CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 10/08/2016 DISCIPLINA PORTUGUÊS PROFESSOR RICARDO ERSE MONITOR LUCIANA FREITAS
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1 CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 10/08/2016 DISCIPLINA PORTUGUÊS PROFESSOR RICARDO ERSE MONITOR LUCIANA FREITAS AULA: 04 ANÁLISE SINTÁTICA Ementa Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos: 1. Verbo transitivo 1.1. Objeto direto 1.2. Objeto indireto 2. Verbo de ligação 3. Verbo intransitivo 4. Verbo transitivo direto e indireto 5. Aposto x Vocativo 6. Termos preposicionados a) Objeto direto b) Adjunto adnominal A análise sintática também é conhecida como estrutura do período. Começarei a nossa aula com uma questão recente da FUNCAB. Vejamos. (FUNCAB 2016) De acordo com os estudos de regência verbal e com o padrão culto da língua, o verbo destacado em A relação ERA formal e essencial, perfeita é: A) intransitivo. B) transitivo direto. C) transitivo indireto. D) de ligação. E) transitivo direto e indireto. Resolução: A alternativa correta é a letra D. Isso, porque o sujeito da frase é a relação, ERA é uma forma do verbo ser e as palavras formal, essencial e perfeita são adjetivos que
2 caracterizam a relação, ou seja, são predicativos do sujeito e o ERA faz com que essa frase tenha um verbo de ligação. Esse assunto se enquadra na estrutura do período (análise sintática), que também pode ser chamado de transitividade verbal, predição verbal ou, ainda, regência verbal. Os verbos se classificam de acordo com as rotulações apresentadas na questão. Vejamos. 1. VERBO TRANSITIVO É aquele verbo que necessita de complemento, que a gramática diz que não tem sentido completo. Esse complemento verbal é o que a gramática chama de objeto direto ou objeto indireto, que completa não só o sentido da frase, mas também o verbo. O chamado adjunto adverbial pode complementar um sentido, mas ele não é chamado de complemento verbal. O predicativo pode completar o sentido, mas não é chamado de objeto Objeto direto Objeto direto é aquele termo que se une ao que ele completa sem o intermédio de uma preposição. Ex.: O empresário já comprou os móveis. Nessa frase os móveis é o objeto direto, porque não tem preposição (é apenas um termo, um substantivo precedido por um artigo) e comprou é o verbo transitivo direto. Usa-se aqui a técnica de perguntar o quê? para descobrir o objeto. Por exemplo: O empresário já comprou o quê? Os móveis objeto direto. Não é sempre que essa técnica funciona, mas ela pode auxiliar sim. O verbo transitivo direto é aquele verbo cujo complemento não é preposicionado. Atenção para esse exemplo: O rapaz não disse se vinha para a aula. Nessa frase se vinha para aula complementou sim o sentido do verbo dizer, mas não é uma preposição e sim uma conjunção (palavra que ligará duas orações), porque tem o verbo dizer e o verbo vir, são duas orações. Então o se vinha para aula será um objeto direto oracional. Cuidado! O quê? Pode indicar o objeto direto, mas também pode indicar o sujeito da frase. - Quando indica o objeto direto Ex.: O noivo ofereceu a aliança. Nessa frase ofereceu é o verbo. Ofereceu o quê? A aliança. Nessa frase já sabemos que o sujeito é o noivo. Ex.: Recusamos a proposta. Nessa frase recusamos é o verbo. Recusamos o quê? A proposta. Nessa frase, implicitamente, sabemos que nós é o sujeito da frase. Se a oração tiver um sujeito explícito ou implícito, o seu o quê? indicará o objeto direto. O verbo transitivo direto tem um complemento verbal chamado objeto direto que pode ser um termo ou uma oração.
