A RELAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS COM O ORDENAMENTO BRASILEIRO 1

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A RELAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS COM O ORDENAMENTO BRASILEIRO 1"

Transcrição

1 A RELAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS COM O ORDENAMENTO BRASILEIRO 1 Sumário: Introdução. 1. Breve análise sobre os tratados. 2. Teorias acerca da relação entre direito internacional e direito interno. 3. A integração dos Tratados Internacionais ao Direito brasileiro. 4. Hierarquia dos tratados no ordenamento brasileiro no âmbito da doutrina e Jurisprudência. Considerações finais. Referências. Resumo: O presente artigo tem como escopo a análise do fenômeno da recepção dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. Partindo do estudo de casos da Jurisprudência, pretende verificar os efeitos práticos produzidos no ordenamento brasileiro a partir da incorporação dos tratados internacionais. O desafio à execução do presente trabalho acadêmico é apresentar de forma mais detalhada o estudo do processo de incorporação dos tratados internacionais, da discussão acerca da sua hierarquia do ordenamento jurídico brasileiro, dando ênfase ao entendimento do STF e dos efeitos dessa incorporação. Palavras-chave: Tratados internacionais. Incorporação ao direito brasileiro. Hierarquia dos tratados internacionais. INTRODUÇÃO Durante algum tempo as discussões envolvendo a relação entre o direito interno e o internacional se resumiram a debates teóricos. Essa pouca atenção dispensada ao tema se dava pelo fato de que essa relação entre norma interna e internacional acabaria por atingir a 1 Dorabel Santiago dos Santos Freire Aluna do curso de Direito da FA7, orientada pela profª Ms. Débora Barreto Santana de Andrade (FA7) dorabelfreire@hotmail.com. 1

2 soberania estatal. O primeiro estudo sistemático sobre a matéria foi feito por Heirinch Triepel, em 1899, na obra Volkerrecht und Landesrecht. Atualmente, com o crescimento da globalização e a mudança no papel do Estado ante a comunidade global, o tema vem ganhando a devida relevância teórica e prática. A crescente relação entre Estados fez com que os tratados se tornassem a maior fonte de obrigação internacional sendo, portanto obrigatórios e vinculantes entre os Estados que dele fizerem parte. A primeira Constituição brasileira a tratar sobre a incorporação da norma internacional ao ordenamento interno foi a Constituição de 1988, no artigo 5º, 2º, onde, segundo alguns autores, conferiu conteúdo constitucional dos direitos constantes dos tratados internacionais dos quais o Brasil é parte. O caráter aberto da cláusula constitucional constantes no artigo 5º, 2º fez surgir grande divergência na doutrina e na jurisprudência pátria. Do disposto no referido artigo foram extraídos as seguintes interpretações: primeiramente o direito brasileiro teria adotado sistemas diversos de tratamento para os tratados de direitos humanos e para os tratados tradicionais. A grande divergência doutrinária sobre o assunto é encontrada no âmbito dos tratados de proteção aos direitos humanos, sendo que dessa divergência podem ser extraídas quatro tipos de correntes acerca da sua hierarquia no ordenamento brasileiro: a) a hierarquia supraconstitucional de tais tratados; b) a hierarquia constitucional; c) a hierarquia infraconstitucional, mas supralegal; e d) a paridade hierárquica entre tratado e lei federal. Nesse contexto, em 2004 veio a Emenda Constitucional nº 45 no sentido de responde a discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da hierarquia de tais tratados com a inclusão do 3º ao artigo 5º. O referido parágrafo conferiu caráter constitucional aos tratados de direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, sem, contudo se manifestar acerca dos tratados tradicionais do qual o Brasil faz parte. 1. BREVE ANÁLISE SOBRE OS TRATADOS Tratado internacional é um ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontade entre dois ou mais sujeitos de direito internacional (Hildebrando Accioly et al.,2010). Atualmente os tratados são considerados pela doutrina como a principal fonte geradora de 2

3 obrigações no âmbito internacional para os países signatários, sua disciplina está prevista na Convenção de Viena sobre direito dos tratados de Para que um tratado seja considerado válido ele deverá atender às seguintes condições: capacidade das partes contratantes, habilitação dos agentes signatários, consentimento mútuo e objeto lícito e possível. Quanto ao processo de conclusão os tratados deverão observar às seguintes fases: negociação, assinatura, aprovação, ratificação, promulgação, publicação e registro. Uma vez concluídos ou ratificados, os tratados internacionais vinculam obrigatoriamente os países contratantes por força do princípio pacta sunt servanda previsto no artigo 26 da Convenção de 1969, segundo o qual todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé. Por força desse princípio a revogação de um tratado só poderá ser feita pelos meio fixados pelo DI Geral. A violação deste princípio acarreta a responsabilidade internacional do país violador (Mello, 2004). O artigo 27 da citada Convenção acrescenta ainda que uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Os tratados, em regra, só produzem efeitos perante os países contratantes. De acordo com o artigo 34 da Convenção sobre tratados um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento. Sobre o assunto leciona Mello (2004, p.221): Os tratados excepcionalmente podem produzir efeitos em relação a terceiros Estados. [...]. Uma obrigação só pode ser imposta com o consentimento de terceiro Estado. Um direito pode ser outorgado a um Estado não contratante se ele concordar, ou se nisto consentirem os Estados contratantes. O terceiro Estado pode se opor a isto.entretanto, se esse terceiro Estado exercer o direito que lhe foi outorgado, deverá cumprir as condições estipuladas para o seu exercício no tratado. 2. TEORIAS ACERCA DA RELAÇÃO ENTRE DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO INTERNO Atualmente na doutrina podemos destacar algumas teorias que buscam explicar a relação estabelecida entre a lei internacional e a lei interna, sendo as mais relevantes a teoria dualista e a teoria monista. 3

