I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ
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1 I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Aspectos epidemiológicos e a influência dos determinantes ambientais nos diagnósticos de enfermagem em ginecologia Rita de Cássia M. de Lima Docente UNAERP Campus Guarujá ritadecassiaml@aol.com Daniel Fabiano da Silva Acadêmico UNAERP Campus Guarujá angelynad@yahoo.com.br Angélica ReginaAndrade Ramos Acadêmica UNAERP Campus Guarujá angelkauanlindo@hotmail.com Jackson do Carmo Borges Acadêmico UNAERP Campus Guarujá borgescarmo@bol.com.br Resumo A pesquisa em questão se desenvolve na clinica de enfermagem do campus UNAERP Guarujá, uma vez por semana, durante duas horas. As usuárias são previamente agendadas para consulta de enfermagem, coleta de citologia oncótica, orientações e encaminhamentos. Estas atividades são desenvolvidas pelos alunos, sob a orientação do professor. A população atendida é a de mulheres residentes na Pedreira, Jardim Virgínia III, Barreira e imediações do Campus Unaerp Guarujá. Esta população é atendida dentro das diretrizes da disciplina de Saúde da Mulher. Palavras-chaves: Mulheres, Diagnósticos de Enfermagem, Aspectos Epidemiológicos. Seção 1- Curso de Enfermagem Apresentação: oral ou pôster. 1. Introdução Estudos epidemiológicos sobre o aparecimento de ginecopatias têm relacionado o seu desenvolvimento ao comportamento sexual das mulheres e a transmissão de agentes infecciosos. Porém as más condições de higiene e alimentação, o tabagismo, o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, renda familiar, escolarid ade e atividade profissional também favorecem o surgimento deste câncer, além disto temos 1
2 com fator também fundamental da vida moderna o stress que está relacionado a carga suportável de uma pessoa frente a uma determinada dificuldade, e isto é muito variável de pessoa para pessoa. Estas diferenças dependem de como somos, físicas e psicologicamente, e pode ter também um componente hereditário importante, porém pode ser modificado em qualquer fase de nossa vida se adquirirmos ferramentas adequadas. O que geralmente acontece e isto é prejudicial, é que as pessoas permanecem por longo tempo na fase defensiva e de alarme, devido aos problemas do homem moderno como desemprego, sociedade altamente competitiva, valores materialistas, trabalho desmotivante, carências emocionais, falta de apoio, poluição, falta de atividade física, alimentação inadequada e isto podem acarretar diversos problemas de saúde e se não tratarmos estes problemas tendem a se agravar trazendo patologias mais graves como os tumores. No entanto devido a sobreposição desse conjunto de fatores a população mais exposta ao risco concentra-se entre mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos com nível sócio econômico menos elevado (Ministério da Saúde; 2000). As taxas de incidência de ginecopatias e tumo res são geralmente altas em Países onde a renda familiar apresenta-se insuficiente para suprir suas necessidades básicas. No Brasil a taxa de mortalidade por tumores ginecológicos vem apresentando um contínuo e sustentado aumentado aumento desde de 1979, passando de 3,44 por em 1979, 4,45 por em 1998, o que representa um aumento de 23% em 10 anos ( Ministério da Saúde; 2000). Este tipo de câncer é de evolução lenta. Entre a fase precursora e o seu desenvolvimento propriamente dito transcorre, na maioria dos casos, um período de aproximadamente dez anos. Mais de 70% das pacientes diagnosticadas apresentam a doença em estágio avançado na primeira consulta, o que dificulta a possibilidade de cura. Quanto mais precoce for a intervenção, maior a chance de sobrevivência da mulher e menor o custo do tratamento. Com a detecção precoce, a morbi-mortalidade feminina será reduzida, uma vez que permite o seu adequado tratamento, resultando em cura de 100% das ocorrências, assim como na eliminação das lesões precursoras. O exame de papanicolaou é internacionalmente apontado como o instrumento mais adequado, mais sensível, de baixo custo e bem aceito pelas mulheres a que se destina. Estudos recentes demonstram que após um exame com resultado negativo, o risc o cumulativo de desenvolver este tipo De tumor é muito reduzido, permanecendo numa margem de relativa segurança as mulheres que realizarem o exame a cada três anos, após dois exames anuais negativos. Apesar de todos estes recursos estarem disponíveis no Brasil desde a década de 40, a mortalidade por essa doença pouco reduziu nos últimos anos, haja visto que constatou -se um coeficiente de mortalidade de 6,8/ brasileiras em 1994, 2