3 - Quando indica o sujeito Ex.: Chegou o inverno. Nessa frase chegar é o verbo. Chegou o quê? O inverno. Ex.: Representou-se a cena. Nessa frase representar é o verbo. Representou-se o quê? A cena. Como saberei a diferença? Quando eu já tiver achado o sujeito, o meu o quê? será um objeto direto Objeto indireto O objeto indireto é o complemento verbal que necessita de preposição. Quando falo de em que, a que, com que, por que estou usando termos preposicionados. Ex.: Ele precisa de mais um chefe de cozinha. Nessa frase precisar é o verbo transitivo indireto e de mais um chefe de cozinha é o objeto indireto. Nesse caso, como a sentença começa com a preposição de, a pergunta é Ele precisa de que?. O verbo transitivo indireto pode ter um complemento preposicionado, que pode ser um termo e existe sim a oração objetiva indireta. Ex.: Ainda necessitamos (quem necessita, necessita de alguma coisa. De que?). Nesse caso observamos que falta um complemento na oração e esse terá que começar com a preposição de. O que vier na frente justificará que esse verbo transitivo indireto tenha um objeto indireto. Ainda necessitamos de que os carnês sejam quitados. A parte sublinhada é o objeto indireto. Como temos um verbo no complemento esse é um caso de objeto direto oracional. Existe objeto direto e objeto indireto e existe oração subordinada substantiva objetiva direta e oração subordinada substantiva objetiva indireta. 2. VERBO DE LIGAÇÃO Os quatro principais são ser, estar, permanecer e ficar. Para ser de ligação o verbo precisa indicar estado e não ação. O verbo de ligação tem esse nome porque ele liga o sujeito ao que se chama, gramaticalmente, de predicativo. O predicativo é um termo de valor adjetivo que se refere ao sujeito. Ele não pode ser objeto direto ou indireto porque não completa o verbo. O chamado predicativo completa o sentido da frase, só que não para completar o verbo, mas para caracterizar o sujeito. O objeto direto e o objeto indireto são complementos verbais. Já o predicativo é complemento frasal. Ex.: A turma ficou perplexa com a atitude do professor. Nessa frase a turma é o sujeito da oração, ficar é o verbo. Não é um verbo intransitivo porque precisa ser complementado e a palavra perplexa está complementando e se referindo à turma, então é a o predicativo.
4 3. VERBO INTRANSITIVO O verbo intransitivo não necessita de complemento. Isso não quer dizer que o verbo intransitivo tem sentido completo sempre. O verbo intransitivo convencional tem. Ex.: O homem da manutenção já chegou. Nessa frase já dei a informação que a pessoa queria saber. Depois do verbo chegar não apareceu nada, nem um objeto direto, nem um objeto indireto e nem uma característica do homem. Por isso ele é um verbo intransitivo. Nem sempre o fato de o verbo vir no fim da frase significará que esse será um verbo intransitivo. Ex.: Ocorreu uma pane no motor. Nessa frase o verbo ocorreu está no início da frase uma pane no motor é o sujeito. Para saber se existe um objeto direto ou indireto tente incluir um sujeito implícito. Se não der certo, perceba que as posições do sujeito e do verbo estão apenas trocadas e se trocarmos os dois e colocarmos o verbo no fim da frase não mudará o sentido. Vislumbramos aqui um caso de verbo intransitivo. Ex.: As jogadoras de vôlei já saíram. Nessa frase as jogadoras de vôlei é o sujeito e saíram é o verbo intransitivo. Ex.: As jogadoras de vôlei já saíram da quadra. Nessa frase acrescentei uma palavra que está preposicionada pelo da (de + a). Da quadra nessa frase é um adjunto adverbial de lugar. Os verbos intransitivos podem ter seu sentido mais especificado, porque já tinha sentido, mas esse pode ser melhorado, detalhado. Mas, perceba, não era um sentido que faria tanta falta. O verbo intransitivo pode ser complementado por um adjunto adverbial. E, normalmente, os adjuntos adverbiais indicam modo, tempo ou lugar. 4. VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO É aquele que tem dois complementos, sendo um o objeto direto e o outro o objeto indireto. A ordem nesse caso não altera o sentido. Observe que pode ter, obviamente, um complemento de cada tipo. Não pode ter na mesma oração dois objetos diretos ou dois objetos indiretos. Quando você estuda a regência verbal, existe uma lista de verbos, tais como assistir, aspirar, visar, preferir que você tenta decorar. Ex.: Avisou aos alunos do dia da prova. Nessa frase avisar é o verbo e a expressão aos alunos está complementando quem foi avisado e a expressão do dia da prova está complementando aquilo que se avisou. A primeira expressão tem proposição e a segunda também, portanto, essa frase está incorreta porque apresenta dois objetos diretos. Ex.: Avisou os alunos do dia da prova. Nessa frase a complementação está correta, porque tem um objeto direto e um objeto indireto. Ex.: Avisou aos alunos o dia da prova. Nessa frase também vislumbra-se a complementação correta, porque tem um objeto indireto e um objeto direto.