4 Para a concepção dualista, o ordenamento internacional e o ordenamento interno são compartimentos estanques, não havendo, portanto qualquer integração de um com o outro. No âmbito dessa teoria só é possível falar em incorporação do tratado internacional, ou seja, para que o conteúdo da lei internacional tenha vigência interna deverá ser transformado em direito interno. Sobre essa teoria nos ensina Mello (2004, p.122): Essa concepção conduz à denominada teoria da incorporação, isto é para que uma norma internacional seja aplicada no âmbito interno do Estado, é preciso que este faça primeiro a sua transformação em direito interno, incorporando-a ao seu sistema jurídico. É isso uma conseqüência da completa independência entre as duas ordens jurídicas, o que significa dizer também que não existe uma possibilidade de conflito entre elas. Para Triepel, o primeiro a estudar a matéria de forma sistematizada, (1899) apud Mello (2004, p. 121) a concepção de Direito Internacional e Direito Interno são noções diferentes em virtude de três diferenças existentes nas duas ordens jurídicas. A primeira se refere ao fato de que na ordem internacional o Estado é o único sujeito de direito enquanto que na ordem interna o homem também é incluído como sujeito de direito. A segunda diferença diz respeito às fontes, ou seja, o Direito Interno é o resultado da vontade de um Estado, enquanto que o DI tem como fonte a vontade coletiva dos Estados, que se manifestam expressamente nos tratados e tacitamente no costume. A terceira diferença diz respeito ao fato de que a ordem interna esta baseada em um sistema de subordinação enquanto que a internacional esta baseada no sistema de coordenação. Mello (2004, p. 122) elenca com clareza e maestria algumas críticas a essa teoria: É o dualismo passível de uma série de crítica: a) o homem é também sujeito internacional, uma vez que tem direitos e deveres outorgados diretamente pela ordem internacional; b) o direito não é produto da vontade nem de um Estado, nem de vários Estados. O voluntarismo é insuficiente para explicar a obrigatoriedade do costume internacional; c) Kelsen observa que coordenar e subordinar a uma terceira ordem; assim sendo, a diferença entre as duas ordens não é de natureza, mas de estrutura, isto é, uma simples diferença de graus [...] Em oposição ao dualismo, a teoria monista defende a existência de uma única ordem jurídica, ou seja, o Direito Internacional e o Interno formam uma unidade, um sistema 4

5 coeso. Essa corrente se divide em duas posições: uma, que defende a primazia do direito interno e outra, a primazia do direito internacional. Para os defensores do monismo com primazia no direito interno não existem duas ordens jurídicas diversas, mas apenas uma, o DI é o direito interno que os Estados aplicam na sua vida internacional. Mello (2004, p. 123) apresenta algumas críticas a essa vertente da teoria monista: A primeira e mais importante de todas é que ela nega a existência do próprio DI como um direito autônomo, independente. Ela o reduz a um simples direito estatal. [...]. Essa teoria não se encontra de acordo com a prática internacional: se a validade dos tratados internacionais repousasse nas normas constitucionais que estabelecem o seu modo de conclusão, como sustentara Wenzel, toda modificação na ordem constitucional por um processo revolucionário deveria acarretar a caducidade de todos os tratados, concluídos na vigência do regime anterior. Já para os defensores do monismo com primazia no Direito Internacional, a lei internacional posiciona-se acima do ordenamento interno dos Estados que com ela consentirem. A conseqüência dessa concepção é a relativização da noção de soberania estatal. Negar a superioridade do DI importa negar a sua própria existência, já que os Estados por serem soberanos não estariam subordinados a qualquer ordem jurídica que lhes fosse superior (Mello, 2004, p.124). Além dessas teorias surgiram também algumas outras que tentam conciliar o entendimento entre essas duas principais teorias. Dentre elas podemos destacar a teoria que defende a independência das duas ordens jurídicas e a coordenação de ambas sob o direito natural. Tal teoria admite ainda a responsabilidade do Estado por norma interna violadora do DI. Outra teoria que merece destaque foi a defendida na URSS, segundo a qual, o DI e o Direito interno estão ligados de tal forma que um tratado revoga uma lei anterior, bem como a lei posterior revoga um tratado anterior (v. Bernard Ramundo apud Mello, 2004, p. 126). Diante das várias teorias existentes, podemos resumi-las da seguinte maneira: DI e Direito interno como ordenamento impermeáveis somente poderiam se relacionar através da transformação daquela em Direito interno (teoria dualista); O DI e o Direito Interno integrariam uma unidade sendo que o DI deveria esta acima do Direito interno (monismo com primazia do Direito Internacional) ou o Direito interno deveria estar acima do DI (monismo com primazia do Direito interno). 5

6 3. A INTEGRAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS AO DIREITO BRASILEIRO A primeira Constituição brasileira a tratar sobre a incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento interno foi a CF/88. Dispõe o 2º do artigo 5º que os direitos e garantias previstos na Constituição não excluem outros direitos decorrentes [...] dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. As exigências para o processo de elaboração dos tratados internacionais variam em cada Estado. Em regra, a elaboração de um tratado tem início com a negociação, conclusão e assinatura do mesmo (Piovesan, 2011). Dispõe a CF/88 no artigo 84, VII que compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos ao referendo do Congresso Nacional. Uma vez assinado pelo Poder Executivo, o tratado deverá ser submetido à apreciação e à aprovação pelo Poder Legislativo, competência privativa do Congresso Nacional, e somente após essa etapa haverá o ato de ratificação pelo Poder Executivo. A partir de então o Estado estará juridicamente vinculado e obrigado no plano internacional, e o tratado passa a integrar o ordenamento jurídico (Piovesan, 2011). Logo, para que um tratado seja aperfeiçoado e incorpore o ordenamento brasileiro dependerá de um ato complexo consubstanciado no encontro de vontades do Presidente da República e do Congresso Nacional. O status/hierarquia da norma internacional já incorporada ao ordenamento brasileiro vai depender da matéria disposta no tratado, conforme veremos no tópico seguinte. 4. HIERARQUIA DOS TRATADOS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO NO ÂMBITO DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA O entendimento acerca da hierarquia dos tratados internacionais sempre foi bastante controverso na doutrina e jurisprudência brasileira. Antes da Constituição de 1988 e até 1977, o entendimento do Supremo Tribunal Federal era no sentido de que a ordem interna era derivada da ordem jurídica internacional, ou seja, o DI estaria em posição superior ao Direito interno (Piovesan, 2011, p. 113). A partir de 1977 o entendimento da Suprema Corte 6