3 em comparação com 7,5/ em Contribuem para essa realidade a implementação de ações de controle de forma isolada, em estados e municípios, fundamentalmente como fruto de iniciativas locais, a desinformação da população e a utilização inadequada da tecnologia, que também não é empregada, prioritariamente na população de baixo risco (Ministério da Saúde; 2000). No período de agosto a setembro de 1998, o Ministério da Saúde realizou a fase de intensificação do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero, por meio de uma campanha de âmbito nacional, quando foram efetuadas, aproximadamente, 3,2 milhões de coletas de material para exames, além dos realizados naquele ano, em caráter de rotina (Ministério da Saúde, 2000). Aquele mutirão elevou de 6,3 milhões de exames em 1997 para 9,5 milhões de exames em Ess a campanha foi coordenada pela secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, em parceria com as 27 Secretarias Estaduais de Saúde, rede de defesa da espécie humana, Forças Armadas, Sociedade brasileira de patologia, Sociedade brasileira de citopatologia e outras instituições privadas. A partir de abril de 1999, iniciou -se a fase de consolidação do programa, agora sob a gestão do Instituto Nacional do Câncer (Ministério da Saúde; 2000). Dentro de contexto analisando a formação do graduando em enfermagem, é de fundamental importância a consulta de enfermagem na saúde da mulher identificando as necessidades humanas básicas afetadas e com isto poder se levantar diagnóstico de enfermagem para posterior intervenção da equipe de enfermagem nesta problemática (BRANDEN, 2000). O diagnóstico de enfermagem é o resultado dos dados colhidos na anamnese e no exame físico da usuária atendida, que levam a identificação dos problemas, o que está afetado e o grau de dependência da usuária em relação à assistência de enfermagem. Segundo HORTA, W. A.: Diagnóstico de enfermagem é a determinação da natureza e extensão dos problemas de enfermagem apresentados pelo paciente ou família, que recebem cuidados de enfermagem. Para Virginia Bonney: É uma avaliaçã o dentro da estrutura dos conhecimentos atuais, da condição do indivíduo como um ser humano total, incluindo aspectos físicos, fisiológicos e de comportamento. Portanto concluímos que como o diagnóstico comporta duas dimensões que é: identificar as necessidades e determinar o grau de dependência para a assistência de enfermagem, faz -se necessário sua inclusão na consulta de enfermagem, dentro da pesquisa desenvolvida em questão. 3
4 2. Objetivo geral Proporcionar ao graduando em enfermagem, reconhecer a realidade dos coeficientes de incidência de ginecopatias, tumores ginecológicos e de mama, diminuindo sua incidência através de ações de enfermagem na saúde da mulher, bem como orientar e encaminhar a mulher com alterações patológicas no seu ciclo sexual. 3. Objetivos Específicos: Desenvolver a sistematização da assistência de enfermagem na detecção precoce de alterações ginecológicas e tumores, realizando ações de prevenção nesta problemática. Analisar as práticas de enfermagem desenvolvidas, para um delineamento de alternativas na assistência à saúde da mulher, visando a um atendimento de qualidade. Levantar dados epidemiológicos da população atendida, identificando os determinantes e fatores condicionantes de exposição e sua influência no aparecimento das ginecopatias. 