induzir o crescimento do mercado de TV paga e de vídeo sob demanda, fortalecendo as programadoras brasileiras; estimular o mercado de licenciamento de conteúdos para TV, Internet e celulares; promover um ambiente de inovação, concorrência e parceria entre programadores e produtores; e ampliar a competitividade internacional das empresas brasileiras, especialmente as programadoras. Além da reedição das chamadas públicas do fundo, também foram lançadas novas linhas de investimento. A operação contou com R$ 400 milhões em recursos, uma ação sem precedentes na política pública para o setor audiovisual. O valor disponibilizado equivale à soma de todos os valores oferecidos nas quatro convocatórias anteriores do Fundo Setorial do 19 Fonte: Site ANCINE Fonte:

34 Audiovisual (FSA) e três vezes mais do que os valores captados por meio das leis de incentivo fiscal no ano de Isso se deve à ampliação dos recursos destinados ao FSA por meio da instituição de novo fato gerador para a CONDECINE (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) estabelecido pela Lei /11. A contribuição passou a ser devida também pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas dos serviços de telecomunicações. Foram oferecidas oportunidades de apoio a todas as etapas da produção audiovisual, desde o desenvolvimento de projetos até a comercialização, passando pela produção de conteúdo independente para as salas de cinema e telas das TVs aberta e por assinatura, como pode-se observar na descrição das linhas seguir: CINEMA PRODECINE 01 - Aporte na Produção de obras com destinação para cinema - R$ 30 Milhões PRODECINE 02 - Aporte na Produção via Distribuidoras - R$ 55 Milhões PRODECINE 03 - Comercialização de Obras - R$ 5 Milhões PRODECINE 04 - Complementação à Produção - R$15 Milhões PRODECINE 05 - Nova linha - Produção de Linguagem Inovadora e Relevância Artística - R$ 20 Milhões TV PRODAV 01 - Produção para TV (obras seriadas de ficção, documentário e animação e de telefilmes documentários) - R$ 50 milhões

35 PRODAV 02 - Nova linha - Programação de conteúdo para TV (Projetos préselecionados para as grades de programação dos canais de televisão aberta e paga) - R$ 30 milhões PRODAV 03 Nova linha - Núcleos Criativos - Desenvolvimento de carteira de projetos de obras e de formatos - R$ 18 milhões PRODAV 04 Nova linha - Laboratórios de Desenvolvimento - Desenvolvimento de obras e formatos, iniciando com atividades de Laboratório - R$ 10 milhões PRODAV 05 Nova linha - Desenvolvimento de Projetos - Desenvolvimento de obras audiovisuais e de formatos - R$ 5 milhões PRODAV Suplementação - Suplementação de Recursos para Chamadas Públicas dos Estados, do Distrito Federal e de Capitais - Medida é a principal ação da ANCINE para o estímulo à estruturação de políticas públicas locais para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro - R$ 50 milhões Os limites do antigo desenho organizacional e a necessidade de reorganização da estrutura da ANCINE ficaram evidentes após a aprovação da /11 e a estruturação do PRODAV - Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro. Ademais, o Mapa Estratégico 21 da ANCINE, aprovado em 2013, também destacou a necessidade de se Manter Adequada a Estrutura Organizacional, incorporando-a como um objetivo estratégico. 21 O Mapa Estratégico é uma ferramenta que traduz a estratégia da ANCINE e sintetiza os seus grandes desafios. Foi elaborado no âmbito do Programa Modernizando a Gestão Pública - Gestão Estratégica com BSC, uma iniciativa da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, do Conselho de Governo.

36 Figura 1 - Mapa Estratratégico da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) Para a efetivação do novo modelo organizacional, a realização do concurso público para provimento de cargos de nível superior (Analista Administrativo e Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual), em 2013, e a autorização especial para nomeação, em 2014, de novos Técnicos em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual aprovados no Concurso Público de 2012 foram fatores primordiais.

