UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC PATRÍCIA REGINA DOS SANTOS

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC PATRÍCIA REGINA DOS SANTOS O USO DE ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: descrição e análise de propriedades morfossintáticas e semânticas ILHÉUS BAHIA 2015

2 PATRÍCIA REGINA DOS SANTOS O USO DE ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: descrição e análise de propriedades morfossintáticas e semânticas Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Estadual de Santa Cruz, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Letras da Rede Nacional. Área de concentração: Linguagens e Letramentos Orientadora: Profa. Dra. Gessilene Silveira Kanthack ILHÉUS BAHIA 2015

3 S237 Santos, Patrícia Regina dos. O uso de advérbios temporais em produções textuais do ensino fundamental II: descrição e análise de propriedades morfossintáticas e semânticas / Patrícia Regina dos Santos. Ilhéus, BA: UESC, f. : Il. Orientadora: Gessilene Silveira Kanthack. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras. Inclui referências e apêndice. 1. Língua portuguesa Advérbio. 2. Prática de ensino. 3. Semântica. 4. Análise linguística. I. Título. CDD 469.5

4 PATRÍCIA REGINA DOS SANTOS O USO DE ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: descrição e análise de propriedades morfossintáticas e semânticas Ilhéus BA, 25/08/2015. Profa. Dra. Gessilene Silveira Kanthack UESC/ILHÉUS - BA (orientadora) Prof. Dr. Jorge Augusto Alves da Silva UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA - BA Prof. Dr. Maurício Beck UESC/ILHÉUS - BA

5 Aos meus pais, Ivone Maria e Pedro Francisco, pela infinita dedicação, pelo estímulo e apoio às minhas escolhas e decisões. A Henri Plana, pelo carinho, incentivo e colaborações concedidas. Dedico.

6 AGRADECIMENTOS A Deus, primeiramente, pela proteção, força e luz. Por ter colocado ao meu lado pessoas maravilhosas, sem as quais não teria conseguido superar os obstáculos, vencer minhas limitações e alcançar êxito nessa caminhada. Agradeço à Professora Doutora Gessilene Silveira Kanthack, minha orientadora, pela confiança, dedicação, paciência e pelas sugestões e observações preciosas para a conclusão deste trabalho. Aos meus pais, pelo apoio contínuo, pelos valores transmitidos, pelo carinho incondicional e por sempre acreditarem em mim. Ao meu irmão Murilo José, pelo apoio em todos os momentos, por não medir esforços todas as vezes que solicitei (e solicito!). Aos meus tios Ivonete Maria e José Francisco (in memoriam), que partiram durante essa minha caminhada, mas que em vida demonstraram por mim um carinho todo especial. Saudades eternas! Ao meu namorido, Henri Plana, agradeço-lhe pelo incentivo, carinho, compreensão e auxílio em todos os momentos. Aos meus amigos, pela torcida e por compreenderem minha ausência em muitos momentos comemorativos. A todos os colegas do PROFLETRAS/UESC, que comigo trilharam essa jornada, obrigada pelo companheirismo e amizade. Em especial, a Ricardo Dantas, Cyntia Leite, Goretti Varjão pelos conhecimentos compartilhados, pelas palavras de estímulo (nas vezes que pensei em desistir) e por estarem sempre dispostos a me ajudar.

7 Aos alunos do Colégio Estadual Professor Fábio Araripe Goulart, que contribuíram com a pesquisa, bem como aos colegas professores e corpo diretivo, pelo apoio e compreensão em todas as vezes que necessitei trocar horários ou mesmo ausentar-me de minhas funções. A todos os professores do Programa de Mestrado PROFLETRAS/UESC, pelos ensinamentos, pela troca de experiências e contribuições à minha vida profissional. À CAPES, pelo apoio financeiro. Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos. Com vocês compartilho a alegria desta conquista. Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito... (Chico Xavier)

8 O USO DE ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE PROPRIEDADES MORFOSSINTÁTICAS E SEMÂNTICAS RESUMO Tendo em vista que o advérbio apresenta propriedades funcionais além daquelas previstas tradicionalmente em gramáticas normativas, este trabalho, apoiado em autores como Ilari et al (1990), Neves (2011), Castilho; Elias (2012), entre outros, investigou propriedades morfossintáticas e semânticas que envolvem, particularmente, os advérbios temporais. Como corpus, utilizou quarenta textos narrativos produzidos por alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental II, sendo vinte de alunos do sexo feminino e vinte de alunos do sexo masculino. Considerou, exclusivamente, as formas não-oracionais dos advérbios temporais, demarcados sob os critérios da mobilidade (Maciel, 2013) e da resposta à pergunta quando? (Bomfim, 1988; Neves, 2011). Observou o posicionamento do advérbio na sentença, analisado em função dos fatores: sexo dos alunos (masculino e feminino), forma do advérbio (simples e composta) e função semântica (durativa, localizadora, reiterativa e simultânea). Os resultados comprovaram: os advérbios temporais ocorrem em posições variadas na sentença (inicial, medial e final), sendo a posição inicial a mais recorrente; a forma preferida, para representação da noção temporal, é a composta (tradicionalmente denominada de locução adverbial); o advérbio apresenta nuances semânticas diferenciadas, sendo a noção localizadora a mais utilizada. Constatado o comportamento heterogêneo do advérbio temporal, e entendendo que o seu uso é determinado pelas intenções comunicativas dos falantes, o trabalho ampliou a investigação sugerindo uma proposta didática com atividades de análise linguística para o tratamento do advérbio em aulas de língua portuguesa, esperando contribuir, de forma mais sistemática e ampliada, com o ensino dessa categoria. Palavras-chave: Advérbios temporais. Usos variados. Proposta didática.

9 THE USE OF TEMPORARY ADVERBS IN MIDDLE SCHOOL STUDENTS TEXTS: DESCRIPTION AND ANALYSIS OF MORPHOSYNTACTIC AND SEMANTIC PROPERTIES ABSTRACT Keeping in mind that adverbs have functional properties beside ones traditionally predicted in normative grammar, this work, based on authors like Ilari et al (1990), Neves (2011), Castilho; Elias (2012), among others, investigate morphosyntactic and semantic properties of temporary adverbs. The core of the work is based on forty middle school narrative texts, twenty from boys and twenty from girls. Only not-sentenced temporary adverbs, defined using mobility criteria (Maciel, 2013) and the answer to the question when? (Bomfim, 1988; Neves, 2011), have been considered. The position of the adverb in the sentence has been analysed according the gender student, the adverb type (simple or composed) and the semantic role (duration, locator, reiteratively and simultaneity). Results show that: temporary adverbs appear in different part of the sentence (beginning, middle and end), the more frequent being the beginning; the more frequent, to represent the notion of time, is the composed (known as adverbial phrase); adverb presents semantics nuances, with the locator notion being the most used. The heterogeneous behaviour of temporary adverbs and understanding that its use is determined by the communicative intention from the speaker, the scope of the work has been widen suggesting a didactical proposal with linguistics analysis activities during Portuguese s lectures in order to contribute more systematically and extended the teaching in that area. Key words: Temporary adverbs. Multipurpose, Didactic proposal.

10 LISTA DE TABELAS 1 Cômputo geral do posicionamento dos advérbios temporais Posição dos advérbios temporais em função da sua forma Posição inicial dos advérbios temporais em função da sua propriedade semântica Posição medial dos advérbios temporais em função da sua propriedade semântica Posição final dos advérbios temporais em função da sua propriedade semântica Posição inicial dos advérbios temporais em função do tipo de sujeito...56

11 SUMÁRIO RESUMO...vii ABSTRACT...viii INTRODUÇÃO CAPÍTULO I: ADVÉRBIO: DA TRADIÇÃO ÀS DESCRIÇÕES LINGUÍSTICAS Introdução Advérbio: elemento modificador e circunstanciador? Advérbios: novos olhares Advérbios temporais: suas propriedades em discussão Bomfim (1988) Martelotta (1994) Neves (2011) Azeredo (2013) Maciel (2013) Castilho (2014) Encerrando o capítulo CAPÍTULO II: ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM REDAÇÕES ESCOLARES: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE PROPRIEDADES MORFOSSINTÁTICAS E SEMÂNTICAS Introdução Apresentando a metodologia Apresentando os resultados Encerrando o capítulo CAPÍTULO III: ADVÉRBIOS E SUAS ESPECIFICIDADES: UMA PROPOSTA DE ENSINO Introdução Ensino de Advérbio: Uma Proposta Didática Público-alvo Conteúdo... 61

12 3.2.3 Objetivos Geral Específicos Recursos Metodologia Duração: 06 horas/aulas (tempo estimado) Avaliação Detalhando a proposta Encerrando o capítulo CONCLUSÕES REFERÊNCIAS APÊNDICES... 87

13 12 INTRODUÇÃO Na construção de um texto unidade de ensino nas aulas de Língua Portuguesa (ou que deveria ser) segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (1998, p. 27), todas as palavras, tradicionalmente agrupadas em classes gramaticais, têm a sua devida importância, não estando ali empregadas de forma aleatória. O aluno, ao fazer uso das palavras na produção de um texto, seja oral ou escrito, demonstra ter conhecimento do funcionamento das regras de sua língua. Ele pode não saber identificar ou classificar uma determinada palavra ou estrutura, mas sabe empregá-la efetivamente. Essa competência, todavia, nem sempre é aproveitada nas aulas de língua portuguesa, muitas vezes guiadas apenas por manuais tradicionais, por exemplo, gramáticas de orientação normativa, cuja descrição contempla regras que devem ser seguidas, além de uma mistura de critérios para tratar das classes gramaticais ali apresentadas. A propósito disso, normalmente, essas gramáticas privilegiam determinados critérios (às vezes, semântico, às vezes sintático) para agrupar as palavras em classes específicas. Embora os conjuntos de palavras apresentem semelhanças de comportamento gramatical, esse critério não dá conta das possibilidades combinatórias das palavras na construção de um texto. É preciso considerar o seu comportamento funcional, ou seja, o papel que as palavras exercem dentro das estruturas que o falante produz em suas práticas comunicativas. Dentre as classes gramaticais, está a dos advérbios, que, assim como outras, é abordada pelas gramáticas normativas de forma limitada, fazendo-nos pressupor que a classe em questão congrega palavras ou estruturas de comportamento bastante homogêneo. Basta lembrar do conceito básico: advérbio é a palavra que modifica verbo, adjetivo e o próprio advérbio. Além disso, o advérbio é descrito como um item que exprime diferentes circunstâncias: tempo, lugar, modo, negação etc. As questões que surgem são: Essa descrição básica dá conta de todos os usos funcionais de um advérbio? É possível distribuir todos os advérbios pelo critério semântico? Qual é a intenção de um falante ao recorrer a um advérbio temporal, por exemplo? É simplesmente para situar um fato, ou pode ser um elemento de coesão,

14 13 proporcionando unidade ao texto e, assim, contribuindo na progressão textual? Qual a relevância que um advérbio assume numa determinada estrutura sintática? Questionamentos como esses nos fazem refletir sobre o ensino dessa categoria em aulas de língua portuguesa, que, basicamente, seguem as orientações dadas pela tradição e que são refletidas nas gramáticas pedagógicas e livros didáticos usados nas escolas. Normalmente, as atividades promovidas nesse contexto são de reconhecimento e identificação do tipo de advérbio. Não há reflexões sistemáticas que possibilitem a compreensão de que as palavras adquirem funções variadas, dadas as necessidades comunicativas do falante. Explorar nomenclaturas e classificações não habilita, a nosso ver, o falante a usar com mais expressividade, por exemplo, um advérbio, que, segundo Bechara (2009), constitui uma classe bastante heterogênea, o que lhe impossibilita tratar de forma uniforme. E complementa: Em geral, seu papel na oração se prende não apenas a um núcleo (verbo), mas se amplia na extensão em que se espraia o conteúdo manifestado no predicado. Isto lhe permite, em primeiro lugar, certa flexibilidade de posição não só no espaço em que se prolonga o predicado (com seu núcleo verbal), mas se estende aos domínios do sujeito, podendo antecedê-lo ou vir-lhe posposto. Este papel singular do advérbio lhe dá também certa autonomia fonológica, de contorno entonacional muito variado, a serviço do intuito comunicativo do falante. Assim, há advérbios de papel semântico-sintático mais internamente ligados ao núcleo verbal (e estes não gozam de flexibilidades de posição e entoação atrás referidas), e há os advérbios mais externamente ligados ao núcleo verbal. Daí escapa ao analista uma classificação unitária que abarque todos os casos possíveis. (BECHARA, 2009, p. 290). Esse tipo de reconhecimento é o primeiro passo para revermos o que estamos, de fato, ensinando nas escolas. E, para contribuir com esse processo de revisão, entendemos que a investigação linguística é o caminho a ser seguido. Nesse sentido, visando contribuir com os estudos descritivos do português, e, em particular, com o ensino da categoria adverbial, realizamos a nossa pesquisa, que teve como objetivo geral investigar propriedades morfossintáticas e semânticas do advérbio temporal. Para tanto, utilizamos como corpus quarenta produções narrativas escritas de alunos de anos finais do Ensino Fundamental II, buscando responder ao seguinte questionamento: Quando usados pelos alunos do ensino fundamental ll, em suas produções textuais escritas, que propriedades morfossintáticas e semânticas caracterizam o comportamento do advérbio temporal?

