A PROBLEMÁTICA DO LIXO: UM TRABALHO TRANSDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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- Matheus Henrique Amado Barateiro
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1 A PROBLEMÁTICA DO LIXO: UM TRABALHO TRANSDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL Resumo BASTOS, Mariana Perez 1 - IBILCE/UNESP Grupo de Trabalho - Educação e Meio Ambiente Agência Financiadora: não contou com financiamento Atualmente, o desafio com o trabalho das questões ambientais em toda a sua complexidade se apresenta a muitos educadores, uma vez que, independentemente de sua área de formação, estes são orientados a desenvolver a temática ambiental de maneira integrada com as disciplinas convencionais, permeando todas elas e relacionando-a às questões da atualidade. Diante de tantas concepções pedagógicas e posições político-filosóficas presentes nos discursos da Educação Ambiental, o professor precisa escolher um dos diversos caminhos para fazer um trabalho transdisciplinar, que alcance maior profundidade na compreensão das questões ambientais, que não envolvem apenas o meio ambiente, mas também os aspectos culturais, políticos, sociais, econômicos, éticos e estéticos que perpassam tais questões. Frente a essas dificuldades, admite-se que a mediação dialética corresponde a um pressuposto capaz de satisfazer a necessidade de se trabalhar a Educação Ambiental de maneira transdisciplinar, com a devida preocupação de articular teoria e prática, promovendo uma práxis condizente com as intenções teorizadas. Assim, este trabalho tem por objetivo apresentar a operacionalização da Metodologia da Mediação Dialética (ARNONI, 2003, 2008) utilizada no desenvolvimento de uma abordagem transdisciplinar sobre a problemática socioambiental do lixo, a partir da elaboração de um conceito mediato de lixo com alunos de 9º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de São José do Rio Preto (SP). Pelos resultados desta experiência, averiguou-se que o encaminhamento do trabalho pedagógico, tendo como pressuposto a transdisciplinaridade e executado pela Metodologia da Mediação Dialética, permitiu aos educandos integrar conhecimentos disciplinares e, ainda, seus saberes com os conhecimentos científicos, possibilitando a formação de significados, na medida em que se aproximaram os conceitos trabalhados pelo educador daqueles de seu cotidiano. Com isso, considera-se que foi possível ultrapassar a fragmentação do conteúdo que tanto se pretende superar nas atividades escolares, atingindo uma aprendizagem significativa. 1 Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e graduanda na modalidade Bacharelado pelo Departamento de Educação do mesmo Instituto. Técnica de Nível Superior da Educação Básica na Secretaria Municipal de Educação de São José do Rio Preto (até 01/2013). maripbastos@gmail.com.
2 30661 Palavras-chave: Educação ambiental. Transdisciplinaridade. Lixo. Metodologia da Mediação Dialética. Introdução Atualmente, o desafio em se trabalhar as questões ambientais em toda a sua complexidade se apresenta a muitos educadores, uma vez que, independente de sua área de formação, estes são orientados pelos PCN a desenvolver a temática ambiental de maneira transversal, ou seja, integrada com as áreas das disciplinas convencionais, estando presente em todas elas, e ainda relacionando-a às questões da atualidade (BRASIL, 1997a). Essas orientações vêm ao encontro dos resultados das discussões mundiais sobre o assunto, sendo que a Conferência Intergovernamental da Educação Ambiental de Tbilisi (1977) apresentou, como um dos princípios básicos da Educação Ambiental, a aplicação de um enfoque interdisciplinar, a partir do conteúdo específico de cada disciplina, objetivando a elaboração de uma perspectiva global e equilibrada, pois, como afirma Dias (2004), pela própria natureza do ambiente, dadas as suas múltiplas interações