II Curso de Direito e Sustentabilidade
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- Adriana Antunes Domingues
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1 II Curso de Direito e Sustentabilidade
2 II Curso de Direito e Sustentabilidade O" GEDAIS" )" Grupo" de" Estudos" em" Direito" Ambiental," Internacional" e" Sustentabilidade,"vinculado"ao"curso"de"Direito"e"ao"Centro"de"Ciências" Sociais"Aplicadas"da"Unioeste"em"Foz"do"Iguaçu,"realizará"o"II"Curso"em" Direito"e"Sustentabilidade."Nesta"edição"o"curso"apresentará"módulos" de"nivelamento"em"temágcas"relacionadas"a"direito"e"sustentabilidade," pargndo"tanto"de"aspectos"conceituais"e"fundamentos"jurídicos,"como" também" de" suas" relações" com" o" Direito" Internacional," o" Desenvolvimento"Territorial"e"dando"ênfase"para"a"região"trinacional"do" Iguaçu," com" apresentações" sobre" o" Direito" Ambiental" e" a" Sustentabilidade" no" Paraguai." O" objegvo" principal" é" o" de" permigr" o" engajamento"dos"interessados"nas"pesquisas"do"grupo"de"estudos"em" Direito"Ambiental,"Internacional"e"Sustentabilidade" "GEDAIS
3 II Curso de Direito e Sustentabilidade
4 II Curso de Direito e Sustentabilidade Horário:! 14h00 as 15h30 - Local: Unioeste - Bloco K - Sala 5! - 16h00 as 17h30 Certificação: Presença em pelo menos 50% dos encontros e entrega da avaliação. O certificado final refletirá o número de presenças e carga horária final do curso.! Avaliação: Apresentação de um projeto de pesquisa sobre um tema relativo a Direito e Sustentabilidade na Tríplice Fronteira.
5 Introdução ao Direito Ambiental Prof. Júlio César Garcia! Foz do Iguaçu 01 de outubro de 2014
6 Qual a relação entre Direito Ambiental e Sustentabilidade?
7 HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL
8 Principais fatos históricos 1. Antiguidade: meio ambiente = res nulius 2. Idade Média: utilitarismo dos recursos naturais 3. Revolução Industrial: insumos e resíduos 4. Década de 60: Crise ambiental (Clube de Roma) Estocolmo: 1a. Conferência Mundial Brasil: Criada Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) ONU: Nosso Futuro Comum Brasil: Constituição Federal promulgada com Capítulo sobre Meio Ambiente Rio: 2a Conferência Mundial Kyoto: Protocolo de Mudanças Climáticas Joanesburgo: 3a Conferência Mundial (Rio +10) Rio: 4a Conferência Mundial (Rio +20)
9 Definição Para José Afonso da Silva, em suas considerações sobre o tema: Como todo ramo do Direito, também o Direito Ambiental deve ser considerado sob dois aspectos: a) Direito ambiental objetivo, que consiste no conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da proteção da qualidade do meio ambiente;! b) Direito ambiental como ciência, que busca o conhecimento sistematizado das normas e princípios ordenadores da qualidade do meio ambiente. [1] [1] SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 42.
10 Caráter finalista De acordo com Michel Prieur, o direito ambiental tem uma finalidade principal:! "lutar contra a poluição e preservar a biodiversidade! "contribuir para a saúde pública e à manutenção do equilíbrio ecológico!! "O Direito Ambiental é dirigido por um objetivo que implica em uma obrigação de resultado".
11 Direito fundamental O direito ao meio ambiente é fundamental pois está resguardado pela Constituição Federal (Art. 225) Considerado de 3a. Dimensão: direito de solidariedade Caracterizado como direito difuso: titulares indeterminados, ligados entre si por circunstâncias de fato (Art. 81, I, CDC)
12 Artigo 225, caput, CF Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
13 Mínimo Ecológico Enquanto fundamental e finalista, o direito ao meio ambiente busca um resultado máximo, mas interage com outros direitos fundamentais.! No caso de conflitos, um direito pode ter que prevalecer.! Aplica-se o princípio da proporcionalidade e da razoabilidade.! Mas deve-se proteger um núcleo principal, indisponível.! Surgem os conceitos de mínimo ecológico e limite de tolerabilidade..