15 14 Dentre as expectativas possíveis, destacamos: i: o advérbio temporal ocorre em posições variadas de uma sentença, podendo ser no início, no meio e no fim. Dessas três, acreditamos que as periféricas sejam as mais frequentes, pois nelas o advérbio não interfere na apresentação do fato. ii: O advérbio pode ser expresso tanto por formas simples quanto compostas, devendo esta última ser a mais usada, por se tratar de formas com mais informações. iii. O advérbio temporal expressa nuances semânticas diferenciadas. Para apresentar o resultado de toda a pesquisa, organizamos o trabalho em três capítulos. No primeiro, constituído de três partes, destacamos: como a tradição, representada por algumas gramáticas normativas, e como os estudos linguísticos descrevem, de modo geral, os advérbios; que particularidades adverbiais são destacadas nos estudos de Ilari et al. (1990), Neves (2011), Castilho (2010) e Castilho e Elias (2012); e, finalmente, que propriedades apresenta o advérbio de tempo. No segundo capítulo, além de explanarmos sobre a metodologia adotada (constituição do corpus, escolha de instrumentos e procedimentos para a coleta e a análise dos dados), apresentamos os resultados da pesquisa. No terceiro e último capítulo, apresentamos a nossa proposta de trabalho pedagógico, que, através de uma sequência de atividades, visa contribuir diretamente com o ensino do advérbio, dando destaque, é claro, ao advérbio temporal. Para encerrar o trabalho, apresentamos nossas conclusões e as referências que nos deram base para a realização de toda a pesquisa.

16 15 CAPÍTULO I: ADVÉRBIO: DA TRADIÇÃO ÀS DESCRIÇÕES LINGUÍSTICAS 1.1 Introdução O advérbio, descrito tradicionalmente como uma das classes de palavras, se destaca, em alguns estudos linguísticos realizados no âmbito do português brasileiro, por ostentar propriedades sintático-semânticas diversas, tornando-o um elemento de natureza heterogênea, uma característica que deve ser reconhecida no tratamento a ser dado a esse tipo de classe gramatical. Com o intuito de pontuar como a tradição, representada por gramáticas normativas, e os trabalhos de cunho linguístico descrevem o advérbio, apresentamos este capítulo, constituído de três partes: primeiro, abordamos a problemática que envolve de modo geral os advérbios; segundo, apresentamos alguns olhares linguísticos sobre algumas particularidades adverbiais; terceiro, damos destaque ao advérbio temporal, objeto de nossa pesquisa. 1.2 Advérbio: elemento modificador e circunstanciador? Ocupando poucas páginas nas gramáticas de orientação normativa, o advérbio é apresentado como uma categoria aparentemente homogênea, sem muitas complexidades. As definições encontradas contemplam, apenas, algumas de suas propriedades. É descrito, basicamente, como uma palavra invariável, modificadora de determinadas categorias gramaticais e classificado conforme as circunstâncias que expressam. Para se ter uma ideia disso, recorremos a algumas definições. Segundo Rocha Lima (2006, p.174) advérbios são palavras modificadoras do verbo e expressam as várias circunstâncias que cercam a significação verbal ; para Cunha e Cintra (2007, p. 555), o advérbio é, fundamentalmente, um modificador do verbo, mas também pode reforçar o sentido de um adjetivo, de um advérbio, e, não raro, de uma oração ; Bechara (2009), por sua vez, afirma:

17 16 [...] advérbio é a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância (de lugar, de tempo, modo, intensidade, condição, etc.) e desempenha a função de adjunto adverbial [...] O advérbio é constituído por palavra de natureza nominal ou pronominal e se refere geralmente ao verbo, ou ainda, dentro de um grupo nominal unitário, a um adjetivo e a um advérbio (como intensificador) ou a uma declaração inteira. (p ). Percebemos, claramente, que a ideia de modificação é assumida tradicionalmente; no entanto, no que diz respeito à classificação, há divergências entre os autores. Cunha e Cintra (2007), por exemplo, apresentam as sete categorizações mais comuns, conforme encontramos na Nova Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB): modo, tempo, lugar, intensidade, dúvida, afirmação e negação. Rocha Lima (2006), por sua vez, não concorda com as categorizações denominadas de afirmação e negação, pois, em sua opinião, as palavras adverbiais assim classificadas não expressam circunstâncias. Bechara (2009) apresenta quinze tipos de advérbios, salientando que as principais circunstâncias expressas por advérbio ou locução adverbial são: assunto, causa, companhia, condição, concessão, instrumento, dúvida, fim, conformidade, intensidade, modo, lugar, referência, tempo e negação, não incluindo, nessa distribuição, o advérbio de afirmação. Se acrescentarmos, ainda, as chamadas palavras denotativas - realce, retificação, situação e interrogativos - conforme Oiticica (1952, apud Castilho e Elias (2012, p. 248)), temos mais de quinze tipos de advérbios. Notamos que classificar o advérbio pela circunstância é, basicamente, o critério adotado pelos autores. No entanto, a questão que se coloca é: todos eles expressam, de fato, circunstâncias? Todos eles têm a propriedade de modificar? Como vimos acima, Rocha Lima (2006) e Bechara (2009) não reconhecem certos advérbios como verdadeiros advérbios. Sobre as palavras denotativas, Cunha e Cintra (2007, p. 540) alertam que são palavras por vezes enquadradas impropriamente entre os advérbios. Assim como eles, pensam também autores que já empreenderam estudos mais aprofundados sobre os advérbios. É o caso de Bomfim (1988), que defende a ideia de que os chamados advérbios de afirmação, de negação e de dúvida não podem figurar na classe tradicional de advérbio, pois eles não expressam circunstâncias, como também é o caso de advérbios como os que aparecem nos exemplos em (1), de Ilari (2007, p ):

18 17 (1) a. Realmente, deve ser maravilhoso ter uma família grande. b. [É de praxe] falar com essa pessoa e agir com essa pessoa dentro da máxima ética... porque essa pessoa provavelmente, será um cliente futuro. c. Ela está assumindo tarefas assim muito precocemente. Possivelmente passe essa fase. d. Há pessoas que dificilmente perdem a calma, perdem o controle. Segundo Ilari, todos esses advérbios são de caráter epistêmico, pois expressam opiniões e expectativas dos interlocutores. Não denotam, portanto, circunstância, invalidando, assim, o pressuposto apresentado por gramáticas de orientação normativa. Isso também é corroborado por Kanthack (2012), que investigou o comportamento de advérbios terminados em mente, tradicionalmente, em sua maioria, denominados como sendo de modo, e que, funcionalmente, são usados como modalizadores, estratégias empregadas para marcar a atitude do falante em relação ao que ele próprio diz. Abaixo, alguns casos analisados pela autora (cf. p. 7): (2) a. Quando acusadas de tráfico de influência, advocacia administrativa, superfaturamento ou sobrepreço, defendem-se na pessoa física usando o cargo. Obviamente, está errado. b. Se produzirmos um alimento resistente à seca, por exemplo, seguramente estaremos fazendo um favor à humanidade em tempos de aquecimento global. c. Ahmadinejad é o líder de um regime teocrático, violento e isolado internacionalmente.

19 18 d. Mas sei da existência de certos grupos na universidade que, tradicionalmente, não veem com bons olhos nenhuma iniciativa baseada no mérito para avaliar a produtividade. e. Curiosamente, são aqueles que se dizem mais conhecedores do sofrimento dos brasileiros menos favorecidos os primeiros a agitar a bandeira do ensino superior gratuito para todos. f. Claro que, infelizmente, num lugar com as especificidades do Rio de Janeiro, ainda é preciso que parte da tropa trabalhe munida de fuzis. Os advérbios obviamente e seguramente, em (2a) e (2b), são classificados pela autora como epistêmicos, uma vez que, claramente, expressam a opinião (2a) e a expectativa (2b) do falante sobre uma determinada afirmação. Em (2c) e (2d), as palavras internacionalmente e tradicionalmente funcionam como delimitadoras ou circunscritoras, demarcando os limites dentro dos quais o elemento gramatical e a sentença em questão devem ser interpretados: um, do ponto de vista exclusivamente internacional, outro, do ponto de vista exclusivamente tradicional. Evidenciando a emoção do falante frente ao que enuncia, curiosamente em (2e) e infelizmente em (2f) são, por natureza, advérbios afetivos. O que estamos tentando mostrar com os exemplos de Ilari (2007) e Kanthack (2012) é que a propriedade circunstância atribuída aos advérbios é questionável. Refletindo sobre isso, Ilari et al. (1990, p. 69) pontuam: [...] Seja como for, as gramáticas enquadram atualmente entre os advérbios uma quantidade enorme de palavras de que seria mais correto dizer que, apenas em algumas ocorrências particulares e em alguns ambientes sintáticos, atendem aos critérios tradicionais para a classificação como advérbios. Tratar do advérbio é, antes de mais nada, tomar consciência desses equívocos, constatando a diversidade de emprego dessas expressões. Um outro equívoco, apontado por Castilho e Elias (2012), em sua pequena gramática do português brasileiro, é decorrente da própria etimologia da palavra, ou melhor, da má compreensão do que seja verbum, em latim. A propósito, afirmam: [...] Advérbio vem do latim ad + verbium, sendo que verbium deriva de verbum, palavra. [...] a preposição latina ad quer dizer perto de. Logo,

20 19 advérbio é a palavra que se coloca perto de qualquer outra palavra. [...] Depois, com o tempo, verbum passou a indicar uma das classes de palavras, visto que o verbo é considerado a classe de palavra por excelência. Mas isso ocorreu depois da invenção da palavra adverbium pela gramática latina. (CASTILHO; ELIAS, 2012, p. 245). Segundo esses autores, a característica de poder estar perto de qualquer palavra, e não necessariamente do verbo, fez do advérbio uma das classes mais ricas da língua, desenvolvendo uma quantidade enorme de sentidos (p. 245). Além da diversidade de sentidos, é importante também reconhecer as propriedades sintáticas que os advérbios podem apresentar, lembrando que muitos deles têm comportamentos radicalmente diferentes. Sobre isso, Costa e Costa (2001, p ) pontuam: Os advérbios não formam uma classe semântica homogénea, existindo diferentes tipos de classes semânticas de adverbiais (...). Os advérbios podem ser polissêmicos, pertencendo a mais que uma classe semântica consoante o seu significado (...). Os advérbios pertencentes a uma mesma classe semântica podem exibir comportamentos sintáticos diferentes (...) Do que foi apresentado até agora sobre o advérbio, seja numa perspectiva tradicional, seja na perspectiva das pesquisas linguísticas, percebemos a necessidade de que é preciso reconhecer que o advérbio não pertence a uma classe de palavras com características uniformes e, por isso, conforme Ilari et al. (1990, p. 80), seria um contrassenso propor ou até mesmo ensaiar uma definição geral de advérbios 1. Segundo eles, numa análise sistemática, os advérbios deveriam ser 1 Nos Livros Didáticos, particularmente no eixo dos conhecimentos linguísticos, que abrange os conteúdos da tradição gramatical juntamente com conhecimentos textuais e discursivos, notamos que há, por parte de alguns autores, o desejo de oferecer aos professores uma reflexão sobre a rigidez das descrições normativas tradicionais. Por exemplo, Cereja e Magalhães (2012), autores de PORTUGUÊS LINGUAGENS, uma das obras mais adotadas pelas escolas, quiçá a mais adotada, no Manual do Professor anexo à obra, reconhecem: Sabemos que muitos conceitos da gramática normativa, como sujeito e advérbio, entre outros, são discutíveis e requerem uma revisão urgente por parte de especialistas, como demonstra com propriedade o professor Mário Perini em sua Gramática descritiva do português (São Paulo, Ática, 1996). Contudo, pela falta de outro modelo consensual, melhor e mais bemacabado, preferimos trabalhar com categorias consagradas e, sempre que possível, chamar a atenção do aluno para a incoerência do modelo gramatical ou estimular o professor a fazer a crítica ao modelo. (CEREJA; MAGALHÃES, 2012, p.13). Entendemos que é assim que deve agir o professor: trabalhar com um modelo com a consciência de que ele não deve ser visto como completo e absoluto, mas um modelo a ser complementado com a contribuição das descrições linguísticas.