4. Metodologia: A metodologia aplicada foi através da pesquisa ação onde conseguimos compreender de forma sistemática com ações planejadas, o efeito de um determinado problema através de consultas de enfermagem à população feminina, atendimento este previamente agendado, assim chegamos aos aspectos epidemiológicos e a influência dos determinantes ambientais nos diagnósticos de enfermagem em ginecologia. A população estudada foi a de mulheres residentes na Pedreira, Jardim Virgínia III, Barreira e imediações do Campus Unaerp Guarujá. Esta população é atendida dentro das diretrizes da disciplina de Saúde da Mulher. Participaram da pesquisa, o professor responsável e dois alunos monitores, onde todos com participação ativa e determinante no movimento e direção das ações do estudo. Houveram reuniões periódicas para discussão sobre o andamento da pesquisa e possíveis remanejamentos de objetivos e direções das ações do trabalho do grupo. Através dos problemas levantados e coleta de citologia cervical, o aluno teve a oportunidade com a supervisão do professor, de realizar atendimento no nível de prevenção primária ou encaminhamento ao nível de prevenção secundário e terciário, de acordo com o agravo à saúde e a complexidade do atendimento. Através destes procedimentos, houve oportunidade de uma prática reflexiva sobre a assistência de enfermagem desenvolvida na saúde da mulher, visando a melhoria da saúde na população. O desenvolvimento da pesquisa se realizou no período de 19/08/2004 a 04/11/2004, com resultados posteriormente analisados em tabelas e gráficos. 4
5 O instrumento utilizado na consulta de enfermagem, dentro da saúde da mulher, foi a sistematização da assistência de enfermagem onde os problemas detectados, os níveis e tipo de assistência, são desenvolvidos de acordo com procedimentos específicos. Foi desenvolvido instrumento de sistematização, que englobou anamnese, exame físico, levantamento de problemas para diagnósticos de enfermagem, e posteriormente orientações, retornos e encaminhamentos. Após o atendimento, foram realizadas reuniões com o grupo participante, onde após discussão foram elaborados instrumentos de coletas que visaram à obtenção de informações pertinentes ao objeto de estudo e interesse. As reflexões coletivas puderam ser constantes, no intuito de chegar-se a uma descrição do comportamento das usuárias relacionado com os aspectos epidemiológicos e os diagnósticos de enfermagem levantados. 5.Resultados O desenvolvimento da pesquisa se realizou no período de 19/08/2004 a 04/11/2004, com os seguintes resultados: 57 atendimentos de mulheres de 15 a 70 anos, como mostra a tabela e gráfico abaixo: Faixa etária das mulheres atendidas na pesquisa 15 a a a a a ou mais Idade Atendimentos 15 a a a a a ou mais 1 Total de atendimentos 57 Observamos que a maior porcentagem de usuárias atendidas tem entre 35 a 45 anos, porcentagem esta de mulheres 5
6 sexualmente ativas e portanto com exposição maior ao risco de contrair ginecopatias. Pode-se perceber também uma procura grande de mulheres na faixa de 15 a 25 anos, o que evidência, princ ipalmente nas usuárias adolescentes, com o inicio de atividade sexual precoce, a preocupação com prevenção no aparecimento de ginecopatias bem como as orientações de como se evitar gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. Renda familiar Mulheres atendidas Não sabe 3 100,00 a 300, ,00 a 500, ,00 a 700, ,00 a 900, ,00 a 1.100, ,00 a 1.300, ,00 a 1.500,00 1 6
7 Quanto à renda familiar, a faixa salarial da população varia entre R$180,00 Reais, sendo a faixa de R$ 350,00 a 550,00 predominante. Dados do ministério da Saúde mostram que a incidê ncia de ginecopatias e a população mais exposta tem renda familiar baixa, evidenciando níveis sócio-econômicos baixos, estes fatores levam a população a uma precariedade do nível de vida, desagregação familiar e desenvolvimento de stress que é um fator importante no desenvolvimento de ginecopatias. Grau de escolaridade das usuárias Ensino Fundamental incompleto Ensino Fundamental completo Ensino Médio incompleto Ensino Médio completo Ensino Superior incompleto Ensino Superior completo Grau de escolaridade das usuárias Escolaridade N.º de clientes Ensino Fundamental incompleto 19 Ensino Fundamental completo 12 Ensino Médio incompleto 2 Ensino Médio completo 22 Ensino Superior incompleto 1 Ensino Superior completo 1 7
8 Quanto à escolaridade, a maioria das clientes atendidas tem o Ensino Médio completo, fator resultante da faixa etária de maior predominância no atendimento realizado (mulheres de 15 a 25 anos). Estas usuárias tem maior facilidade de acesso as informações e compreensão da importância da prevenção em saúde, isto caracteriza como fator benéfico a diminuição dos fatores de risco, quanto menos grau de escolaridade, maior o risco de exposição a agentes infecciosos. Ocupação profissional das usuárias pesquisadas Domésticas Autônoma Dona de casa Aposentada Estudante Profissão Quantidade de usuárias Empregada doméstica 16 Autônoma 12 Dona de casa 15 Aposentada 4 Estudante 12 8