7 foi no sentido de que os tratados internacionais e as leis federais apresentavam a mesma hierarquia jurídica. Desde 1977 o Supremo Tribunal Federal, com base nesse raciocínio, acolhe o sistema que equipara juridicamente o tratado internacional à lei federal. Com efeito, no julgamento do Recurso Extraordinário n ,em 1997, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que os tratados internacionais estão em paridade com a lei federal, apresentando a mesma hierarquia que esta (Piovesan, 2011, p.113). Já em 1995, em grau de habeas corpus, o STF decidiu, ao enfrentar a questão da influência do Pacto de São José da Costa Rica, que proíbe a prisão civil por dívida, salvo no caso de alimentos, decidiu que inexiste no modelo constitucional vigente no Brasil, qualquer primazia hierárquico-normativa dos tratados internacionais sobre o direito positivo interno, sobretudo em face das cláusulas inscritas no texto da Constituição da República, eis que a ordem normativa externa não se superpõe, em hipótese alguma, ao que prescreve a Lei Fundamental da República (Piovesan, 2011, p. 115). que: Em sentido contrário ao entendimento do STF, Piovesan (2011, p. 116) leciona Acredita-se, ao revés, que conferir hierarquia constitucional aos tratados de direitos humanos, com a observância do princípio da prevalência da norma mais favorável, é interpretação que se situa em absoluta consonância com a ordem constitucional de 1988, bem como com sua racionalidade e principiologia. A forma com 2º do artigo 5º da CF/88 foi redigido gerou bastante divergência na doutrina e no entendimento dos tribunais. De acordo com a redação do referido artigo pode-se interpretar que o legislador constituinte teve a intenção de oferecer tratamento diferente para os tratados tradicionais e outro para os tratados protetores de direitos humanos. Ao lado desses dois entendimentos também se destacam outras duas correntes doutrinárias. Uma dessas correntes defende a hierarquia supraconstitucional dos tratados dos direito humanos, enquanto a outra defende a hierarquia infraconstitucional, mas supralegal, dos tratados de direitos humanos. Hildebrando Accioly apud Piovesan (2011, p.121) defende a supraconstitucionalidade do Direito Internacional argumentando que: 7

8 É licito sustentar-se, de acordo, aliás, com a opinião da maioria dos internacionalistas contemporâneos, que o Direito Internacional é superior ao Estado, tem supremacia sobre o direito interno, por isso que deriva de um principio superior à vontade dos Estados. Não se dirá que o poder do Estado seja uma delegação do direito internacional; mas parece incontestável que este constitui um limite jurídico ao dito poder [...]. Devido a grande divergência doutrinária e jurisprudencial sobre a hierarquia dos tratados no ordenamento brasileiro e com a finalidade dar resposta a essa discussão foi introduzido pela Emenda Constitucional n.45 o 3º no artigo 5º com a seguinte redação, transcrito in verbis: Art. 5º, 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Emendas Constitucionais. No entanto, a inserção do dispositivo na Constituição não foi suficiente para dirimir por completo a controvérsia na doutrina e na jurisprudência acerca da hierarquia dos tratados internacionais. A jurisprudência do STF é convergente ao sustentar a existência de um regime jurídico misto, fundamentado na diferença de tratamento entre os tratados tradicionais e os tratados de direitos humanos. No que pertine aos tratados tradicionais do qual o Brasil faz parte, a doutrina e jurisprudência são uníssonas em sustentar que aos tratados em geral é atribuída a mesma hierarquia das leis ordinárias. Contudo, em relação aos tratados de direitos humanos, persistem ainda duas correntes: uma em defesa da supralegalidade dos tratados de direitos humanos (tese majoritária) e outra em defesa da tese da constitucionalidade. TO, 03/12/2008): Ao defender a tese da supralegalidade, o Ministro Gilmar Mendes (HC Reconheço que os tratados de direitos humanos tal como fiz o meu voto têm um significado impar, como também já tinha feito o Ministro Sepúlveda Pertence. Mas é claro que a sua condição de validade repousa no texto Constitucional. [...]. O bloco de constitucionalidade não é prejudicado pelo não- reconhecimento expresso da hierarquia constitucional. [...]. Mas fico a imaginar a confusão, diria até a babel que nós podemos instaurar. Primeiro, com a pergunta sobre se determinado tratado é tratado de direitos humanos. [...]. por outro lado, teríamos de reconhecer que esses tratados passam a integrar o catálogo de normas constitucionais com todas as consequências, inclusive no que diz respeito ao controle de constitucionalidade abstrato, 8

9 onde impera o princípio da causa petendi aberta,com a necessidade de aplicação dessas normas sempre que houver essa necessidade. Portanto, estamos aqui realmente num contexto muito específico e que pode provocar uma grave, gravíssima insegurança jurídica. Em defesa da tese da constitucionalidade dos tratados de direitos humanos sustenta o Ministro Celso de Mello (HC TO, 03/12/2008): Deveremos interpretar a convenção internacional e promover, se for o caso, o controle de convencionalidade dos tos estatais internos ou domésticos, em ordem a impedir que a legislação nacional transgrida as cláusulas inscritas em tratados internacionais de direitos humanos. Esse entendimento da Suprema Corte ficou consagrado a partir de 3 de dezembro de 2008, quando a Suprema Corte, por unanimidade negou provimento ao Recurso Extraordinário n , estendeu a proibição da prisão civil por dívida, salvo no caso de inadimplemento de obrigação alimentícia rompendo assim com o entendimento defendido a mais de três décadas, que parificava os tratados internacionais às leis ordinárias (Piovesan, 2011,passim). Piovesan (2011, p. 130) sistematiza com maestria a oscilação de entendimento do Supremo Tribunal Federal dispondo que: Vale realçar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pertinente à hierarquia dos tratados dos direitos humanos tem se revelado marcadamente oscilante, cabendo apontar quatro relevantes precedentes jurisprudenciais: a) o entendimento jurisprudencial até 1977, que consagrava o primado do Direito Internacional; b) a decisão do Recurso Extraordinário n , em 1977, que equiparou juridicamente tratado e lei federal; c) a decisão do Habeas Corpus n , em 2005, que manteve, à luz da Constituição de 1998, a teoria da paridade hierárquica entre tratado e lei federal; e, finalmente, d) a decisão do Recurso Extraordinário n , em 2008, que conferiu aos tratados de direitos humanos uma hierarquia especial e privilegiada, com realce às teses da supralegalidade e da constitucionalidade desses tratados, sendo a primeira a majoritária. O resultado do atual entendimento do STF é de que aos tratados de direitos humanos deve ser aplicado um regime especial e diferenciado foi a edição da súmula vinculante n.31 que dispõe sobre ilicitude da prisão civil por dívida, prisão essa que já era considerada ilícita pelo Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos), in verbis: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 9

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ante o exposto podemos concluir que apesar de toda divergência doutrinária e jurisprudencial os tratados são fontes de obrigações para os países contratantes e como tais não podem ser preteridos em relação ao direito interno. Por se tratar de lei supranacional deverá consequentemente ocupar lugar especial no ordenamento jurídico brasileiro, não podendo simplesmente ser equiparado a lei ordinária. Concluímos ainda que em relação à última decisão do STF, firmou-se o entendimento no sentido de que os Tratados de Direitos Humanos aprovados de acordo com o art. 5º, 3º CF teriam caráter constitucional e os demais Tratados de Direitos Humanos que não fossem aprovados segundo esse quorum gozariam de status supralegal. Já em relação aos demais Tratados, é entendimento da Suprema Corte que eles equiparam-se à lei ordinária. REFERÊNCIAS BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 7. ed. São Paulo: Saraiva, BONAVIDES, Paulo (Coord.); MIRANDA, Jorge (Coord.); AGRA, Walter de Moura (Coord.). Comentários à constituição federal de Rio de Janeiro: Forense, CASELLA, Paulo Borba; ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G. E. do Nascimento e. Manual de direito internacional público. 18. ed. São Paulo: Saraiva, DALLARI, Pedro B. A. Constituição e tratados internacionais. São Paulo: Saraiva, MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 15. ed. Rio de Janeiro: Renovar, PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 12. ed. São Paulo: Saraiva,