21 20 classificados de acordo com o seu escopo, sendo este definido como o conjunto de conteúdos afetados por algum operador, nesse caso o próprio advérbio. Partindo desse pressuposto, autores como Ilari et al. (1990), Neves (2002), Neves (2011) e Castilho e Elias (2012) propõem distribuições mais sistemáticas para os advérbios, como veremos na próxima seção. 1.3 Advérbios: novos olhares Segundo Ilari et al. (1990), os advérbios, dadas as suas propriedades diferenciadas, podem ser classificados a partir de dois eixos: o sintático e o semântico. No eixo sintático, os advérbios são classificados em: de constituinte (quando o escopo é aplicado a um termo sintático em específico, não necessariamente ao verbo, adjetivo ou advérbio), de sentença (quando o escopo se aplica a toda oração) e de discurso (quando o escopo ultrapassa não só os limites dos constituintes, mas os da sentença). No eixo semântico, os advérbios são divididos em dois grupos: predicativos (modificam o sentido de um constituinte) e não-predicativos (não afetam o sentido de um constituinte, mas acrescentam circunstâncias de tempo, lugar ou determinam limites de aplicação da proposição). Eles consideram que, na afirmação tradicional de que o advérbio modifica tipicamente o sentido do verbo ou do adjetivo, está implícita a hipótese de que ele expressa uma espécie de predicação de grau superior: assim como o verbo ou o adjetivo atribuem uma ação ou uma propriedade ao sujeito, o advérbio predicaria uma propriedade da qualidade ou ação que se atribui ao sujeito: assim, em João caminha lentamente, descreve-se como sendo lenta a ação de caminhar que se atribui a João. (ILARI et al., 1990, p. 89). Ou seja, a própria gramática normativa, ao conceituar o advérbio como um elemento modificador, reconhece, mesmo que implicitamente, o pressuposto de que o advérbio tem a propriedade de predicar. O problema é que ela aplica isso a todos os advérbios, o que não se confirma na prática. Ilari et al. (1990) consideram que os efeitos de sua aplicação são claros e não contraditórios para apenas um pequeno número de casos. É preciso levar em consideração que os advérbios não formam uma classe homogênea, dada as suas propriedades sintático-semânticas diversas. Partindo, então, das propriedades semânticas básicas, Ilari et al. (1990) distribuem

22 21 os advérbios em dois grupos: no dos predicativos (p ), estão os advérbios qualitativos (bem, mal, rapidamente etc.), os intensificadores (mais, muito, demasiadamente etc.) e os modalizadores, que se subdividem em hedges advérbios de circunscrição (humanamente, praticamente, geograficamente etc.), os quase-modais (realmente, dificilmente, possivelmente etc.), os de atitude proposicional (felizmente, infelizmente) e os aspectualizadores (diariamente, de vez em quando, normalmente etc.); no grupo dos não-predicativos (p ) foram inseridos os advérbios de negação e os circunstanciais de lugar e tempo. Também seguindo uma perspectiva semelhante à de Ilari et al. (1990), Neves (2011) apresenta uma descrição bastante sistemática para os advérbios, reconhecendo que eles formam um classe heterogênea, tanto no que se refere a aspectos sintáticos quanto semânticos. Do ponto de vista sintático, a autora afirma que o advérbio pode ser considerado uma palavra periférica, atuante nas variadas camadas de um enunciado. Assim, pode atuar sobre: Um sintagma, e o advérbio será periférico ao núcleo (ou constituinte) que, dependendo das subclasses em questão, pode ser um verbo (3a), um adjetivo (ou sintagma adjetival) (3b), um advérbio (ou sintagma adverbial) (3c), um numeral (3d), um substantivo (3e), um pronome (3f) ou a conjunção embora (3g) (cf. NEVES, 2011, p ): (3) a. Não grita tanto, homem! b. Seus sentimentos são muito delicados. c. Não passa tão cedo, não. Deixa chover que espanta o calor. d. Havia no protesto quase adolescentes. e. Portas à direita e à esquerda. f. E por isso mesmo tão cansados e não querem sabe de arriscá o emprego.

23 22 g.... muito embora as autoridades da mais alta hierarquia se empenhem nisso. Um enunciado, incidindo sobre a oração ou proposição, como ilustram (4a) e (4b) (cf. NEVES, 2011, p. 235): (4) a. Realmente, sentia fome. b. Provavelmente você não gostará da resposta. O discurso, incidindo sobre todo o enunciado (modalizado) (cf. NEVES, 2011, p. 235): (5) a. Assim igual colher de suas terras, ter uma vaca engordando com os seus capins. Agora, todavia, se permanecesse no Surrão, só o faria pagando arrendamento. b. Então, mãe, como é que foi a reunião em Palácio? Do ponto de vista semântico, assim como Ilari et al. (1990), Neves (2011) também distribui os advérbios em dois grandes subgrupos: os modificadores (que modificam o significado do constituinte sobre o qual incidem) e os não-modificadores (que não afetam o sentido do constituinte sobre o qual incidem). Os modificadores são subclassificados em advérbios de modo (qualificadores), de intensidade (intensificadores) e modalizadores (modalizam o conteúdo de uma asserção, operando ou não sobre o seu valor de verdade). Entre os advérbios nãomodificadores, constam os de negação, afirmação, os circunstanciais (de tempo e lugar), os de inclusão, exclusão, os juntivos e os de verificação. Particularmente, no tocante aos circunstanciais (de tempo e de lugar), Neves (2002) pontua: De fato, se o advérbio se define como modificador do verbo (ou, ainda, do adjetivo e do advérbio), como ocorre tradicionalmente, os circunstanciais não pertencem à classe, já que nenhum advérbio de tempo ou de lugar

24 23 realmente modifica o expresso no verbo. Por outro lado, se o advérbio se define como a palavra que indica circunstâncias, conforme também ocorre tradicionalmente, os circunstanciais são os advérbios por excelência. (p. 250). Para essa autora, os circunstanciais são advérbios não-modificadores, pois, como a própria denominação já os apresenta, eles não modificam o significado do elemento sobre o qual incidem, uma vez que não operam sobre o valor de verdade da oração (NEVES, 2002, p ). Também denominado de não predicador, Castilho e Elias (2012), na Pequena Gramática do Português Brasileiro, tratam os advérbios circunstanciadores como elementos dêiticos, pois são advérbios que servem para situar uma ação ou um evento na perspectiva do tempo ou lugar (p. 251), noções identificadas a partir da situação de fala. Nessa gramática, os autores trabalham com três classes de advérbios: predicadores (o mesmo que predicativos, conforme proposta de Ilari et al. (1990), verificadores e dêiticos (o mesmo que não modificadores, conforme proposta de Neves (2011). Além das propriedades semânticas, Castilho e Elias (2012) descrevem o comportamento do advérbio considerando propriedades gramaticais e textuais. Dentre as gramaticais, destacam o comportamento morfológico e sintático. Do ponto de vista morfológico, esses autores concordam com a ideia defendida pelas gramáticas normativas de que os advérbios são palavras invariáveis. É isso que os diferencia dos adjetivos, visto que muitos adjetivos funcionam como advérbios (CASTILHO; ELIAS, 2012, p. 255). E, nesta mesma página, exemplificam: (6) a. A Kombi dá pra fazer isso... de modo que vou tranquilo. b. Nós aproveitamos e vamos junto. c. Na natureza, nada funciona sozinho. Os autores esclarecem que, no exemplo (6a), tranquilo não concordou com a mulher que utilizou a expressão, ou seja, ela não disse vou tranquila. Já em (6b) e

25 24 (6c) os adjetivos junto e sozinho aparecem adverbializados e, portanto, invariáveis. Por isso, não se disse vamos juntos e nada funciona sozinha. Do ponto de vista sintático, além de considerarem o advérbio como elemento que incide sobre diferentes categorias, os autores procuram responder às seguintes perguntas (cf. p. 258): Quais são as funções sentenciais dessa classe? Os advérbios podem ser transitivos, pedindo um complementador? Qual é sua colocação no enunciado? De forma sucinta, apresentamos as suas respostas: Quanto às funções sintáticas, os advérbios podem atuar (i) como adjuntos (adverbial, quando incide sobre um constituinte específico na sentença, e adsentencial, quando incide sobre a sentença inteira) e (ii) como marcadores gramaticais (os advérbios aí e assim são exemplos dessa função, muito recorrentes na língua falada, usados para reforçar diferentes estruturas gramaticais). Abaixo ilustramos cada uma das situações: (i) Advérbio funcionando como adjunto: adverbial (7) Discutiu francamente seu problema. (p. 259). adsentencial (8) Provavelmente hoje vai chover. (p. 259). (ii) Advérbios funcionando como marcadores gramaticais: (9)

26 25 a. Hoje parece assim meio... incrível. (marcador de minissentença p. 261). b. Assim... o cara lá do fundo parece incomodado. (marcador de sujeito p. 262). c. A gente precisa... assim...de diversão. (marcador de complemento p. 262). d. Um olhar assim um tanto voltado à realidade. (marcador de adjunto adnominal p. 263). e. O paciente não parecia bem... estava falando assim... com dificuldade. (marcador de adjunto adverbial p. 263). f. Aí o cara lá do fundo parece incomodando. (marcador de sujeito p. 262). g. Ele andou comendo... aí... muita paçoca (marcador de complemento p. 262). No que diz respeito ao segundo questionamento, os autores afirmam que alguns advérbios podem ser transitivos, ou seja, podem selecionar complementos, como em (10) (cf. p. 265): (10) a. Agiu vinculadamente ao estrangeiro. b. Esta foi uma tirada tipicamente do comendador Acácio. No caso, os elementos grifados são complementos selecionados pelos próprios advérbios, vinculadamente e tipicamente. Quanto às posições em que os advérbios podem ocorrer numa sentença, normalmente são elas:

27 26 Posição 1: sintagma adverbial antes da sentença: (11) Realmente ele não gasta muito agora. (p. 265). Posição 2: sintagma adverbial depois da sentença: (12) Ele não gasta muito agora, realmente. (p. 265). Posição 3: sintagma adverbial entre o sujeito e o verbo: (13) Você realmente vê que aqui você passa melhor. (p. 266). Posição 4: sintagma adverbial entre o verbo e seu complemento: (14) Você vê realmente que aqui você passa melhor. (p. 266). Vale dizer, no entanto, que nem todos os advérbios ocupam todos esses lugares mencionados. Há aqueles que são mais livres, como é o caso de realmente, que pode ocupar as quatro posições ilustradas, e outros que, por sua vez, não têm a mesma natureza. Para encerrar, do que foi exposto nesta segunda parte, destacamos: numa visão linguística, advérbio ostenta propriedades sintático-semânticas variadas, um comportamento que é determinado pelos usos efetivos que os falantes fazem dele em suas práticas comunicativas. Uma amostra disso será apresentada na próxima seção, onde o foco é o nosso objeto de pesquisa: o advérbio temporal

28 Advérbios temporais: suas propriedades em discussão Nesta seção, abordaremos, em especial, os advérbios temporais, que, assim como os demais advérbios, não têm um tratamento sistemático nas descrições de orientação normativa. Para descrever suas propriedades, recorremos a pesquisas linguísticas como as de Bomfim (1988), Martelotta (1994), Neves (2011), Azeredo (2013), Maciel (2013) e Castilho (2014) Bomfim (1988) Considerando como ponto de partida o conceito básico de advérbio, Bomfim (1988) afirma que não é pacífico considerar que os advérbios de tempo e de lugar estão relacionados ao verbo (p. 17), tendo em vista que nem sempre os temporais incidem sobre o verbo e, por isso, deveriam fazer parte de outra classe gramatical. A autora afirma que, tradicionalmente, os advérbios temporais são aqueles que respondem à pergunta: quando? E que as gramáticas normativas incluem nesse grupo as palavras: hoje, amanhã, ontem, agora, e outras como cedo, tarde, antes, depois, nunca, sempre etc. No entanto, é preciso atentar que palavras como cedo e tarde, por exemplo, não respondem a tal pergunta. Nesse sentido, é preciso considerar outras propriedades para se classificar os advérbios. Assim, utilizando como critério afinidades semânticas, a autora distribuiu os adverbiais de tempo nos seguintes subgrupos: a) respondem à pergunta quando?: ontem/hoje/amanhã; antes/depois (também usado em relação ao espaço); antigamente/atualmente/futuramente; nunca/sempre/ás vezes (indicam a frequência, o hábito, a repetição); b) não respondem à pergunta quando?: cedo/tarde; c) podem ser intensificados: cedo/tarde; antes/depois; d) coocorrem com outros indicadores de tempo: cedo/tarde (ainda que com incidências diferentes); ontem/hoje/amanhã; antes/depois;

29 28 antigamente/atualmente/futuramente; (coocorrem com cedo/tarde, quando esses afetam o verbo); e) são dêiticos: ontem/hoje/amanhã; f) relacionam-se com a frase toda: antigamente/atualmente/futuramente; nunca/sempre/ás vezes (também podem modificar o verbo). Para complementar, a autora destaca que o subgrupo cedo/tarde liga-se ao processo verbal ou a um elemento dêitico (hoje/amanhã), como indicam os exemplos em (15) (cf. p. 28): (15) a. Chegou cedo hoje. b. Virá tarde amanhã. Também, que o subgrupo antes/depois pode juntar-se à preposição de para formar locução prepositiva (cf. p. 32): (16) a. Chegou antes de mim. b. Venha depois do jantar. Por fim, que o subgrupo ontem/hoje/amanhã pode exercer a função de sujeito (como em 17a), referir-se ao fato ou ao acontecimento tomado globalmente (17b) ou incidir apenas sobre o verbo (17c e 17d): (17) a. Hoje e amanhã são dias de festa. (p. 31). b. Hoje João chegou da Europa. (p. 30).