5 (FUNCAB 2016) O termo em destaque em Quanto está pedindo pelas, AMADEU? : A) integra o sentido do nome, especificando-o e complementando-o. B) tem a função de interpelar diretamente o interlocutor. C) exprime o agente da ação verbal, sofrida pelo sujeito da oração. D) integra o sentido do verbo, vinculando-se a ele através de uma vírgula. E) desenvolve e amplia o conteúdo do termo ao qual se refere. Resolução: A alternativa correta é a B, porque uma pergunta é quando você se dirige ao interlocutor e faz a ele um pedido ou um esclarecimento, ou seja, quando você interpela aquele com quem está conversando. 5. APOSTO X VOCATIVO Aposto e vocativo são diferentes. Isso, porque o aposto sempre será um termo de natureza explicativa ou de natureza especificativa. Ou seja, toda vez que usar um termo para explicar ou especificar usarei o aposto. Esses termos são isolados na frase por um sinal de pontuação. Ex.: O aluno, jovem de 18 anos, venceu as Olimpíadas de Matemática. Nessa frase a expressão jovem de 18 anos é uma especificação sobre o aluno, logo é um aposto. Já o vocativo é um termo de interlocução. Esses termos são isolados na frase por um sinal de pontuação. Ex.: Jovem, aliste-se e sirva a sua Pátria! Nessa frase, a palavra jovem é o vocativo. 6. TERMOS PREPOSICIONADOS Os termos preposicionados podem ser: a) Objeto indireto, que complementa o verbo transitivo indireto. Ex.: Recorremos ao juiz. Nessa frase ao é um termo preposicionado. b) Adjunto adnominal, que se liga a um substantivo. Contudo, muitas vezes somos levados a confundir adjunto adnominal com complemento nominal. Os dois se referem a substantivos, mas o adjunto adnominal liga-se a um substantivo concreto. Vejamos a diferença. Ex.: A faxineira limpou as portas do apartamento. Nessa frase do apartamento é um termo preposicionado que caracteriza o substantivo portas, que é um substantivo concreto. Já o complemento nominal completa o sentido de três coisas: - substantivo abstrato: aquilo que existe, mas na dependência de um ser que é concreto. Por exemplo, quando você fala de um sentimento como o medo, a tristeza, a saudade, a ansiedade, nada disso é concreto. Por que eu sei o que é a beleza? Porque tem um lugar que é belo, uma pessoa que é bela. Como eu sei o que é impaciência? Quando vejo uma pessoa que é
6 impaciente. Como sei o que é a velhice? Quando vejo o traço de alguém que é velho. O que é inteligência? Não se sabe, mas percebe-se esse comportamento em quem é inteligente. Ou seja, substantivo abstrato é todo substantivo que para existir depende de um ser concreto. Ex.: Nunca teve medo de fantasmas. A expressão de fantasmas é uma expressão preposicionada que está ligada ao substantivo abstrato, ou seja, é um complemento nominal. - adjetivos: palavras que indicam caracterização. Ex.: O copo estava cheio de água. Nessa frase a expressão de água é um complemento nominal que está ligado a palavra cheio que é um predicativo e o verbo é estar. - advérbios: que é aquela circunstância de tempo, de modo, de lugar, de intensidade, de negação, de afirmação, de dúvida, etc. Ex.: Agiram contrariamente aos nossos interesses. Nessa frase aos nossos interesses tem a preposição que está ligada ao contrariamente que é um advérbio de modo, logo, aos nossos interesses é um complemento nominal. Vamos falar de casos em que a ordem das palavras altera os sentidos, quando o adjetivo será um predicativo ou um adjunto adnominal. A diferença entre eles é que esse adjunto adnominal representado por um adjetivo aparece colado ao substantivo que ele modifica. Já o predicativo aparece separado do substantivo pelo verbo. O predicativo do sujeito é um traço inerente (que é próprio daquela pessoa). Agora, o adjunto adnominal é um traço momentâneo, circunstancial. Ex.: Os jovens inseguros foram até o psicólogo. Nessa frase inseguro é um adjetivo que caracteriza os jovens e ele se chama adjunto adnominal. Como identificar então se é um adjunto adnominal? Observe que a palavra inseguro está juntinha da palavra jovens, lembre-se que o adjunto adnominal vai aparecer colado ao substantivo que ele modifica. Ex.: A água gelada faz mal a quem está gripado. Nessa frase gelada é um adjetivo que caracteriza a água e é o adjunto adnominal. Ex.: Pessoas honestas são bem vindas à minha empresa. Nessa frase honestas é o adjetivo que caracteriza pessoas e é o adjunto adnominal. Ex.: Os jovens foram inseguros até o psicólogo. Nessa frase inseguros caracteriza os jovens, porém agora, como a palavra inseguros não está colada na palavra jovens, a primeira passa a ser o predicativo.
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