14 Limite de Tolerabilidade DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO Desequilíbrio ecológico Ato ilícito Empreendimento X Limite legal Limite natural TEMPO
15 Mas o que é meio ambiente?
16 MEIO AMBIENTE Art. 3 - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I. Meio Ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
17 Conceito de Ambiente O conceito de ambiente não exprime uma noção estática. AMBIENTE É UM BEM DINÂMICO são coisas que se movem e que interagem que constituem o sistema, tais como o movimento das correntes de ar, das correntes marinhas, da circulação da água, as mudanças climáticas, as variações das estações, a vida das plantas e animais.
18 BEM AMBIENTAL Bem ambiental é um valor difuso e imaterial, que serve de objeto mediato a relações jurídicas de natureza ambiental. (RUI PIVA) MACROBEM -Bem de uso comum do povo -Imaterial -Art. 225 da CF MICROBEM -Bem privado ou público -Material -Recursos naturais 6 / 7
19 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
20 Na visão de Thomas Kuhn, a generalização por meio de enunciados explícitos das leis, conceitos e teorias científicos, pode ser considerada a mais coercitiva das regras que acompanham um paradigma posto. Em outras palavras, os princípios de uma nova ciência têm a função de uma regra que determina como os problemas deverão ser resolvidos e, portanto, condiciona quais problemas serão enfrentados.[1]!! [1] KHUN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas, p. 62.
21 Como esclarece Celso Antônio Bandeira de Mello, princípio é o mandamento nuclear de um determinado sistema; é o alicerce do sistema jurídico; é aquela disposição fundamental que influencia e repercute sobre todas as demais normas do sistema.[1]!! [1] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de direito administrativo. 2. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991, p. 137.
22 Fontes dos Princípios Constituição Federal de 1988 Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no6.938/81) Constituições Estaduais Declarações Internacionais de Princípios, adotadas por Organizações Internacionais, em especial Declarações da ONU de Estocolmo de 1972, sobre o Meio Ambiente Humano, e Rio de Janeiro de 1992, sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
23 Princípios de Direito Ambiental PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO POLUIDOR PAGADOR PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO SUSTENTABILIDADE UBIQUIDADE Avaliação Prévia dos Impactos Supremacia do Interesse Público Função Social e Ambiental da Propriedade Proibição de Retrocesso Participação Popular Reserva Legal Informação Gestão por Eco Vocação Intervenção Estatal Obrigatória Responsabilização das condutas lesivas Indisponibilidade do Interesse Público Educação Ambiental
24 Prevenção EVITAR PERIGO O princípio da prevenção prescreve a adoção de medidas de ordem legal que visem a evitar a possibilidade de degradação do meio ambiente, por meio de atividades potencialmente poluidoras. Ou seja, é o esforço direcionado no sentido de prevenir a ocorrência de danos ambientais.
25 Prevenção A Lei 6.938/81 adotou este princípio em seus artigos 2º e 4º, ao dispor: Art. 2º- A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; [...] III planejamento e fiscalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; IV proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V controle e zoneamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras; [...] VII acompanhamento do estado da qualidade ambiental; [...] IX proteção das áreas ameaçadas de degradação.
26 Prevenção Dano efetivo: a atividade gera um dano concreto no futuro, pois diante do conhecimento existente sobre o mesmo é possível afirmar com alto grau de probabilidade que o dano ocorrerá. Ex.: O derramamento de grande quantidade de óleo em um rio gera necessariamente a contaminação da água e mortandade de algumas espécies.! Dano potencial: a atividade não gera um dano necessariamente, mas a depender de circunstâncias e fatores diversos o dano poderá ocorrer. Porém, o conhecimento científico sobre a relação entre estas circunstâncias e fatores combinados é suficiente para indicar o dano ambiental. A dúvida está apenas no fato de que ele irá ou não ocorrer. Ex.: O derramamento de grande quantidade de óleo em um rio pode causar a extinção de espécies neste rio, a depender da sua população, do período do ano em que ocorre e da efetiva capacidade de resistência de seus exemplares.! Mas e nos casos em que não se está diante de um perigo (ou seja, a ocorrência de um dano futuro cujas causas são conhecidas, seja efetivo ou potencial), mas de um risco (ou seja, a ocorrência de um dano futuro cuja relação causal ainda não está comprovada pela ciência)?.
