TÍTULO: CONDIÇÕES DE TRABALHO DA POPULAÇÃO NEGRA

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1 1 TÍTULO: CONDIÇÕES DE TRABALHO DA POPULAÇÃO NEGRA AUTORA: ALINE MARIA DA SILVA ALMEIDA CONTATO: OBJETIVO GERAL: Fornecer aos alunos alguns elementos acerca das condições do trabalho da população negra no Brasil ao longo da história para pensarmos a atualidade tendo como ponto de partida a Revolta da Chibata (1910) ocorrida no Rio de Janeiro e logo depois os estudos dos pensadores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes e Carlos Hasenbalg e suas teorias sociológicas sobre as Relações Raciais no Brasil. A abordagem histórica em conjunto com dados atuais sobre o trabalho desempenhados por negros fornecidos pela Secretaria de Políticas de promoção da Igualdade Racial servirá para reflexão das condições de trabalho da população negra na sociedade brasileira nos dias de hoje. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: a) O objetivo dessa aula, no curso de Fundamentos do Trabalho do Curso Técnico de Elétrica é de promover reflexão sobre as desigualdades salariais baseada em desigualdades raciais no Brasil utilizando-se de eventos históricos da história brasileira e das teorias sociológicas sobre a temática das Relações Raciais. b) Apresentar aos alunos de forma detalhada as contribuições da Sociologia Brasileira sobre esse tema para que eles entendam como as desigualdades salariais entre brancos e negros permeiam toda a trajetória brasileira e ainda se apresenta nos dias atuais. 1. PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO 1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS A SEREM TRABALHADOS DURANTE A AULA: a) Revolta da Chibata;

2 2 b) As 3 ondas teóricas sobre as Relações Raciais no Brasil, seus principais expoentes e seus principais conceitos; c) Condições atuais de trabalho da população negra, segundo dados fornecidos pela SEPPIR, pelo Ipea, IBGE, Pnad e Oxfam. 1.2 VIVÊNCIA COTIDIANA DOS ALUNOS: a) O que os alunos já sabem sobre o conteúdo? O que gostariam de saber a mais: Perguntar se os alunos já estudaram a Revolta da Chibata no Ensino Médio, quais aspectos eles se recordam desse evento histórico. Perguntar se os alunos têm conhecimento de quem foi Antônio Cândido Felisberto, conhecido o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata. Perguntar se os alunos se recordam de quem foi Gilberto Freyre e sabem expressar sobre os assuntos que o autor trabalhava. Indagar se os alunos acham que existem diferenças entre negros e brancos em diferenciados âmbitos da sociedade brasileira acerca das oportunidades oferecidas no âmbito do mundo do trabalho e do acesso à educação. Estimular a problematização das relações raciais com exemplos de casos atuais de racismo. Perguntar se os alunos definem como amigáveis as relações entre negros e brancos, estimular perguntas sobre a violência cotidiana, casos de manifestação de preconceito no dia a dia do aluno e piadas racistas dentro do interior da escola. Problematizar o conceito sociológico de democracia racial e seus desdobramentos na atualidade, apresentar as contribuições de Florestan Fernandes sobre esse tema para a sociologia brasileira e como seus escritos contribuíram para uma melhor leitura da realidade brasileira. Os compositores João Bosco e Aldir Blanc transformaram em música, em 1975, a saga de João Cândido e companheiros da Revolta da Chibata. Cantada por Elis Regina, a letra sofreu várias modificações impostas pela censura, o que não impediu que a canção fizesse grande sucesso, até hoje. Comparando as duas letras, percebemos as mudanças sofridas: ALMIRANTE NEGRO (Título original) 1973 (Letra original) Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu

3 3 Conhecido como Almirante Negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao acenar pelo mar, na alegria das fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam das costas dos negros pelas pontas das chibatas Inundando o coração do pessoal do porão Que a exemplo do marinheiro gritava não! Glória aos piratas, às mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça, às baleias Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o Almirante Negro Que tem por monumento as pedras pisadas do cais Mas faz muito tempo O MESTRE SALA DOS MARES (Título Censurado) Autores: JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo feiticeiro A quem a história não esqueceu Conhecido como navegante negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam nas costas dos santos Entre cantos e chibatas Inundando o coração do pessoal do porão Que a exemplo do feiticeiro gritava, então! Glória aos piratas, às mulatas, às baleias! Glória à farofa, à cachaça, às baleias! Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o navegante negro Que tem por monumento as pedras pisadas do cais (Mas, salve...) FONTE: FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL et al. João Cândido: a luta pelos direitos humanos. [S.l.]: Projeto Memória, P PROBLEMATIZAÇÃO 2.1 DISCUSSÃO SOBRE OS PROBLEMAS MAIS SIGNIFICATIVOS: A Revolta da Chibata (1910) é uma das primeiras expressões da identidade negra no Brasil relativa ao trabalho, ocorrida duas décadas após a Abolição da Escravatura. Seus estudos são muito relevantes para compreender os primeiros resquícios de práticas escravocratas ocorridas em solo brasileiro no âmbito do trabalho e para entender como se dava a vida dos ex-escravos livres que trabalhavam na Marinha