11 < Acesso em: 23 abr < Acesso em: 15 maio < Acesso em: 15 maio

ISSN XXXX YYYY (vol. 1, n. 1. jul. dez )

ISSN XXXX YYYY (vol. 1, n. 1. jul. dez ) 193 RELAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS COM O ORDENAMENTO BRASILEIRO RESUMO Dorabel Santiago dos Santos Freire * O presente artigo tem como escopo a análise do fenômeno da recepção

Leia mais

A necessidade de proteção e efetividade aos direitos humanos, em sede internacional, possibilitou o surgimento de uma disciplina autônoma ao Direito

A necessidade de proteção e efetividade aos direitos humanos, em sede internacional, possibilitou o surgimento de uma disciplina autônoma ao Direito Profa. Andrea Wild A necessidade de proteção e efetividade aos direitos humanos, em sede internacional, possibilitou o surgimento de uma disciplina autônoma ao Direito Internacional Público, com denominação

Leia mais

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade difuso está presente no ordenamento jurídico

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade difuso está presente no ordenamento jurídico CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucionalidade difuso está presente no ordenamento jurídico 1 brasileiro desde a Constituição Provisória da República de 1890, tendo como inspiração

Leia mais

Aula nº. 2 CONTROLE DE VALIDADE: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE 1

Aula nº. 2 CONTROLE DE VALIDADE: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE 1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Controle de Constitucionalidade - 2 Professor(a): Luis Alberto Monitor(a): Sarah Padilha Gonçalves Aula nº. 2 CONTROLE DE VALIDADE: CONTROLE

Leia mais

Estado e relações entre direito interno e direito internacional. Conflitos e aporia.

Estado e relações entre direito interno e direito internacional. Conflitos e aporia. Estado e relações entre direito interno e direito internacional. Conflitos e aporia. Profa. Me. Érica Rios erica.carvalho@ucsal.br PROBLEMAS Hierarquia entre normas internacionais e direito interno? Como

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Conflitos entre Tratados Internacionais. Conflitos entre Tratados Internacionais e normas de Direito interno Parte 1 Profa. Renata Menezes . No Brasil, a Constituição Federal

Leia mais

DIREITOS HUMANOS Professor Luis Alberto

DIREITOS HUMANOS Professor Luis Alberto DIREITOS HUMANOS Professor Luis Alberto Características dos Direitos Humanos BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE (ADI 514/PI)*** Normas Constitucionais Originárias Normas Constitucionais Derivadas (E.C.) Tratados

Leia mais

DIREITOS HUMANOS. Direitos Humanos no Ordenamento Nacional. Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro

DIREITOS HUMANOS. Direitos Humanos no Ordenamento Nacional. Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro DIREITOS HUMANOS Direitos Humanos no Ordenamento Nacional Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro Profª. Liz Rodrigues - A proteção da dignidade da pessoa humana pode

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Parte 6 Prof.ª Liz Rodrigues - Art. 5º, 3º, CF/88: os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada

Leia mais

DIREITOS HUMANOS E A CONSTITUIÇÃO

DIREITOS HUMANOS E A CONSTITUIÇÃO DIREITOS HUMANOS E A CONSTITUIÇÃO Aula 06 NOS CAPÍTULOS ANTERIORES... Identificamos a evolução histórica dos direitos humanos Direitos Humanos Direitos fundamentais Geração x Dimensões Documentos Históricos

Leia mais

Internalização dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro

Internalização dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro Internalização dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro Sabrina Aves Zamboni Advogada. Mestre (a) em Direito Público pela PUC/ Minas. Professora de Direito Constitucional da Faculdade

Leia mais

TEMAS INTRODUTÓRIOS Vídeo: Prisão Parte I do início até 1:29:58

TEMAS INTRODUTÓRIOS Vídeo: Prisão Parte I do início até 1:29:58 AULA AO VIVO TEMAS INTRODUTÓRIOS Vídeo: Prisão Parte I do início até 1:29:58 Prisão: é a privação da liberdade de locomoção. Pode ser praticado por particular, pode ser provocada por vontade própria e

Leia mais

O ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO E O DUPLO CONTROLE DE VERTICALIDADE

O ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO E O DUPLO CONTROLE DE VERTICALIDADE O ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO E O DUPLO CONTROLE DE VERTICALIDADE SCHNEIDER, Débora 1 ; FALCONI, Adalberto 2 Resumo O estudo do controle de convencionalidade, ou duplo controle de verticalidade, mostra-se,

Leia mais

Aula nº 06 (Introdução ao Estudo do Direito Constitucional) TRATADOS INTERNACIONAIS

Aula nº 06 (Introdução ao Estudo do Direito Constitucional) TRATADOS INTERNACIONAIS Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Introdução ao Estudo do Direito Constitucional Aula 05 Professor(a): Luís Alberto Monitor(a): Ana Cristina Miguel de Aquino Aula nº 06 (Introdução

Leia mais

Aula nº Estrutura Normativa - Pirâmide de Kelsen Hierarquia das Normas

Aula nº Estrutura Normativa - Pirâmide de Kelsen Hierarquia das Normas Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Penal Objetivo Aula: Direito Constitucional Penal Objetivo Aula 01 Professor(a): Marcelo Leonardo Tavares Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 01. 1. Estrutura

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Fontes do Direito Internacional Público: Tratados Internacionais Parte1 Profa. Renata Menezes . Iter procedimental da celebração dos Tratados. Tratados = Atos solenes. Logo,

Leia mais

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS Na apostila de Direitos Humanos Teoria Geral dos Direitos Humanos, é frisado como pontos centrais (de acordo com o edital e última prova): 1. CONCEITO E EVOLUÇÃO DOS DIREITOS

Leia mais

Legislação Previdenciária

Legislação Previdenciária Legislação Previdenciária Fontes Hierarquia (ordem de graduação) Autonomia (entre os diversos ramos) Aplicação (conflitos entre normas) Vigência Interpretação (existência de norma) Integração (ausência

Leia mais

OAB 1ª Fase Final de Semana. 1. A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos:

OAB 1ª Fase Final de Semana. 1. A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos: Professora: Carolinne Brasil Assunto: Teoria Geral Questões: OAB 1ª Fase Final de Semana 1. A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos: Art. X. As normas desta Constituição poderão

Leia mais

Direitos Humanos e Direitos Fundamentais

Direitos Humanos e Direitos Fundamentais XII Mostra de Iniciação Científica Pós-graduação, Pesquisa e Extensão Universidade de Caxias do Sul. Com os olhos voltados à Pesquisa, ao Desenvolvimento e à Inovação Direitos Humanos e Direitos Fundamentais

Leia mais

Textos, filmes e outros materiais. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Conteúdos/ Matéria. Tipo de aula.

