PROJETO BID RG-T2016: OBSERVATORIO DE EMPRENDIMIENTOS EMPRESARIALES E INTEGRACIÓN PRODUCTIVA REGIONAL FLACSO - BID
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- Gabriela Neuza Dinis Abreu
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2 PROJETO BID RG-T2016: OBSERVATORIO DE EMPRENDIMIENTOS EMPRESARIALES E INTEGRACIÓN PRODUCTIVA REGIONAL FLACSO - BID Componente 3: Relevamiento de proyectos de inversión y necesidad de proveedores o clientes de grandes empresas RELATÓRIO FINAL DE CONSULTORIA Brasil Consultora: MARIA DOROTÉA DE AGUIAR BARROS NADDEO 2014
3 APRESENTAÇÃO O presente relatório é o resultado das atividades realizadas no âmbito da Consultoria Individual do Componente 3 do projeto RG-T2016: Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Productiva Regional, firmado entre Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para a identificação e monitoramento dos investimentos realizados e previstos por grandes empresas industriais no Brasil e os que envolvem empresas brasileiras em outros países do Mercosul. O Observatório de Empreendimentos Empresariais e Integração Produtiva Regional tem como finalidade a criação de um Sistema de Informação Regional sobre Empreendimentos Produtivos Regionais (SIREPR), incluindo dados sobre as cadeias produtivas regionais, iniciativas empresariais conjuntas e uma pesquisa de planos de investimentos das empresas regionais e transnacionais no MERCOSUL, que sirva de base para a análise e formulação de políticas públicas. O objetivo é contribuir para uma maior integração produtiva regional e para a melhoria da inserção global dos Estados Partes, bem como a definição de ações estratégicas de agentes públicos e privados. Para alcançar este propósito, o projeto está estruturado em: 1. Levantamento e distribuição geográfica das cadeias de valor regionais; 2. Identificação e monitoramento dos empreendimentos de negócios conjuntos; e 3. Levantamento de projetos de investimento e da necessidade de fornecedores de grandes empresas. O Componente 3 prevê a geração de uma base de dados de investimentos das grandes empresas industriais da região, incluindo suas respectivas demandas de bens e serviços, com o fim de contar com informação relevante para, posteriormente, avaliar e acordar ações de desenvolvimento de fornecedores ou clientes no âmbito do Mercosul. Para a realização do trabalho foram aplicados os critérios e passos estabelecidos na Metodologia 1 desenvolvida pela FLACSO, especificamente para este propósito, sob a supervisão da coordenadora do componente, Cândida Maria Cervieri. 1 MELAMUD, Ariel. Relevamiento de proyectos de inversión de grandes empresas industriales y la necesidad de proveedores o clientes en el MERCOSUR Metodología. BID/RG-T2016, Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Productiva Regional,
4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO, 2 1. INTRODUÇÃO, 4 2. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS, Objetivos da metodologia, Detalhamento das etapas, 7 3. CONSTRUÇÃO DA BASE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO, Definição do universo de projetos de investimentos pesquisados, Aspectos relevantes para o redimensionamento do universo de investimentos, Construção de matriz para classificação das informações, Realização da pesquisa e coleta de informações, Processamento, sistematização e análise das informações, Análise por setor, Análise por origem do capital, Análise por tipo de operação, Análise por localização geográfica, Política de desenvolvimento industrial do Governo Federal e o MERCOSUL, IDENTIFICAÇÃO DE FORNECEDORES E CLIENTES, Levantamento dos dados, Política de compras e vendas análise dos dados, BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA, Balança Comercial Brasileira e o MERCOSUL, Perspectivas de Crescimento do PIB Mundial, A Crise Argentina e o PIB Brasileiro, Cenário para 2014, 74 3
5 1. INTRODUÇÃO No presente relatório são apresentados os resultados das atividades realizadas no âmbito da Consultoria Individual do Componente 3 do projeto RG-T2016: Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Productiva Regional, firmado entre Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para a identificação e monitoramento dos investimentos realizados e previstos por grandes empresas industriais no Brasil e os que envolvem empresas brasileiras em outros países do Mercosul. Trata-se do levantamento de projetos de investimento de grandes empresas industriais e a necessidade de fornecedores ou clientes no MERCOSUL, a partir da aplicação dos critérios e passos estabelecidos na Metodologia 2 desenvolvida pela FLACSO, cujo objetivo (...) é gerar um banco de dados sobre os projetos de investimento em curso, anunciados e/ou planejados por grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL, incluindo suas demandas por bens e serviços, a fim de avaliar e acordar ações de desenvolvimento fornecedores ou clientes regionais. (MELAMUD, 2012, p. 6, tradução própria). Conforme Melamud, a Metodologia utiliza, de forma combinada e complementada com informação desagregada adicional, as duas principais abordagens de análise da variável investimento, assim definidas: A primeira está orientada para o financiamento do investimento, particularmente envolvendo o investimento estrangeiro, e a segunda está associada ao impacto do investimento na estrutura produtiva, compreendida como formação de capital e aumento da capacidade de produção, através da abertura de novas plantas, filiais e locais, ou a ampliação e modernização de outros em operação. (MELAMUD, 2012, p. 4, tradução própria). Sob este enfoque, a metodologia contempla as orientações para o levantamento e sistematização das informações e, consequente, desenvolvimento de uma base de dados sobre os projetos de investimentos, bem como apresenta ferramentas para o cumprimento dos objetivos do trabalho. Neste contexto, a composição do universo da pesquisa, foram considerados os projetos de investimento de grandes empresas industriais públicas e privadas 2 MELAMUD, Ariel. Relevamiento de proyectos de inversión de grandes empresas industriales y la necesidad de proveedores o clientes en el MERCOSUR Metodología. BID/RG-T2016, Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Productiva Regional, (AJUSTAR) 4
6 (nacionais e estrangeiras), incluindo, também, a formação de capital (Greenfield e Ampliação) e as fusões e aquisições. Melamud destaca, ainda, que os projetos de investimento incluem os anúncios, que podem ou não serem efetivados, e a execução. (MELAMUD, 2012, p.5, tradução própria). Os resultados obtidos estão consolidados neste documento que, inicialmente, reproduz os objetivos e procedimentos metodológicos definidos pela FLACSO e, em seguida, apresenta o relatório do trabalho realizado em duas partes. A primeira parte trata da construção da base de projetos de investimento. A segunda parte trata da identificação de fornecedores e clientes das grandes empresas industriais do Brasil. 5
7 1. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS 3 Este relatório contém as informações e os dados obtidos nas fontes indicadas na metodologia fornecida pela FLACSO, bem como análises e conclusões da consultora, embasadas em ampla pesquisa documental. A pesquisa foi efetuada a partir de análise das questões e aspectos que compõem a metodologia, bem como em seu detalhamento posterior OBJETIVOS DA METODOLOGIA GERAL Gerar um banco de dados de projetos de investimento em execução, anunciados e/ou planejados por grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL, incluindo suas demandas por bens e serviços, a fim de avaliar e concordar com as ações de desenvolvimento fornecedores regionais ou clientes. ESPECÍFICOS 1. Mapear o universo de grandes empresas industriais que operam nos países do MERCOSUL; 2. Definir os critérios e procedimentos para o levantamento dos projetos de investimentos das grandes empresas industriais; 3. Classificar a informação sobre os projetos de investimento das grandes empresas industriais do MERCOSUL, entre outros critérios, por ramo se atividade, origem do capital e localização geográfica; 4. Projetar e executar uma pesquisa que permite a coleta de informação relevante para o desenvolvimento de fornecedores ou clientes de grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL. 3 Reformatação e tradução nossa do conteúdo extraído de: MELAMUD, Ariel. Relevamiento de proyectos de inversión de grandes empresas industriales y la necesidad de proveedores o clientes en el MERCOSUR Metodología. BID/RG-T2016, Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Productiva Regional,
8 2.2. DETALHAMENTO DAS ETAPAS Conforme estrutura estabelecida na metodologia (Figura 1), o levantamento de projetos de investimentos de grandes empresas industriais e a identificação de fornecedores e clientes no âmbito do MERCOSUL foram realizados em 2 etapas, sendo que, em cada uma, foi executada uma série de atividades. Etapa I: Relevamiento y generación de la base de proyectos de inversión Definición del universo bajo análisis Diseño de dimensiones y categorías del relevamiento Búsqueda y recolección de información. Procesamiento y sistematización de información Etapa II: Identificación de proveedores o clientes de las grandes empresas industriales Mapeo y contacto directo con empresas Relevamiento primario a través de la Encuesta Definición de indicadores representativos Procesamiento y sistematización de datos Integración de resultados y elaboración de conclusiones FIGURA 1 Estrutura da metodologia para o levantamento de projetos de investimento de grandes empresas industriais e a necessidade de fornecedores ou clientes no MERCOSUL. Fonte: (MELAMUD, 2012, p.11) A primeira etapa foi concluída com a execução das seguintes atividades: 1. Definição do universo de projetos de investimentos a serem pesquisados; 2. Construção de matriz, conforme dimensões e categorias estabelecidas na metodologia, para classificação das informações sobre os projetos de investimentos; 3. Realização da pesquisa e a coleta de informações, a partir de fontes secundárias; 4. Processamento, sistematização e análise das informações, formando a base de dados sobre projetos de investimentos das maiores empresas industriais do Brasil. Na segunda etapa foi realizada a pesquisa para identificação e caracterização dos fornecedores ou clientes das grandes empresas industriais, a partir da amostragem resultante da análise das informações coletadas na primeira etapa. Para tanto, foram desenvolvidas as seguintes atividades: 1. Mapeamento e contato direto com as grandes empresas industriais integrantes do universo desta pesquisa; 2. Levantamento de dados primários e secundários através da pesquisa; 7