37 Figura 2 Antiga estrutura organizacional da Agência Naciona do Cinema (ANCINE)

38 Figura 3 Nova estrutura Organizacional da Agência Nacional do Cinema (ANCINE)

39 A nova estrutura organizacional da ANCINE entrou em vigor em 2014, com a publicação do Regimento Interno e da Norma Complementar no Diário Oficial da União. Como destaques da nova estrutura organizacional estão a criação da Secretaria de Políticas de Financiamento, que irá auxiliar a Diretoria Colegiada no desenho da estratégia e na supervisão das atividades de fomento; a criação das coordenações de Suporte Automático e de Suporte Seletivo no âmbito da Superintendência de Desenvolvimento Econômico; e a criação das coordenações de Estudos Regulatórios e Concorrenciais e do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual no âmbito da Superintendência de Análise de Mercado, antiga Superintendência de Acompanhamento de Mercado. Posteriormente, em julho de 2014, foi realizada uma suplementação de R$ 480 milhões para linhas recursos às linhas do PRODAV já existentes e novas linhas como, por exemplo, a de produção de conteúdos para veiculação em TVs do campo público além de mais R$ 310 milhões para ações do Programa Cinema Perto de Você, totalizando mais de R$ 1,2 bilhões aportados no desenvolvimento do setor audiovisual brasileiro. Todas essas ações foram agrupadas no Programa Brasil de Todas as Telas 22, o maior programa de apoio à produção audiovisual já implementado no Brasil, em relação ao volume de recursos e ao conjunto de iniciativas distribuídas em quatro eixos: 1. Desenvolvimento de projetos, roteiros, marcas e formatos 2. Capacitação e formação profissional 3. Produção e difusão de conteúdo brasileiro 4. Expansão e modernização de salas de cinema Além dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o Brasil de todas as telas também se articula com o PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, financiado e coordenado pelo MEC para 22 Fonte: Programa Brasil de Todas as Telas vai investir R$ 1,2 bilhão no setor audiovisual. Site ANCINE. 02 de julho de 2014.

40 oferecer 5 mil bolsas em cursos técnicos que serão oferecidos em 12 cidades e as iniciativas de desenvolvimento regional mobilizam recursos adicionais dos governos estaduais e das capitais para lançamento de editais conjuntos. O Brasil de Todas as Telas também envolve ações para simplificação de procedimentos, compartilhamento de funções e planejamento de gestão para reduzir a burocracia e acelerar os processos de seleção, contratação e acompanhamento dos projetos audiovisuais em execução. O objetivo do Brasil de Todas as Telas é consolidar o plano de investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para expandir a produção independente, com qualidade e diversidade; identificar e desenvolver os arranjos produtivos regionais de produção audiovisual; induzir o crescimento da tv por assinatura e do vídeo por demanda, com base no fortalecimento das programadoras brasileiras; estimular o desenvolvimento do mercado de licenciamentos de conteúdos; promover um ambiente de inovação e concorrência, de parceria entre programadoras e produtoras independentes e de atenção e respeito ao consumidor; ampliar a competitividade internacional das empresas audiovisuais brasileiras e expandir, modernizar e descentralizar o parque exibidor, facilitando o acesso da população ao cinema. Essas foram as principais ações da ANCINE para lidar com os impactos trazidos pela /11.

41 4.2. Impactos no mercado O mercado audiovisual brasileiro já estava vivendo um período de crescimento no momento da publicação da Lei da TV Paga. De acordo com o Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual (PDM), o mercado audiovisual brasileiro, considerado parcialmente (excluídos internet, mídias móveis, vídeo sob demanda e atividades ancilares), movimentou cerca de R$33 bilhões em receitas em As cotas estabelecidas pela Lei para as atividades de programação e empacotamento ajudaram a impulsionar ainda mais esse mercado ao garantirem a demanda por, no mínimo, horas anuais de conteúdos brasileiros de espaço qualificado 23 e estimularam a presença de canais brasileiros de espaço qualificado nos pacotes de programação 24. Por esse motivo, os agentes econômicos (produtores, programadores e empacotadores) tiveram que se estruturar, nos últimos três anos, para lidar com o aquecimento do mercado e cumprirem as obrigações legais impostas pela Lei /11. A primeira mudança observada foi a exibição, na TV Paga, de conteúdos de estoque que estavam nas prateleiras, gerando uma primeira aproximação entre as programadoras e diversas produtoras independentes. Posteriormente, as programadoras tiveram que reorganizar suas áreas de compra de produção e passaram a investir mais no processo de aquisição de conteúdo brasileiro e no desenvolvimento de novos projetos 25. Após a publicação da Lei /11, o total de horas de conteúdo brasileiro exibido por mês triplicou. 23 De acordo com a Instrução Normativa 100, obras audiovisuais que constituem espaço qualificado são aquelas, seriadas ou não, dos tipos ficção, documentário, animação, reality show, videomusical e de variedades. 24 Os canais de espaço qualificado (CEQ), por sua vez, são aqueles que no horário nobre veiculam obras audiovisuais de espaço qualificado no horário nobre de sua programação. 25 Fonte: Canais internacionais e a Lei Meio e Mensagem. Notícias. 14 de Março de 2014.

42 Figura 4: Informe de Acompanhamento do Mercado TV Paga Monitoramento de Programação. Fonte: SAM/ANCINE O número de obras certificadas para TV Paga quadruplicou. Apenas nos três primeiros semestres de 2013 foram emitidos certificados, contra em todo o ano de 2012 e apenas 761 no ano anterior, quando a lei ainda não estava em vigor. Figura 5: Avaliação do Marco Regulatório da TV por Assinatura: A Lei /11 na ANCINE - Fonte: Apresentação de Rosana dos Santos Alcântara - Diretora da ANCINE no VIII Congresso Brasileiro de Regulação - ABAR, Agosto de 2013.

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