Textos, filmes e outros materiais. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Conteúdos/ Matéria. Tipo de aula. PLANO DE CURSO DISCIPLINA: ORGANIZAÇÕES E TRATADOS INTERNACIONAIS (CÓD. ENEX 60146) ETAPA: 9ª TOTAL DE ENCONTROS: 15 SEMANAS Semana Conteúdos/ Matéria Categorias/ Questões Tipo de aula Habilidades e Competências

Leia mais

1. Introdução. 1 ADI MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 18 mai

1. Introdução. 1 ADI MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 18 mai 1. Introdução A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é responsável pela elaboração de normas internacionais que protegem direitos trabalhistas. Estas normas dividem-se em convenções e recomendações

Leia mais

Noções de Direito Administrativo e Constitucional

Noções de Direito Administrativo e Constitucional Considerações iniciais Considera-se Direito como um sistema normativo do qual são extraídos imperativos de conduta. Embora seja único e indivisível, a subdivisão se torna uma prática importante para o

Leia mais

PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO

PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO 1 DIREITO CONSTITUCIONAL PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO O conceito clássico (tradicional) afirma que constituição é um conjunto de

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Turma/Ano: Direito Internacional Público (2015) Matéria/Data: Denominação. Existência. Relação com o Direito Interno (05/08/15) Professor: Luiz Oliveira Castro Jungstedt Monitora: Márcia Beatriz Aula 01

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O STF e a nova hierarquia dos tratados de direitos humanos no Brasil: do status de lei ordinária ao nível supralegal Luiz Flávio Gomes * Antiga e consolidada doutrina nacional sempre

Leia mais

Prof. Daniel Sica da Cunha

Prof. Daniel Sica da Cunha Prof. Daniel Sica da Cunha Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Artigo 38: 1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam submetidas, deverá aplicar:

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Prof. Gisela Esposel - : - Artigo 5º, inciso LXVII da CR/88 não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário

Leia mais

Sumário. Capítulo 2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS

Sumário. Capítulo 2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS Sumário ABREVIATURAS E SIGLAS USADAS INTRODUÇÃO PARTE I TEORIA GERAL DOS TRATADOS CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL 1.1 Antecedentes históricos 1.2 A Codificação do Direito dos Tratados 1.3 A Convenção

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da competência julgamento de habeas corpus Prof. Gisela Esposel - Trata-se de uma ação constitucional e propicia o reexame de qualquer tipo de provimento - Verifica-se a celeridade

Leia mais

ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas

ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: Nosso ordenamento jurídico estabelece a supremacia da Constituição Federal e, para que esta supremacia

Leia mais

Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula Direito Previdenciário para o Concurso do INSS

Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula Direito Previdenciário para o Concurso do INSS Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula 001-005 Direito Previdenciário para o Concurso do INSS Fontes Hierarquia (ordem de graduação) Autonomia (entre os diversos ramos) Aplicação (conflitos entre

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Fontes do Direito Internacional Público: Tratados Internacionais Parte 3 Profa. Renata Menezes . Adesão aos tratados: Quem não negociou, não assinou ou não ratificou tratado

Leia mais

O Artigo 98 do CTN Comentários sobre o dispositivo que nunca deveria ter existido

O Artigo 98 do CTN Comentários sobre o dispositivo que nunca deveria ter existido 13/10/2016 O Artigo 98 do CTN Comentários sobre o dispositivo que nunca deveria ter existido Sergio André Rocha sergio.andre@sarocha.com.br www.sarocha.com.br O Artigo 98 do CTN foi Consequência de um

Leia mais

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Competência De acordo com o art. 102, I, a, CR(Constituição da República Federativa do Brasil), compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente,

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. Professor Juliano Napoleão

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. Professor Juliano Napoleão DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Professor Juliano Napoleão UNIDADE 4 Processo de elaboração e incorporação de Tratados de Direito Internacional Público 4.1 Processo de elaboração dos tratados Negociação;

Leia mais

CURSO DE DIREITO. SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14); FACULDADE ICESP / ISSN: Danusa Ravena da Silva Feitosa Ana Cecilia

CURSO DE DIREITO. SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14); FACULDADE ICESP / ISSN: Danusa Ravena da Silva Feitosa Ana Cecilia CURSO DE DIREITO ANÁLISE DA SUPRALEGALIDADE DO PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA EM VIRTUDE DA VEDAÇÃO DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL, PERMITIDA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ANALYSIS OF THE SUPRALEGALITY OF

Leia mais

AULA A primeira classificação decorre da própria localização dos direitos fundamentais na Constituição: Direitos individuais e coletivos

AULA A primeira classificação decorre da própria localização dos direitos fundamentais na Constituição: Direitos individuais e coletivos Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Constitucional / Aula 21 Professor: Marcelo Leonardo Tavares Monitora: Mariana Simas de Oliveira Conteúdo da aula: Direitos Fundamentais (cont.). AULA

Leia mais

Aula 01. Isso se deu por meio de uma atualização feita pela Emenda Constitucional 45 em 2004:

Aula 01. Isso se deu por meio de uma atualização feita pela Emenda Constitucional 45 em 2004: Página1 Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 01 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta Aula 01 Indicações Bibliográfica: Direito Constitucional Esquematizado Pedro

Leia mais

Pensando a filosofia, o direito e a política de forma crítica.

Pensando a filosofia, o direito e a política de forma crítica. Pensando a filosofia, o direito e a política de forma crítica. Semana do Direito Constitucional 2ª AULA DIREITOS FUNDAMENTAIS Prof. Dr. Thiago Rodrigues-Pereira Principais erros apontados pela Crítica

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - 15 juízes independentes com imunidades diplomáticas

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - 15 juízes independentes com imunidades diplomáticas 1 PONTO 1: CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) PONTO 2: TRATADOS INTERNACIONAIS PONTO 3: IMUNIDADE DE ESTADOS ESTRANGEIROS 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - Sede: Haia - 15 juízes independentes

Leia mais

Mendonça, João Victor Mendes de Gomes e. Direito internacional : aula 1 / João Victor Mendes de Gomes e Mendonça. Varginha, slides : il.