9 3. Definição de indicadores que representam a política de compras ou vendas no âmbito das empresas. 4. Processamento, sistematização e consolidação dos dados da Pesquisa. 5. Integração dos resultados e elaboração de conclusões. 2. CONSTRUÇÃO DA BASE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO DE GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS Objetivo Coletar as informações nas diversas fontes disponíveis sobre os projetos de investimento de grandes empresas industriais do Brasil. Resultados esperados - Critérios para a classificação e análise dos projetos de investimento das grandes empresas industriais; e - Base de dados sobre os projetos de investimento das grandes empresas industriais do Brasil Definição do universo de projetos de investimentos pesquisados Para a definição do universo das empresas a serem pesquisadas foram estabelecidos como critérios o maior número de empregados e o maior faturamento, em Dessa forma, para promover a seleção das empresas foi utilizada como referência a classificação das empresas por porte (faturamento), adotada pelo BNDES (Quadro 1), e por número de empregados, adotada pelo SEBRAE (Quadro 2). QUADRO 1 - Classificação de porte de empresa adotada pelo BNDES (aplicável a todos os setores). Classificação Receita operacional bruta anual Microempresa Pequena empresa Média empresa Média-grande empresa Grande empresa Fonte: BNDES, Menor ou igual a R$ 2,4 milhões Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Maior que R$ 300 milhões 4 Acesso em 02/12/2013 8
10 Para entendimento da classificação (QUADRO 1), o BNDES define a receita operacional bruta anual como: (...) a receita auferida no ano-calendário com: o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria; o preço dos serviços prestados; e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. (BNDES, 2011) QUADRO 2 - Classificação de empresa por número de empregados* adotada pelo SEBRAE - Indústria. Classificação Receita operacional bruta anual Microempresa Pequena empresa Média empresa com até 19 empregados de 20 a 99 empregados 100 a 499 empregados Grande empresa mais de 500 empregados * O SEBRAE-SC adverte que este critério de classificação não possui fundamentação legal. FONTE: Elaboração própria com base informações SEBRAE-SC. 5 Inicialmente, foram analisados os dados do Ranking das 100 maiores empresas no Brasil de 2012, publicados pela revista Exame 6, e feita a pré-seleção das indústrias com faturamento superior a US$ 900 milhões, com mais de 1000 empregados e com atividade principal compreendida nas seções C (Indústrias Extrativas), D (Indústrias de Transformação), E (Produção e distribuição de eletricidade, gás e água) e F (Construção) da Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, Versão 1.0, que possui estrutura ajustada à Classificação Industrial Internacional Uniforme das Nações Unidas (CIIU), 3ª Revisão. Cabe destacar que as empresas de produção e distribuição de eletricidade foram incluídas a partir da consideração de que indústria de energia elétrica evolui para a formação de centros regionais de negócios (SANTOS, p. 106). 7 A seleção constituiu no mapeamento de 64 empresas industriais, das quais foi levantado o faturamento, número de empregados, setor de atividade (utilizado pela revista Exame) e identificada a presença nos demais países que integram o MERCOSUL (ver ANEXO A). Do total das empresas selecionadas, a origem do capital de 40% é nacional, 58% estrangeira e 2% binacional (Itaipu), conforme demonstrado no gráfico abaixo (Figura 1). 5 Acesso em 02/12/ Disponível em: 7 SANTOS, G. F. A Evolução da Indústria de Energia Elétrica e a Estratégia do grupo Iberdrola no Brasil. Salvador: UFBA/FCE. Programa de Pós-Graduação em Economia, Dissertação de Mestrado. 9
11 FIGURA 2 - % das empresas selecionadas para a pesquisa, por origem de capital. FONTE: elaboração própria. Setorialmente, o número de empresas está concentrado na autoindústria, seguido dos setores agrupados em bens de consumo, energia e química/petroquímica, conforme demonstrado na Figura 3. FIGURA 3 - % de empresas selecionadas para a pesquisa, por setor. FONTE: elaboração própria. Da seleção feita, verifica-se que quase totalidade das indústrias automotivas é estrangeira, em contraposição à quantidade total de indústrias nacionais do setor de energia, mineração e siderurgia/metalurgia que são fornecedores de insumos para a primeira, conforme pode ser percebido na Figura 4. 10
12 FIGURA 4 - Quantidade de empresas selecionadas para a pesquisa, por setor e por origem de capital. FONTE: elaboração própria. Além da revista Exame, também foi consultado o Ranking das 1000 maiores empresas do jornal Valor Econômico 8, para confirmação da posição das empresas industriais selecionadas entre as maiores do Brasil. Visando concluir o processo de definição do universo a ser pesquisado, foi feito um levantamento preliminar de projetos de investimentos, principalmente, na web, a partir dos sítios dos principais jornais e revistas econômicas de circulação nacional. Simultaneamente, foram realizadas consultas nos sites das empresas (especialmente nos relatórios de desempenho disponíveis nos mesmos), dos governos estaduais e municipais, das empresas e no Banco de Dados de Projetos de Anúncios de Investimentos da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (RENAI), disponível no Portal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 9. Durante o processo foram encontradas dificuldades para o levantamento de dados de oito empresas (ver Quadro 3, págs. 12 e 13 destaque em vermelho). Objetivando a manutenção do número de empresas na composição do universo da pesquisa, foram incluídas outras três empresas (destacadas em azul no Quadro 3). Além disso, durante a busca das informações, chamou atenção o volume de notícias veiculadas sobre investimentos da indústria. Diante disso, julgou-se conveniente reavaliar a seleção a partir do contexto econômico brasileiro e, se necessário, redimensionar a amostragem
13 QUADRO 3 - Empresas pré-selecionadas para compor o universo de projetos de investimentos, agrupadas por setor, conforme ranking de 2012 da revista Exame. SETOR AUTO- INDÚSTRIA BENS DE CONSUMO ENERGIA EMPRESA Nº EMPREGADOS FATURAMENTO US$ milhões 1. General Motors do Brasil Ltda ,4 2. FIAT Automóveis S.A ,8 3. Volkswagen do Brasil Ltda ,0 4. Mercedes-Benz do Brasil S.A ,6 5. Ford Brasil Ltda ,3 6. Man Latin America Indústria e Comércio de Veículos Ltda ,4 7. Toyota do Brasil Ltda ,6 8. EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A ,1 9. Renault do Brasil S.A ,7 10. Peugeot Citroën do Brasil S.A ,7 11. Honda Automóveis do Brasil Ltda ,9 12. CNH Latin América Ltda. (Case New Holland) ,7 13. Iveco Mercosul Ltda ,7 14. Mitsubishi Corporation do Brasil S.A ,1 15. Robert Bosch Ltda ,7 16. Bunge Alimentos S/A ,4 17. Cargill Agrícola S.A ,9 18. JBS S.A ,4 19. BRF - Brasil Foods S/A ,8 20. BRF - Brasil Foods/Sadia - dados gerais na corporação* Companhia de Bebidas das Américas - Ambev ,7 22. Unilever Brasil Ltda ,5 23. Natura Cosméticos S.A ,5 24. Souza Cruz S.A ,9 25. Nestlé Brasil Ltda ,0 26. Marfrig Alimentos S/A ,2 27. Avon Cosméticos Ltda.* ,9 28. Furnas Centrais Elétricas S.A ,3 29. Itaipu Binacional ,9 30. Light Serviços de Eletricidade S.A ,3 31. Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL ,2 32. Copel Distribuição S.A ,3 33. Companhia Hidro Elétrica do São Franscisco - Chesf ,7 34. Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia ,6 35. Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras ,3 36. Copersucar S/A ,9 * Empresas excluídas da pré-seleção 12
14 QUADRO 3 - continuação SETOR ELETRO- ELETRÔNICO EMPRESA Nº EMPREGADOS FATURAMENTO US$ milhões 1. Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda ,9 2. General Electric do Brasil Ltda ,0 3. Whirlpool S.A ,2 4. Construtora Norberto Odebrecht S.A U$$ 4.696,4 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO 5. Votorantim Cimentos S.A ,9 6. Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A ,3 7. Construtora Andrade Gutierrez S.A ,4 INDÚSTRIA DIGITAL MINERAÇÃO 8. Positivo Informática S/A ** ,5 9. Hewlett-Packard Brasil Ltda* ND 1.968,7 10. Vale S/A ,4 11. Samarco Mineração S.A ,2 12. ArcelorMittal Brasil S/A ,6 13. Companhia Siderúrgica Nacional ,2 SIDERURGIA E METALURGIA 14. Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas ,8 15. Gerdau Aços Longos S.A ,3 16. Gerdau Açominas S.A ,7 17. Paranapanema S.A ,5 PAPEL E CELULOSE AGRO- INDÚSTRIA 18. Suzano Papel e Celulose S.A ,6 21. Louis Dreyfus Commodities Brasil S/A ,7 24. ADM do Brasil Ltda ,0 27. Coamo Agroindustrial Cooperativa ,8 30. Braskem S.A ,0 33. Braskem Qpar - CNPJ diferente, mas sem dados distintos na corporação.* ,6 34. Refap - Reincorporada pela Petrobrás em 2012.* QÚIMICA E PETRO- QUÍMICA 1. Basf S.A ,8 2. Fertilizantes Heringer S.A.* ,1 35. Bunge Fertilizantes - em processo de aquisição pela Yara.* ,3 3. Bayer S/A ,3 4. Yara Brasil Fertilizantes S.A.** ,2 5. Du Pont do Brasil S.A.** ,6 * Empresas excluídas da pré-seleção ** Empresas incluídas FONTE: elaboração própria a partir de 13
15 3.2. Aspectos relevantes no redimensionamento do universo de investimentos No início de 2013, o Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, anunciou planos de expansão e decisões de investimentos tomadas pelo BNDES, prevendo a ocorrência de crescimento efetivo na indústria e nos demais setores da economia brasileira em 2013 e nos anos subsequentes. Foram previstos investimentos de R$ 3,8 trilhões, entre 2013 e Valor superior em 26% do que o registrado no quadriênio De acordo com dados da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Brasil recebeu quase 5% do total de investimentos estrangeiros diretos (IED) em 2012, ficando na quarta posição mundial de atração de investimentos estrangeiros diretos. Foram U$S 65 bilhões em IED, com expectativa de que esse quadro se mantenha nos próximos anos. 10 Pode-se observar no gráfico a seguir (Figura 5), que do montante, 36,7% foram investidos na indústria, sendo que os maiores aportes destinados aos seguintes setores: metalurgia - 23,9%; produtos alimentícios 22,9%; produtos químicos 8,4%; produtos farmoquímicos e farmacêuticos 7,1%; e veículos automotores, reboques e carrocerias 5,6%. 11 Figura 5 IED no Brasil por setor industrial 2012 Fonte: BACEN Outro dado relevante é que entre os enquadramentos ratificados em 2012 para financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, com desembolsos previstos a partir deste ano, 68% são destinados à Indústria, o que corresponde a R$ 106,79 bilhões Fontes: MDIC. e Valor Econômico - SP de 26/Mar/ Fonte: MDIC 12 Fonte: idem 14