27 Prevenção Exemplo de risco ambiental:!! A Monsanto lança no mercado mais um tipo de semente transgênica, que apresenta características inovadoras quanto ao processo de alteração dos seus componentes genéticos, havendo dúvidas quanto a possibilidade de haver conexões genéticas com outras espécies (ainda que a empresa negue esta possibilidade com grande ênfase, mas estudos científicos paralelos realizados em caso similar apontam para esta possibilidade). Neste caso não há dano ambiental conhecido, mas apenas o risco, a probabilidade menor de sua ocorrência.
28 Precaução EVITAR RISCO De acordo com esse princípio, sempre que houver perigo de ocorrência de um dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para se adiar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação do meio ambiente, sobretudo em função dos custos dessas medidas.[1] [1] MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Princípios fundamentais do direito ambiental. In Revista de Direito Ambiental, v. 2. São Paulo: Rev. dos Tribunais, 1996, p. 62.
29 Precaução: Declaração do Rio de Janeiro 1992 Princípio 15: de modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
30 Prevenção X Precaução Segundo Paulo Affonso Leme Machado, No princípio da prevenção previne-se porque se sabe quais as conseqüências de se iniciar determinado ato, prosseguir com ele ou suprimi-lo. O nexo causal cientificamente comprovado, certo, decorre muitas vezes até da lógica. No princípio da precaução previne-se porque não se pode saber quais as conseqüências que determinado ato, ou empreendimento, ou aplicação científica causarão ao meio ambiente no espaço /ou no tempo, quais os reflexos ou conseqüências. Há incerteza científica não dirimida ( principal/princípios)..
31 Poluidor-Pagador Responsabilidade (internalização de custos) informa que o causador do dano ambiental fica obrigado a repará-lo, não somente no aspecto econômico, mediante a atribuição de valor ao bem ambiental atingido, mas principalmente, também pela própria restauração do bem ofendido, quando possível, além da imediata cessação da atividade poluente.
32 Poluidor-Pagador Além disto, este princípio possui o caráter de redistribuição, ou seja, se mesmo diante das limitações impostas pela Administração Pública, em virtude do exercício do poder de polícia ambiental, determinada atividade causar dano ao meio ambiente, fica o responsável obrigado à restauração, sem prejuízo da incidência das normas de repressão (sanções) previstas.
33 Poluidor-Pagador Este, aliás, é o objetivo preconizado pelo Art. 4o, VII, da Lei 6.938/81 que prevê a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
34 Poluidor-Pagador: Declaração do Rio de Janeiro Princípio 16 Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais.
35 Cooperação Este princípio visa promover a integração entre a Administração Pública e a sociedade na defesa do meio ambiente, pois a ofensa ambiental não se limita ao interesse individual ou público, mas implica ainda na ofensa de direitos difusos, que por sua natureza metaindividual, alcançam um número indeterminados de interessados.
36 Cooperação Relaciona-se diretamente com os princípios da Informação, Educação e Participação. Este é um dos princípios consagrados no Art. 2o da Lei 6.938/81, devendo o Estado primar pela educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para a participação efetiva do meio ambiente.
37 Cooperação E ainda, no Art. 4o, V, segundo o qual a Política Nacional do Meio Ambiente visará a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.
38 Ubiqüidade Condição de estar em toda parte ao mesmo tempo; onipresente.
39 Ubiqüidade o princípio da ubiqüidade, destacado por Marcelo Abelha, Rodrigues realmente é de grande relevância para o Direito Ambiental, especialmente porque, significando que o direito ao meio ambiente equilibrado está presente em toda parte, ou seja, onipresente[1], fundamenta a teoria de sua existência como um microssistema jurídico, nos moldes já estudados. [1] Id. Ibid., p. 134.
40 Desenvolvimento Sustentável Necessidades das gerações atuais e das futuras gerações Relatório Nosso Futuro Comum (1986) e Eco 92 Art. 225 CF Busca do equilíbrio dos sistemas econômico, social, político e ambiental 4 / 4
41 Sustentabilidade Valor transversal que incide sobre todo o Direito, a partir da influência de um compromisso ético interdisciplinar e intergeracional, que implica na qualificação da função do Direito para alcançar a qualidade de vida das gerações atuais sem comprometer a das gerações futuras, nas dimensões ambiental, econômica, social, ética e jurídico-política. 4 / 4
42 Contato:
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