CONDOMÍNIO EDILÍCIO. Justa posição de propriedades individualizadas, ao lado de propriedades forçadamente comuns.
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1 Prof. Durval Salge Junior TURMAS 15 e 05 (on-line) 17/11/2018 CONDOMÍNIO EDILÍCIO. Conceito: Justa posição de propriedades individualizadas, ao lado de propriedades forçadamente comuns. Condomínio em geral Copropriedade Condomínio geral condomínio edilício Justa posição de áreas privativas e comuns Art , CC. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. (Redação dada pela Lei nº , de 2012) 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. 3o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação dada pela Lei nº , de 2004) 4o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. 5o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. Página 1 de 8
2 Formação: 1. Por contrato (incorporação): considerada na lei como uma atividade em que uma pessoa denominada incorporador vai buscar capital em bancos ou pessoas para a constituição do condomínio Edilício; 2. Destinação do proprietário (verifica-se na matricula). Principais direitos dos condôminos: O artigo do Código Civil de forma alguma é taxativo. Ele apenas traz os principais direitos, mais não os esgota. Vários são os direitos dos condôminos, não presentes no artigo A enumeração mais amplificativa estará presente na convecção condominial. Art , CC. São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. (Código Civil). A jurisprudência tem admitido de forma isolada a deliberação do condômino inadimplente, entretanto ao se referir a participação agora é majoritária. Principais obrigações dos condôminos: O artigo do Código Civil de forma alguma é taxativo. Ele apenas traz os principais direitos, mais não os esgota. Vários são os direitos dos condôminos, não presentes no artigo A enumeração mais amplificativa estará presente na convecção condominial. Página 2 de 8
3 Art , CC. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº , de 2004) II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. CONVENÇÃO CONDOMINIAL. É um dos primeiros documentos do condomínio, o primeiro modelo de convecção é entregue quando da incorporação. Sua principal função é dar todas as diretrizes do condomínio sempre em obediência ao Código Civil, todavia, nele não restrito. Embora imposto por lei, sua natureza é de um contrato, que tem por objetivo pormenorizar situações não previstas em lei. Exige quórum qualificado, 2/3 dos condôminos. Par valer contra terceiros precisa a convenção e seus aditivos serem levados ao registro de imóveis (livro auxiliar). Art , CC. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Página 3 de 8
4 Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Art , CC. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. (Redação dada pela Lei nº , de 2004). OBRIGATÓRIO Art , CC. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fim a que as unidades se destinam. Art , CC. Além das cláusulas referidas no art e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembléia, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. possuidores. OBS: A convenção é obrigatória para os proprietários e para os Página 4 de 8
5 REGIMENTO INTERNO. Pode-se dizer que referido documento é acessório da Convenção de Condomínio, pois pode ser constituído com ela, ou posteriormente a ela, e dela não pode ser contraditório, sob pena de nulidade - efeito ex tunc. O Regimento irá regrar as condutas sociais no Condomínio, em especial relações interpessoais, etiquetas posturais, utilização das áreas comuns, proibição de animais e outros. Pode ser aprovado através de Assembleia Geral, mas deve observar o quórum previsto na Convenção, se essa estipular. ADMINISTRAÇÃO. Cabe ao síndico, escolhido pela assembleia anual obrigatória, para um mandato de no máximo dois anos. Representa ativo e passivamente o condomínio, essa nobre função poderá ser exercida por condômino ou pessoa estranha ao condomínio. Art , CC. A assembléia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Compete ao sindico notadamente: arrecadar as contribuições, pagar as despesas, administrar os empregados, impor multas. Poderá ser o síndico assalariado ou não, tudo nos termos da convenção. No caso de o síndico ser condômino sua relação não será laboral, portanto, não estará sujeito a legislação trabalhista. Art , CC. Compete ao síndico: I - convocar a assembléia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; Página 5 de 8
6 IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia; V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas; IX - realizar o seguro da edificação. 1o Poderá a assembléia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes de representação. 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção. O síndico, quando praticar irregularidades, não prestar contas e não administrar de forma conveniente o condomínio, poderá ser destituído em assembleia ordinária geral convocada especificamente para tal finalidade. Também pode convocar assembleia Extraordinária Geral para destituição do síndico. Normalmente não será o síndico aquele que convocará referida assembleia, contudo, importante notificar o sindico solicitando que o faça, ante a inércia ou recusa do sindico, caberá aos condôminos convocar assembleia, primeiramente por ¼ dos condôminos, caso não atinja o quórum de condomínios para convocação, qualquer dos condôminos poderá ir ao judiciário para tanto. Art , CC. A assembléia, especialmente convocada para o fim estabelecido no 2 o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio. Art , CC. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente elegerlhe o substituto e alterar o regimento interno. 1 o Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo. 2 o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino. Página 6 de 8
7 Quórum: Constitui convenção condominial - 2/3 dos condôminos; Alterar convenção condominial 2/3 dos condôminos; Regimento interno - 2/3 dos condôminos; Convocação Assembleia para destituir sindico - ¼ dos condôminos; Convocação Assembleia para destituir sindico, se ¼ dos condôminos não convocar - 1 único morador (judicial). ARTIGO MAIS IMPORTANTE PARA DESTITUIR SÍNDICO. Art , CC. A assembléia não poderá deliberar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião. Caso a assembleia não tenha se realizado, o pedido será para impedir a sua realização, tornando judicialmente cancelada a convocação. Caso a assembleia já tenha sido realizada, a ação será pela nulidade da deliberação. Se forem várias colocar qual quer que seja inválida, mas é melhor pedir que torne tudo nulo (Juiz julgará que, tudo que ali foi deliberado não existe). Deverá comprovar sobre a convocação por todos os meios possíveis: Colocar carta caixa de correio; Colocar comunicado debaixo da porta; Elevadores; ; Whatsapp; Facebook; Portão de saída, etc. Página 7 de 8
8 CONDÔMINO ANTISSOCIAL. A legislação, mais precisamente no art do Código Civil, descreve esse tipo de condômino com aquele que tem um comportamento antissocial REITERADO, desenhando o cenário de uma incompatibilidade de convivência com os demais moradores. A pena para tal violação é pecuniária (multa condominial) todavia, para os condôminos com grande capacidade econômica, tal operação não o constrangerá de forma a evitar dito comportamento, ocasião que o advogado deverá propor outras medidas para impedir esse comportamento de forma definitiva, se for o caso, até mesmo com ordem judicial de deixar aquele convívio condominial. A palavra-chave é INCOMPATIBILIDADE DE CONVIVÊNCIA. Art. 1337, CC. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. OBS: Quando da propositura da ação, imprescindível na inicial, já juntar laudo que ateste o comportamento antissocial reiterado do indivíduo, que gera incompatibilidade. Contudo, o juiz também nomeará um perito judicial (Ex. psicóloga judicial) de sua confiança, para averiguar o quanto alegado. BONS ESTUDOS! Prof.ª Ana Paula Melo. * Aos alunos da Pós-graduação online está disponível o imobiliario4@legale.com.br, onde serão recebidas e respondidas as perguntas durante a transmissão das aulas. Página 8 de 8
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