16 As perspectivas de investimentos no país apontam, ainda, para a expansão em todos os setores no período , com a previsão de um montante de R$ milhões para o setor industrial no período, correspondendo a 21% do total previsto 13. No contexto econômico do Brasil, acima exposto, o volume de informações sobre os investimentos previstos e em execução no país, produzidas e em circulação, aumentou consideravelmente em 2013, o que demandou uma dedicação maior do que a prevista para a conclusão do levantamento e análise dos dados para composição da base de dados. Além das dificuldades para levantamento de dados de algumas das empresas selecionadas e considerando que o objetivo da metodologia de trabalho, é gerar base de dados sobre projetos de investimento em execução, anunciados e/ou planejados pelas grandes empresas industriais no MERCOSUL, incluindo suas respectivas demandas de bens e serviços, com o fim de avaliar e definir ações para desenvolvimento de fornecedores ou clientes regionais foi constatada a necessidade de redimensionamento do universo da pesquisa. Para tanto, foi feita uma análise comparativa das empresas pré-selecionadas com o ranking de 2013 da revista Exame, publicado em julho deste ano 14 (Quadro 4, págs. 18 e 19). Entre as 62 empresas selecionadas neste trabalho, 55 empresas permaneceram no ranking das 100 melhores em 2013 e as outras 7 perderam posição, mas continuam entre as 1254 maiores empresas do país em 2012, apresentadas no site da revista Exame 15. Dessa forma, foram selecionadas outras 12 empresas: 10 que estão compondo o ranking das 100 melhores deste ano (CRBS, AES Eletropaulo, Cemig Distribuição, Moto Honda, Comgás, Raízen Energia, Syngenta, P&G Industrial, Cemig GT, e Eletronorte) e duas do setor de papel e celulose (Klabin e Fibria); e excluídas 07 empresas, pela dificuldade no levantamento dos dados ou de desagregação dos valores relativos aos projetos de investimentos (Heringer, Gerdau Açominas, Bunge Fertilizantes, Braskem Qpar, Refap, Avon e HP). Considerando, também, o novo ranking das empresas no país, foi feito o levantamento de informações de 58 empresas relacionadas na Tabela 2 (págs. 8 e 9) e compiladas na matriz de identificação (Anexo 1), sendo 55 da pré-seleção e 3 novas (Positivo Informática, Du Pont e Yara Fertilizantes). Para a definição sobre o redimensionamento do universo da pesquisa serão aguardadas as orientações da coordenação do componente Fonte: pesquisa BNDES Perspectivas de Investimento, que cobre setores responsáveis por 57% dos investimentos da economia e em projeções econométricas e de especialistas para os demais setores, responsáveis por 43% dos investimentos no País idem 15
17 QUADRO 4 Composição do universo dos projetos de investimentos a partir do ranking das maiores indústrias brasileiras em 2012 e EMPRESA SETOR Ranking Petrobras Energia Vale Mineração Volkswagen Autoindústria Cargill Bens de Consumo Fiat Autoindústria Bunge Bens de Consumo Braskem (substituindo Braskem Qpar) Química e Petroquímica JBS Bens de Consumo General Motors Autoindústria BRF Bens de Consumo Ambev Bens de Consumo ArcelorMittal Brasil Siderurgia e Metalurgia Usiminas Siderurgia e Metalurgia ADM Produção Agropecuária Samsung Eletroeletrônico Ford Autoindústria CSN Siderurgia e Metalurgia Embraer Autoindústria AES Eletropaulo Energia Mercedes-Benz Autoindústria Copersucar-Cooperativa Energia Renault Autoindústria Cemig Distribuição Energia Toyota Autoindústria Louis Dreyfus Produção Agropecuária Construtora Odebrecht Indústria da Construção Gerdau Aços Longos Siderurgia e Metalurgia Eletrobras Furnas Energia Itaipu Binacional Energia MAN Latin America Autoindústria Light Sesa Energia Unilever Bens de Consumo Coamo Produção Agropecuária Samarco Mineração Basf Química e Petroquímica CPFL Paulista Energia GE Eletroeletrônico Whirlpool Eletroeletrônico Honda Automóveis Autoindústria Moto Honda Autoindústria Natura Bens de Consumo Souza Cruz Bens de Consumo Chesf Energia continua... 16
18 QUADRO 4 continuação EMPRESA SETOR Ranking Copel Energia Coelba Energia Peugeot Citroën Autoindústria Votorantim Cimentos Indústria da Construção Bayer Química e Petroquímica Heringer Química e Petroquímica Raízen Energia Energia CNH/ Case New Holland Autoindústria Gerdau Açominas Siderurgia e Metalurgia Syngenta Química e Petroquímica Suzano Papel e Celulose Camargo Corrêa Indústria da Construção Bunge Fertilizantes* Química e Petroquímica P&G Industrial Bens de Consumo Paranapanema Siderurgia e Metalurgia Cemig GT Energia Nestlé Bens de Consumo Marfrig Bens de Consumo Braskem Qpar Química e Petroquímica Eletronorte Energia Refap ** Química e Petroquímica Iveco*** Autoindústria Mitsubishi Motors*** Autoindústria Andrade Gutierrez*** Indústria da construção Robert Bosch*** Autoindústria - 95 Avon **** Bens de consumo - 93 HP **** Indústria Digital Positivo Informática (substituindo HP)***** Indústria Digital Du Pont (substituindo Refap)***** Química e Petroquímica Yara (substituindo Bunge Fertilizantes)***** Química e Petroquímica Klabin (9373 empregados; faturamento: US$ 2,04 bilhões) Papel e Celulose Fibria (4136 empregados; faturamento: US$ 1,93 bilhões) Papel e Celulose - - Empresas selecionadas e com dados levantados. Empresas excluídas: dados indisponíveis, insuficientes ou com menos de mil empregados. Empresas incluídas no universo da pesquisa. * Empresa em processo de aquisição pela Yara Fertilizantes ** Empresa reincorporada pela Petrobrás em 2012 *** Empresas constantes na pré-seleção e não estão entre as 100 maiores de 2012 (2013) **** Empresas sugeridas para exclusão pela dificuldade de acesso aos dados. ***** Empresas incluídas em substituição a outras Fonte: elaboração própria a partir dos dados disponíveis em 17
19 A partir deste levantamento preliminar, o universo de projetos foi reestruturado e as empresas que não possuíam nenhum registro no banco de dados do RENAI e/ou apresentaram informações pouco consistentes em outras fontes consultadas, foram substituídas por outras dentro do mesmo setor (ver Quadro 5, na próxima página). Considerando que durante o processo poderia ser necessário proceder a novos ajustes, a seleção foi ampliada para um total de 74 (setenta e quatro) empresas a serem pesquisadas no Brasil. QUADRO 5 Seleção revisada de empresas que anunciaram projetos de investimentos no Brasil SETOR EMPRESA QUANT. SETOR EMPRESA QUANT. Volkswagen Fiat Petrobras AES Eletropaulo General Motors Copersucar Ford Cemig Distribuição Embraer Furnas Mercedes-Benz Itaipu Binacional Renault Light Sesa Toyota Energia CPFL Paulista 15 Autoindústria MAN Latin America 17 Chesf Honda Automóveis Copel Moto Honda Coelba Peugeot Citroën Comgás CNH/ Case New Holland Raízen Energia Iveco Cemig GT Mitsubishi Motors Eletronorte Robert Bosch Samsung Volvo Eletroeletrônico Whirlpool GE ADM 4 Agroindústria Louis Dreyfus 3 Electrolux Coamo Indústria IBM Cargill Digital Positivo Informática 2 Bunge Alimentos Suzano Papel e JBS Klabin Celulose BRF Brasil Foods Fibria 3 Ambev Vale Mineração 2 Unilever Samarco Bens de Natura 13 Braskem Consumo Souza Cruz Basf P&G Ltda. Química e Bayer P&G S.A. Petroquímica Syngenta 6 Nestlé Du Pont Marfrig Yara Spal (FEMSA/Coca-Cola) ArcelorMittal Brasil Construtora Odebrecht Usiminas Siderurgia e Votorantim Cimentos CSN Construção 4 Metalurgia Camargo Corrêa Gerdau Aços Longos 5 Andrade Gutierrez Paranapanema Empresas selecionadas que anunciaram projetos de investimentos no Brasil 2010/ FONTE: elaboração própria. 18
20 Na seleção redimensionada das empresas para compor o universo de projetos de investimento a serem pesquisados Setorialmente, verifica-se que o número de empresas permaneceu concentrado na autoindústria, nos setores agrupados em bens de consumo, energia e química/petroquímica, conforme demonstrado na Figura 6. Entre os setores contemplados nesta seleção, conforme Lorenzi 16 esclarecer que é importante A Indústria da Construção Civil distingue-se das demais por suas características intrínsecas e extrínsecas, por sua classificação em subsetores e pelo seu papel de grande importância na economia. A atividade da construção civil produz um impacto à economia brasileira de forma bem mais ampla do que aquela diretamente visualizada através de um produto imobiliário ou de uma obra de construção pesada como uma estrada. A importância e o impacto desta atividade sobre o ambiente econômico se estabelece a partir do notável padrão de articulação intersetorial que se forma através da cadeia produtiva. Outro aspecto observado foi a localização geográfica das sedes sociais das empresas no Brasil. No gráfico a seguir (Figura 7) pode-se observar a concentração das empresas na Região Sudeste, sendo mais da metade em São Paulo, com 58%, Rio de Janeiro, 12%, seguido de Minas Gerais, com 11%. 16 LORENZI, L. S. Análise da Atual Conjuntura Econômica para a Indústria da Construção Civil. Itajaí: UNIVALI, Trabalho apresentado no V Seminário Internacional da Latin American Real Estate Society em setembro de Disponível no site Acesso em 02/10/
21 Para a definição do universo da pesquisa foram consideradas, também, as medidas do Plano Brasil Maior, instituído pelo Governo Federal e os dados da UNCTAD sobre os investimentos estrangeiros diretos IED no Brasil, em Cabe reiterar que o Brasil recebeu, naquele ano, quase 5% do total de IED, sendo 36,7% aplicados na indústria, destacando-se entre os maiores aportes os destinados aos setores de metalurgia, produtos alimentícios, produtos químicos e veículos automotores. Cabe destacar o grande volume de anúncios de investimentos a partir de agosto/2013 em decorrência do Plano Brasil Maior 17. Instituído pelo Governo Federal, em agosto de 2011, o plano estabelece a política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período de 2011 a Além das medidas de natureza sistêmica, conta com medidas de cunho setorial. As sistêmicas são voltadas para a eliminação de gargalos e o aumento da eficiência produtiva da economia como um todo. As ações setoriais, definidas a partir de características, desafios e oportunidades dos principais setores produtivos, estão organizadas em cinco blocos que ordenam a formulação e implementação de programas e projetos. 18 (ABDI, 2013). Entre as medidas setoriais destaca-se o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar- Auto), que tem como objetivo estimular o investimento na indústria automobilística nacional, através de incentivo tributário associado ao investimento, à agregação de valor, ao emprego, à inovação, à segurança veicular e à eficiência energética dos veículos. Estima-se que até 2015 o Programa levantará mais de R$ 50 bilhões em investimentos no setor. 17 Fontes disponíveis em e 18 extraída do Anexo 1: Relatório de Acompanhamento das Medidas Setoriais do PBM Setembro/2013. ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial 20