30 29 c. João hoje chegou da Europa. (p. 30). d. João chegou hoje da Europa. (p. 30). Para Bomfim, as palavras dêiticas que exprimem a ideia de tempo e lugar, por exemplo, correspondem parcialmente à definição tradicional; por isso, ela afirma que é necessário refletir acerca da pertinência da inclusão das palavras ontem/hoje/amanhã na classe dos advérbios, pois ainda que essas compartilhem a noção de tempo com os advérbios e respondam à pergunta quando? partilham com os pronomes a dêixis, a referência e também a possibilidade de exercer a função de sujeito. Por isso, a autora julga ser mais coerente a inclusão de tais palavras na classe dos pronomes Martelotta (1994) Referindo-se aos advérbios temporais como circunstanciadores temporais, Martelotta (1994) investigou a colocação desses elementos na sentença, no intuito de mostrar que ela é determinada por aspectos discursivos. Para efetivação da análise, o autor considerou, como temporais, termos que indicam ideia de tempo, que têm como propriedade básica certa mobilidade dentro da estrutura em que ocorrem. Fazem parte desses elementos, segundo o autor, os termos não-oracionais como: hoje, agora, sempre, nunca, durante a semana, uma vez por mês, ao mesmo tempo; e as expressões oracionais, como: quando ele chegou, sempre que alguém queira etc. No que diz respeito à colocação dos circunstanciadores temporais (nãooracionais e oracionais), estes, segundo Martelotta (1994, p.17-18), podem ocupar as seguintes posições na sentença: ANTES DO VERBO Posição 1 Não ocorrendo sujeito antes do verbo. Incluídos aqui os casos que a gramática normativa chama de sujeito inexistente, indeterminado e elíptico, e casos em que o sujeito aparece depois do verbo:

31 30 (18) Depois daquela muda se adaptar à mudança de local, fazia-se o enxerto. (p.17). Posição 2 Antes do sujeito explícito: (19) Quando eu olhei no boletim, meu nome não estava lá. (p.17). Posição 3 Entre o sujeito e o verbo (ou entre o sujeito e o primeiro verbo em caso de locução verbal uma posição raríssima segundo o autor): (20) A gente às vezes se cansa. (p.17). DEPOIS DO VERBO Posição 4 Não ocorrendo predicativo ou complemento depois do verbo. Incluem-se os casos em que o predicativo ou complemento aparecem antes do verbo: (21) Ela chegou quatro horas. (p.18). Posição 5 Entre o verbo e o predicativo ou complemento: (22)... então, ali boto logo depois o pijama. (p.18). Posição 6 Depois do predicativo ou complemento: (23) Eu deixo vocês falarem com ele segunda-feira. (p.18).

32 31 Visando descrever as funções semânticas exercidas pelos circunstanciadores temporais, Martelotta (1994) adotou uma classificação proposta por Martelotta (1986), quando apresentou os seguintes tipos de circunstanciadores temporais: a) Circunstanciadores de tempo determinado - apresentam uma indicação relativamente precisa do momento em que o evento ocorre. Usados normalmente em eventos específicos, podendo também ocorrer em eventos não-específicos. É a marca temporal que regulariza a sequencialidade das ações nas narrativas e nãonarrativas: (24) Hoje, ontem, semana passada, às sete horas, quando ele chegou etc. (p.18). b) Circunstanciadores de tempo indeterminado - Dão a ideia de que os eventos e situações ocorrem ao longo do tempo e não em um momento específico: (25) Sempre, geralmente, atualmente, nunca, nunca mais etc. (p.18). c) Circunstanciadores iterativos Apontam a frequência com que os eventos não-específicos ocorrem ao longo do tempo: (26) Às vezes, duas vezes por semana, de vez em quando, etc. (p.18). d) Circunstanciadores de simultaneidade Delimitam os eventos ou situações, indicando o início e/ou o fim de sua permanência no tempo. Apresentam tendências mais livres de colocação: (27) Há três anos, até hoje, durante três meses etc. (p.19).

33 32 Apresentada a proposta, o autor esclarece que, quanto ao posicionamento na sentença, o circunstanciador [...] tende a ocorrer em posições pré-verbais quando traz informações temporais análogas aos traços semântico-gramaticais do discurso em que ocorre. Esta relação semântica empurra o circunstanciador para as posições pré-verbais, enfatizando-o ou topicalizando-o. Ao contrário, se não há esta relação semântica, o circunstanciador tenderá a ocupar as posições pós-verbais, ou mesmo a não ocorrer em tipos de discurso cujos traços semântico-gramaticais são não-análogos ou incompatíveis com a informação temporal por ele expressa. (MARTELOTTA, 1994, p. 213). Com a análise, Martelotta defende que a noção de circunstância é algo maleável que se adapta aos aspectos pragmáticos-discursivos que caracterizam o ato da comunicação (p. 21), e que o posicionamento do advérbio temporal também depende dos aspectos semânticos-gramaticais Neves (2011) Pertencendo ao grupo dos circunstanciais, os advérbios de tempo e de lugar são considerados, por Neves (2011), como categorias dêiticas, "que fazem orientação por referência ao falante e ao aqui-agora, que constituem o complexo modo-temporal que fixa o ponto de referência ao evento da fala (p. 256). São sempre construídos a partir de uma relação que se dá dentro do enunciado e entre enunciado e enunciação. Assim, a autora subclassifica os circunstanciais em: advérbios fóricos e não-fóricos. São fóricos os advérbios que se referem a outro elemento dentro ou fora do enunciado, podendo indicar circunstância que é remetida ao momento da fala, numa escala de proximidade temporal. Como exemplo, Neves cita a forma adverbial hoje, que, segundo ela, pode indicar um período maior ou menor em relação ao momento da fala, e, portanto, ligado ao falante, como indica o exemplo em (28): (28) O perigo é hoje muito maior do que naquela ocasião. (p. 258).

34 33 Também usa esse mesmo advérbio para ilustrar que ele pode indicar a relação com o momento da enunciação, representando um período de tempo demarcado, o dia do calendário civil em que o falante emite a informação: (29) Hoje eu tenho que dar um jeito na tacha de cozinhamento que está vazando. (p. 259). Quanto aos não-fóricos, são aqueles advérbios que atuam simplesmente como circunstanciadores temporais, como exemplifica Neves (2011, p. 259) com o advérbio antes, que na frase (30) simplesmente denota uma relação de anterioridade de um momento com outro: (30) Senti a mesma impressão de morte de dois dias antes, quando ali penetrara pela primeira vez. Além da propriedade dêitica que o advérbio temporal apresenta, a autora também o classifica em função de traços semânticos e aspectuais. Eles podem indicar: Situação: respondem à pergunta quando? e podem expressar a noção temporal de forma: a) absoluta: indicando momento situado na escala do tempo, podendo se referir a um determinado período da enunciação (advérbios fóricos). Nesse caso, o tempo pode ser cronológico, ou seja, ligado ao calendário (31a), ou não-cronológico (31b); também o advérbio pode não remeter a um momento determinado da enunciação ou de outro ponto do enunciado (advérbios não fóricos), como ilustram os exemplos (32a) e (32b) (p ): (31) a. Eu volto amanhã, se for necessário. (amanhã: no dia posterior a este dia).

35 34 b. Estava dizendo um matuto, na venda, que Aparício anda agora com mais de duzentos homens. (agora: na época atual). (32) a. Acordou cedo e foi comprar um presente bem bacana par aquela, cujo dia se comemorava. (cedo: na parte inicial/no começo de um período). b. Nunca pensei que você pudesse ser tão miserável. (nunca: em momento nenhum). b) relativa: o advérbio estabelece uma relação entre um período e outro, podendo referir-se a um momento da enunciação ou do enunciado (p. 268 e 269): (33) a. Você ainda não ouviu nada, sua miserável! b. Antes dos quinze anos já amava violentamente. Duração: o advérbio indica duração do período. Também pode ser fórico (referindo-se a um momento da enunciação) ou não-fórico (não se refere a um período determinado da enunciação) (p. 269): (34) a. Métodos cada vez mais aperfeiçoados têm sido desenvolvidos ultimamente por volta de mil, novecentos e trinta. (fórico). b. O lar dos Mastroianni está temporariamente salvo. (não-fórico). Frequência: todos os seus advérbios são não-fóricos, pois não se referem a um momento determinado do enunciado. Indicam apenas a repetição ou não-repetição de momentos ou períodos (p. 270):

36 35 (35) a. A taxa de crescimento das despesas com pesquisa e desenvolvimento tem oscilado entre dez e vinte por cento, anualmente. b. Ataíde, de vez em quando, tinha uma dor de dente horrível. Da descrição feita por Neves (2011), percebemos que os advérbios temporais ostentam diferentes propriedades semânticas, podendo, inclusive, transitar da categoria tempo para a categoria lugar, e vice versa. Assim, é possível encontrar advérbio de lugar indicando tempo, como em (36a), e advérbio de tempo indicando lugar, como em (36b) (p. 256): (36) a. O Partido tem exigido sempre (o que não é verdade), atitude e exigirá daqui por diante, uma compreensiva para com tais cidadãos. b. Depois da sala de jantar vinha um terraço espaçoso. 256): Esse trânsito de funções também se observa nos exemplos abaixo (cf. p. (37) a. Domício e Bento saíram para o copiá e lá ficaram de boca fechada à espera de qualquer coisa. Foi aí que eles ouviram um choro alto. b. A imprensa tem mania de colocar uma vírgula depois do nome, acrescentando uma cifra. Em (37a), o item aí, conhecido como advérbio de lugar, transmite a ideia de tempo, enquanto que no exemplo (37b) ocorre o contrário, o depois, que canonicamente é conhecido como advérbio temporal, aparece indicando lugar. Com situações desse tipo, Neves (2011) ilustra o que no quadro teórico da corrente funcionalista é denominado de gramaticalização, um fenômeno de mudança que

37 36 reflete a relação entre o sistema gramatical e o funcionamento discursivo 2. No caso de um advérbio prototipicamente temporal, quando passa a exercer a função de advérbio de lugar, como vimos acima, ele perde traços que o caracteriza como prototípico. Isso é mais claro ainda quando temos advérbios exercendo funções juntivas, que operam na esfera das relações e processos, efetuando junção temporal de enunciados, de orações ou de sintagmas (NEVES, 2011, p. 261), como ilustram os exemplos apresentados, nessa mesma página, pela autora: (38) a. O mestre demorou-se um pouco, depois voltou-se para o companheiro num tom de mando. b. Pantaleão tornou a encher o copo de cerveja, em seguida explicou: boatos dirigidos costumam produzir os efeitos esperados. Nesses exemplos, os itens em destaque atuam na tessitura do enunciado, funcionando como elementos conectivos, exercendo, portanto, função gramatical, e não mais lexical, a função prototípica desses elementos enquanto advérbios Azeredo (2013) No tocante ao advérbio de tempo, Azeredo (2013) esclarece que o que as gramáticas e dicionários classificam como advérbios temporais devem ser compreendidos a partir do sentido que expressam no discurso. Segundo ele, esses advérbios temporais se distribuem em pequenos subgrupos, já que podem ser usados para se referir a uma ocasião, a uma duração ou frequência: 2 Inicialmente, com Meillet (1912, apud NEVES, 1997), gramaticalização foi definida como a atribuição de um caráter gramatical a uma palavra anteriormente autônoma (p. 113). Com o decorrer do tempo, outros autores foram alterando essa ideia inicial. Por exemplo, Hopper e Traugott (2003) defendem que a gramaticalização corresponde a um tipo de mudança compreendida como um processo através do qual itens ou construções lexicais, em determinados contextos, assumem funções gramaticais, e, uma vez gramaticalizados, continuam a desenvolver novas funções gramaticais.

38 37 ontem/hoje/amanhã. Referindo-se a uma ocasião mais exatamente o dia esse subgrupo é reconhecível pelos interlocutores relativamente ao momento (dia) em que acontece a declaração. Trata-se de um caso de dêixis: (39) A loja não abriu ontem/não abre hoje/não abrirá amanhã. (p. 193). agora/antes/depois/então. Referindo-se a uma ocasião arbitrária, esse subgrupo, segundo o autor, é reconhecível pelos interlocutores relativamente ao momento da enunciação (função dêitica) ou a um ponto de referência estabelecido no próprio discurso ou texto (função anafórica): (40) a. Agora /Antes / Depois quero lhe apresentar um amigo. (dêixis p. 193). b. Pediu primeiro um copo d água e depois um café. (anafórico p. 193). sempre/nunca. Sem implicação dêitica ou anafórica, esse subgrupo refere-se à frequência do fato, expressando, como diz o autor, uma polaridade positiva versus negativa: (41) Ele nunca atende / sempre atende o telefone Ele nunca atendia / sempre atendia o telefone Ele nunca atenderá / sempre atenderá o telefone. (p. 194). cedo/tarde. Também não apresentando característica dêitica ou anafórica, esses advérbios expressam uma polaridade temporal qualitativa, uma vez que implica juízo favorável para cedo e desfavorável para tarde, a depender do contexto: (42) Casei cedo / tarde. (p. 194).