9 Quanto à profissão, a grande parte das mulheres entrevistadas trabalham como diarista ou são donas de casa. A usuária dona de casa está mais exposta aos fatores de desenvolvimento de stress influenciando nas ginecopatias. Más condições de vida, de higiene, alimentação, saneamento básico, renda familiar baixa, influenciam preponderantemente todo este quadro. Diagnósticos de enfermagem levantados Nutrição alterada Risco p/ infecção Eliminação urinária alterada Risco p/ desequilíbrio volume líquidos Risco p/ déficit volume de líquidos Risco p/ intolerância à atividade Distúrbios do padrão de sono Déficit de atividade de recreação Déficit no auto cuidado p/ alimentação Risco p/ solidão Padrões de sexualidade alterados Baixa auto-estima situacional Ansiedade Referente as consultas de enfermagem realizadas, foram levantados os seguintes diagnósticos de enfermagem: 9
10 Diagnóstico de enfermagem Clientes Nutrição alterada: menos do que as necessidades corporais 2 Risco para infecção 2 Eliminação urinária alterada 1 Risco para desequilíbrio no volume de líquidos 1 Risco para déficit de volume de líquidos 3 Risco para intolerância à atividade 4 Distúrbios do padrão de sono 1 Déficit de atividade de recreação 5 Déficit no auto cuidado para alimentação 5 Risco para solidão 5 Padrões de sexualidade alterados 1 Baixa auto-estima situacional 5 Ansiedade 4 Total de diagnósticos levantados 39 Em relação aos diagnósticos de enfermagem levantados durante as consultas, evidenciou-se o déficit alimentar devido principalmente a baixa renda familiar que também influi nas atividades de recreação, ocasionando ansiedade e muitas vezes baixa auto-estima situacional. Dentro desse quadro, as orientações realizadas durante a consulta, foram direcionadas com objetivo de diminuir estes fatores, melhorar a qualidade de vida e encaminhamentos para serviço s da rede pública com programas específicos de combate a fome, de frentes de trabalho, etc. 6.Considerações finais A partir da pesquisa realizada, observou -se que os fatores ambientais e de condições de vida, podem influenciar no aparecimento de ginecopatias, visto que as usuárias estão diretamente expostas aos fatores que geram stress, como baixa renda familiar, desemprego, baixa escolaridade, falta de acesso a informação e a cidadania. Percebemos a importância da continuidade de atividade de prevenção primária e educação à população, diminuindo os fatores que influenciam no processo saúde-doença, e o levantamento dos diagnósticos de enfermagem durante o atendimento, é fundamental para nortear as ações necessárias a serem desenvolvidas dentro deste contexto. 7.Referências bibliográficas 10
11 1.AVERY, G.B. Neonatologia: fisiologia e tratamento do recém nascido. Quarta edição. Rio de Janeiro, Medsi, BRANDEN, P.S. Enfermagem materno infantil. Segunda edição, Rio de Janeiro, Rechmann & Affonso, BRASIL. Ministério da Saúde. Maternidade Segura. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília, OMS, OPS, Ministério da Saúde. Secretaria de políticas de saúde. Prevenção do Câncer ginecológico e de mama. Manual técnico. Brasília, terceira edição, Ministério da Saúde. Secretaria de políticas da saúde. Gestação de alto risco. Manual técnico. Brasília, terceira edição, Ministério da Saúde. Secretaria de políticas de Saúde. Urgências e emergências maternas. Guia prático para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. Brasília, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas da Saúde. Parto, aborto e puerpério. Assistência Humanizada à mulher. Brasília, NEME, B. Obstetrícia Básica. São Paulo, Sarvier, PIZZATO, M.G. Enfermagem em neonatologia. Porto Alegre, Universidade, SCHMITZ, R. et al. A enfermagem em pediatria e puericultura. São Paulo, Atheneu, REZENDE, J. Obstetrícia. Oitava edição, Rio de Janeiro, Interamericana, BONNEY, Virginia & Rotherg, June. Nursing Diagnosis and Therapy. New York, The league Exchange, National League for Nursing, HORTA, W. A. Considerações sobre o diagnóstico de enfermagem. Rev. Bras. Enf; 20 (1): 7-13, Jan
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