22 Figura 8 Comitês e Conselhos de Competitividade Setoriais do PBM. O programa prevê um desconto de até 30 pontos porcentuais no IPI para automóveis produzidos e vendidos no País; para ter direito ao incentivo, no entanto, os interessados devem cumprir uma série de contrapartidas, que vão aumentar gradualmente a partir do início do programa. São beneficiárias do novo regime Inovar-Auto as empresas que produzem veículos no país; as que não produzem, mas comercializam; e as empresas que apresentam projeto de investimento no setor automotivo. Já são 37 empresas habilitadas ao novo regime automotivo, sendo que 20 foram habilitadas como produtoras. Entre elas constam 12 que estão compondo o universo da pesquisa (Fiat Automóveis S.A., Ford Brasil Ltda, General Motors do Brasil Ltda., Honda Automóveis do Brasil Ltda., Iveco Latin America Ltda., Man Latin America, Mercedez-Benz do Brasil Ltda., MMC Automotores do Brasil Ltda. - Mitsubishi, Peugeot Citroën do Brasil, Renault do Brasil S.A., Toyota do Brasil Ltda. e Volkswagen do Brasil). Após habilitação, essas empresas fizeram novos anúncios de investimentos a partir de agosto/2013. Além do setor automotivo, os outros setores contemplados pelo Plano Brasil Maior que estão compondo o universo da pesquisa e têm feito novos anúncios de investimentos são: Energia (Cadeia de Fornecedores de Bens e serviços de Petróleo e Gás Natural e Energias Renováveis), Eletroeletrônico, Químico e Petroquímico, Mineração, Metalurgia, Celulose e Papel, Construção, Bens de Consumo (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e Agroindústria. Finalizando a atividade I.1, foi construída a ferramenta para o levantamento das informações sobre os projetos de investimento e construção da base de dados. 21
23 3.3. Construção de matriz para classificação das informações Na metodologia (pág. 19) estava previsto um software (plataforma) para lançamentos de dados que seria projetado para coletar as informações de forma homogênea nos quatro países. A coordenadora do componente 3, Cândida Cervieri, enviou em 02/10/2013 a proposta do Formulario Guía para la Definición de Campos de La Plataforma de Informática para análise. No entanto, o software não foi disponibilizado durante a execução do trabalho. Dessa forma, foi necessário reajustar as ferramentas desenvolvidas para execução das atividades da etapa 1 para a continuidade do lançamento dos dados. A falta da ferramenta definitiva, no caso do Brasil, demandou um tempo maior que o previsto para execução do trabalho, visto que para o ordenamento e sistematização das informações, foram construídos instrumentos provisórios a partir dos modelos constantes na metodologia. A construção e a readequação desses instrumentos tomaram um tempo que seria utilizado no levantamento e sistematização dos dados. Dessa forma, a formação da base de dados estabelecida na metodologia, o levantamento das informações sobre os projetos de investimentos foram classificados, em uma matriz eletrônica elaborada em Excel, de acordo com as dimensões e categorias assim especificadas: A. EMPRESA a.1. Denominação e Razão Social; a.2. Número de empregados em 2011 e 2012; a.3. Faturamento em 2011 e 2012; a.4. Acionistas; a.5. Natureza (pública ou privada); a.6. Localização da sede (controle); B. PROJETOS ANUNCIADOS b.1. Ramo de atividade Para a classificação dos projetos de investimentos por ramo de atividade econômica foi utilizado o terceiro nível da estrutura da Classificação Industrial Internacional Uniforme das Naçoes Unidas (CIIU), 3ª revisão, com três dígitos. b.2. Tipo de operação - Greenfield: nova planta ou unidade produtiva realizada do zero, tais como plantas industriais, depósitos, filiais, comércios, oficinas, etc. (formação de capital). 22
24 - Ampliação: compreende todo desembolso efetuado com o objetivo de aumentar a capacidade instalada de uma planta ou unidade produtiva já existente, que já estava em funcionamento (formação de capital). - Fusão e Aquisição (F&A): incluem os projetos de investimento que envolvem a mudança de mãos ou de propriedade das empresas em questão. Sugere-se registrar o valor declarado pelas empresas envolvidas na transação, não os valores contábeis. - Outra: anúncios de projetos de investimento em P&D, capacitação e treinamento, sociocultural e ambiental, entre outros, que geram impacto econômico e envolvem outras cadeias produtivas onde são desenvolvidos, com montante igual ou superior a US$ 5 milhões. b.3. Finalidade Foram registrados os objetivos do projeto, com o de detalhamento possível. b.4. Data do anúncio - A data de anúncio foi inserida visando facilitar consultas posteriores, que conjugada à identificação da fonte, que também foi inserida, facilitará a utilização das informações para as finalidades para as quais estão sendo levantadas. b.5. País de origem - Foram identificados os países de origem dos projetos de investimento anunciados pelas multinacionais, considerando a localização das matrizes. As transnacionais brasileiras foram lançadas como nacionais. b.6. Período e Cronograma de Desembolsos - Período: os projetos de investimento, em execução ou anunciados, foram identificados a partir do momento em que foram anunciados ou tornados públicos. Considerando o grande volume de anúncios de investimentos no Brasil, dentro do universo estabelecido para esta pesquisa, foi considerado como ponto de partida o ano de 2010, fazendo o recorte em 2017, apesar da identificação de anúncios de investimentos até Cronograma de Desembolsos: Os valores anunciados foram subdividos anualmente de acordo com o período de duração do projeto. Nos casos de ausência de informação sobre os valores anuais a serem desembolsados, foi 23
25 feita uma desagregação linear, supondo-se que o valor do investimento foi dividido em parcelas iguais durante a vigência do projeto. b.7. Valor total (Montante) - Moeda utilizada: os valores dos projetos de investimento foram registrados em dólares norte-americanos (US$), visando homogeneizar a comparação entre os países do MERCOSUL, conforme indicação metodológica da FLACSO. - Conversão de R$ para US$: para conversão dos valores anunciados em Real (R$) foi considerado o câmbio de venda do dólar norte-americano em 04/10/2013 (US$ 1,00 = R$ 2,2077). As conversões feitas antes desta data foram reajustadas e, a partir daí, este valor foi utilizado como padrão. - Anúncios feitos em US$: foram mantidos. - Conversão de Euro ( ) para US$: parte dos anúncios feitos pelas multinacionais europeias foi feita em, nestes casos foi considerado o valor do câmbio coincidente com a data do anúncio utilizando ferramenta disponível na Internet ( b.8. Localização geográfica Neste campo foi registrado o município e o Estado onde o projeto será ou está sendo executado. Nos casos de distribuição geográfica em mais de uma localidade, foram registrados os nomes de até 4 municípios. Acima de cinco municípios, eles foram registrados no campo finalidade e no campo localização foi registrado VÁRIOS. Nas situações em que todos os municípios pertenciam a um mesmo estado, foi registrado VÁRIOS/SIGLA DO ESTADO. No campo correspondente aos projetos com execução prevista em diversos municípios e estados foi preenchido VÁRIOS/VÁRIOS e consta ainda a indicação SEM DEFINIÇÃO para os casos em que o investidor declarou que o local ainda está em processo de escolha. Quando o local não foi anunciado registrou-se INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL. Para efeito de tabulação dos dados, o levantamento da localização dos projetos foi feito por Estado. b.9. Fontes Visando facilitar a checagem dos dados e possibilitar novas consultas, as fontes consultadas foram registradas em campo correspondente a cada projeto anunciado. 24
26 3.4. Realização da pesquisa e coleta de informações As informações foram coletadas em sítios e portais eletrônicos: i) dos principais jornais e revistas econômicas de circulação nacional; ii) das empresas pesquisadas, especialmente nos relatórios de desempenho disponíveis nos mesmos; iii) dos governos federal, estaduais e municipais, incluído o Banco de Dados de Projetos de Anúncios de Investimentos da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (RENAI), disponível no Portal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 19. No que se refere aos registros da Petrobrás, cabe esclarecer que os dados foram extraídos, principalmente, dos planos de negócios dos períodos de , , e , disponíveis em seu portal na Internet. Cada plano de negócios é composto de cerca de 4000 projetos de investimento. Considerando a impossibilidade de listar todos os projetos no prazo de execução definido para a pesquisa, optou-se por agrupá-los por segmento (Exploração e Produção; Refino, Transporte e Comercialização; Gás e Energia; e Petroquímica), conforme apresentado nos planos de negócios da empresa. Cabe observar, ainda, que os projetos relativos aos segmentos Corporativo, Biocombustíveis e Distribuição não foram incluídos na base de dados. Entre as empresas selecionadas algumas pertencem ao um mesmo conglomerado, mas com naturezas jurídica e administrativa distintas, apresentando planos de investimentos próprios. Nestes casos, optou-se por fazer o levantamento individualmente. As informações foram registradas em quatro blocos, organizados nos seguintes arquivos eletrônicos que compõem a base de dados construída sobre os projetos de investimento das grandes empresas industriais do Brasil: - arquivo_1_autoindustria.xlsx - arquivo_2_construçao_energia.xlsx - arquivo_3_ind-digital_mineração_papelcelulose_quimpetroq_sider-metalurgia.xlsx - arquivo_4_agroindustria_bensconsumo_eletroeletronico.xlsx Os Quadros 6, 7, 8 e 9, apresentados a seguir, trazem os mapas de cada um dos arquivos citados acima, apresentando a relação das empresas, nº de anúncios de projetos e o valor dos investimentos de cada uma, bem como o valor total de cada bloco
27 QUADRO 6 Mapa do bloco 1 da base de dados dos projetos de investimentos anunciados arquivo_1_autoindustria.xlsx EMPRESA Nº PROJETOS VALOR (US$ MILHÕES) 1. GM ,00 2. FIAT ,60 3. CNH ,50 4. IVECO 4 488,50 5. VW ,80 6. M. BENZ ,90 7. FORD ,00 8. MAN 1 453,00 9. TOYOTA , EMBRAER , RENAULT , PEUGEOT , HONDA AUT , MOTO HONDA 3 59, MITSUBISHI 1 498, R. BOSCH 3 181, VOLVO 6 489,00 TOTAL ,00 FONTE: elaboração própria. QUADRO 7 Mapa do bloco 2 da base de dados dos projetos de investimentos anunciados. arquivo_2_construçao_energia.xlsx EMPRESA Nº PROJETOS VALOR (US$ MILHÕES) 1. ODEBRECHT ,00 2. VOTORANTIM CIMENTOS ,60 3. CAMARGO CORREA ,50 4. ANDRADE GUTIERREZ ,50 5. PETROBRÁS ,00 6. AES ELETROPAULO ,00 7. COPERSUCAR ,60 8. CEMIG DISTRIB ,80 9. CEMIG GT 2 6, FURNAS , ITAIPU , LIGHT SESA 4 370, CPFL PAULISTA , CHESF , COPEL , COELBA , COMGÁS 2 928, RAÍZEN ENERGIA , ELETRONORTE ,60 TOTAL ,00 FONTE: elaboração própria. 26