de fundo ecológico, político, social, econômico, ético, cultural, científico e tecnológico, não se poderia tratar o assunto em uma única disciplina. Na legislação brasileira, em consonância com as recomendações da Conferência de Tbilisi, encontra-se a Lei nº 9.795/99 (BRASIL, 1999), que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, tendo como um de seus princípios o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade. Considerando-se, portanto, que o trabalho em Educação Ambiental envolve muito mais do que apenas os estudos relacionados ao meio ambiente, observa-se a necessidade de se avançar principalmente rumo à perspectiva da transdisciplinaridade, ou seja, buscar o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina (NICOLESCU, 1999), a fim de garantir, com o processo educativo, uma maior compreensão da complexidade da temática ambiental. Diante de tantas concepções pedagógicas e posições político-filosóficas presentes nos discursos da Educação Ambiental, o professor precisa escolher um dos diversos caminhos para fazer um trabalho transdisciplinar, e ainda se preocupar em articular teoria e prática, promovendo uma práxis condizente com as intenções teorizadas. Frente a tais dificuldades, admite-se que a mediação dialética pode contribuir nessa direção, uma vez que, como exposto por Oliveira, Almeida e Arnoni (2007), ela tem como pressuposto a ideia de que os fatos
3 30662 naturais e sociais são históricos e gerados na interação de múltiplos fatores econômicos, políticos, sociais, ideológicos, biológicos, químicos, físicos, etc. e de que todo sujeito em situação age e pensa como ser social que cria suas próprias representações do contexto e elabora seu pensamento, pode-se inferir que o pensar (ação teórica) e o agir (na prática) constituem a práxis, unidade desses processos distintos. O diferencial da mediação dialética, um pressuposto teórico-filosófico, é seu entendimento a partir de uma relação de tensão (dialética) que considera a diferença, a heterogeneidade, a repulsão e o desequilíbrio entre o plano do imediato, do saber cotidiano, e plano do mediato, aquele que precisa de mediação para ser alcançado, correspondente ao saber científico que se pretende ensinar. Quando se evidencia a contradição entre ambos, se estabelece a superação do imediato no mediato, levando à elaboração de sínteses cognitivas (aprendizagem) (ARNONI, 2003). Assim, a mediação permite que o imediato seja superado no mediato, sem, no entanto, suprimir ou anular o primeiro; ao contrário, estando o imediato presente no mediato (ARNONI, 2003). Nesse sentido, a Metodologia da Mediação Dialética preconizada por Arnoni (2003, 2008) é uma proposição metodológica que operacionaliza o método dialético e a concepção de mundo que este informa: a totalidade, permitindo a compreensão da complexidade que expressa o movimento real da realidade. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar a sequência de procedimentos que levaram à operacionalização da Metodologia da Mediação Dialética (ARNONI, 2003, 2008) como possibilidade para desenvolver um trabalho transdisciplinar, a partir da mediação como criadora de condições para a elaboração de um conceito mediato de lixo, com alunos de 9º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de São José do Rio Preto. Desenvolvimento das Etapas da Metodologia da Mediação Dialética A proposição teórico-metodológica da "Metodologia da Mediação Dialética" envolve a operacionalização e aplicação do método dialético, que permite a transformação do conceito científico em conceito para o ensino (conteúdo de ensino) em uma aula. Tal metodologia corresponde a um todo, a uma totalidade mais abrangente, constituída por quatro etapas, consideradas totalidades menos abrangentes, partes que se articulam entre si e com o todo (ARNONI, 2003,2008). As etapas Resgatando, Problematizando, Sistematizando e Produzindo serão apresentadas a seguir.