39 38 já/ainda/mais. Considerado por Azeredo o subgrupo mais complexo, esses advérbios não se referem a épocas, mas a representações do processo na sua duração (aspecto). A propósito, o autor acrescenta: Pode exprimir graus de proximidade do acontecimento em relação ao momento da enunciação (O médico já vai chegar / O médico ainda vai chegar), caracterizar o contraste entre consumação (já) e não consumação (ainda) de um processo (A chuva já passou / A chuva ainda não passou, Ele não trabalha mais aqui / Ele ainda trabalha aqui), ou firmar o contraste entre as etapas inicial e final de um processo (O jogo ainda está no primeiro tempo / O jogo já está no segundo tempo). (AZEREDO, 2013, p. 194). Ainda sobre esse subgrupo, Azeredo (2013) declara que seus advérbios não são considerados indispensáveis ao conteúdo objetivo das frases, pois a função deles é, sobretudo, argumentativa, servindo para realçar premissas ou suscitar inferências (p.195). Também observa que os advérbios antes e depois (subgrupo b), por se referirem a intervalos de tempo de duração variável, e os advérbios cedo e tarde (subgrupo d), por indicarem gradação, podem ser intensificados, como ilustram os exemplos em (43): (43) a. Pediu primeiro um copo d água e pouco depois um café. (p. 193). b. Acordei mais cedo/mais tarde hoje. (p. 194). c. Saí da festa um pouco cedo/um pouco tarde. (p. 194). Com essa descrição, Azeredo (2013) reconhece a natureza heterogênea dos advérbios temporais, destacando, assim, a necessidade de considerá-los a partir de suas propriedades semânticas, que, como vimos, são bastante diferenciadas Maciel (2013) Maciel (2013), tendo como corpus notícias comuns veiculadas em dois jornais de grande circulação no país, descreveu e analisou o comportamento funcional dos advérbios temporais, considerando os aspectos morfossintáticos e semânticos

40 39 dessa categoria. Para tanto, considerou apenas os advérbios não-oracionais (advérbios simples e locuções adverbiais), levando em conta sua flexibilidade de posicionamento na sentença, bem como a pergunta quando?, que, segundo Neves (2011), permite a localização temporal do evento. Após a identificação dos advérbios temporais quanto à sua mobilidade, Maciel (2013) buscou identificar quais fatores linguísticos poderiam influenciar a sua posição nas sentenças. Foram eles: a forma do advérbio (simples ou composta), o tempo do verbo (passado, presente e futuro) e a função semântica do advérbio. Quanto a esta última propriedade, teve, como parâmetro, a proposta de Andrade (2004), que classificou os advérbios temporais a partir das seguintes funções semânticas (cf. p ): Função localizadora localiza um evento no tempo: (44) Pela manhã, a Petrobrás informou que o Presidente do conselho de administração e ministro da fazenda... (JORNAL A TARDE, ). Função durativa indica o tempo de duração de um fato: (45) Schetino foi ouvido judicialmente durante três horas. (JORNAL A TARDE, ). Função reiterativa indica a repetição de um evento ou situação: (46) Todos os anos milhares de turistas de todo o mundo vem visitar os Estados Unidos. (JORNAL O GLOBO, ). Função simultânea indica a simultaneidade de ocorrência de dois eventos:

41 40 (47) A Petrobrás [...] extrai e produz, ao mesmo tempo, seu maior e importante mercado. (JORNAL O GLOBO, ). Dessas funções, a mais recorrente na análise feita por Maciel foi a localizadora, que tem a função de indicar explicitamente o tempo do fato ocorrido. Quanto ao posicionamento, observou que os advérbios temporais podem ocorrer nas três posições (inicial, medial e final), sendo as periféricas às sentenças as preferenciais. No entanto, observou que, nos jornais analisados, há diferenças de posicionamento dos advérbios: enquanto o Jornal A Tarde mostrou preferência pela posição periférica inicial, enfatizando assim a circunstância temporal do fato ocorrido, o Jornal O Globo atribuiu mais relevância à apresentação do fato, preferindo empregar o advérbio temporal na posição periférica final. Para explicar tais diferenças, a autora leva em conta o subprincípio de ordenação linear, de Costa Nunes (2009), cujo pressuposto é de que a posição ocupada pelos elementos numa determinada composição sintática determina o seu grau de importância para o falante, ou seja, o falante, no seu enunciado, tende a empregar na primeira posição a informação que julgar mais importante. Quanto aos fatores linguísticos analisados, a autora constatou: que os três posicionamentos foram bastante influenciados pelo tempo verbal passado, principalmente a posição inicial; que as posições inicial e final foram influenciadas de forma acentuada pela estrutura composta do advérbio, o que, segundo ela, demonstra a preferência dos autores das notícias em empregar a forma com mais elementos informacionais nas posições periféricas. Já a forma simples (Maciel hipotetizou que seria mais recorrente na posição inicial), comparando sua ocorrência nas posições inicial e medial, foi mais recorrente no Jornal O Globo, na posição inicial, enquanto no Jornal A tarde apresentou-se em maior quantidade na posição medial. Para explicar essa diferença, a autora novamente cita Costa Nunes (2009) com o subprincípio da quantidade, o qual pressupõe que:...quanto maior a quantidade de informação maior a forma, de modo que a estrutura gramatical indica a estrutura do conceito que ela expressa, ou seja, a informação mais simples e previsível é expressa com uma estrutura mais simples e a informação mais nova, menos previsível é codificada por mais quantidade de palavras ou estruturas mais complexas. (COSTA NUNES, 2009, p. 29).

42 41 Assim, da pesquisa de Maciel (2013), comprova-se que os advérbios temporais podem desempenhar diferentes funções semânticas e que podem ocorrer em diferentes lugares da sentença, inicial, medial e final, sendo influenciados por fatores como tempo verbal e forma do advérbio Castilho (2014) Assim como Neves (2011), Castilho (2014, p. 579) também trata os advérbios temporais como elementos dêiticos, que, segundo ele, podem indicar: presente: agora, hoje, atualmente, modernamente, presentemente, contemporaneamente; passado: ontem, anteriormente, remotamente, antigamente; futuro: amanhã, posteriormente, futuramente. Além dessa propriedade, ele destaca que, para expressar a noção temporal, a língua disponibiliza diferentes estratégias. Por exemplo, para marcações imprecisas, mais indeterminadas, o advérbio pode ocorrer sozinho (cedo, tarde, à noite) ou acompanhado de outro advérbio temporal (hoje cedo, amanhã à tarde). Para marcações sem especificação de tempo, pode recorrer a advérbios como então, já, ainda. Também, há aqueles que funcionam como coringas, uma vez que podem atuar na indicação do lugar (locativo) ou do tempo (temporal): depois, ainda, então. Ele reconhece, assim como Neves (2011), que advérbios, tanto temporais quanto de lugar, podem atuar como conectivos sentenciais, uma função assumida em decorrência do processo de gramaticalização. Vejamos alguns exemplos (cf. p. 581): (48) d. Vamos agora estudar como se deu a chegada dos portugueses no Brasil. Antes, porém, precisaremos entender como se deu a formação dos impérios europeus. e. Gravar e transcrever entrevistas é um trabalho danado. Agora, analisar tudo isso é que são elas.

43 42 f. Agora farei um tremendo discurso sobre os advérbios. Primeiramente, discutirei seu estatuto categorial. Em segundo lugar, falarei sobre sua distribuição nos textos escritos, e então procurarei destrinçar suas manhas semânticas. Agora, o primeiro aí que bocejar vai ter que catar exemplos. Estando a serviço da organização do texto, os elementos em destaque, funcionando como conectivos, assumem uma posição mais fixa dentro da estrutura sintática, uma propriedade adquirida pelos novos usos que os falantes fazem dessas palavras. O reconhecimento dessas novas funções se dá, por exemplo, num quadro teórico como o Funcionalismo, que compreende a língua como uma competência comunicativa e que as estruturas linguísticas devem ser vistas como objetos autônomos, devendo ser buscada nos usos concretos da língua a explicação para os fatos linguísticos. Segundo Castilho (2014, p ) esse modelo postula a língua como uma atividade no tempo real, cujas regularidades são provisórias e continuamente sujeitas à negociação, à renovação e ao abandono, sendo, portanto, constitutivamente heterogênea. Significa dizer, então, que advérbios, por exemplo, têm um estatuto variável na língua, ora podendo ocorrer como verdadeiros advérbios, ora com novas funções, como vimos nos exemplos apresentados pelo autor. 1.5 Encerrando o capítulo Do que foi exposto neste primeiro capítulo, concluímos que o tratamento a ser dado ao advérbio deve ir além da descrição que encontramos em gramáticas normativas, que ainda o conceituam basicamente como a palavra que, numa sentença, atua sobre um verbo, um adjetivo ou mesmo outro advérbio (embora alguns gramáticos já reconheçam a sua atuação sobre uma oração), modificando o seu sentido e indicando uma circunstância (uma propriedade semântica que, inclusive, os próprios gramáticos reconhecem que não se aplica a todos os advérbios). Se considerarmos apenas isso, a ideia que se tem é que o advérbio é um elemento de comportamento bastante homogêneo.

44 43 No entanto, a partir das pesquisas linguísticas que mencionamos neste capítulo, a conclusão que chegamos é que o advérbio deve ser tratado como um elemento de natureza heterogênea, tanto do ponto de vista sintático quanto semântico. Que nem todo advérbio expressa, de fato, uma circunstância ou tem a propriedade de modificar estritamente uma categoria gramatical, como é o caso do advérbio de tempo, nosso objeto de pesquisa, que, como veremos no próximo capítulo, ostenta propriedades que precisam ser consideradas de maneira mais sistemática no momento em que esse elemento for objeto de discussão, por exemplo, em aulas de língua portuguesa.

45 44 CAPÍTULO II: ADVÉRBIOS TEMPORAIS EM REDAÇÕES ESCOLARES: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE PROPRIEDADES MORFOSSINTÁTICAS E SEMÂNTICAS 2.1 Introdução Neste segundo capítulo, apresentamos o resultado prático de nossa pesquisa, cujo objetivo geral foi investigar propriedades morfossintáticas e semânticas que envolvem os advérbios temporais. Para tanto, apresentamos, inicialmente, a metodologia adotada, depois, os resultados quantitativos e qualitativos. 2.2 Apresentando a metodologia Para a investigação, optamos pelo texto narrativo, em que, comumente, o tempo de um acontecimento é um dos elementos característicos desse tipo de texto, usado para situar temporalmente o leitor sobre os fatos narrados. Dentre os recursos linguísticos usados para isso, estão os advérbios temporais não-oracionais, que podem ser representados por estruturas simples (uma só forma) e composta (denominada tradicionalmente de locução adverbial), e que, nas sentenças, apresentam uma certa liberdade de posicionamento, uma das propriedades desse tipo específico de advérbio. O interesse por pesquisar o advérbio temporal surgiu em função do tratamento simplista dado a ele nas gramáticas normativas, materiais esses que orientam, normalmente, os manuais didáticos que nós, professores, utilizamos em nossas aulas de língua portuguesa. A escolha se justifica por observarmos que o advérbio apresenta propriedades funcionais além daquelas previstas tradicionalmente, e que, inclusive, o próprio conceito básico de advérbio (palavra que modifica verbo, adjetivo ou o próprio advérbio) é questionado por nossos alunos frente aos usos feitos em suas práticas comunicativas, em especial, as práticas de escritas cobradas nas salas de aula. Para a constituição de nosso corpus, utilizamos narrativas produzidas por alunos do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II, do Colégio Estadual Professor