4 4 Brasileira, a quais condições de trabalho eram submetidos e quais os motivos da Revolta. A leitura e produção primária da sociologia sobre as Relações Raciais no Brasil partem da dimensão cultural dessas interações passando a ter uma leitura mais crítica a partir da segunda metade do Séc. XX com os escritos da segunda onda teórica sobre o tema, tendo como destaque os estudos de Florestan Fernandes e Roger Bastide em São Paulo (1959). Se após a abolição da escravatura não existem mecanismos jurídicos de segregação raciais formais que impeçam a ascensão social do negro como explicar as enormes desigualdades socioeconômicas entre negros e brancos? Se vivemos em harmonia social e racial como explicar a população negra na base da pirâmide social do Brasil? Essas eram as principais preocupações dos pensadores da segunda e da terceira onda teórica sobre as relações raciais no Brasil. (OSÓRIO, 2009) Florestan Fernandes ( ) foi o principal representante do grupo de intelectuais responsáveis pela desmistificação da democracia racial brasileira, sua teoria tornou-se inspiração para o movimento negro brasileiro assumir como bandeira política a luta contra a teoria da democracia racial que permeava os debates nessa área, promovendo a ideia de que existia, no Brasil, a igualdade de oportunidades para brancos e negros. Após a Segunda Guerra Mundial, a Unesco financiou uma série de pesquisas no Brasil a respeito das relações raciais no país. Tal iniciativa era baseada na crença de que o Brasil representava um cenário singular quando se tratava de relações raciais, onde os contatos entre brancos e negros tenderiam para a harmonização, visão que teria sido difundida pelos trabalhos de Gilberto Freyre (1933). A pedido do órgão mundial foram realizadas pesquisas no Recife, em Salvador, no Rio de Janeiro e em São Paulo. São Paulo apresentou enorme riqueza de contrastes para a realização do estudo por conta da aceleração capitalista na capital. O estudo na cidade de São Paulo ficou na responsabilidade de Roger Bastide e de Florestan Fernandes e resultaria no livro Relações raciais entre brancos e negros em São Paulo, publicado pela Anhembi, em Quatro anos mais tarde, o trabalho foi modificado e republicado com o título Brancos e negros em São Paulo. pela Companhia Editora Nacional, em sua Coleção Brasiliana. A integração do negro na sociedade de classes (1964) de Florestan Fernandes é um marco na sociologia brasileira. Aqui, o autor desenvolve de forma mais aprofundada a sua teoria do mito da democracia racial. O pano de fundo desta obra é que a Abolição da escravatura libertou os negros oficialmente, mas que na prática a discriminação e a submissão da população negra

5 5 aos brancos continuaram na vida cotidiana. Ou seja, houve uma falsa integração do negro na nova ordem capitalista brasileira, na sociedade de classes. Este livro representa uma histórica virada crítica na auto-imagem do Brasil, na nossa construção de uma identidade nacional. Demonstra como o racismo contra o negro e o mulato era forte em todos os segmentos da sociedade paulista, principalmente entre as famílias tradicionais que já viviam há séculos na cidade. (BASTIDE, FERNANDES. 1959) O conceito de Mito da Democracia Racial e seus desdobramentos na atualidade, assim como todas as contribuições de Florestan Fernandes sobre esse tema para a Sociologia Brasileira possibilitaram uma melhor leitura da realidade brasileira, que naquele momento passava por um profundo processo de aceleração capitalista mudando assim os arranjos sociais e a formação de novas classes. (FERNANDES, 1978) Carlos Hasenbalg ( ) foi o estudioso do tema que se destacou e tentou ir além das duas primeiras ondas teóricas. Para o autor nenhuma corrente teórica anterior assimilou a coexistência do racismo com a moderna sociedade desenvolvida, mesmo a perspectiva de Fernandes remontava à antigos estereótipos escravistas, não mais presentes na sociedade moderna: Num caso, o papel da raça na geração das desigualdades é negado, noutro, o preconceito racial é reduzido a um fenômeno de classe e, por último, a discriminação racial constitui um resíduo cultural do já distante passado escravista. Nenhuma destas perspectivas considera seriamente a possibilidade de coexistência do racismo, industrialização e desenvolvimento capitalista (1982: 88). O autor presenciou a formação do Movimento Negro no Brasil e a formação de outros movimentos que tinham como bandeira a igualdade, além disso foi responsável pela formação de vários pensadores negros enquanto trabalhou no IUPERJ de Pensando o momento atual, décadas após a percepção teórico-sociológica e empírica da discriminação racial devemos nos perguntar: o racismo ainda persiste? O que é o racismo? Qual a importância de debater as relações raciais no Brasil? Todos têm direito às mesmas oportunidades de forma igual? Se o racismo é crime com prisão por que manifestações racistas são corriqueiras mesmo no âmbito público? Se não existem mecanismos jurídicos de segregação formais que impeçam a ascensão social do negro como explicar as enormes desigualdades socioeconômicas entre negros e