4 30663 Resgatando Segundo Arnoni (2008), resgatar é buscar, momentaneamente e provisoriamente, um ponto de partida para o início do processo de ensino e de aprendizagem, o que, em uma aula, corresponde ao plano do imediato, ou seja, do saber do aluno. Por meio de diferentes linguagens, os alunos podem expressar suas ideias iniciais sobre o conceito a ser trabalhado, correspondente a representação do todo que, ainda de forma confusa, o aluno elaborou em sua vida cotidiana (ARNONI, 2008). Essa etapa consistiu em solicitar aos alunos que, em grupos, respondessem, em uma folha de sulfite, o que eles entendiam pela palavra lixo, porém de modo diferente da resposta dissertativa convencional a que estão habituados, e sim com a elaboração de um mapa conceitual cujo termo central fosse lixo. Para isso, foi explicada a elaboração e a finalidade de um mapa conceitual, que pode ser definido como uma estrutura esquemática, um esquema elaborado para representar um conjunto de conceitos que se relacionam entre si, formando uma rede de proposições (TAVARES, 2007). Para melhor compreensão do exposto, foi construído com os alunos um exemplo de mapa conceitual com a palavra-chave água, presente na Figura 1, cujo tema já havia sido trabalhado com eles. Alguns conceitos desse esquema foram citados a título de exemplificação, como a ideia de que, a partir da disciplina de Química, a água poderia ser definida pela sua fórmula química (H 2 O); na Física aprendem-se os três estados físicos em que a água pode ser encontrada, e a Biologia ressalta a importância da água para a vida, as doenças transmitidas por esse meio e outros problemas gerados pela sua contaminação, tanto para o ambiente quanto para a sociedade. O objetivo principal foi demonstrar que, no mapa conceitual, podemos expor e relacionar diversos conhecimentos oriundos do termo água, que se desenvolvem tanto a partir das ciências de referências, estudadas nas disciplinas, quanto a partir da experiência da realidade de cada um, ou seja, social e historicamente. Com essa atividade, pôde-se depreender as concepções de lixo dos alunos e as relações que estes estabelecem com as questões socioambientais que permeiam tal temática. Assim, o professor que estudou o conceito científico como totalidade, investigando seus nexos internos e os externos, em relação ao contexto (plano do mediato), pode comparar os dois planos e depreender a contradição que se estabelece entre eles, podendo, então, transformá-la em problematização, ou seja, uma situação de ensino (ARNONI, 2008).
5 30664 Problematizando Figura 1 Esquema que exemplifica a construção de um mapa conceitual, a partir das concepções e conceitos relacionados à água. Problematizar é colocar o aluno em uma situação de ensino desafiadora capaz de levá-lo a compreender as diferenças entre o seu conhecimento (plano do imediato) e o conhecimento trabalhado pelo professor (plano do mediato) (ARNONI, 2008), suscitando a consciência de que precisa aprender. A problematização é o momento de colocar em evidência as diferenças entre estes planos, tensionando-os pela contradição, levando o aluno a perceber que seus conhecimentos iniciais não são suficientes para elaborar a resposta para o problema proposto, gerando motivações e criando possibilidades de investigação e busca de novas relações cognitivas. A atividade problematizadora deve ser elaborada pelo professor, ao comparar o conteúdo de ensino preparado com as representações dos alunos, depreendendo, então, a contradição entre ambos e transformando-a em uma questão-problema (ARNONI, 2003, 2008). Segundo Arnoni (2008), a referida atividade, para ser percebida e compreendida pelo aluno, precisa não facilitar e nem dificultar o seu entendimento. A problematização ocorreu em duas partes: na mesma aula em que foi realizada a etapa Resgatando, subsequente à atividade do mapa conceitual, foi apresentado o curtametragem Ilha das Flores, que trata da problemática do lixo, desde a compra e consumo de
6 30665 um produto alimentício, até o seu descarte e transporte a um lixão, onde esse resíduo ainda servirá de alimento para porcos e pessoas carentes. Em outro dia, agendado previamente pela escola, a sistematização consistiu em uma excursão didática realizada na unidade de beneficiamento de resíduos coletados em São José do Rio Preto (SP). A empresa visitada é responsável pela coleta dos resíduos domiciliares, comerciais, industriais e de serviços de saúde (hospitalares, farmacêuticos, ambulatoriais), bem como pelo transporte, tratamento, destinação e disposição final destes resíduos. É formada por uma usina de triagem e compostagem, uma unidade regional de tratamento de resíduos dos serviços de saúde e um aterro sanitário em Onda Verde (SP), para onde são destinados os resíduos que não foram enviados para reciclagem ou compostagem. A visitação faz parte de uma ação de responsabilidade socioambiental da empresa, que possui um Centro de Educação Ambiental para receber alunos das escolas públicas e particulares de ensino fundamental, médio e superior, e apresentar os processos de descarte e reciclagem do lixo, abordando também as questões relacionadas ao impacto da quantidade de resíduos produzida pelos seres humanos. Sistematizando Sistematizar é compreender os nexos e as relações do conceito, como totalidade. Para o aluno elaborar as ideias no plano do mediato, o professor precisa desenvolver situações de ensino que possibilitem ao aluno compreender as relações de sentido entre aspectos do seu conhecimento imediato e elementos do conhecimento mediato pretendido. Essa comunicação, promovida pelo professor, favorece a explicitação dos aspectos da problematização, a discussão do conhecimento científico a eles relacionado, potencializando a superação do imediato no mediato e a elaboração de sínteses (ARNONI, 2008). Essa etapa consistiu em uma aula, dada pelo professor após a excursão didática, que expunha os principais conceitos trabalhados na visita, tais como resíduos sólidos, triagem dos resíduos, reciclagem, compostagem, composto orgânico, tratamento da água (efluentes), risco de contaminação e esterilização de resíduos de saúde. Além disso, houve a discussão de alguns itens presentes nos mapas mentais da etapa Resgatando, evidenciando as contradições existentes nas concepções ali presentes, e o debate de temas que surgiram durante a excursão, como a importância da cobertura do pátio que recebia o lixo, feita para evitar urubus (cuja população estava crescendo e havia se tornado parte do desequilíbrio ecológico causado pelo lixo), além da falta de coleta seletiva na cidade e da existência de cooperativas dos catadores de lixo reciclável, dentre outras questões que surgiram durante a aula.