46 45 Fábio Araripe Goulart, situado no bairro Teotônio Vilela, na cidade de Ilhéus 3. A escolha por essas escolaridades deveu-se ao fato de, nessas etapas do ensino, os alunos já terem noções gramaticais sobre advérbios, bem como já saberem sobre a construção de narrativas. Quanto à escola, ela foi escolhida porque é local de trabalho da pesquisadora responsável, onde atua como professora regente dos alunos que participaram da pesquisa. O procedimento para a composição do corpus ocorreu assim: durante uma semana, em um total de cinco aulas de língua portuguesa, trabalhamos com textos narrativos, buscando, na primeira aula, verificar o nível de conhecimento dos alunos sobre esse tipo de texto, em especial sobre os elementos que o compõem, como o tipo de narrador, o enredo, os personagens, o espaço e o tempo. Nas três aulas seguintes, exploramos as práticas de leitura e de interpretação de diferentes gêneros narrativos, como a fábula, o conto e a crônica, dando destaque aos elementos que eram usados para situar as ações temporais. Na última aula da semana, solicitamos do aluno uma produção textual narrativa, de tema livre, visando dar-lhe maior liberdade para a criação de sua história e, assim, aumentar as chances do uso de advérbios e locuções adverbiais temporais. Com as produções textuais em mãos, selecionamos para o corpus aquelas que, de fato, apresentaram ocorrências de advérbios temporais, perfazendo um total de 40 redações. Com o corpus constituído, passamos a analisar os advérbios temporais, exclusivamente as formas não-oracionais (simples e compostas) que apresentavam posição variável na sentença, usando, para isso, o critério da mobilidade, o mesmo usado por Maciel (2013), a fim de demonstrar que esse tipo de advérbio pode ocorrer no início, no meio ou no fim da sentença, apresentando um comportamento sintático bastante particular. Diferentemente do que pregam as descrições normativas tradicionais, de que o advérbio é um elemento modificador de uma determinada categoria sintática (normalmente, verbo, adjetivo e advérbio), assumimos, conforme Neves (2011), que o advérbio temporal não afeta o significado do elemento sobre o qual incide; exerce tão somente a função de indicar o momento ou período situado na escala do tempo, ou seja, a circunstância temporal que envolve o fato ocorrido. Outro critério que também utilizamos para a demarcação 3 O trabalho de pesquisa seguiu os trâmites éticos necessários, determinados e aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Santa Cruz, cujo protocolo CAAE é:

47 46 dos advérbios foi a pergunta quando?, atestada tanto por Bomfim (1988) quanto Neves (2011), reconhecendo, no entanto, que, conforme a primeira autora, nem todos temporais respondem a essa pergunta. Abaixo, exemplificamos 4 esses critérios, com advérbios temporais em suas formas simples e compostas: 1. Critério de mobilidade: com ele, procuramos mostrar que o advérbio ou a locução adverbial temporal pode ocorrer nas seguintes posições: (1) inicial, (2) medial e (3) final. As reescritas ilustradas em a e a servem para confirmar que o advérbio pode ser movido na sentença 5, sem alterar o sentido dela: (1) a. [Durante uma festa de carnaval, dois amigos procuram a barraca de bebidas]. (9º ano). a Dois amigos, durante uma festa de carnaval, procuram a barraca de bebidas. a Dois amigos procuram a barraca de bebidas, durante uma festa de carnaval. (2) a. Jhack era um garoto quieto e tímido, não conversava muito. Na escola [ele era sempre zoado pelos alunos da própria sala]. (9º ano). a Jhack era um garoto quieto e tímido. Na escola, sempre ele era zoado pelos alunos da própria sala. a Jhack era um garoto quieto e tímido. Na escola ele era zoado pelos alunos da própria sala, sempre. (3) 4 Todos os fragmentos de textos citados foram digitados em conformidade com os originais. 5 Os colchetes demarcam o limite da sentença onde o advérbio atua.

48 47 a. Vamos sair? Pode ser. Ta bom. [Passo lá as 7:00 horas]. (8º ano). a Vamos sair? Pode ser. Ta bom. Às 7:00 horas passo lá. a Vamos sair? Pode ser. Ta bom. Passo às 7:00 horas lá. 2. Critério da pergunta quando? : (4) a. Quando os dois amigos procuram a barraca de bebidas? Durante uma festa de carnaval. b. [...] Na escola, quando Jhack era zoado pelos alunos da própria sala? Sempre. c.... Ta bom. Quando passo lá? Às 7:00 horas. A partir desses critérios, identificamos, então, todos os advérbios temporais não-oracionais, hipotetizando que eles teriam um comportamento variável, como, de fato, mostramos acima. Dessas três posições, o esperado é que a posição periférica inicial seja a mais recorrente, partindo do pressuposto de que o falante tem preferência em localizar, logo no início da sentença, o momento ou período do fato narrado. Como já anunciamos, em nossa análise, consideramos aspectos morfossintáticos e semânticos. O sintático, como já esclarecemos acima, envolve o posicionamento do advérbio na sentença. O morfológico diz respeito à forma do advérbio, analisada também em função do posicionamento. Para esse fator, a hipótese levantada é: a forma composta do advérbio temporal, tradicionalmente

49 48 conhecida como locução adverbial, será a mais empregada, por apresentarem mais informações e também porque muitas vezes o aluno desconhece a sua forma simples correspondente ou mesmo porque essa não existe. Vejamos alguns exemplos: Forma simples na posição inicial: (5) a. E [finalmente chegou a vez de Jhack]. Ele subiu no palco e começou a cantar. (9º ano). b. [Hoje pela manhã encontrei minha amiga na rua [...]]. (8º ano). Forma simples na posição medial: (6) a. Que bom, seu pai vai ficar tão alegre. [Ele sempre quis levar você ao altar]. (9º ano). b. Enfim chegou o grande momento que Luana e João esperavam, a hora do encontro, ao chegar no local marcado uma surpresa [João ainda não havia chegado]. (8º ano). Forma simples na posição final: (7) a. É verdade mas [não conta nada a ele agora], deixa que eu vou fazer uma surpresa. (9º ano). b. E você vai viajar quando em? [Não sei ainda] mais tou pretendendo ir essa semana. (8º ano). Forma composta na posição inicial:

50 49 (8) a. [Por volta de 6:00 da manhã Paula foi ao trabalho]. Ela trabalha com móveis dia e noite, vive na correria do dia-a-dia. (9º ano). b. Milena falou pra Tatielle que também iria fazer mais amizade e Maria falou a mesma coisa, [depois de uma semana Tatielle viajou pra BH] e por lá fez mais amizades. (8º ano). Forma composta na posição medial: (9) a. Era uma vez uma mulher que teve uma filha muito nova e não sabia como criar. Foi aí que [sua mãe resolveu criar até os três anos a menina que se chamava Luana]. (8ºano). b. E sim [o Pedro meu sobrinho será para sempre a maior alegria do mundo todo]. (9º ano). Forma composta na posição final: (10) a. E [estão juntos até hoje] e muito felizes. (8º ano). b. [Você sabe o que eu sonhei essa noite?] (8º ano). Por último, o fator semântico, ou seja, as nuances semânticas que os advérbios temporais podem ostentar. Para tanto, seguimos, assim como Maciel (2013), a orientação de Andrade (2004), que as intitulou como: localizadora, que tem por função localizar um fato em um tempo determinado ou indeterminado; durativa, quando estabelece a duração de um fato narrado; reiterativa, função semântica que indica a frequência, a repetição de um fato; e a simultânea 6, cuja função é indicar a ocorrência, ao mesmo tempo, de dois eventos em uma situação. Nossa hipótese é 6 No corpus analisado não foram encontrados casos de advérbio denotando simultaneidade.

51 50 de que, quanto à função semântica, os advérbios temporais apresentarão nuances diversificadas, porém a função localizadora será a mais empregada, uma vez que os falantes tendem a especificar o momento exato em que os fatos acontecem. Vejamos algumas ocorrências evidenciadas nas posições inicial, medial e final: Função localizadora: a) de tempo determinado: (11) a. Então Carol acalmou-se, e foi para sua casa. [No dia seguinte encontrei-a na escola], começamos a conversar. (9º ano). b. Juliana muito obrigado [por me ajudar hoje a fazer o dever de português!] (8º ano). c. [Ontem pela tarde encontrei minha amiga na rua]: -- Oi [posso falar com você agora?] -- Claro! Qual o assunto? (8º ano). b) de tempo indeterminado: (12) a. Dois amigos na praia tomando banho de sol [de repente João resolve ir surfar] e chama André. (9º ano). b. [Luana logo abre um lindo sorriso] e de mãos dadas vão assistir o filme. (8º ano). c. Como eu e meu marido [optamos por ter filhos mais tarde], decidi acompanhar cada detalhe com a Lu. (9º ano). Função durativa:

52 51 (13) a....eles perceberam que estavam errados e voltaram a ser grandes amigos e [daí pra frente nada mais abalou a amizade que eles tinham]. (8º ano). b. E sim [o Pedro meu sobrinho será para sempre a maior alegria do mundo todo...] (9º ano). c. Olha Larissa eu vou viajar para Serra Grande e [vou ficar fora por uns 15 dias] e não vai ter como eu ficar com eles não amiga me desculpe. (8º ano). Função reiterativa: (14) a. E o rapaz era tão encabulado que [às vezes não conseguia explicar direito nem o que queria nem o que sentia.] (9º ano). b. Ao passar do tempo [ele sempre foi ficando um menino inteligente] e seus outros colegas com inveja dele. (9º ano). c. [Sua mãe dizia todo dia] para ela estudar para conseguir alcançar o seu sonho de se formar. (9º ano). Tendo esclarecido e exemplificado os fatores analisados, passamos a apresentar, na seção seguinte, os resultados obtidos. 2.3 Apresentando os resultados Feito o levantamento dos advérbios temporais nas narrativas produzidas pelos alunos, realizamos dois tipos de análises: uma quantitativa, com o propósito de demonstrar a frequência de uso dos advérbios frente aos fatores pesquisados, cujos resultados serão apresentados em tabelas específicas, com a demonstração

53 52 do número de ocorrências e os percentuais equivalentes; e outra qualitativa, tecida com a descrição dos números e dos aspectos que chamaram a atenção no levantamento. Entendemos que a análise qualitativa ocorre também à medida que confirmamos ou não as hipóteses levantadas, bem como quando relacionamos os resultados a fundamentos já sustentados por outros autores. A primeira tabela que apresentamos nos possibilita visualizar o cômputo geral dos advérbios temporais encontrados em função das três posições analisadas: Inicial, Medial e Final. Vejamos: Tabela 1 - Cômputo geral do posicionamento do advérbio temporal Posição Ocorrência % Inicial 93 66,9 Medial 16 11,5 Final 30 21,6 Essa tabela confirma a propriedade da mobilidade do advérbio temporal na sentença: as 139 ocorrências foram encontradas em posições variadas: inicial (66,9%), medial (11,5%) e final (21,6%), sendo as periféricas as preferenciais. No entanto, o que chama a atenção é a recorrência acentuada do advérbio temporal na posição inicial, sinalizando, assim, a intenção comunicativa dos alunos no texto narrativo, enquanto escritores, em demarcar primeiramente a localização temporal, antes mesmo de anunciar o fato, o acontecimento. Esse primeiro resultado confirma as nossas hipóteses de que o advérbio temporal é um elemento que ocorre em posições variadas na sentença e que a posição inicial é, justamente, a mais recorrente, corroborando com os resultados de Maciel (2013). Entendemos que esse tipo de descrição, além de provar que o advérbio pode ocorrer em diferentes posições, também indica que o seu uso preferencial no início da sentença está associado a intenções comunicativas. Reconhecer isso, numa sala de aula, por exemplo, é importante para que o aluno compreenda o verdadeiro valor funcional de um determinado item linguístico.

54 53 Na tabela 2, temos os resultados referentes ao posicionamento do advérbio temporal em função de sua forma: estrutura simples (uma palavra) ou composta (locução adverbial). Vejamos: Tabela 2 Posição do advérbio temporal em função da sua forma Posição Simples Composta Ocorrência % Ocorrência % Inicial 12 12, ,1 Medial 12 75, ,0 Final 06 20, ,0 As posições periféricas foram bastante influenciadas pela forma composta, tradicionalmente conhecida por locução adverbial: 87,1% (inicial) e 80,0% (final), confirmando a nossa hipótese de que a forma composta do advérbio seria a mais recorrente, por se tratar de estrutura com mais informações. Outra possível explicação reside no fato de o aluno, por falta de leitura, por apresentar um vocabulário limitado, não saber qual a forma simples respectiva à determinada locução adverbial. Maciel (2013), que também constatou em sua pesquisa a preferência pela forma composta do advérbio temporal, afirma que essa preferência pode ser explicada pelo subprincípio da quantidade (cf. COSTA NUNES, 2006): quanto maior a quantidade de informação, maior a forma, tornando a expressão mais complexa. Assim, para não interferir na apresentação dos fatos, o falante escolhe empregar o advérbio temporal mais nas posições periféricas. Por outro lado, quando o falante opta por apresentar informação mais simples sobre um fato, apresentando uma estrutura menos complexa, tende a empregar, com mais frequência, o advérbio temporal na forma simples e na posição medial. Isso, de fato, foi confirmado em nossa pesquisa: 75% dos advérbios simples ocorreram na posição medial, enquanto apenas 25% de formas compostas ocorreram em tal posição. Feitos esses levantamentos, apresentamos, a seguir, a análise do posicionamento do advérbio temporal frente aos seus aspectos semânticos. Comecemos pela posição inicial:

55 54 Tabela 3 Posição inicial do advérbio temporal em função da sua propriedade semântica Durativa Determinada Localizadora Indeterminada Reiterativa Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % 03 3, , , ,8 Verificamos que, do total de 93 circunstanciadores temporais empregados na posição inicial, 80 casos (86,0%) desempenharam a função semântica Localizadora, assim dividida: 49,5%, como localizadora indeterminada e 36,5%, como localizadora determinada. Esse resultado confirma a nossa hipótese, sustentada com base em Maciel (2013), que já havia constatada a preferência pela função localizadora. O que diferencia o nosso levantamento do seu é que aqui procuramos observar se o tempo estava ou não determinado. Como observamos na tabela 3, também encontramos advérbios temporais na posição inicial exercendo a propriedade da Reiteração (10,8%) e da Duração, com apenas 3,2% das ocorrências, um resultado bastante diferenciado do que mostra a próxima tabela 4: Tabela 4 Posição medial dos advérbios temporais em função da sua propriedade semântica Durativa Determinada Localizadora Indeterminada Reiterativa Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % 06 37, , , ,3 Como vemos, há uma inversão bastante interessante no que diz respeito à posição medial, pois o advérbio mais empregado nessa posição foi aquele que denota a noção de duração (37,5%), seguido daquele que denota reiteração (31,3%), propriedades essas menos recorrentes na posição inicial, o que sinaliza a preferência dos alunos em expressar, entre o sujeito e o verbo e/ou entre o verbo e o complemento, a duração e a frequência dos fatos narrados. Quanto à posição final, obtivemos o seguinte resultado:

56 55 Tabela 5 Posição final dos advérbios temporais em função da sua propriedade semântica Durativa Determinada Localizadora Indeterminada Reiterativa Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % Ocorrência % 07 23, ,7 01 3, ,7 Nessa posição, a propriedade semântica Localizadora volta a ser a mais recorrente, porém, contrário à posição inicial, a localizadora Determinada obteve maior índice de emprego (46,7%), indicando a preferência dos alunos em deixar no final do enunciado a definição do momento em que os fatos narrados aconteceram. Ressaltamos também que, nessa posição, a propriedade Reiterativa, assim como na posição medial, teve uma ocorrência acentuada (26,7%), indicando também a preocupação dos alunos em destacar, no final da sentença, com que frequência os fatos ocorreram. Pelos resultados apresentados nas tabelas 3, 4 e 5, confirmamos o que foi defendido por Martelotta (1994): a noção de circunstância é algo maleável que se adapta às intenções comunicativas dos falantes. Portanto, por ostentar diferentes propriedades semânticas, o advérbio temporal poderá ser licenciado em diferentes posições nas sentenças, a depender dos propósitos comunicativos dos indivíduos. Compreendemos que o reconhecimento desse tipo de propriedade é fundamental para que o aluno compreenda o advérbio como um elemento heterogêneo. Para encerrar o nosso levantamento, apresentamos uma particularidade que nos chamou a atenção durante a análise do advérbio em sua posição inicial. Tratase da presença ou não do sujeito e de outros materiais intervenientes entre o advérbio temporal e o sujeito, como ilustram os casos abaixo: a) Advérbio temporal na posição inicial com sujeito explícito na oração: (15) a. Calma, mãe [já já o táxi chega]. (8º ano). b. [No dia seguinte ela foi reclamar com Tatielle]. (8º ano).

57 56 b) Advérbio temporal na posição inicial com sujeito apagado na oração: (16) a. Tudo o que o rapaz fazia dava errado. [Uma vez Ø atirou uma pedra num marimbondeiro]. (9º ano). b. [Após a entrega Ø recebia o seu pagamento]. (8º ano). c) Advérbio temporal na posição inicial com material interveniente entre o advérbio e o sujeito: (17) a. [Um dia, no bairro Teotônio Vilela um menino falava com seu irmão, de bicicleta]. (9º ano). b. Quando [no outro dia quando ele estava passando] ela o parou para entregar uma carta. (9º ano). Para essa particularidade, apresentamos o resultado na tabela 6: Tabela 6 Advérbio temporal na posição inicial em função de outros elementos sintáticos Tipo de sujeito Ocorrência % Com sujeito explícito 48 51,6 Com sujeito apagado 35 37,6 Com material interveniente entre o advérbio e o sujeito 10 10,8 O que queremos mostrar com os números dessa tabela é que o advérbio em posição inicial ocorre preferencialmente com o sujeito explícito na sentença, ou seja, mesmo tendo já apresentado um elemento sintático na posição inicial, o aluno também tende a explicitar o sujeito da oração, deixando claro, para o leitor, quem ou o quê protagonizou a ação. Num primeiro momento, hipotetizamos que, por

58 57 questões de economia, por já ter explicitado um advérbio no início da sentença, o tipo de sujeito mais recorrente seria o apagado. No entanto, como vemos na tabela 6, é o sujeito explícito o mais recorrente. Com essa observação, destacamos a importância de se considerar, no processo de análise linguística, no caso em particular, da análise do posicionamento do advérbio, a relevância de outros constituintes sintáticos da sentença onde se encontra o advérbio. 2.4 Encerrando o capítulo Como demonstrado no presente capítulo, vimos que o advérbio temporal apresenta um comportamento sintático e semântico bastante particular, sinalizando a necessidade de tratá-lo não apenas com uma única função semântica, como está posto nas descrições normativas. Em se tratando de funções semânticas, constatamos que elas são de natureza diferenciada; em relação aos aspectos sintáticos, em especial o posicionamento na sentença, observamos que ele, além de ser também variado, pode ser influenciado por fatores como a forma e a função semântica do advérbio. Das 139 ocorrências de adverbiais temporais (nãooracionais) registradas nas produções escritas dos alunos, grande parte delas (66,9%) ocorreu na posição inicial da sentença, indicando que, intencionalmente, o falante/escritor deu mais ênfase ao tempo em que o fato ocorreu, do que a apresentação do fato propriamente dito. E para apresentar a noção temporal, ao usar o advérbio, o faz ora recorrendo a formas simples, ora a formas compostas, sendo estas últimas a mais recorrente no corpus. Frente aos resultados obtidos, podemos afirmar que o posicionamento dos advérbios temporais num enunciado não ocorre de maneira casual, aleatória. Suas ocorrências no texto narrativo conferem a esse elemento sintático um comportamento heterogêneo, diferente do que é preconizado normalmente nas gramáticas tradicionais e pedagógicas (normativas, por excelência). Enfim, entendemos que os adverbiais temporais, diante de sua importância na linguagem oral e escrita e de sua intensa mobilidade funcional, precisam ser estudados em salas de aulas de forma mais consistente, através de atividades de análise linguística reflexivas, que proporcionem ao aluno a compreensão mais

59 58 apurada da natureza de uma classe como o advérbio. Na tentativa de contribuir para isso, apresentamos o nosso próximo e último capítulo.

60 59 CAPÍTULO III: ADVÉRBIOS E SUAS ESPECIFICIDADES: UMA PROPOSTA DE ENSINO 3.1 Introdução Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental PCN (1998), é objetivo da disciplina Língua Portuguesa propiciar ao estudante o aprimoramento dos conhecimentos linguístico e discursivo para que o mesmo atue nas práticas sociais mediadas pela linguagem. Para alcançar tal objetivo, é necessário, então, que o professor dessa disciplina inclua, em sua prática em sala de aula, o trabalho de análise e reflexão do uso da língua, visando desenvolver a competência linguístico-comunicativa do aluno para falar, ouvir, ler, interpretar e escrever textos variados, adequados e socialmente relevantes. Nesse processo de ensino, as atividades de análise linguística são fundamentais, pois, conforme Geraldi (1997, p. 74), a análise linguística inclui tanto o trabalho sobre questões tradicionais da gramática quanto questões amplas a propósito do texto, entre as quais vale a pena citar: coesão e coerência internas do texto: adequação do texto aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos utilizados (...); essencialmente a prática de análise linguística não poderá limitar-se à higienização do texto do aluno sem seus aspectos gramaticais, ortográficos, limitando-se a correções. Trata-se de trabalhar com o aluno o seu texto para que ele atinja seus objetivos juntos aos leitores a que se destina. Como se pode notar, não se exclui desse tipo de prática a gramática normativa e suas descrições, afinal, o objetivo do professor é promover em sala de aula a conscientização dos usos que os falantes fazem da sua língua, seja em práticas mais monitoradas, seja em menos monitoradas. Os professores de Língua Portuguesa têm nos PCN (1998, p. 27) a orientação de, nos trabalhos de análise linguística, tomarem a linguagem como atividade discursiva, o texto como unidade de ensino e a noção de gramática como relativa ao conhecimento que o estudante tem de sua linguagem. Ou seja, parte-se do pressuposto de que se o falante se comunica é porque tem conhecimento de

61 60 regras gramaticais, logo, o papel do professor é explicitar sobre o funcionamento dessas regras, os efeitos que elas promovem nas práticas comunicativas. A reflexão sobre o funcionamento e o uso concreto da língua é o que deve nortear as práticas de análise linguística, logo, não se justifica tratar o ensino gramatical desarticulado das práticas de linguagem (PCN, 1998, p. 28). É necessário conduzir o trabalho de análise linguística a partir de usos efetivos da língua, pois, como afirma Antunes (2003, p. 89), o valor de qualquer regra gramatical deriva da sua aplicabilidade, da sua funcionalidade na construção dos atos sociais da comunicação verbal. Nessa perspectiva, entendemos que o papel do professor é promover e incentivar a produção e análise de gêneros diversos, com o intuito de estimular o aluno a se confrontar com situações e circunstâncias de aplicação de regularidades estudadas. Reconhecendo a importância de um ensino orientado para as especificidades, em particular, da categoria advérbio, apresentamos, neste capítulo, uma sugestão de proposta pedagógica, com atividades sequenciadas, que pode ser adotada em aulas de língua portuguesa. Inicialmente, as atividades visam refletir sobre questões que envolvem advérbios em geral, depois, daremos destaque ao advérbio de tempo. Como ponto de partida, consideramos noções apresentadas em gramáticas normativas, para, em seguida, refletirmos sobre as especificidades que caracterizam o comportamento dessa categoria gramatical. Justificamos a escolha desse tipo de trabalho pedagógico por entendemos que, por ser um trabalho organizado, bem estruturado, com fins bem definidos, ele possibilita romper com as atividades estanques, fragmentadas de questões gramaticais, práticas muito comuns, ainda, no ensino de língua portuguesa. No caso de nossa proposta, partimos da ideia de que um trabalho didático, estruturado em etapas interligadas, pode ser organizado para se explorar um determinado conteúdo, que pode ser de nível textual, discursivo e gramatical, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e produtivo. Entendemos que a proposta pedagógica a ser apresentada neste capítulo integra os componentes que julgamos necessários para o desenvolvimento da competência linguística e discursiva do educando: leitura, produção escrita e análise linguística.

62 Ensino de Advérbio: Uma Proposta Didática Público-alvo Proposta didática destinada a alunos do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental Conteúdo Análise linguística de propriedades morfossintáticas e semânticas dos advérbios, com foco no advérbio temporal Objetivos Geral Analisar, a partir de diferentes gêneros textuais, aspectos morfossintáticos e semânticos que envolvem os advérbios, destacando o comportamento, em especial, de advérbios temporais Específicos Estimular a leitura e interpretação de diferentes gêneros textuais; Estudar propriedades que caracterizam a classe dos advérbios; Retomar o conhecimento que o aluno já possui a respeito da classe adverbial; Identificar, em textos escritos, advérbios diversos, com o propósito de refletir sobre as propriedades tradicionalmente descritas; Analisar, a partir de textos escritos, aspectos morfossintáticos e semânticos que caracterizam o comportamento dos advérbios temporais; Produzir uma narrativa visando coletar estruturas com advérbios temporais; Refletir sobre o uso dos advérbios nas narrativas produzidas.

63 Recursos cópias de textos e de atividades escritas; notebook; Datashow; internet; lousa; pincel para lousa; textos narrativos produzidos pelos alunos Metodologia Esta proposta didática é constituída de três etapas, com as atividades linguísticas realizadas após a leitura e as explicações pertinentes às características dos gêneros textuais usados para o fim pretendido Duração 06 horas/aulas (tempo estimado) Avaliação A avaliação será processual e contínua. O professor deverá, desde o início dessa proposta didática, observar o interesse, a participação, o envolvimento e, principalmente, o desempenho dos alunos nas atividades orais e escritas propostas durante todas as etapas Detalhando a proposta Apresentando a proposta: O professor deverá explicar aos alunos que, para estudar a classe dos advérbios, eles estarão desenvolvendo atividades específicas, a fim de que compreendam a natureza e o funcionamento desses elementos em textos diversos.

64 63 Etapa 1: Objetivo: Refletir sobre as propriedades atribuídas aos advérbios, em gramáticas normativas e livros didáticos. Procedimentos: i. Primeiro, o professor indagará aos alunos se já estudaram sobre a classe adverbial, se lembram do conceito e das propriedades atribuídas a ela. Feito isso, no sentido de recordar o que a tradição aborda sobre o advérbio, apresentará a música Advérbios, da Banda Sujeito Simples, a banda que canta a sua Língua, disponível em: Advérbios Advérbio é a palavra invariável Que modifica o verbo, um adjetivo ou um outro advérbio Modificando o verbo fica assim: O garoto vai cantar O garoto vai cantar bem Modificando o adjetivo fica assim: A garota está feliz A garota está bastante feliz Modificando o advérbio fica assim: Todos eles estão indo bem Todos eles estão indo muito bem O advérbio pode ser de lugar: aqui, alí, longe, perto Pode ser de tempo: cedo, tarde, amanhã, depois Pode ser de modo: assim, depressa, á toa, ao léu Pode ser de negação: não, tão pouco, nunca, jamais Pode ser de dúvida: talvez, provavelmente, porventura Pode ser de afirmação: sim, certamente, com certeza Pode ser de intensidade: muito, pouco, menos, mais Quanto, quase, tanto.