Mendonça, João Victor Mendes de Gomes e. Direito internacional : aula 1 / João Victor Mendes de Gomes e Mendonça. Varginha, slides : il. Mendonça, João Victor Mendes de Gomes e. M539d Direito internacional : aula 1 / João Victor Mendes de Gomes e Mendonça. Varginha, 2015. 42 slides : il. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso:

Leia mais

DIREITOS HUMANOS. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Convenção Americana sobre Direitos Humanos Parte 2

DIREITOS HUMANOS. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Convenção Americana sobre Direitos Humanos Parte 2 DIREITOS HUMANOS Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos Convenção Americana sobre Direitos Humanos Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Garantias judiciais (art. 8º):

Leia mais

A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 1 A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO * Priscilla Damasceno Silveira Advogada, graduada pela Faculdade de Direito de Ipatinga. Email: pridamasilveira@gmail.com

Leia mais

Curso de Direitos Humanos para AFT Teoria e Questões - Aula 00 Tratados Internacionais Professor: Ricardo S. Torques

Curso de Direitos Humanos para AFT Teoria e Questões - Aula 00 Tratados Internacionais Professor: Ricardo S. Torques DIREITOS HUMANOS EVOLUEM NA JURISPRUDÊNCIA DO STF REFERENTE À PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL 1 Por ocasião do transcurso dos 60 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada

Leia mais

11 OAB. Direito Internacional e Direitos Humanos. 1ª fase. Paulo Henrique Gonçalves Portela. coleção. 3ª edição revista, ampliada e atualizada

11 OAB. Direito Internacional e Direitos Humanos. 1ª fase. Paulo Henrique Gonçalves Portela. coleção. 3ª edição revista, ampliada e atualizada 11 OAB 1ª fase coleção Organizadores da Coleção: Leonardo Garcia e Roberval Rocha Direito Internacional e Direitos Humanos Paulo Henrique Gonçalves Portela 3ª edição revista, ampliada e atualizada 2017

Leia mais

O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE DO DIREITO BRASILEIRO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VERSUS VALERIO MAZZUOLI RESUMO

O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE DO DIREITO BRASILEIRO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VERSUS VALERIO MAZZUOLI RESUMO O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE DO DIREITO BRASILEIRO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VERSUS VALERIO MAZZUOLI Carlos Eugênio Sousa Silva Júnior Daniele Rodrigues Ferreira Lêide Diel Batista Barbosa de Oliveira

Leia mais

Resolução de Questões de Direito Internacional Público 1- (TRF 5ª Região/1999) Um tratado internacional passa a ser vigente no Brasil e pode ser aplicado pelo juiz, SOMENTE após sua: a) ratificação pelo

Leia mais

Direito internacional público. Aula 8 Direito dos tratados Convenção de Viena de 1969

Direito internacional público. Aula 8 Direito dos tratados Convenção de Viena de 1969 Direito internacional público Aula 8 Direito dos tratados Convenção de Viena de 1969 Convenção de Viena, 1969 Preâmbulo Parte 1 (arts. 1º a 5º): Introdução Parte 2 (arts. 6º a 25): Conclusão e entrada

Leia mais

Aula 01. Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza (ed. 2016) Direito Constitucional Descomplicado, Marcelo Alexandrino (ed.

Aula 01. Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza (ed. 2016) Direito Constitucional Descomplicado, Marcelo Alexandrino (ed. Turma e Ano: Direito Constitucional Objetivo (2016) Matéria / Aula: Direito Constitucional 01 Professor: Luis Alberto Monitor: Gabriel Desterro e Silva Pereira Aula 01 Bibliografia indicada 1 : Direito

Leia mais

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Os tratados internacionais no ordenamento jur?co brasileiro: an?se das rela?s entre o Direito Internacional P?co e o Direito Interno Estatal Resumo: Das relações travadas entre

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA. DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR(A) CIJ061 Direito Internacional Público

PROGRAMA DE DISCIPLINA. DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR(A) CIJ061 Direito Internacional Público PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR(A) CIJ061 Direito Internacional Público CARGA HORÁRIA NOME DO CURSO ANO T P E TOTA L Direito 2010.1 060 - - 060 EMENTA Introdução e desenvolvimento

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Vigência e validade da lei Luiz Flávio Gomes * O Estado constitucional e democrático de Direito, que é muito mais complexo e garantista que o antigo Estado de Direito, caracteriza-se

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, PRIVADO E DIREITOS HUMANOS

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, PRIVADO E DIREITOS HUMANOS DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, PRIVADO E DIREITOS HUMANOS PROVAS DISCURSIVAS RESPONDIDAS E COMENTADAS 2ª edição Revista, ampliada e atualizada 2018 CAP. 1 TRATADOS CAPÍTULO 1 TRATADOS QUESTÕES 1. (AGU

Leia mais

PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO

PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO 1 DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL PONTO 1: Constituição, conceito. PONTO 2: Classificação das Constituições 1. CONSTITUIÇÃO - CONCEITO O conceito clássico (tradicional) afirma que constituição

Leia mais

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA O CONFLITO ENTRE NORMAS EXTERNAS E INTERNAS E A INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 1 THE CONFLICT BETWEEN EXTERNAL AND INTERNAL STANDARDS AND THE INCORPORATION

Leia mais

FONTES DO DIREITO. Prof. Thiago Gomes

FONTES DO DIREITO. Prof. Thiago Gomes Prof. Thiago Gomes 1. CONTEXTUALIZAÇÃO QUAL FONTE VOCÊ PRECISA? 2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Expressão designa todas as representações que, de fato, influenciam a função criadora e aplicadora do Direito.