6 6 brancos? Por que a população negra está na base da pirâmide social representando cerca de 70% dos pobres no Brasil? 1 Como o racismo se manifesta nos dias de hoje? Essas perguntas devem ser respondidas pelo professor que será responsável por explicar a dimensão histórica do racismo: Como o movimento abolicionista estava sendo impulsionado por forças exteriores internacionais e a própria abolição foi fruto da expansão capitalista. No desenvolvimento capitalista de exploração e na formação da sociedade de classes brasileira ainda restou fragmentos da antiga ordem escravocrata. Para Florestan Fernandes, por exemplo, não ocorreu a integração do negro nessa sociedade de classes da mesma forma que ocorreu com os brancos. A República, após a abolição da escravatura, se preocupou mais em trazer milhares de imigrantes europeus com o objetivo de promover o branqueamento da população brasileira. Os melhores empregos na nova ordem capitalistas foram reservados à esses imigrantes em detrimento dos subempregos que sobravam para os ex-escravos, submetendo-os à marginalização. Pobreza e negritude passaram aqui a confundir-se. Se antes o negro era automaticamente visto como escravo na nova ordem era automaticamente visto como membro pertencente das classes baixas. Havia também a questão do desajuste social aos novos moldes de trabalho livre, os quais o negro não conseguia se adaptar. Explicar como opera as situações de racismo institucional (aquele que passa por regras previamente instituídas) usando exemplos recentes como o caso das babás negras da elite carioca que, segundo as normas do exclusivo Country Clube são proibidas de usarem os banheiros dos sócios. 2 Atualmente há várias pesquisas sobre a situação empregatícia de negros e negras no Brasil. Os dados são fornecidos por órgãos do Governo Federal como o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Pnad anual (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Algumas pesquisas partem dos próprios órgãos, outras ainda são iniciativas de ONGs, utilizandose de dados dessas organizações. A Oxfam, por exemplo, uma entidade humanitária fundada no Reino Unido presente em 94 países, produz pesquisas para o combate à pobreza e a promoção de justiça social. Compõem a categoria de serviço doméstico, na legislação brasileira, as pessoas que trabalham como cozinheiro/a, governanta, babá, lavadeira, faxineiro/a, vigia, 1 FONTE IBGE: Acesso em: 14/11/ A vida de uma babá no clube mais seleto do Rio de Janeiro. Disponível em: < Acesso em: 01 de mar