7 30666 Produzindo Por fim, produzir é o momento em que o aluno deve expressar as sínteses cognitivas elaboradas durante o desenvolvimento da Metodologia da Mediação Dialética. É o ponto de chegada do processo de ensino e aprendizagem, gerando um conhecimento provisório que se torna novamente um ponto de partida para o trabalho docente, a partir do qual é possível avaliar o referido processo (ARNONI, 2003, 2008). Essa etapa envolveu a elaboração de novos mapas conceituais, cujo objetivo foi comparar a produção inicial à produção final dos educandos. Dessa vez, a construção foi solicitada como trabalho a ser feito em cartolinas, que seriam posteriormente apresentadas aos outros grupos e expostas nos murais da escola. Os alunos tiveram acesso aos mapas conceituais da etapa Resgatando para relembrar e reavaliar suas concepções prévias. O estabelecimento de contradições e a construção de sínteses Pela análise dos mapas conceituais inicialmente elaborados pelos alunos, percebe-se que a ideia inicial da maioria foi a de que lixo corresponde a tudo o que não serve mais, que é jogado fora e não tem utilidade. Alguns grupos associaram o conceito de reciclagem ao do lixo, estabelecendo a contradição entre o que não tem mais serventia, mas pode ainda servir após ser reciclado, esquecendo-se ainda da possibilidade de reutilização. A natureza dos fatores que levam à construção de uma concepção de lixo foi retomada pelo filme História das Flores, que possibilitou aos alunos estabelecer relações entre o lixo e as questões sociais apresentadas ali, promovendo a reformulação ou correção de algumas ideias iniciais estabelecidas nos mapas conceituais. A discussão girou em torno da questão: o que faz com que algo seja considerado lixo? e, por meio do filme, puderam perceber a relatividade dessa questão. A conclusão foi de que, o que pode ser considerado como lixo para alguns, para outros ainda é fonte de alimentação, ou ainda de recursos econômicos, como no caso da reciclagem. Na excursão, puderam ver ainda que, mesmo com a reciclagem de certa fração do lixo, uma quantidade expressiva ainda foi destinada ao aterro sanitário, sendo possível notar que apenas a prática da reciclagem não é suficiente para eliminar a problemática da produção de resíduos. Com isso, introduziu-se a temática dos 3R s (reduzir, reutilizar e reciclar), na qual
8 30667 ainda se propôs acrescentar outro R, anterior a esses: o de repensar as atitudes na relação com o ambiente. A análise comparativa dos mapas conceituais iniciais e posteriores ao desenvolvimento do conteúdo de ensino mostrou um enriquecimento significativo, tanto da quantidade de conceitos presentes no esquema, quanto das inter-relações estabelecidas entre eles. A esse respeito, Tavares (2007) afirma que um bom mapa conceitual começa com uma boa seleção de conceitos relacionados ao tema principal e que a existência de grande número de conexões entre os conceitos revela a familiaridade do autor com o tema considerado. Assim, considera-se que os mapas conceituais sobre o lixo, antes restritos às definições do termo e aos exemplos dados pelos alunos, passou a apresentar conceitos que antes não haviam aparecido, como compostagem, reduzir e reutilizar, renda/dinheiro/economia, aterro sanitário e lixão, lixo hospitalar e risco de contaminação, lixo orgânico e inorgânico, chorume, dentre outros. A Figura 2 e a Figura 3 são representativas desse processo, mostrando, respectivamente, o mapa conceitual elaborado por um grupo de estudantes durante a etapa Resgatando, e o mapa conceitual feito por esse mesmo grupo, na etapa Produzindo. Figura 2 Mapa conceitual elaborado por um grupo de alunos (grupo 1) sobre o conceito lixo, durante a etapa Resgatando da Metodologia da Mediação Dialética.