Leia mais

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO CONSTITUCIONAL

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO CONSTITUCIONAL P á g i n a 1 PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Na Federação Brasileira, os Estados-Membros: I organizam-se e regem-se pelas respectivas Constituições, ainda que contrariem alguns

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL. Tratados Internacionais

DIREITO INTERNACIONAL. Tratados Internacionais DIREITO INTERNACIONAL Tratados Internacionais Conceito e nomenclatura Validade no Brasil Estrutura Profª Luciana Romano Morilas 1 Constituição Federal Na CF, há vários dispositivos que remetem aos Tratados

Leia mais

PROVA ESCRITA DE NOÇÕES DE DIREITO E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

PROVA ESCRITA DE NOÇÕES DE DIREITO E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO PROVA ESCRITA DE NOÇÕES DE DIREITO E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Nesta prova, faça o que se pede, utilizando, caso deseje, os espaços indicados para rascunho. Em seguida, escreva os textos definitivos

Leia mais

Teoria do Estado e da Constituição Prof. Dr. João Miguel da Luz Rivero ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

Teoria do Estado e da Constituição Prof. Dr. João Miguel da Luz Rivero ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO Teoria do Estado e da Constituição Prof. Dr. João Miguel da Luz Rivero jmlrivero@gmail.com ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino As normas de uma nova Constituição

Leia mais

Noções Gerais de Direitos Humanos

Noções Gerais de Direitos Humanos Direitos Humanos Noções Gerais de Direitos Humanos Direitos Humanos Nenhum homem é uma ilha, um ser inteiro, em si mesmo; todo homem é uma partícula do continente, uma parte da terra. A morte de um único

Leia mais

ÍNDICE GERAL. Nota à primeira edição. Capítulo I O Direito Internacional

ÍNDICE GERAL. Nota à primeira edição. Capítulo I O Direito Internacional ÍNDICE GERAL Nota à primeira edição Capítulo I O Direito Internacional l. a - Formação e evolução 1. Direito Internacional e história 9 2. O Direito Internacional clássico 11 3. O Direito Internacional

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA ANO / SEMESTRE LETIVO. Direito h 9º EMENTA

PROGRAMA DE DISCIPLINA ANO / SEMESTRE LETIVO. Direito h 9º EMENTA CURSO Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana Autorizada pela Portaria Ministerial nº 552 de 22 de março de 2001 e publicada no Diário Oficial da União de 26 de março de 2001. Endereço: Rua Juracy

Leia mais

A SÚMULA VINCULANTE 25/09 E A MUDANÇA DE ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

A SÚMULA VINCULANTE 25/09 E A MUDANÇA DE ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL A SÚMULA VINCULANTE 25/09 E A MUDANÇA DE ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Resumo Erick Drean Pereira da Costa 1 Este trabalho trata da mudança de entendimento da E. Suprema Corte brasileira acerca

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 28/10/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 18.758 DISTRITO FEDERAL RELATORA AGTE.(S) ADV.(A/S) AGDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. CÁRMEN LÚCIA

Leia mais

Objetivos: Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional brasileira.

Objetivos: Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional brasileira. DISCIPLINA: CONSTITUCIONAL I CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 CRÉDITOS: 04 CÓDIGO: DIR 02-07411 Dar ao aluno noções gerais sobre o Estado e a ordem social e oferecer-lhe o pleno conhecimento da organização constitucional

Leia mais

Prof. Thaysa Prado. DIREITO INTERNACIONAL Tratados Internacionais

Prof. Thaysa Prado. DIREITO INTERNACIONAL Tratados Internacionais Prof. Thaysa Prado DIREITO INTERNACIONAL Tratados Internacionais Classificação formal 1) Segundo a qualidade das partes distingue-se entre tratados concluídos entre Estados, entre Estados e OIs, e entre

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N o 2.379, DE 2006 (MENSAGEM N o 20, de 2006) Aprova o texto do Tratado sobre Extradição entre o Governo da República Federativa

Leia mais

Parte II Espécies Normativas PROCESSO LEGISLATIVO

Parte II Espécies Normativas PROCESSO LEGISLATIVO Parte II Espécies Normativas PROCESSO LEGISLATIVO I. EMENDAS CONSTITUCIONAIS LIMITAÇÕES Expressas Materiais Cláusulas pétreas CF, art. 60, 4º. Circunstanciais CF.art. 60, 1º. Formais Referentes ao processo

Leia mais

Direito Constitucional SESSÃO DA TARDE ESPECIAL COM A PROFESSORA BRUNA VIEIRA

Direito Constitucional SESSÃO DA TARDE ESPECIAL COM A PROFESSORA BRUNA VIEIRA Direito Constitucional SESSÃO DA TARDE ESPECIAL COM A PROFESSORA BRUNA VIEIRA 1 DICAS DE CONSTITUCIONAL PARA O EXAME DE ORDEM Prof. ª Bruna Vieira ATENÇÃO!! * A doutrina constitucional majoritária e a

Leia mais

Rodrigo Lôbo Mariano A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Rodrigo Lôbo Mariano A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO UniCEUB Centro Universitário de Brasília Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Rodrigo Lôbo Mariano A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Brasília,

Leia mais

Direito Constitucional

Direito Constitucional Barbara Rosa Direito Constitucional Recurso Especial e Extraordinário RECURSO ESPECIAL: Competência do STJ. Art. 104, III da CF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO: Competência do STF. Art. 102, III da CF. RECURSO

Leia mais

O DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO ESTADUAL EM KELSEN RESUMO

O DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO ESTADUAL EM KELSEN RESUMO O DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO ESTADUAL EM KELSEN Andiara Flores 1 RESUMO O presente paper é caracterizado como ensaio, pois é parte inicial de uma pesquisa em desenvolvimento sobre as normas ambientais

Leia mais

Fontes do Direitos: Constituição, lei, costumes, jurisprudência, doutrina e contrato. A Constituição Federal e os tópicos da Economia

Fontes do Direitos: Constituição, lei, costumes, jurisprudência, doutrina e contrato. A Constituição Federal e os tópicos da Economia Fontes do Direitos: Constituição, lei, costumes, jurisprudência, doutrina e contrato. A Constituição Federal e os tópicos da Economia No Brasil, vigora o princípio da Supremacia da Constituição, segundo

Leia mais

Instituições de direito FEA

Instituições de direito FEA Instituições de direito FEA CAMILA VILLARD DURAN CAMILADURAN@USP.BR Apresentação: Módulo I! O que é o direito? O que é lei?! Qual é o papel institucional do Legislativo e do Executivo, notadamente no processo

Leia mais

TÍTULO: PRINCIPAIS CLÁUSULAS DA CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

TÍTULO: PRINCIPAIS CLÁUSULAS DA CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 16 TÍTULO: PRINCIPAIS CLÁUSULAS DA CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES):

Leia mais

TST não pode contrariar normas ao definir ultratividade de acordos

TST não pode contrariar normas ao definir ultratividade de acordos TST não pode contrariar normas ao definir ultratividade de acordos Por Gustavo Filipe Barbosa Garcia Há intenso debate a respeito da integração dos direitos previstos em instrumentos normativos coletivos

Leia mais

A PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL NO BRASIL E A SUPRA- LEGALIDADE

A PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL NO BRASIL E A SUPRA- LEGALIDADE A PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL NO BRASIL E A SUPRA- LEGALIDADE Beatriz Dias NASCIMENTO 1 Cláudio José Palma SANCHEZ 2 RESUMO: O presente artigo busca mostrar a evolução da prisão civil do depositário

Leia mais

HÁ HIERARQUIA ENTRE LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA?