28 QUADRO 8 Mapa do bloco 3 da base de dados dos projetos de investimentos anunciados arquivo_3_ind-digital_mineração_papelcelulose_quimpetroq_sider-metalurgia.xlsx EMPRESA Nº PROJETOS VALOR (US$ MILHÕES) 1. IBM 5 438,00 2. POSITIVO INFORMÁTICA 6 195,00 3. SUZANO ,00 4. KLABIN ,90 5. FIBRIA ,00 6. VALE ,00 7. SAMARCO ,50 8. BRASKEM ,00 9. BASF , BAYER 4 267, SYNGENTA 3 163, DUPONT 3 125, YARA 2 785, ARCELORMITTAL , USIMINAS , CSN , GERDAU AÇOS LONGOS , PARANAPANEMA 5 862,50 TOTAL ,00 FONTE: elaboração própria. QUADRO 9 Mapa do bloco 4 da base de dados dos projetos de investimentos anunciados arquivo_4_agroindustria_bensconsumo_eletroeletronico.xlsx EMPRESA Nº PROJETOS VALOR (US$ MILHÕES) 1. ADM 1 63,30 2. LOUIS DREYFUS ,80 3. COAMO 2 124,60 4. BUNGE ALIMENTOS ,20 5. CARGILL 4 335,40 6. JBS ,70 7. BRF - BRASIL FOODS ,70 8. AMBEV ,00 9. UNILEVER , NATURA 2 643, SOUZA CRUZ 1 113, P&G LTDA , P&G S.A. 1 70, NESTLÉ 5 491, MARFRIG 1 11, SPAL (FEMSA - COCA COLA) , SAMSUNG , GE 5 175, WHIRLPOOL 5 178, ELECTROLUX 2 276,00 TOTAL ,50 FONTE: elaboração própria. 27
29 3.5. Processamento, sistematização e análise das informações. No período de as maiores indústrias brasileiras anunciaram investimentos no montante de US$ 534,76 bilhões, a serem aplicados em 414 programas/projetos, entre 2010 e No ranking apresentado na Tabela 1 (p.29), constata-se que a Petrobrás 20, do setor de energia (petróleo e gás), e a Vale S.A. 21, do setor de mineração, destaca-se, respectivamente, na primeira e segunda posição do ranking de investimentos, que somados correspondem a 71,5% do valor total previsto para o período Ambas as empresas são nacionais, sendo que a Petrobrás é uma estatal e responsável por 63,5% do total dos investimentos, no valor de US$ 339 bilhões, cabendo a Vale S.A., empresa privada, 8%, no valor de US$ 42,4 bilhões. A soma dos investimentos das outras 72 empresas mapeadas é de US$ 152,9 bilhões, correspondendo a 28,6% do total. O maior número de empresas, 58% do total, tem seus investimentos na faixa de US$ 1 bilhão a US$ 9 bilhões, e outra parcela significativa, 26%, está na faixa de US$ 100 milhões a US$ 500 milhões, como pode ser verificado na Figura 9. A Figura 10 (p.30) mostra o valor anunciado a cada ano, desde O maior volume foi anunciado em 2010, com redução gradativa em 2011 e 2012, alcançando ligeira ampliação em 2013 (levantamento feito até 31/10/2013). Cabe salientar que, em 2009, foram considerados os anúncios cujos desembolsos seriam feitos a partir de A Petrobrás é uma sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é o governo brasileiro, que atua como uma empresa de energia nos seguintes setores: exploração e produção, refino, comercialização e transporte de óleo e gás natural, petroquímica, distribuição de derivados, energia elétrica, biocombustíveis e outras fontes renováveis de energia. 21 A Vale S.A. é uma empresa brasileira de capital aberto e presença global, considerada a maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas e a segunda maior produtora de níquel, produzindo, também, minério de manganês, ferroligas, metais do grupo da platina (PGMs), ouro, prata, cobalto, potássio, fosfatados e outros fertilizantes e atuando nos setores de logística, siderurgia e energia. 28
30 TABELA 1 Ranking das empresas industriais com maiores anúncios de investimentos 2010/2013 EMPRESA ORIGEM DO CAPITAL Nº PROJETOS INVESTIMENTOS (US$ milhões) % 1. Petrobrás Brasil ,00 63,48% 2. Vale Brasil ,00 7,93% 3. Suzano Brasil ,00 1,67% 4. Gerdau Aços Longos Brasil ,40 1,60% 5. Braskem Brasil ,00 1,45% 6. Spal (Femsa - Coca Cola) México ,70 1,22% 7. CPFL Paulista Brasil ,00 1,02% 8. Embraer Brasil ,00 0,95% 9. Fiat Itália ,60 0,93% 10. Votorantim Cimentos Brasil ,60 0,92% 11. Camargo Correa Brasil ,50 0,91% 12. BRF - Brasil Foods Brasil ,70 0,88% 13. General Motors EEUU ,00 0,82% 14. Volkswagen Alemanha ,80 0,79% 15. Klabin Brasil ,90 0,76% 16. Louis Dreyfus França ,80 0,74% 17. Odebrecht Brasil ,00 0,72% 18. Samarco Brasil- Austrália ,50 0,68% 19. Samsung Coréia Do Sul ,00 0,64% 20. Fibria Brasil ,00 0,62% 21. Chesf Brasil ,00 0,61% 22. Furnas Brasil ,00 0,58% 23. Ambev Bélgica ,00 0,56% 24. Usiminas Japão ,40 0,55% 25. Bunge Alimentos EEUU ,20 0,54% 26. Eletronorte Brasil ,60 0,49% 27. Raízen Energia S.A. Brasil ,00 0,48% 28. AES Eletropaulo Brasil - EEUU ,00 0,46% 29. CSN Brasil ,20 0,44% 30. Basf Alemanha ,00 0,43% 31. Ford EEUU ,00 0,39% 32. Arcelormittal Inglaterra - Índia ,00 0,37% 33. JBS Brasil ,70 0,34% 34. Copersucar Brasil ,60 0,34% 35. Itaipu Brasil ,60 0,32% 36. Andrade Gutierrez Brasil ,50 0,32% 37. Peugeot França ,00 0,31% 38. Renault França ,00 0,29% 39. Copel Brasil ,00 0,27% 40. Coelba Brasil - Espanha ,00 0,26% 41. Mercedes Benz Alemanha ,90 0,25% 42. Unilever Holanda - R.U ,40 0,24% 43. Honda Automóveis Japão ,00 0,22% 44. Toyota Japão ,00 0,21% 45. CNH Latin America Ltda. Itália ,50 0,20% 46. Comgás Brasil 2 928, Paranapanema Brasil 5 862, Yara Noruega 2 785,50 0,70% 49. Natura Brasil 2 643, P&G Ltda. EEUU 2 522, Mitsubishi Do Brasil Brasil 1 498, Nestlé SuÍça 5 491, Volvo Suécia 6 489, Iveco Itália 4 488, MAN Alemanha 1 453, Cemig Distrib. Brasil 3 438, IBM EEUU 5 438, Light Sesa Brasil 4 370, Cargill EEUU 4 335, Bayer Alemanha 4 276,00 1,06% 61. Positivo Informática Brasil 6 267, Robert Bosch Alemanha 3 195, Whirlpool EEUU 5 181, General Electric EEUU 5 178, Syngenta Suiça 3 175, Electrolux Suécia 2 163, Dupont EEUU 3 125, Coamo Brasil 2 124, Souxa Cruz Inglaterra 1 113, P&G S.A. EEUU 1 70, ADM EEUU 1 63, Moto Honda Japão 3 59,80 0,04% 73. Marfrig Brasil 1 11, Cemig GT Brasil 2 6,80 TOTAL ,50 100,00% FONTE: Elaboração própria utilizando dados levantados em sítios e portais das empresas, imprensa especializada, entidades setoriais e órgãos públicos. 29
31 Tomando como referência as informações registradas no banco de dados, objeto desta pesquisa, grande parte das empresas anunciou, em 2010, seus planos de investimentos para o período , com desembolsos programados anualmente, o que pode ser constatado na Figura 11. Outro ponto relevante a ser considerado é que, em 2009, o Brasil foi anunciado como país sede da Copa do Mundo da FIFA em 2014 e das Olimpíadas de
32 Naquele mesmo ano, o Governo Federal divulgou o oitavo balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciando o lançamento de uma série de ações voltadas para a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas-2016, sendo um PAC para cada evento esportivo. Os dois grandes eventos mobilizaram uma série de obras, sendo que as de infraestrutura foram priorizadas. As obras voltadas para os dois grandes eventos no Brasil, em 2014 e 2016, e as relativas ao programa de construção de moradias populares Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, além de alavancar os investimentos na indústria da construção, demandaram investimentos nos setores de petróleo e gás e energias renováveis, com destaque para a geração e distribuição de energia elétrica. Nesta esteira seguiram as indústrias de produção de bebidas, Coca-Cola e Ambev, que anunciaram investimentos específicos para atender a demanda decorrente dos dois eventos esportivos no Brasil. Pelo exposto, e associado ao detalhamento da finalidade dos projetos de investimentos no Brasil anunciados pelas grandes indústrias, pode-se inferir que os desembolsos demonstrados na Figura 10, possuem pontos de conexão com as políticas públicas do Governo Federal para o desenvolvimento econômico do país. O Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES, enquanto principal instrumento de execução da política de investimento do Governo Federal, tem divulgado, periodicamente, o levantamento das perspectivas de investimento no Brasil, realizado pelo seu Grupo de Trabalho do Investimento. No boletim de outubro/201322, o BNDES divulgou um mapeamento abrangendo projetos e planos estratégicos de investimento das empresas, para o período Segundo o banco, o levantamento baseia-se em 17 setores mapeados, que cobrem 58% dos investimentos na economia e em projeções econométricas e de especialistas para os demais setores da economia, responsáveis por 42% do total da formação bruta de capital fixo. (BNDES, 2013). De acordo com as perspectivas de investimentos anunciadas pelo BNDES (ver tabela 2), os maiores investimentos na indústria são destinados ao setor de petróleo e gás, entre 2014 e 2017 e, em termos de taxas de crescimento destaca o setor automobilístico, com sinalização de maior dinamismo do consumo de duráveis. Já na infraestrutura, as maiores taxas estão em dois setores ligados à logística: portos e ferrovias, onde se enquadram as empresas da indústria da construção (Odebrecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Votorantim). O grupo de trabalho do BNDES também incluiu no mapeamento os investimentos feitos através de concessões e parcerias público-privadas, contemplados pelo PIL Programa de Investimento em Logística investimentos/boletim_perspectivas_2013_outubro.pdf 31
33 TABELA 2 Perspectivas de Investimento no Brasil 2009/2012 e 2014/2017. Fonte: BNDES, Confirmando as perspectivas traçadas pelo BNDES, os investimentos levantados através desta pesquisa, dizem respeito a 414 projetos/programas de 74 empresas, de 25 setores da CIIU 3ª revisão, cujas especificações de sua finalidade estão registradas nos arquivos que integram este relatório (ver mapeamentos apresentados nos Quadros 6 a 9, p. 26 e 27). 32
34 Análise por setor No Quadro 10 as empresas estão classificadas em 25 setores da CIIU 3ª Revisão, por sua atividade principal. QUADRO 10 - Quantidade de empresas investidoras por setor (código e descrição CIIU 3ª REV.). SETORES PRINCIPAIS DAS EMPRESAS INVESTIDORAS PESQUISADAS (CÓDIGO E DESCRIÇÃO CIIU 3ª REV.) QUANTIDADE Cultivos en general; cultivo de productos de mercado; horticultura Extracción de petróleo crudo y gas natural Extracción de minerales de hierro Prod., proces. y conservación de carne, pescado, frutas, legumbres, hortalizas, aceites y grasas Elaboración de productos lácteos Elaboración de bebidas Elaboración de productos de tabaco Fabricación de papel y de productos de papel Fabricación de sustancias químicas básicas Fabricación de otros productos químicos Fabricación de productos minerales no metálicos n.c.p Indústrias básicas de hierro y acero Fabricación de productos primarios de metales preciosos y metales no ferrosos Fabricación de maquinaria de uso especial Fabricación de aparatos de uso doméstico n.c.p Fabricación de aparatos de distribución y control de la energía eléctrica Fabricación de vehículos automotores Fabricación de partes, piezas y accesorios para vehículos automotores y sus motores Fabricación de aeronaves y naves espaciales Fabricación de otros tipos de equipo de transporte n.c.p Generación, captación y distribución de energía eléctrica Fabricación de gas; distribución de combustibles gaseosos por tuberías Construcción de edificios completos y de partes de edificios; obras de ingeniería civil Venta al por mayor de materias primas agropecuarias, animales vivos, alimentos, bebidas y tabaco Otras actividades de informática 02 TOTAL 74 FONTE: elaboração própria. A Figura 12 indica a quantidade de empresas por segmento da CIIU 3ª Revisão, podendo-se verificar que os setores com os maiores números de empresas investidoras são: 341 Fabricação de veículos automotores, 14 empresas; 401 Geração, captação e distribuição de energia elétrica; Fabricação de outros produtos químicos; 151 Produção, processamento e conservação de carne, pescado, frutas, legumes, hortaliças, azeites e gorduras; e Indústrias básicas de ferro e aço. 33