65 64 ii. Após a apresentação, primeiro, questionar aos alunos sobre a criatividade da banda: abordar aspecto gramatical por meio de uma música. Na oportunidade, poderá também mostrar aos alunos outros vídeos da banda, que também canta sobre outras questões gramaticais. Uma forma diferente de abordar a gramática, seus conceitos e suas nomenclaturas! iii. Sistematizar, com os alunos, as propriedades atribuídas ao advérbio: elemento invariável, modificador de verbo, adjetivo e advérbio e que expressa circunstâncias diversas. Nesse momento, exibir em tela (ou escrever na lousa) o conceito de advérbio retirado de um livro didático ou de gramáticas normativas, destacando que, na música, os cantores apenas repetiram o que a tradição considera: Advérbio é toda palavra que modifica diretamente o sentido de um verbo, um adjetivo ou de outro advérbio, indicando circunstâncias. Os advérbios são palavras invariáveis: não apresentam flexão de gênero nem de número. (livro didático: Português: uma língua brasileira 6º ano, 2012, p ). Advérbios são palavras modificadoras do verbo e expressam as várias circunstâncias que cercam a significação verbal. (ROCHA LIMA, 2006, p. 174). Advérbio é a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância (de lugar, de tempo, modo, intensidade, condição, etc.) e desempenha a função de adjunto adverbial. [...] se refere geralmente ao verbo, ou ainda, [...], a um adjetivo e a um advérbio (como intensificador) ou a uma declaração inteira. (BECHARA, 2009, p ). iv. Refletir, primeiro, sobre a propriedade invariável do advérbio: ser invariável significa não variar em gênero e número, como está posto na primeira anotação retirada do livro didático. Mas lembrar que, dadas as intenções comunicativas, o falante pode flexionar o advérbio empregando o sufixo diminutivo, que, no caso,

66 65 adquire o valor não de diminuição de tamanho, mas o valor de intensificação, como em: Pedro chegou agora. / Pedro chegou agorinha. Acordo cedo. / Acordo cedinho. Mora perto de mim. / Mora pertinho de mim. v. Depois dessa primeira reflexão, o professor deverá discutir sobre a ideia de modificação, como está explícito nos dois conceitos apresentados pelos gramáticos Rocha Lima e Bechara. Para tanto, poderá questionar aos alunos o que entendem por modificar? A expectativa é que, dado o conceito apresentado, respondam que modificar significa alterar o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio, e que, segundo Bechara, pode também modificar o sentido da sentença. Para enfatizar isso, pode retomar a letra da música Advérbios e destacar o momento em que os autores reforçam a sentença com o acréscimo do advérbio: a O garoto vai cantar a O garoto vai cantar bem. b A garota está feliz b A garota está bastante feliz. vi. Nesse momento, realçar as palavras com as quais os advérbios estão se relacionando sintaticamente, para mostrar que, nesses exemplos, sim, o advérbio tem um escopo bastante restrito, ou seja, que seu domínio de atuação é um constituinte específico: verbo (a ), adjetivo (b ) e advérbio (c ). Como a música retrata apenas o conceito básico, colocar no quadro a notícia 7 abaixo, disponível em 7 Notícia: texto com o objetivo de informar o leitor de um jornal ou revista a respeito de um fato. A notícia, de modo geral, não esgota o fato: informa o quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? Disponível em: em: 01/08/2015.

67 66 Shirlei Aparecida, que acompanhava sua mãe para um atendimento não relacionado a sintomas da gripe, deixava o hospital. Cheguei às 14h e ainda está longe de chamarem a nossa senha. Vamos voltar outro dia, infelizmente, afirmou. Folha de São Paulo, 27/06/2009. vii: O propósito, aqui, é refletir sobre o que Bechara afirma: o advérbio pode se referir a uma declaração inteira. Para tanto, questionar: o advérbio infelizmente modifica o quê? O esperado é que os alunos apontem que não está modificando uma palavra específica, mas a sentença Vamos voltar outro dia. Nesse momento, o professor deve esclarecer que esse advérbio expressa um ponto de vista: a autora da fala, Shirlei Aparecida, está se sentindo infeliz porque não foi atendida e que terá que voltar outro dia. Um outro caso também pode ser acrescentado, como o que aparece no fragmento da notícia abaixo, com o uso do certamente, que atua sobre a sentença a dificuldade será imensa. Destacar que o autor tem certeza do que está explicitado na sentença, e que se trata de um ponto de vista particular, uma propriedade desse tipo de advérbio: Se fizer uma articulação do tamanho da votação... certamente a dificuldade será imensa. VEJA, 11 fev viii. Para complementar a discussão, no sentido de mostrar que os usos determinam o tipo de domínio (restrito ou amplo) que o advérbio pode ter numa sentença, o professor colocará no quadro (ou projetará em Datashow) os fragmentos das notícias, que aparecem nos dois primeiros quadros, e as duas propagandas que se seguem: A Polícia Militar estima que aproximadamente 680 mil pessoas protestaram neste domingo, no segundo dia de manifestações em âmbito nacional contra o governo em menos de um mês. Os organizadores, porém, calcularam a participação de 1,5 milhão de pessoas, segundo dados compilados pela mídia local. (Disponível em:

68 67 No Brasil, em particular, ficamos praticamente sem padres. VEJA, 08 de abril de Disponível em: / Disponível em: ix: O objetivo aqui é mostrar que os advérbios delimitam o seu domínio ao numeral (680 mil, na primeira notícia), ao complemento verbal (sem padres, na segunda notícia), a um substantivo (amor, na primeira propaganda) e a pronomes (nada, tudo, na segunda propaganda). Não estão eles modificando verbo, nem adjetivo e nem advérbio. Ou seja, conscientizar o aluno de que o advérbio pode, sim, modificar

69 68 outras categorias gramaticais, e não apenas aquelas que aparecem nas definições básicas apresentadas ao advérbio. x: Para refletir sobre as classificações dadas aos advérbios, o professor apresentará aos alunos, primeiro, o quadro que se segue, no intuito de relembrar as sete principais classificações atribuídas na maioria das gramáticas normativas e livros didáticos de língua portuguesa: Circunstância Principais Advérbios Locuções Adverbiais sim, certamente, por certo, de fato, sem Afirmação deveras, realmente, dúvida etc. efetivamente Talvez, acaso, decerto, Dúvida porventura, quiçá, provavelmente, possivelmente etc. Pouco, muito, bastante, em excesso, em Intensidade tão, tanto, mais, menos, meio etc. demasia etc. Lugar Aqui, ali, lá, longe, perto, dentro, fora, abaixo, debaixo, acima, atrás etc. neste (naquele) lugar, ao lado de, perto de, por baixo, por cima, próximo a etc. Bem, mal, pior, melhor, com atenção, à toa, à Modo depressa, devagar, vontade, a torto e a calmamente, direito, à direita etc. rapidamente etc. Negação não, nunca, jamais de jeito algum, de modo algum etc. Ontem, hoje, amanhã, naquele dia, neste dia, à Tempo antes, agora, depois, tarde, de manhã, todo logo, já, nunca, jamais, mês, em momento sempre, diariamente etc. algum etc. xi: Com esse quadro, o professor deverá esclarecer que são apenas algumas das formas adverbiais que a língua disponibiliza. Além delas, há muitas outras que podem ser usadas, seja em sua forma simples (uma palavra), seja em formas compostas (duas ou mais palavras, que tradicionalmente são chamadas de locuções adverbiais). Para que o aluno perceba as diferentes estruturas adverbiais, o

70 69 professor apresentará o conto 8 Dois velhinhos, de Dalton Trevisan, solicitando ao aluno que, ao ler o texto, preste atenção nos itens adverbiais destacados: Dois velhinhos Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro: Um cachorro ergue a perninha no poste. Mais tarde: Uma menina de vestido branco pulando corda. Ou ainda: Agora é um enterro de luxo. Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo. [TREVISAN, Dalton. In mistérios de Curitiba. Record, 1979.] Disponível em: Acesso em: 10/07/2015 xii: Junto com os alunos, oralmente, o professor pode ir questionando sobre as nuances semânticas que cada um dos advérbios expressa. Também, pode observar as diferentes formas adverbiais, chamando a atenção para a forma que predomina 8 Conto é uma narrativa breve, escrita em prosa, que se caracteriza por ser menor que o romance, com as devidas implicações em sua estrutura: há poucos personagens, as análises são mais superficiais, e o clímax acontece no final. Disponível em: Acesso em: 01/08/2015.

71 70 no texto. Poderá questionar sobre essa preferência: por que o falante recorre a uma determinada forma e não outra? Com esse texto, pode explorar especificamente o sentido de determinados advérbios, no intuito de estimular o aluno a observar o real sentido do advérbio e se ele está de acordo com o quadro acima apresentado. Por exemplo, pode solicitar: 1. Nas frases destacadas, qual é o sentido do advérbio bem? Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. xiii: Com a resposta, espera-se que o aluno entenda que o sentido pode extrapolar o que a descrição apresenta. O advérbio bem, classificado na tabela como advérbio de modo, nas frases destacadas está sendo usado para intensificar o adjetivo velhinhos, na primeira situação, e o verbo desconfiava, na segunda situação, portanto, advérbio de intensidade. Com essa reflexão, deve chamar a atenção para o fato de que os sentidos e as funções das palavras são determinados pelas intenções comunicativas dos falantes. Uma forma que, num contexto A, possa denotar um sentido, num contexto B pode denotar outro. O que está posto nas descrições tradicionais não pode ser visto como algo fechado, definido. xiv: Para ampliar essa discussão, o professor pode apresentar casos onde advérbios apareçam exercendo funções variadas, como nos memes 9 que apresentamos a seguir, com o item aí, que, prototipicamente é advérbio de lugar, como indica o uso no primeiro meme, mas que, dadas as intenções comunicativas dos falantes, pode assumir um comportamento multifuncional: pode atuar como um marcador discursivo, como ilustra o segundo meme, como um elemento de articulação, como 9 O meme é um gênero textual que engloba vários outros gêneros. Ele utiliza linguagem verbal e nãoverbal, sendo caracterizado por tudo o que propaga o pensamento de senso comum, como um comportamento em réplica. Como exemplos, temos os gêneros orais e escritos: a piada, a religião, as músicas que colam na cabeça, as tirinhas que expressam descontentamento, entre muitos outros. Ou seja, tudo que está impregnado do social, da cultura. Disponível em:

72 71 ilustra o terceiro, e como fazendo parte de uma estrutura pré-fabricada, como ilustra o quarto meme: Disponível em: Disponível em: Disponível em:

73 72 Disponível em: xv: Apresentados os memes, e tendo refletido sobre as funções do aí, o professor deve destacar que outros advérbios também exercem esse comportamento multifuncional. Por exemplo, aqui, ali e lá podem ser usados com outras funções, produzindo diferentes efeitos de sentido. xvi: Para encerrar essa primeira etapa, poderá o professor apresentar o anúncio publicitário 10 que se segue, para que o aluno reflita sobre os valores assumidos pelos advérbios que nele se encontram: 10 Dependendo do público-alvo e do veículo comunicativo, o texto publicitário, cujo único objetivo é persuadir o consumo de uma ideia ou produto, vai lançar mão de recursos específicos: argumentativos, persuasivos, verbais, não verbais e até intertextualidade e figuras e linguagem como a metáfora. Disponível em: Acesso em: 01/08/2015.

74 73 Disponível em: xvii: Ao ler o texto, espera-se que o aluno perceba a presença do não, em dois momentos (no texto com letras maiores e no texto com letras menores). Poderá o professor refletir sobre o sentido exato que ele estabelece nos dois enunciados. Nesse momento, poderá questionar sobre a sua importância dentro da estrutura que ocorre. Seria ele, de fato, um elemento acessório? Esse questionamento deve ser feito, pois, na descrição tradicional, o advérbio é visto como um elemento acessório. Para que o aluno perceba a sua real importância, poderá solicitar que reescreva o texto sem o advérbio não. E questionar: afinal, é ou não acessório? xviii: Para finalizar, pode questionar sobre o papel da locução adverbial na minha casa que há no texto: por que foi usada essa e não outra locução? Qual foi o propósito do autor do texto em determinar o lugar exato? Se mudado de lugar, o sentido da sentença é alterado? Para tanto, pode pedir aos alunos que reescrevam a frase principal com a locução em outros lugares. Será que o mesmo pode ser feito com o não? A expectativa é que o aluno perceba que um advérbio de lugar tem um comportamento sintático diferente de um advérbio negativo.

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