HÁ HIERARQUIA ENTRE LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA? HÁ HIERARQUIA ENTRE LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA? André Luiz Filo-Creão G. da Fonseca 1 Resumo: O Presente artigo visa expor e analisar uma das matérias que nos dias de hoje, na doutrina Constitucionalista

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Aula Inaugural -Teoria Geral da Constituição Profº.. Francisco De Poli de Oliveira OBJETIVOS 1. Conhecer a Teoria Geral da Constituição; 2. Aplicar os conhecimentos aprendidos na

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA VICE-REITORIA ACADÊMICA. DISCIPLINA Teoria da Constituição e Organização do Estado

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA VICE-REITORIA ACADÊMICA. DISCIPLINA Teoria da Constituição e Organização do Estado CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA VICE-REITORIA ACADÊMICA ÁREA DE CONHECIMENTO Ciências Sociais Aplicadas DISCIPLINA Teoria da Constituição e Organização do Estado CÓDIGO GDIR1009 CRÉDITOS 4(4/0) TOTAL

Leia mais

Constitucional. Informativos STF e STJ (julho/2017)

Constitucional. Informativos STF e STJ (julho/2017) Constitucional Informativos STF e STJ (julho/2017) Professor Marcelo Tavares www.masterjuris.com.br TEMA: PROCESSO LEGISLATIVO INFORMATIVO 870 PROCESSO : MS 27931/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgamento

Leia mais

Direito Internacional Privado Joyce Lira

Direito Internacional Privado Joyce Lira Direito Internacional Privado Joyce Lira www.masterjuris.com.br PARTE I 2) Direito Internacional Privado: reflexões sobre o Brasil. Aula 7 Fontes do Direito Internacional Privado. a) História do ensino

Leia mais

O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 466

O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 466 Resenha de Jurisprudência O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 466.343/SP: UM DIVISOR DE ÁGUAS NA ORIENTAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL-STF COM RELAÇÃO À HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS (DE

Leia mais

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Há uma divergência doutrinária sobre a natureza jurídica da DUDH: 1) Parte da doutrina entende que, por não ser tratado/convenção/acordo/ pacto, ela não gera obrigação.

Leia mais

A UTILIZAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS CONSTITUCIONAIS NO DIREITO TRIBUTÁRIO

A UTILIZAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS CONSTITUCIONAIS NO DIREITO TRIBUTÁRIO A UTILIZAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS CONSTITUCIONAIS NO DIREITO TRIBUTÁRIO Leonardo Rocha Hammoud RESUMO: Este artigo discorre suscintamente sobre as espécies normativas utilizadas no direito tributário

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO MASTER JURIS RJ Prof. LUIZ OLIVEIRA CASTRO JUNGSTEDT Agosto/2015 da Aula 2 18 FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA art 38 CONVENÇÕES

Leia mais

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 02 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta. Aula 02

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 02 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta. Aula 02 Página1 Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 02 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta Aula 02 Alteração da Constituição Quantas formas existem para alterar a Constituição

Leia mais

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 (Do Sr. Carlos Sampaio e outros)

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 (Do Sr. Carlos Sampaio e outros) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 (Do Sr. Carlos Sampaio e outros) Acrescenta o 5º ao art. 86, da Constituição da República Federativa do Brasil, para permitir a instauração de investigação

Leia mais

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO... SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO... 13 INTRODUÇÃO... 15 CAPÍTULO I GLOBALIZAÇÃO E CONJUNTURA NORMATIVA INTERNACIONAL... 17 1. A globalização e o sistema normativo internacional: a relação entre o Direito

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Pacto de São José da Costa Rica: uma arma poderosíssima. Em defesa do direito à vida desde a concepção Luiz Carlos Lodi da Cruz* Os militantes pró-vida da Europa olham com santa

Leia mais

O CONFLITO ENTRE NORMAS INTERNAS E INTERNACIONAIS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO: O CASO DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL

O CONFLITO ENTRE NORMAS INTERNAS E INTERNACIONAIS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO: O CASO DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL O CONFLITO ENTRE NORMAS INTERNAS E INTERNACIONAIS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO: O CASO DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL THE CONFLICT BETWEEN INTERNAL AND INTERNATIONAL RULES IN THE BRAZILIAN LEGAL SYSTEM:

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Definição do status jurídico das normas internacionais de direitos humanos.um caminho para maior efetividade Priscila Pereira de Andrade* Introdução No início dos anos 90, doutrinadores

Leia mais

Organograma do exercício da Jurisdição no ordenamento pátrio segundo os parâmetros vigentes na Constituição Federal

Organograma do exercício da Jurisdição no ordenamento pátrio segundo os parâmetros vigentes na Constituição Federal BuscaLegis.ccj.ufsc.br Organograma do exercício da Jurisdição no ordenamento pátrio segundo os parâmetros vigentes na Constituição Federal João Fernando Vieira da Silva salermolima@hotmail.com O exercício

Leia mais

OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMA- NOS E A ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA

OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMA- NOS E A ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA Os tratados internacionais de direitos humanos e a ordem jurídica brasileira 13 OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMA- NOS E A ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA Ana Luísa Souza Sabbagh* Sumário: 1 Introdução;

Leia mais

Período. 3º Período. Eixo de Formação Eixo de Formação Profissional

Período. 3º Período. Eixo de Formação Eixo de Formação Profissional Página 1 de 5 Disciplina DE GRADUACÃO Curso Semestral Código DIREITO CONSTITUCIONAL II 072 Curso Graduação Período 3º Período Turma (s) A, B e D Carga Horária 64 horas-relógio 77 horas-aula Eixo de Formação

Leia mais

QUAL IMPORTÂNCIA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL?

QUAL IMPORTÂNCIA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL? QUAL IMPORTÂNCIA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL? JHONNY SOARES DE SOUSA LAYS FERNANDA LOPES DA SILVA Trata-se de tema cujo aprendizado é constante. Sua importância é cada vez mais suscitada,

Leia mais

Meios de impugnação das decisões judiciais

Meios de impugnação das decisões judiciais Meios de impugnação das decisões judiciais Recurso É um meio de impugnação de determinada decisão judicial, interposto no âmbito do mesmo processo em que fora proferida. Tal impugnação poderá ser feita

Leia mais

AÇÃO DECLATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

AÇÃO DECLATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins AÇÃO DECLATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins A ADC Foi incluída pela EC nº03/1993 Objetivo: Obtenção da declaração de que o ato normativo tem objeto constitucional.

Leia mais