9 30668 Considerações Finais Figura 3 Mapa conceitual elaborado por um grupo de alunos (grupo 1) sobre o conceito lixo, durante a etapa Produzindo da Metodologia da Mediação Dialética. A problemática do lixo se torna um interessante tema gerador de debates quando utilizada no âmbito escolar de forma transdisciplinar, ao envolver questões não somente relacionadas ao meio ambiente, mas à cultura, à saúde pública, à política, à economia e à sociedade de maneira geral. Ao trabalhar com a Metodologia da Mediação Dialética, o educador pode viabilizar as etapas que a constituem a partir das possibilidades e recursos da localidade em que se encontra, buscando desde recursos tecnológicos até contribuições de outras áreas do conhecimento, como a produção de textos e trabalhos artísticos, passando também pelas possibilidades de se realizarem visitas ou excursões didáticas que permitam aos alunos experienciar os temas tratados dentro da escola. Os PCN afirmam que a realização de excursões, dentre outras atividades, possibilitam um trabalho mais integrado, com maior envolvimento dos alunos, e a participação no espaço social mais amplo, no que se refere à solução dos problemas ambientais (BRASIL, 1997b). Segundo Arnoni (2008), o aspecto inovador desta proposição metodológica encontrase no fato de que a relação pedagógica da prática educativa, que se expressa em uma aula, tem por base a Ontologia do Ser Social e a Dialética, pressupostos que não ignoram a lógica
10 30669 Formal que estruturou as disciplinas, mas a incorpora e avança além de sua compreensão, quando ela se tornar insuficiente para tratar as questões complexas da realidade, fazendo-se, então, uso da lógica dialética. Assim, o encaminhamento do trabalho pedagógico, tendo como pressuposto a transdisciplinaridade e executado pela Metodologia da Mediação Dialética, permitiu aos educandos integrar conhecimentos disciplinares e, ainda, seus saberes com os conhecimentos científicos, possibilitando a formação de significados sobre a temática ambiental relacionada à produção de resíduos, na medida em que se aproximaram os conceitos trabalhados pelo educador daqueles de seu cotidiano. Pelo exposto, considera-se que este trabalho oportunizou ultrapassar a fragmentação do conteúdo que tanto se pretende superar nas atividades escolares, atingindo uma aprendizagem significativa. REFERÊNCIAS ARNONI, M. E. B. Metodologia da mediação dialética e a operacionalização do método dialético: fundamentos da dialética e da ontologia do ser social como base para discussão da questão metodológica na educação escolar. In: Reunião Anual da ANPEd, 31, 2008, Caxambu. Anais... Disponível em: < Acesso em: 20 jan ARNONI, M.E.B. Trabalho educativo e mediação dialética: fundamento teórico-filosófico e sua implicação metodológica para a prática. In: Seminário Internacional de Educação Teorias e políticas, 2003, UNINOVE, São Paulo, SP. CD-ROM, Anais... Disponível em: < io/mfe%209.pdf>. Acesso em: 20 jan BRASIL, SEF. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais e ética,v.8. Brasília: MEC/SEF, 1997a. Disponível em: < Acesso em: 29 jan BRASIL, SEF. Parâmetros curriculares nacionais. Meio ambiente, saúde: Ensino de primeira à quarta série. Brasília: MEC/SEF, 1997b. DIAS, F. G. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: editora Gaia Ltda., BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 30 jan NICOLESCU, B. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 1999.
11 30670 OLIVEIRA, E. M. ALMEIDA, J. L. V.; ARNONI, M. E. B.; Mediação dialética na educação escolar: teoria e prática. São Paulo: Loyola, TAVARES, R. Construindo mapas conceituais. Ciências & Cognição, vol. 12,, p , Disponível em < Acesso em: 07 jan
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