7 7 motorista particular, jardineiro/a, acompanhante de idosos/as, entre outras. O perfil majoritariamente feminino desta ocupação remonta não só ao modelo escravista da sociedade brasileira, mas também às tradicionais concepções de gênero, que determinam o trabalho doméstico como uma habilidade natural de mulheres. Assim, o emprego doméstico, como destacado por esses órgãos, é a principal ocupação das mulheres ao mercado de trabalho, particularmente das negras, pobres e sem escolaridade ou qualificação profissional. O último estudo do Ipea nesse âmbito foi publicado em março de 2016, intitulado Mulheres e Trabalho: breve análise do período de demonstra as profundas desigualdades de raça ainda presentes no trabalho doméstico. A pesquisa demonstra a diferença salarial entre negras e brancas além das diferenças referentes à escolaridade e a carteiras de trabalho assinadas. Em 2014, 10% das mulheres brancas eram domésticas, índice que chegava a 17% entre as negras. Entre as trabalhadoras com carteira 33,5% eram mulheres brancas e 28,6% mulheres negras. Isso reflete diretamente no salário: R$ 766,6 das brancas contra R$ 639 das negras, valor inferior ao salário-mínimo na época. As mulheres negras estão sujeitas a condições de trabalhos mais precárias por conta da sua baixa escolaridade, o fator da profissão ser geracional, ou seja, passada de mãe para filha também pesa. (Pinheiro, L.S.; Junior, A.T.L.; De Fontoura, N. O.; Da Silva, Rosane, 2016) Um estudo anterior realizado em 2009 pela SEPPIR - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão governamental que também é responsável por pesquisas nessa área e que lança periodicamente seus estudos através de livros intitulados Situação social brasileira: monitoramento das condições de vida demonstrou em um capítulo sobre o trabalho doméstico utilizando-se de dados do Pnad que o trabalho doméstico desempenhado por mulheres negras atingia 21,8% deste grupo racial, contra 12,6% da ocupação das trabalhadoras brancas. Esses dois estudos nos permitem problematizar como esse fenômeno está atrelado a nossa herança escravista da combinados com a construção de um cenário de desigualdade social e racial no qual as mulheres negras têm menor escolaridade e maior nível de pobreza e no qual o trabalho doméstico desqualificado, desregulado e de baixos salários constitui-se em uma das poucas opções de emprego para essas mulheres. A Oxfam, em uma pesquisa fora do âmbito doméstico, publicada em 2017 e utilizando-se de dados do PNAD 2015 apurou, considerando todas as rendas (além da renda gerada pelo emprego, também aquela que vem de benefícios sociais - como Bolsa Família - da aposentadoria, do aluguel de imóveis e do rendimento de aplicações

8 8 financeiras) que brancos ganhavam, em média, o dobro do que ganhavam negros: R$ em comparação com R$ 898 por mês. De acordo com o estudo, negros e brancos terão rendas equivalentes apenas em 2089 dois séculos após a Lei Áurea, isso se a tendência de redução da desigualdade dos últimos 20 anos se mantiver nos níveis atuais. 2.2 DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADOS NA AULA DIMENSÃO SOCIOLÓGICA: Entender como a transição da abordagem cultural para uma leitura mais crítica sobre as Relações Raciais forneceu a sociologia brasileira elementos para a solidificação da desmistificação da democracia racial e como essa leitura crítica iluminou a produção da sociologia brasileira. Entender como essa teoria foi difundida para dar o entendimento de que lutar contra as diversas formas de opressão racial no país seria a forma mais eficaz de combate contra os mecanismos de exploração do desenvolvimento capitalista no Brasil. DIMENSÃO HISTÓRICA: O contexto da Revolta da Chibata, a nova organização da vida social no Rio de Janeiro, até então capital brasileira e modelo de modernidade. O contexto dos primeiros escritos sobre as relações raciais nos anos 30. O estopim da teoria de Florestan Fernandes que se encontra em um contexto mundial em que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) patrocinou um conjunto de pesquisas sobre as relações raciais no Brasil. Estão incluídas nesse projeto da UNESCO os estudos de Thales de Azevedo na Bahia (1996) e de Wagley (1952). A origem deste projeto estava associada à agenda anti-racista formulada pela Unesco no final dos anos 1940 sob o impacto do racismo e da Segunda Guerra Mundial. DIMENSÃO ECONÔMICA: Explicar, segundo Florestan Fernandes, a qual condição social foi submetido o negro após a escravidão. Quais empregos os negros ocupavam, qual o seu papel na economia capitalista. As mulheres negras eram quase unanimidade no serviço doméstico e os homens negros continuavam com trabalhos pesados análogos à escravidão. Explicar, segundos os dados atuais, a quais condições de trabalho e diferenças salariais os negros ainda enfrentam em relação aos brancos e os impactos econômicos na vida dos negros e das suas famílias. 3. INSTRUMENTALIZAÇÃO