35 FIGURA 12 - Quantidade de empresas investidoras por setor (classificação da atividade principal - código e descrição CIIU 3ª REV.) FONTE: elaboração própria. É importante esclarecer que as empresas foram classificadas nos setores conforme sua atividade principal, no entanto, os conglomerados e grupos empresariais têm ampliado seus negócios de acordo com as perspectivas de investimentos já enunciadas. Dessa forma, muitas das empresas terão seus projetos de investimentos classificados em mais de um setor econômico. Nessa situação encontram-se as seguintes empresas: i. Petrobrás, que atua em toda a cadeia produtiva de petróleo, gás e petroquímica; ii. iii. iv. Vale, que além da produção de minério de ferro e pelotas, produz níquel, manganês, ferroligas, metais do grupo da platina, ouro, prata, cobalto, potássio, fosfatados e outros fertilizantes, atuando ainda nos setores de logística, siderurgia e energia; Volkswagen e Honda estão investindo na geração de energia elétrica para suprir as demandas de suas fábricas; General Electric é, também, uma das principais desenvolvedoras e fornecedoras de tecnologias para outros setores industriais; v. Samsung que está diversificando o mix de produtos de eletroeletrônicos, desenvolvendo novas tecnologias no Brasil; vi. vii. viii. Construtora Odebrecht, que além das grandes obras de infraestrutura está investindo em projetos de energia renovável hidrelétricas e produção de etanol; Camargo Correa tem ampliando seus investimentos na produção de cimentos para concorrer com a Votorantim, maior produtora e fornecedora de cimento para atendimento da demanda nacional e internacional; CSN, além da siderurgia, produz cimentos e investe em sua própria logística; 34
36 ix. Iveco, do grupo Fiat, em parceria com o Governo Federal está desenvolvendo veículos militares de defesa e blindados; x. Bunge e Cargill atuam em toda a cadeia produtiva do agronegócio, em diversos segmentos produtivos. A Tabela 3 traz relação dos 37 setores nos quais se enquadram os projetos anunciados pelas empresas pesquisadas e os respectivos valores de investimentos, conforme estimativa de desembolso de acordo com o prazo de duração declarado. Doze setores contam com anúncios de investimentos superiores a US$ 10 bilhões, no período Três deles são relativos à cadeia produtiva de petróleo e gás, a saber: Extracción de petróleo crudo y gas natural, com o montante de 36,05% do total dos investimentos. Na segunda posição está o setor Fabricación de productos de la refinación del petróleo, 20,03%, e na oitava posição, também relativa a este segmento, está o setor Actividades de servicios relacionadas con la extracción de petróleo y gas, excepto las actividades de prospección, com 3,05%. A partir destes dados, podem-se confirmar os prognósticos feitos nos anos anteriores mediante a concentração de investimentos industriais em Petróleo e Gás e Energia no Brasil, conforme análise feita adiante. Dessa forma, segue o setor Generación, captación y distribución de energía eléctrica, na terceira posição, que responderá por 5,19% dos investimentos anunciados pelas maiores empresas pesquisadas, no período 2010/2017. Em quarto e quinto lugares estão posicionados os setores Fabricación de vehículos automotores, com 4,49%, e Extracción de minerales de hierro, com 4,14%. Na sequência estão os setores Actividades de transporte complementarias y auxiliares; com 3,87%; Industrias básicas de hierro y acero, com 3,26%; Fabricación de papel y de productos de papel, com 2,96%; Fabricación de otros productos químicos, com 2,55%; Fabricación de sustancias químicas básicas, com 2,29%; e Fabricación de productos minerales no metálicos, com 1,90%. Nestes setores se enquadram as indústrias da mineração, siderurgia e construção, entre outras. 35
37 TABELA 3 Cronograma de desembolso dos investimentos, por setor 2010/2013. ENQUADRAMENTO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTOS SETORES CIIU 3ª REVISÃO INVESTIMENTOS EM US$ MILHÕES TOTAL % Extracción de petróleo crudo y gas natural ,05% Fabricación de productos de la refinación del petróleo ,03% Generación, captación y distribución de energía eléctrica ,19% Fabricación de vehículos automotores ,49% Extracción de minerales de hierro ,14% Actividades de transporte complementarias y auxiliares; actividades de agencias de viajes ,87% Industrias básicas de hierro y acero ,26% Actividades de servicios relacionadas con la extracción de petróleo y gas, excepto las actividades de prospección ,05% Fabricación de papel y de productos de papel ,96% Fabricación de otros productos químicos ,55% Fabricación de sustancias químicas básicas ,29% Fabricación de productos minerales no metálicos n.c.p ,90% Elaboración de bebidas ,76% Producción, procesamiento y conservación de carne, pescado, frutas, legumbres, hortalizas, aceites y grasas ,75% Transporte por tuberías ,32% Fabricación de aeronaves y naves espaciales ,95% Fabr. Transm. radio y televisión y de aparatos p/ telefonía y telegrafía ,82% Extracción de minerales metalíferos no ferrosos ,71% Construcción de edificios completos y de partes de edificios; obras de ingeniería civil ,56% Elaboración de otros productos alimenticios ,49% Fabricación de maquinaria de oficina, contabilidad e informática ,30% Fabricación de maquinaria de uso especial ,23% Fabr. receptores de radio y televisión, aparatos de grabac. y reprod. de sonido y ví Fabricación de gas; distribución de combustibles gaseosos por tuberías Fabricación de productos primarios de metales preciosos y metales no ferrosos ,19% ,17% ,16% Fabricación de aparatos de uso doméstico n.c.p ,15% Construcción y reparación de buques y otras embarcaciones ,14% Otras actividades de informática ,11% Elaboración productos molinería, almidones y prod. derivados del almidón, y de alimentos prep. para animales ,09% Elaboración de productos lácteos ,09% Fabricación de partes, piezas y accesorios para vehículos automotores y sus motores ,07% Explotación de minas y canteras n.c.p ,06% Enseñanza superior ,03% Fabricación de aparatos de distrib. y control de la energía eléctrica ,02% Elaboración de productos de tabaco ,02% Fabricación de otros tipos de equipo de transporte n.c.p ,01% Fabricación de aparatos e instrumentos médicos y (...) ,01% TOTAL ,00% FONTE: Elaboração própria a partir das informações da base de dados construída. 36
38 Em 2011, o jornal Folha de São Paulo (FSP) 23 publicou matéria sobre os investimentos no Brasil, destacando o setor de petróleo e gás natural como o gerador da maior parte do investimento industrial no Brasil e que, segundo o BNDES, eram previstos investimentos na ordem de R$ 378 bi para o setor, até 2014, representando mais de 60% dos investimentos industriais no país. A mesma edição do jornal noticiava que levantamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) indicava que os gastos com refino, exploração e produção somavam R$ 378 bilhões, de 2010 a 2014, e que esses dados indicavam a concentração de investimentos da indústria no setor de petróleo de forma mais acentuada a cada ano. (FSP, 2011). O periódico, citado acima, informava ainda que, em 2011, o BNDES havia conseguido mapear R$ 1,6 trilhão em projetos de investimento até 2014, o equivalente a cerca de 50% de todos os investimentos a serem feitos no país, estimando que o montante total de recursos em investimentos, incluindo também as pequenas empresas, chegaria a R$ 3,3 trilhões. De acordo com declaração do BNDES, o cenário instável da economia mundial naquele período e o seu efeito sobre os setores industriais dificultaram o levantamento, destacando a siderurgia como um dos setores mais afetados pela crise. Outro ponto que a FSP destacou foi que o BNDES indicava como fator decisivo para a expansão, seria o investimento em infraestrutura, liderado pelos setores de energia elétrica e logística, com previsão de que o volume de investimentos no período chegasse a R$ 380 milhões, 54% mais do que o realizado de 2006 a (FSP, 2011) Análise por origem do capital Apesar dos investimentos estrangeiros no Brasil terem recuado em 3,9%, conforme dados da UNCTAD, contrariando as perspectivas anunciadas, no início de 2013, de atração e manutenção de IED, conforme noticiado no jornal o Globo, mesmo assim, o país se manteve como o principal destino de investimentos da América do Sul, respondendo por 47% do IED para o continente. 24 A queda do fluxo de investimentos puxou o recuo do IED para o Mercosul, afirma a Unctad, que recuou 2,3% em 2013, na comparação com No bloco sul-americano, Argentina (-13%) e Paraguai (-32%), que têm peso menor para o resultado do grupo, também recuaram. Com o declínio do interesse de investidores pelas principais economias da região, o fluxo de IED para a América do Sul registrou queda de 7%. Com isso, o continente deixou de ser a principal atração da América Latina, como vinha ocorrendo
39 nos anos anteriores. No entanto, as altas observadas na América Central (93%) e no Caribe (38%), fizeram com que o IED para a região crescesse 18%. (O Globo, 2014). Entre as empresas estrangeiras pesquisadas, os investimentos no Brasil fazem parte de sua decisão estratégica, independente de conjuntura, colocando o Brasil como plataforma mundial de investimento, de inovação e de mercado que não pode ser desconsiderado 25. (LUCAS, 2013). No entanto, pode-se constatar que o maior percentual da origem do capital dos investimentos anunciados para o período é nacional, correspondendo a 90% do total, de acordo com os dados apresentados na tabela 3 e demonstrados na Figura 13. Entre os investimentos estrangeiros, que somados correspondem a menos de 10% do total, destacam-se os EEUU, Alemanha, França, México e Itália com os maiores percentuais. TABELA 4 Investimentos anunciados por origem do capital 2010/2013. PAÍS VALOR TOTAL % Brasil ,06 EEUU ,56 Alemanha ,43 França ,28 México ,22 Itália ,21 Japão ,99 Coréia do Sul ,64 Bélgica ,56 Reino Unido e Índia ,37 Holanda ,24 Noruega 785 0,15 Suécia 765 0,14 Suíça 654 0,12 Inglaterra 114 0,02 Total ,00 FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados
40 FIGURA 13 Investimentos anunciados por origem do capital. FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados Análise por tipo de operação Na Tabela 5 estão os montantes de investimentos por tipo de operação, distribuídos anualmente. TIPO DE OPERAÇÃ O TABELA 5 Investimentos anunciados por tipo de operação 2010/2013. PERÍODO/VALOR DO INVESTIMENTO (US$ milhões) TOTAL % Ampliação ,42% Greenfield ,60% Aquisição ,27% Outros ,70% TOTAL ,00% FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados. A Figura 14 mostra que o maior volume de recursos, 64,6%, está destinado para as operações greenfield, que preveem a construção de nova planta ou unidade produtiva, correspondendo a quase o dobro da previsão para as ampliações, que corresponde a 33,4% em investimentos para a expansão da capacidade produtiva das plantas ou unidades existentes. O montante para aquisições teve percentual de 1,27%, que correspondeu às operações da Camargo Correa que adquiriu a cimenteira portuguesa Cimpor, que tinha 8 unidades de produção de cimento no Brasil; da Petrobrás que comprou a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR); da Suzano 39
41 que comprou a empresa inglesa Futuragena de pesquisa e desenvolvimento de biotecnologia e adquiriu 50% do Consórcio Compacel; da Klabin, com a aquisição da Floretsal Vale do Corisco; da Fibria que adquiriu 6% do capital de empresa norteamericana; da Vale que assumiu o projeto Carajás no Pará e comprou 70% da Biopalma; da Braskem que agora é dona da Quattor; da Yara que comprou os ativos brasileiros de fertilizantes da americana Bunge; da Nestlé que adquiriu a fonte de água Fonte do Sol; e por fim, a Spal (Femsa Coca-cola) que comprou a Cia. Fluminense de Bebidas. Na categoria outros estão incluídos os investimentos com P&D, modernização, capacitação e treinamento e projetos ambientais. FIGURA 14 Investimentos anunciados por tipo de operação (em US$ milhões). FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados Análise por localização geográfica Considerando o grande número de munícipios contemplados com os investimentos anunciados pelas empresas, optou-se por identificar a localização dos projetos por Estado/Região. Cabe esclarecer que a informação relativa à localização dos municípios está registrada na base de dados que integra este relatório. Na tabela 6 pode-se verificar que mais da metade do montante de investimentos, 52,33% do total, será aplicada em projetos que serão implantados em mais de 2 municípios e/ou Estados (vários). Alguns projetos ainda não tem sua localização geográfica definida, em grande parte dos casos, as empresas ainda estão fazendo estudos e prospecções para a tomada de decisão (sem definição), correspondendo a 1,35% do valor total dos investimentos. 4,6% dos recursos totais são referentes a projetos cujas empresas não disponibilizaram informações sobre a localização de sua implantação. 40
42 Ainda na tabela 6, constata-se que os investimentos continuam concentrados na Região Sudeste, que receberá 26,8% do total. A Região Nordeste receberá o segundo maior volume, ficando com 10,55%. As regiões Centro-Oeste, Norte e Sul, ficarão com as menores parcelas dos investimentos, recebendo, respetivamente, 2,36%, 1,26% e 0,76%. O mapa do Brasil anexo à tabela possibilita uma melhor compreensão da distribuição geográfica dos projetos em execução e anunciados. Os anúncios de investimentos das empresas de energia elétrica, principalmente as de transmissão e distribuição, definem a localização geográfica de forma mais ampla, por isso foi feita a tabulação específica para estas situações, identificando montantes para Região Norte e Região Nordeste. Região 1 - Centro Oeste 2 - Nordeste 3 - Norte 4 - Sudeste 5 - Sul TABELA 6 Investimentos anunciados por localização geográfica 2010/2013. Estado INVESTIMENTOS ANUNCIADOS (US$ milhões) Valor/Estado % Valor/Região % Mato Grosso ,41% Mato Grosso do Sul ,63% Goiás ,22% Distrito Federal 514 0,10% Pará ,41% Maranhão ,98% Bahia ,12% Ceará ,57% Piauí ,56% Pernambuco ,39% Região Nordeste ,29% Paraíba 720 0,13% Alagoas 469 0,09% Rio Grande do Norte 33 0,01% Amazonas ,70% Região Norte ,34% Rondônia 832 0,16% Roraima 200 0,04% Amapá 99 0,02% São Paulo ,12% Minas Gerais ,86% Rio de Janeiro ,55% Paraná ,46% Espírito Santo ,84% Rio Grande do Sul ,51% Santa Catarina ,25% ,36% ,55% ,26% ,83% ,76% Vários ,33% ,33% Informação não disponível ,56% ,56% Sem definição ,35% ,35% TOTAL ,00% ,00% FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados. 41
43 A tabela 7 apresenta o ranking dos investimentos por estado. São Paulo continua sendo o maior destino dos investimentos no Brasil, e, no caso desta pesquisa, ele ficará com a fatia de 20,12% do total dos investimentos. Chamam atenção os investimentos no Pará e no Maranhão, que estão na segunda e terceira posições. Em ambos os casos, os investimentos, em sua maioria, são relativos às atividades de mineração. Cabe destacar ainda, que Minas Gerais e Bahia, receberão investimentos na indústria superiores aos destinados ao Rio de Janeiro. TABELA 7 Investimentos anunciados por localização geográfica: ranking Estados 2010/2013. Estado 42 INVESTIMENTOS ANUNCIADOS (US$ milhões) Valor % Vários ,33% São Paulo ,12% Informação não disponível ,56% Pará ,41% Maranhão ,98% Minas Gerais ,86% Bahia ,12% Rio de Janeiro ,55% Paraná ,46% Mato Grosso ,41% Sem definição ,35% Espírito Santo ,84% Amazonas ,70% Mato Grosso do Sul ,63% Ceará ,57% Piauí ,56% Rio Grande do Sul ,51% Pernambuco ,39% Região Norte ,34% Região Nordeste ,29% Santa Catarina ,25% Goiás ,22% Rondônia 832 0,16% Paraíba 720 0,13% Distrito Federal 514 0,10% Alagoas 469 0,09% Roraima 200 0,04% Amapá 99 0,02% Rio Grande do Norte 33 0,01% TOTAL ,00% FONTE: elaboração própria a partir dos dados levantados.
44 Política de Desenvolvimento Industrial do Governo Federal e o MERCOSUL O Plano Brasil Maior (PBM), política de desenvolvimento industrial e tecnológico do governo federal, reúne um conjunto integrado de medidas de apoio à competitividade do setor produtivo brasileiro. (PBM, 2013). De acordo com o Balanço Executivo de 2 anos do PBM 26, o conjunto de medidas pode ser organizado em três grandes blocos: (i) redução dos custos dos fatores de produção (trabalho e capital) e indução do desenvolvimento tecnológico; (ii) defesa do mercado interno e apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas; e (iii) promoção das exportações e defesa comercial. Entre as medidas de comércio exterior do PBM está incluída (...) a concessão de isenções tributárias e crédito para estimular as exportações brasileiras, além de ações de defesa voltadas contra práticas desleais e ilegais de importações, de modo a coibir irregularidades que prejudicam os resultados comerciais do país. Entre as iniciativas de destaque, incluem-se o Reintegra, o regime de Ex-tarifários, os esforços antidumping e o aperfeiçoamento da estrutura tarifária, com a criação de mecanismo no Mercosul que permite o aumento do Imposto de Importação. (PBM, 2013). Uma das medidas do governo federal com vistas a incentivar o processo de investimento na produção no Brasil, é aperfeiçoar a estrutura tarifária por meio da criação de mecanismo no MERCOSUL que permita o aumento do Imposto de Importação. Em 2011, o Conselho Mercado Comum Extraordinário CMC aprovou a Decisão CMC nº 39/11 que permite aos estados-parte elevarem, unilateralmente, a alíquota do imposto de importação de 100 códigos da Nomenclatura Comum do MERCOSUL NCM por razões de desequilíbrios derivados da conjuntura econômica internacional. Essa elevação tarifária tem duração de doze meses, podendo ser prorrogada por igual período. No Brasil, a incorporação ao ordenamento jurídico nacional da referida Decisão foi feita por meio da Resolução CAMEX nº 70, de setembro de (PBM, 2013). A definição dos 100 produtos a terem a alíquota majorada passou pela análise do Grupo Técnico de Alterações Temporárias da Tarifa Externa Comum (GTAT-TEC) e pela deliberação do Conselho de Ministros da Camex. Os princípios que nortearam a inclusão desses produtos foram a agregação de valor na indústria doméstica, 26 Disponível em: 43
45 coerência da elevação tarifária com a cadeia produtiva, investimentos realizados ou planejados, capacidade produtiva compatível com a demanda, nível de utilização da capacidade instalada e grau de penetração das importações, entre outros. (PBM, 2013). Com esta medida o governo pretende fortalecer as cadeias produtivas da indústria nacional, possibilitar a diversificação de suas exportações, a criação de novas competências tecnológicas e de negócios e a geração inovações, criando condições para que o setor industrial aumente sua competitividade no mercado internacional. (PBM, 2013). Conforme balanço do PBM, em 2013 houve uma forte expansão da indústria de transformação a partir de março, e, até agosto/2013, o crescimento acumulado foi de 11,83%. O Grupo Executivo do plano considera essa tendência consistente, não apenas porque o incremento industrial da média móvel ocorreu (...), mas também porque a indústria de bens de capital apresenta uma recuperação ainda mais intensa, com crescimento anualizado de 17,8% em junho de Evidencia-se, assim, que a política industrial tem focos direcionados para a criação de efeitos multiplicadores interindustriais e para a ampliação da base corporativa e tecnológica de setores chave para a competitividade do país. Ainda assim, não descuida de atividades relevantes para a geração de emprego e renda, apostando na redução dos custos da produção, na promoção das exportações e na defesa comercial. (PBM, 2013). Conforme avaliação do governo brasileiro, Os avanços de formulação e o amadurecimento institucional e operacional conquistado nos últimos anos reafirmam a relevância do Plano Brasil Maior. Ainda assim, é necessário continuar aperfeiçoando mecanismos de diálogo e formulação de políticas públicas, além de desenvolver sistemáticas ainda mais precisas de monitoramento e avaliação, de modo a ampliar a abrangência e os resultados almejados. Essas diretrizes incorporam-se às atividades em curso, direcionando a continuidade dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Plano Brasil Maior. (PBM, 2013). Segundo Ruschel 27, muitas das medidas do Plano Brasil Maior são compatíveis com os acordos da OMC e, entre outras medidas igualmente importantes, dizem respeito a políticas fiscais internas que não são objeto de compromissos internacionais, como a 27 Natália Ruschel em 44
46 desoneração das folhas de pagamento de setores industriais e de serviços, e os incentivos diretos à educação e outros direitos sociais. (RUSCHEL, 20120). No atual contexto, considera-se oportuno sugerir a ampliação da discussão na comunidade nacional e internacional sobre as medidas do Plano Brasil Maior, sua compatibilidade jurídica com as normas internacionais e sobre seus impactos econômicos no comércio internacional e no próprio desenvolvimento nacional. 45