9 9 3.1 AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS: A aula será dividida em 3 momentos. Começarei colocando a música Mestre Sala dos Mares na TV pendrive, distribuindo as duas versões impressa. A versão censurada e a versão lançada na década de 70 após esse passo farei uma reflexão dos atributos da letra e da censura começando a trazer elementos sobre a Revolta da Chibata (1910) e seu líder João Cândido. Após explicitar os eventos históricos ocorridos antes durante e depois da Revolta dando ênfase ao contexto histórico de implantação capitalista no Brasil farei uma introdução às três ondas teóricas da Sociologia Brasileira e quais seus impactos naquele momento, como foram os primeiros passos dessa ciência social em solo brasileiro e qual o reflexo desses estudos ainda hoje, utilizando-se de exemplos de casos atuais. Essa explicação será extensa e terá apoio de um texto didático para melhor acompanhamento dos alunos. É necessário que os alunos entendam sociologicamente o que significou todas as três ondas teóricas, como forma de conhecer o passado brasileiro à luz dos sociólogos, e como esses estudos foram necessários para uma melhor compreensão da sociedade brasileira daquele período. Após essa explicação perguntarei aos alunos como eles acham que acontecem as relações raciais nos dias de hoje, se na opinião deles permanecem marcas do passado ou se o racismo foi superado no mundo do trabalho. Após as respostas apresentarei o vídeo realizado pelo Governo do Paraná, em forma de experimento de uma campanha contra o racismo em que profissionais/recrutadores de RH reagem a imagens de brancos e negros, mostrando aos alunos como tais profissionais reagem e se eles acham que tais reações configuram-se em práticas de discriminação racial. Após isso apresentarei os dados sobre trabalho doméstico de pesquisas fornecidos pela SEPPIR, pelo Ipea, IBGE, Pnad e Oxfam para pensarmos a persistência de práticas escravagistas na sociedade brasileira de 2017 que devem ser acirradas pela nova CLT e na coexistência de discriminação racial no acesso ao mercado de trabalho e nas oportunidades no geral. 3.2 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS: Apresentar, na TV pen-drive, a letra da música original (depois censurada pela ditadura militar) Almirante Negro (O mestre

10 10 sala dos mares), cantada por João Bosco, que conta um pouco sobre a Revolta da Chibata (no Rio de Janeiro em 1910) e sobre a história do líder negro João Cândido. Apresentar na TV pen-drive um vídeo realizado pelo Governo do Paraná, em forma de experimento de uma campanha contra o racismo em que profissionais/recrutadores de RH reagem a imagens de brancos e negros sem saber que estavam sendo filmados e discutir os problemas apresentados nas falas desses profissionais. Quadro para anotações rápidas com giz e texto didático para o acompanhamento da aula. 4. CATARSE 4.1 SÍNTESE E EXPRESSÃO DA SÍNTESE: SÍNTESE: Espera-se que os alunos compreendam as dimensões sociológicas e históricas do conteúdo, aprendendo sobre a Revolta da Chibata e sua relevância para compreender como foi o processo de solidificação da inserção do negro em cargos de trabalho livre, espera-se também que os alunos entendam e sejam capazes de problematizar as abordagens sociológicas de Freyre e a abordagem de Florestan Fernandes sobre esse tema e seus conceitos difundidos na Sociologia Brasileira de modo a compreender seu impacto na vida social. Espera-se que o aluno entenda o motivo da persistência das desigualdades entre negros e brancos no perpassar da História do Brasil até os dias de hoje e relacione o conteúdo aprendido com a realidade social. EXPRESSÃO DA SÍNTESE: Propor uma atividade com a reflexão dos alunos sobre o conteúdo tendo como ponto de partida uma charge. Após a apresentação da aula, pedir que os alunos apresentem uma dissertação sobre a apreensão do conteúdo da aula ministrada. A charge apresentada serve como a expressão dos subempregos que os negros eram (e ainda são) submetidos, sempre em posições de servidão e quase nunca de privilégio. REFERÊNCIAS AZEVEDO, T. As elites de cor numa cidade brasileira: um estudo de ascensão social, classes sociais e grupos de prestígio. Salvador. Edufba, 1996.

11 11 BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade paulistana. Companhia Editora Nacional, FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. 3. ed., São Paulo: Ática, 1978, 2 vols. FREYRE, G. Casa grande e senzala. Rio de Janeiro, Schmidt Editor Sobrados e mucambos, Rio de Janeiro, Editora Nacional FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL et al. João Cândido: a luta pelos direitos humanos. [S.l.]: Projeto Memória, GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, GUIMARÃES, Antônio Sérgio A. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Revista de Antropologia, v. 47, n. 1, p. 9-44, 2004a. HASENBALG, Carlos; SILVA, Nelson do Valle. Relações raciais no Brasil contemporâneo. Rio de janeiro: Rio Fundo Editora; Iuperj, OSÓRIO, R. G. A desigualdade racial de renda no Brasil: Brasília, tese de doutorado em Sociologia, UnB PINHEIRO, L.S.; Junior, A.T.L.; De Fontoura, N. O.; Da Silva, Rosane (2016). Mulheres e trabalho: breve análise do período Brasília: IPEA. PINHEIRO, Luana; FONTOURA, Natália; PEDROSA, Cláudia. Situação atual das trabalhadoras domésticas no país.in: Situação social brasileira: monitoramento das condições de vida. Brasília, DF: Ipea, Portal UOL. Em vídeo, recrutadores têm reações diferentes diante de negros e brancos.disponível em Acesso em 13 de novembro de Oxfam Brasil. A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras, Disponível em: Acesso em 14/11/2017.

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