47 4. IDENTIFICAÇÃO DE FORNECEDORES E CLIENTES Objetivos - Definir uma amostra de grandes empresas industriais no Brasil. - Desenvolver uma pesquisa com o propósito de identificar e caracterizar os fornecedores e clientes das grandes empresas industriais. Resultado esperado - Indicadores sobre as políticas de compras e vendas das grandes empresas industriais no âmbito do Brasil Levantamento dos dados Para a definição da amostra da pesquisa tomou-se como referência as empresas constantes na base de dados construída a partir da execução da atividade I.3, tendo em vista que as mesmas são de setores relevantes da realidade industrial brasileira, com distintos tipos de especialização considerando sua posição nas cadeias produtivas. A título de exemplo, citamos as indústrias do setor automotivo que depende do abastecimento de insumos da siderurgia e metalurgia, que por sua vez depende das indústrias extrativas e do setor de energia. Considerando que o sucesso da pesquisa dependia do índice de retorno, optou-se por estabelecer contato com todas as empresas constantes na base de dados, incluídas outras consideradas relevantes. Foi estabelecido contato com 72 empresas. Para tanto, foram tomadas as seguintes providências: 1) Elaboração de formulário com listagem das empresas a serem pesquisadas, por Estado, contendo campos para levantamento dos nomes dos contatos, e respectivos telefones/ s. (Anexo B) 2) Tradução dos questionários da pesquisa para o português (versão enviada pela coordenação em 31/10/2013) e repassada à coordenação do componente 3 para verificação. (Anexos C e D) 3) Elaboração de texto com notas explicativas sobre a pesquisa para compor a mensagem do a ser enviado às empresas e possíveis apoiadores (submetido à apreciação da coordenadora do componente 3). (Anexo E). 46
48 4) Consulta nos sítios eletrônicos e portais das empresas para levantamento dos dados necessários para efetivação do primeiro contato (telefone e ), organizando-os no formulário. 5) Contato com a Rede Nacional de Informações sobre Investimentos RENAI do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, solicitando apoio no levantamento de contatos ou o fornecimento do nome dos responsáveis pelos departamentos de compras e de vendas das empresas pesquisadas. Observação: o MDIC informou que não dispõe de informações dessa natureza e sugeriu que fosse efetivado contato com o Núcleo Internacional da Confederação Nacional das Indústrias CNI para verificar a disponibilidade de dados dos contatos nas empresas. 6) Contato telefônico e envio de para a Gerência de Negociações Internacionais da Confederação Nacional das Indústrias - CNI, que, também, informou que não possui cadastro direto das empresas e recomendou procurar as federações estaduais das indústrias, através do Centro Internacional de Negócios de cada Estado, visto que a CNI também não dispõe de informações diretas das empresas. 7) Contato telefônico e envio de aos coordenadores dos Centros Internacionais de Negócios (CIN) de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, estados com maior número das indústrias pesquisadas. Foram enviadas informações sobre a pesquisa, arquivos da relação das empresas de seus respectivos estados e questionários. Observação: apenas o Rio de Janeiro deu retorno imediato e repassou dados para contato naquele Estado. Os demais deram retorno após 20 dias e repassaram dados dos sindicatos das indústrias, que são os afiliados às federações. Cabe destacar a manifestação de interesse dos mesmos em saber dos resultados da pesquisa. Observação: constatada a ineficácia desta estratégia, não foi efetivado contato com os sindicatos, visto que demandaria diversas ligações com o risco da não obtenção dos contatos solicitados. 8) Contato direto com cada empresa informando sobre a pesquisa e solicitando o repasse da ligação para o setor responsável pelo fornecimento de dados para pesquisas ou para os departamentos de compras ou de vendas. Nos primeiros contatos, aproximadamente 40% das ligações, as atendentes informaram que as solicitações de dados para pesquisa são frequentes e que a resposta dependia de autorização da direção da empresa, devido às políticas internas. 9) Diante deste esclarecimento, foi levantado o nome do diretor geral e/ou presidente de cada empresa e estabelecido contato com as respectivas secretárias executivas, que viabilizaram o contato direto para o encaminhamento da solicitação dos dados da pesquisa através de . Desta forma, foi possível efetivar contato com 97,2% do total das empresas. Os dados utilizados para o 47
49 contato com as empresas, bem como o retorno dado pelas empresas até 16/01/2014, podem ser verificados no Anexo E. 10) Criação de uma conta de específica para a manutenção do contato com as empresas: bid.pesquisa@caneladeema.com e envio das mensagens eletrônicas com notas explicativas sobre a pesquisa, os arquivos dos questionários e definindo prazo de 20 dias para resposta. O contato direto com as empresas foi mantido de novembro/2013 a janeiro/2014. Nesse período diversas empresas solicitaram esclarecimentos sobre a pesquisa, entre os quais destacamos os questionamentos da Volkswagen: 1. A empresa que participar da pesquisa terá seu nome divulgado nos resultados e na plataforma de dados? 2. Será publicado quem respondeu e o conteúdo de sua resposta? 3. De que forma os resultados serão disponibilizados e/ou divulgados? Quem terá acesso? 4. O nome da empresa aparecerá de alguma forma? Se sim, como? Ou não aparece? Conforme orientação da coordenadora do componente 3, Cândida Cervieri, foi elaborada uma resposta que, pelo seu teor, considerou-se importante enviá-la para todos os componentes da amostra da pesquisa. Dessa forma, no início de dezembro, foi enviada nova mensagem para todas as empresas com os esclarecimentos prestados para a Volkswagen, reproduzida a seguir, visando gerar tranquilidade sobre possíveis receios quanto à confidencialidade dos dados fornecidos. O componente 3 do Proyecto BID/RG-T2016, Observatorio de Emprendimientos Empresariales e Integración Produtiva Regional, tem como objetivo gerar um banco de dados de projetos de investimento em curso, anunciados e/ou planejados por grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL, incluindo suas demandas por bens e serviços, com o fim de avaliar e definir ações comuns de desenvolvimento de fornecedores e/ou clientes regionais. Conforme metodologia estabelecida, o trabalho foi estruturado em duas etapas: I - Levantamento e geração de uma base de projetos de investimento de grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL; e II - Identificação de fornecedores e/ou clientes das grandes empresas industriais no âmbito do MERCOSUL. A primeira etapa foi executada com o levantamento de informações dos anúncios de projetos de investimento no Brasil, no período de 2010 a 2012, das maiores empresas industriais (considerando o número de empregados e faturamento em 2011/2012). Os dados foram obtidos na imprensa especializada, órgãos governamentais e empresariais, entre outros. Neste contexto, a Volkswagen está compondo o universo da pesquisa. Concluída a 48
50 primeira etapa, foi iniciada a execução da segunda com o envio da mensagem anterior. Considerando possíveis políticas internas de confidencialidade, prestamos os seguintes esclarecimentos: 1. As informações fornecidas pelas empresas constituirão uma base de dados (plataforma) que será acessada por membros do BID/FLACSO responsáveis pela pesquisa. 2. Na base de dados as informações só serão associadas ao nome da empresa mediante autorização. Para tanto, solicitamos que a empresa, caso julgue necessário, registre nos questionários uma das opções abaixo: a) A (nome da empresa) solicita que os dados/informações fornecidos sejam associados ao seu nome nos registros e resultados da pesquisa que venham a ser disponibilizados e divulgados. b) A (nome da empresa) NÃO autoriza o registro e publicação do seu nome em quaisquer meios eletrônicos e/ou impressos. c) A (nome da empresa) autoriza a associação parcial do seu nome nos registros e resultados da pesquisa que venham a ser disponibilizados e divulgados (especificar os itens do questionário a serem apresentados). 3. Os resultados da pesquisa serão disponibilizados às empresas participantes através de "papers", por iniciativa do BID/FLACSO, nos quais serão divulgados apenas os dados que a empresa autorizar. 4. No caso de autorizar a publicação do seu nome, a empresa poderá indicar o setor/área que respondeu, se julgar necessário. 5. Optando por não registrar/associar o nome da empresa aos dados fornecidos e resultados da pesquisa, neste caso será denominada "empresa ligada ao setor automotivo situada no Brasil". (texto de enviado às empresas, em dezembro, elaboração sob supervisão da coordenadora do componente 3, Cândida Cervieri). A Petrobrás, através da assessoria da presidência, estabeleceu contato e, primeiramente, argumentou que, apesar dos questionários apresentarem poucas questões, o fornecimento dos dados demandaria um prazo extenso devido ao tamanho da empresa e amplitude dos seus produtos. Argumentou ainda, que, eles poderiam fornecer as informações, sugerindo que a solicitação fosse enviada diretamente pelo BID ao Ministério das Relações Exteriores ou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Nesse caso, informou que levariam prazo superior a 3 meses para a entrega das informações. Informou, ainda, que grande parte dos dados solicitados está disponível no portal da Petrobrás, na Internet. Diante do baixo índice de respostas no prazo estabelecido, foram feitas novas ligações para solicitação de respostas definindo novos prazos para retorno. Apesar disso, apenas 2 empresas forneceram dados: Mercedes Benz e Souza Cruz, sendo que a primeira respondeu somente o questionário de vendas. Parte significativa das 49
51 empresas informou que estava preenchendo os questionários (54%) e confirmaram a participação na pesquisa. No entanto, até o encerramento do trabalho não ocorreram outros retornos. Os contatos estabelecidos e o posicionamento das empresas podem ser verificados na planilha de controle utilizada durante o cumprimento desta atividade (Anexo E). A Figura 15 possibilita a verificação dos tipos de resposta dada pelas empresas ao convite para participar da pesquisa. FIGURA 15 Posição das empresas ao convite para participação na pesquisa FONTE: elaboração própria. Cabe salientar que 54% do total das empresas se comprometeram em enviar os resultados, solicitaram esclarecimentos e justificaram a demora na entrega dos dados pelo acúmulo de trabalho no final e início de ano. Acredita-se, portanto, que as respostas seriam obtidas se o prazo para a realização desta pesquisa no Brasil fosse ampliado. A situação acima relatada foi apresentada à coordenação que orientou que fossem feitas novas cobranças e iniciado o levantamento de dados secundários, contemplando a quantidade estabelecida na metodologia, de pesquisar 40 empresas no Brasil. Dessa forma, no final de dezembro foi iniciado o levantamento de dados secundários a fim de levantar os dados sobre a política de compras e vendas, apresentados a seguir. 50
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